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Fundamentos de Finanças

Corporativas
Amanda Aires

Curso Técnico em Administração


Educação a Distância
2018
EXPEDIENTE

Professor Autor
Amanda Aires

Design Educacional
Deyvid Souza Nascimento
Renata Marques de Otero

Revisão de Língua Portuguesa


Letícia Garcia

Diagramação
Izabela Cavalcanti

Coordenação
Antonio Silva

Coordenação Executiva
George Bento Catunda
Terezinha Mônica Sinício Beltrão

Coordenação Geral
Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

Conteúdo produzido para os Cursos Técnicos da Secretaria Executiva de Educação


Profissional de Pernambuco, em convênio com o Ministério da Educação
(Rede e-Tec Brasil).

novembro, 2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISDB

A298f
Aires, Amanda.
Fundamentos de Finanças Corporativas: Curso Técnico em Administração: Educação a
distância / Amanda Aires. – Recife: Secretaria Executiva de Educação Profissional de
Pernambuco, 2018.
54 p.: tab.

Inclui referências bibliográficas.


Material produzido em novembro de 2016 através de convênio com o Ministério da
Educação (Rede e-Tec Brasil) e a Secretaria de Educação de Pernambuco.

1. Empresas – Finanças. 2. Sociedades comerciais – Finanças. 3. Finanças Corporativas. I.


Aires, Amanda. II. Título.

CDU – 658.15

Elaborado por Hugo Carlos Cavalcanti | CRB-4 2129

Índice para catálogo sistemático:

1. Administração de finanças 658.15


2. Finanças coorporativas
Sumário
Introdução .............................................................................................................................................. 8

1.Competência 1 | Conhecer os conceitos e estabelecer as diferenças entre Custos, Despesas e


Investimentos ......................................................................................................................................... 9

1.1 Custos explícitos e implícitos ..................................................................................................................... 9

1.2 Custo de oportunidade .............................................................................................................................. 9

1.3 Custo privado e custo social ..................................................................................................................... 10

1.4 Custo fixo (despesas), custo variável e custo total .................................................................................. 11

1.5 Custo médio e custo marginal.................................................................................................................. 11

2.Competência 02 | Elaborar um Plano de contas empresariais, considerando os centros de custos e


lucros .................................................................................................................................................... 17

2.1 Elemento de controle gerencial ............................................................................................................... 17

2.2 A importância do Planejamento Financeiro............................................................................................. 18

2.3 O planejamento financeiro para as empresas ......................................................................................... 18

2.4 Gestão Financeira e Transações comerciais: a importância do orçamento empresarial ........................ 19

2.5 Forecast .................................................................................................................................................... 20

2.6 Introdução para Fluxo de Caixa................................................................................................................ 21

3.Competência 03 | Elaborar um plano de viabilidade financeira para um empreendimento .......... 24

3.1 Parte 1: Análise Econômica de Projetos ......................................................................................... 24

3.1.1 Concepção do Projeto ........................................................................................................................... 25

3.1.2 Análise de Demanda ............................................................................................................................. 25

3.1.3 Engenharia de Processos ...................................................................................................................... 27

3.1.4 Tamanho e localização .......................................................................................................................... 28

3.1.5 Receitas ................................................................................................................................................. 30

3.1.6 Custos .................................................................................................................................................... 31

3.1.7 Análise Financeira de Retorno .............................................................................................................. 33


3.1.7.1 Valor Presente Líquido ....................................................................................................................... 33

3.1.7.2 Taxa Interna de Retorno .................................................................................................................... 37

3.1.7.3 Payback .............................................................................................................................................. 39

4.Competência 04 | Ler e Compreender Indicadores Financeiros ...................................................... 42

4.1 Análise do Ponto de Equilíbrio ................................................................................................................. 42

4.2 Margem de contribuição .......................................................................................................................... 43

Conclusão ............................................................................................................................................. 47

Referências ........................................................................................................................................... 48

Minicurrículo do Professor ................................................................................................................... 54


Introdução
Olá, querido (a) aluno (a), tudo bem?
Começamos, hoje, com uma das disciplinas mais legais da Administração: as noções de
finanças corporativas.
E o que essa disciplina vê?
Ela analisa como as empresas pensam e gerem aquilo que as mantêm vivas: o fluxo de
caixa.
Ao longo da disciplina, vamos ampliar o nosso conhecimento sobre o funcionamento do
fluxo de caixa, diferenciando os custos fixos, também chamados de despesas, e os custos variáveis,
diretamente ligados ao processo de produção.
Veremos também a importância do planejamento financeiro como instrumento para a
tomada das decisões empresariais.
Em seguida, analisaremos o que deve ser levado em consideração quando da abertura de
uma nova empresa.
Finalmente, vamos estudar, juntos, você e eu, os principais indicadores financeiros de
uma empresa. A ideia é entender quando uma companhia está funcionando de uma maneira
saudável.
Bem, é isso.
Espero que você aproveite o nosso encontro e saia com boas ideias para a gestão
empresarial.
Vamos juntos ao trabalho?

8
Competência 01

1.Competência 1 | Conhecer os conceitos e estabelecer as diferenças entre


Custos, Despesas e Investimentos
Entender bem os desembolsos realizados pela empresa é fundamental na determinação
do lucro. O preço influencia na receita, e os custos estão associados à tecnologia disponível para
produzir os bens. Uma empresa escolhe a forma de produção capaz de produzir a maior quantidade
ao menor custo possível. Agora, estudaremos de forma mais minuciosa os desembolsos de uma
empresa, primeiramente fazendo uma distinção dos tipos de custo e posteriormente observando
como a firma considera esse fator nas suas decisões, quando seu objetivo é o maior lucro possível.

1.1 Custos explícitos e implícitos

Comumente, divide-se o custo de produção em custos explícitos e custos implícitos. Os


custos explícitos são as despesas contábeis, ou seja, aquelas que envolvem uma transação
monetária. Nesse sentido, podemos citar o quanto foi gasto na aquisição de matérias-primas, bens
intermediários e máquinas, na remuneração dos trabalhadores, no pagamento de aluguel e de outros
serviços contratados. Os custos explícitos também incluem pagamentos devido à depreciação dos
equipamentos e perdas incorridas na produção.
Os custos implícitos são aqueles que não estão refletidos na declaração contábil das
firmas, pois não envolvem o pagamento direto de fatores de produção. Esses custos são compostos,
principalmente, pelo uso dos recursos do proprietário no processo produtivo (tais como trabalho,
terra e capital), além dos custos de oportunidade (estudado na aula 01 e relembrado a seguir).
É importante ressaltar que, por considerar os custos implícitos, o lucro econômico não é
igual ao lucro contábil. O lucro econômico é uma vantagem relativa, ou seja, uma firma que
apresenta lucro econômico na produção de um bem apresenta um benefício maior nessa atividade
do que conseguiria aplicando seus recursos em outras indústrias. Para que possamos compreender
melhor a definição de lucro econômico, vamos revisar o conceito de custo de oportunidade.

1.2 Custo de oportunidade

Para uma empresa, o custo de oportunidade (também denominado custo alternativo)

9
Competência 01

corresponde ao rendimento que uma firma deixa de obter por não utilizar os seus fatores de
produção próprios da melhor forma possível. Por exemplo, imagine que um dentista possua um
consultório em um edifício comercial, um dos custos de oportunidade no qual incorre, ao escolher
atender seus pacientes nesta sala, é o aluguel que ele deixará de receber por ela. Como não envolve
um pagamento direto (uma transação monetária), os custos de oportunidade são custos implícitos
das firmas.
Uma firma somente apresenta lucro econômico se sua receita supera o custo de
oportunidade, ou seja, se supera a receita que seria obtida em outras atividades. Por isso, afirmamos
há pouco que o lucro econômico representa uma vantagem em relação a atividades alternativas. Por
causa dessa vantagem, a presença de lucro econômico motiva a entrada de novas firmas na
indústria.
Além do custo de oportunidade, quando uma empresa decide operar no mercado ela
observa que essa operação gerará tantos custos privados quanto custos sociais, pontos que serão
analisados agora.

