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ÁREA DE TECNOLOGIAS TIC

Dissertação para a obtenção do grau de:


Mestre em Direção Estratégica em Engenharia de Software

Reengenharia do Processo de Monitoria da Produção

Industrial em Moçambique

Apresentado por:
Bhavika Dines Rugnath
MZMDEISW2232216

Orientador:
Prof. Dr. Roberto Fabiano Fernandes

MAPUTO, MOÇAMBIQUE
30 de Maio de 2018
ÁREA DE TECNOLOGIAS TIC

Dissertação para a obtenção do grau de:


Mestre em Direção Estratégica em Engenharia de Software

Reengenharia do Processo de Monitoria da Produção

Industrial em Moçambique

Apresentado por:
Bhavika Dines Rugnath
MZMDEISW2232216

Orientador:
Prof. Dr. Roberto Fabiano Fernandes

MAPUTO, MOÇAMBIQUE
21 de Dezembro de 2018
A minha família!!!
AGRADECIMENTOS

A Deus que concede Graça e conhecimento aos seus filhos, a toda minha família pelo
exemplo de vida, pela educação que deram, e por incentivarem a afeição pelo conhecimento e
serem meus incentivadores. Ao Prof. Dr. Roberto Fabiano pela paciência e disponibilidade, sem a
sua orientação este trabalho não seria possível. A todos colaboradores da Direcção Nacional da
Industria, por compartilharem toda a informação necessária para realização deste trabalho. A todos
colegas to Instituto de Tecnologias, Inovação e Serviços pelo apoio na realização do presente
trabalho.
COMPROMISSO DO AUTOR

Eu, Bhavika Dines Rugnath, com identidade número 110100123334P, aluno do programa

acadêmico Mestrado em Direção Estratégica em Engenharia de Software da Universidad

Europea del Atlântico, declaro que o conteúdo do trabalho intitulado: Reengenharia do Processo

de Monitoria da Produção Industrial em Moçambique, é reflexo de meu trabalho pessoal e

manifesto que perante qualquer notificação de plágio, cópia ou falta em relação à fonte original,

sou diretamente o responsável legal, econômica e administrativamente, isentando o Orientador, a

Universidade e as instituições que colaboraram com o desenvolvimento deste trabalho, assumindo

as consequências derivadas de tais práticas.

Assinatura:

Maputo, 21 de Dezembro de 2018


AUTORIZAÇÃO VOLUNTÁRIA

A Fundação Universitária Ibero-americana – FUNIBER


Att: Direção Acadêmica
Venho por meio desta, autorizar a publicação eletrônica da versão aprovada de meu Projeto
Final com título: Reengenharia do Processo de monitoria da Produção Industrial em
Moçambique, no Campus Virtual e em outras Mídias de divulgação eletrônica desta Instituição.

Informo abaixo os dados para descrição do trabalho:

Título: Reengenharia do Processo de monitoria da


Produção Industrial em Moçambique

Autor: Bhavika Dines Rugnath – Orientador: Prof. Dr. Roberto Fabiano

Resumo Este trabalho tem como objectivo reestruturar o processo de monitoria da produção
Industrial em Moçambique. A produção é monitorada pela Direcção Nacional da Indústria.
Esta Direcção enfrenta dificuldades em sintetizar os dados colectados pelas Direcções
provinciais e sintetizar para produzir relatórios e estatísticas em tempo real. Portanto, neste
trabalho serão feitas entrevistas, inquéritos e observação participativa de modo a identificar
pontos de estrangulamento e propor uma solução baseada em TIC’s.

Progra
Mestrado em Direção Estratégica em Engenharia de Software
ma

Palavra
Reengenharia; produção Industrial ; Monitoria; Indicadores; Moçambique.
s-chave

Assinatura:

Maputo, 21 de Dezembro de 2018


RESUMO

Para enfrentar o Desenvolvimento Económico do país, foram aprovadas diretrizes econômicas e


sociais em Moçambique. As diretrizes económicas definiam a agricultura como base e a indústria
como factor de desenvolvimento. A entidade responsável pelo licenciamento da área Industrial no
país é a Direcção Nacional Da Indústria, tutelada pelo Ministério da Indústria e Comércio. A
Direcção Nacional da Indústria, tem como principal tarefa rotineira a monitoria de dados de
produção Industrial, para emissão de relatórios e gráficos periódicos que demonstram a situação
atual da indústria Moçambicana. Analisando o fluxo actual do processo de monitoria de dados de
produção Industrial foram verificados constrangimentos como centralização das actividades na
sede, lentidão na execução do processo, perda de documentos e difícil processamento de dados para
geração de relatórios. Para analisar o problema identificado serão realizadas observações
participantes às actividades realizadas pela Direcção Nacional da Indústria, entrevistas semi-
estruturadas aos técnicos responsáveis pela monitoria e inquéritos dirigidos aos responsáveis pela
colecta de dados. Após esta actividade, será realizado o mapeamento de pontos de estrangulamento
identificados no processo de monitoria e a seguir será feita a proposta uma solução para
reengenharia do processo. De modo a complementar a solução proposta, será prototipado um
sistema de informação baseado em Tecnologias de Informação e Comunicação que poderá
responder aos constrangimentos identificados. Como resultado do presente trabalho, pretende-se a
automatização da execução dos processos rotineiros da Direcção Nacional da Indústria, utilizando
Tecnologias de Informação e Comunicação criadas à medida para facilitar as tarefas e diminuir a
margem de erro, deste modo, tornando o processo eficaz.

Palavras-chave: Reengenharia; Produção Industrial; Moçambique; Monitoria; Indicador


ABSTRACT

To address the country's economic development, economic and social guidelines were approved in
Mozambique. Economic guidelines defined agriculture as the basis and industry as a factor of
development. The entity responsible for licensing the Industrial area in the country is the National
Directorate of Industry, under the supervision of the Ministry of Industry and Commerce. The
National Directorate of Industry has as its main routine task the monitoring of Industrial production
data for periodic reports and graphs that demonstrate the current situation of the Mozambican
industry. Analyzing the current flow of the Industrial production data monitoring process,
constraints such as centralization of activities at headquarters, slowness in the execution of the
process, loss of documents and difficult data processing for reporting were verified. In order to
analyze the identified problem, participant observations will be made on the activities carried out
by the National Directorate of Industry, semi-structured interviews with technicians responsible for
monitoring and surveys directed to those responsible for collecting data in the provinces. After this
activity, the mapping of bottlenecks identified in the monitoring process will be carried out and a
solution will be proposed for process reengineering. In order to complement the proposed solution,
an information system based on Information and Communication Technologies will be prototyped
and can respond to the problems identified. Because of the present work, it is intended to automate
the execution of the routine processes of the National Directorate of Industry, using Information
and Communication Technologies tailored to facilitate tasks and reduce the margin of error, turning
the process more efficient.

