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10/03/2017 Estudos Literários: Estética da Recepção e História da literatura [Fichamento]

Estudos Literários

1.9.11 Imagem do cabeçalho de Marek


Haiduk
Estética da Recepção e História da literatura
[Fichamento] Arquivos

▼  2011 (10)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
  ▼  Setembro (4)
ZILBERMAN, Regina. Estética da recepção e história da literatura. A Hora e a Vez do Leitor
[Resenha]
São Paulo: Ática, 1989.
As Antenas de Ezra Pound
[Fichamento]
Apresentação:
A Natureza do Fenômeno
                        "Oferecer  a  estética  da  recepção  como  um  novo  figurino  ou  esperar  que  ela Literário [Fichamento]
encontre seguidores e adeptos entre nós, seduzidos por suas promessas e já saturados Estética da Recepção e
de  alguma  outra  corrente  crítica  ou  filosófica,  é  não  apenas  ter  uma  visão  frívola  da História da literatura [Fic...
teoria  da  literatura  ou  do  intelectual  brasileiro;  significa  também  colaborar  para  a ►  Agosto (6)
alienação e dependência culturais, de que aquela frivolidade é um dos sintomas". [página
5]
Marcadores
            "Refletindo  sobre  a  história,  a  estética  da  recepção  é  igualmente  um
acontecimento  histórico;  por  isso,  nosso  ponto  de  partida  é  o  estabelecimento  de  suas Citação (1)
coordenadas  temporais,  a  que  se  segue  o  esclarecimento  de  seus  parentescos Fichamento (7)
intelectuais.  As  teses  de  Jauss  são  expostas  a  partir  do  terceiro  capítulo  e,  embora  se Resenha (1)
acompanhem  sua  sequência  e  desdobramento  através  dos  ensaios  que  foram  sendo Resumo (1)
publicados principalmente entre 1967 e 1982, o objetivo não é verificar a evolução de seu
pensamento". [página 7]
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            "Este roteiro decorreu ainda de uma terceira decisão: a de esboçar a análise de um
texto  ficcional,  Helena,  de  Machado  de  Assis,  segundo  a  metodologia  proposta  por A Leitura ABC da literatura ABNT
CAMPOS Augusto de CHATT Cidinei Bogo
Jauss. [...] Jauss insiste em que a hermenêutica literária incorpore a etapa da aplicação.
Citação DANZIGER Marlies K Estética da
O  exame  de  Helena  responde  a  essa  exigência,  ao  mesmo  tempo  testando  os
pressupostos que o fundamentam". [página 7] Recepção Fichamento JOHNSON
W. Stacy LAJOLO Marisa MAGALHÃES
Maria do Socorro Rios Metodologia O que é
Capítulo I ­ A estética da recepção no horizonte dos anos 60
Literatura POUND Ezra Resenha Resumo
Rodrigo Leite ZAPPONE Mirian Hisae Yaegashi
"Em 1975, Hans Robert Jauss fez uma exposição durante o congresso bienal dos
           
ZILBERMAN Regina
romancistas alemães em que, historiando o aparecimento da estética da recepção, situo
o movimento do quadro dos acontecimentos intelectuais da década de 60". [página 8]
Referências Bibliográficas
"Talvez  o  traço  mais  marcante  dessa  época  tenha  sido  a  revelação  do  "poder
           
ASSIS, Machado de. Quincas
jovem",  a  juventude  vindo  a  constituir  uma  força  política  até  então  desconhecida  [...]. Borba. São Paulo: Edigraf, 1963;
Além disso, sua forma de agir provocou efeito imediatos". [página 8]
BOSI, Alfredo. Histórica concisa
da literatura brasileira. São
             "A universidade foi umas das instituições mais atingidas, pois a revolta começou Paulo: Cultrix, 1997;
dentro de seus muros, entre os estudantes, que se revelaram líderes ativos. [...] Não por DANZIGER, Marlies K.; JOHNSON,
coincidência  a  conferência  com  que  Jauss  abriu  o  ano  acadêmico  de  1967  ocorreu  na W. Stacy. Introdução ao estudo
Universidade de Constança, principal fruto da reforma educacional na Alemanha durante crítico da literatura. São Paulo:
Cultrix, 1961;
a  segunda  metade  da  década,  é  conhecida  como  'Provocação'  e  começa  pela  recusa

