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CAFÍS-UFPA

EUF
Exame Unificado das Pós-Graduações em Física∗

Centro Acadêmico de Física†


Faculdade de Física, Universidade Federal do Pará, 66075-110, Belém, PA, Brasil
(Dated: 16 de agosto de 2015)
Este material é constituído do conteúdo e dos problemas do Exame Unificado das Pós-Graduações em Física
(EUF). Ele contém problemas de: Mecânica Clássica, Eletromagnetismo, Física Moderna, Mecânica Quântica,
Termodinâmica e Mecânica Estatística. Todas as questões têm o mesmo peso. A prova é dividida em duas
etapas, cada etapa em um dia. O tempo de duração de cada etapa é de 4 horas. A bibliografia recomendada
se encontra ao final deste documento. Mais informações na página do Exame Unificado: http://www.ifsc.
usp.br/~posgraduacao/inf/exameUnificado2.php

Parte I FÍSICA MODERNA

Conteúdo Fundamentos da relatividade restrita. Mecânica relativís-


tica das partículas. Propagação da luz e a relatividade new-
As provas versarão sobre cinco áreas gerais dos Programas toniana. Experimento de Michelson e Morley. Postulados
de Graduação em Física, a saber, Mecânica Clássica, Eletro- da teoria da relatividade restrita. As transformações de Lo-
magnetismo, Física Moderna, Mecânica Quântica, Termo- rentz. Causalidade e simultaneidade. Energia e momento
dinâmica e Física Estatística. Os tópicos de cada área e a relativísticos. Radiação térmica, o problema do corpo negro
bibliografia recomendada são os seguintes: e o postulado de Planck. Fótons e as propriedades corpuscu-
lares da radiação. O modelo de Rutherford e o problema da
estabilidade dos átomos. O modelo de Bohr. Distribuição de
Boltzmann da energia. Átomos, Moléculas e Sólidos.
MECÂNICA CLÁSSICA
• Referências: [11–18]

Leis de Newton. Movimento unidimensional. Oscilações


lineares. Movimento em duas e três dimensões. Gravitação MECÂNICA QUÂNTICA
newtoniana. Cálculo variacional. Equações de Lagrange e de
Hamilton. Forças centrais. Sistemas de partículas. Referen-
ciais não inerciais. Dinâmica de corpos rígidos. Oscilações Introdução às ideias fundamentais da teoria quântica. O
acopladas. aparato matemático da mecânica quântica de Schrödinger.
Formalização da Mecânica Quântica. Postulados. Descri-
ção de Heisenberg. O oscilador harmônico unidimensional.
• Referências: [1–5]
Potenciais Unidimensionais. A equação de Schrödinger em
três dimensões. Momento angular. Forças centrais e o átomo
de Hidrogênio. Spinores na teoria quântica não-relativística.
ELETROMAGNETISMO Adição de momentos angulares. Teoria de perturbação inde-
pendente do tempo. Partículas idênticas.
Campos eletrostáticos no vácuo e nos materiais dielétri- • Referências: [19–23]
cos. Resolução das equações de Poisson e Laplace. Campos
magnéticos, correntes estacionárias e materiais não magnéti-
cos. Força eletromotriz induzida e energia magnética. Mate- TERMODINÂMICA E FÍSICA ESTATÍSTICA
riais magnéticos. Equações de Maxwell. Propagação de on-
das eletromagnéticas. Reflexão e Refração. Radiação. Ele-
tromagnetismo e Relatividade. Sistemas termodinâmicos. Variáveis e equações de estado,
diagramas PVT. Trabalho e primeira lei da termodinâmica.
Equivalente mecânico do calor. Energia interna, entalpia, ci-
• Referências: [6–10] clo de Carnot. Mudanças de fase. Segunda lei da termodinâ-
mica e entropia. Funções termodinâmicas. Aplicações práti-
cas de termodinâmica. Teoria cinética dos gases. Descrição
Estatística de um Sistema Físico. Ensemble Microcanônico.
∗ Solicitamos que qualquer erro encontrado seja comunicado para correção Ensemble Canônico. Gás Clássico no Formalismo Canônico.
deste material ; Agradecemos ao discente Ygor Pará Silva, diretor do Ensemble Grande Canônico. Gás Ideal Quântico. Gás Ideal
CAFÍS durante a gestão 2014/2015, pela iniciativa da elaboração deste de Fermi. Condensação de Bose-Einstein.
material
† cafisufpa@gmail.com; URL: cafisufpa.wix.com/cafis • Referências: [24–29]
Parte II espacial, x. Assim, considere dois íons de cálcio uma vez io-
nizado (Ca+ ), submetidos a um potencial confinante externo
Problemas harmônico U (x) = 21 mω2 x 2 . Esses íons interagem adicional-
mente através da repulsão coulombiana,
MECÂNICA CLÁSSICA
e2
FC =
2015-2 (x 1 − x 2 ) 2
onde x 1 e x 2 são as posições dos íons de cálcio e, por simpli-
Q6. Uma partícula de massa m está submetida a uma força q2
central conservativa cuja energia potencial é dada por U (r) = cidade, foi definido: e2 = .
  2 4πε 0
k r 2 − a2 e−br , em que r é a coordenada radial esférica, e
k, a e b são constantes reais e positivas.
a) Determine as unidades das constantes k, a e b no SI
(Sistema Internacional de Unidades).
b) Esboce um gráfico da função U (r) , determinando seus
pontos de máximo e mínimo em função dos parâme-
tros dados.
c) Determine as faixas de energia E da partícula para as A figura acima define um sistema de coordenadas conve-
quais niente e representa os íons na posição de equilíbrio em que
−x 1 = x 2 = x 0 . O objetivo deste problema é estudar os modos
i) a partícula está em órbitas ligadas normais dessa cadeia unidimensional constituída pelos dois
íons de cálcio.
ii) a partícula está em órbitas não ligadas
iii) Determine as condições, se existem, para a exis- a) Obtenha a posição de equilíbrio x 0 em termos de e, m
tência de órbitas com raio constante. e ω.
b) Escreva as equações de Newton para o movimento de
d) Determine a força que age sobre a partícula, diga quais
cada íon e obtenha a frequência de oscilação do sis-
as situações de equilíbrio, se existirem, e, em caso afir-
tema quando a separação entre os íons for constante.
mativo, determine a frequência de oscilação da partí-
Este é o primeiro modo normal de oscilação dessa ca-
cula para movimentos radiais próximos do(s) ponto(s)
deia.
de equilíbrio estável.
c) O segundo modo normal corresponde a um movi-
Q7. Uma partícula de massa m está confinada sobre uma
mento antissimétrico dos íons, em cujo caso o centro
superfície esférica de raio fixo a, e nenhuma força externa
de massa está parado em x = 0. Obtenha esse segundo
age sobre a mesma.
modo normal no limite de pequenas oscilações. Obte-
a) Determine a lagrangiana da partícula usando nha a razão entre as frequências dos dois modos nor-
 coorde-
mais de oscilação do sistema.

nadas apropriadas no espaço tridimensional R3 e es-
tabeleça a equação de vínculo.
b) Usando o método dos multiplicadores de Lagrange,
encontre as equações de movimento e determine a
força de vínculo, i.e., determine o multiplicador de La-
grange e interprete o resultado.
c) Estabeleça as constantes do movimento da partícula.
d) Supondo, agora, que o raio da esfera varia no
tempo com a função a (t) = a0 (1 + cos ωt), com a0 e
ωconstantes, determine as constantes de movimento
da partícula.

2015-1 d) As figuras a) e b) acima representam os modos nor-


mais de oscilação desse sistema de dois íons. Iden-
Q1. É possível construir armadilhas capazes de confinar tifique o primeiro e o segundo modo normal obtidos,
íons de massa m a carga q. Em particular, a armadilha pode respectivamente, nos item b e c acima. Qual deles tem
restringir o movimento dos íons a apenas uma dada direção menor energia?

2
Q2. Um satélite artificial de massa m está em órbita elíptica por x (t) = x 0 cos ωt, obtenha a solução geral θ (t) da
em torno da Terra. Admita que a Terra seja uma esfera de equação de movimento para a coordenada θ.
densidade uniforme com raio R e massa M, e denote por G a
constante de gravitação universal. Considere conhecidos d e c) no caso do item anterior, obtenha a frequência de res-
D, as distâncias entre o centro da Terra e o satélite nos pontos sonância ω R .
de menor e maior afastamento, respectivamente. Uma partí-
cula de massa m0 menor do que m, choca-se centralmente e d) Escreva a solução geral para θ (t), quando as condi-
de forma completamente inelástica com o satélite no ponto ções iniciais forem θ (0) = 0 e θ̇ (0) = 0 e o suporte
de menor afastamento da Terra. No instante da colisão, o movimentar-se com frequência ω < ω R .
satélite e a partícula tinham velocidades iguais em módulo,
mas com sentidos opostos. Q7. Um átomo de trítio pode ser descrito classicamente
como um núcleo com carga elétrica +e, composto por um
a) Obtenha a velocidade vS do sistema satélite-partícula próton e dois nêutrons, circundado por um elétron orbital de
imediatamente após a colisão em termos de v p , a ve- carga −e, o qual percorre uma órbita circular de raio r 0 . Em
locidade no ponto de menor afastamento. um processo conhecido como decaimento beta, o núcleo de
trítio se transforma em um núcleo de hélio, composto por
b) Expresse o momento angular do satélite nos pontos de dois prótons e um nêutron, emitindo um par de partículas que
mínimo e máximo afastamento em termos de v p e de rapidamente escapa do sistema atômico. Como consequên-
va (a velocidade no ponto de maior afastamento), res- cia desse processo, o átomo de hélio fica ionizado uma vez, e
pectivamente, antes da colisão. o elétron orbital passa subitamente para uma nova situação,
orbitando agora em torno de um núcleo de carga +2e.
c) obtenha a velocidade v p , antes da colisão, em termos
de M, d, D e G. a) Supondo que o par de partículas que escapa do átomo
d) Obtenha a energia ES e o momento angular L S do sis- tenha momento linear total de módulo p, obtenha a
tema satélite-partícula, depois da colisão em termos de velocidade de recuo do átomo de hélio de massa M.
m0 e das grandezas que caracterizam o movimento do
b) Obtenha a energia Ea do elétron orbital antes do de-
satélite antes da colisão
caimento beta.

c) Calcule a energia Ed do elétron orbital depois do de-


2014-2 Ea
caimento beta e obtenha a razão ρ = .
Ed
Q6. Um pêndulo simples é constituído por uma partí-
cula de massa m suspensa por um fio inextensível de com- d) Determine o momento angular total do elétron em fun-
primento a a massa desprezível. Seu ponto de suspensão é ção de r 0 e da massa m do elétron Calcule a maior e
conectado a um suporte que se movimenta horizontalmente a menor distância entre o elétron e o núcleo na nova
sem atrito como mostrado na figura. orbita em termos de r 0 .

2014-1

Q6. Duas partículas, A e B, de massas m e M (m , M),


respectivamente, estão conectadas às extremidades de um fio
inextensível de comprimento ` e de massa desprezível que
passa por um orifício em um mesa horizontal, como mos-
Suponha que o suporte seja muito pequeno e que o pên- trado na figura abaixo. A partícula A move-se sem atrito
dulo se movimente apenas no plano vertical. Usando como sobre a mesa enquanto a outra o faz verticalmente sob ação
coordenadas generalizadas x e θ, onde x é a posição hori- conjunta da gravidade, de aceleração ~g , e da tração do fio
zontal do suporte e θ o deslocamento angular do pêndulo, (desconsidere também o atrito entre o fio e o orifício).
conforme se vê na figura, o movimento do sistema é descrito
pela lagrangiana:
m 2 m 2 2 
L= ẋ + a θ̇ + 2a ẋ θ̇ cos θ + mga cos θ.
2 2
a) Obtenha a equação de movimento para a coordenada
θ.
b) Admitindo que os deslocamentos angulares sejam pe-
quenos e que o suporte esteja sujeito a um movimento
harmônico forçado de frequência ω, isto é, descrito

3
a) Supondo que a posição inicial de A seja r = r 0 , que a
velocidade inicial deve ser conferida a ela para que B
permaneça em repouso abaixo da superfície da mesa?
b) Obtenhas as equações de movimento, admitindo que
a lagrangiana que descreve um movimento arbitrário
desse sistema é dada por

1 1
L= (m + M) ṙ 2 + mr 2 θ̇ 2 − Mg (r − `) .
2 2
Observa-se experimentalmente as seguintes característi-
c) Obtenha as grandezas conservadas e dê o significado cas: i) a partícula passa do meio 1 ao meio 2 desde que
de cada uma delas. v1 > vmin ; ii) a partícula se move de modo retilíneo e uni-
forme em cada um dos semi-planos; iii) o ângulo de saída θ 2
d) Se B for ligeiramente e verticalmente deslocada da sua é diferente do ângulo de entrada θ 1 , o que nos faz presumir
posição, ocorrerão pequenas oscilações no sistema. que em cada meio a partícula esteja sob ação de diferentes
Obtenha o período dessas oscilações em termos do potenciais U1 e U2 .
raio de equilíbrio r eq e das demais grandezas que ca-
racterizam o sistema (m, M, e g). a) Com base no experimento, esboce o gráfico do poten-
cial U em função de y para x fixo (justificando o grá-
Q7. Uma partícula de massa m está sujeita ao potencial fico).
1 k
unidimensional V (x) = k x 2 − 2 x 4 , mostrado na figura b) Determine v2 em termos de v1 , de m e dos potenci-
2 4a
abaixo, onde k e a são constantes positivas. ais U1 e U2 . Qual é a velocidade vmin acima da qual
observa-se a passagem da partícula do meio 1 para o
meio 2?
sin θ 1
c) Determine o índice de refração em termos de m,
sin θ 2
v1 e dos potenciais em cada meio.

Q7. Uma partícula de massa m desenvolve movimento unidi-


mensional sob ação do potencial abaixo (c é uma constante)

1 4
U (x) = x − cx 2 .
2
a) Determine a força F (x) e obtenha os pontos de equi-
líbrio, determinando sua natureza a) Esboce os gráficos de U (x) e dos respectivos espaços
de fase ( ẋ versus x para todas as energias possíveis)
b) Calcule o período das pequenas oscilações que ocor- nos seguintes casos: i) c > 0, ii) c = 0 e iii) c < 0.
rem em torno do ponto de equilíbrio estável.
b) Por meio da energia total E, identifique todos os movi-
c) Admita que a partícula esteja em repouso no ponto mentos periódicos possíveis e seus respectivos pontos
x = 0 e que receba um impulso que lhe confere, ins- de inversão (onde a velocidade é nula) para cada um
tantaneamente, uma velocidade de módulo v na dire- dos casos do item (a).
ção de x positivo.rDiscuta o que
rocorre nos seguintes
k k c) Determine a dependência do período de oscilações
casos: 0 < v ≤ a ev>a . com a energia total E para c = 0.
2m 2m
d) Esboce o diagrama de fase do sistema ( ẋ versus x
para energia constante) para os diversos tipos de movi- 2013-1
mento. Indique claramente a curva que corresponde à
transição de movimento periódico, bem como o valor
Q6. Um equilibrista de massa m está inicialmente parado
da energia correspondente.
na extremidade de uma barra larga, horizontal, homogênea,
de comprimento D e massa M = 3m. A barra gira em torno
de um eixo vertical que passa pelo seu centro. O equilibrista
2013-2
começa então a caminhar sobre a barra. em direção ao eixo
de rotação, com velocidade constante. Considere o período
Q6. Uma partícula de massa m move-se com velocidade inicial de rotação do sistema igual a T0 .
~v1 no semi-plano superior até ser desviada ao atingir o semi- Considere o equilibrista como uma massa puntiforme.
plano inferior, onde passa a se propagar com velocidade ~v2 , 1
conforme ilustrado na figura abaixo. Dado: IC M (barra) = M D2 .
12

4
a) Determine o torque das forças que atuam sobre o equi- energia e o novo momento angular do corpo celeste
librista em relação ao centro da barra. após a colisão, expressando o seu resultado em termos
de r p .
b) Determine o momento angular do sistema quando o
equilibrista atinge o centro da barra. Determine o pe- Q7. Uma bola de massa m = 450g está presa a uma mola cuja
ríodo de rotação do sistema nessa situação. energia potencial em função da elongação x está mostrada na
figura abaixo (linha sólida).
c) Determine as energias nas posições inicial e final do
sistema. Nesse movimento, a energia do sistema va-
riou?
Q7. Uma partícula de massa m se encontra no interior de um
cano oco, liso, estreito e longo que gira num plano horizontal
com velocidade angular ω constante. O eixo de rotação passa
por uma das extremidades do cano, como mostra a figura.

Expresse as respostas no SI.


a) Determine a constante elástica da mola, para pequenos
deslocamentos.
a) Escreva a lagrangiana da partícula.
b) Esboce um gráfico da força que atua sobre essa bola
b) Obtenha as equação de Lgrange do movimento da par- em função da elongação da mola.
tícula.
Sabendo que o movimento da bola é unidimensional e sua
c) Determine o movimento da partícula, considerando elongação máxima é de 3 cm:
que inicialmente ela é lançada do centro de rotação c) determine sua velocidade máxima;
com velocidade ~v0 .
d) determine a energia cinética da bola nesse movimento
d) Obtenha a função Hamiltoniana (H) do movimento para a elongação da mola x = −2 cm;
dessa partícula e as equações de Hamilton do movi-
mento. e) Determine a posição (x < 0) em que a bola deve ser
solta a partir do repouso para atingir o ponto x = 5
e) Dentre as grandezas físicas H e E (energia), quais são com velocidade nula.
conservadas? Justifique sua resposta.

