Você está na página 1de 42

0

Índice

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 2

2. APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO ....................... 3

2.1. Localização da Aldeia de crianças SOS............................................................................... 3

2.2. Caracterização da Aldeia de crianças SOS .......................................................................... 3

2.3. Historial da Aldeia de crianças SOS - Maputo .................................................................... 3

2.4. Missão, Visão, Valores, Objectivos e Princípios ................................................................. 4

2.5. Estrutura de relações hierárquica na Aldeia de Crianças SOS- Maputo .............................. 5

2.6. DESCRIÇÃO DETALHADA DAS ACTIVIDADES NA ÁREA QUE A ESTAGIÁRIA


ESTEVE COLOCADA .................................................................................................................. 8

2.7. Relevância da instituição e da e área de estágio para a formação da estagiária ................ 10

2.8. Contributo esperado pela estagiária na instituição............................................................. 10

2.9. Papel do psicólogo na Aldeia de Crianças SOS..................................................................... 11

3. PLANO DE ACTIVIDADE .................................................................................................. 12

4. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA ESTAGIÁRIA .............................................. 15

5. Descrição do Caso ................................................................................................................. 19

6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................ 21

6.6. Discussão do caso .............................................................................................................. 25

6. PLANO DE INTERVENÇÃO .............................................................................................. 28

7. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 31

8. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................ 32

9. REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS ................................................................................. 33

1
1. INTRODUÇÃO
O presente relatório debruça-se em torno das actividades realizadas na Aldeia de Criança SOS-
Maputo, local onde teve lugar o estágio académico, com ênfase ao estudo e intervenção no
âmbito das dificuldades de aprendizagem em crianças institucionalizadas. Neste relatório de
estágio, estão descritas as actividades que foram realizadas durante o período de 18 semanas, no
intervalo de 01 de Abril a 02 de Agosto, no horário compreendido entre às 8h:30min até às
15:30min.

Segundo o regulamento da FACED (2014), o estágio académico tem por objectivo integrar a
competência teórica no trabalho prático, através do contacto com a realidade sócio profissional e
da aquisição de experiencias prática relativamente a área de formação, adequar e diversificar o
conhecimento e as competências técnicas-praticas adquiridas ao longo da formação, reforçar o
interesse do estudante pela profissão e possibilitar vínculo de emprego com a instituição do
estágio.

O relatório encontra-se dividido em unidades temáticas, onde a primeira unidade faz-se a


apresentação da instituição de acolhimento (Aldeia de Criança SOS- Maputo), onde tem a
descrição da caracterização da instituição, historial da instituição e Estrutura de relações
hierárquica, a descrição detalhada das actividades na área em que a estagiária esteve colocada,
relevância da instituição para a formação da estagiária, contributo da estagiária e o papel do
psicólogo na Aldeia de Crianças na Aldeia de Crianças SOS- Maputo. Na segunda unidade falar-
se-á do plano de actividade e a descrição das actividades realizadas pela estagiária, na terceira é
trazida o estudo de caso, fundamentação teórica, discussão do caso e o plano de intervenção e
por fim, temos a conclusão, recomendações, as referências bibliográficas, apêndice e anexos.

2
2. APRESENTAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO
Nesta secção apresentasse-a e descrevesse-a a Aldeia de crianças SOS, a instituição onde teve
lugar o estágio. São apresentados dados relacionados com localização, historial da criação,
missão, visão, valores, propósitos, princípios e a sua estrutura orgânica. Estes dados foram
obtidos através da entrevista feita ao oficial sénior de programas e leitura do resumo das políticas
da SOS.

2.1.Localização da Aldeia de crianças SOS


Aldeia de crianças SOS-Maputo, está localizada na cidade Maputo, no bairro de Laulane (Hulene
Expresso), Prolongamento da Av. Julius Nyerere n° 271, caixa postal 2026.

2.2.Caracterização da Aldeia de crianças SOS


A Aldeia de Crianças SOS é uma organização social humanitária sem fins lucrativos,
vocacionada ao acolhimento e cuidado de crianças órfãs e vulneráveis, com o apoio de muitos
doadores e colaboradores a organização têm crescido. Através do Modelo Familiar de Cuidado
composta pelas 15 casas de acolhimento1e do empoderamento das famílias na comunidade,
através do Programa de Fortalecimento Familiar.

2.3.Historial da Aldeia de crianças SOS - Maputo


A primeira a Aldeia de Crianças SOS foi fundada por Hermann Gmeiner em 1949, em Imst, na
Áustria. Hermann Gmeiner comprometeu-se em ajudar crianças necessitadas, as que haviam
perdido seus lares, sua segurança e as suas famílias em consequência da II Guerra Mundial. Esta
organização foi pioneira na abordagem familiar sobre os cuidados ao longo termo das crianças
órfãs e abandonadas.

É uma organização internacional que existe em 134 países. Das quais Moçambique faz parte, e
tem estado a operar no Sul do país em Maputo desde 1995 e Inhambane, no Centro Manica e
Sofala e no norte do país nas provinciais de Tete e Cabo Delgado.

1
Cada casa familiar alberga de 8 a 10 crianças de diferentes idades, 1 mãe social, uma tia social que é rotativa nas casas. Todas as
casas têm condições de alojamento adequando para todas as faixas etárias

3
2.4.Missão, Visão, Valores, Objectivos e Princípios
2.4.1. Missão da Aldeia de Crianças SOS -Maputo

Segundo o Resumo das Políticas a missão da Aldeia de Crianças SOS é de: construir e fortalecer
famílias para crianças necessitadas, ajudamo-las a moldarem os seus futuros e compartilhamos
no desenvolvimento das suas comunidades.

2.1.2. Visão da Aldeia de Crianças SOS - Maputo

De acordo com Resumo das Políticas a Aldeia de Crianças SOS tem como visão: todas as
crianças pertencem a uma família e crescem com amor, respeito e segurança.

2.4.3.Valores da Aldeia de Crianças SOS -Maputo

Os valores duradouros guiam as acções, decisões e relações, Segundo o Resumo das Políticas, a
Aldeia de Crianças SOS são: Coragem, Compromisso, Confiança e Responsabilidade.

2.4.4. Propósitos da Aldeia de Crianças SOS -Maputo

De acordo com Resumo das Políticas tem como propósitos principais: Permitir que COV’s
construir laços fortes e douradores no seio de uma família, asseguramos que as crianças recebam
educação e formação que necessitam para ser membros bem-sucedidos, que contribuem
activamente para o desenvolvimento da sociedade

2.4.5. Princípios da Aldeia de Crianças SOS -Maputo

De acordo Resumo das Políticas o modelo familiar de atendimento, a longo prazo, da Aldeia de
Crianças SOS baseasse em quatro princípios:

I. Mãe social

A mãe social cria uma relação de afecto com cada criança a ela confiada, proporcionado
segurança, o amor e a estabilidade que cada criança precisa. Como uma profissional de atenção a
crianças, a mãe vive juntamente com as crianças, orientado o seu desenvolvimento e
administração do seu lar com autonomia. Ela conhece e respeita a origem, as raízes culturais e a
religião de cada criança.

4
II. Irmãos e Irmãs

Raparigas e rapazes de diferentes idades convivem juntos como irmãos e irmãs, os irmãos
biológicos permanecem sempre dentro da mesma família SOS.

III. Casa

A casa é o lar familiar com suas próprias características, ritmo e rotina. Sob este tecto, as
crianças gozam e desfrutam o verdadeiro sentido de segurança e de pertençam. As crianças
crescem e aprendem junto, compartilhando responsabilidades, alegrias e tristezas da vida
quotidiana.

IV. Aldeia

As famílias SOS vivem juntas na Aldeia, criando um ambiente de apoio, onde as crianças gozam
de uma infância feliz. As famílias compartilham experiências e ajudam-se umas as outras.
Através da sua família, Aldeia e da comunidade, cada criança aprende a participar activamente
na sociedade.

