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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Professor: Ivan Kertzman

Mestre em Direito Público - UFBA


Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil
Pós-Graduado em Finanças Empresariais - USP
Bacharel em Direito – UCSAL
Administrador de Empresas - UFBA
Coordenador da Pós-Graduação em Direito e Planejamento Tributário da Faculdade Baiana de Direito
Coordenador da Pós-Graduação em Direito Previdenciário do Juspodivm-BA, da Ciclo-SE e da IMADEC-MA.

ivankertzman@bol.com.br

Livros Publicados:

“Curso Prático de Direito Previdenciário”


“Questões Comentadas de Direito Previdenciário”
“Salário-de-Contribuição”
“Execução das Contribuições Previdenciárias na Justiça do Trabalho”
“A Desoneração da Folha de Pagamento”
“Guia Prático da Previdência Social”
“Para Aprender Direito – Previdenciário”
“Resumão Jurídico de Direito Previdenciário”
Coordenador e Co-Autor do Livro “Leituras Complementares de Previdenciário”
Revisaço de Direito Previdenciário, Revisaço do INSS, da Magistratura Federal, da Procuradoria do Estado entre
outros

ivankertzman@bol.com.br

1) HISTÓRICO

 Ambiente político da Década de 90


 Política liberal e os efeitos na Previdência Social
 Situação anterior à EC 20/98 (Lei 8.620/93)
 EC 20/98

2) NATUREZA JURÍDICA

 Diversas teses
 Salário socialmente diferido
 Exação sui generis
 Prêmio de seguro
 Tributo
 Tese pacificada – natureza tributária

3) FATO GERADOR

Pagamento ou trabalho???
 CF art. 195, I e II – Pagos ou creditados
 Lei 8.212/91, art. 28, I – pagos, devidos ou creditados
 Art 43, Lei 8.212.
 Jurisprudência STJ e do STF
 Doutrina tributária-previdenciária é pacífica
 Pleno do TST julgou E-RR - 1125-36.2010.5.06.0171 – a partir da Lei 11.941/2009 que alterou o art. 43, da Lei
8.212, em 05/03/2009, o fato gerador passou a ser o trabalho.

3) FATO GERADOR

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“Aplica-se à tributação da pessoa jurídica, para as contribuições destinadas ao custeio da seguridade social,
calculadas com base na remuneração, o regime de competência.
Assim, o tributo incide no momento em que surge a obrigação legal de pagamento, independentemente se este irá
ocorrer em oportunidade posterior. Agravo regimental ao qual se nega provimento.” (RE 419.612-AgR, Rel. Min.
Joaquim Barbosa, julgamento em 1º-3-2011, Segunda Turma, DJE de 6-4-2011.)

3) FATO GERADOR

Decisão pleno TST de 25/10/2015 – fato gerador é a prestação de serviços. Relator Ministro Alexandre de Souza
Agra Belmonte, proclamado nos autos E-RR-1125-36.2010.5.06.0171.

4) BASE DE CÁLCULO

 Salário-de-contribuição
 É diferente do conceito de remuneração
 Isenções condicionadas
 Despesas com saúde, educação, previdência complementar
 Não entram as parcelas indenizatórias e ressarcitórias
 Limites máximos e mínimos

5.1) RECONHECIMENTO DA RELAÇÃO DE TRABALHO

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais,
decorrentes das sentenças que proferir.
 Existe contribuição que decorre de setença trabalhista?
 Vale somente para condenatória ou para qualquer sentença?
 Qual é o fato gerador das contribuições previdenciárias?

5.1) RECONHECIMENTO DA RELAÇÃO DE TRABALHO

Redação anterior à Lei 11.457/07 – Art. 876, CLT

Parágrafo único. Serão executados ex officio os créditos previdenciários devidos em decorrência de decisão
proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de condenação ou homologação de acordo.
Redação dada pela Lei 11.457/07
Parágrafo único. Serão executadas ex-officio as contribuições sociais devidas em decorrência de decisão
proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho, resultantes de condenação ou homologação de acordo, inclusive
sobre os salários pagos durante o período contratual reconhecido.