2012-1
2012-2
Q1. Duas esferas ocas, ambas de massa M e raio R, que
Q6. Um corpo celeste de massa m se aproxima do estão girando em torno do centro de massa (CM) do sistema
Sol (massa M  m) seguindo uma trajetória hiperbólica e com um período inicial T0 , são mantidas distantes d 0 = 8R
quando está a uma distância r 0 dele, a sua velocidade é v0 e uma da outra por um fio ideal que passa pelos respectivos
faz um ângulo de 30o com o raio vetor ao Sol. centros, conforme ilustra a figura abaixo.
a) Calcule o momento angular L e a energia E desse
corpo celeste.
b) Determine a distância r p de máxima aproximação do
corpo celeste ao Sol, expressando o seu resultado em
termos de L e E.
c) Quando o corpo celeste atinge a distância r p de má-
xima aproximação, sofre um choque com um pequeno
asteroide de tal maneira que sua massa não varia, po-
rém ele passa a descrever uma órbita circular de raio
r p no mesmo plano da órbita anterior. Calcule a nova

5
Num dado instante um motor, colocado dentro de uma das
esferas, começa a enrolar o fio lentamente, aproximando uma
esfera da outra. Considere que o momento de inércia do mo-
tor seja desprezível quando comparado ao das esferas. Des-
considere efeitos da gravidade e expresse todos os seus resul-
tados em temros de M, R e T0 . Dado: o momento de inércia
da casca esférica em relação a um eixo que passa pelo seu
2
centro é M R2 .
3

a) Determine o momento angular desse sistema em rela-


ção ao seu centro de massa, antes do motor ser ligado. a) Qual é a velocidade do centro do disco após a colisão?

b) Calcule a velocidade angular de rotação, ω f , no ins- b) Qual é velocidade angular do sistema (disco + bala)
tante em que uma esfera encosta-se à outra. após a colisão?

c) Calcule a variação da energia cinética do sistema até c) Qual é a variação de energia do sistema devido à coli-
esse instante. são?

d) Qual foi o trabalho realizado pelo motor para fazer Q2. Uma partícula de massa m sob a ação da gravidade g
com que as esferas se encostem? constante está vinculada a se mover no interior da superfície
de um cone invertido cuja geratriz forma um ângulo α com
o eixo do cone. O vértice do cone está na origem e seu eixo
Q2. Um pêndulo simples consiste de uma massa m pendu-
ao longo da direção vertical. O atrito pode ser desprezado.
rada a partir de um ponto fixo por uma barra estreita de massa
desprezível, inextensível, de comprimento `. Seja g a acele-
ração da gravidade, faça sempre a aproximação de pequenos a) Determine a energia cinética e a energia potencial da
ângulos. partícula. Sugestão: utilize coordenadas esféricas

a) Escreva a equação de movimento desprezando o atrito. b) Escreva a lagrangiana do sistema e obtenha as equa-
Obtenha a frequência natural ω do pêndulo. ções de movimento.

c) Há grandezas físicas conservadas no movimento dessa


b) Determine θ (t) para as seguintes condições iniciais:
dθ (0) partícula? Se há, diga quais são essas grandezas, ar-
θ (0) = 0 e = Ω. gumentando sobre como chegou à conclusão que são
dt conservadas.
c) Escreva a equação do movimento do pêndulo na pre-
sença de uma forma de atrito viscoso dada por d) A partir da definição da hamiltoniana, obtenha sua
forma explícita em termos das coordenadas e momen-
p dθ tos generalizados, e compare-a com a energia mecâ-
FR = 2m g` . nica da partícula.
dt
e) Mostre que a partícula em questão pode executar pe-
d) Na situação do item (c), determine θ (t) para as seguin- quenas oscilações radiais em torno de um raio de equi-
dθ (0) líbrio r 0 e determine sua frequência. Compare o valor
tes condições iniciais: θ (0) = θ 0 e =0
dt obtido com a frequência de revolução no movimento
circular.

2011-2
2011-1
Q1. Uma bala de massa m é disparada com velocidade
v contra um disco homogêneo de massa M e raio R, inici- Q1. Considere um corpo de massa M de seção transversal
almente parado, que se encontra deitado sobre uma superfí- circular de raio R que rola sem deslizamento sobre um plano
cie horizontal lisa sem atrito. Suponha que a bala atinja o que possui um ângulo de inclinação θ em relação à horizon-
disco como indicado na figura e fique retida na superfície do tal, conforme mostra a figura abaixo. O coeficiente de atrito
disco. Considere que o centro de massa do sistema (disco + estático entre o corpo e o plano é µe . O momento de inércia
bala) após a colisão coincide com o centro do disco. Dado: do corpo em relação a um eixo passando pelo ponto O é I e
CM
Idi sco
= 12 M R2 . a aceleração da gravidade é g.

6
d) Considere que o sistema executa pequenas oscila-
ções (θ pequeno). Mostre que neste caso, θ(t) =
α cos(ωt) + β sin(ωt) é uma solução para o problema.
Determine α e β.

2010-2

Q1. A interação entre dois átomos de massas m1 e, m2 ,


a) Desenhe o diagrama de forças para o corpo. Escreva
que formam uma molécula, pode ser descrita pelo potencial
a equação que relaciona a velocidade angular, ϕ̇, e ro-
de Lennard-Jones dado por
lamento do corpo e a velocidade de translação, ẋ, que
caracteriza um rolamento sem deslizamento.  ! 12 ! 6
b b 
V (x) = A  −2 ,
b) Determine a aceleração, ẍ, associada à translação do  x x 
corpo ao longo do plano inclinado, em termos dos pa- 
râmetros que constam no enunciado. onde A e b são parâmetros positivos e x a separação interatô-
c) Assuma que o corpo inicia o seu movimento a par- mica. Trate o problema classicamente e despreze qualquer
tir do repouso na origem do sistema de coordenadas tipo de rotação da molécula.
cartesianas indicado na figura. Calcule a energia me- a) Determine a posição de equilíbrio em função de A e b.
cânica no início e no final do movimento. A energia
mecânica do sistema é conservada? b) Calcule a menor energia para dissociar a molécula.
d) Calcule o momento de inércia I considerando que o
corpo seja (i) um anel e (ii) um disco. Assuma que as c) Mostre que o equilíbrio é estável e calcule a frequência
massas dos corpos estão uniformemente distribuídas. de pequenas oscilações em torno da posição de equilí-
Suponha agora que o ângulo θ possa ser variado. A brio.
partir de qual θ cessa o movimento de rolamento puro
d) Desenhe um gráfico do potencial de Lenard Jones in-
e o corpo começa a deslizar, nos casos (i) e (ii) acima?
dicando os parâmetros obtidos nos itens (a) e (b).
Deixe a resposta em termos de µe .
Q2. Atualmente, a totalidade dos atletas de alto nível de salto
Q2. Considere o pêndulo invertido da figura abaixo, com-
em altura utiliza uma técnica para o salto batizada de “Salto
posto por uma barra de massa M e momento de inércia I0
Fosbury”. Suponha que nesse salto o atleta possa ser apro-
em relação ao seu centro de massa, cujas coordenadas são
ximado por uma barra rígida de comprimento `, inclinada
(X,Y ). A barra pode girar livremente no plano xy em torno
por um ângulo θ e movendo-se com uma velocidade v0 para
de um eixo de rotação que passa pela posição (x p , y p ), a uma
a direita conforme mostra a figura abaixo. No momento do
distância do centro de massa. A aceleração da gravidade é g.
“salto” essa barra começa a girar em torno do ponto P. A
barra possui uma massa m homogeneamente distribuída.

a) Calcule o momento de inércia da barra em relação à


sua extremidade.
a) Escreva as equações para a energia cinética e potencial
do sistema em termos de X, Y e θ. b) A conservação de uma grandeza física permite que a
barra obtenha uma componente vertical para a veloci-
Para os itens (b), (c) e (d) assuma que um agente externo dade do seu centro de massa. Qual é essa grandeza
faz o eixo de rotação oscilar horizontalmente com frequência física?
angular ω, ou seja, tem-se y p (t) = 0 e x p (t) = Acos(ωt).
b) Escreva a lagrangiana do sistema em termos da coor- c) Calcule a componente vertical νv da velocidade do seu
denada generalizada θ. centro de massa imediatamente após atingir o ponto P.

c) Escreva a equação de movimento para a lagrangiana d) Qual é a altura máxima atingida pelo seu centro de
do item (b). massa em relação ao solo.

7
2010-1 2009-2

Q1. Uma partícula de massa m colide com uma barra fina Q1. Um disco uniforme, de seção reta circular de raio R,
e homogênea inicialmente em repouso, de momento de inér- massa M e momento de inércia I (com relação ao eixo per-
cia I = M l 2 /12 relativo ao seu centro de massa, sendo M a pendicular ao plano do disco e que passa pelo seu centro),
sua massa e l o seu comprimento. Antes da colisão, a par- encontra-se preso a uma mola de constante k, massa despre-
tícula move-se perpendicularmente à barra com velocidade zível e um certo comprimento de repouso, como é mostrado
v0 . A partícula colide elasticamente com a extremidade da na figura abaixo. O disco rola sobre a superfície sem deslizar
barra, conforme ilustra a figura abaixo e seu movimento está confinado ao plano da figura.

a) Escreva a equação para a energia mecânica do sistema


em função da velocidade do centro de massa e da dis-
tensão da mola.

b) Obtenha a equação de movimento para o centro de


massa do disco.

a) Escreva as equações que expressam as grandezas físi- c) Determine a frequência angular de oscilação do centro
cas conservadas na colisão. de massa do disco.

b) Determine o vetor velocidade de translação do centro Q2. Uma partícula de massa m move-se em um potencial
de massa da barra imediatamente após a colisão. C
V (r) = − 3 , sendo C uma constante positiva. Considere
c) Determine o vetor velocidade angular de rotação da 3r
que a partícula possua momento angular L diferente de zero.
barra imediatamente após a colisão.
a) Escreva a equação para a energia mecânica da partí-
d) Determine o vetor velocidade da partícula imediata-
cula em termos da distância r à origem, da sua deri-
mente após a colisão.
vada temporal ṙ, do momento angular L, da massa m
Q2. Uma partícula de massa m pode se mover sem atrito e da constante C.
num aro de raio R, como mostrado na figura abaixo. O aro
gira com velocidade angular constante ω em torno do eixo b) Considerando os termos que só dependem de r na
vertical, como mostra a figura abaixo. Considere a acelera- energia mecânica como um potencial efetivo Ve f (r),
ção da gravidade g. esboce o gráfico de Ve f (r).

c) Existem órbitas circulares para essa partícula? Em


caso afirmativo, determine o raio de cada uma dessas
possíveis órbitas e discuta a estabilidade das mesmas.

d) Calcule a energia mecânica mínima, Emin , acima da


qual a partícula vinda do infinito é capturada pelo po-
tencial, ou seja, não retorna mais para o infinito.

2009-1

Q1. Uma partícula de massa m acha-se sob a ação de uma


a) Determine a energia cinética da partícula em função força cuja energia potencial é dada por
de θ, θ̇ R, m, e ω.
b) Determine a lagrangiana da partícula, adotando ener- U (x) = ax 2 − bx 3 ,
gia potencial nula no ponto correspondente a θ = 0.
onde a e b são constantes positivas.
c) Determine a equação de movimento da partícula.
a) Obtenha a expressão para a força que atua sobre essa
d) Determine os pontos de equilíbrio. partícula.

8
b) Calcule os pontos de equilíbrio indicando se eles são c) Encontre θ (t) na aproximação de pequenas oscilações
estáveis ou instáveis. supondo θ (0) = θ 0 e θ̇ (0) = 0
c) Calcule a frequência de pequenas oscilações em torno d) Esboce um gráfico mostrando como o período do mo-
do ponto de equilíbrio estável. vimento da partícula varia com a sua energia.
d) Qual deve ser o valor mínimo da energia cinética da
partícula quando esta se encontra em x = 0 para que
ela não fique confinada na região em torno da origem? 2008-1

Q2. Um pêndulo simples consiste de um corpo de dimen-


sões desprezíveis e massa m amarrado a um fio de massa Q1. Considere um corpo de massa m preso a uma mola
desprezível e comprimento `. O pêndulo encontra-se sob a de constante elástica k e sujeito a uma força externa F (t) =
ação da gravidade e pode oscilar num plano vertical. Este F0 cos(ωt). Suponha que o movimento da massa seja unidi-
pêndulo está amarrado a um ponto de fixação que se desloca mensional e despreze as forças de atrito.
com aceleração constante a ao longo de uma reta horizon-
a) Escreva a equação de movimento.
tal no plano de oscilação. Adote um sistema de coordenadas
tal que x seja horizontal, apontando na direção e sentido de b) Obtenha a solução geral da equação homogênea,
a~ e y seja vertical apontando para baixo. Considere que o x h (t), e uma solução particular da equação não-
ponto de fixação se encontra em x = y = 0 com velocidade homogênea, x nh (t).
v x = vy = 0 em t = 0.
a) Escreva a Lagrangeana que descreve o movimento do c) Escreva a solução total x(t) e imponha as condições
pêndulo em função dos parâmetros dados no problema iniciais x(0) = x 0 e ẋ (0) = 0.
e do ângulo θ formado entre o fio e a vertical. √
d) Obtenha x(t) no limite ω → ω0 , onde ω0 = k/m.
b) Obtenha a equação de movimento do pêndulo.
Q2. Considere uma partícula de massa m movendo-se sob
c) Encontre o valor inicial do ângulo θ que mantém o r
!4
pêndulo com essa inclinação fixa durante todo o mo- a ação do potencial central V (r) = k onde k e r 0
vimento. r0
são constantes positivas. Em coordenadas polares o movi-
dVe f
mento radial é dado pela equação mr̈ = − onde Ve f =
2008-2 dr
L 2
V (r) + e L = mr 2 θ̇ é o momento angular perpendicular
Q1. Considere uma partícula de massa m movendo-se sob 2mr 2
ao plano do movimento.
a ação do potencial
a) Faça um esboço do potencial efetivo.
k x2 k x4
V (x) = − 2
2 4a b) Encontre a distância a da partícula ao centro de forças
onde k e a são constantes positivas. Suponha que o movi- para que seu movimento seja √ uma órbita circular com
mento seja unidimensional e despreze as forças de atrito. momento angular L = 2r 0 mk. Calcule o valor das
energias cinética, potencial e total nesta órbita.
a) Escreva a equação de movimento.
c) Calcule o período de rotação deste movimento circu-
b) Faça um esboço do gráfico de V (x) e descreva os tipos
lar.
de movimentos possíveis.
m ẋ 2 d) Se a partícula em órbita circular sofrer uma pequena
c) Mostre que a função h (x, ẋ) = + V (x) é uma perturbação que não altere o valor de L ela começará a
2
constante do movimento. Encontre a solução x(t) para oscilar em torno da órbita original. Calcule o período
ka2 de pequenas oscilações radiais deste movimento.
o caso h = e x(0) = 0.
4
Q2. Considere um pêndulo plano formado for uma haste
inextensível de comprimento ` e massa desprezível tendo na ELETROMAGNETISMO
sua extremidade uma partícula pontual de massa m.
2015-2
a) Escreva as equações de movimento da partícula em co-
ordenadas polares r e θ.
Q1. Uma espira condutora retangular (comprimento a,
b) Suponha que o pêndulo seja lançado de θ (0) = θ 0 com largura b e resistência R) situa-se nas vizinhanças de um fio
θ̇ (0) = 0. Calcule o valor máximo que a tensão na reto infinitamente longo que é percorrido por uma corrente i
haste atinge durante o movimento. para a direita, conforme a figura.

9
ω
de que q̃ = ñ e calcule a profundidade de pene-
c
tração para a prata (Ag) na região de micro-ondas
 ω
f= = 10 GHz , para a qual vale a aproximação

do item (c). A condutividade da prata nesta faixa de
frequências é σ Ag = 3 × 107 (Ωm) −1 . Aproxime o re-
sultado do cálculo e obtenha a ordem de grandeza de
δ Ag (1 m, 10 cm, 1 cm . . .)
A espira afasta-se do fio com uma velocidade constante ~v ,
de forma que a distância do centro da espira ao fio é dada por
s (t) = s0 + vt. Calcule: 2015-1

a) o módulo do campo magnético produzido pela cor- Q1. Questão


rente num ponto situado a uma distância r do fio. In-
dique a direção e o sentido do campo na região delimi- a) Um cilindro dielétrico maciço, de comprimento infi-
tada pela espira; nito e raio a, possui uma densidade de carga volu-
métrica uniforme e positiva ρ. Uma casca cilíndrica,
b) o fluxo magnético na região delimitada pela espira também dielétrica, de raio b > a, com eixo comum ao
para um dado valor de s (t); cilindro, tem uma densidade de carga superficial uni-
c) a força eletromotriz induzida na espira para uma certa forme e negativa σ, de forma que a carga total do cilin-
distância s (t); dro mais casca, em certo comprimento, é zero, e por-
ρa2
tanto σ = − . Calcule o campo elétrico E~ (r) para
d) a corrente induzida na espira, i ind . Indique o sentido 2b
da mesma. as regiões r < a, a < r < b e b < r sendo r a distância
do eixo do cilindro.
Q2. Um meio condutor tem condutividade elétrica σ, per-
meabilidade magnética µ0 e permissividade elétrica  = K 0 ,
em que K é a constante dielétrica real. A equação de onda
para o campo elétrico neste meio é dada por

1 ∂2 E
~ σ 1 ∂E ~
∇2 E
~−K − = 0,
c ∂t
2 2  0 c ∂t
2

1
sendo = µ0  0 .
c2 b) Considere em seguida que o conjunto cilindro mais
a) Mostre que a função de onda plana monocromática casca se move para a direita com velocidade ~v . O mo-
~ (z, t) = E
E ~0 ei (ωt−q̃z) é solução da equação diferen- vimento dá origem a uma corrente elétrica I = πa2 ρv
cial acima. Encontre a relação entre o número de no cilindro maciço, para a direita e uniformemente dis-
onda complexo, q̃, e a frequência angular, ω, para que tribuída na seção reta, de forma que a densidade de
~ (z, t) seja solução. Mostre também que q̃ se torna
E corrente fica sendo dada por J~ = ρ~v . Da mesma forma,
real no caso de um meio isolante. a casca em movimento dá origem a uma corrente de
mesma intensidade I, mas em sentido contrário (para
b) Encontre a constante dielétrica complexa, K̃, usando a esquerda). Calcule a indução magnética B ~ para as
a relação entre o número de onda e a constante dielé- regiões r < a, a < r < b e b < r.
ω2
trica, q̃2 = K̃ 2 . Verifique que a parte real de K̃ é igual Q2. O campo elétrico de uma onda plana monocromática no
c
a K, como esperado, e explicite a parte imaginária de vácuo é dado por
K̃.
~ (z,t) = (E1 x̂ + E2 ŷ) ei (k z−ωt ) ,
E
c) Faça a aproximação para baixas frequências na expres-
são da constante dielétrica complexa do item
√ (b) e cal- onde x̂ e ŷ são versores cartesianos nas direções x e y, res-
cule o índice de refração complexo, ñ = K̃. Mostre pectivamente, e E1 e E2 são constantes.
que as partes real e imaginária de ñ são iguais neste
caso. ~ (z,t) .
a) Encontre a indução magnética B

d) A profundidade de penetração da onda no meio con- b) Mostre que o campo elétrico e a indução magnética
dutor, δ, é dada pelo inverso da parte imaginária do são ortogonais entre si.
1
número de onda, qi , ou seja, δ = . Lembre-se c) Encontre o vetor de Poynting da onda.
qi

10
2014-2 2014-1

Q1. Um capacitor esférico é composto por uma esfera Q1. Considere um condutor macroscópico de forma arbi-
condutora de raio R1 , concêntrica com uma casca condutora trária, cuja superfície é fechada e suave. Partindo da lei de
esférica de raio R2 e espessura desprezível, com R1 < R2 . O Gauss e considerando que o rotacional do campo eletrostá-
condutor interno possui carga +Q e o externo −Q. tico é nulo:

a) Calcule o campo elétrico e a densidade de energia em a) Calcule o campo elétrico no interior do condutor.
função de r, onde r é a distância radial a partir do cen-
b) Obtenha a componente normal do campo elétrico na
tro dos condutores, para qualquer r.
superfície externa do condutor em termos da densi-
b) Determine a capacitância C do capacitor. dade superficial de carga.
c) Obtenha a componente tangencial do campo elétrico
c) Calcule a energia do campo elétrico armazenada em
na superfície do condutor.
uma casca esférica de raio r, espessura dr e volume
4πr 2 dr, localizada entre os condutores. Integre a ex- Q2. Considere um conjunto de soluções de ondas planas
pressão obtida para encontrar a energia total armaze- eletromagnéticas no vácuo, cujos campos (elétrico e mag-
nada entre os condutores. Dê sua resposta em termos nético) são descritos pela parte real de funções: u~ (x,t) =
da carga Q e da capacitância C.

i ~k ·~
x −ωt
Ae , onde ~k é o vetor de onda que determina a dire-
Q2. Duas bobinas idênticas, compostas cada uma por um ção de propagação da onda, e ω é a frequência angular, que
anel de raio R e espessura desprezível, são montadas com se relaciona com o vetor de onda por ω = v|~k |, onde v = √1 µ
seus eixos coincidentes com o eixo-z, conforme se vê na fi- é a velocidade de propagação das ondas.
gura abaixo. Seus centros estão separados por uma distância
d, com o ponto médio P coincidindo com a origem do eixo-z. a) Mostre que o divergente de u~ (x,t) satisfaz: ∇ · u~ = i~k ·
Cada bobina transporta uma corrente elétrica total de densi- u~.
dade I. Ambas as corretes têm o mesmo sentido anti-horário.
b) Mostre que o rotacional de u~ (x,t) satisfaz: ∇ × u~ =
a) Utilize a lei de Biot-Savart para determinar o campo i~k × u~.
magnético de uma única bobina ao longo de seu eixo
de simetria. c) Demonstre que as ondas são transversais e que os ve-
~ e ~k são mutuamente perpendiculares.
~ B,
tores E,
b) A partir do resultado anterior, obtenha o campo mag-
nético B (z) ao longo do eixo-z das duas bobinas.
2013-2
c) Admitindo que o espaçamento d seja igual ao raio das
bobinas, mostre que, no ponto P, as seguintes igualda- Q1. Considere um fio infinitamente longo disposto para-
dB d2 B lelamente ao eixo-z, interceptando o plano z = 0 em x = a e
des são válidas: =0e = 0.
dz dz 2 y = 0, conforme mostra a figura. O fio está carregado com
densidade linear de carga elétrica λ uniforme.
d) Considerando os gráficos abaixo, de B (em unidades
arbitrárias) versus z, qual a curva descreve o campo
magnético ao longo do eixo-z na configuração do item
(b)? Justifique.

e) Supondo que a corrente na bobina superior tenha seu


sentido invertido, calcule o novo valor do campo mag-
nético no ponto P.

a) Determine o potencial elétrico V (x, y,z) em todo o es-


paço, de forma que o potencial seja zero no eixo-z.
Sugestão: pode-se calcular o potencial a partir do
campo elétrico do fio longo, que é obtido de forma
simples usando a lei de Gauss.
b) Considere agora, além do fio, um condutor plano in-
finito (aterrado) ocupando o plano x = 0. Calcule
V (x, y,z) para a região x > 0 do espaço. Sugestão:
utilize o método das imagens.