1.3 Custo privado e custo social

Ao produzir, as firmas incorrem em custos que as afetam de forma exclusiva, por isso são
chamados de custos privados de produção. Todos os custos vistos até o momento se enquadram
nessa categoria, pois são custos que somente a própria firma arca.
Contudo, ao produzir um determinado bem ou serviço, as firmas podem afetar outros
agentes da economia, gerando custos que não são contabilizados por ela. Por exemplo, uma empresa
que emite gases poluentes durante a produção gera custos adicionais para o restante da
coletividade, apesar disso, ela os ignora na mensuração de seus lucros.
O custo social representa todos os custos envolvidos na produção, tanto os custos
privados, como aqueles custos que são percebidos pelo restante da sociedade (como o caso da
poluição). Quando os custos sociais diferem dos custos privados, diz-se que há uma externalidade.
Se os custos sociais superam os custos privados, então há uma externalidade negativa,
a sociedade tem um prejuízo que não é assumido pela firma que o produz. Mas, se os custos privados
superam os custos sociais, então a firma produz uma externalidade positiva. Um exemplo de

10
Competência 01

externalidade positiva ocorre quando uma firma sustenta um projeto social que, apesar de ser um
custo para a ela, promove um benefício para o restante da sociedade.
Dentre os custos privados considerados por uma empresa, três merecem destaque.

1.4 Custo fixo (despesas), custo variável e custo total

Quando analisa a viabilidade da sua operação, a empresa considera outros tipos de custos
além dos enunciados. Os custos são distintos também em função de sua relação com a quantidade
produzida. Nesse sentido, os custos fixos ou despesas são aqueles que não variam com a quantidade
produzida. O aluguel da sala na qual se localiza o escritório de uma empresa é um exemplo de custo
fixo, pois, independente de quanto essa empresa venha a produzir, sempre terá que incorrer no
mesmo valor desse custo.
Por outro lado, alguns custos se alteram a depender do volume de produção, são os
custos variáveis. Por exemplo, se para uma firma produzir mais for necessário contratar mais
trabalhadores, ou mesmo o pagamento de mais horas extras, então os custos com salários são custos
variáveis, pois dependem da quantidade que as firmas decidirão produzir.
O custo fixo independe do nível de produção, sendo apresentado, graficamente, como
uma linha reta paralela ao eixo da produção. As curvas de custo variável e total têm os seus formatos
associados à lei dos rendimentos decrescentes. Com o aumento do nível de produção, e o
consequente aumento da produtividade, o custo cresce menos. A adição sucessiva de unidades de
trabalho faz com que o trabalho passe a ser menos produtivo, o que gera um aumento crescente nos
custos. Como o custo total é a soma do custo total com o custo variável, ele terá o mesmo formato
do custo variável, mas cortará o eixo vertical no custo fixo.
Compreendido um pouco mais sobre a estrutura de custos de uma empresa, passamos a
analisar outros custos que também são levados em consideração por uma empresa. Os custos médios
e o custo marginal.

1.5 Custo médio e custo marginal

Para completar o estudo sobre os custos de produção devemos definir e entender as


diferenças e a relação entre o custo marginal e o custo médio. Primeiramente, o custo marginal,

11
Competência 01

também definido como custo incremental, é o aumento no custo total devido à produção de uma
unidade adicional do produto. Como o custo total se modifica devido ao custo variável, já que o
custo fixo permanece igual, também podemos definir o custo marginal como a variação do custo
variável ocasionada pela produção de uma unidade a mais. O custo marginal é dado por:

CT  Q 
Cmg  Q  
Q

onde Cmg  Q  é o custo marginal, CT  Q  é a variação no custo total, e Q é a variação na

quantidade produzida. Note que, como o valor custo total varia a depender da quantidade, o mesmo
ocorre para o custo marginal.
Por sua vez, o custo total médio, ou simplesmente custo médio, é o custo por unidade
produzida, ou seja, qual foi (em média) o custo para produzir cada unidade. Ele é facilmente obtido
pela divisão do custo total pela quantidade:

CT  Q 
CME  Q  
Q

onde CME  Q  é o custo médio.

Podemos dividir o custo total médio em custo fixo médio e custo variável médio. O custo
fixo médio é a parcela de custo fixo por unidade produzida. De forma análoga, o custo variável médio
é o custo variável por unidade produzida.

CF
CFME  Q   ,
Q

CV
CVME  Q   ,
Q

12
Competência 01

Onde CFME  Q  e CVME  Q  são os custos fixo médio e variável médio, respectivamente.

Para entender a relação entre o custo médio e o custo marginal é preciso entender o
formato das curvas de custo. Na tabela a seguir, temos os dados de custos para uma firma fictícia.
Perceba que à medida que a quantidade produzida aumenta, o custo fixo médio diminui. Isso ocorre
porque o seu valor total, que permanece inalterado, será dividido por uma quantidade cada vez
maior de produtos.

Gráfico 1 - Custos absolutos


Fonte elaboração própria
Descrição: o gráfico mostra o formato dos gráficos dos custos total, variável e fixo.

Gráfico 2 - Custos médios


Fonte elaboração própria
Descrição: o gráfico mostra o formato dos gráficos dos custos médios total, variável e fixo.

Agora analise a coluna relativa ao custo marginal. Para pequenas quantidades


produzidas, o custo marginal é menor que o custo variável médio. Isso significa que para produzir
uma unidade a mais de produto, o custo variável médio irá diminuir.

13
Competência 01

CUSTO CUSTO CUSTO CUSTO CUSTO FIXO CUSTO VARIÁVEL CUSTO TOTAL
NÍVEL DE
FIXO VARIÁVEL TOTAL MARGINAL MÉDIO MÉDIO MÉDIO
PRODUÇÃO
(CF) (CV) (CT) (CMG) (CFME) (CVME) (CTME)
0 50 0 50 --- --- --- ---
1 50 50 100 50 50 50 100
2 50 78 128 28 25 39 64
3 50 98 148 20 16,7 32,7 49,3
4 50 112 162 14 12,5 28 40,5
5 50 130 180 18 10 26 36
6 50 150 200 20 8,3 25 33,3
7 50 175 225 25 7,1 25 32,1
8 50 204 254 29 6,3 25,5 31,8
9 50 242 292 38 5,6 26,9 32,4
10 50 300 350 58 5 30 35
11 50 385 435 85 4,5 35 39,5
Tabela 3 – Dados de Custo de uma Firma
Fonte: Elaboração própria

Note ainda, na tabela, que o custo variável médio se reduz enquanto o custo marginal
for menor, ou graficamente, enquanto a curva de custo marginal estiver abaixo da curva de custo
variável médio. No entanto, como o custo marginal é crescente, a curva de custo marginal passa a
curva de custo variável médio quando a firma produz a oitava unidade. A partir desse ponto, a curva
de custo variável médio passa a crescer com a quantidade. Desse modo, percebe-se que a curva de
custo marginal cruza a curva de custo variável médio no seu ponto de mínimo (o que ocorre quando
a firma produz sete unidades do bem).

Gráfico 3 - Custos médios


Fonte: elaboração própria
Descrição: o gráfico mostra o formato dos gráficos dos custos médios total, variável e fixo.

14
Competência 01

O formato da curva do custo total médio será o mesmo da curva de custo variável médio,
mas em uma posição um pouco mais acima, pois ao custo variável médio soma-se o custo fixo
médio. A distância entre as duas curvas se reduz com o aumento da quantidade porque o custo fixo
médio é cada vez mais próximo de zero. Então, a curva de custo marginal também cruza a curva de
custo médio no seu ponto de mínimo (nesse caso, quando a produção é de oito bens).

Gráfico 4 – Curvas de Custo médios


Fonte: elaboração própria
Descrição: o gráfico mostra o formato dos gráficos dos custos médios total, variável e fixo.

No diagrama, o custo total médio é dado pela soma entre o custo fixo médio (CFMe) e o
custo variável médio (CVMe). A curva de custo marginal intercepta as curvas de custo variável médio
e custo total médio em seus respectivos pontos mínimos.
As firmas não operam enquanto o custo marginal for inferior ao custo médio, pois não
seria eficiente na busca pela maximização do lucro. Quando o custo marginal for inferior ao custo
médio, esse será decrescente, o que significa que o custo médio será reduzido se a próxima unidade
for produzida. Caso a produção da unidade adicional não altere o preço, a firma poderia aumentar
sua margem de lucro em cada peça, pois receberia o mesmo valor na venda, mas teria um custo
médio de produção menor. Então, enquanto o custo médio for decrescente, a firma decidirá por
produzir a unidade adicional.
Note que além dos custos operacionais apontados existe ainda um custo gerado antes da
empresa ser iniciada: os investimentos.
Os investimentos se referem aos pagamentos realizados antes da empresa ser iniciada ou
ainda desembolsos não periódicos realizados para a melhoria da infraestrutura empresarial. Assim,

15
Competência 01

gastos com obras para a instalação da empresa, compra de máquinas e equipamentos são
considerados gastos de investimentos para o funcionamento da empresa.
Com o conceito de investimentos, concluímos nosso encontro.
Aqui, buscamos entender os conceitos de custos, despesas e investimentos. Em todos os
casos, eles se referem aos desembolsos realizados pelas empresas, mas você deve entender que esses
desembolsos possuem objetivos diferentes, ok?