2.5.Estrutura de relações hierárquica na Aldeia de Crianças SOS- Maputo


A Aldeia de criança SOS -Maputo é dirigida por um director da Aldeia, auxiliado por um Oficial
sénior de programas, oficial de administração e um assistente social. Oficial sénior de programas
é responsável pela planificação, monitoria das actividades, criar parcerias, mobilizar recursos
para organizações comunitárias de base e coordena as actividades dos oficias de saúde,
educação, subsistência, capacitação da comunidade e Educação

A Aldeia de Crianças SOS-Maputo está dividida em cinco áreas, nomeadamente:

 Administração: Finanças e Patrocínios:

 Educação: Escola Primária e Secundária Herman Gmeinner e o Centro Infantil

 Modelo Familiar de Cuidado: Casas Familiares, Assistente social e Projecto da


Juventude;

 Programa de Fortalecimento Familiar: Educação, Saúde, Subsistência e Capacitação

5
 Manutenção e Segurança.

2.5.1.Administração

2.5.1.1.Administração e Finanças

Esta área é responsável em executar tarefas relacionadas a gestão financeira, administrativa e


recursos humanos ao nível das áreas de Acolhimento, programa de apoio a juventude e o
programa de fortalecimento familiar. O sector da administração e finanças também responde a
questões relacionadas a manutenção da instituição, nomeadamente: jardinagem, transporte,
segurança, oficina, serralharia e mecânica.

2.5.1.2.Patrocínio

Este sector e responsável pela promoção da instituição para angariar fundos, criando laços
douradores com doadores e padrinhos, através da comunicação dos padrinhos com os seus
afilhados. Este sector também é responsável por dar o Money Give no momento da reintegração
do jovem na comunidade.

2.5.1.3.Family based care (Modelo familiar de cuidado)

 Assistente social

O Assistente social é responsável pela admissão de crianças na Aldeia SOS, recrutadas pela
Acção Social. Ele trabalha com todos os sectores da Aldeia SOS, para garantir os direitos e
salvaguarda das crianças, adolescentes e jovens. Faz também o acompanhamento dos jovens no
processo da reintegração na comunidade. Presta apoio psicossocial às mães sociais e ajuda na
resolução de problemas vivenciados nas casas familiares, promove iniciativas de sensibilização
na prevenção de problemáticas de saúde, tais como: toxicodependência, gravidez precoce,
violência, educação sexual e reprodutiva, higiene individual e colectiva.

 Acolhimento

Esta área alberga indivíduos dos 0 anos atem 23 anos, neste momento alberga 124 indivíduos,
sendo a maioria provenientes do Centro de Acolhimento 1 de Maio, vivem nas 15 casas
familiares e são assistidas por 15 mães sociais e 8 tias sociais, cada casa vivem de 8 á 15

6
indivíduos. A Mãe social administra seu lar, tem o dever de proporcionar segurança, amor e
estabilidade, vivendo com elas, orientando-as no seu desenvolvimento.

 Programa da juventude

É a última fase de estadia na SOS, acolhe adolescentes e jovens a partir dos 17 anos, o programa
decorre na comunidade para os rapazes e para as raparigas dentro da aldeia numas casas
separadas das casas familiares. Tem como objectivo preparar o jovem para uma vida
independente, ajudar na identificação das famílias biológicas e capacitar os jovens para
enfrentarem a vida activa. Os líderes da juventude são responsáveis por educar os jovens e
reintegrar na comunidade.

2.5.13. Educação

A área da educação é composta pelo Centro Infantil, Escola Primária e Secundária Herman
Gmeinner (onde frequentam crianças da aldeia e outras da comunidade), esta área têm
administração independente, ou seja, tem seu respectivo director e colaboradores.

2.5.1.4. FAMILY STRENGTHENING PROGRAM (Programa de Fortalecimento


Familiar)

O Programa de Fortalecimento Familiar (FSP) é uma área responsável em dar continuidade as


actividades desenvolvidas na Aldeia, ou seja, ajuda crianças carenciadas, vivendo em condições
de vulnerabilidade, sem no entanto tira-las do seu seio familiar. Actualmente FSP trabalha nas
seguintes comunidades: Marracuene, Hulene A, Hulene B, Hulene Satélite, Ferroviário e
Laulane. O FSP está dividido em quatro principais áreas, nomeadamente: Capacitação,
Subsistência, Educação e Saúde.

2.5.1.5. Capacitação e Subsistência

A Oficial de Capacitação e o oficial Subsistência trabalha directamente com as OCBs, apoiado


com materiais, negócio2e capacitações, para garantir o empoderamento das famílias que foram
identificadas pélas OCB’s, garantir que as OCB’s se tornem sustentável e forme redes com
outras instituições. As famílias são capacitadas em diversas áreas técnicas para o seu auto-

No âmbito do programa de sustentabilidade 80% das famílias beneficiárias ganharam negocio de venda de produtos alimentício,
roupas usadas, criação e venda de pintos.

7
sustento, através de capacitações como: igualdade de género, poupança, gestão financeira, venda,
gestão de renda.

 Educação

O objectivo principal desta área é de garantir a educação para todos, a oficial da educação é
responsável por flexibilizar o processo de matrículas de crianças beneficiárias da comunidade,
identificar escolas para as crianças, monitorar o aproveitamento pedagógico, desenhar estratégias
para melhorar o aproveitamento pedagógico, monitorar os Centros Infantis e Escolas
Comunitárias, dar orientação vocacional e profissional e empoderar raparigas da comunidade.

 Saúde

A área da saúde é composta por um posto médico que é responsável por prestar os primeiros
socorros, dar assistência medicamentosa, diagnosticar e tratar Malária e Doenças Respiratórias.
O foco principal desta área é a prevenção de doenças por isso oferece capacitações aos membros
das OCBs, as mães sociais, adolescentes e jovens sobre os temas: Malária, Nutrição, Cólera,
Saúde Sexual e Reprodutiva e ITS.

2.5.2. Distribuição dos recursos humanos

A Aldeia de Crianças SOS-Maputo conta com 52 colaboradores que realizam diferentes tarefas,
em diferentes áreas de trabalho. Dos quais 1 está no departamento da direcção da Aldeia, 2 na
administração e finanças, 1 no departamento de patrocínios, 24 colaboradores nas casas
familiares (sendo 1 assistente social, 15 mães Sociais e 8 tias sócias), 3 no programa da
juventude, 7 seguranças, 2 jardineiros, 2 na área da manutenção, 2 motoristas, 2 na área de
higiene e limpeza e 6 no departamento do FSP.

2.6. DESCRIÇÃO DETALHADA DAS ACTIVIDADES NA ÁREA QUE A


ESTAGIÁRIA ESTEVE COLOCADA
O FSP é um ramo da Aldeia que dá continuidade as actividades desenvolvidas na Aldeia SOS-
Maputo na comunidade, para a selecção das famílias beneficiárias, são envolvidas estruturas do
bairro e as OCB'S. Tem como principal objectivo ajudar COV’s e/ou em risco perder os
cuidadores por motivo de doença e pobreza. Actualmente o programa esta em fase de saída nos 6

8
bairros, o trabalho principal nestes bairros é avaliar o nível de sustentabilidade para propor a
saída da família no programa, caso esteja sustentável, do contrário, propor uma forma de deixar a
família sustentável neste ano de 2019.

A área de Educação é responsável por identificar famílias vulneráveis, realizar visitas nas casas,
jardim-de-infância, escolas comunitárias e OCBs, fazer levantamento do aproveitamento
pedagógico das crianças beneficiara, fazer acompanhamento pedagógico, identificar vagas para
as crianças beneficiaria, sensibilizar os pais para matricular os filhos, aconselhar as crianças e os
pais, apoiar no processo das matriculas, oferecer bolsas de estudos para jardim-de-infância e
cursos técnicos.

Constituem serviços deste sector dar Orientação vocacional e profissional, este serviço é
direccionado a adolescentes e jovens com objectivo de auxiliar na escolha do curso que esteja em
concordância com as habilidades, interesse, capacidades. São oferecidos bolsas 3para os
seguintes cursos: Corte e Costura, Serralharia, Carpintaria, Culinária, Mecânica, Electricidade,
Hotelaria e Turismo. Fim do curso o sector ajuda na procura do estágio profissional, alguns
ganha emprego e outros são apoiados com mini Kit para o início do auto-emprego. É também
actividade desta área identificar e apoiar beneficiários primários com material escolar, uniforme
escolar, pastas e transporte.

Constitui tarefa da oficial de educação realizar todas as tarefas acima descritas nas comunidades
e na Aldeia de crianças SOS Maputo.