11
c) Qual a densidade superficial de carga σ (y,z) induzida ~ entre as
a) Calcule a expressão para o campo elétrico E
no condutor plano em x = 0? placas.
´∞
d) Calcule a integral −∞ σ (y,z) dy e discuta o resultado b) Calcule o campo magnético B, ~ em função do raio r, na
obtido. região entre as placas do capacitor.
 
Q2. Um fio carregado com densidade linear de carga elétrica ~×B
E ~
λ > 0 está colado (formando um anel) na borda de um disco c) Calcule o vetor de Poynting S~ = .
µ0
isolante de raio a, que pode girar ao redor de seu eixo vertical
sem atrito. O comprimento do fio é exatamente 2πa. Apenas d) Usando a aproximação de baixas frequências, mostre
na região central do disco, até um raio b < a, age um campo que é satisfeita a conservação de energia, expressa pela
magnético uniforme B0 vertical para cima. ∂u ~
~2 + B + é a
condição ∇ · S~ + = 0, onde u = 21 * E
∂t , µ0 -
densidade de energia contida no campo eletromagné-
tico.

a) O campo magnético é agora desligado. Obtenha a ex-


pressão para o torque devido à força eletromotriz indu-
zida no fio, em termos da variação temporal do campo
dB
magnético, . A partir deste resultado, calcule o mo-
dt
mento angular final do disco (módulo e direção).
b) Considerando como dado o momento de inércia I do
sistema disco+fio, calcule o campo magnético (mó-
dulo e direção) produzido no centro do disco pelo anel 2012-2
de carga na situação final acima.
Q1. Um cilindro de altura h e raio externo b é feito de um
2013-1 material com condutividade elétrica σ e permissividade elé-
trica ε. O cilindro é furado ao longo de seu eixo de forma que
seu raio interno é a. Um material de alta condutividade elé-
Q1. Considere uma esfera sólida, uniformemente carre- trica preenche o furo central do cilindro e forma também uma
gada, de carga Q e raio R. casca cilíndrica em torno da sua borda externa, formando
a) Determine o vetor campo elétrico E ~ em um ponto à os contatos elétricos do cilindro, conforme ilustra a figura
distância r do centro da esfera, nos casos r > R e r ≤ R. abaixo. Considere h  b de modo que os efeitos de borda
podem ser desprezados. Aplica-se uma diferença de poten-
b) Obtenha a força d F~ sobre um elemento de volume dV cial elétrico V0 entre esses contatos (tome V = 0 na superfície
da esfera, localizado na posição ~r . externa do cilindro).
∂ρ
!
c) Determine agora, por integração, a força total F~ que a) Mostre que, no regime estacionário = 0 , a den-
age sobre o hemisfério superior da esfera. ∂t
sidade de carga no interior do meio condutor homogê-
Q2. Um capacitor de placas paralelas é formado por dois neo é nula.
discos circulares de raio a, separados entre si de uma distân-
cia d  a, no vácuo. As placas estão ligadas a um gerador b) Mostre que, nesse caso, o potencial elétrico obedece à
de corrente alternada de frequência ω, que produz uma carga equação de Laplace e obtenha o vetor campo elétrico
uniforme na placa do capacitor, dada por q (t) = q0 sin (ωt) . ~ ~r  no interior do cilindro.
E
São desprezados efeitos de borada. Supondo baixas frequên-
ωa 1 c) Calcule a carga livre total acumulada na superfície do
cias, de forma que  1 (onde c = √ é a velocidade contato interno (raio a) e a capacitância entre os dois
c µ0  0
contatos elétricos.
da luz), o campo elétrico E~ entre as placas pode ser conside-
rado uniforme. Considere um sistema de coordenadas cilín- d) Calcule a resistência elétrica entre esses dois contatos
dricas, (r,θ,z), com eixo-z passando pelo cento das placas, elétricos.
conforme indicado na figura.

12
a) Calcule o módulo do campo elétrico no volume entre
os dois condutores em função da distancia r ao centro
do capacitor. Forneça respostas para a metade superior
e para a metade inferior desse volume.

b) Determine a densidade superficial de cargas livres so-


bre o condutor interno e sobre o condutor externo.

c) Calcule a densidade superficial de caragas de polariza-


ção sobre as superfícies interna (r a ) e externa (r b )do
dielétrico.

d) Qual é a densidade de carga de polarização sobre a


superfície plana do dielétrico? Explique.
Q2. Um cilindro condutor de raio a conduz uma corrente I
ao longo de seu eixo-z. A densidade de corrente J~ no interior e) Determine a capacitância do sistema.
do cilindro varia de acordo com a expressão:
J0  πr 
J~ (r,ϕ,z) = ẑ sin ,
r a
onde r é a distância radial entre o ponto considerado e o eixo
do cilindro.
a) Determine a constante J0 em termos de I e a.
b) Calcule o campo magnético B ~ fora do cilindro condu-
tor (r > a) e expresse seu resultado em termos de I e
a.
c) Calcule o campo magnético B ~ no interior do cilindro 2011-2
condutor (r < a)e expresse seu resultado em termos de
I e a. Q1. Em uma fábrica de chocolate em pó, utiliza-se tubu-
lações com o ar comprimido para mover o chocolate em pó
d) Esboce o gráfico qualitativo do módulo do campo entre diferentes setores. Entretanto, com o atrito, o choco-
magnético, B (r), indicando seu comportamento em late, acaba ficando eletricamente carregado, de tal forma que
r = 0 e r = a. temos uma densidade volumétrica uniforme de cargas posi-
tivas ρ dentro da tubulação de raio R. Suponha que os tubos
são condutores e encontram-se aterrados, e que a constante
2012-1
dielétrica do ar não é alterada pelo chocolate em pó.
Q1. Um cabo co axial é composto por um longo cilindro a) Calcule o campo elétrico dentro e fora da tubulação,
reto condutor de raio a e uma fina casca cilíndrica condutora considerando que está é um cilindro muito longo.
de raio b e concêntrica ao cabo interno. Os dois condutores
transportam correntes iguais e opostas de intensidade i. b) Calcule o potencial elétrico dentro e fora da tubulação.
Tome V = 0 na parede do tubo.
a) Determine o módulo do campo magnético na região
entre os dois condutores (a < r < b) . c) Esboce o gráfico do campo elétrico e do potencial em
b) Determine o módulo do campo magnético na região função da distâncias ao eixo da tubulação.
externa ao cabo coaxial (r > b) .
d) Se o campo elétrico for maior que um certo valor E0 ,
c) Encontre o módulo do campo magnético no interior do podemos ter o rompimento da rigidez dielétrica do ar,
cilindro interno (r < a) se a corrente está distribuída resultando numa faísca elétrica. Como o chocolate em
uniformemente na seção transversal do mesmo. pó é muito inflamável, uma faísca no interior da tu-
d) Calcule a energia armazenada no campo magnético bulação poderia causar uma explosão. Determina qual
por unidade de comprimento do cabo . condição a tubulação deve satisfazer para evitar este
risco.
Q2. Um capacitor esférico isolado possui carga +Q sobre o
condutor interno (raio r a ) e carga −Q sobre o condutor ex- Q2. Um plasma pode ser pensado como um gás clássico (não
terno (raio r b ). A seguir, a metade inferior do volume entre relativístico) de íons positivos e elétrons. Estamos interessa-
os dois condutores é preenchida por um líquido de constante dos inicialmente na interação de uma onda eletromagnética
dielétrica relativa K, conforme indicado na seção reta da fi- com os elétrons livres deste plasma, já que estes têm massa
gura abaixo. muito menor do que os íons positivos.

13
a) Para uma onda eletromagnética harmônica transversal, A pequena lacuna no fio, de largura w  a, forma um ca-
~ pode ser expresso da forma:
seu campo elétrico E pacitor de placas paralelas. A carga no capacitor é zero no
 
instante t = 0.
~
k ·~
r −ωt
E ~0 e i
~=E .

Mostre que nas operações envolvendo ∇ ~ este opera-


~
dor pode ser substituído por i k, e as derivadas tempo-

rais por −iω. Reescreva as equações de Maxwell
∂t
usando estes fatos.
a) Encontre o vetor campo elétrico na lacuna em função
Considere que a onda harmônica se propaga na dire-
da distância ρ a partir do eixo z e do tempo t, além dos
ção z e suponha que o número médio de elétrons por
parâmetros I, w e a. Despreze os efeitos de borda.
unidade de volume do plasma é n.
b) Encontre o vetor campo magnético na lacuna em fun-
b) Mostre que a densidade de corrente induzida
ção de ρ e t e dos parâmetros I, w e a.
pelo campo elétrico da onda é
2
c) Calcule a densidade de energia eletromagnética uem
ne ~ e o vetor de Poynting na lacuna, indicando explicita-
J~ = i E,
mω mente a sua direção e o seu sentido.
onde e e m são, respectivamente, a carga e a d) Determine a energia total U em na lacuna em função
massa do elétron, e ω é a frequência da onda. do tempo. Compare a taxa de variação de Uem com o
Justifique cuidadosamente suas hipóteses. tempo e o fluxo de energia por unidade de tempo (fluxo
c) Partindo das equações de Maxwell, obtenha a re- de potência), obtido fazendo-se a integral de superfície
lação de dispersão ω (k) para a propagação da do vetor de Poynting.
onda.
d) O plasma admite a propagação de ondas com
quaisquer frequências? Justifique sua resposta. 2010-2

Q1. Um cabo coaxial é constituído por um fio sólido de


2011-1 raio a envolto por uma casca cilíndrica concêntrica de raio b,
com comprimento L  b. Ele é usado como linha de trans-
Q6. Coloca-se uma esfera metálica descarregada, de raio missão entre uma bateria de fem V e uma resistência R, como
R, numa região do espaço inicialmente preenchida por um indicado na figura abaixo. Despreze a resistência do cabo.
~i = E0 k̂. Escolha a origem do sis-
campo elétrico dado por E a) Calcule o vetor campo elétrico no interior do cabo co-
tema de coordenadas no centro da esfera. axial (a < r < b).
a) Esboce as linhas do campo elétrico em toda a região b) Calcule o vetor campo magnético no interior do cabo
do espaço. Justifique o esboço utilizando argumentos coaxial (a < r < b).
físicos.
c) Calcule o vetor de Poynting, indicando esquematica-
b) Determine o campo elétrico E ~ f ~r  em toda a região ~ B~ e S~ com relação à seção trans-
mente os vetores E,
do espaço. Em particular, encontre os campos para os versal do cabo coaxial. O que aconteceria se os pólos
pontos em que ~r  R e ~r ≈ R e verifique se eles são da bateria fossem invertidos?
consistentes com o esboço no item (a).
d) Usando o vetor de Poynting, calcule a potência que
c) Ache a densidade de carga na esfera. Se a esfera pos-
flui da bateria para o resistor e explique por que este
suir raio igual a 10 cm e E0 = 100 N/C, calcule as car-
resultado é esperado.
gas acumuladas nos hemisférios norte e sul da esfera.
Observação: Indique claramente as superfícies
d) Suponha que a esfera metálica seja substituída por gaussianas e/ou caminhos de integração utilizados
uma esfera dielétrica. Discuta qualitativamente o que nos cálculos acima.
ocorre neste caso e esboce as linhas do campo elétrico
em toda a região do espaço.

Q7. Considere o arranjo hipotético ilustrado na figura


abaixo, em que um fio sólido de raio a estendido ao longo do
eixo z conduz uma corrente elétrica I, uniformemente distri-
buída sobre a sua seção transversal, que é mantida constante.

14
Q2. Considere uma carga puntiforme Q > 0 a uma distância c) Qual a força resultante, F~r0es , no referencial S 0? Com-
D de uma placa infinita, condutora e aterrada, como ilustrada pare com F~r es , obtida no item (a). Quais as direções e
abaixo. sentidos dessas duas forças?

a) Desenhe as linhas de campo elétrico e as equipotenci- d) A relação entre as forças eletromagnéticas F~r es e F~r0es ,
ais. Justifique seu desenho. obtidas nos itens (a) e (c), são consistentes com os re-
sultados da teoria da relatividade? Justifique sua res-
b) Calcule as componentes x̂ e ŷ do vetor campo elétrico, posta. Dica: Pela teoria da relatividade restrita, as
em todo o espaço à esquerda da placa, em termos das transformações entre F~⊥ e F~⊥0 e entre F~k e F~k0 , onde ⊥
componentes do ponto P ilustrado na figura acima. e k indicam as direções perpendiculares e paralela ao
eixo-x (direção do movimento de S 0), respectivamente,
c) Qual a densidade de carga na placa? podem ser obtidas sabendo-se que (i) a energia e mo-

mento E, p~ nos referenciais 0
d) Determine a força exercida pela placa sobre a carga  S e S se transformam
como o tempo e espaço t,~r e que (ii) a segunda lei
Q. d p~
de Newton, F~ = é válida também na relatividade
dt
restrita. Faça a transformação somente na direção de
F~r es e F~r0es .
Q2. Um condutor esférico maciço, de raio a e carregado com
carga Q > 0, está envolto por um material dielétrico esférico,

de constante dielétrica  r = e raio externo b, conforme
0
mostra a figura abaixo.

2010-1

a) Determine o campo elétrico em todo o espaço e esboce


Q1. Considere um fio infinitamente longo, carregado
um gráfico de seu módulo E (r).
uniformemente com carga negativa de densidade λ, ao longo
do eixo-x. Suponha que acima deste fio, na posição ~r = y1 j,
ˆ b) Determine o potencial no centro das esferas, tomando-
exista uma carga puntiforme q positiva. O fio e a caraga se como zero o potencial infinito.
estão em repouso no referencial S. Um segundo referencial,
S 0, está se movendo para à direita, com uma velocidade c) Encontre as distribuições de cargas livre e ligada (de
relativística de módulo v, como mostra a figura abaixo. polarização) nas esferas condutora e dielétrica. Faça
Tome a velocidade da luz como sendo c. uma figura mostrando onde as densidades de cargas se
localizam, indicando se são positivas ou negativas.
d) Calcule a energia eletrostática do sistema.

2009-2

Q1. No instante inicial t = 0, uma partícula de massa m


e carga q encontra-se na posição x 0 x̂ e com velocidade v0 ŷ.
Os campos de força agindo sobre a partícula são devidos so-
mente ao potencial elétrico φ e ao potencial vetor A, ~ dados
a) Calcule a força resultante, F~r es , atuando na carga q no
por
referencial S.
Φ ~r = α0 x + aα1 ,

b) Encontre a densidade de carga λ 0 no referencial S 0.  β0 û · ~r
!
A ~r =
~ ẑ ×~r + a β1 û exp ,

Note que nesse referencial, o fio carregado está em
2 a
movimento, o que implica na existência de uma cor-
rente elétrica. Calcule essa corrente, indicando o sen- onde α0 , α1 , β0 e β1 são constantes reais e û é um versor
tido dela. constante e real.