16
Competência 02

2.Competência 02 | Elaborar um Plano de contas empresariais,


considerando os centros de custos e lucros
No encontro de hoje, vamos aprender um pouco mais sobre a importância do
planejamento financeiro das empresas na definição do sucesso estratégico.
Através do conteúdo dessa aula, poderemos ter acesso a informações sobre os prejuízos
que podem ser causados pela ausência de planejamento.
Dando continuidade ao tópico, procederemos à definição de orçamentos empresariais,
seu modelo de concepção e elaboração. Trata-se de uma decisão estratégica e envolve questões
relacionadas às previsões de receitas e despesas (entradas e saídas de caixa), assunção de risco,
retorno previsto e disponibilidade de recursos para viabilizar as diretrizes organizacionais.
Diante de um mercado cada vez mais competitivo, a estruturação de orçamentos
empresariais é o ponto de partida para que as empresas possam definir sua política de investimentos
em médio prazo e longo prazo, bem como a definição de retornos esperados. Outras variáveis
intrínsecas ao negócio (como definição de metas, bonificações, plano de carreira, etc.) decorrem
diretamente do modelo estratégico adotado.
Para tanto, algumas etapas devem ser seguidas, a saber:
 Análise das possibilidades estratégicas de captação de recurso no mercado, através
dos diversos agentes financeiros atuantes;
 Identificação das diferentes necessidades de recursos com o objetivo de desenvolver
a capacidade de montar uma estratégia de financiamento, englobando inclusive plano de
contingência;
 Coleta de dados junto a todos os setores/departamentos da empresa de forma prévia,
organizada e planejada;
 Preferencialmente, ter um instante exclusivo para a elaboração do orçamento,
envolvendo todos os agentes interessados.

2.1 Elemento de controle gerencial

O planejamento e controle são as bases para o sistema de controle gerencial.

17
Competência 02

Podemos definir planejamento como a escolha de objetivos, a previsão de resultados


sobre os vários caminhos de obtenção dessa meta e, finalmente, a maneira para atingir os resultados
esperados.
Já o controle está relacionado às ações que auxiliam o planejamento com o objetivo de
avaliar o desempenho do pessoal e das operações.
Tanto o planejamento como controle estão interligados, formando o sistema de controle
gerencial, que deve ser utilizado como ferramenta para auxiliar os indivíduos a realizarem melhor
suas atividades.

2.2 A importância do Planejamento Financeiro

Tão importante quanto o registro contábil em uma corporação é o seu planejamento


financeiro. Nele, são considerados todos os impostos que deverão ser pagos e qual a necessidade de
formação de caixa para o pagamento dos custos e das despesas.
Mas, por que fazer planejamento tributário?
Diversas razões podem ser invocadas para justificar a decisão de se fazer um
planejamento financeiro. Os motivos para se fazer um planejamento não estão circunscritos à esfera
jurídica. Pelo contrário, o principal deles é, sem dúvidas, de ordem econômica. Assim, antes de
começar o estudo do planejamento financeiro, precisamos relacioná-lo com a estrutura da tributação
e arrecadação do Brasil. Ao se conhecer a composição e funcionamento do sistema financeiro
brasileiro, podemos entender alguns dos motivos pelos quais o planejamento financeiro tornou-se
uma opção recorrente dos contribuintes, principalmente nos últimos anos.

2.3 O planejamento financeiro para as empresas

Um grande problema observado em várias empresas brasileiras diz respeito à falta de um


planejamento adequado nas empresas. Muitas vezes, essas empresas dizem ser “pegas de surpresa”
com elevados aportes a serem realizados periodicamente sem ter sido feita a retenção adequada dos
impostos no caixa da empresa, por exemplo.

18
Competência 02

Nesse caso, muitas empresas acabam recorrendo a empréstimos e financiamentos


bancários para realizar o pagamento dos encargos tributários, o que mostra a falta de controle das
empresas, e tem levado muitas delas ao pedido de falência.
É o conhecimento da forma adequada de gerenciamento tributário que faz com que
muitas empresas consigam, não apenas realizar os pagamentos com controle, mas, principalmente,
ter um melhor controle da gestão empresarial.

2.4 Gestão Financeira e Transações comerciais: a importância do orçamento


empresarial

Entende-se por Orçamento Empresarial como a expressão quantitativa de um plano de


ação futuro da administração para um determinado período. Pode abranger aspectos financeiros e
não financeiros desses planos e funciona como um projeto para a empresa seguir num período
vindouro, ou ainda uma atividade econômico-financeira que parte da determinação e da análise dos
eventos relevantes do passado e das condições empresariais presentes para realizar uma projeção
das responsabilidades futuras de desempenho da empresa como um todo (Figura 3).
De acordo com Passarelli e Bomfim (2004):
“[...] à medida em que o tempo passava e a crescente complexidade dos negócios
reclamava métodos administrativos mais apurados, as técnicas de planejamento
tiveram expandidas as suas aplicações, modificados os seus conceitos básicos e
extremamente sofisticados os seus métodos de elaboração.” (PASSARELLI; BOMFIM,
2004, p. 11).

Portanto, diante de um contexto de alta competitividade, o planejamento é uma


ferramenta fundamental de gestão, que além de necessária para tomada de decisão, evita o mau uso
dos recursos, resultando na observação da relevância do orçamento empresarial na otimização dos
resultados (FEITAL, 2014).
A seguir, temos uma figura que ilustra as etapas do orçamento.

19
Competência 02

Figura 1 – Etapas do Orçamento


Fonte: Elaboração própria
Descrição: etapas do planejamento financeiro empresarial

2.5 Forecast

Ao falarmos de planejamento estratégico das organizações, temos também o


instrumento do Forecast, que serve como ferramenta de ajuste e complementação ao Orçamento
Empresarial.
Mas, então, o que significa forecast?
Etimologicamente, Forecast é uma expressão da língua inglesa que dependendo do
contexto que é empregado pode ter vários significados. É um substantivo feminino de dois gêneros e
também um verbo:
1 - previsão, profecia e prognóstico;
2 - prevenção, premeditação e providência;

20
Competência 02

3 - projeto, plano e cálculo;


4 - prever, prognosticar e predizer;
5 - premeditar, prevenir e “calcular” de antemão;
6 - projetar e planejar”. (SIGNIFICADOS, 2015).

O conceito de Forecast, também chamado de “orçamento revisado”, é um método de


previsão, análise e revisão de um orçamento, baseado na atual situação da empresa, porém,
dependendo da volatilidade dos mercados, essa previsão pode mudar. Portanto, aprender a
identificar e se adequar às novas variações é a proposta do Forecast (SIGNIFICADOS, 2015).
Nele, encontram-se previsões para curto prazo, servindo como base para revisão do
orçamento em curso e servindo como ferramenta de controle. Alterações macroeconômicas também
são contempladas no forecast.
Finalmente, para terminar o nosso encontro, vamos falar sobre o principal elemento de
uma empresa: o seu fluxo de caixa.

2.6 Introdução para Fluxo de Caixa

Neste encontro, abordaremos os elementos pertinentes à geração operacional de caixa e


a definição dos diversos fluxos de caixa de uma organização.
Conforme definição de alguns teóricos, o fluxo de caixa pode ser concebido como o
“sangue da empresa”, sendo, portanto, a fonte de preocupação básica do gestor financeiro.
O fluxo de caixa deve ser função precípua do gestor financeiro tanto nas operações do dia
a dia, na tomada de decisões de longo prazo e na definição de estratégias de captação e aplicação de
recursos.
 Fluxo de caixa
A demonstração de fluxos de caixa representa os valores de entradas e saídas de caixa
durante um período considerado, oferecendo uma visão dos fluxos operacionais, de investimento e
de financiamento da empresa e expressa as variações dos saldos existentes por período.
Um importante dado a ser considerado na definição do fluxo de caixa de uma empresa é
a depreciação, visto que esta é uma despesa não reembolsável. Para fins fiscais e de divulgação de