Nesta área a estagiaria teve o privilegio de conhecer, auxiliar e realizar as tarefas da oficial da
educação, oportunidade de interagir com as famílias beneficiárias o que permitiu conhecer o real
nível das famílias dos seis (6) bairros que a SOS esta vinculada, dar apoio psicossocial as
famílias, criar um plano de desenvolvimento familiar para atingir auto-sustentabilidade,
consciencializar as acrianças e os encarregados sobre a importância da educação escolar, dar
orientação vocacional e profissional a jovens das comunidades.

3
As bolsas são oferecidas aos beneficiareis graças a parceria que a Aldeia de Criança SOS tem com institutos e
Escolas Técnicas

9
2.7.Relevância da instituição e da e área de estágio para a formação da estagiária
A Aldeia de Crianças SOS-Maputo é uma organização não governamental de ajuda humanitária
que tem como principal objectivo dar assistência a COV’s até aos vinte e três (23) anos. Para tal
Promove acções de educação e formação para garantir um enquadramento social adequando na
vida independente. Actualmente a Aldeia de Crianças SOS-Maputo alberga 124 indivíduos, de
diferentes faixas etárias, sendo maioritariamente constituída por adolescentes e jovens, dos 49
jovens apenas 6 jovens estão a frequentar o ensino superior, sendo (três nas universidades
publicas e três no privado), maior parte está a frequentar ensino primário, em média eles têm um
aproveitamento suficiente.

Os factores que desencadeiam a situação de acolhimento, encontrasse no processo de cada


criança, em princípio são: situações de maus tratos, violência nas suas diferentes modalidades,
pobreza extrema, órfãos, modelos parentais desviantes, abandono parental, negligência de
cuidados de saúde e educação. Actualmente alguns têm contacto com seus progenitores e outros
não. Na verdade, o que é evidente são recorrentes casos de estresse, relutância em se adaptar aos
modos vi vendi da família, aldeia e principalmente na Escola. O que se manifestam por meio de
comportamentos disfuncionais como o uso de substâncias toxicodependentes, comportamentos
agressivos, falta de respeito, auto-isolamento social, insucesso escolar, deficit em relações
interpessoais e até casos de furto de bens na escola.

Por causa dos factores supracitados a instituição tornasse relevante para a formação da estagiária
por permitir praticar os conhecimentos teóricos, adquirir experiência em diferentes manejos de
problemas escolares, problemas interpessoais e intra-pessoais, dificuldades de aprendizagem,
atraso mental, epilepsia, problemas comportamentais e problemas psicossociais.

2.8.Contributo esperado pela estagiária na instituição


O acesso a educação formal constitui um dos propósitos centrais da Aldeia de Crianças SOS-
Maputo, é nesta perspectiva que a estagiária pretende contribuir imbuído de conhecimento
teóricos aprendidos ao longo do percurso formativo.

A estagiária espera dar o seu apoio nas crianças, adolescentes e jovens que vivem na Aldeia de
Crianças SOS- Maputo e nas seis (6) comunidades, melhorado o desempenho escolar,
proporcionar o bem-estar individual e promover uma boa convivência entre as crianças,

10
adolescentes e jovens com as mães e tias sociais, professores, colegas e os demais colaboradores.
Também espera ensinar formas adequadas de lidar com as emoções e sobre tudo ajudar na
realização do um plano de vida.

2.9. Papel do psicólogo na Aldeia de Crianças SOS


Na Aldeia de crianças SOS, não temos a figura do psicólogo, mas temos três (3) funcionários
licenciados em psicologia, mas ocupam cargos de oficial da saúde biomédica, oficial da
educação, assistente social, agindo como psicólogo em raríssimas ocasiões e muitas delas em
situação de emergência. Os tipos de trabalho desenvolvido pelos psicólogos em instituições de
acolhimento, constituem na sua maioria o atendimento psicoterapêutico individual,
aconselhamento, psicoterapia em grupo, trabalho educativo-informativo, escuta activa, oficinas e
visitas domiciliárias, (Gomes, 2016)

As funções do psicólogo, no contexto duma instituição de acolhimento são: recolher informação


e participar na análise do processo de decisão sobre a integração escolar e inserção no grupo da
instituição de acolhimento, promover o contacto direito com as crianças/jovens na realidade do
seu dia-a-dia, articular com a equipa técnico - educativa de forma a acompanhar o percurso
escolar com regularidade; apoiar os restantes técnicos e a acção educativa; participar em reuniões
periódicas com a equipa técnica para avaliar, delinear e acompanhar o percurso pessoal,
participar em reuniões de carácter formativo com os educadores, fazer avaliações psicológicas
para estabelecer linhas de orientação e/ou intervenção, apoio psicológico e aconselhamento
(diagnóstico de necessidades e encaminhamento), promover a resolução de conflitos; orientar no
planeamento da carreira profissional e percurso escolar, participar nas visitas domiciliárias e
orientar/acompanhar a quando saída da instituição (Gomes 2016 citado Pinheiro, 2000).

Tendo em conta as experiências vividas pela estagiária na Aldeia de Crianças SOS, posso
afirmar que algumas funções citadas pelos autores acima são realizadas pela oficial da educação
na Aldeia de Crianças SOS. As funções descritas acima, monstra que existe muito espaço para
actuação do psicólogo Escolar e Necessidades Educativas Especiais nas casas de acolhimento,
cabendo a instituição e psicólogo definir as áreas prioritárias.

11
3. PLANO DE ACTIVIDADE
Nesta parte do relatório, apresenta-se o plano das actividades realizadas pela estagiária durante o período de 1 de Abril á 2 de Agosto
de 2019. Faz-se a descrição de cada actividade, objectivos, materiais necessários para a realização da actividade bem como as horas
necessárias.

Tabela 1. Apresenta o resumo das actividades realizadas pela estagiária no período acima referido

Período Actividades Objectivos Recursos Carga horária

1ª a 3ª semana • Apresentação da estagiária na Conhecer a instituição: o historial da Observação, 120 horas


De 1 de Abril a 19 instituição; instituição, a estrutura e o funcionamento, Entrevistas,
de Abril de 2018 • Elaboração do plano de os objectivos, a missão, a visão e os Caderno
actividades; valores;
Planificaras actividades do estágio;
• Visita aos departamentos e Conhecer as casas e as mães sociais, tias Observação 120 horas
4ª à 6ª semana casas familiares da Aldeia de sociais com os respectivos filhos; Entrevistas incluído os
crianças SOS; Observar a interacção dos filhos com as Caderno de estudos
De 22 de Abril a • Realização da Palestra sobre tias e mães sociais e interagir com eles; registo e independentes
10 de Maio de orientação vocacional e Consciencializar acerca dos critérios ater esferográfica
2019 profissional para alunos finalistas em conta na escolha de uma vertente ou
(7ª,10ª e 12ª classe) e a Palestra profissão;
sobre Autoconceito e Auto- Adquirir uma imagem de si própria
estima, destinada a adolescentes e realista;

12
jovens da aldeia.
• Acompanhamento psico- Conhecer o real nível das crianças em Observação 120 horas
7ª a 9ª semana pedagógico individualizado; termos de aprendizagem e intervir; Entrevistas incluído os
De 13 de Maio à • Trabalho no bairro Hulene A Identificar casos de estudo. Caderno de estudos
31 de Maio de 2019 • Sessões de aconselhamento Actualizar os dados do Bairro de Hulene registo e
A e oferecer um apoio psicossocial esferográfica
• Sessões de aconselhamento; Conhecer a história da vida do aluno C, L Caderno de 120 horas
• Trabalho no Bairro de Laulane, e N; registo; incluído os
10ª a 12ª semana Hulene e Ferroviário; Conhecer as capacidades, habilidades esferográfica, estudos
De 3 de Maio 21 de • Estudos orientados com (pontos positivos) e as fragilidades Folhas A4 independentes
a Junho de 2019 crianças da 5ª classe e com atraso (pontos negativos) dos alunos; Puzzles com
mental; Actualizar os dados no Bairro de Hulene palavras;
B e oferecer um apoio psicossocial;
• Sessão individual de orientação Fornecer informações sobre os diferentes Caderno de 120 horas
13ª à 15ª semana escolar, vocacional e profissional cursos vocacionais e técnico profissional; registo; incluído os
De 24 de Junho a 12 • Estudos orientado com crianças Intervir para melhoramento do seu esferográfica; estudos
de Julho de 2019 com atraso mental; desempenho escolar; laptop, independentes
• Secções com alunos e com Escolher as duas últimas alternativas de Folhas A4,
dificuldade de aprendizagem e as curso, Secção e profissão; e puzzles
mães e tias sociais; Melhorar o comportamento dos jovens.
• Elaboração do plano de Redigir o relatório do estágio; Laptop, 120 horas
16ª à 18ª semana intervenção Submeter o relatório de estágio a Manuais e