Keywords: Reengineering; Industrial production; Mozambique; Monitoring; Indicator


LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Proposta de solução ............................................................................................ 56
Tabela 2: Plano de actividades para solução proposta............................................................ 58
Tabela 3: Entregas esperadas por RH .................................................................................. 73
Tabela 4: Cronograma para desenvolvimento do sistema ....................................................... 74
Tabela 5: Alocação de RH para desenvolvimento do sistema ................................................. 74
Tabela 6: Indicadores de Progresso para o desenvolvimento do sistema .................................. 75
Tabela 7: Proposta de orçamento para desenvolvimento do sistema informático ...................... 76
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Organograma da Direção Nacional da Indústria........................................................ 3
Figura 2: Situação actual do processo de colecta de dados na Direcção Nacional da Indústria ..... 4
Figura 3: Dimensões de Processo Fonte: Davenport e Short (1990), pág. 15 ..................... 11
Figura 4: Ciclo de vida de gestão de processos Fonte: ABPMP CBOK BPM (2013). ............... 12
Figura 5: Definição de Governação Eletrónica Fonte: e-Africa – Building e-Governance
Capacity in African Countries, 2003 ............................................................................... 20
Figura 6: Estágios do Governo Eletrónico Fonte: Republica de Mocambique, 2006 ................. 22
Figura 7: A Governação Eletrónica no âmbito da Sociedade da Informação em Cabo Verde Fonte:
(Republica de Cabo Verde, 2005) ....................................................................................... 24
Figura 8: Ferramentas para analise de dados Fonte: (APMG, 2015) ........................................ 34
Figura 9: Desenho da Pesquisa ........................................................................................... 41
Figura 10: Pirâmide Organizacional da DNI ........................................................................ 44
Figura 11: Organograma da DNI ........................................................................................ 44
Figura 12: Situação actual da monitoria de dados de produção industrial ................................ 47
Figura 13: Notação BPMN: Solução proposta para monitoria de dados da produção industrial .. 57
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 1

1.1 Área de pesquisa e contextualização 1

1.2 Questões de pesquisa 5

1.3 Motivação 5

1.4 Objetivo geral 6

1.5 Objetivos específicos 6

1.6 Resultados esperados 7

1.7. Estrutura da dissertação 8

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 9

2.1. Processos de negocio 9

2.1.1. Gestão de processos 11

2.1.2. Modelação de Processos de negócios 13

2.1.3. Reengenharia de Processos 14

2.1.3.1. Princípios de reengenharia 15

2.1.3.2. Analise da Situação actual (AS IS) 16

2.1.3.3. Redesenho de processos – situação futura (TO BE) 17

2.1.4. Maturidade de processos 18

2.2. Governação eletrónica 19

2.2.1. Conceito 19

2.2.2. Plataformas do Governo Eletrónico 21

2.2.3. Estágios do Governo Eletrónico 22

2.2.4. Benefícios do Governo Eletrónico 23


2.2.5. Governação eletrónica em Estónia 23

2.2.6. Governação eletrónica em Cabo-Verde 24

2.2.7. Governação eletrónica em Brasil 25

2.2.8. Governação eletrónica em Portugal 26

2.2.9. Governação eletrónica em Kenya 27

2.2.10. Governação eletrónica em Moçambique 28

2.3. Monitoria de dados da Governação 31

2.3.1. Recolha de dados 32

2.3.2. Analise de dados 33

2.3.3. Sistemas de Informação para Monitoria 35

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 38

3.1. Caracterização da Pesquisa 38

3.2. Amostra da Pesquisa 39

3.3. Método de Recolha de Dados 39

3.4. Elaboração do Questionário de Pesquisa 40

3.5. Desenho da Pesquisa 40

3.6. Pré-Teste 42

4. DESENVOLVIMENTO 43

4.1. Descrição da Entidade 43

Analise da Situação Actual 45

4.1.1. Licenciamento de Industrias 45

4.1.2. Monitoria de indicadores de Produção Industrial 46

4.1.3. Emissão de relatórios e estatísticas 48

4.1.4. Sistema de Informação utilizado pela DNI 48


4.2. Levantamento de Pontos de Estrangulamento 49

4.3. Elaboração da Solução Proposta 50

4.3.1. Plano de actividades 58

4.3.2. Especificações técnicas para desenvolvimento do sistema informático 62

4.3.3. Qualificação dos Recursos Humanos para desenvolvimento do sistema 70

4.3.4. Cronograma para desenvolvimento do sistema 73

4.3.5. Orçamento para desenvolvimento do sistema informático 75

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 77

6.1. Conclusões 77

6.2. Limitações Error! Bookmark not defined.

6.3. Sugestões de pesquisas futuras 78

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 79
1

1. INTRODUÇÃO

1.1 Área de pesquisa e contextualização


O desenvolvimento do bem-estar económico e social de qualquer país passa por assegurar,
essencialmente, três principais elementos: a subsistência da população, assistência médica e
educação. Em Moçambique, estes são, naturalmente, os elementos que constam de todas as pautas
e agendas politicas e governamentais.
Para enfrentar o desenvolvimento económico de Moçambique, foram aprovadas diretrizes
económicas e sociais. As diretrizes económicas definiam a agricultura como base e a indústria
como factor dinamizador do desenvolvimento. (Prof. Doutor José Chichava, 2005)

Baseado no Manifesto Eleitoral sufragado nas Eleições Gerais de 15 de outubro


de 2014, o Programa do Governo traça as grandes prioridades e acções
estratégicas para a governação ao longo do presente quinquénio, onde a
promoção do emprego e o incremento da produtividade e da competitividade
assumem o lugar de destaque como alicerce e pilar orientador de toda a
estratégia de desenvolvimento nacional. (Plano Quinquenal do Governo, 2015)

No quadro do aumento do emprego e da produção bem como da melhoria da


competitividade da economia nacional e das empresas, o Governo persegue os seguintes objectivos
estratégicos: aumentar a produção e produtividade em todos os sectores com ênfase na agricultura;
promover a Industrialização orientada para a modernização da economia e para o aumento das
exportações.
A indústria é um factor determinante para a transformação estrutural e aumento
da competitividade da economia nacional, bem como para a sua inserção no
mercado mundial. Segundo o Plano Quinquenal do Governo (2015), no quadro
da modernização da economia e da Industrialização orientada para a exportação,
o Governo prioriza as seguintes acções:
a) Promover as exportações de Moçambique para permitir que os
operadores económicos tirem vantagens das oportunidades de mercados
criados pelo sistema comercial multilateral;
b) Aperfeiçoar o sistema de normalização e certificação de qualidade dos
produtos destinados aos mercados nacional e internacional;
c) Estimular o desenvolvimento da indústria transformadora para o
aumento do valor acrescentado de modo a reduzir os desequilíbrios da
balança comercial;
2

d) Incentivar a adição de valor na exportação de recursos naturais


nacionais;
e) Estabelecer medidas de protecção à indústria nacional nascente;
f) Incentivar a consolidação dos sistemas de propriedade Industrial e
qualidade de modo a contribuir para o desenvolvimento e
competitividade da indústria nacional;
g) Promover o estabelecimento de zonas francas Indústriais e zonas
económicas especiais dedicadas a ramos de actividade específicos; e
h) Consolidar e expandir o Programa Nacional de Parques de Ciência e
Tecnologia.

