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JORGE CUNHA

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ADVOGADO

Exmo. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 12ª VARA DE FAZENDA PÚBLICA DA


COMARCA DA CAPITAL-RJ.

POR DEPENDÊNCIA
PROCESSO-0377335-58.2016.8.19.0001

OSMAN CAIRUS, comerciante, solteiro, portadora do RG n° 06013276-8 do


IFP-RJ, inscrita no CPF sob o número 826.438.737-34, domiciliado e residente à Rua
Juventino Alves da Fonseca, nº84, Camorim, Casa, CEP-22780-110, Rio de Janeiro,
RJ, filho de LUIZA COSTA CAIRUS, documentação em anexo, vem através de seu
advogado signatário da presente opor

EMBARGOS A EXECUÇÃO FISCAL C/C EFEITO SUSPENSIVO

proposta pelo MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, pelas razões de fato e de


direito que passa a expor e ao final requerer:

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente, Requer a Vossa Excelência, os benefícios da Justiça Gratuita,


nos termos do art.4º, da Lei n.º 1.060/50, com a nova redação dada pela Lei
n.º 7.510/86, eis que o AUTOR não tem condições de pagar as custas judiciais
e honorários advocatícios sem prejuízo próprio, pois está desempregado e
passando por severas dificuldades financeiras.

Rua do Carmo, nº 6, sl 504/505, Centro- Rio de Janeiro-RJ.


Tel.:(021)3153-1912-CEP-20011-020
JORGE CUNHA
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ADVOGADO

DOS FATOS

O Embargante, filho da executada, só tomou conhecimento do


presente processo ao ser abordado pelo oficial que foi cumprir o MANDADO
DE ARRESTO E AVALIAÇÃO DE IMÓVEL, que além de fazer citar na sua
certidão pessoa diversa (OSMAR DA SILVA), bem diferente de OSMAN
CAIRUS, não colheu nenhuma assinatura de quem recebeu o referido
Mandado.

Que fique claro, até este dia não tinha o autor nenhum conhecimento a
respeito do processo em epígrafe.

Entretanto, informa o EMBARGANTE que sua mãe, a EXECUTADA, é


falecida desde 24/09/2008, o que comprova com a certidão de óbito em
anexo.

Diante deste fato, analisando a presente execução fiscal chega-se a


conclusão de que ela é nula posto que quando foi proposta o contribuinte já
se encontrava falecido a quase oito anos, não podendo subsistir o presente
processo.

O artigo 485, incisos IV, VI e IX do CPC, faz a previsão, a saber:

Art. 485-O juiz não resolverá o mérito quando:

IV - verificar a ausência de pressupostos de


constituição e de desenvolvimento válido e regular
do processo;

VI - verificar ausência de legitimidade ou de


interesse processual;

IX - em caso de morte da parte, a ação for


considerada intransmissível por disposição legal;

DO VÍCIO INSANÁVEL NA CERTIDÃO DA DÍVIDA ATIVA

Rua do Carmo, nº 6, sl 504/505, Centro- Rio de Janeiro-RJ.


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Verifica-se que a execução fiscal foi ajuizada em 28/10/2016 em face


de LUIZA COSTA CAIRUS.

Ocorre que a referida senhora faleceu em 24/09/2008, conforme


CERTIDÃO DE ÓBITO em anexo.

Sendo assim verifica-se a impossibilidade do prosseguimento da


execução fiscal em voga, pois é totalmente impossível ajuizar uma ação
contra pessoa falecida.

A Lei Processual Civil, não permite suspender o curso da demanda,


porem o caso não é de morte ocorrida no seu curso, mas sim, de erro na
propositura da ação em face de pessoa que não mais existe.

Não se trata de erro na CERTIDÃO DA DÍVIDA ATIVA, mas sim de


verdadeira alteração do sujeito passivo, como determina o verbete nº392 da
Súmula do STJ, haja vista que o procedimento administrativo já se iniciou
viciado, constando a inscrição de uma dívida ativa contra pessoa já falecida.

A jurisprudência é farta nesse sentido:

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O posicionamento Jurisprudencial acima transcrito está totalmente


compatível com a Jurisprudência do S.T.J.

CONFIRA-SE:

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Note-se que o vício é insanável, razão pela qual não cabe nenhuma
emenda na Certidão da Dívida Ativa, tudo em conformidade com as
Jurisprudências acima transcritas e a abaixo:

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Preceituam os ensinamentos legais que para o ajuizamento da Ação


Executiva, é necessário que o título executivo, possua três requisitos, quais
sejam:

LIQUIDEZ, CERTEZA e EXIGIBILIDADE.

No caso em tela, não estão presentes nenhum dos requisitos que


ensejariam ao Município a propositura da presente EXECUÇÃO.

O título não é liquido, certo e exigível, pois constou da CDA e no polo


passivo da execução, pessoa já falecida, como sobejamente provado pelo
atestado de óbito anexo.

Assim estabelece o CTN, CAPÍTULO II- DÍVIDA ATIVA, a saber:

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa,


autenticado pela autoridade competente, indicará
obrigatoriamente:

I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-


responsáveis, bem como, sempre que possível, o
domicílio ou a residência de um e de outros;

Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos


previstos no artigo anterior, ou o erro a eles
relativo, são causas de nulidade da inscrição e do
processo de cobrança dela decorrente, mas a
nulidade poderá ser sanada até a decisão de
primeira instância, mediante substituição da

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certidão nula, devolvido ao sujeito passivo,


acusado ou interessado o prazo para defesa, que
somente poderá versar sobre a parte modificada.

Ante o exposto, é a presente para requerer que V.Exa.:

1A concessão do pedido de Gratuidade de Justiça;

2A concessão do EFEITO SUSPENSIVO, de modo a


garantir os direitos do EMBARGANTE, pois o dano
de difícil ou incerta reparação está demonstrado.
(art.919§1º do CPC)

3 A intimação do embargado na pessoa de seu


procurador nos termos do artigo 17 da Lei 6.830/80;

4 Julgue os EMBARGOS procedentes,


DETERMINANDO a nulidade da EXECUÇÃO FISCAL,
relativa às CDAs nº 01/165786/2015-00 e nº
01/319176/2014-00, posto que ajuizada contra
pessoa já falecida

Agindo desta forma, estará V.Exa. praticando a costumeira


JUSTIÇA!!!

Dá-se à causa para efeito fiscal o valor de R$1.000,00 (hum mil reais)

Termos em que

Pede Deferimento

RIO DE JANEIRO, 04 de setembro de 2019.

Jorge Roberto de Oliveira Cunha

OAB/RJ-92.284

Rua do Carmo, nº 6, sl 504/505, Centro- Rio de Janeiro-RJ.


Tel.:(021)3153-1912-CEP-20011-020

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