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vigorosa dos métodos de ensino da história da literatura, considerados tradicionais e, por GUIMARÃES, Hélio de Seixas. Os
isso, desinteressantes". [página 9] leitores de Machado de Assis: o
romance machadiano e o público
de literatura no século 19. São
"A análise de Jauss leva­o a denunciar a fossilização da história da literatura, cuja
            Paulo: Nankin; Edusp, 2004;
metodologia estava presa a padrões herdados do idealismo ou do positivismo do século LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN,
XIX". [página 9] Regina. A Formação da Leitura no
Brasil. São Paulo: Ática, 2001;
"Na  conferência,  o  diálogo  de  Jauss  com  o  estrurturalismo  é  mais  evidente,
            MAGALHAES, Maria do Socorro
embora  o  ataque  direcione­se  especialmente  a  seu  precursor,  o  formalismo  russo,  não Rios. Vem comigo, leitor: a
pedagogia da leitura em Quincas
porque este seja em princípio contrário à história, mas porque, quando tentou formular a Borba. Teresina: EDUFPI, 1998;
questão, conforme pode ser acompanhado nas pesquisas de I. Tinianov, fê­lo, segundo o
POUND, Ezra. ABC da literatura.
palestrante, de maneira equivocada e insatisfatória" [página 10] Tradução de Augusto de Campos
e José Paulo Paes, São Paulo:
"A  estética  da  recepção  apresenta­se  como  uma  teoria  em  que  a  investigação
           