Segundo (Inc, 2014) as análises económicas são necessárias para ajudar a decidir quais os
sectores em que um país pode ser competitivo, e a determinar os efeitos económicos e sociais de
adoptar essas políticas. Tal diligência devida e as análises económicas são, muitas vezes,
dispendiosas. Para um país com recursos humanos e financeiros limitados, poderá ser melhor a
afectação destes recursos para outras actividades de desenvolvimento e de redução da pobreza.
Diversas indústrias têm sido criadas a cada ano, nas diversas áreas de actividade e
dimensões. A entidade responsável pelo licenciamento da área Industrial no país e a Direcção
Nacional da indústria, tutelada pelo Ministério da Indústria e Comércio.
Segundo a carta de serviço do Ministério da Indústria e Comercio (2010), este é
o órgão central do Estado que superintende a área da Indústria e Comércio e tem
como atribuições no domínio da produção Industrial:
 A supervisão da aplicação da política do Estado no âmbito da indústria
transformadora;
 A garantia e promoção de iniciativas que visem a recuperação e
modernização do parque Industrial existente e a rentabilização de novos
investimentos;
 O apoio e fomento de acções que visem a garantia da qualidade dos produtos,
processos e serviços no âmbito da indústria com vista a satisfazerem as
exigências do mercado nacional e garantirem condições de competitividade
no mercado externo;

A Direcção Nacional da Indústria tem como principais atribuições o licenciamento


Industrial, o mapeamento e análise de dados de produção Industrial, assim como emissão de
relatórios e estatísticas sobre o sector, vide Figura 1.
3

Figura 1: Organograma da Direção Nacional da Indústria


Fonte: Ministerio da Indústria e Comercio (2010)

A Direção Nacional da Indústria precisa obter informação mensal sobre a quantidade de


produção, preço de produção, assim como preço de venda de cada produto de cada Indústria, de
modo a fazer previsões, gerar relatórios e estatísticas. Desta forma podem ser obtidas informações
relevantes sobre o estado actual da indústria no país, como: a verificação do total da produção e
vendas por sector de actividade, por produto, por empresa e por província. Com estes dados a DNI
pode calcular o preço-base a ser estipulado por produto, assim como o mapeamento das
necessidades e oportunidades do sector Industrial.
A DNI tem direções provinciais que realizam processos de cadastro e licenciamento de
Indústrias, assim como recolha de inquéritos com dados das Indústriais. As direções provinciais
limitam-se a coletar os dados e enviar a sede para processamento e geração de relatórios. Desta
forma a sede recebe os dados das Indústriais de cada província e devem digitalizar para
processamento e analise dos dados. A Figura 2 demostra o processo:
4

Figura 2: Situação actual do processo de colecta de dados na Direcção Nacional da Indústria


Fonte: elaborado pelo autor
Analisando o fluxo actual do processo de monitoria de dados de produção Industrial foram
verificados os seguintes constrangimentos:
● Centralização do lançamento de dados na sede da DNI;
● Envio de dados para a sede de forma física, podendo causar lentidão para
processamento da informação e perca de dados;
● Dificuldade no processamento dos dados para emissão de relatórios.
Segundo o Ministerio das Finanças (2015), os desafios para alcance das metas
do milénio incluem:

 No âmbito das TICs o desafio assenta na necessidade de assegurar a


integração horizontal das organizações e dos seus serviços chaves, pois,
as TICs oferecem um canal poderoso de informação e de serviços que
sustentam o crescimento económico e a capacitação humana, fazendo
com que por parte do Governo se aumente a necessidade da comunicação
interministerial, interprovincial /distrital e do desenvolvimento de
processos comuns, bem como, a prestação de serviços;
 Continuar com o aumento da redução de preço de oferta de serviços de
telefonia celular;
 Continuar com o apoio por parte do governo e dos doadores no
alastramento do uso das tecnologias de informação no país;

Tendo sido verificada a importância da actividade de monitoria de produção Industrial no


país, verificou-se que esta actividade tem sido realizada de forma morosa devido ao envio físico
dos dados colectados e ao esforço excessivo na compilação para emissão de relatórios. desta forma,
recomenda-se a realização de reengenharia do processo com auxílio as Tecnologias de Informação
e Comunicação.
5

1.2 Questões de pesquisa


O Presente trabalho será guiado pela seguinte questão de pesquisa:
Como conferir maior eficiência no processo de monitoria de dados de produção
Industrial pela Direção Nacional da Indústria.

1.3 Motivação
Os principais setores que controlam a produção no país ainda fazem pouco uso de
sistemas de informação para monitorização dos seus dados, nomeadamente: sector agrícola,
pesqueiro, recursos minerais e importação / exportação. Aprofundar este tema para o sector
Industrial e testar os resultados esperados, pode auxiliar para a informatização de outros sectores
do país que tem a mesma dificuldade.
O presente caso foi selecionado devido a sua relevância para a monitoria dos dados do
sector Industrial em Moçambique. A Direcção Nacional da Indústria realiza o trabalho de
monitoria e compilação mensalmente, e com a informação colectada gera resumos trimestrais,
semestrais, anuais e quinquenais. A Direcção e seus stakeholders periodicamente necessitam de
diversas estatísticas, em tempo real, de modo a responder às necessidades da indústria
moçambicana. Obter tais estatísticas é uma actividade que necessita dados de qualidade, de
modo a processá-los e obter o resultado esperado.
De modo a tornar a actividade de monitorização dos dados de produção Industrial no
país mais eficiente, assim como diminuir a margem de erro nas análises, verificou-se a
necessidade do projecto em questão.
6

1.4 Objetivo geral


A presente dissertação tem como objectivo geral:
 Elaborar um modelo para o processo de monitoria da produção industrial
realizado pela Direcção Nacional da Industria de Moçambique.

1.5 Objetivos específicos


Apoiando-se no objectivo geral, o presente trabalho tem como objectivos específicos:
 Descrever a situação actual do processo de monitoria da Produção Industrial
em Moçambique;
 Analisar conceitos teóricos sobre metodologias para reengenharia de
processos;
 Mapear pontos de estrangulamento na realização do processo de monitoria
da produção Industrial em Moçambique;
 Elaborar um modelo proposto para o processo de monitoria da produção
Industrial em Moçambique;
7

1.6 Resultados esperados


O presente trabalho tem como principais resultados:
 Descentralização das actividades entre a sede da Direção Nacional da
Indústria e suas delegações – desta forma ira diminuir o fluxo de actividades
dependentes da sede.
 Automatização da execução dos processos rotineiros da Direcção Nacional
da Indústria, utilizando TIC’s criadas à medida para facilitar as tarefas e
diminuir a margem de erro – deste modo, diminuindo a carga de trabalho do
RH envolvido e a diminuição de falhas.
 Execução das actividades independentemente do local de trabalho, o que
facilitará para que as delegações provinciais (DPIC´s) interajam com a sede
em tempo real.
 Permitir que os vários stakeholders da Direcção Nacional da Indústria
consigam obter informação relevante sobre a situação Industrial em
Moçambique, em tempo real.
 No âmbito de implementação do programa de Governação Electrónica em
Moçambique, o presente sistema visa o apoio ao processo de transparência
de informação para o cidadão.
8

1
1.7. Estrutura da dissertação

A dissertação que aqui se apresenta será composta dos seguintes capítulos:


1) No capítulo 1 serão apresentadas a contextualização do trabalho, os objetivos gerais
e específicos da dissertação, bem como o problema de pesquisa que se propõe a resolver.
2) No capítulo 2 serão apresentados os assuntos basilares da dissertação, os quais são:
Metodologias utilizadas para Reengenharia de Processos, alguns conceitos sobre
Governação eletrónica no mundo, em Africa e mais especificamente em Moçambique,
assim como técnicas para monitoria de dados.
3) No capítulo 3 é definida a metodologia de trabalho que serão as diretrizes assumidas
no trabalho. Serão apresentadas as diversas abordagens metodológicas que se irá ter em
conta durante todo o trabalho.
4) No capítulo 4 é apresentado o estudo de caso, bem como a explanação de como foi
realizada a recolha dos dados.
5) No capítulo 5 é apresentada a análise dos dados pela técnica utilizada.
6) No capítulo 6 é dado um parecer sistémico sobre o trabalho realizado e expectativas
futuras, e também alguns aspectos fundamentais sobre o trabalho são discutidos.
9

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O referencial teórico aborda o tópico de reengenharia de processos, indicando as melhores


praticas, metodologias, assim como ferramentas que podem ser utilizadas para a resolução do
problema em questão. Também será feita analise da governação eletrónica em Mocambique, e suas
politicas, de modo a desenvolver uma solução que se enquadra na previsão do Governo. Irão ser
ainda abordados tópicos relacionados com monitoria de dados, assim como comparação de alguns
sistemas de informação que auxiliam no processamento de indicadores. A imbricação dos
referenciais teóricos acima, permitiu ainda identificar alguns casos de outros países onde foi
possível implementar sistemas informáticos para processamento de dados de indicadores de
produção.

