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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH

Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro


Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
LICENCIATURA EM HISTÓRIA
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, FÍSICA,
MATEMÁTICA E QUÍMICA
PEDAGOGIA PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

EAD - UNIRIO/CEDERJ

PRIMEIRA AVALIAÇÃO PRESENCIAL- 2011.1

DISCIPLINA: PORTUGUÊS INSTRUMENTAL

Coordenação: Profª. Drª. Diana Pinto, Profª. Drª. Evelyn Orrico, Profªa. Drª.
Lucia Moutinho
Nome:
Matrícula:
E-mail:
Telefone:
Pólo: Curso:
Cidade em que reside:

Caro (a) aluno (a):

Essa é a sua primeira avaliação presencial. Leia os enunciados com


atenção e procure ser claro e objetivo na elaboração de suas respostas.
Leia as Instruções abaixo:

• Você vai encontrar 5 questões nesta prova;


• Leia atentamente todas as questões;
• Escreva com letra legível;
• Revise suas respostas e verifique se as ideias estão claras;
• Esta avaliação é individual e sem consulta;
• Responda com caneta azul ou preta.
Boa prova!!!
1. Acentue as palavras destacadas, caso haja necessidade, e indique-
lhes a classe gramatical:

a) Ele é um tocador de citara.

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b) Alguém já citara esses versos antes.

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c) Esta porta é imbuia.

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d) Esta porta esta muito velha.

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Valor:1,0.

Respostas:
a) cítara – substantivo.
b) citara – verbo.
c) Esta – pronome.
d) está – verbo.

2. Reescreva os períodos a seguir, pontuando-os adequadamente:

a) Parei percebi a falta de combustível e estacionei


b) Chamava-se João o amigo José
c) Maria exclamou cala a boca
d) Você vai notar uma coisa as visitas à biblioteca vão ficar mais frequentes

a)............................................................................................................................

b)............................................................................................................................

c)............................................................................................................................

d) ...........................................................................................................................

Valor: 1,0

Respostas:
a) Parei, percebi a falta de combustível e estacionei.
b) Chamava-se João; o amigo, José.
c) Maria exclamou: – Cala a boca!
d) Você vai notar uma coisa: as visitas à biblioteca vão ficar mais freqüentes.

3. Leia o trecho extraído do quarto capítulo do romance Triste fim de


Policarpo Quaresma de Lima Barreto, disponível na internet em textos
literários em meio eletrônico:

IV Desastrosas consequências de um requerimento

Os acontecimentos a que aludiam os graves personagens reunidos em


torno da mesa da sala, na tarde memorável da festa comemorativa do
pedido de casamento de Ismênia, se tinham desenrolado com rapidez
fulminante. A força de ideias e sentimentos contidos em Quaresma se
havia revelado em atos imprevistos com uma sequência brusca e uma
velocidade de turbilhão. O primeiro fato surpreendeu, mas vieram outros e
outros, de forma que o que pareceu no começo uma extravagância, uma
pequena mania, se apresentou logo em insânia declarada.
Justamente algumas semanas antes do pedido de casamento, ao
abrir-se a sessão da Câmara, o secretário teve que proceder à leitura de
um requerimento singular e que veio a ter uma fortuna de publicidade e
comentário pouco usual em documentos de tal natureza.
Era assim concebida a petição:
"Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de
que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também de que,
por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das
letras, se veem na humilhante contingência de sofrer censuras ásperas
dos proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os
autores e os escritores, com especialidade os gramáticos não se
entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se, diariamente, surgir
azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma,
usando do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o
Congresso nacional decrete o tupi-guarani como língua oficial e nacional
do povo brasileiro.
O suplicante, deixando de parte os argumentos históricos que militam
em favor de sua idéia, pede vênia para lembrar que a língua é a mais alta
manifestação da inteligência de um povo, é a sua criação mais viva e
original; e, portanto, a emancipação política do país requer como
complemento e consequência a sua emancipação idiomática.
Demais, Senhores congressistas, o tupi-guarani, língua originalíssima,
aglutinante, é verdade, mas a que o polissintetismo dá múltiplas feições
de riqueza, é a única capaz de traduzir as nossas belezas, de pôr-nos em
relação com a nossa natureza e adaptar-se perfeitamente aos nossos
órgãos vocais e cerebrais, por ser criação de povos que aqui viveram e
ainda vivem, portanto possuidores da organização fisiológica e
psicológica para que tendemos, evitando-se dessa forma as estéreis
controvérsias gramaticais, oriundas de uma difícil adaptação de um língua
de outra região à nossa organização cerebral e ao nosso aparelho vocal –
controvérsias que tanto empecem o progresso da nossa cultura literária,
científica e filosófica.
Seguro de que a sabedoria dos legisladores saberá encontrar meios
para realizar semelhante medida e cônscio de que a Câmara e o Senado
pesarão o seu alcance e utilidade
Pede e Espera deferimento."
Considerando que:
a) nós, brasileiros fomos bilíngues, isto é, falantes de português e tupi-guarani,
até meados do século XVIII, quando o Marquês de Pombal, estadista e líder
político da Coroa Portuguesa, decretou a proibição desta língua nativa da fala
brasileira;
b) o jesuíta e catequista, Padre José de Anchieta, no século XVI, para
comunicar-se com os índios, aprendeu o tupi e sistematizou seus
conhecimentos do idioma nativo na Arte da gramática da língua mais usada na
costa do Brasil;
c) a proposta do major Policarpo é um tanto ou quanto estapafúrdia, embora
fundamentada;