Cultrix, 2006.
muda  o  foco:  do  texto  enquanto  estrutura  imutável,  ele  passa  para  o  leitor,  o  "Terceiro REGO, Enylton de Sá. O calundu
e a panacéia: Machado de Assis, a
Estado", conforme Jauss o designa" [página 10­11]
sátira menipéia e a tradição
luciânica. Rio de Janeiro: Forense
"Essa transferência, por sua vez, explica­se historicamente: é contemporânea às
            Universitária, 1989;
revoltas estudantis, ao mesmo tempo representando uma resposta a elas" [página 11]  ZAPPONE, Mirian Hisae Yaegashi.
Estética da Recepção in:
BONNICI, Thomas & ZOLIN, Lúcia
Jauss e Gadamer
Osana (Orgs.). Teoria Literária:
Abordagem histórica e
                        "Em  1961,  Hans  Georg  Gadamer,  ex­professor  de  Jauss  na  Universidade  de tendências contemporâneas. 3º
Heidelberg,  publica  sua  obra  até  hoje  mais  renomada:  Verdade  e  método  [Wahrheit  und ed. Maringá: Eduem, 2009. Cap.
8, p. 153‐162;
Methode], em que procura infundir nova direção à hermenêutica, ao atribuir­lhe o papel de
ZILBERMAN, Regina. Estética da
intérprete da história". [página  11]
recepção e história da literatura.
  São Paulo: Ática, 1989;
            "Jauss com seu programa de reabilitar metodologicamente os estudos da literatura,
transformando­a  no  fundamento  para  a  formulação  de  uma  teoria  da  literatura
equidistante  do  estruturalismo  e  do  marxismo,  encontra  em  Gadamer  um  de  seus Links
principais  guias  e  modelos.  Como  o  mestre,  recupera  a  história  como  base  do
Aliás, Revista
conhecimento do texto; e, igual ao outro, pesquisa seu caminho por uma via que permite
Ame o Poema
trazer  de  volta  o  intérprete  ou  o  leitor,  sua  defesa  predileta  na  luta  intelectual  contra  as
Caixa de Haikai
correntes teóricas indesejadas". [página  12]
Caqui
"[...]  em  Jauss,  está  presente  a  recusa  de  todo  dogmatismo:  sua  modelagem
            Cronópios
teórica permanece sob constante vigilância às novas tendências ou às correções que se Crítica e Companhia
fizerem necessárias". [página  12] Digestivo Cultural
Editora Bestiário
"[...] a noção de que os sistemas não explicam tudo, portanto, de que o novo pode
            Editora Unicamp
emergir  de  lugares  inesperados,  exigindo  que  se  esteja  não  só  atento  para  a  novidade,
Errática
mas  que  se  tenham  os  sentidos  em  forma  para  perceber,  compreender  e  interpretar  da
Escritoras Suicidas
melhor  maneira  possível  sua  ocorrência.  Talvez  o  mérito  principal  da  estética  da
Estante Virtual
recepção  resida  em  que  traz  embutida  essa  concepção,  procurando  extrair  dela  uma
metodologia  para  conhecer  a  literatura.  Nessa  medida,  parece  ter  muito  para  ensinar  ao Estação das Letras
leitor, encarado como o principal elo do processo literário". [página  12]  Germína Literarura
Graciliano Ramos
Capítulo II ­ Paralelas que se encontram em algum lugar da teoria Inter Poética
Livraria Traça
"[...] a estética da recepção se coloca em certo lugar da teoria da literatura, desde
            Mnemozine
o  qual  contempla  seus  precursores,  as  influências  recebidas,  as  linhas  que  simultânea
Máquina do Mundo
mas diversamente pesquisam objeto similar, seus adversários intelectuais". [página  13]
Parágrafo
Portal Literal
            "O  elemento  comum  partilhado  por  essas  linhas  é  o  princípio  sintetizado  por
Hannelore  Link:  'A  literatura  é  um  caso  especial  de  comunicação'.  ¹  Ele  parece  vago Página da Cultura
demais,  porém  é  suficiente  para  excluir  três  das  quatro  correntes  da  moderna  teoria  da Rascunho [GP]
literatura  que  Peter  Uwe  Hohendahl  opões  à  estética  da  recepção:  1.  A  teoria  crítica  ­ Releituras
Associada  principalmente  às  pesquisas  de  Theodor  W.  Adorno  nas  áreas  da  estética  e Revista Cult
filosofia,  a  teoria  crítica  recusa­se  a  analisar  o  impacto  da  obra,  considerada  objeto Torquato Neto
independenteNew  Cristicism  ­  Em  grande  evidência  nos  Estados  Unidos  e  Inglaterra Uespi
durante as décadas de 30 e 40, com projeções na crítica atual, o New Cristicism postula
que  a  obra  de  arte  literária  é  autônoma,  cabendo  considerar,  quando  da  análise  e
interpretação,  unicamente  seus  elementos  internos.  [...]  3.  A  fenomenologia  ­  Roman A utilização de qualquer parte
Ingarden,  em  A  obra  de  arte  literária,  faz  questão  de  acentuar  que  o  leitor,  bem  como  o deste blog sem os devidos créditos
autor,  são  instâncias  exteriores  que  não  interferem  na  natureza  do  texto;  logo,  não [referências] será considerada
roubo [plágio]. Se você é estudante,
devem  ser  objetos  da  descrição  a  que  se  proprõe  nesse  livro.  Contudo,  é  importante
crie vergonha na cara e faça seus
observar que R. Ingarden utiliza o conceito de concretização, referindo­se à atividade do
próprios trabalhos.
leitor, responsável pelo preenchimento dos pontos de indeterminação próprios ao estrato
dos objetos apresentados. Desta maneira, se a fenomenologia associada às pesquisas é
avessa  à  uma  teoria  da  literatura  que  considere  o  leitor  um  fator  básico  do  processo Contador de visitas
artístico, seus desdobramentos vieram a se opor à origem, ainda que não contradigam as
idéias principais". [1: LINK, Hannelore. Rezeptionsforschung. Eine Einführung in Methode
und Probleme. Stuttgart, Kohlhammer, 1980, p. 15.] [página  14­15]
 
            "Hohendahl cita ainda o historicismo enquanto proposta que diverge da estética da
recepção,  embora  a  esse  não  se  possa  aplicar  o  princípio  formulado  por  H.  Link".