2.1. Processos de negocio

O conceito de processo não tem uma única interpretação. Qualquer trabalho realizado numa
organização faz parte de algum processo. Qualquer produto ou serviço oferecido por uma empresa
deriva de um processo de negócio. (GONÇALVES, 2000)
A ISO 9000 define os processos como conjuntos de atividades interrelacionadas ou
interativas, que transformam entradas em saídas.
De acordo com Hammer e Champy (1994), processo é um grupo de atividades realizadas
numa sequência lógica com o objetivo de produzir um bem, ou um serviço que tem valor para um
grupo específico de clientes.
Processo de Negócio é um conjunto de atividades ou tarefas estruturadas relacionadas que
produzem um serviço ou produto específico para seus clientes ou para um cliente particular.
(Nakagawa, 2016).
Davenport (1994) conceitua um processo como uma ordenação específica das atividades de
trabalho no tempo e no espaço, com um começo, um fim, inputs e outputs claramente identificados.
Segundo o autor, tais atividades são estruturadas com a finalidade de agregar valor aos inputs,
resultando em um produto para um cliente.
Resumidamente existem 3 tipos de processos:
10

 Processos Primários (Core Process): São aqueles que possuem uma interação
direta com o cliente final da empresa. Um bom exemplo pode ser um processo de entregar uma
mercadoria que um cliente solicitou.
 Processos de Suporte: São aqueles processos que apoiam os processos primários,
ou seja, eles que possibilitam os processos primários a serem realizados com um detalhe a mais,
não interagem diretamente com o cliente final. O processo de verificação de estoque após se receber
um pedido é um exemplo de um processo secundário.
 Processos de Gestão: como o próprio nome diz, são processos responsáveis por
gerir os processos primários e secundários a fim de que eles estejam atendendo o estabelecido. Um
bom exemplo poderia ser o processo de gerenciar entrega dos pedidos dentro dos prazos.
Segundo a Norma ISSO 9001, a identificação de um sistema de processos e das suas
interações dentro de uma organização, e a gestão desses processos podem ser referidas como sendo
a “abordagem por processos”. Esta norma incentiva a que, no desenvolvimento do sistema de
gestão da qualidade, seja adoptada uma “abordagem por processos” como forma de aumentar a
satisfação do cliente indo de encontro aos seus requisitos.
A orientação a processos de negócio implica uma forte enfâse em como o trabalho é feito
na organização, resultando numa estrutura para a ação, que é constituída por uma ordenação
específica das atividades de trabalho ao longo do tempo e do espaço, com um início e um fim,
entradas e saídas claramente identificadas (Davenport, 1993).
Davenport e Short (1990) classificaram os tipos de processos em três dimensões como se
pode verificar no Quadro 1 – Entidades, Objetos e Atividades. Cada dimensão e tipo têm diferentes
implicações em benefícios com as Tecnologias da Informação e Comunicação:
11

Dimensão Tipo Exemplo Papel das TICs


Entidades Interorganizacional Encomendar a um Diminuir os custos de transação
fornecedor. eliminando intermediários.
Interfuncional Desenvolver um Permite funcionar geograficamente
novo produto. com maior simultaneidade.
Interindividual Aprovar um Integração de tarefas e regras.
empréstimo
bancário.
Objectos Físico Construir um Flexibilização do aumento do
produto retorno; controlo do processo.
Informacional Criar uma Tornar as decisões complexas
proposta rotineiras.
Actividades Operacional Preencher uma Reduzir tempo e custos; aumentar a
encomenda de um qualidade das saídas
cliente.
Gestão Desenvolver um Melhorar a capacidade de análise;
orçamento aumentar a participação
Figura 3: Dimensões de Processo
Fonte: Davenport e Short (1990), pág. 15

Em suma, os processos são indispensáveis nas organizações, e são executados de forma


inconsciente na maior parte das vezes. Uma implementação consciente de processos de negocio
traz vantagens significativas na gestão da organização, nos projectos e relação com os clientes.

2.1.1. Gestão de processos

A Gestão por Processos ou Business Process Management - BPM é uma abordagem para
identificar, desenhar, executar, documentar, medir, monitorar e controlar de forma automatizada
ou não, processos de negócio para uma realização coerente, orientada para resultados e alinhada
com os objetivos estratégicos da organização (ASSOCIATION OF BUSINESS PROCESS
MANAGEMENT PROFESSIONALS, 2008).
12

A Gestão por Processos a cada dia torna-se mais essencial, a ponto de se constituir em uma
exigência do Prêmio Nacional da Qualidade - PNQ e das normas da série ISO 9000/2000 (9001 e
9004) que tratam dos sistemas de gestão organizacional em busca da satisfação dos clientes e do
aperfeiçoamento contínuo com foco nos resultados e na qualidade dos serviços.
As normas ISO 9001 e 9004 identificam que a Gestão por Processo visa, principalmente,
assegurar a conformidade, com o propósito de: a) definir os requisitos para o pessoal da
organização; b) facilitar a condução das atividades; c) distribuir a documentação para todos os
envolvidos; d) envolver as pessoas com foco nas instruções de trabalho; e) facilitar um
gerenciamento eficaz de mudança; f) assegurar a manutenção da continuidade de rotinas, em caso
de alteração no quadro de pessoal – reduzir curva de aprendizagem e g) facilitar as atividades de
controle, ou seja, as auditorias.
De acordo com o ABPMP BPM CBOK (2013), BPM implica um comprometimento
permanente e contínuo da organização para o gerenciamento de seus processos. Isso
inclui um conjunto de atividades, tais como a diagramação, verificação, desenho,
monitorização de desempenho e transformação de processos. Envolve uma
continuidade, um ciclo de retorno sem fim (ver Figura 4) para assegurar que os
processos de negócio estejam focados no cliente e de encontro com a estratégia
organizacional da empresa.

Figura 4: Ciclo de vida de gestão de processos


Fonte: ABPMP CBOK BPM (2013).
13

Assim sendo, o BPM pretende atingir a eficiência organizacional baseada numa


aproximação aos processos, incluindo métodos, técnicas e ferramentas que suportam o desenho,
adoção, gestão e análise dos processos de negócio operacionais envolvendo humanos,
organizações, aplicações e outras fontes de informação.

