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Reumato em “Gavetas”:
1. Artrites idiopáticas: doença precisa ser sistêmica, mas protagonista tem que ser artrite cuja causa seja
desconhecida (ex: gota não entra)
2. Colagenoses: doenças autoimunes contra o tecido colágeno ou tecido conjuntivo.
3. Vasculites
4. “Miscelânea”: doenças que não se encaixam nas outras “gavetas”
ARTRITES IDIOPÁTICAS
Doença tem que ser sistêmica, sendo protagonista a artrite sem causa
Soropositivas em 70-80%:
1. Artrite reumatoide
Espondiloartropatias soronegativas:
2. Espondilite anquilosante
3. Artrite reativa
4. Artrite psoriásica
5. Enteropatia enteropática:
1. ARTRITE REUMATÓIDE
Epidemiologia: mulher de meia idade (35-55 anos) / antígeno de histocompatibilidade
HLA-DR4 (participação genética). Fator de risco principal é o tabagismo.
* cara da Marília Gabriela
Fisiopatologia: idiopática... o que se sabe é que há alguma participação do sistema imune,
mas não se sabe como ela é deflagrada. Participação imunológica:
Fator reumatoide: positivo em 70-80% (não é positivo em todas paciente com AR. As que não tem FR
positivo, são chamadas de soro negativas). Que tipo de anticorpo é esse? Qual o alvo do FR? É um
autoanticorpo IgM contra IgG self (da própria paciente). Baixa sensibilidade. Pesquisa do FR: látex/
Waaler-Rose.
Anti-CCP (anti-peptídeo citrulinado cíclico): tem especificidade (muito confiável quando resultado
vem negativo) para artrite reumatoide. Alta sensibilidade.
Tanto FR quanto o anti-CCP têm valor prognóstico, porém não se recomenda monitorar a resposta ao
tratamento pelo acompanhamento dos níveis desses marcadores.
Citocina inflamatória (TNF-alfa): alto terapêutico no tratamento da AR (drogas inibitórias do TNF-alfa)
Agressão articular: diartrose (articulação entre ossos de formato alongado [pode ser pequeno]) e membrana
sinovial (sinóvia), que é o revestimento interno da articulação, causando
sinovite não para de acontecer essa inflamação e com isso a sinóvia é
agredida de maneira crônica e forma Pannus (alteração estrutural sinóvia
alterada enrijecida pelo processo inflamatório crônico) e com a persistência
dessa inflamação crônica ocorre destruição do osso (erosões ósseas) e da
cartilagem e vai evoluir para deformidade articular. Onde é mais comum de
acometer? Pequenas articulações da periferia (mão, pé e punho)!
Padrão articular da AR: vai progredindo de modo insidioso, aditivo e bilateral (evolução) e, no final, é uma
poliartrite simétrica periférica (final).
* Doença com origem inflamatória: piora com repouso. Detalhe clássico da AR: rigidez matinal prolongada >
30-60min (após o repouso da noite) que melhora com movimento.
Manifestações extra-articulares: relação com altos títulos de FR e anti-CCP. É o que mata na AR.
Nódulos reumatoides e vasculites em qualquer lugar do corpo
Pele: nódulo subcutâneo/ vasculite
Coração: nódulo (pode dar arritmia)/ vasculite;
o Pericardite (muito comum) com o líquido de mesmas características do líquido do derrame
pleural.
o Aterosclerose (qualquer doença inflamatória crônica aumenta a aterosclerose). A AR é fator
de risco independente para DCV. DCV é principal causa de morte na AR.
Pulmão: nódulo/ vasculite;
o Derrame pleural: glicose do líquido pleural extremamente baixa, exsudato, complemento
baixo, poucos leucócitos e FR presente;
o Síndrome de Caplan: associação AR (nódulos pulmonares) + pneumoconiose do carvoeiro
(doença pulmonar restritiva por inalação de partículas de carvão mineral ou sílica).
Olhos:
o Síndrome de Sjogren (olho e boca seca) ou caratoconjuntivite sicca
o Episclerite (autolimitada associada a eritema localizado e dor no olho)
Rins: nefropatia membranosa associada ao uso de D-penicilina e sais de ouro
Regra mnemônica: PEGUEI NOJO DE VASCA. P pericardiote/ NO nódulos em qualquer lugar do corpo/ JO
Sjogren/ DE derrame/ VAS vasculite em qualquer lugar do corpo/ CA síndrome de Caplan.