Solicitamos-lhe que argumente a favor ou contra a posição de


Policarpo Quaresma, em um parágrafo de 10 linhas, a ser introduzido e
concluído com uma frase declarativa.
Valor: 3,0.
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Aludiam. Verbo aludir – fazer alusão a algo, fazer referência a algo.


Contingência. Eventualidade, possibilidade de que algo aconteça ou não./ Filos. Condição de
toda coisa existente ser criada, ser condicionada.
Deferimento. Ato de deferir, despachar favoravelmente ao que se pede em requerimento,
conceder, outorgar, atender, ceder.
Insânia. Loucura, demência.
Polissintetismo. Possibilidade de algo ser muito sintético.

Comentário

Propôs-se com a questão uma reflexão a respeito de língua e


linguagem, presente nas Aulas 1, 2 e 3:
A.1 – O que é escrever bem? – Sobre diversidade linguística e norma culta, em
que há um trecho e verbete sobre Lima Barreto.
Aula 2 – O que é interpretar textos? A questão propõe uma interpretação do
texto dado.
Aula 3 – Prática de leitura e escrita – Aponta para o caráter polissêmico e
transformador do texto, daí a possibilidade de suscitar mais de uma
interpretação.
A questão contempla ainda as Aulas 4, 10, 12, 13, 14, 19 e 20:
Aula 4 – Contar uma história, contar a estória – O trecho de Lima Barreto está
impregnado da história brasileira, na figura de uma personagem de ficção, e
leva-nos a um confronto entre passado e presente.
Aula 10 – Da oralidade à escrita 2 – Sobre discursos oficiais e formais tal como
o requerimento de Policarpo Quaresma.
Aula 12 – Iniciando o diálogo: cujos objetivos são "avaliar e reconhecer a
importância de dialogar com o autor do texto antes de produzir textos escritos"
e "produzir textos a partir de fontes escritas" (MORI, M. Português Instrumental.
Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2009. p. 161).
Aula 13 – A flor do Lácio, as estrelas e o diálogo: com o objetivo de, entre
outros, "reconhecer a importância de dialogar com o autor do texto" (MORI,
2009. p. 179).
Aula 14 – Frase, oração, período – Pede-se frase declarativa no início e fim do
parágrafo.

Aulas 19 e 20 (sobre paráfrase), à medida que se pode parafrasear o texto


dado e os itens a, b e c do enunciado da questão.

