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CRENÇAS

As crenças centrais negativas se organizam em 03 (três)


categorias: crenças associadas ao desamparo e associadas ao fato de
não ser amado, e ao fato de não ser valorizado, conforme
relacionadas:

Crenças centrais de desamparo:

“Eu sou desamparado”


“Eu estou fora de controle”
“Eu sou vulnerável”
“Eu sou carente”
“Eu sou inadequado”
“Eu sou desrespeitado”
“Estou sem saída”
“Não posso enfrentar o mundo”

Crenças centrais desamor:

“Eu não sou capaz de ser amado”


“Eu não sou capaz de ser querido”
“Eu sou indesejável”
“Eu não sou atraente”
“Ninguém me quer”
“Ninguém liga para mim”
“Eu sou mau”
“Eu estou a ponto de ser rejeitado”
“Eu estou condenado a ser abandonado”
“Eu estou a ponto de ficar sozinho”

Crenças de desvalor

“Eu sou impotente”


“Eu não tenho valor”
“Eu sou diferente”
“Eu sou defeituoso” (ou seja, eu não chego à altura dos outros)
“Eu não sou bom o suficiente” (em termos de conquistas)
“Eu sou ineficiente”
“Eu sou incompetente”
“Eu sou um fracasso”
“Eu sou fraco”
“Eu sou imperfeito” (ou seja, então os outros não irão me amar)
“Eu não sou bom o suficiente” (para ser amado pelos outros)
“Eu sou burro”
“Eu sou feio”
“visto-me mal”
“Não sei falar”
“Eu sou chato”
“Eu sou um desastre”
A modificação das crenças centrais exige trabalho consistente, de
longa duração e demanda as seguintes metas:

 Enfraquecer o poder das crenças centrais reduzindo a


freqüência das suas ativações;
 Reduzir a angústia e buscar pensamentos mais adequados
quando da ativação das crenças;
 Desenvolver e reforçar crenças reais e funcionais (BECK, 2007).

Segundo BECK, geralmente as crenças centrais são mais fáceis de


sofrer modificações na etapa intermediária da terapia por que os
pacientes estão menos sintomáticos, já adquiriram confiança em seus
terapeutas e o processo de modificação das crenças já apresenta
resultados positivos indicando que a mudança nas cognições conduz
a uma vida melhor.
Em alguns casos, porém, pode haver reação negativa por parte
dos pacientes quando os terapeutas procedem a uma avaliação de
suas crenças centrais. Como exemplo, podemos citar o paciente
Narcisista que pode se sentir depreciado, o Bordeline que pode se
considerar vulnerável e o Histriônico que pode se achar
desvalorizado. Tais sentimentos podem levá-los a ficar zangados com
o terapeuta, discutir crenças superficiais, faltar às sessões ou
abandonar o tratamento.
Inúmeras técnicas são usadas pelos terapeutas para alterar as
crenças centrais: o questionamento socrático, agir “como se”,
utilização do continunm cognitivo, mudar uma comparação do eu,
desenvolver papéis-modelo, fazer dramatização razão-emoção,
adoção de intervenções ambientais, envolvimento familiar, terapia
em grupo, sonhos, metáforas e técnica de construção de imagem
para reestruturar o significado das experiências infantis traumáticas.

Sobre as crenças centrais, lembre-se:

 É só uma idéia, não necessariamente uma verdade.


 Você pode, com convicção, acreditar nisso, até mesmo “sentir”
que é verdade e, ainda assim, a crença pode ser em grande
parte ou inteiramente não-verdadeira.
 A crença central está enraizada em eventos da infância e pode
ou não ter sido verdadeira no momento em que você começou
a acreditar nela.
 A crença central continua a ser mantida através da operação
dos esquemas mentais, nos quais você prontamente as
reconhece em forma de dados que a apóiam enquanto ignora
ou reduz os dados contrários.
 Você e o seu terapeuta, trabalhando juntos, podem usar uma
variedade de estratégias ao longo do tempo para mudar essa
idéia, de modo que você possa ver a si próprio de uma maneira
mais realista.

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