5.1) RECONHECIMENTO DA RELAÇÃO DE TRABALHO

 Decisão do STF – Suposta Súmula Vinculante.


 Recurso Extraordinário 569056 movido pelo INSS contra decisão do TST, o STF aprovou a edição.
 Súmula vinculante acerca da limitação da competência da Justiça do Trabalho
para contribuições previdenciárias para ações condenatórias.
 A Súmula nunca foi editada.

5.2) INCIDÊNCIA DE JUROS

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais,
decorrentes das sentenças que proferir;

Art. 879, §4°, da CLT


§ 4o A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios estabelecidos na legislação
previdenciária."

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5.2) INCIDÊNCIA DE JUROS

Regra de incidência de juros alterada pela MP 449/08.

Voltamos a questão do fato gerador. Se é o pagamento não há que se falar em juros.


Os débitos previdenciários e os referentes a contribuições para outras entidades e fundos (“terceiros”), incidirão
juros de mora calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, a partir do
primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo, até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês
de pagamento (art. 61, § 3º, da Lei 9430/96).

5.3) DECADÊNCIA

Antiga polêmica dos 10 anos

Art. 45, Lei 8.212/91 + Súmula Vinculante 8


O direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus créditos, de ofício, extingue-se após 5 anos, contados
(art. 173, I, CTN):

I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído;

Ocorre decadência das contribuições na justiça do trabalho?

5.3) DECADÊNCIA

E se o Auditor fiscalizar a empresa durante o processo?


Qual é o marco para a interrupção da decadência.
Há que se falar em prescrição?
Voltamos a questão do fato gerador. Se é o pagamento não há que se falar em juros.
Há contradição em defender que não há decadência, mas os juros devem incidir desde a prestação de serviços?
Contagem do prazo (173, CTN X 150 par. 4º)

5.3) DECADÊNCIA

§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador;
expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e
definitivamente extinto o crédito,
salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Qual prazo o juiz deve considerar?

5.4) CONTRIBUIÇÃO PARA TERCEIROS

Fundamento das contribuições para terceiros – art. 240 e 212, par. 5, da CF/88.
Tem a JT competência para executar de ofício?
Qual a abrangência do art. 114, VIII?
E o argumento da facilidade procedimental (princípios da economicidade e eficiência) para cobrança destas
contribuições?

5.4) CONTRIBUIÇÃO PARA TERCEIROS

Art. 876, Redação posterior à Lei 11.457


Parágrafo único. Serão executadas ex-officio as contribuições sociais (antes se falava em contribuições
previdenciárias) devidas em decorrência de decisão proferida pelos Juízes e Tribunais do Trabalho,
resultantes de condenação ou homologação de acordo, inclusive sobre os salários pagos durante o período
contratual reconhecido.
Distribuição de competência está na CF (art. 114, VIII)
.
5.5) CONTRIBUIÇÃO DE SEGURADOS

De quem deve ser o custo? Da empresa que deixou de fazer a retenção ou do segurado?
Art. 33, §5°, da Lei 8.212/91

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§ 5º O desconto de contribuição e de consignação legalmente autorizadas sempre se presume feito oportuna e
regularmente pela empresa a isso obrigada, não lhe sendo lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento,
ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o
disposto nesta Lei.
Este dispositivo se aplica na Justiça do Trabalho?

5.5) CONTRIBUIÇÃO DE SEGURADOS

Interpretação sistemática – Competência e prerrogativas da SRFB;


Utilização do limite máximo na execução.
Traz prejuízo ao trabalhador? Ele tinha o direito de pagar sem os juros?
Erros de execução: não respeito ao limite máximo.