21
Competência 02

resultados financeiros, as organizações podem lançar, sistematicamente, uma parte dos custos de
aquisição de ativos permanentes para dedução de receitas (despesas), mas estas não representam
uma efetiva redução do caixa daquela. Trata-se, apenas, de um efeito contábil e fiscal que viabiliza o
pagamento de menos imposto sobre o lucro (para as empresas optantes ou obrigadas ao regime de
tributação pelo lucro real).
Para contabilização da depreciação, faz-se necessária a apuração da vida útil do ativo
permanente. As definições de vida útil são estipuladas pela Receita Federal do Brasil.
Quanto mais curta for a vida útil, mais rapidamente o fluxo de caixa gerado pela despesa
será recebido e, assim, analogamente nos demais casos.
Outro item de extrema importância para auferir a geração efetiva de caixa de uma
empresa refere-se ao EBITDA, que é a sigla em inglês para Earnings Before Interest, Taxes,
Depreciation and Amortization, que traduzido literalmente para o português significa: lucros antes
de juros, impostos, depreciação e amortização. Termo muito utilizado por analistas financeiros na
análise de balanços de contabilidade de empresas de capital aberto.
Para se chegar ao Ebitda de uma empresa ou empresas, é preciso utilizar a seguinte conta:
lucro bruto menos as despesas operacionais, excluindo-se destas a depreciação e as amortizações do
período e os juros. Dessa forma, é possível avaliar o lucro referente apenas ao negócio, descontando
qualquer ganho financeiro (derivativos, aluguéis ou outras rendas que a empresa possa ter gerado no
período).
São também retirados para a apuração do Ebitda os juros dos empréstimos que, muitas
vezes, as empresas contratam para alavancar as suas operações. Sendo assim, é importante ter em
conta que o Ebitda pode dar uma falsa perspectiva sobre a efetiva liquidez da empresa.
Esse conceito é complementar ao entendimento de fluxo de caixa, em que sabidamente
o valor dos ativos monta o total das exigibilidades (de longo e de curto prazo) acrescido do valor do
patrimônio líquido.
De forma análoga, o fluxo de caixa dos ativos monta o total do somatório entre o fluxo de
caixa dos credores (exigibilidades) e o fluxo de caixa dos acionistas (patrimônio líquido).
O fluxo de caixa dos ativos abrange três componentes: fluxo de caixa operacional,
investimento em ativos permanentes e as aplicações em capital de giro.

22
Competência 02

O fluxo de caixa operacional (conceito similar ao de EBITIDA), logo compreende o


somatório do LAJIR (Lucro antes dos Juros e Imposto de Renda) com a depreciação excluindo-se os
impostos. A esse valor exclui-se o investimento em ativo permanente (parte do ativo não circulante
conforme nova legislação contábil brasileira em vigor). Para encontrar o investimento em Ativo
Permanente, também conhecido como gasto de capital, basta encontrar a variação dessa rubrica
(saldo líquido final do ativo permanente menos o saldo líquido inicial e acrescer a depreciação do
período). Para finalizar a composição do fluxo de caixa do ativo, há de se encontrar o valor gasto com
aplicações em capital de giro (conforme encontro 8 desse módulo), que pode ser calculado como
abaixo:

CCL = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE


ou
CCL = (PL + PNC) – (ANC)

Portanto, o fluxo de caixa dos ativos compreende o saldo final do fluxo de caixa
operacional (EBITIDA), excluindo-se os gastos com imobilizações e capital de giro.
Sabe-se que o fluxo de caixa dos ativos monta o mesmo valor do fluxo de caixa dos
passivos. Como o fluxo de caixa dos passivos é composto pelos fluxos dos credores e dos acionistas,
basta encontrar o valor do fluxo de caixa dos credores da seguinte maneira: é o valor do pagamento
de juros menos o valor dos novos financiamentos. Por exclusão, será encontrado o valor do fluxo de
caixa dos acionistas, o que demonstrará todos os fluxos de caixa existentes na empresa.

23
Competência 03

3.Competência 03 | Elaborar um plano de viabilidade financeira para um


empreendimento

3.1 Parte 1: Análise Econômica de Projetos


Uma parte da economia que também coincide com a administração diz respeito à
elaboração de projetos.
O que vem a ser isso?
Toda vez que determinada pessoa ou empresa decide, por exemplo, abrir uma empresa
ou comprar uma máquina ou ainda abrir uma filial, ela irá elaborar um projeto de investimento para
fazer isso. Um projeto de investimento completo considera os seguintes pontos obrigatórios:
1. Concepção do projeto
2. Análise de mercado
3. Engenharia de Processos
4. Análise de tamanho
5. Análise de localização
6. Receitas
7. Custos
8. Análise financeira de retorno
i. Valor Presente Líquido
ii. Taxa Interna de Retorno

A estrutura vista acima está exatamente de acordo com o que foi anunciado por
Cristovam Buarque em seu livro: Análise Econômica de Projetos. O livro mais famoso na área de
elaboração de projetos.
Mas, para que você entenda porque é feita a análise financeira do projeto, eu queria dar
uma introdução simples, para que você tenha uma noção completa de um projeto, ok?

24
Competência 03

3.1.1 Concepção do Projeto

A primeira coisa que eu gostaria que você entendesse é o que é um projeto. Um projeto
pode ser qualquer coisa que determinada empresa, instituição pública ou pessoa física deseja
implementar, mas, para isso, precisa fazer uma organização prévia.
Assim, se uma empresa deseja abrir uma filial, se o governo necessita fazer uma obra de
reestruturação de um hospital ou a pavimentação de uma determinada via pública, esses agentes
elaborarão projetos para organizar a execução das atividades.
Dessa forma, a concepção do projeto, a primeira parte do total, inclui a formatação
completa desse projeto, ou seja, o que vai ser feito, como vai ser feito.
No caso do governo, digamos que ele tenha um orçamento de R$ 100.000.000,00 e que
tenha que destinar isso à educação. O que ele fará com esse dinheiro? Para saber qual o melhor
destino desse recurso (se reforma as escolas existentes ou se abre novas escolas, por exemplo), o
governo elaborará dois projetos distintos (um com a reforma e outro com a escola nova) para verificar
de que forma o recurso gerará mais retorno.
Considerando a situação acima, agora, eu já sei os projetos que preciso elaborar: um de
reforma da escola e outro de criação de uma nova. Concepção realizada, seguimos para o segundo
passo: a análise de demanda.

3.1.2 Análise de Demanda

Uma vez o projeto concebido, é preciso saber se as pessoas “comprarão” esse projeto.
Em muitos casos, muitos casos mesmo, o projeto acaba sendo feito sem realizar estudo de demanda,
o que pode levar a empresa à falência.
Um exemplo disso foi um fato muito curioso que aconteceu na minha cidade, Olinda, em
Pernambuco. Lá foi um dos poucos lugares do mundo em que uma Mac Donalds fechou por falta de
clientes!
Pois é, embora tenham aberto a Mac Donalds no lugar mais nobre da cidade, esqueceram
de perguntar às pessoas se elas estariam dispostas a frequentar o lugar.

25
Competência 03

Ou seja, por maior que seja a marca do produto, isso não quer dizer que eu terei sucesso
garantido. Para verificar a possibilidade de ter retorno, a primeira coisa que eu preciso fazer é verificar
se existirá demanda para o meu produto (Não foi o caso da Mac Donalds em Olinda).
No caso da educação para determinado governo, ele precisa perguntar à sociedade (via
questionários, reuniões locais, etc.) se eles estariam dispostos, digamos, a estudar em uma nova
escola, mas um pouco mais distante.
A depender da resposta dada, (digamos, para o caso do governo, que as pessoas não
querem estudar em um lugar mais distante), o projeto poderá ser concluído nessa etapa. Por isso,
uma análise de demanda bem feita é fundamental para que o projeto possa ir para o passo seguinte.
Vale notar que na análise de demanda não se vê apenas a quantidade de pessoas que
“comprará” o projeto, mas também o preço que essas pessoas estão dispostas a pagar. Muitos
métodos para medir o preço a ser pago por determinada pessoa por um bem, sem que seja necessário
perguntar diretamente a essa pessoa, já foram desenvolvidos. Entre eles, possivelmente, o mais
conhecido é o preço de referência, que mede o preço de um bem com base nos preços de bens
similares.
Pense, por exemplo, no valor de uma barra de chocolate. Quanto você pagaria por uma
barra de chocolate de 100g? Possivelmente, a resposta que você deu foi baseada na média dos preços
que você normalmente compra ou ainda no último preço que você pagou pela barra de chocolate.
Importante notar é que todos esses preços são o que chamamos de preço referência.
E por que um passo tão importante para um projeto não é feito com frequência? Por uma
explicação não tão difícil de compreender: porque, como eu disse acima, os instrumentos para medir
a demanda são muitos, o que leva a incerteza do resultado. Será que o preço que eu devo cobrar pelo
meu chocolate é a média dos preços que você viu ou o último valor pago por você?
Eis uma incerteza no projeto.
Estudo de demanda concluído e tendo informações estatisticamente significantes sobre
a existência da demanda, o projeto deverá evoluir para uma terceira e, possivelmente, mais delicada
etapa: a engenharia de processos.