13
15 de Julho a • Redacção do relatório do Faculdade de educação. internet
2 Agosto estágio;
• Submissão do relatório do
estágio
Total 720 horas

Supervisor Estagiária Orientador

______________________________ ______________________________ ______________________________

Dr. Marcelino Sinete Pangaia Adelaide Clara Machele Fátima Liduina Furuma

Data: _____/______/______ Data: _____/______/_______ Data: _____/______/______

14
4. ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS PELA ESTAGIÁRIA
Durante o período de estágio (01 de Abril a 02 de Agosto de 2019), a estagiária esteve
enquadrada na área de educação, onde participou e realizou várias actividades dentre as quais:
visitas as casas familiares, visitas nas OCB’s, casas familiares dos beneficiários lançamento das
informações na base de dados (PDB e Dropbox), aconselhamento, orientação escolar, vocacional
e profissionais das crianças, adolescentes e jovens e execução dos estudos orientados, criação de
instrumento, palestras, reuniões de supervisão entre outras actividades. Estas constituem as
actividades que foram planificadas e as que não foram, mas foram realizadas em resposta as
necessidades da Aldeia de criança SOS- Maputo.

4.1. Integração da estagiária na instituição

Esta actividade decorreu nas primeiras três (3) semanas de estágio, com objectivo de conhecer as
principais actividades da Aldeia de criança SOS- Maputo, conhecer a missão, visão, valores,
propósitos, princípios, colaboradores, departamentos e a descrição das suas principais funções,
culminou com a integração da estagiária na área da educação. Neste período a estagiária
interagiu com os colaboradores, o que permitiu conhecer o funcionamento da instituição como
um todo.

4.2. Visita nas casas familiares

Esta actividade foi planificada com objectivo de conhecer as crianças e a interacção entre os
membros do agregado familiar, constitui também como objectivo apresentar-se e colocar-se a
disposição para ajudar em todas questões ligadas a aprendizagem. Durante as visitas, a estagiária
apresentava-se e explicava a família as funções de um Psicólogo Escolar e das Necessidade
Educativas Especiais, observava a interacção dos integrantes da casa, interagia com as mães
sócias, tias sociais e os filhos

No decorrer das visitas, as mães e tias sociais retratava como principais desafios as seguintes:
desobediência por parte dos filhos sociais, falta de higiene pessoal por parte de algumas crianças,
falta de concordância entre ser mãe socialmente construída e mãe social, a falta de dedicação a
escola e cursos por parte dos filhos. Segundo as mães estes desafios são sustentados pelo facto

15
das mães sociais não possuírem poder de decisão para com os filhos e os mesmos serem
detentores dessa informação.

A estagiária explicou as mães e tias sociais sobre a importância do diálogo com os filhos e com
seus superiores hierárquicos, a importância da renovação das estratégias de educação dos seus
filhos, a estagiária também, incentivou as mães explicando a grandiosidade das suas funções.
Com as crianças, adolescentes e jovens, a estagiária interveio de forma individual de acordo com
as preocupações de cada indivíduo.

4.3. Visitas nas Organizações Comunitárias de Bases e nas casas familiares

Esta actividade faz parte das actividades não planificadas pela estagiária, mas permitiu conhecer
as OCBs, interagir com os responsáveis e os colaboradores, conhecer as casas dos beneficiários,
interagir com as crianças e os cuidadores, com o objectivo de actualizar os dados referentes a
saúde, educação, sustentabilidade, dar um apoio psicossocial, avaliar o estado geral da família e
propor uma estratégia viável para deixar a família sustentável. Era também função da estagiária
consciencializar as famílias sobre a importância da educação escolar.

Durante as visitas, a estagiária pode desenvolver algumas competências comunicativas em língua


local (changana), desenvolver habilidades de sensibilização em grupo e conhecer os 6 bairros.

2.4. Estudo orientado

O estudo orientado foi uma das actividades rotineiras, visto que não eram feitas, levada acabo
pela estagiária que objectivava apoiar crianças e adolescentes institucionalizadas com deficiência
mental e dificuldade de aprendizagem, para o alcance das metas traçadas pela instituição. Esta
actividade, decorreu de forma individual, em pares/ou em grupos de até 6 indivíduos dependendo
das dificuldades das crianças e adolescentes institucionalizadas.

Em principio no inicio da actividade era feita uma avaliação diagnóstica, com objectivo de
conhecer o nível real de aprendizagem e em seguida planificar os conteúdos que precisam ser
aprendidos. Para actividade foram usados cartazes com números ou letras, puzzle de números,
pedrinhas, jogos de matemática, escrita e cálculo.

16
A actividade constituiu um momento de aprendizado em condução de estudo centrado no
indivíduo, foi uma actividade desafiadora para a estagiária, pois exigiu muita criatividade para a
criação de materiais para os estudos. Cada sessão era planificada de forma cuidadosa para
permitir a participação activa das crianças e adolescentes, respeitando as suas particularidades.

2.5. Lançamento das informações na base de dados (Lançamento de dados no PDB e no


Dropbox)

Para melhor gestão, controle e partilha com os gestores a nível nacional e internacional das
informações referentes aos beneficiários do FSP e do FBS, a Aldeia de criança SOS- Maputo
possui duas plataformas (PDB e Dropbox) que guardam informações de cada beneficiário. Num
PDB a estagiária actualizavam informações de cada membro da família e avaliava o
desenvolvimento da família no programa. No Dropbox a estagiária narrava de forma
pormenorizada o histórico das famílias beneficiárias em situação de saída no programa.

4.6. Aconselhamento individual

Está actividade foi desafiadora para estagiária, principalmente no aconselhamento individual de


adolescentes em que a iniciativa do processo de aconselhamento partia da estagiária. Decorreu
desde o mês de Junho ate ao final do estágio, tinha adesão de jovens estes que procuravam a
estagiária para expor diferentes queixas, a metade dos jovens trazia queixas falsas, mais ao longo
do processo desdobravam-se e chegava-se ao real motivo. As vezes a estagiária tomavam a
iniciativa com o propósito de os advertir devido ao comportamento autodestrutivo.

Num modo geral, a actividade objectivava moldar, aumentar autonomia, o sentido de


responsabilidade e reforçar aspectos positivos dos indivíduos. Nesta actividade a estagiária teve a
oportunidade de conhecer e moldar o pensamento de muitos adolescentes visto que muitos
consideravam-se como seres munido de direitos não tendo deveres e nem obrigações o que
influenciava muito nos comportamentos desajustados e problemas emocionais.

4.7. Entrevista e psicoeducação com mães e tias sociais

Esta actividade ocorreu nas casas familiares como parte das sessões de aconselhamento
individual, era dirigida às mães e tias sociais de crianças com dificuldades de aprendizagem e o
atraso mental. Consistia numa conversa, com objectivo de fazer perceber o potencial dos seus

17
filhos, as necessidades dos filhos e a importância do apoio delas no processo de aprendizagem.
Também foi um momento de esclarecimento de dúvidas colocadas pelas mães ou tias em relação
a forma como os seus filhos sociais aprendem.

4.8.Orientação escolar, vocacional e profissional nas crianças, adolescentes e jovens

O processo de orientação teve lugar no intervalo do mês de Maio a Julho, foram orientados
adolescentes e jovens, dos quais, dois frequentam a 10ª classe, três jovens com 12ª classe
concluída, um Universitário e dois com Epilepsia. Foram realizadas três há quatro sessões, desde
a entrevista inicial (levantamento de toda a informação relativa a vida, interesse no geral do
individuo) a escolha de cinco cursos, o comprimento do TPC e a escolha de duas alternativas.

Esta actividade fez com que a estagiaria valorizasse ainda mais o processo de Orientação escolar,
vocacional e profissional, visto que muitos adolescentes e jovens da Aldeia de crianças SOS, não
conhecem os cursos que são oferecidos no pais e não se auto-conhecem, permitiu também, a
adição de competências profissionais relativas ao processo de orientação vocacional e
profissional.