15
a) Calcule o vetor campo elétrico em todo o espaço, a refletividade R da interface entre o meio 1 (índice
~ ~r  .
E de refração n1 ) e o meio 2 (índice de refração n2 ), es-
time a partir do seguinte gráfico (intensidade I versus
b) Determine o vetor indução magnética em todo o es- posição x) a parte real n R do índice de refração do ma-
~ ~r  .
paço, B terial.
c) Existe algum valor para a velocidade inicial v0 tal que n1 − n2 2
a trajetória da partícula seja uma reta? Em caso afir- R =
n1 + n2

mativo, calcule-o.
Q2. Durante uma tempestade, uma nuvem cobre a cidade de c) Estime, também a partir do gráfico, a parte imaginária
São Paulo a uma altura h = 500m em relação ao solo. Va- n I do índice de refração.
mos supor que a largura da nuvem seja bem maior que essa d) Qual a frequência e o comprimento de onda da radia-
altura h. Um balão meteorológico equipado com um sensor ção dentro do material?
de campo elétrico é então lançado verticalmente a partir do
solo. Os dados coletados pelo sensor estão ilustrados na fi-
gura abaixo, onde E (z) é o módulo do campo elétrico em
função da altitude (z = 0 no solo). A espessura da nuvem na
direção vertical é igual a 1200m e sabe-se que a densidade
de carga elétrica é sempre negativa no seu interior.

a) Indique, em um diagrama, a direção e sentido do Q7. Um solenóide circular é projetado com 81π mm2 de
campo elétrico nas regiões abaixo, dentro e acima da área de seção transversal e 40π mm de comprimento. Des-
nuvem. prezando os efeitos do comprimento finito do solenóide, res-
ponda:
b) Calcule a densidade volumétrica de carga na atmosfera
em função da altitude, ρ (z), e esboce o seu gráfico. a) Quantas voltas de fio são necessárias para que o mó-
dulo do campo magnético próximo ao centro do sole-
c) Para quais valores de z o potencial elétrico é máximo nóide seja de 2,0 mT quando percorrido por uma cor-
ou mínimo? Calcule o potencial elétrico nesses pon- rente de 1,00 A?
tos? Tome V = 0 no solo.
b) Se o solenóide é enrolado compactamente (sem espa-
çamento entre voltas consecutivas) com uma única ca-
2009-1 mada de fio de cobre de resistividade 2,0 × 10−8 Ωm,
qual é a resistência elétrica do solenóide? Despreze a
espessura do isolante que recobre o fio.
Q6. Uma onda eletromagnética monocromática polari-
zada linearmente, propagando-se ao longo da direção + x̂, c) Que diferença de potencial deve ser aplicada nos ter-
é representada na notação complexa pelo campo elétrico minais do solenóide para produzir o campo magnético
~ (x, t) = ŷ E0 ei (k x−wt ) . Considere que essa onda propaga-se
E de 2,0 mT?
no ar (nar ≈ 1) e possui comprimento de onda λ 0 = 0,50 µm
(luz verde) e intensidade I0 = 10 W/m2 . d) Para esse valor do campo, qual a energia magnética
armazenada no solenóide?
a) Escreva uma equação análoga à equação acima para o
~ (x, t) dessa onda, escrevendo sua e) Determine a indutância desse solenóide.
campo magnético B
amplitude B0 em função de E0 no sistema SI de unida-
des. 2008-2
b) Essa onda incide perpendicularmente a uma placa de
1,00 mm de espessura feita de um material que possui Q6. Um cilindro muito longo de raio R é fabricado com
índice de refração n = n R +i n I , onde n I  n R para on- 
!
um material isolante cuja constante dielétrica é K = e
das dessa frequências. Dada a expressão abaixo para 0

16
que possui uma densidade de carga livre cilindricamente si- 2008-1
métrica, mas não uniforme ρ(r).
a) Determine ρ(r) tal que o campo elétrico dentro do ci- Q6. Uma placa metálica fina e carregada está imersa em
lindro seja radial apontando para fora do mesmo e com uma solução aquosa de cloreto de sódio (sal de cozinha),

módulo constante E0 ; cuja constante dielétrica é K = = 80. Considere esta placa
0
b) para a densidade de carga determinada em (a), calcule como infinita e situada no plano x y de um sistema de coor-
~
o campo elétrico E(r) fora do cilindro; denadas. Determinou-se que o potencial elétrico na solução
nas vizinhanças da placa é dado pela seguinte expressão:
c) se o cilindro for então envolvido por uma casca cilín-
drica condutora neutra de raio interno a (a > R) e raio V (x, y, z) = 10 exp (−20 |z|)
externo b (b > a), concêntrica ao mesmo, determine as
densidades de carga induzidas nas superfícies da casca com z medido em metros e V em volts.
condutora;
a) Determine o vetor campo elétrico correspondente a
d) para a situação do item (c), esboce um gráfico do mó- esse potencial.
dulo do campo elétrico E(r) em função da distância
ao eixo do cilindro, em todo o espaço. b) Qual a magnitude e sinal da densidade superficial de
Q7. Uma barra metálica uniforme de massa M pode deslizar carga livre σ(x, y) da placa?
com atrito desprezível ao longo de um par de trilhos horizon- c) Determine a densidade volumétrica de carga livre
tais fixos separados por uma distância d, conforme mostra a ρ(x, y,z) na solução, nas proximidades da placa.
figura abaixo. Os trilhos e a ligação transversal da esquerda
são altamente condutores, de modo que suas contribuições Q7. O fio retilíneo muito longo da figura abaixo conduz
para a resistência elétrica do circuito retangular são despre- uma corrente i no sentido indicado, cuja magnitude está cres-
zíveis. A barra livre e os contatos com os trilhos fixos têm di
resistência elétrica total R. Há um campo magnético uni- cendo a uma taxa .
dt
forme e estacionário aplicado externamente, de módulo B,
orientado verticalmente e apontando para cima.

a) Determine a corrente i induzida no circuito em termos


de d, R, B e v, a velocidade instantânea da barra. Con-
sidere como o sentido positivo da corrente na barra
aquele indicado na figura. Ao determinar a corrente a) Quando a corrente no fio é igual a i, calcule o fluxo
induzida, despreze o campo magnético produzido pela magnético através da espira retangular.
própria corrente;
b) Obtenha uma expressão para a força eletromotriz in-
b) suponha que em t = 0 a barra esteja numa posição x 0 duzida na espira.
e com velocidade v0 . Determine x(t) e v(t);
c) Se a resistência da espira é 0,051Ω, calcule o valor
c) obtenha expressões numéricas para x(t), v(t) e i(t)
numérico da corrente induzida na espira e indique seu
usando os seguintes parâmetros: M = 0,10 kg, d = di
1,0 m, R = 1,0 Ω, B = 0,2 T, x 0 = 3,0 m e v0 = 10 m/s. sentido para a = 12cm, b = 36cm, L = 24cm e =
Qual a posição final da barra quando ela estiver em dt
9,6 A/s.
repouso
d) É justificável desprezar no item (a) o campo magné-
tico produzido pela corrente induzida? Para responder FÍSICA MODERNA
esse item, calcule a razão entre o maior valor do campo
magnético produzido pela corrente induzida (Bi ) e o 2015-2
valor do campo aplicado (B). Estime Bi calculando
o campo magnético na superfície da barra livre, assu- Q3. Considere 2 fótons que se propagam, ao longo do eixo
mindo que ela é muito longa e tem seção transversal x, em sentidos opostos. As energias dos fótons são 5 MeV e
circular com raio a = 3,0 mm. 2 MeV, respectivamente.

17
a) Calcule a velocidade relativa entre os fótons. da trajetória original, mas, ocasionalmente, o evento resulta
no desaparecimento do fóton e na criação de um par elétron-
b) Qual é o valor da energia total do sistema? pósitron, na presença do elétron original. Suponha que os
c) Qual é o momento total do sistema? detalhes da interação que produziu o par sejam tais que as
três partículas resultantes se movam para a direita, como na
d) Calcule a energia de repouso do sistema. figura 1B, coma mesma velocidade u, isto é, que estejam
todas em repouso no referencial S 0, que está se movendo para
Q4. Um fóton de raio-X com comprimento de onda λ = a direita com velocidade u em relação a S.
10−10 , é retroespalhado em um experimento Compton, ou
seja, o ângulo de espalhamento é de 180o em relação ao eixo
de incidência.
a) Calcule a frequência do fóton retroespalhado.
b) Quais são a direção e o sentido do momento do elé-
tron ejetado no espalhamento, em relação à do fóton
incidente?
c) Qual é o módulo da velocidade do elétron ejetado no
espalhamento? Figura 1. (A) Situação anterior à colisão, no referencial S. (B)
Situação após a colisão, no referencial S.

2015-1 a) Escreva as leis de conservação de energia e momento


antes e depois da criação do par.
Q1. Considere um gás de moléculas diatômicas com
b) Usando a conservação da energia-momento no caso re-
frequência de oscilação ω e momento de inércia I. À tempe-
lativística, obtenha no sistema S 0 a energia do fóton
ratura ambiente, as energias dos estados moleculares vibra-
para que seja criado um par de partículas com energia
cionais são muito maiores do que k B T. Portanto, a maioria
equivalente à energia de repouso de 2 elétrons.
das moléculas se encontra no estado vibracional de menor
energia. Por outro lado, a energia característica dos estados c) Utilize a relação m02 c4 = E 2 − p2 c2 para obter a relação
rotacionais é muito menor do que k B T. A energia rotacional- u pc
= .
vibracional E (n, `)do estado de uma molécula diatômica é c E
caracterizado pelo número quântico n, para a energia vibra-
d) Determine a partir do item (c) a velocidade u com a
cional, e pelo número quântico `, para energia rotacional.
qual as três partículas se movem no referencial S.
a) Escreva E (n, `) para n = 0 e ` qualquer.
b) Suponha que uma molécula sofra uma transição de um 2014-2
estado inicial com n = 0 e ` qualquer para um estado
excitado com n = 1. Determine as duas energias to- Q1. A lei de radiação de Planck permite obter a seguinte
tais permitidas para a molécula após a transição, lem- densidade de energia do espectro do corpo negro de uma ca-
brando que a regra de seleção impões ∆` = ±1. Cal- vidade à temperatura T :
cule a diferença de energia entre esses dois estados
permitidos e o estado inicial, bem como as respecti- 8πν 2 dν
vas frequências de transição. ρ (ν) dν =
c3 ehν/kT − 1
c) Considere o estado da molécula na qual n = 0 e ` a) Expresse a densidade de energia em função do com-
qualquer. Sabendo que a degenerescência do estado primento de onda λ = νc no lugar da frequência ν.
é 2` + 1, determine a população do estado rotacional-
vibracional, N (E), como função de E, a partir da dis- b) Mostre que para comprimentos de onda longos e altas
tribuição de Boltzmann. temperatura, o resultado anterior se reduz à lei clássica
de Rayleigh-Jeans.
d) Para n = 0, o estado ` = 0 não é o estado mais populado
à temperatura ambiente. Para pequenos valores de `, a c) Obtenha a lei de Stefan-Boltzmann a partir da lei de ra-
população do estado aumenta ligeiramente em relação diação de Planck. Note que a radiância R (λ), que é o
a ` = 0 por causa do aumento da densidade de estados. fluxo de energia por unidade de área em uma pequena
Para grandes valores de ` para o qual a população é abertura da cavidade, é dada por R (λ) = 41 c ρ (λ).
máxima.
Q2. Considere uma colisão relativística frontal completa-
Q1. Suponha que um fóton encontre um elétron que está mente inelástica de duas partículas que se movem ao longo
inicialmente em repouso no referencial S, como na figura do eixo-x. Ambas as partículas possuem massa m. Antes da
1A. Na maioria das vezes, o fóton é simplesmente desviado colisão, um observador A, em um referencial inercial, nota

18
que elas se movem com velocidades constantes de mesma c) Se θ = 1200 , qual é a direção de movimento do elétron
magnitude mas em direções opostas, isto é, a partícula 1 se após o espalhamento, em relação à direção do fóton
move com velocidade v e a partícula 2 se move com veloci- incidente?
dade −v. De acordo com o outro observador B, entretanto, a
partícula 1 está em repouso antes da colisão.
2013-2
a) Determine a velocidade v x0 da partícula 2 medida pelo
observador B antes da colisão.
Q3. Um feixe de luz com comprimento de onda 480 nm
b) Ache as velocidades v A e v B0 da partícula resultante no vácuo e de intensidade 10 W/m2 incide sobre um catodo
após a colisão, medidas, respectivamente, pelos obser- de 1 cm2 de área no interior de uma célula fotoelétrica. A
vadores A e B. função trabalho do metal é 2,2 eV. As respostas devem ser
dadas com dois algarismos significativos.
c) Utilize a conservação relativística massa-energia para
calcular a massa M da partícula resultante após a coli- a) Calcule a energia dos fótons incidentes em Joules e em
são. elétron-volts.
b) Calcule o número de fótons por segundo incidentes na
2014-1 placa metálica.
c) Se a eficiência da conversão fotoelétrica é de 20%
Q3. Em 1913, Niels Bohr introduziu seu modelo atô- (apenas 20% dos fótons arrancam elétrons do metal),
mico através da adaptação do modelo de Rutherford às ideias calcule a corrente elétrica máxima, através da célula,
de quantização propostas na época. Em homenagem a esse quando uma ddp é aplicada entre o catodo e o anodo.
evento, aborde os itens abaixo em termos de grandezas fun-
damentais. d) Calcule o comprimento de onda máximo dos fótons
incidentes acima do qual não ocorre o efeito fotoelé-
a) Use a regra de quantização para o momento angular, trico.
L = ~n, para encontrar uma expressão para os raios
das órbitas permitidas de um elétron ao redor de um Q4. Uma partícula de massa m executa oscilações harmô-
átomo de número atômico Z nicas, em uma dimensão, num potencial U (x) = 12 mω2 x 2 .
Considere a partícula num estado cuja função de onda é
b) Segundo o modelo de Bohr, a transição entre diferen- 2
ψ (x) = Ae−b x , onde A e b são constantes.
tes órbitas é acompanhada pela emissão/absorção de
um fóton. Determine a energia do fóton emitido como a) Escreva a equação de Schrödinger independente do
resultado da transição entre o primeiro estado excitado tempo para este potencial.
e o estado fundamental de um átomo de hidrogênio.
b) Determine o valor de b para que ψ (x) seja solução
c) Considere um elétron preso em um poço unidimensi- desta equação de Schrödinger, e o valor da energia as-
onal quadrado infinito de largura a. Determine uma sociada a esta função de onda.
expressão para os níveis de energia eletrônicos¸ usando
a regra de quantização de Bohr-Sommerfeld p dx = c) Calcule a constante de normalização A.
hn. d) Classicamente, esta partícula oscilaria dentror do in-
d) Determine a largura a desse poço, em termos do raio ~
tervalo simétrico [−x max , x max ], onde x max = .
de Bohr, para que a energia de um fóton emitido de- mω
vido à transição entre o primeiro estado excitado e o Calcule, usando a Mecânica Quântica, a probabi-
estado fundamental seja igual àquela obtida no item lidade de se encontrar esta partícula no intervalo
(b). [−x max , x max ]. Compare este resultado com o espe-
rado pela Mecânica Clássica.
Q4. Os raios-γ produzidos por aniquilação de pares apre-
sentam um espalhamento Compton considerável. Considere
que um fóton com energia m0 c2 seja produzido pela aniqui- 2013-1
lação de um elétron e um pósitron, onde m0 é a massa de
repouso do elétron e c é a velocidade da luz. Suponha que Q3. Uma partícula de massa m confinada em um poço de
esse fóton seja espalhado por um elétron livre e que o ângulo potencial unidimensional possui função de onda dada por:
de espalhamento seja θ.
a) Encontre a máxima energia cinética possível do elé-  0 para x < − L2
tron em recuo nesse espalhamento.


ψ (x) =  Acos 3πLx para − L2 < x < L


2
b) Se o ângulo de espalhamento for θ = 120o , determine para x > L2

0

a energia do fóton e a energia cinética do elétron após
o espalhamento. a) Calcule a constante de normalização A

19
b) Calcule a probabilidade de encontrar a partícula no in- d) Em espectroscopia, a série de Balmer está associada a
tervalo entre − L4 < x < L4 um subconjunto de transições nas quais o elétron do
átomo de H vai de um estado excitado ao estado final
c) Através da solução da equação de Schrödinger inde- caracterizado por n f = 2. Nesta série, a linha denomi-
pendente do tempo para esta partícula no referido poço nada por H β corresponde a transição a partir do estado
de potencial, ache a energia correspondente à função com ni = 4. Estime o comprimento de onda da linha
de onda, em termos de m, L e h. H β e situe a mesma em alguma região do espectro ele-
tromagnético.
d) Calcule o comprimento de onda do fóton emitida na
transição desta partícula para o estado fundamental, Q4. Em um experimento de efeito fotoelétrico, a Figura 1
em termos de m, L e h abaixo mostra um possível gráfico da corrente fotoelétrica
em função da diferença de potencial V entre o coletor de elé-
Q4. O decaimento de múons obedece à seguinte equação trons e um alvo de sódio. As curvas (a) e (b) correspondem
diferencial a diferentes intensidades da luz incidente e V0 é o chamado
“potencial de corte” ou “potencial limite”. Já a Figura 2 mos-
dN (t)
= −RN (t) tra medidas do potencial limite em função da frequência da
dt luz incidente.
onde N (t) é o número de múons presentes no instante de
dN (t)
tempo t e representa a taxa de variação de múons no
dt
mesmo instante de tempo t. A constante de proporcionali-
dade R é chamada de constante de decaimento. O tempo
de vida médio do múon é t¯ = 2 µs, isto é, neste intervalo de
N (t¯) 1 1
tempo = ≈ . Sendo a velocidade dos múons na
N (0) e 2,73
direção da superfície da terra igual a 0,998c, responda:

a) No sistema inercial de referência do múon, qual o va-


lor de R para o decaimento de múons? Utilizando esses gráficos:
b) Sem considerar correções relativísticas, estimes quan- a) Estime o valor da constante de Planck em eVs, indici-
tos múons seriam detetados ao nível do mar, corres- cando o procedimento utilizado;
pondentes a 108 múons detectados a 9km de altitude.
b) estime o valor da “função trabalho” para o sódio;
c) Considere agora a previsão relativística e repita a esti-
mativa do item (b). c) estime o valor da energia cinética do mas rápido foto-
elétron emitido quando o alvo de sódio é atingido por
luz de frequência 1015 Hz;
2012-2 d) cite uma característica do efeito fotoelétrico que pode
ser explicada classicamente e outra que na se pode ex-
Q3. Questão plicar utilizando a teoria ondulatória do eletromagne-
tismo.
a) Utilize a relação de de Broglie para o comprimento
de onda associado a uma partícula e obtenha a relação
de quantização do momento angular de um elétron em 2012-1
movimento orbital atômico, no modelo de Bohr (L =
n~, com n = 1, 2, 3 . . .). Q3. Parte I - Na tentativa de observar o efeito fotoelé-
b) Use a expressão acima para mostrar que as energias trico, um cientista do final do século XIX realiza um experi-
associadas aos estados eletricos permitidos em um mento onde utiliza pulsos (1 ms de duração) de luz monocro-
átomo de hidrogênio são dadas por mática, com comprimento de onda 414 nm e três diferentes
potências, dadas respectivamente por P0 , 3P0 e 5P0 , onde
m e e4 P0 = 300 keV/s . Ele escolhe para seu experimento três super-
En = − , fícies metálicas cujas funções trabalho são conhecidas: Li
8 20 h2 n2
(2,3 eV), Be (3,9 eV) e Hg (4,5 eV).
onde e e m, são a carga e a massa do elétron, respecti- a) Determine para quais superfícies metálicas e potências
vamente. poderá ocorrer emissão de fotoelétrons.
c) Calcule a energia de ionização do Lítio duplamente io- b) Calcule o número máximo de fotoelétrons que poderia
nizado (Z = 3) sabendo que a energia de ionização do ser emitido pelo pulso de potência 3P0 em cada super-
hidrogênio é 13,6 eV. fície.

20
Parte II - Para preencher com elétrons as subcamadas de um
átomo usa-se a seguinte regra: as subcamadas que têm o me-
nor valor de n + l são preenchidas antes; se duas subcamadas
têm o mesmo valor de n + l, preenche-se antes a subcamada
com menor valor de n.

c) Use esta regra para escrever a configuração eletrônica


do Sc, que é o átomo com número atômico mais baixo
que apresenta um elétron em uma subcamada d.

d) Quais são os valores possíveis do momento angular


orbital e de sua componente z para um eleron na sub- Parte II - A função de onda de um elétron do átomo de
camada d do Sc? hidrogênio no estado 1s é dada por
1
Q4. Considere um elétron que se encontra confinado dentro ψ (r) = q e−r /a0 ,
de um poço de potencial unidimensional V (x) dado por πa03


 +∞ ,x < 0 onde a0 é o raio de Bohr e r é a distância do elétron ao nú-
cleo.