26
Competência 03

3.1.3 Engenharia de Processos

Como o próprio nome diz, é preciso explicar como os processos serão realizados dentro
do projeto. Ou seja, é na etapa da Engenharia de Processos que nós vamos detalhar ao grau máximo
como será o funcionamento de todo o projeto: desde a entrada do cliente no estabelecimento,
passando pelo atendimento do cliente pelo vendedor, consolidação da venda, envio do pagamento
ao banco, baixa no estoque, etc. Tudo isso precisa ser claramente especificado dentro do projeto na
parte de Engenharia de Processos.
Isso pode ser visto no fluxograma de atividades apresentado figura 2.

Figura 2 - Fluxograma de atendimento ao cliente


Fonte: Elaboração Própria
Descrição: apresentação de fluxograma genérico empresarial.

27
Competência 03

Esse fluxograma fala sobre as etapas descritas acima, de atendimento ao cliente. É


importante que você note que todas as atividades devem ser descritas no fluxograma para que seja
possível estimar a quantidade de pessoas envolvidas, o tempo envolvido na execução de determinada
atividade e por aí vai.
Para alguns casos, esse tópico não excede 5 páginas. Para outros, essa parte pode ser
maior que todas as outras partes juntas. Imagine a engenharia de processos de uma fábrica da
Unilever ou a criação de um novo ministério pelo governo Federal que integrará secretarias das
Unidades Federativas e dos Municípios. Tudo isso tem que ficar claramente especificado dentro da
Engenharia de Processos.
A importância dessa parte é que é justamente aqui que se começa a fazer os primeiros
cálculos, como número de funcionários, de lâmpadas e compartimentos a serem usados. Pontos
fundamentais para o cálculo dos custos da empresa.

3.1.4 Tamanho e localização

Uma vez determinada a demanda – que nos dirá a quantidade de pessoas que consumirão
o produto – e uma vez determinada a engenharia de processos – que nos diz como o produto será
gerado – torna-se necessário calcular o tamanho da empresa, que, nesse caso, refere-se à capacidade
de produção da empresa. Ou seja, se a demanda disse que consumirá uma média de 120.000
unidades por mês, eu produzirei com as plantas A, B ou C, apresentadas na tabela abaixo?
A tabela abaixo mostra um resumo dos possíveis tamanhos que uma empresa de sapato
pode ter para cada nível de produção: 70.000 pares, 100.000 pares ou 150.000 pares.

28
Competência 03

PROJETO DE SAPATARIA
Tamanho: Alternativas Tecnológicas Viáveis

VARIÁVEIS ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS

A B C

a Capacidade de produção anual por turno (em pares) 70.000 100.000 150.000

b Investimento total necessário (R$) 140.000 200.000 380.000

c Custo total de produção (R$) 237.000 300.000 445.000

d Receita Total (R$) 265.000 380.000 570.000

e Custo Unitário (R$) e= c/a 3,4 3,0 2,9

f Lucros (R$) f=d-c 28.000 80.000 125.000

g Rentabilidade (%) g=f/b 20 40 33


Tabela 2 - Análise de tamanho empresarial
Fonte: Elaboração própria
Descrição: Apresentação dos indicadores econômicos empresariais por tamanho empresarial

Por hora, apenas a linha da capacidade de produção por turno nos interessa, pois é ela
que mede o tamanho da empresa. Os demais itens serão analisados mais a frente.
Note que, cada um dos tamanhos estará, necessariamente, associado a engenharias de
processos diferentes. Não porque o método seja diferente, mas porque como eu tenho números de
funcionários distintos, terei, também, engenharias separadas. Por exemplo, se para produzir 70.000
pares eu preciso de 10 funcionários, para produzir 100.000 irei precisar de mais funcionários,
digamos, 13.
Uma vez refeito o tamanho da empresa (digamos que agora a empresa ache que um
número de 180.000 pares de sapato tenha que ser fabricado), isso implicará em um novo capítulo de
Engenharia de Processos, em uma nova análise de demanda. De tal forma que o projeto acaba sendo
uma coisa cíclica até que se encontre o formato final.
De maneira tão importante quanto o tamanho é a localização da empresa. Erra quem
acha que a empresa tem que estar sempre perto do cliente final. A depender do tipo de produto que
se fabrique, pode ser que seja mais indicado que a empresa fique mais perto da matéria-prima ou
ainda em algum lugar em que determinado governo possa prover benefícios fiscais para a empresa.
Dessa forma, imagine que o governo queira construir uma determinada secretaria. Onde
ele fará isso? Mais perto da sede do governo, mais perto das entidades de classe? A engenharia de

29
Competência 03

processos nos indica qual o melhor lugar a ser implantado o órgão, mas é a etapa localização que
especifica exatamente (endereço completo) onde o projeto será sediado.
Finalizadas as etapas de análise de demanda, engenharia de processos, tamanho e
localização, passamos à parte financeira do trabalho: as análises de receitas e custos.

3.1.5 Receitas

O que vem a ser as receitas do projeto?


Como o próprio nome diz, as receitas são os ganhos financeiros do projeto ao longo de
determinado período de tempo.
Aí, aqui, já começamos a falar de dinheiro no projeto! Pois é, dinheiro, meu povo!
Veja que eu estou falando de recebimentos ao longo de determinado período de tempo.
Por que isso? Porque quando nós formos ver mais a frente a viabilidade dos projetos, isso também
deverá ser feito ao longo de um período de tempo determinado.
Uma coisa que você deve notar, logo de início, é que o intervalo de tempo considerado
no projeto é uma coisa arbitrária. A depender de quem o elabore, isso pode ser de 5, 10 ou 50 anos.
Tanto faz. O que normalmente acontece é colocar o prazo de receitas do projeto junto com o prazo
do financiamento (caso o projeto seja financiado). Como a maior parte dos projetos recebe
financiamentos, essa prática acabou sendo adotada em larga escala no Brasil.
Assim, digamos que estejamos falando de 50 anos. As receitas serão dadas pela
multiplicação do preço pela quantidade vendida. E se a empresa tem mais de um produto? Lojas
americanas, por exemplo. Eu vou multiplicar o preço do produto pela quantidade de cada um dos
produtos da loja. É trabalhoso, mas é necessário.
Aqui, você deve estar se perguntando: mas, e se for um projeto do governo, como um
hospital ou uma escola pública. Como eu faço para precificar esse produto?
Quando nós temos bens de precificação mais complexos, muitos métodos podem ser
utilizados como o método do preço referência, item visto na análise de demanda.
De toda forma, o que eu preciso que você compreenda é que para cada período de tempo
(normalmente mês ou ano), teremos uma entrada monetária na empresa. A figura seguinte mostra
isso.

30
Competência 03

Período 1 2 3 n-3 n-2 n-1 n

Note que o valor n significa o último período de análise do projeto. Pode ser 12, 20, 360
meses. Pode ser o tempo que você achar relevante.
Veja que, a partir da figura acima, temos que as receitas são mostradas como entradas
financeiras na empresa durante um período de tempo (como nós vimos acima). Contudo, você deve
observar que tem uma setinha em vermelho e que está muito próxima da setinha preta no período
n. Embora todas as setas pretas indiquem as receitas diretas da empresa, a seta vermelha indica uma
receita indireta chamada de VR ou Valor Residual.
Receita total da empresa: receitas diretas + valor residual
Esse valor residual diz respeito aos ganhos da empresa, caso todos os bens pertencentes
a ela fossem vendidos. Ou seja, móveis, eletrônicos e instalações serão contabilizados como receita
no final do período.
O valor residual é gerado quando eu vendo todos os ativos da minha empresa no
momento em que ela fecha.
Contabilizadas as receitas da empresa dentro do período de tempo, é hora de contabilizar
também as saídas, ou os custos.

