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Sumário:
Energia potencial electrostática. Potencial. Potencial e linhas equipotenciais para uma
carga isolada.
O facto de uma carga eléctrica exercer uma força sobre outra significa que, em
geral, há realização de trabalho quando há movimento relativo das cargas. Ora, a força
electrostática só depende da posição, sendo conservativa. Ela é, de resto, uma força
central, do tipo da força entre massas que estudámos nas disciplinas de Física Geral I /
Elementos de Física. Há, portanto, uma energia potencial que lhe está associada e no
movimento de uma carga eléctrica por acção de forças electrostáticos há conservação de
energia mecânica. Representamos esta energia potencial electrostática por Ep.
A Fig. 9.1 mostra uma carga q que se desloca de P1 para P2 sob a acção de várias
forças, entre elas a força F exercida pela carga Q .
Figura 9.1
W = F ⋅ dl , (9.1)
P1P2
De uma maneira geral, o integral (9.1) pode não ser fácil de calcular pois, em cada
ponto é preciso saber qual é o ângulo entre a força e o deslocamento infinitesimal. Mas
há casos em que o integral fica mais simples de calcular. É o caso do trabalho da força
1
que uma carga Q exerce sobre q quando esta se desloca sobre uma trajectória radial. A
situação é, de resto, semelhante à que encontrámos na 16ª aula de Física Geral I /
Elementos de Física quando calculámos o potencial associado ao campo gravítico.
Consideremos a carga Q localizada na origem, a carga q num ponto genérico A a
uma distância r do centro de forças, e seja B um ponto no infinito, ao qual atribuímos
energia potencial nula: E p (∞ ) = 0 . Para calcular o trabalho realizado pela força quando a
partícula se desloca de A para B é conveniente escolher um percurso radial a ligar os
pontos, tal como mostra a Fig. 9.2.
dl
q
A
êr
r
Q
Figura 9.2
∞
E p (∞ ) − E p (r ) = − f dr (9.3)
r
∞
Ep (r ) = f dr . (9.4)
r
Qq
f (r ) = K (9.5)
r2
obtemos sucessivamente
∞ ∞
dr 1 1 1
E p (r ) = K Q q 2 = K Q q − =− KQq − (9.6)
r
r r r
∞ r
e, finalmente,
1
Se f > 0 a força é repulsiva (Q e q do mesmo sinal) e se f < 0 a força é atractiva (cargas de sinais
opostos).
2
Qq
E p (r ) = K . (9.7)
r
Esta é a energia potencial electrostática entre duas cargas eléctricas. A energia mecânica
da carga q (de massa m) que está sujeita à acção da força que sobre ela exerce a carga
fixa Q é a soma da energia cinética e da energia potencial gravítica:
1 2 Qq
Em = Ec + Ep = mv + K . (9.8)
2 r
Qi Q j
E p,ij (r ) = K . (9.9)
rij
Potencial
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determinado ponto é a força por unidade de carga. Pois bem: o potencial é a energia
potencial por unidade de carga. A utilidade do potencial radica no facto de ser um
escalar, o que pode facilitar a análise de uma dada situação, em vez de se considerar o
campo eléctrico que é um vector.
Quando uma partícula carregada q, que está na presença de outras cargas, se
desloca de um ponto para outro, há uma variação de energia potencial, ∆E p . Por
definição, a variação do potencial ou simplesmente a diferença de potencial entre um
ponto e outro é
∆E p
∆V = V (r2 ) − V (r1 ) = . (9.10)
q
∆V = − E ⋅ dl . (9.12)
P1P2
dV = − E ⋅ dl . (9.13)
dV = − (E x dx + E y dy + E z dz ) . (9.14)
∂V ∂V ∂V
Ex = − , Ey = − , Ez = − (9.15)
∂x ∂y ∂z
4
e portanto
∂V ∂V ∂V
E=− î − ĵ − k̂ . (9.16)
∂x ∂y ∂z
x2z
f ( x, y , z ) =− y 2 sin z . (9.17)
y
As três derivadas parciais desta função em ordem a x, y e z são:
∂f 2 xz
=
∂x y
∂f x2z
= − 2 − 2 y sin z (9.18)
∂y y
∂f x2
= − y 2 cos z.
∂z y
O potencial criado por uma carga pontual Q localizada num ponto que se
considera a origem é dado por [considerando V (∞ ) = 0 ] − ver (9.7) e (9.10) −
KQ
V (r ) = . (9.19)
r
Esta função tem simetria esférica. As superfícies equipotenciais, que são os lugares
geométricos dos pontos ao mesmo potencial, são esferas concêntricas, estando a carga
no centro). Pode demonstrar-se a partir de (9.16) que as linhas de força do campo são
perpendiculares às superfícies equipotenciais. A Fig. 9.3 mostra as linhas de campo para
uma carga positiva e as respectivas superfícies equipotenciais. Este exemplo ilustra bem
que as linhas de campo são perpendiculares às superfícies equipotenciais.
5
Figura 9.3
As linhas de campo de distribuições de carga são mais difíceis de obter e, por vezes, só
mesmo com recurso a um computador podemos traçá-las. O mesmo se diz das
superfícies equipotenciais.
A partir do portal de ciência www.mocho.pt podem encontrar-se inúmeros
recursos e sítios na rede com simuladores de campos eléctricos, potenciais, etc. Pode
encontrar várias simulações de electromagnetismo em
www.mocho.pt/Ciencias/Fisica/simulacoes/electromagnetismo/