5.6) ACORDOS HOMOLOGADOS

Necessidade de discriminação das parcelas incidentes das não incidentes (art. 832, § 3o, da CLT).
Se não discriminar o total do acordo será considerado incidente (art. 276, RPS)
Acordos homologados após a sentença - Art. 832, §6o, da CLT / MP 449 / 11.941/09 (acrescentou art. 43, par. 5.,
Lei 8.212/91).

§ 5° Na hipótese de acordo celebrado após ter sido proferida decisão de mérito, a contribuição será calculada
com base no valor do acordo.
O texto da CLT foi revogado?
É possível atribuir à vontade das partes a definição da base de cálculo da contribuição?
Princípio da conciliação X preceitos imperativos da ordem pública.

5.6) ACORDOS HOMOLOGADOS

Orientação Jurisprudencial 376, da SDI 1. De acordo com o texto da citada OJ, é devida a contribuição
previdenciária sobre o valor do acordo celebrado e homologado após o trânsito em julgado de decisão judicial,
respeitada a proporcionalidade de valores entre as parcelas de natureza salarial e indenizatória deferidas na
decisão condenatória e as parcelas objeto do acordo.
E as sentenças ilíquidas?

5.6) ACORDOS HOMOLOGADOS

A AGU editou, em 03/12/2012, a Súmula 67 sobre este tema, com a seguinte redação: "Na Reclamação
Trabalhista, até o trânsito em julgado, as partes são livres para discriminar a natureza das verbas objeto do acordo
judicial para efeito do cálculo da contribuição previdenciária,
mesmo que tais valores não correspondam aos pedidos ou à proporção das verbas salariais constantes da
petição inicial.“

Súmula 74 - Na Reclamação Trabalhista, quando o acordo for celebrado e homologado após o trânsito em
julgado, a contribuição previdenciária incidirá sobre o valor do ajuste, respeitada a proporcionalidade das parcelas
de natureza salarial e indenizatória deferidas na decisão condenatória.

5.6) ACORDOS HOMOLOGADOS

Nos acordos de valor inferior ao estabelecido em Portaria a PGF fica dispensada de se manifestar (art. 832, § 7o,
da CLT c/c Portaria 839/2013 – valor R$ 20.000).

6) BASE DE CÁLCULO - POLÊMICAS

6.1) Aviso prévio indenizado


6.2) Contribuições Substitutivas da Parte Patronal
6.3) Empresas Optantes pelo Simples
6.4) Entidades Imunes ou Isentas
6.5) Fator Acidentário de Prevenção
6.6) Contribuintes Individuais
6.7) Condutor Autônomo de Veículo Rodoviário

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6.8) Alíquotas diferenciadas da aposentadoria especial
6.9) Litisconsorte passivo – situações especiais
6.10) Restituição e Repetição de Indébito
6.11) Indenização por Supressão de Intervalo Intrajornada
6.1) AVISO PRÉVIO INDENIZADO

Art. 7º., XXI, CF – Aviso prévio de no mínimo 30 dias.


A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo
do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço (art. 487, §1°, CLT)
EC 20/98

Natureza indenizatória – art. 247, CC – inadimplemento de obrigação de fazer importa em obrigação de


INDENIZAR em perdas e danos.

Lei 8.212/91 / Dec. 3.048/99 / Dec 6.727/09

6.2) CONTRIBUIÇÃO SUBSTITUTIVA DA PARTE PATRONAL

 Produtores rurais pessoa física


 Produtores rurais pessoa jurídica
 Agroindústrias
 Clubes de futebol profissional
 Lei 11.774/08 – TI e TIC
 Lei 12.526/2011 – Outros 4 setores
 MP 563/12, 582/12 e 601/12
 Execução da parte dos segurados
 Execução da patronal incidente sobre os contribuintes individuais

6.3) EMPESAS OPTANTES PELO SIMPLES

Substituem todas as contribuições previdenciárias Produtores rurais pessoa física.


Execução da parte dos trabalhadores.

6.4) ENTIDADES IMUNES OU ISENTAS

Entidades beneficentes de assistência social, hospitais e escolas, que atendam aos requisitos legais.

