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FIOS E PADRÕES

DE SUTURAS

DISCIPLINA DE TÉCNICA CIRÚRGICA


Prof. Emerson Antonio Contesini
Faculdade de Veterinária
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
FIOS DE SUTURA
• Histórico
– 3.500 anos A.C. já haviam referências
– 1.000 anos A.C. uso de mandíbulas de formigas
– Século IV A.C. uso de tendão
– Século II A.C., Galeno usou intestino de herbívoros
– Século XIX, Lister desinfetava os fios com ácido
carbólico
– I Guerra Mundial, grande salto na industrialização e
esterilização
– A partir da segunda metade do século XX, fios sintéticos
absorvíveis
SÍNTESE CIRÚRGICA

• A síntese cirúrgica é uma operação fundamental


que consiste na aproximação das bordas de
tecidos seccionados ou ressecados. Tem como
objetivo manter a continuidade tecidual e facilitar
as fases iniciais do processo de cicatrização. É
um processo obrigatório na maioria dos
procedimentos cirúrgicos.
• Para se garantir a eficácia do processo, deve-se
utilizar materiais que resistam às tensões e
trações que serão exercidas sobre a ferida nas
fases iniciais da cicatrização. A síntese cirúrgica,
juntamente com o processo de cicatrização,
constitui o meio pelo qual a continuidade do
tecido é restaurada, sendo que a missão da
primeira não deve terminar antes que a segunda
já esteja em pleno curso.
SÍNTESE CIRÚRGICA

Tem como função a aposição das bordas do ferimento,


facilitando a cicatrização e o processo de restauração.
Para tanto é necessário o uso de materiais como os fios
de sutura, sua agulhas etc.

Entende-se por síntese o conjunto de manobras manuais


e instrumentais, destinadas a unir os tecidos separados,
restituindo sua continuidade anatômica e funcional.
NORMAS PARA UMA BOA SUTURA
. anti-sepsia e assepsia corretas;
. união de tecidos de mesma natureza, de acordo com os
diferentes planos;
. hemostasia adequada;
. Abolição/redução dos espaços mortos;
. lábios ou bordas da ferida limpos e sem anfractuosidades;
. ausência de corpos estranhos ou de tecidos desvitalizados;
. emprego de suturas e fios adequados, realizados com
técnica apropriada.
• Características de um fio ideal
• Não existe um material de sutura ideal, porém alguns dos
que existem disponíveis possuem excelentes
propriedades.

– Ser confortável ao usar, ter boa segurança nos nós;


– adequada resistência tênsil;
– baixa reação tecidual;
– não provocar reações alérgicas e não ser
carcinogênico;
– não ser eletrolítico;
– não provocar nem manter infecção;
– deve manter a tensão de estiramento até
servir ao seu propósito, mantendo as bordas
das feridas aproximadas pelo menos até a fase
de proliferação;
– ser resistente ao meio no qual atua;
– se for absorvível, ter seu tempo de absorção
previsível;
– se for inabsorvível, que seja encapsulado sem
complicações;
– não ser capilar e sim monofilamentar;
– baixo custo.
Princípios a serem observados na
escolha de um material de sutura
• devem ser tão ou mais fortes do que os tecidos normais
através dos quais são colocadas;

• a pele e a fáscia são os tecidos mais fortes, sendo que o


estômago, intestino e bexiga urinária são os mais fracos;

• as suturas não são necessárias após a ferida ter


cicatrizado;

• as feridas viscerais cicatrizam rapidamente, mantendo a


tensão entre 14 e 21 dias, sendo que as suturas absorvíveis
são mais adequadas para estes tecidos.
• a fáscia e a pele cicatrizam com mais vagar, sendo as
suturas não absorvíveis as mais indicadas;

• suturas monofilamentares suportam mais contaminação do


que as suturas multifilamentares;

• suturas sintéticas são superiores às suturas naturais;

• ácido poliglicólico, poliglactina 910, polidioxanona, náilon


monofilamentar e polipropileno têm a menor incidência de
infecção quando usado em tecidos contaminados.

• as condições mecânicas das suturas devem ser similares a


dos tecidos a serem unidos.
NORMAS PARA EXECUÇÃO DE
SUTURAS
• Observar distância regular e segura de entrada e
saída da agulha em relação às bordas da ferida.