3.1.6 Custos

Se as receitas do projeto são as entradas, os custos precisam ser considerados como as


saídas. Assim, pagamentos de funcionários, conta de energia elétrica e telefone, impostos, tudo isso
deve ser considerado como os custos do projeto.
A figura seguinte mostra como os fluxos podem ser representados dentro da empresa:

31
Competência 03

1 2 3 n-3 n-2 n-1 n

Qual a diferença entre o fluxo de receitas e o fluxo de custos? A primeira coisa que você
deve ter observado é a direção. Enquanto o fluxo de receitas entra, o fluxo de custos sai da empresa.
Uma segunda diferença diz respeito à inexistência do valor residual. Como quando
falamos em VR estamos falando em ganhos oriundo da venda dos utensílios da empresa, não
teremos, por hipótese, custos adicionais com o fechamento da empresa.
Finalmente, a terceira diferença extremamente relevante entre custos e receitas diz
respeito à primeira setinha vermelha no fluxo de custos. Contrariamente às receitas que só
acontecem quando a empresa começa a funcionar, os custos podem acontecer desde bem antes. O
primeiro custo que as empresas possuem é o custo de investimento, ou seja, os gastos realizados pela
empresa para que determinado projeto possa ser iniciado.
Depois de iniciado o projeto, não existe mais o custo com os investimentos. A partir daí,
com o funcionamento, existem dois tipos de custos: os custos fixos e os custos variáveis.
Em economia, por definição, os custos variáveis são aqueles ligados à produção de
determinado produto. Assim, número de funcionários, gastos com matérias-primas, energia,
telefone, todos esses gastos estão sobre o mesmo grupo de custos variáveis.
Por outro lado, os custos fixos são os gastos que não têm ligação com a produção. Nesse
grupo, podemos incluir gastos com aluguéis, IPTU, segurança, etc. Note que, nesse caso,
independente do que a empresa produza, ela sempre terá o mesmo valor a ser pago.
A diferença entre receitas e custos é o que chamamos de lucros da empresa. Esses lucros
são importantes de serem conhecidos já que é a partir deles que nós iremos começar a estudar a
viabilidade dos projetos. Lembre-se de que não é porque uma determinada empresa produz lucros
positivos que eu direi que ela é economicamente viável, é o que veremos no próximo item.

32
Competência 03

Lucro = Receita – custos

3.1.7 Análise Financeira de Retorno

Agora que nós já compreendemos todo o processo de elaboração de um projeto,


precisamos saber se ele é ou não econômico e financeiramente viável.
Para fazer isso, precisaremos analisar alguns índices criados para comparar determinados
tipos de projetos. O primeiro índice criado é o valor presente líquido. Vamos entender esse índice.

3.1.7.1 Valor Presente Líquido

Como nós vimos no caso das receitas, para fazer o cálculo do Valor Presente Líquido ou
VPL, precisaremos de um horizonte de tempo pré-determinado. Digamos, 10 anos. Assim, o valor
presente líquido mede qual o valor dos lucros de determinada empresa na data de hoje.
Explico melhor.
Imagine que uma empresa tenha que fazer um investimento de 100.000,00 e deseje saber
se os lucros que ela terá ao longo de 5 anos são suficientes para cobrir os gastos com esse
investimento. Assim, é preciso saber quais são os lucros nos 5 anos para fazer a comparação. Vamos
ver isso?

20 20 20 20 25

1 2 3 4 5

100

33
Competência 03

Para que você compreenda, a figura acima mostra os movimentos de lucros nos 5 anos
de projetos em mil reais. Veja que entre os anos 1 e 4, a empresa realizou um lucro (receita – custos)
de R$ 20.000,00 e no ano 5, ela realizou um lucro de R$ 25.000,00 (por hipótese, os R$ 5.000,00
adicionais são originados do VR).
Como nós já vimos acima, o valor presente líquido verifica se o somatório dos custos é
suficiente para cobrir o dispêndio com o investimento. É como se nós desejássemos saber se o
dinheiro voltará para a conta da empresa depois da operação do projeto.
Um olhar desavisado diria que sim. Ora, se eu somar, 20.000 + 20.000 + 20.000 + 20.000
+ 25.000 = 105.000! Como os investimentos foram de 100.000, logicamente, teremos um valor
positivo de R$ 5.000,00. Ou seja, além de pagar os investimentos, ainda sobra R$ 5.000,00 para as
contas da empresa!
Contudo, o procedimento não é tão simples. Quando se fala em matemática financeira,
eu não posso comparar dois valores em tempos diferentes. Para isso, eu preciso colocar todos os
valores no mesmo tempo.
Assim, e somente dessa forma, eu posso comparar os valores.
Para colocar todo mundo, na mesma data, vamos fazer o seguinte procedimento
matemático:

𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒 =
(1 + 𝑖)𝑡

Em que o valor nominal seria o valor no período final, “i” é a taxa de juros, “t” é o número
de períodos a ser considerado. Veja que a taxa de juros em que traremos os valores nominais para o
período 0 é arbitrária, mas, na maior parte dos projetos, utiliza-se 12% a.a. (ao ano) como uma taxa
mínima de atratividade.
 Definir taxa mínima de atratividade
Com isso, poderemos trazer o valor do ano 4, por exemplo, para o ano 0 e, fazendo isso
com todos os períodos, poderíamos finalmente ter o somatório dos lucros no valor presente.
Vamos fazer para cada período separadamente.
Colocando o valor do ano 01 em termos de valor presente no ano 0, teríamos:

34
Competência 03

𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 20.000


𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒(𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 1) = = = 17.857,14
(1+𝑖)𝑡 (1+0.12)1

Fazendo o mesmo para o período 2:


𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 20.000
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒(𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 2) = = = 15.943,88
(1+𝑖)𝑡 (1+0.12)2

Seguindo para os períodos 3, 4 e 5 teríamos os seguintes valores:


𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 20.000
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒(𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 3) = = = 14.235,60
(1+𝑖)𝑡 (1+0.12)3
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 20.000
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒(𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 4) = = = 12.710,36
(1+𝑖)𝑡 (1+0.12)4
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 25.000
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑃𝑟𝑒𝑠𝑒𝑛𝑡𝑒(𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 5) = (1+𝑖)𝑡
= (1+0.12)5
= 14.185,67

Para obter o valor presente líquido basta somar os valores presentes de todos os
períodos e comparar com o valor do investimento inicial. Dessa forma:
Somatório dos valores presentes dos lucros = 74.932,65
Subtraindo desse valor o montante do investimento realizado, temos que:
74.932,65 – 100.000,00 = -25.067,35.
Em apenas uma fórmula, teríamos o seguinte:

𝒗𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍
Valor presente líquido = ∑𝒏
𝒕=𝟏 - Investimento
(𝟏+𝒊)𝒕

Ou seja, se compararmos todos os valores em termos presentes, temos que os valores


dos lucros não ultrapassam o valor do investimento implementado. Dessa forma, o projeto não pode
ser considerado viável do ponto de vista financeiro através do critério do Valor Presente Líquido.
Quando o projeto é viável do ponto de vista do VPL? Quando ele apresenta pelo menos o
valor zero. Ou seja, o somatório dos lucros precisa pagar pelo menos o investimento. Caso o valor
seja positivo, além de pagar os investimentos, o empresário ainda terá lucros reais com a aplicação.

35
Competência 03

EXERCÍCIO 1
Imagine que uma empresa deseja abrir uma nova padaria e uma consultoria foi contratada para
realizar um estudo de viabilidade de um projeto com vida útil de dois anos e investimento inicial de
R$ 1.000.000,00.
O custo de oportunidade é de R$ 20% a.a e foram estimados os fluxos de entrada abaixo:
Ano 1 - R$ 450.000,00
Ano 2 - R$ 810.000,00
Considerando que será utilizado o VPL como critério para tomada de decisão, pode-se afirmar que
o projeto
a) é viável, com VPL positivo de R$ 260.000,00.
b) é viável, com VPL positivo de R$ 50.000,00.
c) não é viável, com VPL negativo de R$ 62.500,00.
d) não é viável, com VPL negativo de R$ 262.000,00.
e) é viável, com VPL igual a 0.