V (x) =  ,0 < x < d

 0
 +∞

,x > d
 c) Calcule a distância r mais provável de se encontrar um
elétron no estado 1s.
a) Escreva a equação de Schrödinger para este elétron e
as condições e contorno que devem ser satisfeitas pelas d) Calcule hri, o valor médio de r neste estado.
funções de onda. Q4. Uma partícula de massa de repouso m0 , movendo-se ini-
4
b) Obtenha as funções de onda normalizadas e determine cialmente a uma velocidade v = c, medida no referencial do
5
os valores das energias permitidas para este elétron. laboratório, efetua uma colisão com um corpo idêntico, inici-
almente em repouso no mesmo referencial. Como resultado
Admita agora que este elétron se encontre no estado quântico da colisão, as duas partículas combinam-se para formar uma
cuja função de onda dentro do poço é dada por única partícula de massa M. Considere a mecânica relativís-
tica.
r !
2 3πx a) Quais são o momento linear e a energia total de cada
ψ (x) = sin .
d d partícula antes da colisão e da partícula composta após
a colisão?
c) Determine o número quântico n do estado ocupado por
este elétron e seu comprimento de onda nesse estado. b) Qual é a velocidade da partícula composta após a co-
lisão?
d) Determine a probabilidade de encontrar este elétron c) Qual é a massa M da partícula composta?
d
entre x = 0 e x = .
6
2011-1

2011-2 Q3. Para os itens (a), (b) e (c), admita que no modelo de
Bohr para uma partícula de massa m se movendo numa órbita
Q3. Parte I - A figura abaixo apresenta curvas de energia circular de raio r e velocidade v, a força Coulombiana fosse
em função da distância r entre os núcleos para duas molécu- substituída por uma força central atrativa de intensidade kr
las diatômicas denominadas A e B. Em cada um dos gráficos (sendo k uma constante). Admita que os postulados de Bohr
são apresentados dois estados de enrgia: o estado fundamen- sejam válidos para este sistema. Para esta situação:
tal, U0 (r), e o primeiro estado eletrônico excitado, U1 (r) . a) Deduza a expressão para os raios r n das órbitas de
Bohr permitidas neste modelo em função do número
a) No caso da molécula A, o que significam r 0 e r 1 , indi- quântico n e das constantes k, e m. Diga quais os va-
cados nos gráficos? lores possíveis de n neste caso.
b) Suponha que a molécula B esteja inicialmente no es- b) Lembrando que para o caso desta força central, a ener-
tado fundamental, mas absorva então um fóton e passe gia potencial correspondente é V (r) = kr 2 /2, deduza
para o primeiro estado eletrônico excitado. O que você a expressão para as energias En das órbitas permiti-
espera que aconteça com esta molécula depois disto? das em função do número quântico n e das constantes

21
k, ~ e m. Determine a frequência irradiada quando a a) Estime o comprimento de onda de de Broglie do nêu-
partícula faz uma transição de uma órbita para outra tron e identifique a região do espectro eletromagnético
adjacente. correspondente a esse comprimento de onda.
c) Calcule o comprimento de onda de de Broglie asso- b) Estime a temperatura associada a essa fonte de nêu-
ciado à partícula em um estado de energia correspon- trons.
dente ao número quântico n = 2 em função de k, ~ e
m. c) Determine a constante A, expressando-a em termos de
∆x.
Para o item (d), considere um feixe de raios X, contendo ra-
diação de dois comprimentos de onda distintos, difratados d) Com um pacote de ondas desse tipo, o produto das
por um cristal cuja distância entre planos de difração é 1 nm incertezas na posição e no momento é o mínimo per-
(10−9 m). A figura abaixo apresenta o espectro de intensi- mitido pelo princípio da incerteza. Estime ∆x neste
dade na região de pequenos ângulos (medidos em relação à caso.
direção do feixe incidente).
Q4. Átomos muônicos são formados por um núcleo de carga
d) Determine os comprimentos de onda dos raios X pre- Ze, com o muon negativo orbitando ao redor do núcleo. O
sentes no feixe. Utilize π = 3. muon possui carga igual à do elétron, mas massa 207 vezes
maior que a deste. Para um átomo muônico cujo núcleo é
formado por apenas um próton (m p = 1836me ), estime:
a) a massa reduzida do sistema, em termos da massa do
elétron me .
b) o raio da primeira órbita de Bohr desse átomo muô-
nico,
c) o comprimento de onda da primeira linha da série de
Lyman, sabendo que
Q4. Numa experiência de efeito fotoelétrico, luz de compri-
mento de onda 414 nm e intensidade I0 incide sobre uma su- 1 1
perfície limpa de um metal cuja função trabalho é φ = 2,5 eV. = R µ · *1 − 2 + ,
λ ni -
a) Calcule a energia cinética máxima dos fotoelétrons.
,
onde R µ é a constante de Rydberg para o átomo muô-
b) Se a intensidade de luz incidente for duplicada, o que
nico.
ocorre com a energia cinética dos fotoelétrons?
Considere agora a experiência de espalhamento Compton em d) Qual é a região do espectro eletromagnético que per-
que um elétron de massa m0 em repouso espalha um fóton de mite estudar a emissão da série de Lyman desse átomo
comprimento de onda λ = 2λ c ≡ 2h/(m0 c). Após o espalha- muônico?
mento, o fóton perde metade de sua energia.
c) Calcule o comprimento de onda do fóton espalhado 2010-1
(expresse seu resultado apenas em função de λ c ) e de-
termine o seu ângulo de espalhamento.
Q3. Um experimento de efeito Compton, como ilustrado
d) Calcule a energia total e o momento linear do elétron na figura abaixo, foi planejado para ser executado no Labo-
após a colisão (expresse seu resultado em função de ratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), cujo espectro de
m0 e c). emissão é mostrado abaixo à direita.

2010-2

Q3. Uma fonte produz um feixe de nêutrons com energia


cinética média de 0,0133 eV e incerteza relativa na veloci-
dade, ∆v/v, de 1 × 10−4 . Num determinado instante, a fun-
ção de onda unidimensional de um nêutron é descrita por um
pacote de ondas dado por
x2
!
Ψ (x) = Aexp − exp (ik 0 x) .
2 (∆x) 2
Nesta expressão, A é uma constante, ∆x é a incerteza padrão Foi escolhida a energia de 10 keV para realizar o experi-
na posição, e k0 é o momento linear médio. mento. Para essa energia:

22
a) estime o fluxo de fótons do feixe escolhido, nas unida- d) Dois íons de He+ no estado fundamental e com mesma
des do gráfico abaixo. energia cinética colidem frontalmente. Cada qual
emite um fóton de comprimento de onda 120 nm e fica
b) determine o comprimento de onda desse feixe de fó- com energia cinética final nula, no estado fundamen-
tons. tal. Qual é a velocidade dos íons antes da colisão?
Fendas em um anteparo de chumbo (Pb) foram colocadas na
frente do feixe de raios X espalhados pelo alvo de grafite, 2009-2
a fim de selecionar o ângulo θ. Abaixo são fornecidas as
seções de choque do Pb como função da energia para os pro-
cessos de espalhamento (σ S ), de efeito fotoelétrico (σ PE ) e Q3. (a) As seguintes afirmações referem-se ao efeito foto-
de produção de pares (σ P R ), bem como o valor total (σ). elétrico. Responda Verdadeiro (V) ou Falso (F) e justifique
brevemente a sua resposta (máximo de três linhas). Respos-
tas sem justificativas ou com justificativas erradas não serão
consideradas. Responda na folha de Respostas.
I - Incide-se luz num material fotoelétrico e não se ob-
serva a emissão de elétrons. Para que ocorra a emissão
de elétrons no mesmo material basta que se aumente
suficientemente a intensidade da luz incidente.
II - Incide-se luz num material fotoelétrico e não se ob-
serva a emissão de elétrons. Para que ocorra a emissão
de elétrons no mesmo material basta que se aumente
suficientemente a frequência da luz incidente.
III - No contexto do efeito fotoelétrico, o potencial de corte
é a tensão necessária para deter os elétrons que esca-
pam do metal com a menor velocidade possível.
IV - Quando luz azul incide sobre uma placa de zinco, ela
c) Na energia escolhida para o experimento, qual pro- não produz efeito fotoelétrico, mas quando iluminada
cesso de absorção do feixe pelo chumbo tem a maior com luz vermelha ocorre emissão de elétrons.
contribuição na atenuação?
V - Quanto maior for a frequência da luz incidente, maior
d) Para que valores aproximados de energia os efeitos de será a energia cinética dos elétrons emitidos.
espalhamento predominam sobre os outros processos
de absorção no chumbo? (b) Considere o efeito fotoelétrico inverso, ou seja, a emis-
são de fótons em consequência do bombardeio de um ma-
e) Estime a espessura do anteparo de chumbo para que terial com elétrons de alta velocidade. Calcule a frequência
ele atenue a intensidade do feixe incidente de um máxima que podem ter os fótons emitidos se a superfície é
fator igual a e−3 . Para esse cálculo considere que bombardeada com elétrons com velocidade c/2, onde c é a
o chumbo possui uma densidade aproximada de 3 × velocidade da luz.
1022 átomos/cm3 . Q4. A energia da radiação de corpo negro, por unidade de
volume e por unidade de intervalo de frequência, é dada por:
f) Um monocristal de silício com distância interplanar de
aproximadamente 0,31 nm é escolhido como espectrô- 8πh ν3
metro do experimento. Determine o menor ângulo que uν (ν) = 3 hν/k
,
c e BT − 1
o feixe espalhado pelo alvo de grafite deve fazer com
a superfície do monocristal para que o feixe seja difra- onde ν representa a frequência do fóton e T a temperatura da
tado em direção ao detetor. radiação.

Q4. Utilizando o modelo de Bohr: a) Deduza a expressão para a energia total E de um gás
de fótons em um volume V . Qual é a dependência de
a) Deduza a expressão para os níveis de energia do íon E com a temperatura?
He+ (Z = 2, MH e +  me ) e calcule os valores das
energias até n = 5. b) Esboce gráficos de uν (ν) para duas temperaturas T1 e
Com os resultados deste item, determine: T2 , sendo T1 < T2 .

b) a energia de ionização do He+ , c) Escreva as formas assintóticas de uν (ν) no caso de


frequências muito altas (lei de radiação de Wien) e no
c) o comprimento de onda de uma linha de emissão do caso de frequências muito baixas (lei de radiação de
He+ na região do espectro visível, Rayleigh-Jeans).

23
d) Imagine que o Universo seja uma cavidade esférica de 2008-2
paredes impenetráveis e raio 1028 cm, contendo um
gás de fótons em equilíbrio térmico. Se a temperatura Q5. Uma sonda interestelar afasta-se da Terra com veloci-
dentro da cavidade for de 3K, estime a quantidade de dade v = c/3 e a cada um ano-luz (medido no referencial da
energia contida nessa cavidade. sonda) ela emite um sinal luminoso de comprimento de onda
e) Supondo que o Universo se expanda adiabaticamente, λ 0 em direção à Terra. Deseja-se saber,
calcule a temperatura que ele terá quando o seu vo- a) com que periodicidade os sinais chegam à Terra?
lume for o dobro do valor atual (a entropia do gás de
fótons é S ∝ VT 3 ). b) quanto tempo após o lançamento o primeiro sinal lu-
minoso chega à Terra?

2009-1 c) onde estará a sonda quando esse sinal chegar à Terra?

d) com que comprimento de onda os sinais são recebidos


Q3. Um fóton de raio-X com energia de 0,3 Mev colide
na Terra?
com um elétron livre inicialmente em repouso. Considere
que o fóton é espalhado a um ângulo de 180 graus. Q10. Quando Bohr desenvolveu sua teoria atômica
a) Calcule a mudança percentual no comprimento de procurou-se dar respaldo a mesma achando-se situações em
onda do fóton. que ela concordava com resultados experimentais. Consi-
deraremos três dessas aqui, para um átomo monoeletrônico
b) Utilizando a conservação da energia e do momento li- com massa nuclear M finita e número atômico Z. Para isso,
near, encontre a energia cinética final do elétron.
a) deduza a expressão (em função das constantes e, m, h,
c) É possível que o fóton seja simplesmente absorvido etc) da energia En dos níveis quantizados, que sabe-
pelo elétron livre inicialmente em repouso? Justifique. mos reproduz as linhas principais do espectro de áto-
Q4. Questão mos monoeletrônicos;
En He+

I - Responda Verdadeiro (V) ou Falso (F). Cada resposta b) calcule a razão , entre as energias dos níveis
correta soma um ponto, cada resposta incorreta des- En (He)
conta um ponto. Os itens não respondidos não somam eletrônicos do hélio uma vez ionizado (He+ , Z = 2 ,
nem descontam pontos. Caso o número total de pon- M = 4 u.a.) para aquelas do hidrogênio (H, Z = 1,
tos obtido seja negativo, será atribuído valor zero a esta M = 1 u.a.) e
questão.
c) mostre que para um número quântico n muito grande,
(a) O comprimento próprio de uma régua é invari- a frequência da luz emitida na transição n → n−1 coin-
ante de Lorentz ( ) cide com a frequência clássica de revolução do elétron
no n-ésimo estado. Isso mostra que a teoria obedece o
(b) Os raios X se propagam no vácuo mais rápido
princípio de correspondência.
que as microondas. ( )
(c) A energia cinética de uma partícula é um invari-
ante de Lorentz. ( ) 2008-1
(d) Dois eventos simultâneos em um referencial S
devem ser simultâneos em qualquer referencial Q5. Um elétron de massa de repouso m, e carga elétrica
S 0. ( ) −e, está em repouso na origem de um referencial S. Num
(e) Numa colisão relativística entre duas partículas dado momento liga-se um campo elétrico constante e uni-
quaisquer a massa total do sistema é conservada forme de intensidade E. De acordo com a teoria especial da
.( ) relatividade de Einstein:
(f) A velocidade da luz no vácuo é a mesma em to- a) Qual a velocidade do elétron em função do tempo, no
dos os referenciais inerciais. ( ) referencial S?
(g) Segundo a relatividade especial, não existe efeito
Doppler na direção transversal ao movimento. b) Qual o valor desta velocidade para tempos muito gran-
( ) des?

II - Considere a equação de onda para φ (x, t): c) Qual será a distância do elétron à origem em função do
tempo, medido no referencial S a partir do momento
∂2 φ 1 ∂2 φ em que o campo é ligado?
− = 0.
∂x 2 c2 ∂t 2
d) Se o campo elétrico permanecer ligado por um tempo
Faça uma transformação de Lorentz desta equação e T , qual será a energia total do elétron, no referencial
determine se ela é invariante sob tal transformação. S, após o campo elétrico ser desligado?

24
e) Qual a velocidade do elétron, após o campo ser desli- onde
gado, medida em um referencial S 0 que se move com E ~ AE D A AE
velocidade v0 na direção e sentido do campo elétrico? Ŝx x A± = ± x ± , x ± x ± = 1, (1)
2
E ~ E D E
Q10. Considere um corpo negro esférico de raio r colocado Ŝy y±A = ± y±A , y±A y±A = 1, (2)
em órbita circular em torno do Sol, e com o raio da órbita 2
sendo igual à distância Terra-Sol. Considere que a tempera-
E ~ E D E
Ŝz z±A = ± z±A , z±A z±A = 1. (3)
tura na superfície do Sol é de 5700C. Responda: 2
(e analogamente para B) e onde escrevemos os operadores
a) Qual a potência total emitida pelo Sol? de spin como
! ! !
b) Qual a potência total emitida pelo corpo negro em ~ 0 1 ~ 0 −i ~ 1 0
equilíbrio com a radiação solar para r = 1m? Ŝx = , Ŝx = , Ŝx = ,
2 1 0 2 i 0 2 0 −1
(4)
c) Qual é a temperatura em que o corpo negro entra em na base de auto-estados de Ŝz :
equilíbrio com a radiação solar? ! !
1 0
|z+ i = , |z− i = (5)
d) Qual é a frequência da radiação emitida com maior 0 1
intensidade pelo corpo negro?
Responda:
Observação: supomos que a temperatura do corpo negro, ao
entrar em equilíbrio com a radiação solar, é a mesma em a) Qual é o valor de α ∈ R para que |ψi esteja normali-
todos os seus pontos. Ou seja, supomos que o seu raio r zado?
não é muito grande, e sua condutividade térmica não é muito b) Qual é a probabilidade de se medir na direção z: −~/2
pequena. para o spin A e +~/2 para o spin B?
c) Qual é a probabilidade de se medir na direção x: +~/2
MECÂNICA QUÂNTICA para o spin A e −~/2 para o spin B?
d) Qual é a probabilidade de se medir na direção z: −~/2
2015-2 para o spin A e na direção x +~/2 para o spin B?

Q8. Seja uma partícula livre de massa m confinada a uma


circunferência de perímetro L. 2015-1

a) Escreva a equação de Schrödinger correspondente. Q1. Seja o estado do spin de um elétron dado por

b) Calcule a função de onda normalizada ψ = ψ (t, x), 2
onde x é a posição da partícula (0 ≤ x < L), supondo |ψi = α |z+ i −
* |z− i+ ,
2
que ela tenha valores bem definidos de momento e , -
energia: p e E, respectivamente.
! !
1 0
com |z+ i = e |z− i = . Lembrando que os opera-
0 1
c) Supondo que a partícula esteja em um auto-estado de
dores de spin Ŝx , Ŝy , Ŝz podem ser escritos em termos das
energia, quais são os dois menores autovalores corres-

pondentes (não nulos)? matrizes de Pauli como Ŝ = ~ (veja formulário), onde
2
d) Seja uma partícula em um auto-estado de ener- ~ ~
gia com o menor valor não nulo de energia. Ŝx |x + i = + |x + i , Ŝx |x − i = − |x − i ,
2 2
Escreva sua função de onda para que tenha ~ ~
Ŝy |y+ i = + |y+ i , Ŝy |y− i = − |y− i ,
uma densidade de probabilidade de ser encon- 2 2
!!2 ~ ~
2 2πx Ŝz |z+ i = + |z+ i , Ŝz |z− i = − |z− i .
trada entre x e x + δx igual a cos . 2 2
!L L
cos 2x + 1 a) Qual é o valor de α ∈ R para que |ψi fique normali-
Lembrar que (cos x) 2 = .
2 zado?

1 b) Qual é a probabilidade de se medir −~/2 para o spin


Q9. Seja um sistema composto por um par A e B de spins 2 na direção z?
descrito pelo estado
 E E E E c) Qual é a probabilidade de se medir +~/2 para o spin
|ψi = α z+A ⊗ z−B − z−A ⊗ z+B na direção x?