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[página  15]
 
                      "S.  Suleiman,  elencando  as  tendências  da  crítica  que  lidam  com  o  recebedor
enquanto  peça  importante  da  teoria,  alude:  à  retórica,  à  semiologia  e  ao  estruturalismo,
na  medida  em  que  se  preocupam  com  o  processo  de  decodificação  do  texto  pelo
destinatário; à psicanálise e à hermenêutica, por lidarem com a questão da interpretação;
e  à  semiologia  da  literatura  que,  mesmo  num  autor  à  primeira  vista  alheio  ao  tópico,
como Lucien Goldmann, analisa a interação da obra com o público". [página  15]

"Tomando, pois, como critérios diretores a noção geral de literatura como forma de
           
comunicação  e  os  conceitos  especiais  de  leitor  enquanto  entidade  coletiva  a  quem  o
texto  se  dirige,  leitura  como  ato  resultante  dessa  troca  e  experiência  estética  com  som
seu efeito no destinatário, três grandes campos intelectuais se apresentam, que, ao lado
das teses dos professores da Universidade de Constança, compõem o ramo da teoria da
literatura centralmente preocupado com as questões relativas à recepção". [página  16]

A sociologia da leitura

"A sociologia da leitura aparece inicialmente como um sgmento da sociologia do
           
saber,  quando  L.  L.  Schücking  publica,  em  1923,  o  livro  Die  Soziologie  der  literarischen
Geschmacksbildung." [página  16]

"Seu objetivo é estudar o público enquanto fato ativo do processo literário, já que
           
as mudanças de gosto e preferências interferem não apenas na circulação, e portanto na
fama, dos textos, mas também em sua produção". [página  17]

"Nas  suas  palavras,  'não  há  isto  de  um  espírito  de  época,  e  sim,  pode­se  dizer,
           
uma  série  de  espíritos  de  época.  Sempre  será  preciso  distinguir  grupos  inteiramente
diferentes,  com  ideais  inversos  de  vida  e  sociedade.  Com  qual  desses  grupos  se
relaciona mais estreitamente a arte predominante depende de várias circunstâncias, e é
necessário viver nas nuvens para atribuí­lo a fatores puramente ideais"³. [3: SCHUKING,
L.  L.  The  sociology  or  literary  taste.  Chicago,  The  University  of  Chicago  press,  1966.  p.
8.] [página  17]

"Sem dúvida a perspectiva de Schuking é redutora, conforme aponta Hohendahl,
           
ao  fazer  a  história  da  literatura  desaguar  na  história  das  mudanças  de  gosto.  Todavia,
seu  estudo  inaugurou  um  campo  de  investigação  em  que  o  público  era  pensado  como
elemento  ativo;  e,  criticando  o  reducionismo  idealista,  cooperou  para  a  formulação  de
uma história da literatura fundada na concretude dos fatos sociais". [página  17­18]

O estruturalismo tcheco

              "[...] o Círculo Linguístico de Praga trabalhou no início à sombra do formalismo
russo,  de  quem  herdou  idéias  e  colaboradores,  como  Roman  Jakobson,  Sergei
Karcevsky  e  Piotr  Bogatyrev"[5].  [5:  Cf.  STEINER,  Peter.  The  roots  of  structuralist
aesthetics.  In:_______,  ed.  The  Prague  School;  select  writings,  1929­1946.  Austin,
University of Texas press, 1882.] [página  19]

"[...] o formalismo elaborou alguns conceitos que descrevem o fato literário na sua
           
relação com o leitor. E o que ocorre à noção de estranhamento, concebida como o efeito
necessariamente provocado pela arte, quando esta possui qualidade". [página  19]