Essa questão é muito boa porque introduz um termo que nós ainda não tínhamos visto:
custo de oportunidade do investimento. Toda vez que se falar em custo de oportunidade do
investimento, estaremos falando em taxa de juros que eu ganho se eu não aplicar o meu dinheiro
nesse investimento, mas em um fundo de renda fixa, digamos.
Assim, para que o projeto seja, pelo menos, tão bom quanto o custo de oportunidade,
precisaremos descontar o valor presente não considerando à taxa mínima de atratividade como
fizemos antes, mas precisaremos descontar com a taxa do custo de oportunidade.
Substituindo na fórmula acima, teremos:
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙
Valor presente líquido ∑𝑛
𝑡=1 – Investimento
(1+𝑖)𝑡

Substituindo os valores, teríamos o seguinte:


450.000 810.000
Valor presente líquido + – 1.000.000
(1+0,20)1 (1+0,20)2

Resolvendo as contas, teremos o seguinte:


450.000 810.000
Valor presente líquido – + – 1.000.000
1,20 1,44

Valor presente líquido =375.000 + 562.500 – 1.000.000

36
Competência 03

Valor presente líquido =937.500 – 1.000.000

Valor presente líquido = - 62.500

Ou seja, o projeto apresentou um VPL negativo, o que torna o projeto não viável,
exatamente o que está mostrado na alternativa C.
Uma coisa importante é que, para um aluno desavisado, a letra (A) é um indicador de
erro. Veja que, na alternativa, a questão simplesmente somou os dois valores! Assim, como 450.000
+ 810.000 = 1.260.000,00, segundo essa letra, o VLP seria positivo em 260.000, levando o projeto,
equivocadamente, à viabilidade!
Fique atento ao conceito!
Logicamente, o VPL não é o único critério utilizado na análise de projetos. Mais dois
indicadores: Taxa Interna de Retorno (TIR) e Pay back são estudados para se decidir qual projeto
deverá receber determinado investimento.
Vejamos a TIR.

3.1.7.2 Taxa Interna de Retorno

Imagine que o VPL de um determinado projeto seja, exatamente, Zero. Ou seja, o valor
presente dos lucros é exatamente o necessário para cobrir o valor do investimento desembolsado
pelo empreendedor. Nesse caso, a taxa de juros que faz com que isso seja verdade se chama taxa
interna de retorno.
Matematicamente:

𝒗𝒂𝒍𝒐𝒓 𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍
0 = ∑𝒏
𝒕=𝟏 - Investimento
(𝟏+𝒊)𝒕

É importante que você note que à medida que o número de períodos aumenta, o cálculo
da TIR se torna mais complicado e, muitas vezes, precisa da ajuda de uma calculadora.

37
Competência 03

EXERCÍCIO 4 – CONTEXTUALIZAR PERGUNTA


O gráfico abaixo mostra o fluxo financeiro associado à abertura de uma segunda padaria. As
despesas são representadas por setas para baixo, a partir do eixo do tempo, e seus valores têm
sinal negativo. Os recebimentos são representados por setas para cima e seus valores têm sinal
positivo.

Figura 3 - Fluxo de caixa


Fonte: Elaboração própria
Descrição: Fluxo de caixa empresarial

A taxa interna de retorno desse investimento, em % por período, é


a) menor que 3%.
b) 3%.
c) maior que 3%.
d) nula.
e) igual ao número de períodos.

Aqui, não tem o que fazer. Colocar uma expressão de 5º grau daria muito mais trabalho
do que resolver item a item cada alternativa até encontrar a letra correta.
Nesse caso, vamos para a alternativa (A). Ela afirma que a TIR é menor que 3%. Veja que
essa alternativa dá para ir amarrada com a alternativa (D), ou seja, se a TIR foi igual a zero, ela será,
necessariamente, menor que 3%. Assim, para ganhar tempo, vamos dizer que, por hipótese, a TIR é
0%.
Substituindo a TIR por 0, teríamos o seguinte:
3 3 3 3 103
0= + + + + – 100
(1+0)1 (1+0)2 (1+0)3 (1+0)4 (1+0)5

Essa continha aqui é bem mais fácil porque, na verdade, estamos dividindo todo mundo
por 1!

38
Competência 03

Dessa forma, organizando a conta, temos o seguinte:


0 = 3 + 3 + 3 + 3 + 103 – 100
Ou
0 = 15
Como isso não é verdade, as alternativas (A) e (D) estão erradas.
Veja que dá para fazer algo semelhante com as letras (C) e (E). Ora, se a TIR for de 5%, ela
será necessariamente maior do que 3%. Logo, para verificar se as alternativas estão corretas, vamos
substituir a taxa por 5%. Dessa forma:
3 3 3 3 103
0= + + + + – 100
(1+0,05)1 (1+0,05)2 (1+0,05)3 (1+0,05)4 (1+0,05)5

Fazendo as operações, teremos o seguinte:


3 3 3 3 103
0= + + + + – 100
(1,05)1 (1,1025) (1,1576) (1,2155) (1,2763)

0 = 2,86 + 2,72 + 2,59 + 2,47 + 80,70 – 100


0 = 91,34 – 100
0 = -8,66
Como isso não é verdade, as letras (C) e (E) não são verdadeiras. Logo, nos sobrou a letra
(B) como verdade. Vamos conferir isso?
3 3 3 3 103
0= + + + + – 100
(1+0,03)1 (1+0,03)2 (1+0,03)3 (1+0,03)4 (1+0,03)3
3 3 3 3 103
0= + + + + – 100
(1,03)1 (1,0609) (1,0927) (1,1255) (1,1593)

0 = 2,91 + 2,83 + 2,75 + 2,67 + 88,84 – 100


0 = 100 – 100
0=0
Ou seja, a TIR desse projeto deve ser exatamente de 3%!

3.1.7.3 Payback

Dos três indicadores utilizados para analisar projetos, o payback é, disparado, o mais
simples de todos! Ele mede quanto tempo será necessário para que o fluxo de lucros possa pagar o
projeto.

39
Competência 03

Em sua versão geral, para medir o pay (pagamento) back (volta), soma-se todos os lucros
até que o montante seja o suficiente para pagar o valor do investimento. Assim, nesse método, não
é preciso nem colocar para o valor presente, basta somar os valores nominais dos lucros e verificar
em que ponto esse valor se sobrepõe aos investimentos.
Outra versão do payback se chama payback descontado. A diferença entre os dois é que
enquanto o primeiro considera o valor nominal dos lucros, o segundo considera os valores presentes.
Ou seja, antes de somar os lucros, eu preciso colocá-los no presente, exatamente como nós vimos no
caso do VPL.
 Colocar uma tabela para os dois tipos de payback.

EXERCÍCIO 3 – CONTEXTUALIZAR E REFAZER


Imagine que uma empresa esteja decidindo entre dois projetos de investimento: uma granja ou
uma padaria. Comparando dois projetos de investimento, aquele com menor período de pay back
a) gera liquidez mais rapidamente.

b) exige maiores investimentos iniciais.


c) tem maior taxa interna de retorno.
d) tem maior valor presente líquido.
e) tem menor tamanho.

Finalmente, chegamos à última questão sobre análise de projetos.


Veja que na questão estamos analisando dois projetos com payback distintos. Como eu
faço a comparação entre eles?
Aquele que tem o menor payback tem que ter qualidade? Ele consegue pagar o
investimento mais rapidamente que o outro, não é isso? Ele precisará de menos tempo para se pagar!
Logo, a alternativa correta é a letra (A)!
A letra (B) e a letra (E) são incorretas, pois não é possível afirmar nada sobre os
investimentos da empresa. Veja que a questão não dá nenhum suporte para isso.
Em seguida, tanto a letra (C) quanto à letra (D) são falsas porque não há qualquer relação
entre payback, TIR e VPL! Compreendido?

40
Competência 03

GABARITO: A
Bem, chegamos ao final do nosso capítulo. Nele, buscamos entender que nem sempre
uma boa ideia é algo viável de ser realizada. Para verificar se o projeto é viável, é necessário, acima
de qualquer coisa, entender o comportamento do cliente, entender o funcionamento da empresa
para, finalmente, analisar os indicadores de viabilidade dos projetos. Lembre-se de que os
indicadores mais importantes são: VPL, TIR e payback!

41
Competência 04

4.Competência 04 | Ler e Compreender Indicadores Financeiros


Nesse encontro, vamos falar não sobre os indicadores contábeis, vistos no módulo
anterior. Aqui, vamos apontar quais os principais indicadores que deverão ser acompanhados de
perto pelo gestor financeiro de qualquer empresa. Vamos ao primeiro deles?