4.9.Realização de palestra

A estagiária realizou duas palestras com os temas``Orientação escolar, vocacional e


profissional” e “auto-conceito e auto-estima:” tinham como objectivos consciencializar os
adolescentes e jovens que vivem na Aldeia de Crianças SOS sobre a importância de uma escolha
acertada desde a 11ª classe ate ao nível superior, consciencializar acerca dos critérios a ter em
conta na escolha de uma especialização ou profissão, a importância da auto-aceitação.

A estagiária escolheu o primeiro tema por ser pertinente para adolescentes e jovens da Aldeia,
pois, muitos jovens trocam de forma frequente os cursos e instituições de ensino, também por
terem um tempo limitado para sair da Aldeia. E o segundo foi escolhido para complementar o
primeiro e para promover o auto-conceito positivo.

A palestra sobre auto-conceito e auto-estima, contou com a presença de 11 indivíduos, dos quais
4 adolescentes e 7 jovens da Aldeia, a estagiaria versou desde o conceito de autoconhecimento,
definição e tipos de auto-conceito, consequências do auto-conceito negativo e positivo nas suas
vidas e o impacto da auto-estima na escola. Houve uma interacção entre os jovens e a palestrante

18
(estagiária), onde os jovens referiram que muitos deles nunca pararam para se perguntar quais
habilidades têm, uma vez que era o primeiro dia que muito deles sentia a necessidade de
conhece-los.

5. ESTUDO DE CASO

Nesta secção apresente-a o estudo do caso com o tema Dificuldade de aprendizagem em


crianças e adolescentes institucionalizados: Caso Aldeia de Crianças SOS. Abrange a
descrição do caso, a revisão da literatura que serve de suporte para discussão do caso e por fim a
discussão do caso, que é a confrontação com a fundamentação teórica.

5. Descrição do Caso
No primeiro trimestre do presente ano, o sector da educação da Aldeia de Crianças SOS fez um
levantamento do aproveitamento pedagógico, onde obteve os seguintes resultados: dos 48 alunos
inscritos para o ensino primários na E.H.G, 16 (correspondente a 34%) tem um aproveitamento
medíocre na disciplina de Português, 19 alunos (correspondente a 40%) têm um aproveitamento
medíocre na disciplina de Matemática, 17 (correspondente a 35%) tem aproveitamento medíocre
em todas as disciplinas básicas. No primeiro ciclo do ensino secundário (8ª á 10ª), dos 26
inscritos 11 (correspondente a 43%) têm um aproveitamento medíocre na disciplina de
Matemática, 7 (correspondente a 27%) têm aproveitamento medíocre na disciplina de Física e de
16 (correspondente a 62%) têm aproveitamento medíocre na disciplina de História.

Este ano o ensino primário tem 13 repetentes, dos quais 11 não é a primeira vez que repetem a
classe. Muitos apresentam dificuldades na leitura caracterizada pela lentidão, omissões, adições
de palavras no texto, dificuldades na compreensão de um texto ou paragrafo, omissões e adições
na escrita e dificuldades no cálculo.

Essas situações são acompanhadas por problemas interpessoais e intra-pessoais, vergonha em


revelar a idade cronológica, vergonha em frequentar ambientes juvenis, deboches vindos dos
irmãos chamado de “burros, não sabem nada, esses da primária”, isolamento, em alguns casos
verificasse apoio nas actividades escolares noutros não, as mães limitam-se em apenas reportar o
mau desempenho escolar a oficial da educação e a estagiaria.

19
Para sustentar o tema escolhe 5 casos para demonstrar:

I caso: Adalberto é um adolescente residente na Aldeia de crianças SOS, o seu histórico é de


abandono tendo inicialmente vivido no infantário 1 de Maio até o ano de 2011, em 2012 foi
tutelado pela Aldeia de crianças SOS, frequentou jardim infantil por 2 anos, posteriormente,
progrediu para o ensino básico para frequentar a 1ª classe, durante o 1° trimestre Adalberto não
tinha interesse pela matéria (abecedário e números) apresentavam dificuldades na memorização
das lições.

Reprovou três vezes na 1ª classe, quando repetia a 2a classe a mãe social procurou ajuda de uma
psicóloga que não diagnosticou atraso mental no Adalberto, tendo feito recomendações para mãe
e para escola. Quando o Adalberto reprova pela terceira vez a mãe social leva-o para a segunda
consulta onde o Adalberto é diagnosticado dificuldade de aprendizagem. A mãe observa que o
Adalberto estava se tornado indisciplinado e não mostrava progresso académico, com a ajuda da
oficial da educação transferiu-se o Adalberto para Escola especial número 2, onde actualmente
frequenta a 3ª classe como o melhor aluno, porem, apresenta dificuldade na leitura.

II Caso: Cátia é uma adolescente residente na Aldeia de crianças SOS, têm20 anos está a
frequentar a 7ª classe, o seu histórico é de abandono, tendo inicialmente vivido no infantário 1 de
Maio até o ano de 2007 no ano de 2008 foi tutelado pela Aldeia de crianças SOS, onde começou
a frequentar a 1ª classe, reprovou por duas vezes na 1ª classe, uma vez na 4ªclasse e 5 ªclasse,
actualmente tem dificuldade na leitura e de compreensão;

III Caso: sábado é um adolescente residente na Aldeia de crianças SOS, têm 13 anos está a
repetir a 5ª classe, o seu histórico é de abandono tendo inicialmente vivido no infantário 1 de
Maio até o ano de 2007, no ano de 2008 foi tutelado pela Aldeia de crianças SOS, onde começou
a frequentou o jardim infantil, progrediu para o ensino primário, tendo reprovando uma vez na 2ª
classe, uma vez na 3ª classe, actualmente tem dificuldade numérico e de compreensão;

IV Caso: Zaina é uma adolescente residente na Aldeia de crianças SOS, têm 20 anos está na 8ª
classe, o seu histórico é de abandono tendo inicialmente vivido no infantário 1 de Maio até o ano
de 2004, no ano de 2005 foi tutelado pela Aldeia de crianças SOS, onde começou a frequentar o

20
ensino primário, tendo reprovando duas vez na 1ª classe, uma vez na 3ª classe e 5 classe,
actualmente tem dificuldade numérico e de compreensão.

V caso: Jone é um adolescente residente na Aldeia de crianças SOS, têm 20 anos está na 10ª
classe a repetir a secção de ciências, não esta ter um bom desempenho nas disciplinas de
Matemática e física, correndo o risco de reprovar este ano, o seu histórico é de abandono tendo
inicialmente vivido no infantário Casa de Alegria até o ano de 2004, no ano de 2005 foi tutelado
pela Aldeia de crianças SOS, onde começou a frequentar a 1ª classe, reprovou uma vez na 1ª
classe, uma vez 7ªclasse, actualmente tem dificuldade numéricos.

6. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para melhor compreensão e discussão a posterior, nesta secção, apresentasse-a uma breve
descrição teórica das Dificuldades de aprendizagem e crianças e adolescentes institucionalizadas

6.1. Aprendizagem

De acordo com Mwamwenda (2015), aprendizagem é um processo contínuo desde o momento


que a pessoa nasce ate ao Definição de principais conceitos fim da sua vida neste planeta,
ocorrendo conscientemente, como resultado de um esforço deliberado e consciente e
inconscientemente. Por definição a aprendizagem envolve a mudança de comportamento como
resultado do que é experienciando e isto pode ser visível quer no modo como a pessoa pensa
(cognitivo), age (psicomotor) ou sente (afectivo).

Segundo Veiga (2013), o processo de aprendizagem interage e é influenciam-se reciprocamente


com factores de natureza individual/pessoal (crenças, expectativas, atitudes), comportamental (a
acções individuais, escolhas, declarações verbais) e ambiental (recursos, consequenciais dos
comportamentos, outras pessoas, e, também os contextos físicos).

6.2. Dificuldades de aprendizagem (DA)

Para Cruz (2009) citado Kirk (1962), as Dificuldades de aprendizagem (DA) referem-se um
atraso, a uma desordem, uma imaturidade no desenvolvimento de um ou mais processos da fala,
da linguagem, da leitura, do soletrar, da escrita, ou da aritmética, resultantes de uma possível

21
disfunção cerebral e/ou distúrbio emocional ou comportamental e não resultantes de deficiência
mental, de privação sensorial, ou de factores culturais ou pedagógicos.

