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Rural e urbano: harmonia e conflito na cadência da contradição

Bagli

O espaço urbano é mais dinâmico (chamado de tempo rápido) e está em constante


transformação. As pessoas que ali se encontram não se apropriam do tempo de forma
simétrica com as mudanças naturais, o cotidiano é construído sobre um tempo mecânico.
O andamento do tempo está de acordo com a lógica capitalista, e o relógio é o condutor
desse tempo. No espaço rural o tempo é percebido de forma mais vagarosa (chamado de
tempo lento) , pois, a relação com a natureza e seus ciclos é muito mais intensa. (...) as
pessoas estão imbuídas por uma outra lógica. Temporalidades diferenciadas: do plantio,
da colheita, da poda, da entressafra. Horários que seguem outras rotinas e normas,
portanto, que expressam um outro modo de vida(...) (BAGLI, 2006b, p. 84).

A autora diz que é importante salientar que a logica temporal capitalista também está
presente no ambiente rural, com o desenvolvimento tecnológico dos meios de produção,
porém estas tecnologias não promovem o “dominação” completa da natureza, ainda que
possibilitem que a produção ocorra em uma maior velocidade. Assim, o tempo é
percebido de maneira diferente entre os que ocupam este ambiente, uma vez que “(...)as
pessoas que habitam esses espaços constroem modos de vida dessemelhantes (...)
(BAGLI, 2006b, p. 83). Se faz importante de dizer estas percepções não são iguais (uma
vez que uma propriedade é mecanizada e a outra não), mas não são opostas.

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