25
d) Qual é o valor esperado do spin no plano y = 0 em uma a) Se inicialmente o sistema estiver no estado |1i, ele per-
direção de 450 entre os eixos x e z? manecerá no estado |1iem um instante posterior? E se
estiver no estado |2i, ele permanecerá no estado |2i?
Q2. Seja o operador  associado af um certo observável fí-
g b) Ache os autovalores E I e E I I e os respectivos autova-
sico A de um sistema, satisfazendo Â, Ĥ , 0, onde Ĥ é um
lores |Ii e |I Ii de H, expressando-os em termos de |1i
operador hamiltoniano independente do tempo. Sejam agora
e |2i .
os autovetores normalizados, φ+ , φ− , e autovalores corres-
pondentes, a+ , a− (a+ , a− ) de Â: c) Baseado no resultado acima, podemos prever pelo me-
nos uma frequência de emissão de radiação eletromag-
Âφ+ = a+ φ+ , Âφ− = a− φ− , nética possível para uma molécula de amônia. Qual é
essa frequência?
com
d) Ache a probabilidade de medirmos uma energia E I no
u+ + u− u+ − u−
φ+ = √ , φ− = √ , 1 2
seguinte estado |ψi = √ |1i − √ |2i .
2 2 5 5
onde Q9. Uma partícula quântica de massa m está sujeita a um
potencial
Ĥu+ = E+ u+ , Ĥu− = E− u− .
1  
a) Calcule o valor esperado de  no estado φ+ . V = mω2 x 2 + y 2 + z 2 .
2
b) Calcule a projeção de Ĥu+ no estado u− . a) Obtenha os níveis de energia dessa partícula. Isto é,
determine os autovalores de
c) Admitindo que o sistema esteja inicialmente em um
estado arbitrário, ψ (0) escreva quanto valerá o estado ~2 2
− ∇ ψ + V ψ = Eψ.
ψ (t) em um instante posterior como função de Ĥ. 2m

d) Calcule o valor esperado do observável A no instante b) Considere o estado fundamental e os dois primeiros
~π níveis excitados. Monte uma tabela mostrando para
t= admitindo que o sistema esteja inici-
3 (E+ − E− ) cada um desses três níveis, o valor da energia, a de-
almente no estado ψ (0) = φ+ e E+ , E− . generescência e os respectivos estados em termos dos
números quânticos.
1 ∂ 2 ∂ψ L2
" ! #
2014-2 c) Utilizando ∇ ψ = 2
2 r − 2 2 ψ e lem-
r ∂r ∂r ~r
Q8. Considere dois estados |1i e |2i da molécula de amô- brando que L Y`m = ~ ` (` + 1) Y`m , escreva a equação
2 2

nia ilustrados abaixo. diferencial do item (a) para a parte radial da função
de onda (não é preciso resolvê-la). Identifique nessa
equação o potencial efetivo Vef (r).
d) Resolva a equação diferencial do item anterior para o
caso em que ` = 0 e determine o autovalor correspon-
2
dente. Para isso, admita uma solução do tipo e−αr e
determine α.

2014-1

Q8. Considere o problema de uma partícula de massa m


cujo o movimento ao longo do eixo-x está restrito ao inter-
valo 0 ≤ x ≤ a, isto é, ela encontra-se em uma caixa com
Suponha que eles estão ortonormalizados, hi | ji = δ i j e paredes colocadas nas posições x = 0 e x = a.
que apenas esses dois estados sejam acessíveis ao sistema,
de forma que podemos descrevê-lo usando a base formada a) Determine a função de onda e a energia do estado fun-
por |1i e |2i. Nessa base, o hamiltoniano H do sistema é damental.
dado por b) Suponha que a partícula seja descrita pela seguinte
πx
" #
2πx
função de onda: ψ (x) = A sin
!
E0 −E1 − 3i sin , onde
H= . a a
−E1 E0 A é uma constante de normalização. Determine A e

26
2π 2 ~2 Q9. Os operadores de spin de uma partícula de spin-1 (um
calcule a probabilidade de obter o resultado
ma2 tripleto) podem ser representados no espaço complexo C 3
para a medida da energia. pelas matrizes
c) Suponha agora que a partícula esteja no estado fun- 0 1 0 0 −i 0
damental. Qual é a distribuição de probabilidades do ~ ~
Ŝx = √ *. 1 0 1 +/ , Ŝy = √ *. −i 0 −i +/ ,
momento da partícula nesse estado? 2 0 1 0 2 0 i 0
, - , -
d) Considerando novamente que a partícula esteja no es-
tado fundamental, suponha que as paredes sejam re-
movidas, de forma instantânea, deixando a partícula 1 0 0
p̂2
! Ŝz = ~ *. 0 0 0 +/ .
livre Ĥ = . Qual é a energia dessa partícula li- , 0 0 −1 -
2m
vre? f g
a) Mostre que as relações de comutação Ŝx , Ŝy = i~ Ŝz ,
Q9. Considere uma partícula de spin 1/2, cujo momento e permutações cíclicas em x, y,z, são satisfeitas.
magnético é M ~ = γ ~S, onde γ é uma constante. Podemos des-
crever o estado quântico dessa partícula utilizando o espaço b) Se uma medida da componente z do spin é feita, quais
gerado pelos autovetores |+i e |−i do operador Ŝz , que mede são os possíveis resultados? Encontre os respectivos
a projeção do spin na direção z, autovetores.

~ ~ c) Se o estado da partícula é dado pelo vetor


Ŝz |+i = |+i , Ŝz |−i = − |−i .
2 2
1
A partícula encontra-se sujeita a um campo magnético uni- |φi = . i / ,
* +
forme B~ = B ŷ, orientado ao longo do eixo y, de forma que o , −2 -
hamiltoniano é dado por Ĥ = − M ~ = −γB Ŝy . Inicialmente,
~ ·B
no instante t = 0, ela está no estado |ψ (0)i = |+i . quais são as probabilidades de se obter cada um dos
resultados possíveis das medidas do spin ao longo do
a) Quais os possíveis valores da projeção do spin no eixo- eixo-z?
y?
d) A partir do resultado do item (c), qual é a probabili-
b) Encontre os autovetores de Ŝy . dade de se encontrar a partícula em qualquer um des-
ses estados?
c) Obtenha |ψ (t)i para t > 0 em termos de |+i e |−i de-
finidos acima.
2013-1
d) Obtenha os valores médios dos observáveis Sx , Sy e
Sz em função do tempo.
Q8. Considere um oscilador harmônico (em uma dimen-
são, x) de massa m e frequência P ω. No instante t = 0, o
estado do oscilador é |ψ (0)i = n cn |φ n i onde os |φ n i são
2013-2
os estados estacionários, isto é H |φ n i = En |φ n i, sendo H a
hamiltoniana e En = (n + 1/2) ~ω com n = 0, 1, 2,. . .
Q8. Uma partícula de massa m está num potencial tal que
a equação de Schrödinger (com ~ = 1) no espaço dos mo- a) Considerando que os estados |φ n i são normalizados,
mentos é determine a condição que os coeficientes cn devem sa-
tisfazer para que o estado |ψ (0)i seja também norma-
p~2 ∂
!
− a∇ p ψ̄ p~,t = i ψ̄ p~,t
2   lizado. Calcule t posterior, dê um resultado maior que
2m ∂t 2~ω.
onde b) Se apenas c0 e c1 são diferentes de zero, dê a expressão
para o valor esperado da energia, hHi, em termos de c0
∂ ∂ ∂
∇2p = + 2 + 2. e c1 . Com a condição hHi = ~ω, calcule |c0 | 2 e |c1 | 2 .
∂px ∂py ∂pz
2

c) O vetor de estado |ψ (0)i está definido a menos de um


a) Escreva a equação de Schrödinger no espaço das coor- fator de fase global, o que nos permite escolher c0 real
denadas. e positivo. Fazendo isso, escrevendo c1 = |c1 | eiθ1 e
mantendo a condição hHi = ~ω, determine θ 1 de modo
b) Qual é o potencial V (r), r = ~r ? q
que hXi = 21 mω
~
.
c) Qual é a força, F~ ~r , sobre a partícula?

Observação: Lembremos que o efeito do operador

27
posição X sobre os estados estacionários do oscilador b) Resolva a equação, achando todas a soluções aceitá-
harmônico é veis independentes. Isto é: determine todos os valores
r possíveis para a energia, En , e as funções de onda
~ f√ √ g normalizadas correspondentes, ψ n (x) .
X |φ n i = n + 1 |φ n+1 i + n |φ n−1 i
2mω
Suponha agora que, na verdade, o potencial total tenha a
entendendo-se que o segundo termo acima é nulo para forma Vtotal (x) = V (x) + W (x) , sendo W (x) uma pequena
n = 0. correção dada por

d) Com |ψ (0)i determinado conforme o item anterior, es- 0,  πx  x < 0





creva |ψ (t)i para t > 0 e calcule hXi (t) .

W (x) =  , 0<x<a

W0 sin

 a
x>a

Q9. Sejam ~L, R
~ e P~ os operadores do momento angular, da  0,

posição e do momento linear, respectivamente.
c) Usando a teoria de perturbações de primeira ordem,
a) Usando as relações de comutação calcule a correção para a energia do estado fundamen-
tal obtida no item anterior.
f g X
L i , L j = i~  i j k Lk , Q9. Para uma partícula de spin 12 o operador de spin é dado
k ~
por S~ = ~σ , onde
mostre que 2
! ! !
0 1 0 −i 1 0
~L × ~L = i~~L σx = , σy = , σz = ,
1 0 i 0 0 −1
f g são as matrizes de Pauli. Seja n̂ o vetor unitário na direção
b) Com a definição ~L = R ~ × P~ e usando Ri , P j = i~δ i j ,
de ângulos (θ, φ) , conforme ilustra a figura abaixo.
mostre que
f g X
L i , R j = i~  i j k Rk
k

c) Sabendo que os operadores R~ e P~ são hermitianos, isto


† †
é, Ri = Ri e Pi = Pi , mostre que as componentes do
operador do momento angular ~L = R ~ × P~ também são
operadores hermitianos.
Observação: Nas expressões acima,  i j k é o tensor
completamente antissimétrico, isto é:



 0 se houver índices iguais; a) Calculando o produto escalar, mostre explicitamente
 i jk = 

+1 se i j k for 123, 231 ou 312; que o operador que representa a componente do spin
nessa direção, Sn = n̂ · S,
~ é dado por


 −1
 nos demais casos.
cos θ e−iφ sin θ
!
~
Se precisar, use a identidade Sn = .
2 eiφ sin θ − cos θ
X
 i j k  i jl = 2δ k l b) Mostre que os únicos valores que podem ser obtidos
i, j numa medida de Sn são +~/2 e −~/2, qualquer que
seja a direção n̂.

2012-2 c) Obtenha o vetor coluna normalizado que representa o


estado fundamental no qual uma medida de Sn produz
Q8. Considere o problema unidimensional quântico de necessariamente o valor +~/2, Simplifique a resposta
uma partícula de massa m sujeita ao potencial final expressando! a dependência em θ em termos de
θ θ
!
sin e cos .
 +∞, x < 0 2 2


V (x) =  0<x<a d) Suponha que θ = 60o e φ = 45o . Se a partícula for pre-

 0,
 +∞ x > a
 parada de tal forma que a componente z do spin Sz ,
tenha o valor bem definido +~/2, qual é a probabili-

a) Escreva a equação de Schrödinger independente do dade de obter-se esse mesmo valor numa medida de
tempo para este problema. Sn ? Dê a resposta numérica.

28
2012-1 d) Nesse instante posterior é feita uma medida de Sx , a
componente do spin segundo o eixo Ox. Qual a pro-
Q8. A equação de Schrödinger independente do tempo babilidade P+ (t) de se obter o valor +~/2?
para o problema unidimensional de uma partícula de massa
m sujeita a um potencial de oscilador harmônico é
2011-2
~2 d 2 1
!
− + mω x ψ n (x) = En ψ n (x) , n = 0, 1, 2,. . .
2 2
2m dx 2 2 Q8. Seja a função de onda de uma partícula em uma di-
onde ω é a frequência angular do operador. Um método para mensão, dada por Ψ (x, t). A densidade de probabilidade
se resolver essa equação consiste em expressá-la em termos ρ (x, t) é definida como ρ (x, t) ≡ Ψ∗ (x, t) Ψ (x, t). O valor
do operador de ρ (x, t) pode mudar no tempo devido ao fluxo de proba-
r r bilidade saindo ou entrando na região, que se pode expressar
1 * mω ~ d + como uma equação de continuidade,
a= √ x+
2, ~ mω dx -
∂ρ ∂j
=− ,
e de seu conjugado hermitiano. ∂t ∂x
a) A função de onda do estado fundamental do oscila- onde j (x, t) é a densidade de corrente de probabilidade.
dor satisfaz a equação diferencial aψ0 (x) = 0. Resolva
esta última equação e determine ψ0 (x) a menos de a) Dada a equação de Schrödinger,
uma constante multiplicativa.
∂Ψ ~ ∂
" 2 2 #
b) Calcule essa constante normalizando ψ0 (x). i~ = − + V (x) Ψ,
∂t 2m ∂x 2
c) Obtenha o valor da energia do estado fundamental
desse oscilador. escreva a derivada temporal de ρ (x, t) em termos de
Ψ, Ψ∗ e suas derivadas espaciais.
d) Suponha, agora, que o oscilador seja perturbado pelo
potencial b) Obtenha a forma explícita de j (x, t) .
x2
!
V (x) = V0 exp − 2 , c) Ache a equação relacionando a derivada do valor es-
b d hxi
perado da posição , com o valor esperado do mo-
onde V0 e b são constantes reais. Usando teoria de per- dt
mento, hpi . Dica: use a integração por partes e as-
turbações de primeira ordem calcule o deslocamento ∂Ψ
de energia do estado fundamental. suma que as funções Ψ e suas derivadas, , vão ao
∂x
Q9. Uma partícula de spin 1
tem momento de dipolo mag- 1
2 infinito mais rápido do que .
x
~ onde γ é uma constante real e S~ = ~ ~σ é o
nético ~µ = γ S,
2 Q9. Seja o hamiltoniana representativo de um sistema físico:
operador de spin, sendo
!
1
! ! !
0 1 0 −i 1 0 Ĥ = ~ω0 â â + .

σx = , σy = , σz = ,
1 0 i 0 0 −1 2
as matrizes de Pauli. Se essa partícula está imersa num Os autoestados deste hamiltoniano são denominados |ni,
campo magnético uniforme B, ~ o hamiltoniano que governa não são degenerados e satisfazem N̂ |ni = n |ni, onde n é um
a dinâmica do spin é H = −~µ · B.
~ No que se segue, suponha número inteiro e N̂ ≡ ↠â.
que o campo magnético esteja na direção do eixo Oz.
a) Assuma que osf operadores â e ↠obedecem à relação
a) Dê a forma explícita do operador hamiltoniano como g
de comutação â, â = 1. Mostre que os estados â |ni

uma matriz 2 × 2, em termos de γ, ~ e B.
~
e ↠|ni são autoestados de N̂, usando as relações de
b) Escreva as expressões para os estados estacionários comutação. Determine os autovalores correspondentes
como vetores-coluna normalizados e indique suas res- a estes estados, n 0 e n 00, respectivamente.
pectivas energias.
b) Dado que todos os estados |ni são não degenerados,
c) No instante inicial, t = 0, a partícula é preparada no determine a constante de proporcionalidade entre os
estado de spin estados â |ni e os estados |n 0i encontrados no item
1 1
! (a). Dica: lembre que todos os estados são normaliza-
χ (0) = √ iα (com α real) . dos. Assuma que o valor esperado do hamiltoniano em
2 e qualquer de seus autoestados seja positivo, hHi ≥ 0, e
Qual será o estado de spin, χ (t), num instante t pos- que â |0i = 0. O que se pode concluir sobre o número
terior? de estados |ni : ele é finito ou infinito?

29
c) Assuma agora que os operadores † a) Na representação onde as matrizes de L2 e Lz são dia-
( )â e â obedecem
à relação de anticomutação â, â = â ↠+ ↠â = 1.
† gonais, obtenha a matriz da componente L x . Lembre
Mostre que os estados â |ni e ↠|ni são autoestados de que a matriz de L x deve representar um operador her-
N̂, usando as relações de anticomutação, e determine mitiano. Sugerimos usar os operadores escada L± .
os autovalores n 0 e n 00 correspondentes a estes esta- b) Calcule os autovalores de L x .
dos. Dado que todos os estados |ni são não degenera-
dos, determine a constante de proporcionalidade entre c) Encontre o autovetor de L x com o maior autovalor.
os estados â |ni e esses estados |n 0i . Dica: lembre que d) Suponha agora que você encontrou o maior autovalor
todos os estados são normalizados. numa medição de L x . Calcule as probabilidades de
medir respectivamente +~ , 0 e −~ numa medição pos-
d) Assumindo que no item (c), que os operadores â e â†
terior de Lz .
obedecem à relação de anticomutação, que o valor es-
perado do hamiltoniano em qualquer de seus autoesta-
dos seja positivo, hHi ≥ 0, e que â |0i = 0, isto implica 2010-2
que o número de estados |ni é finito. Quais são estes
únicos estados |ni não nulos neste caso?
Q8. Uma partícula de massa m encontra-se inicialmente
em um poço de potencial unidimensional dado por
2011-1 

 ∞, x ≤ − L2
V (x) =  0, − L2 < x < L2

 (6)
Q8. Considere uma partícula de massa m na presença  ∞, x ≥ L

2
de um potencial harmônico V (x) = 21 mω2 x 2 , onde ω é a

frequência angular do oscilador e x é a coordenada da partí- a) Calcule as autofunções e as autoenergias do estado
cula (1-dim). fundamental e do primeiro estado excitado.
b) Considere agora que o potencial expande-se instanta-
a) São dadas as funções de onda estacionárias correspon-
neamente para
dentes ao estado fundamental ψ0 e ao primeiro estado
excitado ψ1 : 
 ∞, x ≤ −L

V (x) =  0, −L < x < L

 mω   mω  (7)
ψ0 (x) = A exp − x2 , ψ1 (x) = B x exp − x2 ,


 ∞, x ≥ L
2~ 2~ 
onde A e B são constantes de normalização. Calcule Calcule a probabilidade da partícula realizar uma tran-
A e B supondo que as funções de onda sejam reais. sição do estado fundamental do potencial (6) para o
primeiro estado excitado do potencial (7).
b) Seja E0 a energia do estado fundamental. Sabemos c) Calcule a probabilidade da partícula continuar no es-
que E1 = E0 + ω para o primeiro estado excitado, já tado fundamental após a expansão.
que o quantum de energia do oscilador é ω. Usando a
equação de Schrödinger, encontre a energia E0 . d) Considere que a partícula se encontre no estado fun-
damental após a expansão. Calcule a probabilidade
c) Para os estados estacionários, o valor médio da posi- da partícula ser encontrada fora da região −L/2 < x <
ção hxi é sempre nulo. Construa uma função de onda L/2.
não estacionária como combinação linear de ψ0 e ψ1
com coeficientes reais, tal que o valor médio hxi seja o Q9. As matrizes de Pauli, σ x , σ y e σ z , são extremamente
maior possível. Em outras palavras, considere o estado importantes quando se considera uma partícula de spin 1/2.
normalizado a) Utilize explicitamente a representação matricial dos
q operadores de Pauli e encontre seus
f autovalores
g e au-
ψ (x) = 1 − β 2 ψ0 (x) + βψ1 (x) , tovetores, bem como o comutador σ y , σ x .
b) Considere um estado arbitrário para uma partícula de
com 0 ≤ β 2 ≤ 1 e determine o coeficiente β que maxi- spin 1/2 dado por |ψi = a |−i + b |+i, com |a| 2 + |b| 2 =
miza o valor de hxi . 1, sendo {|−i ,|+i} autovetores de σ z . Mostre como
este estado é transformado sob a ação de cada um dos
d) Suponha que a função de onda construída no item an-
operadores σ x , σ y e σ z , independentemente.
terior descreva o estado do oscilador harmônico no
tempo t = 0. Escreva a função de onda do estado para c) Mostre como o operador exp (iασ x ) atua sobre o es-
um tempo t > 0 arbitrário, supondo que nenhuma me- tado |ψi.
dição foi feita sobre o sistema. Para esse estado, avalie
o valor médio da posição hxi (t) em função do tempo. d) Quais imposições devem ser consideradas sobre α
para que o operador do item (c) seja hermitiano? e
Q9. Seja uma partícula com momento angular ` = 1. para que seja unitário?