6.5) FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO

 Em vigor desde 01/01/2010;


 Agravamento do SAT em até 100% ou atenuação em até 50%.
 Cada empresa tem o seu FAP, que deve ser multiplicado pelo SAT

6.6) CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS

Desde a EC 45 é necessário executar as contribuições dos contribuintes individuais.


Não há contribuição para o SAT;
Histórico – Lei 8.212/91 / LC 84/96 / Lei 9876/99

6.7) CONDUTOR AUTÔNOMO DE VEÍCULO RODOVIÁRIO

Salário-de-contribuição é de 20% do total do serviço.


Sobre esta base deve incidir os percentuais dos contratantes e dos segurados.

6.8) ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS

APOSENTADORIA ESPECIAL

Empregados expostos a agentes nocivos – contribuição patronal adicional de 6, 9 ou 12%.


O que fazer na execução?

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Art. 43, § 4°, da Lei 8.212/91 - No caso de reconhecimento judicial da prestação de serviços em condições que
permitam a aposentadoria especial, serão devidos os acréscimos de contribuição de que trata o § 6o do art. 57 da
Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991.

6.9) LITISCONSORTE PASSIVO – SITUAÇÕES ESPECIAIS

Solidariedade – Um contribui de forma substitutiva e o outro não. Como executar?


Grupo econômico – Um contribui de forma substitutiva e o outro não. Como executar? Empregador principal ou
quem assinou a carteira? Quem é o empregador principal.

6.10) RESTITUIÇÃO E REPETIÇÃO DE INDÉBITO

E o que ocorre se ficar cabalmente comprovado que a Justiça do Trabalho executou equivocadamente, a maior, o
valor das contribuições previdenciárias devidas pelas partes?
É possível, neste caso, pensarmos em restituição administrativa da diferença paga ou em processo de repetição
de indébito? Ou não seria possível, devido ao trânsito em julgado da sentença, cabendo, como único remédio, a
ação rescisória? Seria necessária a anulação da sentença condenatória para nascer o direito à restituição? Pode
compensar em GFIP?

6.11) INDENIZAÇÃO POR SUPRESSÃO DE INTERVALO INTRAJORNADA

A jurisprudência pacificada do TST entende que os valores percebidos a título de indenização pela supressão do
intervalo intrajornada têm natureza salarial. Vejamos o texto da OJ 354, SDI1, do TST:
OJ 354: Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº
8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo
intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais.
Este entendimento está correto?

7) RECONHECIMENTO DO TEMPO DE CONTRIBUÍÇÃO

Todas as vezes que se reconhece o vínculo, deve-se reconhecer o tempo de contribuição?


Para o reconhecimento do tempo de contribuição o INSS exige início de prova material (art. 55, § 3º, Lei 8.213/91
+ art. 400, CPC).
Esta exigência é correta? Súmula 149, STJ.
Posição administrativa art. 71, IN 77/2015: reconhecimento de tempo de contribuição – exigência de prova
material / alteração de valores de salário-de-contribuição – não exige prova material

7) RECONHECIMENTO DO TEMPO DE CONTRIBUÍÇÃO

Importância de declarar na GFIP com código de reclamatória trabalhista.


Pode condenar de ofício? É possível pensar em se fazer a GFIP em secretária?

7) RECONHECIMENTO DO TEMPO DE CONTRIBUÍÇÃO

Deverá, ainda, declarar em GFIP os respectivos fatos geradores de contribuição previdenciária, nos termos do art.
32, IV, da Lei 8.212/91 e do item 8.5, do Capítulo IV, do Manual da GFIP, aprovado pela IN n. 880 RFB, de
16.10.2008, vez que,
sem o cumprimento desta obrigação acessória, as verbas deferidas nesta decisão e que constituam salário-de-
contribuição terminariam por não migrar para o sistema informatizado da Autarquia Previdenciária, ocasionando
prejuízo ao reclamante, nos termos do parágrafo 2º, do art. 32, da Lei 8212/91.

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