De acordo com Correia & Martins (1999) citado por Cruz (2009), as Dificuldades de
aprendizagem podem ser definidas numa perspectiva orgânica (desordens neurológicas que
interferem na recepção, integração ou expressão da informação, caracterizando-se, em geral, por
uma discrepância acentuada entre o potencial estimado do aluno e a sua realização escolar) e
perspectiva educacional (as dificuldades de aprendizagem reflectem uma incapacidade ou
impedimento para a aprendizagem da leitura, da escrita, do cálculo ou para aquisição de aptidões
sociais).

De acordo com a Associação Americana de psiquiatria, as perturbações de aprendizagem são


diagnosticadas quando ao rendimento individual nas provas habituais de leitura, matemática ou
expressão escrita for substancialmente inferior ao esperado para a idade, para o nível de
escolaridade ou para o nível intelectual; interferido significativamente no rendimento escolar ou
com actividade de vida quotidiana que exigem aptidões de leitura, aritmética ou escrita (APA,
2006).

6.3. O acolhimento

O acolhimento é executado quando o contexto familiar da criança/jovem esgota todas as


condições para o desenvolvimento sadio da criança, fazendo com que a exposição contínua lhe
possa causar dano físico ou psíquico, (Gomes, 2016 citado Borges, 2007). O acolhimento
institucional e/ou comunidade de acolhimento sócio educacional, tem por finalidade oferecer aos
seus assistidos cuidados, aceitação, apoio, segurança e vinculação afectiva, na perspectiva que os
mesmos consigam construir uma nova leitura de mundo, e, consequentemente, uma nova história
de vida (Lima, 2017).

No caso das crianças institucionalizadas além da ausência de um capital cultural subsiste ainda a
ausência de controlo e afecto por parte da família o que faz com que lhes seja difícil serem
dóceis e bem-comportados, como os professores esperam que sejam, durante o período escolar
(Castro, 1997). É neste sentido que o autor afirma que a escola é meritocrática e massificadora
pois esta continua erradamente a tratar todos os alunos que nela se incluem de forma idêntica,
(Lemos 2012 citado Castro 1997).

22
Não obstante, embora as instituições de acolhimento tenham como preocupação o bem-estar da
criança e jovem, as crianças institucionalizadas e, no que respeita ao seu percurso escolar, são,
geralmente, desmotivadas, o que dá origem, muitas vezes, à indisciplina, ao
absentismo/abandono escolar e à estigmatização. Tais situações impedem uma integração plena
da criança na escola (Lima 2017 citado Amado et al., 2003).

Segundo Garcia (1998) Citado Siegel 1988, as DA Matemática, apresentaria problemas em uma
ou mais áreas das seguintes: no calculo aritmético, na aprendizagem mecânica, como
memorização de horários e números, nos trabalhos escritos e ou na coordenação motora fina.

Quando se trata de adolescentes com DA da linguagem (DAL) as dificuldades não só são


académicas mas afectam também a adaptação social (wiig 1990 citado por Garcia 1998). As
DAL costuma caracterizar se por atraso no desenvolvimento da fala, erros nas expressões
verbais, deficits no estabelecimento e captação de frases, no seguimento de instruções e em
diversos aspectos pragmáticos da comunicação. Estas dificuldades afastaram os adolescentes
com DAL dos outros desenvolvendo se nele um sentimento de solidão e incompreensão ao
apresentar dificuldades no uso /ou compreensão das metáforas, duplos sentidos, ironias eles
parecerão anti-sociais e antipáticos as vezes ofensivos e mal-educados, (Garcia 1998).

6.4. Causas das DA

Não existe uma etiologia concreta que justifique a maioria das DA, pois, reconhecendo-se que
estas são muito heterogéneas, tanto na sua etiologia, como na sua apresentação clínica,
actualmente pode-se afirmar que a etiologia é multissectorial (Cruz 2009 citado por kirk et all,
2005)

6.5. Critério de Avaliação/Diagnóstico para Dificuldades de Aprendizagem

Segundo Cruz (2002), Fonseca (1999), Citoler (1996) &Grobecker (1996), refém que existem
três critérios que encontraram mais consenso na sua utilização: especificidade, discrepância e o
critério de exclusão.

23
6.5.1. Critério de especificidade

Pretende-se especificar em que âmbitos se produzem as DA, referindo-se assim a um problema


de aprendizagem que esta confinado a um numero limitado de domínios académicos ou
cognitivos, a especificidade esta estreitamente ligada ao modo como se classificam ou agrupam
as realizações, ou seja, as crianças são classificadas e definidas em termos deficiências
processuais especificas, neurológicas e/ou académicas, (Cruz, 2002 citado Citoler, 1996).

6.5.2. Critério de exclusão

Procura-se determinar o que as DA não são, diferenciando-as assim de outras dificuldades que
podem coexistir com elas, ou seja devem se excluir uma serie de problemas tais como os
causados por deficiência sensorial, deficiência mental, distúrbio emocional severo, privação
sociocultural, absentismo escolar entre outras, (Cruz (2002) citado Fonseca 1996)

6.5.3. Critério de discrepância

Tem sido o mais usado no campo das DAE, estas caracterizam-se por uma falta de concordância
entre o resultado real de uma aprendizagem e o esperado, em função das habilidades cognitivas
ou intelectuais do indivíduo, (Cruz 2009 citado Correia 2008).

6.5.4. Relação das DAs com a história pessoal

De acordo com Chabanne (2006), Bruner acredita que a DA dependem tanto de sua
complexidade intrínseca quanto das suas condições de acompanhamento que são oferecidas para
realizar tarefas. Para o pedagogo o suporte consiste em optimizar essas condições de
acompanhamento e necessário que o meio ambiente transmita confiança ao aluno. Competência
pedagógica deve favorecer ao mesmo tempo uma comunicação calorosa e propor uma
progressão no plano didáctico.

Amado et al (2003) citado por Lima (2017), defende que as crianças institucionalizadas trazem
consigo uma história de vida complexa, que acabam por influenciar a sua vivência escolar.
Problemas ligados ao autoconceito, auto-estima, à motivação, ao desinteresse, ao insucesso
escolar, à indisciplina, ao absentismo/abandono escolar, à estigmatização e à rotulação impedem
uma integração plena da criança na escola.

24
Na verdade, a instabilidade emocional e psicológica destas crianças dificulta ainda mais o bom
desempenho na escola. Como tal, torna-se cada vez mais importante que os professores tenham
em atenção estas crianças, ajudando-os na construção do autoconceito positivo, tornando o
ambiente escolar como uma possível fonte de vínculos seguros na vida de pessoas em
desenvolvimento (Lima 2017 citado Cubero e Moreno, 1995).

Segundo Lima 2017 citado Roeser&Eccles (2000), as crianças, que apresentam baixo
tr5rendimento escolar e atribui a si a incapacidade de aprender costumam desenvolver
sentimento de vergonha, dúvidas sobre sua capacidade intelectual, baixa auto-estima e
afastamento das demandas de aprendizagem, configurando problemas emocionais e
comportamentos internalizado.

6.5.5. Intervenção em casos de DA

Nestes casos a intervenção deve ser feita tanto para promoção de um maior desenvolvimento nas
habilidades comunicativas e linguísticas como actuando sobre as consequências sociais e em sua
personalidade, com que alguma intervenção psicoterapeuta deve ser aplicada, (Garcia 1998).

Segundo chabanne (2006) citado Bruner (1983), são funções do suporte nas situações de tutela
os seguintes: a lembrança das instruções e dos objectivos, a hierarquização das dificuldades, a
capacidade de dar exemplos ou de fazer demonstrações compreensíveis pela criança, a
recentralização do pensamento, a implicação ou envolvimento do indivíduo na tarefa e a gestão
da frustração. Podemos observar que as três primeiras são relativas a didáctica e pedagogia e as
restantes concernem mais ao indivíduo em seus procedimentos de aprendizagem.

Como tal, torna-se cada vez mais importante que os professores tenham em atenção estas
crianças, ajudando-os na construção do autoconceito positivo, tornando o ambiente escolar como
uma possível fonte de vínculos seguros na vida de pessoas em desenvolvimento (Lima 2017
citado Cubero& Moreno, 1995).