30
2010-1 que corresponde ao observável b, tem dois autoestados nor-
malizados, | χ1 i e | χ2 i, com autovalores b1 e b2 , respecti-
Q8. Um elétron de massa m está confinado numa esfera vamente, e b1 , b2 . Os dois conjuntos de autoestados (ou
de raio a, isto é, submetido ao potencial V (r) = 0 para r < a bases) estão relacionados por:
e V (r) = ∞ para r > a.
1 1
|ϕ1 i = √ (| χ1 i + 3 | χ2 i) e |ϕ2 i = √ (|3 χ1 i − | χ2 i) .
a) Escreva a equação de Schrödinger independente do 10 10
tempo para a função u(r) = r R(r), sendo ψ (r, θ, φ) =
R (r) Y`, m (θ, φ) a função de onda completa desse elé- c) Encontre a relação inversa entre as bases, ou seja, os
tron. | χis em termos dos |ϕis.

b) Imponha a devida condição de contorno e encontre, Sobre esse sistema, podem ser feitas medidas em sequência.
para o estado fundamental, ψ (r, θ, φ) e a respectiva Calcule as probabilidades pedidas nos casos abaixo:
energia.
d) a é medido e é encontrado o autovalor a1 . Imediata-
c) Escreva a energia do estado fundamental em termos mente após, b é medido e é encontrado o autovalor b1
do volume da esfera, massa do elétron e constantes . Em seguida, a é medido novamente. Qual é a pro-
fundamentais. babilidade de se obter novamente o autovalor a1 nessa
última medida?
d) Encontre a pressão exercida por esse elétron na super-
fície da esfera. Expresse em termos da massa m, raio e) a é medido e é encontrado o autovalor a1 . Após essa
a e constantes universais. medida de a, mede–se b e novamente a, nessa ordem.
Qual é a probabilidade de se obter nessa sequência de
Q9. Duas partículas com spin 1/2 se aproximam e interagem
medidas os autovalores b1 (na medida de b) e a1 (na
segundo o hamiltoniano
medida de a)?
4a (t) ~ ~
H= S1 · S2 , Q9. Sendo a energia potencial de um sistema quântico uni-
~ dimensional dada por um poço quadrado infinito,
sendo a(t) = a0 , constante, para 0 < t < τ e a(t) = 0 para
t < 0 e t > τ. Em t = −∞ o estado do sistema é |+,−i, sendo  0, para 0 ≤ x ≤ L,

V (x) =  (8)
|±i autovetores do operador Si, z com autovalores ±~/2.  ∞, em outro caso,

a) Escreva a matriz H na base dos autovetores de S1, z e a) encontre os autovalores da energia e suas respectivas
S2, z . autofunções, indicando as condições de contorno que
b) Determine os autovalores e autovetores de H. estas devem obedecer. OBS.: Não é necessário nor-
malizar as autofunções; suponha que a constante de
c) Qual é o estado |Ψ (t)i do sistema para 0 < t < τ? normalização de cada estado (n) é conhecida e vale
Nn .
d) Qual é o estado |Ψ (t)i do sistema para t > τ qualquer?
A esse sistema é acrescentada uma perturbação da forma:
e) Qual a probabilidade de uma medida de S1, z fornecer
o valor ~/2 para t > τ? L
!
∆V (x) = aδ x − ,
f) Após ∆t segundos dessa medida, qual a probabilidade 2
de uma medida de S2, z dar o valor −~/2?
ondeδ (x − x 0 ) é a função delta de Dirac e a uma constante
real.
2009-2 b) Todos os níveis de energia são afetados por essa per-
turbação? Se a resposta for negativa, o que caracteriza
Q8. Responda as questões abaixo o mais detalhadamente os níveis que são e os que não são afetados? Como
possível. Não deixe nada indicado. Conclua. diferenciá–los? Explique.
Considere um operador hermitiano H e mostre que:
c) Calcule a correção aos níveis de energia em primeira
a) os autovalores de H são necessariamente reais; ordem em teoria de perturbação.
b) os autovetores de H correspondentes a autovalores di-
ferentes são ortogonais.
2009-1
Um operador A, que corresponde ao observável a, tem dois
autoestados normalizados, |ϕ1 i e |ϕ2 i, com autovalores a1 Q8. Um sistema quântico unidimensional é descrito pela
e a2 , respectivamente, e a1 , a2 . Um outro operador B, seguinte função de onda independente do tempo (não norma-

31
lizada): No instante de tempo t = 0, o sistema se encontra no seguinte
estado
ψ (x) = 1 × [θ (x − 1) − θ (x − 2)]
1 f
+ 2 × [θ (x − 2) − θ (x − 3)]
g
Ψ (x, 0) = √ ψ0 (x) + eiϕ ψ1 (x) ,
+ 3 × [θ (x − 3) − θ (x − 4)] 2
+ 4 × [θ (x − 4) − θ (x − 5)] com ψ0 (x) e ψ1 (x) sendo respectivamente o estado funda-
+ 2 × [θ (x − 5) − θ (x − 6)] mental e o primeiro estado excitado do Hamiltoniano,

+ 2 × [θ (x − 6) − θ (x − 7)] ,
 mω  1/4 mω 2
ψ0 (x) = e− 2~ x ,
π~
onde θ (x − x 0 ) é a função degrau de Heaviside e x a coorde- ! 1/4
4m3 ω3 mω 2
nada espacial expressa em unidades de comprimento em um ψ1 (x) = x e− 2~ x ,
sistema de unidades apropriado. π~ 3

onde ϕ é uma fase.


a) Faça um gráfico detalhado de ψ (x).
a) Determine ϕ para que o valor médio da posição seja
b) Se essa função representa uma partícula em algum tipo zero para o estado Ψ (x, 0).
de potencial, em qual dos intervalos unitários (∆x = 1)
do seu gráfico teríamos maior probabilidade de encon- b) Determine o valor mais provável da posição no estado
trar a partícula? Ψ (x, 0), empregando o valor de ϕ determinado acima.

c) Quanto vale, no caso do item anterior, essa probabili- c) Determine o valor médio do momento num instante de
dade? tempo qualquer t, empregando o valor de ϕ determi-
nado acima.
d) Quanto vale o valor esperado da posição x no estado
ψ (x)? Q4. O Hamiltoniano
ω 2 
Q9. A energia de um sistema quântico bidimensional é dada H= L x − L 2y
por um poço quadrado infinito: ~
oferece uma boa aproximação para descrever os estados
 0, para 0 ≤ x ≤ L, e 0 ≤ y ≤ L
 quânticos de um sistema com momento angular l = 1 co-
V (x, y) = 
 ∞, em outro caso. locado num gradiente de campo elétrico. Na expressão do
 Hamiltoniano, L x e L y são as componentes x e y do opera-
a) Para o potencial acima, encontre os autovalores da dor momento angular orbital ~L, e ω é uma constante real. Os
energia e suas respectivas autofunções, indicando as autoestados |−1i, |0i e |+1i de L z com autovalores −~ , 0 e
condições de contorno que estas devem obedecer. +~ formam uma base do espaço de estados desse sistema.
OBS: Não é necessário normalizar as autofunções.
a) Escreva a matriz que representa H na base de L z citada
b) Escreva os 3 (três) níveis mais baixos de energia ex- acima.
plicitando os respectivos números quânticos e a dege-
b) Encontre os autovalores de H e os correspondentes au-
nerescência de cada nível se houver.
tovetores na base de L z citada acima.
c) Como se modificam os níveis de energia se a largura c) Suponha que no instante t = 0 o sistema se encontre no
do poço L for reduzida à metade? estado
d) O resultado do item anterior está de acordo com o prin- 1
cípio da incerteza? Argumente. |ψ (0)i = √ (|+1i − |−1i) .
2
e) Qual é a energia total do estado fundamental do sis- Qual é a probabilidade de se encontrar o valor ~ numa
tema quando os seus níveis de energia (item (a)) são medida de L z num instante de tempo posterior t?
ocupados por 6 (seis) férmions idênticos, não intera-
gentes, de massa m?
2008-1

2008-2 Q3. O movimento de uma partícula de massa m está limi-


tado a uma região unidimensional do espaço por um campo
Q3. Considere um oscilador harmônico unidimensional, de forças tal que sua energia potencial é dada por
cujo operador Hamiltoniano é dado por
0
 para 0 < x < L
1 2 1 V (x) = 
H= p + mω2 x 2 . ∞ para x ≥ L, e x ≤ 0
2m 2 

32
a) Obtenha as energias e as correspondentes autofunções b) Escreva a expressão para a variação da pressão p em
do problema. termos da variação do volume V decorrente de um pe-
queno deslocamento do êmbolo. Suponha que, para
b) Considere agora um sistema de duas partículas idênti- pequenos deslocamentos do êmbolo, os estados do gás
cas não interagentes de massa m e spin 1/2 sujeitas a sejam descritos por um processo quase-estático adia-
esse potencial. Obtenha a energia mais baixa do sis- bático.
tema com a configuração de spin total S = 1 e projeção
M = 0. c) Determine a força adicional exercida sobre o êmbolo
quando o mesmo tiver um deslocamento dx em relação
c) Obtenha a energia mais baixa no caso em que o spin à posição de equilíbrio.
total é S = 0. d) Obtenha a frequência angular para pequenas oscila-
ções do êmbolo da posição de equilíbrio, em termos
Q4. Considere um oscilador harmônico unidimensional, de V , A, M, p0 e γ.
cujo operador Hamiltoniano é dado por

1 2 1 2
H= p + kx . 2015-1
2m 2
No instante t = 0, o sistema se encontra no estado fundamen- Q1. Um gás contido num recipiente, inicialmente com vo-
tal, i.e., sua energia é dada por lume VA e pressão p A (estado A), sofre expansão isobárica
até atingir o volume VB (estado B). O gás sofre então uma
1 expansão adiabática, até que sua pressão seja pC (estado C),
E0 = ~ω,
2 de forma que uma contração isobárica (até o estado D) se-
guida de uma compressão adiabática levem o gás novamente
e a correspondente função de onda é dada por à situação inicial (estado A). Considere dada a razão γ entre
 mω  1/4 os calores específicos do gás a pressão constante e a volume

x2
Ψ0 (x, t = 0) = e− 2~ , constante.
π~
a) Represente as transformações descritas acima em uma
onde ω2 = k/m. diagrama p − V , indicando os estados A, B, C e D.
b) Calcule o calor trocado em cada trecho do ciclo, em
a) Calcule para este estado os valores médios de p e p2 .
termos de p A , VA , VB , pC e γ.
b) Suponha que em t = 0 o valor da constante k mude c) Determine a eficiência do ciclo, isto é, a razão entre o
instantaneamente para k/4. Calcule a probabilidade trabalho realizado pelo gás e o calor absorvido por ele.
de se encontrar este novo oscilador em seu estado fun-
damental no instante t = T .
2014-2
c) Suponha que no processo de medida da energia no
tempo t = T este novo oscilador tenha sido encontrado
Q1. A pressão p de um gás se comporta, como função
em seu estado fundamental. Qual é a probabilidade
da temperatura T e do volume molar v, de acordo com a se-
de se encontrar este oscilador no seu primeiro estado
guinte equação de estado
excitado no instante de tempo posterior t = 2T?
RT a
p= − 2,
v v
TERMODINÂMICA onde a é uma constante positiva e R é a constante universal
dos gases.
2015-2 a) Utilize a identidade
∂u ∂p
! !
Q5. Um recipiente cilíndrico de seção reta circular A e =T −p
∂v T ∂T v
base fixa foi posicionada verticalmente sobre uma superfície
plana e preenchido com um gás ideal. Sobre sua extremi- para determinar a energia molar u como função de v.
dade superior, aberta, foi perfeitamente ajustado um êmbolo
∂u
!
circular móvel de massa M. Suponha que o êmbolo perma- b) Admitindo que cv = seja constante e igual a c,
neça orientado horizontalmente e só deslize para cima e para ∂T v
baixo, sem atrito, em contato com a parede interna do cilin- ache u como função de T e v.
dro. Considere dada a razão γ entre os calores específicos do c) Numa expansão livre do gás, a temperatura cresce ou
gás a pressão constante e a volume constante. decresce? Leve em conta que numa expansão livre u
permanece invariante e v cresce.
a) Calcule a pressão de equilíbrio para o gás no recipi-
ente, sendo p0 a pressão atmosférica. d) Demonstre a identidade do item (a).

33
2014-1 2013-1

Q5. Um mol de um gás ideal simples está contido em Q10. A radiação em uma cavidade ressonante pode ser
um recipiente de volume inicial v0 e pressão p0 . O gás ideal vista como um gás de fótons cuja pressão sobre as paredes
é descrito pelas equações pv = RT e u = cRT, onde p é a de uma cavidade de volume V é dada por
pressão, v é o volume molar, T a temperatura absoluta, u é
a energia molar; R e c são constantes. O gás se expande a aT 4
P= ,
partir desse estado inicial até o estado correspondente a um 3
volume final 2v0 através de um dado processo. Determine o
trabalho W realizado pelo gás e o calor Q recebido pelo gás onde a é uma constante. A energia interna desse gás é dada
para cada um dos processos listados abaixo. As respostas pela equação U = aT 4V. Considere que inicialmente a tem-
finais devem ser dadas apenas em termos de (v0 ,p0 ) e de c. peratura da cavidade seja T0 e seu volume V0 .

a) Determine o trabalho realizado em um processo isotér-


a) Expansão livre. Determine também a variação de tem- mico no qual o volume da cavidade é duplicado. For-
peratura ∆T. neça a resposta em termos de T0 , V0 e da constante a
apenas.
b) Expansão quase-estática isentrópica. Obtenha tam-
bém a pressão final p f , utilizando o fato de que, nesse b) Determine o calor fornecido em um processo isotér-
processo para um gás ideal, pvγ = constante, onde mico no qual o volume da cavidade é duplicado. For-
γ = c1 (c + 1) . neça a resposta em termos de T0 , V0 e da constante a
apenas.
d) Expansão quase-estática isobárica.
c) Usando a relação
e) Expansão quase-estática isotérmica. ∂U ∂U
! " ! #
dQ = dT = + P dV,
∂T V ∂V T

2013-2 determine a equação que descreve um processo adia-


bático em termos das variáveis V e T.
Q5. Um cilindro de paredes externas impermeáveis, rí- d) Determine o trabalho realizado em um processo adia-
gidas e adiabáticas, fechado em ambas as extremidades, é bático no qual o volume da cavidade é duplicado. Ex-
munido de uma parede de separação interna impermeável, presse o resultado em termos de T0 , V0 e da constante
móvel, adiabática e ideal (sem fricção), que o divide em dois a apenas
compartimentos (A e B). Cada um deles é preenchido com
um mol de um gás ideal monoatômico. Inicialmente a pres-
são, o volume e a temperatura (P0 , V0 T0 ) são idênticos em 2012-2
ambos os lados da parede interna. Uma certa quantidade
de calor é introduzida de forma quase-estática no compar- Q5. Dois corpos idênticos de capacidade térmica cons-
timento A até que sua pressão atinja o valor P A = 32P0 . tante C p (finita) estão nas temperaturas T1 e T2 , respectiva-
mente, sendo T2 > T1 . Considere que nos processos descritos
a) A partir das equações de estado do gás ideal mono- abaixo os corpos permanecem a pressão constante e não so-
3 3
atômico U = N RT = PV e de sua entropia S/N = frem mudança de fase.
2 2
3 a) Se os corpos forem colocados em contato, mas isola-
R lnT + R lnV + constante, demonstre que, ao longo
2 dos termicamente do resto do universo, determine a
de um processo isentrópico em um sistema fechado,
temperatura de equilíbrio.
P3 V 5 = constante.
b) Determine a variação de entropia do sistema no pro-
b) Obtenha os volumes finais VA e VB dos dois comparti- cesso descrito no item (a).
mentos em termos do volume inicial V0 .
Considere agora que os corpos funcionem como fontes
c) Obtenha as temperaturas finais TA e TB dos dois com- quente e fria para uma pequena máquina térmica, a qual irá
partimentos em termos da temperatura inicial T0 , ve- funcionar até que os dois corpos atinjam o equilíbrio térmico.
rificando que TA = 15TB . c) Supondo que esse processo seja reversível, determine
a temperatura final de equilíbrio neste caso
d) Obtenha as variações de entropia do gás nos dois com-
partimentos, ∆S A e ∆SB . Qual é o sinal da variação d) Calcule a quantidade de trabalho produzida pela má-
da entropia total do sistema? quina térmica no processo descrito no item (c).

34
2012-1 a) Considere a situação em que o gás se encontra em con-
tato com um reservatório térmico na temperatura T e
Q10. Considere um mol (n = 1) de um gás ideal mono- sofre uma expansão quase-estática reversível na qual
atômico, inicialmente no estado de equilíbrio térmico espe- o seu volume passa de V para 2V . Calcule o trabalho
cificado pela pressão P0 e volume V0 . Esse gás sofre uma realizado pelo gás durante a sua expansão.
compressão adiabática reversível que o leva a ocupar um vo- b) Ainda com relação ao processo físico descrito no item
lume V0 /2. Determine: (a), determine o calor trocado pelo gás com o reserva-
a) A variação de energia interna desse gás devido a essa tório térmico.
compressão;
c) Determine as variações de entropia do gás e do reser-
b) a variação de entropia do gás nessa compressão. vatório térmico no processo descrito no item (a).
Após a compressão adiabática, o gás, sempre isolado do resto d) Considere agora a situação em que o gás está isolado
do universo por paredes adiabáticas, sofre uma expansão e sofre uma expansão livre na qual o seu volume passa
completamente livre até o volume original V0 . Determine: de V para 2V . Determine as variações de entropia
c) a variação de temperatura do gás devido à expansão do gás e do universo durante o processo de expansão
livre; livre.

d) a variação de entropia do gás nessa expansão livre.


2010-2

2011-2 Q10. Um corpo de capacidade térmica a pressão cons-


tante, CP (independente da temperatura), que se encontra
Q5. Considere n moles de um gás ideal monoatômico. inicialmente na temperatura T1 , é colocado em contato tér-
a) Usando a primeira lei da termodinâmica, expresse a mico com um reservatório térmico na temperatura T2 , sendo
T1
entropia do gás em função de T, V e n. x≡ < 1. Após o equilíbrio térmico ter sido atingido, de-
T2
b) Um ciclo de Carnot corresponde a: 1) uma expansão termine:
isotérmica reversível à temperatura Tq ; 2) uma expan- a) A variação da entropia do corpo.
são adiabática reversível até a temperatura T f ; 3) uma
compressão isotérmica reversível à temperatura T f ; 4) b) A variação da entropia do reservatório.
uma compressão adiabática reversível (use a notação
da figura). Calcule o trabalho realizado e o calor tro- c) A variação da entropia do Universo.
cado em cada um dos 4 processos do ciclo de Carnot d) Verifique se o resultado obtido no item (c) está de
para n moles de um gás ideal. acordo com a 2ª lei da termodinâmica.
c) Calcule a eficiência do ciclo.
2010-1

Q10. Um mol de uma determinada substância percorre


o ciclo formado pelos trechos A→B, B→C, C→D e D→A
conforme mostrado no diagrama temperatura T versus en-
tropia S da figura.

