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APLICAÇÃO DO ARCO DE OGIVA LANCEOLADA NA

ARQUITETURA DE JUIZ DE FORA:


IGREJA METODISTA CENTRAL1

Ana Paula Silva Lemos


Natalia Cristina Dias
Richarles Jesus dos Santos
Tais C. Gonçalves Palmieri
Thiago Sacramento Ferreira

Resumo
O presente trabalho enfoca a aplicação do Arco de Ogiva na Arquitetura de Juiz
de Fora. Com ênfase no estudo da Ogiva Lanceolada, será analisada a aplicação
deste arco na construção da Igreja Metodista Central da cidade.

Palavras-chave: arcos arquitetônicos, ogivas lanceoladas, Igreja Metodista de Juiz


de Fora

Introdução
O estilo gótico apareceu na França, nos fins do século XII e expandiu-se,
então, pela Europa Ocidental, mantendo-se até a Renascença, ou seja, até o
século XIV, na Itália, e até o século XVI ao norte dos Alpes. Uma das
características principais do estilo gótico é o Arco de Ogiva, embora este apareça
também em outros estilos.
Durante o período Românico, o Arco de Ogiva aparece nos lugares onde
existe influência sarracena. Os arquitetos da catedral românica de Monreale
utilizaram-no frequentemente. O Românico espanhol, e mesmo o provençal,
empregaram o Arco de Ogiva. Por outro lado, num edifício tão gótico como a
Catedral de Chartres, as janelas da clarabóia da nave são de arco de volta inteira,
salvo nas suas sub-divisões, assim como os arcos diagonais da Catedral de
Notre-Dame em Paris. (UPJOHN et. al., 1975)

1
Trabalho de conclusão de curso da disciplina Desenho Geométrico Aplicado às Artes, primeiro
semestre letivo de 2000
História da Igreja Metodista

A Igreja Metodista surgiu na Inglaterra, no século XVIII, como ramo da Igreja


Anglicana. Fundada pelo Reverendo João Wesley, pastor anglicano, a Igreja
Metodista migrou para os Estados Unidos e, posteriormente, para o Brasil,
instalando-se no Rio de Janeiro em 1835.
Em 1884, o movimento Metodista começou em Minas Gerais, em Juiz de
Fora, com o Reverendo J.L. Kennedy, para iniciar um trabalho de pregação do
Evangelho. No mesmo ano, numa casa alugada, a de número 10 na Rua
Imperatriz ( hoje Rua Marechal Deodoro ), esquina com Santo Antônio, iniciou-se
com um bom grupo, o estudo da Bíblia. Mais tarde, começaram a se reunir na
Escola Dominical, num galpão à Rua Bernardo Mascarenhas, em frente ao
Curtume Krambeck.
Em 1885, chega a Juiz de Fora o Reverendo Ranson que, vendo a
necessidade de outro espaço, compra a ex-capela Católica da Cia. União
Indústria à Rua Mariano Procópio, em frente ao quartel, na Quarta Brigada (1886).
Com o rápido crescimento da obra, fez-se preciso a construção de um novo
templo, que fora construído à Rua Imperatriz (onde hoje se encontra a ECT –
Empresa de Correios e Telégrafos); contudo, em pouco tempo se tornou
pequeno. Em 21 de agosto de 1904, sob o pastorado do Reverendo Charles A.
Long e com uma doação de 30.260 réis, iniciou-se uma campanha para a
edificação do atual templo, na Rua Marechal Deodoro, em frente ao Parque
Halfeld.
Com cerca de 20 anos de luta, conclui-se em 16 de outubro de 1927 o
primeiro templo Metodista de Minas Gerais e o terceiro do Brasil.
Hoje, o Movimento Metodista está presente em 24 estados do Brasil, sendo
dividido em 8 áreas. Cada área é coordenada por um Bispo. Em Juiz de Fora, são
9 igrejas e várias congregações nos diversos bairros da cidade. (Folder
Comemorativo, 1999)
O Arco de Ogiva

A Ogiva é um arco arquitetônico formado por duas seções circulares, que


se encontram na extremidade superior, formando um ângulo agudo. Também é
conhecida como Arco Ogival.
Os Arcos de Ogiva se dividem em dois tipos: as Ogivas de Ferradura e as
Ogivas Lanceoladas .

A arquitetura da Igreja Metodista central

A Ogiva Lanceolada marca o estilo arquitetônico do templo, estando


presente, tanto nos detalhes da fachada como em seu interior.
O hall de entrada, em formato retangular, comporta 5 arcos (3 na frente e 1
em cada lateral) apoiados em altas colunas, dando imponência à construção.
Representação Geométrica da Fachada do Hall da Igreja

As entradas de iluminação respeitam a forma ogival, sendo seus vitrais


trabalhadas dentro dos limites do arco. Com pequenas variações, tais elementos
arquitetônicos obedecem sempre a mesma proporção.
Conclusão

Atualmente, já quase entrando no século XXI, podemos observar que a


engenharia nos centros urbanos denota a praticidade dos edifícios e a
necessidade de se ocupar todo e qualquer espaço. Com essa incansável
preocupação, a arquitetura se faz geometricamente linear, precisa e, sobretudo,
fria. Já não há a importância em retratar nas construções uma beleza delicada,
mas sim, uma beleza futurista, moderna, onde tudo deve ser contemporâneo.

Se observarmos à nossa volta, ainda resistem algumas construções


antigas, que vêm sendo preservadas com cuidado.

Demos o exemplo da Igreja Metodista Central, que é um prédio grandioso,


antigo, que foi recentemente restaurado. Os Arcos de Ogiva Lanceolada
transmitem toda graça a este prédio, lembrando-nos que, apesar de toda a
linearidade de hoje, a geometria pode nos oferecer uma gama de opções para
que belas construções ainda possam ser edificadas, resgatando a delicadeza de
outras formas que não as retilíneas.

Bibliografia

PROENÇA, Graça. História da Arte.

Enciclopédia Cultural Larrousse. 2 ed., Rio de Janeiro: Delta, 1972, v.18.

UPJOHN, E. M. et. all. História Mundial da Arte. São Paulo: Bertrand, 1975, v.6

WEB SITES RELACIONADOS:

Igreja Metodista
- http://www.terravis1ta.pt/PortoSanto/1204/Assuntos%20Div.htm

MathWorld
http://mathworld.wolfram.com/TriangleArcs.html

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