"Neste sentido, o formalismo representa uma mudança importante na concepção
           
vigente  de  valor  estético.  [...]  a  arte  precisa  manter­se  em  permanente  renovação  para
alcançar o desejado efeito de estranhamento". [página  20]

            "Quando o Círculo Linguístico de Praga começa a desenvolver suas pesquisas, ele
assume  algumas  convicções  do  formalismo,  como  a  oposição  entre  a  linguagem
estandartizada  da  comunicação  pragmática  e  a  linguagem  poética  caracterizada  pelos
artifícios visando ao estranhamento do destinatário". [página  21]

"É o recebedor que transforma a obra, até então mero artefato, em objeto estético,
           
ao decodificar os significados transmitidos por ela. Em outras palavras, a obra de arte é
um signo, porque a significação é um aspecto fundamental de sua natureza, mas ela só
se caracteriza quando percebida por uma consciência, a do sujeito estético". [página  21]

            "O estruturalismo tcheco, rico em sugestões a respeito da concepção do recebedor
como personagem indispensável do processo de constituição do objeto estético e foco a
partir  do  qual  cabe  revisar  a  história  da  literatura,  quase  se  converteu  por  sua  própria
conta  numa  estética  da  recepção.  Como  tal,  exerce  evidente  influência  sobre  os
primeiros textos de Jauss voltados ao tópico. Além disto, soube refletir sobre a questão
do recebedor desde a perspectiva estética, e não unicamente empírica, elaborando uma
teoria  sobre  o  valor  e  a  história.  Seu  impacto  sobre  a  ciência  literária  ocidental  a  partir
dos anos 60, quando se traduziram suas teses para o inglês, Francês e alemão, não foi
negligenciável,  razão  por  que  vários  dos  conceitos  aqui  expostos  reaparecem  nas
páginas subsequentes". [página  24]

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10/03/2017 Estudos Literários: Estética da Recepção e História da literatura [Fichamento]

O Reader­Response Criticism 

             "Ao contrário das linhas antes descritas cujo aparecimento deu­se na década de
20, precedendo e/ou influenciando a estética da recepção, o Reader­Response Criticism
é  coetânio  dessa  e  compartilha  com  ela  algumas  de  suas  teses  e  integrantes,  como
Wolfgang Iser". [página  24]

"Se  a  recusa  do  New  Criticism  constitui  um  dos  denominadores  comuns,  para
           
tanto procurando examinar a obra na medida da resposta do leitor, outro é a influência do
estruturalismo, que leva Gerald Prince e Michael Riffaterre a tentarem estabelecer, cada
um  por  seu  turno,  uma  tipologia  do  leitor.  [...]  Nem  Prince,  nem  Riffaterre,  que  elabora
uma  criatura  puramente  teórica  classificada  de  arquileitor,  pensam  o  leitor  real  ou  o
público  consumidor  da  literatura,  de  maneira  que  suas  investigações  dão­se  ainda  no
âmbito exclusivo do texto". [página 25]

            "É  quando  o  Reader­Response  Criticism  mergulha  nas  águas  do  pós­
estruturalismo,  como  acontece  nos  ensaios  de  J.  Culler,  que  se  desloca  do  domínio
descritivo,  relacionando  os  leitores  implicados  no  tecido  textual,  para  o  interpretativo".
[página 25]

            "[...]  o  Reader­Response  Criticism  não  representa  uma  ruptura  com  o  New
Criticism". [página 26]

"Tanto Louise Rosenblatt, como Stanley Fish resgatam a figura do leitor; este não
           
é uma construção do texto ou um produto seu". [página 27]

"[...] é nos ensaios de Fish e Rosenblatt que o leitor aparece como entidade real,
           
de carne e osso, cujas experiências são objetos de consideração e dados fundamentais
para  o  conhecimento  da  natureza  do  texto.  Neles  encontra­se  também  a  ruptura  com  a
noção  de  auto­suficiência  da  obra  literária,  resíduo  idealista  de  que  o  Reader­Response
Criticism não se libertou. Apesar dos limites, com aqueles estudiosos uma crítica voltada
ao leitor deixa de ser aspiração e parece converter­se em realidade". [página 28]