2.1.2. Modelação de Processos de negócios

A representação gráfica de como os processos são feitos denomina-se fluxograma. Os


fluxogramas são um importante instrumento para a compreensão e a avaliação de como
os processos são realizados, indicando sua sequência e os responsáveis por sua
execução. A modelagem de processos de negócio compatibiliza uma série de operações
e recursos que fornecem a visualização e percepção dos processos, proporcionando a
realização do entendimento, criação de uma imagem e da monitorização de desempenho
(ABPMP BPM CBOK, 2013)

O objetivo da modelagem é oferecer uma visualização do negócio da empresa, que diversas


vezes é complexo de entender sem apoio de um modelo, devido a sua dificuldade. Assim, o modelo
de negócio serve para que a organização possa melhor entender seu negócio através de um desenho
da realidade. (Back, 2016)
O objetivo principal da BPMN é ser uma notação ligeiramente compreensível pelos
usuários de negócios, que vão desde os analistas de negócios que criam os rascunhos iniciais dos
processos, passando pelos técnicos desenvolvedores responsáveis por realmente implementá-los e,
finalmente, chegando até as pessoas que realizam monitoramento de tais processos (Object
Management Group, 2011).
A BPMN permite a definição de processos de negócio em forma de diagrama. A notação
foi proposta pela Business Process Management Initiative (BPMI), cujos membros
eram, na maioria, empresas conhecidas na área de software. Recentemente, houve a
fusão dessa Iniciativa com o Object Management Group (OMG) para somarem esforços
no desenvolvimento das atividades na área de processos de negócio. (ABPMP BPM
CBOK, 2013).

Como os autores mencionaram acima, através do uso da notação BPMN promove maior
facilidade na modelação e perceção dos processos da organização entre as pessoas envolvidas numa
14

mesma profundidade. O objetivo desta notação é ser simples e precisa para ser naturalmente
preferida e utilizada pelos analistas de negócio.

2.1.3. Reengenharia de Processos

Reengenharia de processos é repensar fundamentalmente e reestruturar radicalmente os


processos empresariais para alcançar melhorias drásticas em indicadores críticos e contemporâneos
de desempenho, tais como custos, qualidade, atendimento e velocidade. (Sancovschi, 1999)
A reengenharia do processo de negócio (Business Process Reengineering – BPR), segundo
Hammer e Champy (1993), pode ser definida como o repensar e o redesenhar radical do processo
de negócio de forma a alcançar melhorias de desempenho no custo, na qualidade, no serviço ou na
expedição.
Para Manganelli e Klein (1994), «a reengenharia é o redesenho rápido e radical dos
processos estratégicos de negócio – e dos sistemas, políticas e estruturas organizacionais que os
apoiam – que acrescentam valor para otimizar os fluxos de trabalho e a produtividade nas
organizações.
Uma ferramenta fundamental para uma reengenharia de sucesso são as tecnologias de
informação. A sua utilização eficaz consiste numa forte alavanca para a mudança e um
fator decisivo para a inovação da empresa. O seu papel não se resume a uma automação
dos processos existentes e por si só não permite a obtenção de melhorias de desempenho
da empresa. Conjugada com outras ferramentas, permite a realização de tarefas de forma
mais eficiente e apoia no redesenho de novos processos e mudanças desejadas para o
efeito. (Fonseca, 2014)

O termo Reengenharia de Processos de Negócio surgiu inicialmente nos Estados Unidos


em 1990, e, a partir de então, se difundiu rapidamente pela Europa e os demais continentes do
mundo. Muitas pesquisas têm sido conduzidas a fim de se observar os resultados obtidos, o nível
de interesse, impactos socioeconômicos e possibilidades de generalização de sua utilização.
(RICARDO, 2010)
A Reengenharia e a Qualidade não são antagônicas, pelo contrário, complementares. No
entanto, cada uma tem seu tempo de aplicação e abrangência. A diferença básica entre os dois
paradigmas é que Qualidade lida com processos já existentes dentro de uma empresa, procurando
obter melhoria incremental contínua (o que os japoneses chamam de Kaizen), cujo objetivo é
15

executar melhor o que já se faz, enquanto que a Reengenharia pretende mudanças radicais e
descontínuas dos processos produtivos. A diferença entre qualidade e Reengenharia tem grande
impacto no gerenciamento de mudança (DAVENPORT, 1994).
Segundo (GONÇALVES, 1995) o escopo do processo de Reengenharia pode ser definido
em termos de duas dimensões: a abrangência e a profundidade. A abrangência é definida em termos
de amplitude horizontal com relação à estrutura da empresa. Pode ir de uma única função
organizacional até abranger toda uma unidade de negócios. A profundidade refere-se ao grau de
intensidade das alterações nos seis principais elementos organizacionais: papéis e
responsabilidades; mensuração de resultados e incentivos; estrutura organizacional; tecnologia de
informação; valores compartilhados e habilidades.
Em (GONÇALVES, 1995) resume de forma clara e abrangente a relação profunda entre a
utilização da TI e a Reengenharia:
o Processos de negócios: com a TI interfere-se na própria tecnologia de execução e
de controle dos processos;
o Melhorias drásticas: a TI pode não apenas levar à otimização do processo, mas
também a processos inteiramente novos, com desempenho superior ao dos
processos atuais;
o Redesenho radical: a simulação de novos processos e a exploração de novas ideias
são facilitadas pela TI;
o Reconceituação fundamental: não se fica preso a princípios e conceitos antigos.
Em suma, através da reengenharia de processos pode-se conseguir melhorias no
desempenho das actividades organizacionais. A reengenharia pretende mudanças radicais e
descontínuas dos processos produtivos, e, muitas vezes acompanhadas de Tecnologias de
Informação e Comunicação consegue-se vantagens competitivas nas organizações.

2.1.3.1. Princípios de reengenharia


Para conseguir realizar reengenharia com qualidade, são seguidos os seguintes princípios:
 Vários serviços são unificados;
 As atividades dos trabalhadores são planejadas e executadas por eles;
16

 A ordem natural no desempenho das etapas de um processo é respeitada;


 Os processos têm múltiplas versões;
 O trabalho é realizado onde faz mais sentido;
 As verificações e os controles são reduzidos;
 As reconciliações são minimizadas;
 Gerentes e equipes de caso proporcionam um único ponto de contato entre
organizações e clientes;
 Operações centralizadas ou descentralizadas híbridas prevalecem. (Sancovschi,
1999)

2.1.3.2. Analise da Situação actual (AS IS)


A primeira etapa da modelagem de processos consiste na definição dos processos
organizacionais existentes na instituição, baseada na legislação vigente, na estrutura funcional do
órgão e considerando a sua missão, visão, objetivos e metas, ou seja, seu planeamento.
As principais atividades desenvolvidas nesse estágio são: levantamento e definição dos
fluxos dos processos, atividades e tarefas, orientados por ferramenta informatizada;
levantamento dos insumos e produtos para realização das atividades; identificação dos
responsáveis pelos processos; descrição dos processos em padrões de trabalho, manuais,
instruções e procedimentos, quando necessário; identificação de normas e regras;
identificação de indicadores de desempenho dos processos; e definição de pontos fortes
e oportunidades de melhoria dos processos. (Fonseca, 2014)

Os participantes desse trabalho são as pessoas que realizam o processo no dia-a-dia.


Recomenda-se também a participação de pessoas dos processos fornecedor e cliente.
O mapeamento de processos As Is pode ser feito de algumas formas, dependendo do cenário
e contexto da empresa. As mais usuais são:
• Entrevista: que embora seja a mais usual é desaconselhável, por considerar a visão
de uma única pessoa;
• Observação: quando o documentador se coloca ao lado de quem executa as
atividades;
• Questionário: o qual é enviado ao entrevistado que o devolve preenchido, sendo
este o argumento para o mapeamento de processos;
17

• Reunião JAD: na qual representantes dos envolvidos com o processo se reúnem


em um mesmo local, para a documentação do processo. Esta é, de longe, a mais
adequada, pela rapidez e qualidade do produto gerado. (Mello, 2015)
A metodologia de mapeamento da situação atual define que para garantir uma identificação
real do processo é necessária a participação de todos os seus envolvidos diretamente nos processos,
ou seja, colaboradores, fornecedores, clientes, entre outros.