Síndrome de Felty: é um baço enciumado que passa a querer ser protagonista. Paciente com AR e baço
começa a crescer (esplenomegalia) há maior destruição de plaquetas e células hematológicas e neutrófilos
pancitopenia e neutropenia.
ESPONDILOARTROPATIA SORONEGATIVAS:
Ausência de FR
Associação com o HLA-B27
Lesão nas enteses [local no osso onde ocorre inserção do ligamento] (entesite)
ESPONDILITE ANQUILOSANTE
Fisiopatologia: idiopática...
Esqueleto axial: quadril (sacrilíaca) e coluna vertebral. “A espondilite anquilosante seria um
complemento da AR”
o A evolução é a calcificação [formação de “pontes” ósseas (sindesmófitos simétricos)
ascendente do esqueleto axial (entesite que sofre calcificação)]. A doença sempre se
comporta de baixo para cima. Não existe espondilite anquilosante sem lesão de sacrilíaca.
Quando muito avançado, coluna em bambu (ossificação das articulações
da coluna vertebral).
o Radiografia: sem separação da sacrilíaca
Exame físico:
Teste de Schober: testa o grau de mobilidade lombar. Serve para ver quando
há acometimento com calcificação da lombar. Com o paciente em pé, se faz
uma marcação na altura da apófise de L5, pega fita métrica e desenha um
segundo traço 10cm acima e pede para o paciente fazer uma flexão lombar.
Se a distância entre as duas marcas for < 15 cm, teste positivo para diminuição
da mobilidade lombar.
Hipersensibilidade óssea: dor à digito pressão em locais acometidos pelo
processo inflamatório como apófises espinhosas e cristas ilíacas.
Manifestações extra-articulares:
Uveíte anterior aguda: 30-40% dos pacientes. Unilateral, dor, lacrimejamento, fotofobia e turvação
da visão.
Insuficiência aórtica
Fibrose pulmonar “bolhosa” de lobos superiores: formação de cistos tosse produtiva crônica e
dispneia progressiva.
Osteopenia
Diagnóstico:
< 45 anos + dor lombar crônica (>3 meses)
MAIS
Sacroleíte em exame de imagem (inflamação da sacroilíaca na RM ou sacroileíte definitiva no raio X
simples) OU HLA B27
MAIS
Dor inflamatória OU HF OU aumento de PCR OU uveíte
Tratamento:
Fisioterapia do esqueleto central
Drogas
1. AINEs: primeira linha nos casos sintomáticos (retarda progressão radiográfica da doença)
Indometacina
2. Refratários: inibidores TNF-alfa (inflixamab, etanercept, adalimumab)
* Essa doença se associa com osteopenia evitar o uso de corticoide sistêmico
* Não se usa DARMDs na EA, pois não tem comprovada eficácia
ARTRITE REATIVA
Fisiopatologia: inflamação articular (processo infeccioso bacteriano), mas que não é dentro da articulação (é
uma artrite estéril) que tem origem em um processo infeccioso à distância. Geralmente o foco é intestinal ou
genital. O mesmo anticorpo que reage contra a bactéria, reage contra as articulações (reação cruzada).
Intestinal (diarreia invasiva): Shigella, Salmonella
Genital (uretrite/cervicite): Chlamydia trachomatis
Quadro clínico:
Artrite assimétrica de padrão articular: oligoartrite periférica de grandes articulações (joelho)
o Desenvolve-se 1-4 semanas após o quadro de infecção.
Sintomas constitucionais: fadiga, mal-estar, febre e perda ponderal.
ARTRITE PSORIÁTICA: paciente tem psoríase (lesões eritemato descamativas) e desenvolve artropia
inflamatória crônica. Pode preceder o aparecimento da psoríase em 20% dos casos. Faz parte das
espondiloartropatias soronegativas, logo não tem nem FR nem anti-CCP positivo. Associação com síndrome
metabólica.
Diagnóstico diferencial com AR: A artrite psoriática tem FR negativo, acomete IFD. Além de frequente dinais
clínicos de entesite (dactilite) e inflamação do calcâneo.
Tratamento: pode ser tratada com anti-TNF em caso de refratariedade, pois melhoram tanto o quadro
articular quanto as lesões de pele.
AINEs em casos leves
Metotrexate em casos mais graves