Possíveis respostas

Se se concordar com a proposta, estilizam-se os argumentos de


Policarpo (guardado o exagero conceitual), como em uma paráfrase, embora
estejam eles carregados de ironia em relação aos gramáticos. Parece o próprio
narrador desconfiar da veracidade da proposta do protagonista.

Concordo com Policarpo Quaresma, porque o tupi-guarani era uma


língua autóctone, usada pelos verdadeiros donos da terra brasileira, calados,
enfraquecidos e dizimados, a partir da colonização portuguesa. Perdido esse
idioma, que sobrevive hoje em alguns topônimos e em certo vocabulário,
perdeu-se toda uma tradição cultural, apagou-se a diversidade étnica e
linguística do Brasil colonial. Tratando-se de um bem cultural, a proibição do
tupi-guarani no século XVIII só contribuiu para enfraquecer a cultura brasileira.
Ou: Não concordo com Policarpo Quaresma, porque considero a sua
proposta absurda na altura em que estamos. Se o idioma tupi-guarani foi
proibido e perdido, adquiriu-se por outro lado a língua portuguesa, originária do
latim, com toda a sua herança cultural (cf. Aula 1, p. 9). Com a proibição
daquela no século XVIII, a língua portuguesa passou a ser a expressão
linguística em todo o Brasil, o que terá contribuído para a união nacional e
desenvolvimento da cultura brasileira sob outra vertente. É a língua que inspira
os autores da literatura brasileira e letristas da nossa riquíssima música
popular.

Recomendações:
a) considerar respostas a partir de 5 linhas;
b) descontar 0,5 se não houver frase declarativa na introdução e na conclusão
do parágrafo;
b) descontar 0,25 por incorreções gramaticais, falha de coesão e coerência,
ausência de argumentos.

4. Atribua um título sugestivo ao seu texto. Valor: 1,0.


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Recomendação: O título deve ser coerente com a proposta do aluno.


Possíveis títulos: Uma proposta interessante.
Ou: Uma proposta estapafúrdia.

5. Parafraseie os trechos dados nas linhas pontilhadas adiante. Não se


esqueça de mencionar o autor e o ano da publicação.

a) O ato de ouvir é uma importante atividade de comunicação e precisa ser


desenvolvido, pois é um processo mental, voluntário e não pode ser ordenado.
A maior parte do tempo em que se realiza a comunicação é gasto ouvindo, e é
justamente a habilidade que se deve desenvolver mais, exercitando-a
constantemente.
Evidencia-se a necessidade de se estabelecer um diálogo com os
autores dos textos lidos, a fim de que haja um aprimoramento na compreensão
desses textos.
MORI, Marcio. A flor do Lácio, as estrelas e o diálogo. Português
Instrumental. v. 1. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2009. p. 195.
[adaptado].
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b) Paragrafar um texto é ordená-lo de acordo com um encadeamento de
ideias. Não é, portanto, algo aleatório, ou que se ajusta apenas pela visão. É
também um procedimento auditivo, uma vez que imprime um silêncio ao correr
da pena e do pensamento. Há vários tipos de parágrafos, desde os mais
extensos aos de apenas uma linha. Em todos eles, notamos a presença de
uma ou mais ideias centrais ou núcleos.

MARQUES, Christiano; VALLE, Camila do. Paragrafando: por que, como


quando. Português Instrumental. v. 1. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ,
2009. p. 135. [adaptado].

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Valor: 4,0.

Recomendação: descontar 0,5 pela ausência de menção aos autores dos


trechos dados e 0,25 por incorreções gramaticais e falhas de coesão e
coerência.

Paráfrases possíveis:

a) Segundo Mori (2009), a compreensão de um texto exige que o ouçamos, isto


é, que dialoguemos com ele, pois o ouvir é a habilidade que mais tempo nos
ocupa durante a atividade de comunicação. Por isso, devemos aprimorá-la.

b) De acordo com Marques e Valle (2009), a paragrafação de um texto não


corresponde apenas a seu aspecto visual, em que se notam desde parágrafos
de apenas uma linha aos mais extensos. Paragrafar exige também um esforço
auditivo para que se encadeiem as ideias centrais ou núcleos adequadamente.

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