2.1.3.3. Redesenho de processos – situação


futura (TO BE)
A etapa do redesenho consiste em desenhar uma situação futura ideal (TO BE) a partir do
diagnóstico consolidado, de forma a corrigir, melhorar ou inovar o processo, para aperfeiçoar a
eficiência, a eficácia e a adaptabilidade da situação atual existente. É então a fase de análise e
melhoria dos processos.
Os processos redesenhados deverão ser confirmados por todos os participantes e, assim
como no mapeamento da situação atual, as atualizações aprovadas deverão ser informadas ao
Comitê Gestor existente, que providenciará a atualização do banco de dados corporativo. Para
garantir o monitoramento, deverão ser estabelecidos indicadores de desempenho para cada
processo redesenhado. (Fonseca, 2014)
Os participantes desse trabalho são principalmente as pessoas que executam o processo
no dia-a-dia, as chefias e, quando possível, pessoas que tenham experiências externas e
bem-sucedidas com o mesmo processo, de forma a enriquecê-lo.
Uma vez mapeado o processo, procede-se à identificação das disfunções do processo.
As disfunções mais comuns são: Inadequação de entradas e saídas; falhas na
padronização de informações; Tempos de espera (fluxo parado); Deficiências nas
normas; Encadeamento indevido de atividades; Atividades que não agregam valor;
retrabalho; insuficiência de recursos (pessoal, equipamentos, instalações etc.;
Sobrecarga ou ociosidade de unidades funcionais e trabalhadores envolvidos. (Mello,
2015)

Sendo Vaz (2016), as formas mais comuns para reengenharia de processos são:
• Revisão das actividades;
• Mudança em normas;
• Revisão das entradas e saídas;
18

• Incorporação de TI;
• Adequação de recursos humanos;
• Adequação de infraestruturas.
O redesenho de processos requer um conjunto de fatores atendidos para que possa vir a ser
bem-sucedida. Entre os fatores mais relevantes pode-se destacar:
• Disponibilização de tempo pelas equipes internas;
• Fornecimento de dados e informações (quantitativos e qualitativos) sobre o
desempenho dos processos atuais;
• Priorização do redesenho de processos que tenham impacto relevante sobre as
oportunidades e ameaças críticas;
• Participação dos gestores;
• Apoio dos dirigentes de cúpula da organização;
• Envolvimento das partes interessadas;
• Comunicação intensa ao longo de todo o projeto;
• Condução clara da metodologia pela equipe técnica/consultores. (Vaz, 2016)
Para desenho do processo proposta são utilizadas anotações em BPMN, de modo a
apresentar a todos intervenientes no processo.

2.1.4. Maturidade de processos

A gestão por níveis de maturidade surgiu no final da década de 80 através da definição do


modelo de maturidade (Humprhrey, 1987). Este modelo foi desenvolvido pela SEI (Software
Engineering Institute) como resposta a uma solicitação do departamento de defesa dos Estados
Unidos sobre um método que permitisse a avaliação de seus fornecedores de software.
De modo a tornar a instituição apta à implantação de uma solução tecnológica de
gerenciamento de processos, a Object Management Group – OMG (13) desenvolveu um modelo
de maturidade de processos de negócio, o Business Process Maturity Model. O modelo proposto
encontra-se dividido em cinco níveis de maturidade, assim como os demais modelos baseados no
Process Maturity Framework – PMF apresentado por Paulk e cols. (1995). Cada um de seus
19

estágios representa a maneira como a organização é transformada na medida em que seus processos
e capacidades são aperfeiçoados.

2.2. Governação eletrónica

2.2.1. Conceito

O conceito de governo é plenamente discutido em conjunto com as argumentações levadas


acerca do que vem a ser Estado. O estado foi objeto de estudo desde Hobbes, Maquiavel, Hegel,
passando por Marx, Engels e Bakunin dentre outros filósofos, economistas e cientistas sociais.
Segundo Acquaviva (2000), a palavra Estado apresenta vários sentidos inconfundíveis.
Sabe-se, todavia, que o estado é uma entidade necessária e condicionante dos governos. As
conceituações são tantas quantos os autores que as formulam.
Nessa ótica, pode-se dizer que o governo é a representação do Estado para desenvolver suas
funções, sendo também conhecido como Administração Pública. A Administração Pública pode
ser definida objetivamente como a atividade concreta e imediata que o governo desenvolve para a
consecução dos interesses coletivos, e subjetivamente como o conjunto de órgãos e de pessoas
jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado. Assim, o ato de
administrar interesses públicos é realizado pelo governo, ou seja, pelo conjunto de indivíduos que
administra superiormente um Estado. (Daniel de Araújo Martins, 2008)
Segundo Castro (2006), o governo, tradicionalmente calçado no modelo burocrático de
administração, foi submetido a grandes questionamentos a partir da década de 70 que
colocaram este modelo em xeque no mundo todo, seja sob o ponto de vista econômico,
social ou administrativo. Foi um período em que o mundo atravessou uma aguda crise
fiscal, com os governos encontrando dificuldades para o financiamento e a população
se insurgindo contra o aumento de impostos. A globalização chegava e, com ela,
inovações tecnológicas, enfraquecendo o controle dos governos em relação aos fluxos
financeiros e comerciais. Os governos tinham menos poder e menos recursos e
aumentavam as demandas da população. Então, o modelo burocrático, baseado em
organização dirigida por procedimentos rígidos, forte hierarquia, total separação entre
o público e o privado e ênfase nas atividades meio, não mais atendia às necessidades da
Administração Pública, fazendo emergir a administração pública gerencial.
20

Para a Comissão Europeia, governança refere-se às regras, processos e comportamentos


através dos quais os interesses são articulados, os recursos são geridos e o poder é exercido na
sociedade.
De acordo com o Banco Mundial (1989) a Governação é o exercício do poder político para
gerir os recursos económicos e sociais de um país para o desenvolvimento. Portanto, este conceito
é mais generalizante, o qual usaremos como referência em todas as nossas intervenções sempre que
pretendermos analisar a governação.
A Governação electrónica pode ser definida como sendo a aplicação das TICs para
governação através da difusão de informações de utilidade pública e provisão de serviços públicos
aos cidadãos, ao empresariado e à sociedade civil em geral.