Capítulo 3 ­ Projetando a nova história da literatura

             "A entrada da estética da recepção no palco da teoria da literatura é assinada pela
conferência ministrada por Jauss na Universidade de Constança, em 13 de abril de 1967
[...].  [...]  o  Autor  parece  ter  a  intenção  de  polemizar  com  as  concepções  vigentes  de
história  da  literatura.  Investe  contra  seu  ensino  e  propõe  outros  caminhos,  assumindo
uma  atitude  radical  que  confere  ao  texto  a  marca  da  ruptura  e  baliza  o  começo  de  uma
nova era". [página 29]

"[...]  a  conferência  de  67  tem  caráter  inaugural;  por  outro  lado,  trata­se  de  uma
           
síntese:  da  trajetória  intelectual  do  autor  que  vinha  se  dedicando  ao  estudo  da  literatura
medieval  desde  a  perspectiva  da  relação  dessa  tanto  com  sua  época  de  aparecimento,
quanto com a posição histórica de intérprete¹". [1: Nos ensaios sobre literatura medieval,
Jauss faz questão de indicar os pontos de contato entre o trabalho com essa produção e
os  objetivos  da  estética  da  recepção.  Cf.  JAUSS,  hans  Robert.  Littérature  médiévale  et
expérience esthétique. Actualité des Questins de littérature de Robert Guiette. Poétique,
31  :  322­36,  set.  1977;  e:  Idem.  the  alterity  and  modernity  of  medieval  literature.  New
Literary History, 10 (2) : 181­229, Inverno de 1979.] [página 39­30] 

Os métodos da história da literatura

             "Após a introdução provocativa, o conferencista indica que vigoram dois modelos
de  historia  da  literatura:  o  primeiro,  mais  atual,  'ordena  seu  material  segundo  tendências
gerais,  gêneros  e  o  'resto',  para,  em  seguida,  tratar  as  obras  individuais  dento  dessas
rubricas  em  sucessão  cronológica'.²  O  outro,  que  segue  o  padrão  da  Antiguidade,
encarnado pelas Vidas paralelas, de Plutarco, 'ordena o material de modo linear segundo
o  paradigma  de  grandes  autores  e  valoriza­os  conforme  o  esquema  de  'vida  e  obra''  (p.
146).  Em  ambos,  o  problema  é  similar:  não  se  trata  de  história,  e  sim  de  uma  moldura
para  uma  história,  em  que  a  historicidade  da  literatura  desaparece.  Além  disto,  falta  a
perspectiva estética, de que o historiado se abstém, abrigando­se sob o teto do 'cânone
seguro  das  'obras­primas''  (p.  147)³".  [2  :  JAUSS,  Hans  Robert.  Literaturgeschichte  als
Provokation der literaturwissenschaft. In: ______. Literaturgeschichte als Provokation. 4.
ed  Frankfurt,  Suhrkamp,  1974.  p.  146.  Como  serão  retiradas  várias  citações  deste
ensaio, doravente indicaremos, entre parênteses, apenas o número da página onde eles
se  encontram.]  [3  :  Cf.  a  respeito  da  crítica  à  historiografia  da  literatura  e  em  geral,
também:  JAUSS,  Hans  Robert.  Geschichte  der  Kunst  und  Historie.  In:  ______.
Literaturgeschichte..., cit., p. 208­51] [página 30­31]

"Resultou  disso  o  impasse  entre  a  história  e  a  estética,  que  que  a  presença  de


           
uma implicava a ausência de outra". [página 31]

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10/03/2017 Estudos Literários: Estética da Recepção e História da literatura [Fichamento]

Postado por Rodrigo Leite às 13:03


Marcadores: A Leitura, Estética da Recepção, Fichamento, ZILBERMAN Regina

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