• Distribuir os pontos com espaçamento uniforme.

• Manter a regular perpendicularidade ou

paralelismo do trajeto da agulha em relação ao


eixo da ferida (quando for o caso).

• Evitar a confecção de nós sobre a linha

de cicatrização.
• Nos terminais de sutura, cortar o fio a uma
distância segura dos nós.

• Escolher corretamente os fios, calibres e o tipo


(padrão) de sutura, de acordo com os tecidos ou
órgãos a serem suturados.

• Na confecção dos nós, tracionar os terminais


apenas o suficiente para a adequada
aproximação das bordas da ferida, evitando
isquemia e deiscência !
Classificação dos fios cirúrgicos

• Absorvíveis

– Orgânicos ou naturais
• Multifilamentados (ex. categute, colágeno)

– Sintéticos
• Multifilamentados (ex. ácido poliglicólico, poliglactina
910)
• Monofilamentados (ex.poligliconato, polidioxanone)
• Inabsorvíveis

– Orgânicos ou naturais
• Multifilamentados (ex. algodão, seda, linho, aço
inox)

– Sintéticos
• Multifilamentados (ex. poliester, náilon
trançado)
• Monofilamentados (ex. náilon, polipropileno,)
AGULHAS DE SUTURA
• Classificação quanto a forma:
• Classificação quanto ao fundo:
• Classificação quanto a geometria
O diâmetro das agulhas é um fator
importante a ser considerado

• deve ser comprida o suficiente para abranger os


dois lados da incisão;
• diâmetro muito grande resulta em maior trauma
tecidual;
• as agulhas que tiverem proporção entre o
diâmetro e comprimento superior a 1:8, tendem a
quebrar ou entortar facilmente;
• formato varia de acordo com o tecido a ser
suturado.
• Posicionamento da agulha no tecido
SUTURAS

• Classificação quanto a junção das bordas

• COAPTANTES
• INVAGINANTES OU INVERSANTES
• EVAGINANTES OU EVERSANTES
Sobreposição
• Classificação quanto a inclusão de camadas

contaminantes ou não contaminantes


• Classificação quanto a continuidade

contínua ou interrompida
INSTRUMENTAL PARA SUTURA

Porta agulha
Porta agulha
Mayo Hegar
Mathieu
Porta agulha
Olsen Hegar
empunhadura
do
porta agulha
INSTRUMENTAL AUXILIAR

pinça auxiliar
de dissecação
pinça auxiliar
de Cushing
pinça auxiliar
de Adson
INSTRUMENTAL PARA SECÇÃO DO FIO

posicionamento da tesoura
para cortar o fio
tesoura de Mayo
empunhadura da tesoura
NÓ BÁSICO DE SUTURA
SUTURAS INTERROMPIDAS

SIMPLES SEPARADA OU
SIMPLES INTERROMPIDA
DE WOLF OU EM “U” DEITADO
DE DONATTI OU “U” EM PÉ
SULTAN OU EM “X”
JAQUETÃO
MAYO
LEMBERT INTERROMPIDA
HALSTED
GELLY
GAMBEE
SWIFT
RELAXAMENTO
CAPTONADA
EM “8”
LONGE-PERTO-PERTO-LONGE
PERTO-LONGE-LONGE-PERTO
LONGE-LONGE-PERTO-PERTO
PERTO-PERTO-LONGE-LONGE
SUTURAS CONTÍNUAS

KÜRCHNER OU SIMPLES CONTÍNUA


REVERDIN, FESTONADA OU ANCORADA DE FORD
COLCHOEIRO OU “U” CONTÍNUO
LEMBERT CONTÍNUA
INTRADÉRMICA
ZIGUE-ZAGUE
CONNELL
CUSHING
BOLSA DE TABACO
OU BOLSA DE FUMO
SCHIMIEDEN OU DE BELL
Ponto chinês ou de sandália de bailarina
NÓ ENCOBERTO - INÍCIO
NÓ ENCOBERTO - FINAL
DE BÜNNEL

DE KESSLER
FLESSA COM PINOS

BUHNER COM
AGULHA DE GERLACH
PARKER-KER
PARKER-KER

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