6.6.Discussão do caso
A aldeia de Crianças SOS não alberga crianças com privação sensorial, deficiências
neurológicas, deficiências moderadas e graves, as crianças por mim escolhidas também não tem
deficiência mental, estão a estudar numa escola privada de regime semi-internato com boas

25
condições para o ensino e aprendizagem, mas mesmo com o aparato todo nas casas e na escola
algumas crianças, adolescentes e jovens da Aldeia de Criança SOS tem um desempenho
medíocre, apresentado problemas na leitura, do soletrar, na escrita, no cálculo. Para Kirk (1962)
citado por Segundo Cruz (2009), as Dificuldades de aprendizagem (DA) referem-se um atraso, a
uma desordem, uma imaturidade no desenvolvimento de um ou mais processos da fala, da
linguagem, da leitura, do soletrar, da escrita, ou da aritmética, resultantes de uma possível
disfunção cerebral e/ou distúrbio emocional ou comportamental e não resultantes de deficiência
mental, de privação sensorial, ou de factores culturais ou pedagógicos.

De acordo com a Associação Americana de psiquiatria, as perturbações de aprendizagem são


diagnosticadas quando ao rendimento individual nas provas habituais de leitura, matemática ou
expressão escrita for substancialmente inferior ao esperado para a idade, para o nível de
escolaridade ou para o nível intelectual; interferido significativamente no rendimento escolar ou
com actividade de vida quotidiana que exigem aptidões de leitura, aritmética ou escrita (APA,
2006). Este estudo de caso surgiu tendo como base as provas de avaliações nas disciplinas
nucleares, a participação nos estudos orientados, os comentários dos professores, mães e tias
sobre o desempenho das crianças.

De acordo Correia & Martins (1999) citado por Cruz (2009), as Dificuldades de aprendizagem
podem ser definidas numa perspectiva orgânica (desordens neurológicas que interferem na
recepção, integração ou expressão da informação, caracterizando-se, em geral, por uma
discrepância acentuada entre o potencial estimado do aluno e a sua realização escolar) e
perspectiva educacional (as dificuldades de aprendizagem reflectem uma incapacidade ou
impedimento para a aprendizagem da leitura, da escrita, do cálculo ou para aquisição de aptidões
sociais). Segundo a oficial da educação e as minhas observações nas sessões pode perceber que
algumas crianças e adolescentes tem um potencial que esta inibido, devido a falta de
acompanhamento adequando em questões intra-individuais e a escolar, fazendo com tenham um
péssimo desempenho.

Na óptica de Veiga (2013), o processo de aprendizagem interage e é influenciam-se


reciprocamente com factores de natureza individual/pessoal (crenças, expectativas, atitudes),
comportamental (a acções individuais, escolhas, declarações verbais) e ambiental (recursos,
consequenciais dos comportamentos, outras pessoas, e, também os contextos físicos). Muitas das

26
crenças, atitudes, expectativas individuais das crianças e adolescentes da Aldeia de Criança são
disfuncionais podendo se verificar com comportamento, na falta de responsabilidade e nas
decisões que toma.

Partido do princípio que aldeia de criança é uma instituição de acolhimento, todas as crianças e
adolescentes residentes na aldeia tem um passado difícil, que pode ser de negligência,
sofrimento, privações, violações, em fim, que por vezes precisariam de um manejo psicológico,
mas a aldeia e a escola não consideram a influência do passado num presente sofisticado,
considerado que todas as crianças são desleixados, não se esforça para aprender. Passado que por
falta de manejo psicológico faz com que muitas crianças e adolescentes experienciem situações
de reprovações nas classes principalmente nas primeiras classes, devido a dificuldades de
aprendizagem numa área ou mais. Na verdade, a instabilidade emocional e psicológica destas
crianças dificulta ainda mais o bom desempenho na escola. Como tal, torna-se cada vez mais
importante que os professores tenham em atenção estas crianças, ajudando-os na construção do
autoconceito positivo, tornando o ambiente escolar como uma possível fonte de vínculos seguros
na vida de pessoas em desenvolvimento (lima 2017 citado Cubero& Moreno, 1995).

Segundo Lima (2017) citado Amado et al (2003), as crianças institucionalizadas trazem consigo
uma história de vida complexa, que acabam por influenciar a sua vivência escolar. Problemas
ligados ao auto-conceito, auto-estima, à motivação, ao desinteresse, insucesso escolar, à
indisciplina, ao absentismo/abandono escolar, à estigmatização e à rotulação impedem uma
integração plena da criança na escola. Algumas crianças e adolescentes da aldeia têm dificuldade
na integração escolar, devido a problemas supracitados pelo autor, com mais frequência o auto-
conceito negativo, rotulação “crianças da aldeia” e o insucesso escolar; É notória pelo facto de
muitas criança não mantém amizades com crianças, adolescentes da comunidade e
principalmente da escola.

Por vezes os professores rotulam as crianças da aldeia como problemáticos, desleixados, o que
não tem ajudado na elevação de auto-estima das crianças, estabelecendo-se um clima de
competição entre o poder do professor e do aluno, não tendo assim uma resolução plena das
dificuldades das crianças. Na verdade, a instabilidade emocional e psicológica destas crianças
dificulta ainda mais o bom desempenho na escola. Como tal, torna-se cada vez mais importante
que os professores tenham em atenção a estas crianças, ajudando-os na construção do

27
autoconceito positivo, tornando o ambiente escolar como uma possível fonte de vínculos seguros
na vida de pessoas em desenvolvimento (lima 2017 citado Cubero& Moreno, 1995).

6. PLANO DE INTERVENÇÃO
Devido a natureza sensível e a complexidade do caso, é imprescindível a formação de uma
equipa multidisciplinar na Aldeia de Criança SOS, devendo a princípio estar composta por
psicólogos escolar e NEE, psicólogo Sociais e Comunitários, psicopedagogo, professores e os
actuais responsáveis da educação mãe social, tia social, líderes da juventude e a oficial da
educação.

6.7.1. Criação de duas salas de apoio psicopedogógico

Onde serram desenvolvidas as seguintes actividades:

Os psicólogos deverão diagnosticar a especificidade da DA; criar estratégias específicas para


cada aluno, elaborar adaptações curriculares se for o caso, apresentar proposta das metodologias
de ensino para cada aluno, intervir na DA e nas consequenciais, orientar as mães e os professores
na aplicação de técnicas operantes e estudos orientados. Deverão se beneficiarem para a
realização das actividades acima descrita dos jogos, brincadeiras, produções artísticas e outras
actividades lúdicas que permita desenvolver as necessidades de cada aluno.

Na escola, os professores deveram apoiar os alunos com DA e no fim de cada aula anotar
observações específicas sobre aprendizagem do aluno, as observações será guia para os
professores do estudo orientado do dia que puderam ser professores, mãe social, tia social,
irmãos crescidos, oficiais da juventude. Estes que deverão passar de uma capacitação.

Este plano de intervenção deve ser aplicado de forma sistemática, intervindo numa área na fase
inicial.

28
Tabela 2: Plano de intervenção

Áreas Subárea Psicoterapia Objectivo Técnicas Actividades Recursos Intervenie Duração


ntes

Cognitiva Crenças, Terapia Modificar crenças Orientar a as Papel, Psicóloga; Seis meses,
cognitiva convicções e crianças e dependendo
Convicções - Treino de Lápis, Crianças e
comportamen pensamentos adolescentes a do progresso
assertividade; adolescent
Pensamentos tal disfuncionais das emitir respostas Agenda; de cada caso.
es
crianças e -Auto- adequadas em
Terapia Vídeos; .
adolescentes com instrução; situações
humanística
DAs ; específicas; Livros e

Melhorar a Ensinar as Imagens


-Treinos de
percepção crianças e específicas
habilidades
individual e o adolescentes a
sociais;
sentido da desenvolver temático;
existência pensamentos
adequados e
realísticos;

Sócia Emoções Terapia Melhorar a - Orientação Estabelecendo Livros Psicóloga, 6 meses


afectiva familiar relação familiar, familiar; dinâmicas específico
Sentimentos Criança,
restabelecendo a familiares, s

29
Terapia harmonia no seio Psicoeducaçã actividades que interacção; adolescent
cognitiva familiar; o familiar; exijam papel, es, Irmãos
comportamen comprometimento lápis, lápis sociais,
Melhorar os Aconselhame
tal da família em de cores; Tia sociais
sentimentos; nto
relação ao objectos Mãe social
Terapia individual;
Adaptar a sua processo de locais
humanística
visão sobre si Representaçõ intervenção (cordas,
mesma a es; capulana)
realidade;