4.1 Análise do Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio, também conhecido como ponto de ruptura, ponto crítico, ponto
de nivelamento, ponto de quebra ou break even point, busca identificar o nível de faturamento que,
uma vez alcançado, consiga cobrir todos os custos e despesas operacionais da empresa (custo total),
ou seja, é o nível de faturamento que proporcionará resultado zero (nem lucro nem prejuízo).
Assim, podemos demonstrar o ponto de equilíbrio através da seguinte equação:

Para faturamento:
PE = Custo Fixo + Desp. Operac. / % de Margem de Contribuição
Para volume:
PE = Custo Fixo + Desp. Operac. / M. de Contribuição Unitária
Onde:
% de Margem de Contribuição = (Receita Líquida – Custo Variável) / Receita Líquida.
Exemplo:
Preço de Venda unitário: R$ 45,00

Custo Variável unitário: R$ 35,00

Margem de Contribuição: ((45,00 – 35,00)/45,00) = 0,222
Custos Fixos e Despesas: R$12.000,00

Logo:
PE = 12.000,00 / 0,222 = 54.000,00
Volume = 54.000 / 45 = 1.200
Provando:
Receita Total: R$54.000,00
Custos Variáveis: R$(42.000,00)

42
Competência 04

Custos Fixos: R$(12.000,00)


Resultado: - 0 –

4.2 Margem de contribuição

De acordo com Perez Junior et al (2012, p.28)


“Margem de contribuição é um conceito de extrema importância para o custeio variável
e para a tomada de decisões gerenciais. Em termos de produto, a margem de contribuição é a
diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis.”
Ainda de acordo com os autores, pode-se entender a margem de contribuição como a
parcela do preço que ultrapassa os custos e despesas variáveis e contribuirá para pagar os custos e
despesas estruturais da empresa representados pelos custos fixos e despesas operacionais.
Exercício:
Suponha que, com base no exemplo anterior, a empresa (1) aumente os custos fixos para
$15.000; (2) aumente o preço para $50,00; (3) aumente o custo variável para $38,00 e (4) implemente
as três situações ao mesmo tempo. Qual será o novo ponto de equilíbrio para cada situação?
A empresa JPA pratica preço de $10,00 por unidade, vende 15.000 unidades do produto
J, os impostos sobre as vendas são de 20,65%, os custos variáveis representam 50% do preço bruto e
os custos fixos totalizam R$45.000. Os custos variáveis são assim distribuídos:
M. Prima = 60%
Energia = 15%

Outros insumos = 35%
A empresa pretende adquirir uma nova máquina que irá reduzir as perdas das matérias-
primas, diminuindo em 10% o seu custo e em 15% a energia. Para isso, a máquina a ser comprada
custará R$100.000,00, tendo vida útil de 10 anos e depreciada de forma linear. Com base nessas
informações, a empresa espera poder reduzir seu preço em 10%. Você acha que a empresa poderá
fazer esse desconto? Qual o ponto de equilíbrio antes e depois das mudanças?
O ponto de equilíbrio econômico representa o nível de produção e vendas em que o lucro
líquido do exercício é pré-determinado. O lucro pré-determinado é aquele esperado como o valor
mínimo necessário para manter o negócio, que pode ser representado pelo custo de oportunidade.

43
Competência 04

Podemos realizar esta tarefa, a partir de uma DRE do final para o início, conforme Quadro
abaixo:

ITENS $ EXPLICAÇÃO
Lucro Líquido Esperado(LLE) 8.000 Definição da eEmpresa
I. Reda e C. Social 20% Alíquota Ilustrativa
Lair 10.000 LLE+IR
Despesas não Operacionais (6.780) Despesas Financeiras
Lucro Operacional 16.780 LAIR+ Desp. não Operacionais
Gastos Operacionais não (55.400) Representados pela Depreciação
Desembolsáveis
Gastos Operacionais Desembolsáveis (134.247) Demais Gastos Operacionais Fixos
Margem de Contribuição Esperada 206.427 Lucro Operacional+Gastos Operacionais
Figura 4 - DRE do final para o início
Fonte: Perez Junior et al. (2012, p.203).
Descrição: Descrição dos itens e explicação dos quadros.

O ponto de equilíbrio de caixa ou financeiro busca identificar o volume de faturamento


necessário para cobrir toda a necessidade de caixa da empresa.
O ponto de equilíbrio de caixa pode ser de forma parcial ou total.
O parcial é representado pelo saldo de caixa igual a zero enquanto o total é representado
por um determinado valor de saldo de caixa pretendido.
A necessidade de caixa é representada por todo o tipo de despesa que represente saída
de caixa.
Toda despesa representa saída de caixa?
Assim, podemos demonstrar o ponto de equilíbrio de caixa parcial através da seguinte
equação:
Para faturamento:
PE Vendas = Custo fixo + Despesas (desembolsáveis) / % margem de contribuição
Para volume:
PE Volume = Custo fixo + Despesas (desembolsáveis) / Margem de contribuição unitária

Formação de preços
O preço é uma prerrogativa do mercado. Isto não quer dizer que à empresa resta assumir
uma postura de passividade nesta questão.

44
Competência 04

Os preços devem ser estabelecidos de forma a refletir continuamente as mudanças e


condições do mercado.
Primeiro, porque os preços são ditados pelo mercado em faixas; segundo, a empresa deve
conhecer suas possibilidades de manobras dentro da amplitude de preços que a clientela aceita
pagar.
Normalmente as determinações de preços seguem orientações gerais, sendo elas tanto
internas como externas. Internamente, seguem as orientações no que se refere aos custos,
proporcionando, dessa forma, o que se pode chamar de piso. Externamente, seguem-se as
orientações do mercado e se tem o teto.
A determinação de preços deve atender aos seguintes objetivos:
 Concentrar-se no retorno sobre o investimento. 

 Concentrar-se na participação no mercado. 

 Maximizar lucros de curto e longo prazo. 

 Obter crescimento nas vendas. 

 Transmitir um tipo de imagem. 

 Dessensibilizar os clientes em relação ao preço. 

 Ser líder em preços. 

 Usar o preço de um determinado produto para vender outros produtos da linha. 

 Desencorajar os concorrentes a diminuir preços. 

 Gerar volume com o intuito de reduzir custo médio. Metodologias de formação de
preços.
Formação de preços com base nos custos:
 Simplicidade: não preocupação com a demanda e maior facilidade de ajustar os preços;

 Segurança: usando os custos como base, torna-se mais seguro definir preços com base
nos custos do que com base nas oscilações da demanda; 

 Justiça: o preço acima dos custos é mais justo tanto para vendedores como para
compradores, pois o vendedor obterá um retorno adequado sobre seus investimentos e
esforços. 


45
Competência 04

 Os maiores problemas, relacionados com a formação de preços via custos, consistem


na não consideração da demanda e da concorrência. 
De acordo com Bruni e Fama
(2004), além dos custos, o processo de formação de preço está ligado às condições do
mercado, ao nível de atividade e à remuneração do capital investido. De acordo com os
autores, o preço deve permitir à empresa a maximização do lucro, com a melhor
qualidade possível, atender às necessidades dos clientes e otimizar os níveis de produção.

Limitações da fixação do preço com base nos custos: 

a) Não considerar a elasticidade da procura; 

b) Não se ajustar de forma imediata às condições do mercado; 

c) Não considerar preços dos concorrentes (não indica se a empresa é eficiente ou não);
d) Não fazer distinções entre custos fixos e variáveis;

Modelos de formação de preços


A formação de preços via markup visa embutir margem esperada no negócio. Esta
margem é expressa através de um fator, que pode ser um multiplicador ou divisor que, quando
multiplicado ou dividido pelo custo do produto, redundará no preço final.
Como exemplo, tem-se o seguinte: custo equivalente a $10,00; margem equivalente a
30%. O fator será (no caso do divisor) 1-0,30, que será igual a 0,70. Este, por sua vez, será aplicado da
seguinte forma: 10,00 / 0,70 = 14,29.
A formação de preços via retorno-alvo é feita através do ROI (retorno sobre o
investimento) desejado pela empresa. A empresa calcula qual será o retorno esperado pelo
investimento realizado. O cálculo é realizado da seguinte forma:
Custo unitário + ((retorno em % sobre o investimento) / unidades vendidas)
Exemplo: 10,00 + ((20% x 1.000.000) / 50.000) = 14,00

46
Conclusão
Com a análise dos principais indicadores financeiros, concluímos a nossa competência e
o nosso módulo! Espero que você tenha aproveitado e tenha visto que finanças corporativas não é
difícil e pode ainda ser determinante para o sucesso da sua empresa!
Espero ainda que vocês coloquem em prática tudo o que foi visto no material na vida de
vocês!

47
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53
Minicurrículo do Professor

Amanda Aires

Economista pela Universidade Federal de Pernambuco com extensão universitária na


Universität Zürich, na Suiça. Mestra em Economia também pela UFPE com dissertação premiada no
III Prêmio de Economia Bancária pela Federação Brasileira de Bancos. Doutora em Economia pela
Universidade Federal de Pernambuco com extensão na Université Laval, Canadá. Assessora de
Economia do Governo do Estado de Pernambuco, Economista-Chefe da Asset Beclly Management
Investment e autora de livros em economia. Comentarista de Economia da rádio CBN.

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