2011-1

Q10. Um mol de um gás ideal monoatômico se encontra


São dados TA , S A e as razões α = TB /TA e r = SC /S A .
na temperatura T e ocupa um volume V . A energia interna
Determine em função dos dados do problema:
por mol de um gás ideal é dada por u = cV T , onde cV é o ca-
lor específico molar, que é considerado constante. Responda a) o calor trocado em cada um dos trechos e o trabalho
as questões abaixo: total realizado no ciclo;

35
b) o rendimento η de um motor que opera de acordo com c) Verifique que !o comprimento da fita é dado por L =
esse ciclo; L0 F
L 0 tanh . Esboce um gráfico do comprimento
N kT
c) o trabalho em cada um dos trechos do ciclo, conside- em função da temperatura, L (T ) , para a força aplicada
rando que a substância seja um gás ideal de capacidade F constante.
térmica a volume constante CV . Sugestão: utilize os
resultados do item (a). d) A entropia S (N, L) cresce ou diminui com o aumento
do comprimento da fita? Analise qualitativamente o
d) Esboce o ciclo no diagrama P − V para a substân- comportamento da entropia como função da tempera-
cia considerada no item anterior orientando e identi- tura.
ficando o tipo de processo termodinâmico associado a
cada um dos trechos.
2008-2

2009-2 Q8. Considere o seguinte ciclo ABC, para um mol de gás


ideal monoatômico: expansão isotérmica, de pressão inicial
p0 para pressão p0 /3, contração isobárica e aquecimento iso-
Q10. Um mol de um gás ideal percorre um ciclo formado
volumétrico. No estado inicial, o volume é V0 .
por uma expansão adiabática (1→2), uma transformação iso-
bárica (2→3) e uma transformação isocórica (3→1). Consi- a) Obtenha expressões para a pressão , volume e tempe-
dere dados V1 , V2 , P3 , CV , γ e R. Em uma transformação ratura, para cada um dos três estados, A, B e C, em
adiabática não há troca de calor; em uma transformação iso- função de p0 e V0 . Obtenha expressões para o traba-
bárica a pressão P é mantida constante e em uma transfor- lho realizado pelo gás e calor recebido pelo mesmo,
mação isocórica o volume V é mantido constante. nos três processos.

a) Esboce o ciclo no diagrama P − V . b) Obtenha expressões para o calor específico a volume


constante, cV , e para o calor específico a pressão cons-
b) Determine o calor trocado e o trabalho realizado em tante, c p . Explique a origem física da diferença entre
cada trecho do ciclo. as duas grandezas.

c) Ache o rendimento η de um motor que opera segundo c) Obtenha uma expressão para a entropia do gás, S,
esse ciclo em termos de V1 e V2 . como função da temperatura e do volume do mesmo.
Justifique.
d) Encontre a variação de entropia em cada trecho do ci- d) Esboce um diagrama temperatura X entropia para o
clo. ciclo acima, utilizando o resultado anterior. Justifique.

2009-1 2008-1

Q5. Considere uma fita de borracha que apresenta um Q8. Um fluido hipotético tem sua equação fundamental
comprimento L, que depende da temperatura T e da força dada por
aplicada F. Um modelo possível para a fita é constituído de
A
N segmentos de comprimento l 0 , que podem dobrar-se na u= exp (s/R) ,
direção da fita nos dois sentidos. Para este modelo da fita de v2
borracha, a função entropia é dada por onde A e R são constantes positivas, u = U/N , v = V/N e
s = S/N são, respectivamente, a energia interna, o volume e
1 + L/L 0
! !
1 L a entropia molares.
S (N, L) = −N k B 1 + ln +
2 L0 2
! ! a) Determine as três equações de estado do sistema:
1 L 1 − L/L 0 T (s,v), P(s,v), µ(s,v). Mostre que
− N kB 1 − ln
2 L0 2
u = RT, e Pv = 2RT.
onde L 0 = Nl 0 é o comprimento máximo da fita.
b) Calcule as capacidades térmicas molares do fluido a
a) A equação correspondente à primeira lei da Termodi- volume constante, cv , e a pressão constante, cP .
nâmica para a fita pode ser escrita como dU = T dS +
FdL. Justifique essa afirmação comparando-a com a c) Um mol do fluido se encontra num estado inicial com
equação habitual para um gás, dU = T dS − pdV. temperatura T1 e volume V1 e sofre uma expansão livre
para um volume V2 = 2V1 . Compute a temperatura
b) Obtenha uma expressão para a força aplicada F (T, L), de equilíbrio do fluido depois da expansão, T2 , e a
a partir da função entropia. variação da entropia do fluido S2 − S1 no processo.

36
d) Suponha que a transformação entre os estados inicial c) Obtenha a energia interna U e a pressão p do gás.
e final do item anterior (T1 ,V1 ) → (T2 ,V2 ) seja feita
quase estaticamente através de uma expansão adiabá- d) Calcule a entropia por átomo no limite termodinâmico.
tica seguida de um aquecimento isocórico (a volume
constante). Obtenha o trabalho realizado e o calor ab- 2014-1
sorvido pelo fluido na transformação.
Q10. Um determinado material magnético é composto
MECÂNICA ESTATÍSTICA por N átomos magnéticos não interagentes, cujos momentos
magnéticos ~µ podem apontar em três direções possíveis, con-
forme mostra a figura abaixo: ~µ0 = µŷ, ~µ1 = µx̂ e ~µ2 = −µx̂.
2015-2

Q10. Considere um sistema composto por um número


grande N de moléculas distinguíveis, que não interagem en-
tre si. Cada molécula tem dois estados de energia possíveis:
0 e  > 0.
a) Obtenha a densidade de entropia S/N do sistema como
função apenas da energia média por molécula E/N, de
 e da constante de Boltzmann k B . O sistema encontra-se em equilíbrio térmico a temperatura
T e na presença de um campo magnético uniforme orientado
b) Considerando o sistema em equilíbrio térmico à tem- ao longo da direção y, H = H ŷ, de modo que os níveis de
peratura inversa β = k B1T , calcule E/N. energia correspondentes a um único átomo são  0 = −µH,
c) Qual o valor máximo para E/N no caso acima? Com-  1 = 0 e  2 = 0.
pare com o valor máximo dessa grandeza caso fosse a) Obtenha a função de partição canônica z de um átomo,
possível que todos os elementos do sistema estivessem a função de partição Z do sistema e a energia livre de
no estado de energia máxima. Helmholtz f por átomo.
b) Determine a energia média u = h n i e a entropia s por
2015-1 átomo.
c) Obtenha a magnetização por átomo m = m x x̂ + m y ŷ =
Q1. Considere N osciladores harmônicos tridimensionais ~µ n .


clássicos não - interagentes, de massa m e frequência angular
ω, em contato com um reservatório térmico à temperatura T. d) Verifique que a susceptibilidade isotérmica
∂m y
!
a) Escreva a hamiltoniana do sistema e obtenha a função
χT =
de partição canônica. ∂H T
b) Obtenha o valor médio da energia por oscilador. Qual a campo nulo obedece a lei de Curie,
a capacidade térmica do sistema? 1
χT ∝ .
T
2014-2
2013-2
Q10. Considere um gás monoatômico clássico consti-
tuído por N átomos não interagentes de massa m confi- Q10. Considere um oscilador harmônico unidimensional
nados num recipiente de volume V , à temperatura T. A modificado, definido pela função hamiltoniana
hamiltoniana correspondente a um átomo é dada por H =
p2
 
2m p x + py + pz .
1 2 2 2
H= + V (x) ,
2m
a) Mostre que a função de partição canônica atômica é
V h 1
ς = 3 , onde λ = √ é o comprimento de onde V (x) = mω2 x 2 para x ≥ 0, V (x) = ∞ para x < 0. Ele
λ 2πmk B T 2
encontra-se em equilíbrio térmico com um reservatório de
onda térmico de de Broglie.
calor a temperatura T.
b) Utilizando ς do item anterior, obtenha a função de par- a) Justifique, em termos da paridade das autofunções do
tição Z do sistema e a energia livre de Helmholtz F. problema quântico, por que, devido às condições im-
F
Obtenha, também, a energia livre por átomo f = no postas, apenas os valores inteiros ímpares de n são
N permitidos para as autoenergias deste oscilador,  n =
V
limite termodinâmico N → ∞, V → ∞, v =
 
N
fixo. n + 12 ~ω.

37
b) Para a versão quântica, obtenha a função de parti- c) Calcule a entropia do gás.
ção canônica z deste oscilador e a energia livre de
Helmholtz associada f . d) Determine a energia interna do gás.

c) Obtenha a energia interna média deste oscilador a par-


∂ ln z 2012-1
tir de u = −
∂β
Q5. Considere um sistema formado por duas partículas
d) A partir da definição da energia interna média no en-
distinguíveis, 1 e 2. Cada uma delas deve estar em um de
semble canônico, u ≡ h n i, demonstre a expressão
∂ ln z dois compartimentos, A e B. A energia de uma partículas é
u=− zero quando ela se encontra no compartimento A, e ε quando
∂β no compartimento B. Quando as duas partículas estão no
e) Mostre que a função de partição canônica clássica mesmo compartimento, há um custo energético adicional ∆.
1 O sistema está em equilíbrio com um banho térmico à tem-
deste oscilador é dada por zclass = . Determine
2 β~ω peratura T.
a energia interna média clássica associada, uclass ≡
a) Quais são as possíveis configurações do sistema? De-
hH iclass .
termine a energia de cada uma delas.
b) Calcule a função de partição Z.
2013-1
c) Qual é a probabilidade de cada configuração?
Q5. Um gás ideal monoatômico de N moléculas de massa d) Calcule a energia média do sistema.
m está em equilíbrio térmico a uma temperatura absoluta T.
O gás está contido em uma caixa cúbica de aresta L, cujos la- e) Obtenha a entropia do sistema em termos de Z.
dos de baixo e de cima estão paralelos à superfície da Terra.
Considere o efeito do campo gravitacional sobre as molécu-
las. A aceleração da gravidade é g. Determine: 2011-2

a) a função de partição de uma molécula do gás; Q10. A lei de Stefan-Boltzmann diz que a densidade de
b) a energia cinética média de uma molécula do gás; energia total do campo eletromagnético dentro de uma cavi-
dade em equilíbrio térmico é dada por u (T ) = aT 4 , onde a é
c) a energia potencial média de uma molécula do gás; uma constante.
d) a energia potencial média de uma molécula do gás no a) Podemos derivar a lei de Stefan-Boltzmann usando ar-
mgL gumentos termodinâmicos. Sabendo que, em equilí-
caso em que  1. Faça o cálculo até a 2ª ordem
k BT brio termodinâmico, a densidade de energia da radia-
mgL ção independe do material que forma as paredes, pode-
da razão .
k BT mos concluir que qualquer variável extensiva da radi-
ação em uma cavidade deverá ser proporcional ao vo-
lume da cavidade e depender apenas da temperatura.
2012-2 Em particular, a energia interna e a entropia da radi-
ação serão U = u (T ) V e S = s (T ) V, respectivamente.
Q10. Considere um gás composto por N partículas ultrar- Podemos usar o eletromagnetismo clássico para calcu-
relativísticas (de forma que sua energia ε possa ser escrita lar a pressão de radiação nas paredes da cavidade. Ela
como ε = cp, onde p é o seu momento linear) confinando em tem a forma de P =
u (T )
. Usando essas informações
um recipiente de volume V e a temperatura T. Suponha que 3
as partículas sejam indistinguíveis e não interagentes e que a e a primeira lei da termodinâmica, demonstre a lei de
sua energia térmica seja suficientemente alta para desprezar Stefan-Boltzmann.
efeitos quânticos. b) Agora obtenha esse resultado usando física estatística,
a) Mostre que a função de partição do gás é assumindo que a radiação eletromagnética é um gás de
fótons.
(8πV ) N
Z= ! 3N , i. Calcule a função de partição, Z, e mostre que o
hc número médio de fótons com energia  j é
N!
k BT
∂ ln Z 1
n̄ j = − = β
onde h é a constante de Planck, c é a velocidade da luz ∂ j e j −1
no vácuo e k B é a constante de Boltzmann
1
b) Determine a pressão do gás. onde β = .
k BT

38
ii. Obtenha a lei de Stefan-Boltzmann. Você pode 2010-1
usar que o número total de fótons por unidade
de volume e frequência entre [ω, ω + dω] é dado Q5. Um gás ideal de moléculas diatômicas polares, cada
por uma com momento de dipolo elétrico ~µ, encontra-se a uma
ω2 dω ~ As orien-
temperatura T e está sujeito a um campo elétrico E.
g (ω) dω = κ , tações dos dipolos são definidas pelos ângulos θ (0 ≤ θ ≤ π)
e βω − 1
e φ (0 ≤ φ ≤ 2π) de um sistema de coordenadas esféricas
onde κ é uma constante e  ω = ~ω é a energia de cujo eixo-z é paralelo ao campo elétrico. A probabilidade de
um fóton. encontrar uma molécula com orientação do dipolo dentro do
elemento dθdφ vale ρdθdφ onde a densidade de probabili-
dade ρ (θ, φ) é dada por
2011-1
1
Q5. Imagine que um material magnético unidimensional ρ (θ, φ) = sin θ e−β E ,
A
possa ser modelado como uma cadeia linear de N + 1 spins. ´
Cada spin interage com os seus primeiros vizinhos de tal ma- e está normalizada de acordo com ρdθdφ = 1. A constante
neira que a energia do sistema seja E = n , onde n é o nú- A é um fator de normalização, β = 1/k B T, k B é a constante
mero de paredes de domínio separando regiões de spin ↑ das de Boltzmann e E é a energia de interação do momento de
regiões de spin ↓, como representado na figura abaixo, sendo dipolo com o campo, dada por E = −~µ · E ~ = −µE cos θ.
as paredes de domínio indicadas por linhas tracejadas. A
energia por parede de domínio é . Considere N  1 e n  1. a) Determine A como função de T , E e µ.

b) O momento de dipolo médio por molécula é definido


pela média P = µ hcos θi. Determinar P como função
de T e E.
a) Determine de quantas maneiras as n paredes de domí- c) Esboce o gráfico de P versus E para T constante.
nio podem ser arranjadas.
∂P
b) Determine a entropia S(E) do sistema contendo n pa- d) A susceptibilidade elétrica é definida por χ = . De-
redes de domínio. ∂E
termine χ a campo nulo e mostre que ela é inversa-
c) Determine a energia interna E como função da tempe- mente proporcional à temperatura T. Notar que para
ratura, E(T ). Expresse seu resultado em termos de N, 1 x
pequenos valores de x vale coth x ≈ + .
, T e constantes físicas apenas. x 3
d) Esboce a função E(T ), indicando os valores de E para
T = 0 e T → ∞. 2009-2

2010-2 Q5. Considere um sistema de N átomos localizados e


não interagentes. Cada átomo pode estar em um dos três
estados quânticos rotulados pelo número quântico k, com
Q5. A função de partição de um gás monoatômico de N k = −1, 0, 1. Um átomo tem a mesma energia ε 1 > 0 no
partículas interagentes pode ser escrita como: estado k = 1 ou no estado k = −1. Um átomo no estado k = 0
!N ! 3N tem energia ε 0 = 0. Determine:
N2a
!
V − Nb mk B T 2
Z= exp ,
N 2π~2 V k BT a) A função de partição do sistema.
onde a e b são constantes positivas e m a massa da partícula.
b) A probabilidade p0 de um átomo se encontrar no es-
a) Determine a energia livre de Helmholtz do gás. tado com energia 0. Determine o comportamento de
p0 nos limites de altas e baixas temperaturas e esboce
b) Determine a equação de estado desse gás, em termos
o gráfico de p0 versus T .
da pressão, do volume específico v = V/N, da tempe-
ratura e de constantes.
c) As expressões para a energia interna e para a entropia
c) Determine a energia interna específica u = U/N do gás. como função da temperatura T . Determine os valo-
res assintóticos da energia e da entropia nos limites de
d) Considere que o gás sofra um processo de expansão altas e baixas temperaturas. A terceira lei da termodi-
livre no qual seu volume inicial V é duplicado no in- nâmica é observada?
terior de um recipiente feito de paredes adiabáticas.
Calcule a variação da temperatura absoluta que ocorre d) Esboce o gráfico da entropia como função da tempera-
no processo. tura.

39
2009-1 c) Demonstre, em geral, que a transformada de Legendre
da energia interna U (S) com relação à entropia S é
Q10. Considere, como modelo para um gás clássico, N dada por F = U − T S. Utilize esta relação para obter
átomos não interagentes de massa m contidos numa caixa de uma expressão para a energia interna U do sistema em
volume V . estudo, como função da temperatura T . Comente o
resultado.
a) Obtenha a função de partição Z (V, T, N ) para este sis-
tema. d) Esboce gráficos de energia interna U e da entropia S
em função da temperatura T . Obtenha o calor espe-
b) Escreva a probabilidade p (v T ) dv de encontrarmos
cífico a volume “L”constante, cL , e discuta a com-
átomos com módulo da velocidade entre v e v + dv
patibilidade do resultado obtido com os dois gráficos
a uma temperatura T. Esboce um gráfico da densidade
esboçados, de U (T ) e de S(T ).
de probabilidade p (v T ) como função de v.
c) Qual a densidade de probabilidade de encontrarmos
átomos com velocidade 0? 2008-1
d) Explique em no máximo duas linhas, que mudanças
devem ser introduzidas no cálculo da função de par- Q9. O modelo de Einstein para a capacidade térmica de
tição se os átomos forem substituídos por moléculas. sólidos equivale a um conjunto de 3N osciladores quânti-
Não calcule. cos unidimensionais localizados de mesma frequência angu-
lar ω. As possíveis energias de um oscilador são dadas por
e) No caso de moléculas, demonstre que a pressão do sis-
tema não depende dos graus internos de liberdade da 1
!
molécula. ε n = ~ω n + , n = 0, 1, 2,. . .
2
a) Compute a função de partição Z e a energia interna U
2008-2 do sistema de 3N osciladores como funções da tempe-
ratura.
Q9. Considere N partículas de massa m, não interagen-
tes, em equilíbrio térmico à temperatura T, em movimento b) Calcule a entropia S e a capacidade térmica C do sis-
unidimensional em uma caixa de comprimento L. tema como funções da temperatura.

a) Escreva a função de partição clássica para este sistema, c) Determine os limites de C para baixas e altas tempera-
Z (T, L, N ). Justifique. turas e esboce o gráfico dessa grandeza como função
b) Obtenha a energia livre de Helmholtz F (T, L, N ) e a da temperatura.
entropia S(T, L, N ) do sistema.

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