Autonomia Autoconheci Terapia Tornar as criança - Orientação Jogos Papel; Psicóloga


mento cognitiva e adolescentes vocacional; descobertas;
Lápis; Criança e 6 meses
comportamen confiantes sobre
Autoconfianç Psicoeducaca adolescent
tal as suas Livros;
a o es
habilidades,
Matérias
Desenvolver especificas
habilidades
sociais

30
7. CONCLUSÃO
Analisando as actividades realizadas pela estagiária tendo em conta o lugar de estágio (aldeia de
a criança SOS), comparado com os objectivos propostos para o estágio académico, acredita-se
ter alcançado o máximo do proposto, pois apesar de não ter sido possível cumprir o plano de
actividades na íntegra, a estagiária esteve envolvida em diferentes actividades que podem ser
desempenhadas por um profissional de Psicologia Escolar e das NEE. Todas as actividades
desenvolvidas pela estagiária permitiram a implementação dos conhecimentos teóricos
adquiridos ao logo dos 4 anos, e também permitiu contribuir nas actividades que m eram
confiadas.
No tocante ao estudo de caso pode-se referir que é um tema bastante delicado e carece de mais
pesquisas, tendo em conta que o número de crianças que perde cuidados parentais, tende
aumentar devido ao aumento de doenças crónicas, como também precisa-se definir estratégias
eficazes para intervirem em situações de DAs em crianças e adolescentes institucionalizados e as
que estão em risco de perder os cuidados parentais.

Por isso, é extremamente importante uma equipa multidisciplinar para trabalhar na área de
educação de crianças e adolescentes institucionalizadas, podendo ser formada de educadores,
mães sociais, assistente sociais, psicólogos, psicopedagogos, esses que deverão se valer dos
conhecimentos científico, competências humana e da empatia para dar maior atenção a cada caso
de DA, tendo em conta o histórico individual, para melhor garantir condições adequadas para o
seu pleno desenvolvimento, tanto no presente quanto no futuro.

31
8. RECOMENDAÇÕES
À faculdade:

 A estagiária recomenda a faculdade a flexibilidade no envio das cartas de pedido de


estágio as instituições, pois a demora no envio das cartas, faz com que o estudante
comece tarde o seu estágio e consequentemente o estágio termina nos primeiros meses do
segundo semestre.

A Aldeia de Crianças SOS

 Revisão do rácio entre oficial da Educação e número de crianças por assistir;

 Revisão das funções da oficial da educação no que concerne a prestação de serviços há


Adolescentes e Jovens;

 Flexibilizar as intervenções em situações de DAs;

 Um acompanhamento pontual as DA em si, como também nas consequenciais que advêm


da DA;

 Implementar o estudo orientado dos alunos com baixo rendimento escolar;

 Fazer um acompanhamento psicológico e encaminhamento a outros níveis de


atendimento psicológico caso justifique nas crianças, adolescentes e jovens;

 Implementar um processo completo de aconselhamento e orientação escolar, vocacional e


profissionais das crianças, adolescentes e jovens;

 Adaptar alguns modos viventes ao contexto africano; exemplo

 Implementar estratégias que coloquem as mães e tias sociais como uma figura de
autoridades no seu Lar a nível de educação

32
9. REFERENCIAIS BIBLIOGRÁFICOS
APA (2006). Manual Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais. 4ª ed. São Paulo:
Artmed

Chabanne, J. L.(2006). Dificuldade de Aprendizagem: Um Enfoque Inovador do Ensino Escolar.


(1 ed). São Paulo: Atica.

Cruz, V. (2009). Dificuldade de Aprendizagem Especifica. Lidel- edições técnicas. Lisboa.

Faculdade de Educação. (2014). Regulamento de Estágio dos Cursos de Graduação.


Universidade Eduardo Mondlane.

Garcia, J.N (1998). Manual de da Linguagem, Leitura, Escrita e Matemática. Porto Alegre:
Artes Médicas.

Gomes. M. M.C. (2016). O Papel do Psicólogo na Casa de Acolhimento. Universidade Católica


Portuguesa. Dissertação. Disponível em: https://repositorio.ucp.pt› acesso no dia 20 Agosto
2019.

Mwamwenda, T.S. (2015). Psicologia Educacional: Uma perspectiva africana.1ª Ed. Texto
editor. Moçambique.

Lemos, M. S. (2012). A Escola dos Alunos Institucionalizados: Comportamentos e atitudes.


Disponível em https://ubibliorum.ubi. Pt› dissertação. Acesso no dia 20 Agosto 2019.

Lima, A. L (2017). A ausência Familiar e suas Repercussões na Construção da Aprendizagem


de Crianças Institucionalizadas.Universidade Lusófona de Humanidades e TecnologiasLisboa.
Disponível em: https://recil.ulusofona.pt › handle. pdf

Veiga. F, H (2013). Psicologia da Educação: Teoria, Investigação e Aplicação, Envolvimento


dos Alunos na Escola. Climepsi editores. Lisboa

33
Apêndices

34
Apêndice 1: Instrumento de recolha de dados (entrevista semi-estruturada)

Este instrumento foi aplicado pela estagiária nas entrevistas feitas a crianças e adolescentes
institucionalizados, para crianças a estagiaria adequavam as perguntas e para além das perguntas
pedia que a criança desenhasse sua família, por vezes (por muitos responderem que não tinha
família), a estagiária pedia que desenham-se as pessoas que amam.

Questões abertas

1. Fale sobre se?


2. Fale me sobre a sua família (família biológica e a SOS)?
3. Como se chama os seus irmãos?
4. Contam me três momentos felizes e três triste?
5. Quantos anos têm?
6. Onde te sentes mais seguro? Porque?
7. Fale me da tua escola?
8. O que achas do teu aproveitamento na escola?
9. Quais as são os seus sonhos?
10. Quais são os seus planos na área académica?
11. Tem algo que queira contar-me que eu não tenha perguntado?

35
Apêndice 2: Protocolo de observação de Leitura, Escrita, Compreensão e Calculo

Nome: _________________________________. Datas de avaliações______________________

Idade: _____________________. Classe: ______________________

Características da Leitura e Como se Apresenta


compreensão
Sempre As vezes Nunca

Ignora a pontuação

Lentidão

Omissão

Acrescenta palavras

Salta linhas

Compreensão

Compreensão de um parágrafo

Compreensão do texto

Verificação da escrita Como se Apresenta

Sempre As vezes Nunca

Ignora a pontuação

Lentidão

Omissão

36
Confusão de palavras com
sons semelhantes
Espaçamento inadequado

Verificação do cálculo Como se Apresenta


Consegue Não consegue Não consegue e
mas tenta não tenta
3+7

12+13

33 +65

323+232

410+366

Subtração

6-2

18-11

737-414

8632-3230

Subtração com empréstimo

13-9

32-16

362-184

5345-2679

Multiplicação

37
2×2

4×2

8×3

16×4

64 ×45

245× 34

Divisão

4‫׃‬2

12:2

27: 3

45:5

100 : 22

2100 :10

Observações:___________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_________________________________________________________

38
Apêndice 3

1. Quem sou eu? AUTOCONHECIMENTO


2. O que mais gosto em
Nome: ---------------------------------- --- mim?

Idade: ---------------------------------

Classe: ---------------------------------- ------------------------------------------

Cor preferida: ------------------------------ ------------------------------------------

Animal preferida --------------------------- ------------------------------------------

Tenho medo de: -------------------------- ------------------------------------------

3. A pior coisa que já aconteceu


comigo…. 4. os meus amigos dizem que
sou…
--------------------------------------------------
- -----------------------------------------
--------------------------------------------------
-------------------------------------------
---------------------------------------------------
-----------------------------------------

5. Quando estou triste eu: 6. O que me faz feliz é…

------------------------------------------

7. Quais são as coisas que você sabe e que pode ensinar os


outros?

----------------------------------------------------------------------------------------

39
Anexo

40
Local Management

Project Manager Program Director/ V.D Finance


[Name] [Name] Controller/HR&Admin
[Name]

Social Worker C.B.O-Educ Administrator/


Accountant
1
[Name] 1 Mothers [Name]

15
C.B.O-Health
Admin /
Finance Assistant
1 1
Aunts

8 Cleaners/Handymen
C.B.O-Livelihoods
6 (incuding Driver)
1

Temp hires
(General service)
Youth Project Coord.

3
Guards

Sponsorship 8
Secretary/FR.

41

Você também pode gostar