Figura 5: Definição de Governação Eletrónica


Fonte: e-Africa – Building e-Governance Capacity in African Countries, 2003

Governo eletrônico são as transformações das relações internas e externas do setor público, por
meio de operações apoiadas em tecnologia da informação, telecomunicações e internet, com o
objetivo de melhorar os serviços prestados ao cidadão, aumentar sua participação no governo e na
sociedade, e tornar eficientes seus serviços internos. (DREYFUSS, 2002)
21

O governo eletrônico pode ser entendido como uma das principais formas de modernização
do estado e está fortemente apoiado numa visão do uso das novas tecnologias para a prestação do
serviço público. (BARBOSA, FARIA; PINTO ,2004)
O Governo Electrónico significa uma evolução na governação: uma transformação que
ajuda os cidadãos e o sector privado a encontrarem oportunidades na nova economia de
conhecimento. Para ter êxitos e ser efectivo, o Governo Electrónico deve ser parte de um programa
mais alargado de reforma do Governo e do Sector Público em geral — nos aspectos de como
funciona, como gere a informação, como gere as funções internas, como serve os cidadãos e o
sector privado. Governo Electrónico é uma oportunidade para repensar o papel do Governo e pode
tornar-se numa ferramenta para catalisar o desenvolvimento económico e a boa governação.
Importa, no entanto, reconhecer que o Governo Electrónico por si só não leva de imediato ao
desenvolvimento económico, disponibilização de serviços públicos e redução dos custos
operacionais ou à transparência e eficiência dos Governos, nem é necessariamente um
acontecimento que vá de imediato alterar a natureza do Governo. Tais transformações apenas
acontecem quanto a adopção das tecnologias é acompanhada de vontade política e de mudança de
atitude. (Republica de Mocambique, 2006)
Segundo as Nações Unidas, a governação electrónica deve assentar-se em 05 princípios de
base:
 Fornecimento de serviços segundo à exigência dos cidadãos;
 Acessibilidade aos serviços disponibilizados;
 Promoção da inclusão social;
 Fornecimento de informação de maneira responsável; e
 Utilização das TIC’s e dos Recursos Humanos de maneira eficiente e eficaz.
(Estudos de Caso de Boa Governanca Coorporativa, 2006)

2.2.2. Plataformas do Governo Eletrónico

Os governos usam a tecnologia para melhorar o acesso e a prestação de serviços em


benefício aos cidadãos, parceiros de negócios e funcionários. Existem 4 modelos básicos:
• Governo para Governo (G2G) - O G2G refere-se ao compartilhamento de dados
22

e à realização de trocas eletrônicas a níveis provincial e local.


• Governo para Cidadão (G2C) - Governo para cidadão também conhecido como
governo para consumidor refere-se às iniciativas projetado para facilitar a interação
das pessoas com o governo como consumidores de serviços e como cidadãos.
• Governo para Empresas (G2E) - Governo para Negócios e Negócios para
Governo refere-se às interações eletrônicas entre agências governamentais e
empresas privadas. (United Nations, 2003)

2.2.3. Estágios do Governo Eletrónico

A experiência global identifica quatro fases de desenvolvimento do Governo Electrónico:


(1) habilitação web de base; (2) interacção nos dois sentidos (pergunta/resposta); salto
impulsionado pela tecnologia para (3) transacções electrónicas completas; e salto cultural e
organizacional para (4) transformação num sistema completamente integrado de prestação de
serviços públicos. Cada país desenvolve-se passando por estes estágios, com base no seu contexto
próprio, no seu ponto de partida e nos recursos disponíveis. (Republica de Mocambique, 2006)

Figura 6: Estágios do Governo Eletrónico


Fonte: Republica de Mocambique, 2006
23

2.2.4. Benefícios do Governo Eletrónico

Entre os principais impactos da Governação Electrónica destacam-se:


• Maior disponibilidade, qualidade e conveniência dos serviços prestados aos
cidadãos e empresas;
• Aumento de eficácia da Administração Pública e do Estado;
• Aumento da eficiência, ou seja, maior rapidez, maior segurança e menor utilização
de recursos pela Administração Pública e pelo Estado;
• Aumento da transparência da Administração Pública e do Estado perante os
cidadãos, que podem receber mais informação e de maior qualidade, e perante os
decisores políticos, que podem monitorizar melhor a acção da Administração
Pública e do Estado;
• Aumento dos níveis de responsabilização das instituições e funcionários;
• Redução dos custos do funcionamento interno e da prestação dos serviços da
Administração Pública e do Estado aos seus diferentes “clientes”. (Governo de
Angola, 2013)
Todos países ao redor do mundo têm tentado criar iniciativas de modo a flexibilizar os
serviços de acesso à informação pelos cidadãos, com auxílio de sistemas de informação. A seguir
serão apresentados casos de sucesso de alguns países na implementação da Governação eletrónica.

2.2.5. Governação eletrónica em Estónia

Um dos casos de sucesso da implementação de governação eletrónica foi em Estônia, que


implementou muitas soluções tecnológicas em prol da governação electrónica, nomeadamente:
votar nas eleições a partir do conforto da própria sala de estar; apresentar impostos de renda em
apenas cinco minutos; assinar contratos juridicamente vinculativos pela Internet, de qualquer lugar
do mundo, através do telefone celular; centralização de dados de saúde e escolares dos cidadãos;
os empresários podem registrar empresas em apenas dezoito minutos, verificar registros vitais da
empresa, propriedade e legais on-line, e até mesmo integrar seus próprios serviços seguros com os
oferecidos pelo estado. A interação entre as agências governamentais e entre o governo e os
24

cidadãos foi completamente transformada na e-Estônia, tornando a burocracia uma coisa do


passado e tornando o funcionamento de todos os níveis de governo mais eficiente do que nunca.
(E-estoni, 2017)

2.2.6. Governação eletrónica em Cabo-Verde

Outro exemplo de governação electrónica encontra-se em Cabo Verde. Cabo Verde está
entre os cinco países africanos no domínio da Governação Electrónica.
A Governação Electrónica assume-se como um dos principais motores da transformação de
Cabo Verde, tanto pelo seu contributo para o desenvolvimento da Sociedade da Informação, como
pelo seu papel na modernização do Estado. Neste contexto, a Governação Electrónica assume por
inteiro as mensagens apresentadas no prefácio do PESI e que, se resumem no seguinte:
 A Governação Electrónica é uma opção estratégica para Cabo Verde;
 A Governação Electrónica tem um efeito transformacional;
 Os custos da não atuação são elevados;
 Atuação ampla a nível da ciber-cidadania;
 É necessário remover bloqueios existentes;
 É preciso agir decisivamente; (Republica de Cabo Verde, 2005)

Figura 7: A Governação Eletrónica no âmbito da Sociedade da Informação em Cabo Verde


Fonte: (Republica de Cabo Verde, 2005)
25

Cabo Verde posicionou-se como o Leader de África, onde estão ainda Nigéria, Gana,
Senegal, Gambia, Togo, Libéria, Mauritânia, Bénin, Côte d'Ivoire, Mali, Burkina-Faso, Guiné-
Bissau, Serra Leoa, Nigéria. E como quinto país africano encontram-se a África do Sul, as
Maurícias, as Seychelles, o Egipto e Cabo Verde. (ACDH, 2014)

2.2.7. Governação eletrónica em Brasil

Em países como Brasil, o uso de tecnologias de informação para controle de produção


Industrial tem sido uma das apostas para a governação eletrónica.
As ações implementadas pelo Brasil, no âmbito da Governação Eletrónica são as
seguintes: certificação digital; Portal da Transparência; votação eletrônica; pregões
eletrônicos e Portal da Previdência Social. Além disso, analisam-se as implicações da
inclusão digital sobre as demais ações previamente observadas. A certificação digital
pode ser definida como “atividade de reconhecimento em meio eletrônico que se
caracteriza pelo estabelecimento de uma relação única, exclusiva e intransferível entre
uma chave de criptografia e uma pessoa física, jurídica, máquina ou aplicação. Esse
reconhecimento é inserido em um Certificado Digital, por uma Autoridade
Certificadora”. (Lamartine Vieira Braga, 2008)

Atualmente, existe uma série de serviços que usam aplicações da certificação digital por
intermédio da ICP-BRASIL, entre os quais se destacam:

• Sistema de Pagamentos Brasileiro – responsável pela gestão do processo de


compensação e liquidação de pagamentos por meio eletrônico, ligando as
instituições financeiras credenciadas ao Banco Central do Brasil;
• Tramitação e assinatura eletrônica de documentos oficiais, por ministros e pelo
presidente da República, para publicação no Diário Oficial da União;
• Nota Fiscal Eletrônica;
• Registro de operações e prestações de impostos federais pela internet;
• Consulta da situação dos contribuintes na base da Receita Federal;
• Assinatura de contratos de câmbio e apólices de seguros;
• Portal de Compras do Governo Federal;
• Sistemas estruturadores do Governo Federal;
• Internet banking e mobile banking;
• Acesso ao Sistema de Comércio Exterior. (Lamartine Vieira Braga, 2008)

O Brasil implementou diversas soluções tecnológicas, promovendo uma governação


inclusiva e participativa, em todos os estados do Governo.
26

2.2.8. Governação eletrónica em Portugal

Em Portugal têm sido implementadas varias soluções para governação eletrónica, o que fez
Portugal encontrar-se em vigésimo sétimo lugar no ranking de implementação de governação
eletrónica na Europa. (Uniao Europeia, 2017)
Em Portugal foram utilizados os seguintes princípios para modernização da
administração:
• Simplificação e desburocratização;
• Cartão do Cidadão;
• Eliminação de formalidades;
• Programa Legislar Melhor;
• Melhoria do atendimento;
• Princípio do Balcão Único (multicanal);
• Lojas do Cidadão | Lojas do Cidadão de 2ª geração;
• Serviços online (Portal do Cidadão e Portal da Empresa);
• Desmaterialização;
• Desmaterialização de processos, nomeadamente judiciais;
• Compras públicas por via eletrónica (ANCP);
• Desmaterialização de documentos;
• Literacia tecnológica;
• Avaliação de desempenho;
• Racionalização;
• Centros de serviços partilhados;
• Descentralização de serviços da administração central;
• Segurança;
• Autoridade de certificação electrónica do Estado;
• Passaporte eletrónico. (Uniao Europeia, 2017)

O Trabalho realizado em Portugal, trouxe os seguintes resultados:

• Mais de 57.000 Empresas na Hora criadas desde Jul’05;


• Mais 1,2 milhões publicações online de actos da vida das empresas -
93% dos pedidos de marca nacional são realizados online;
• Mais de 405 mil IES enviadas em 2007 - Mais de 76% do total dos bebés
nascidos nos hospitais aderentes “nasceram cidadãos”;
• Mais de 12 mil procedimentos “casa Pronta” realizados até Jun’08;
• 781 Associações criadas na Hora;
• Documento Único Automóvel: emitidos mais de 5 milhões até Jun’08;
• 51 mil registos de novos proprietários de automóveis realizados online;
• Cartão do Cidadão: 105 mil emitidos até Jun’08
• Certidões permanentes: mais de 870 mil certidões permanentes de
registo comercial emitidas. (Fórum Vale do Minho Digital , 2008)
27

2.2.9. Governação eletrónica em Kenya

O governo queniano aprovou a estratégia do governo eletrônico em 2004, fazendo o início


da jornada do governo eletrônico. Em 2006, a política nacional de TIC foi aprovada pelo Ministério
da Informação e Comunicações (MoICT). Desde então, o governo iniciou vários sistemas de
governo eletrônico com o objetivo de aumentar a eficiência, a transparência e a democracia na
administração pública. Alguns exemplos são o e-Registry para registro de empresas, aplicativo de
passaporte e sistema de processamento, e G-pay. "O objetivo geral do governo eletrônico é tornar
o governo mais orientado para resultados, eficiente e centrado no cidadão". Após a adoção do
roteiro da Visão 2030, o Quênia experimentou em grande parte dinamismo no setor de
telecomunicações, portanto, os planos de desenvolvimento nacional buscaram aproveitar a
exploração de seu potencial promovendo a terceirização de processos de negócios e serviços
habilitados por TI (ITES). (Wamoto,2016)
O governo do Quênia embarcou na adoção de tecnologia pesada e na digitalização de
seus serviços. Formou a TIC Authority - uma empresa estatal encarregada de
racionalizar e racionalizar a gestão de todas as suas funções. O órgão reforça os padrões
de ICT no governo e aprimora a supervisão de sua comunicação eletrônica. As
iniciativas digitais iniciadas pelo governo incluem a emissão de identidade digital de
nova geração. As carteiras de identidade colocam em documento único informações
pessoais da administração fiscal, registrador de veículos automotores e do registrador
de pessoas. Os cartões fornecem ao país uma plataforma de identidade nacional que será
a pedra angular da estratégia de segurança, melhorando o processo de identificação e
adotando um banco de dados nacional preciso. O governo queniano também lançou o
registro biométrico para funcionários públicos com o objetivo de erradicar
trabalhadores fantasmas que ganham salários duplos de diferentes ministérios e outros
que recebem salários de funcionários públicos, mas não estão mais trabalhando.
(MWANGI, 2015)

O parque tecnológico Konza é outra iniciativa que mostra que o governo está interessado
na adoção de tecnologia. O principal objetivo do parque é promover a aquisição e o uso de TIC e
promover uma boa governança de TIC (Anthopoulos, 2015).
28

2.2.10. Governação eletrónica em Moçambique

Em Moçambique, foi traçada uma política para o Governo eletrónico em 2006. O


surgimento da política de e-Gov deve ser analisado tendo em conta o percurso sociopolítico,
associado às condições da infraestrutura tecnológica e comunicacional do país. Moçambique foi
persuadido a juntar-se às iniciativas internacionais desencadeadas por países do capitalismo central
para a construção de infraestruturas de informação e do discurso da SI aprovando, em 2000, a
Política de Informática e tendo o projeto de governo eletrônico como seu principal instrumento de
aplicação. Nesse sentido, o e-Gov foi implementado e ganhou uma crescente aceitação na prática
da governação. Para o governo, o e-Gov constitui o instrumento mais adequado para a colocação
dos serviços público são alcance do cidadão a qualquer momento e em qualquer lugar, para uma
prestação de serviços mais eficaz e eficiente e menos dispendiosa, e para a redução da burocracia
e oportunidades de corrupção. (MOÇAMBIQUE- ESTRATÉGIA DE GOVERNO
ELETRÔNICO, 2005).
A estratégia de e-Gov em Moçambique foi desenhada especificamente para apoiar a
terceira fase da Reforma do Setor Público, programada para o período 1990-2011. Tal reforma é
caracterizada pela revisão do modelo do setor econômico até então vigente e mudança dos
princípios básicos que o nortearam, resultando, mais tarde, na implementação do Programa de
Reabilitação Económica (PRE), que gerou uma grande mudança do próprio papel definido para o
Estado. Nesta fase é notória a preocupação do Estado em criar condições básicas para uma mudança
de atitude, planeamento e gestão, bem como a introdução de medidas de curto prazo e impacto
imediato, capazes de dignificar a imagem do setor público. O objetivo fundamental da política de
e-Gov em Moçambique é de, melhorar a prestação de serviços públicos, usando o poder das TIC,
por meio das quais o cidadão, em qualquer área da governação ou da atividade socioeconômica,
pode exercer o direito de aceder, processar e extrair a informação que achar necessária para as suas
realizações, bem como interagir e efetuar transações online com o governo. (UNIDADE TÉCNICA
DE IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE INFORMÁTICA, p. 1).
A realização do Direito de acesso à informação pelos moçambicanos foi eleita um dos temas
principais de pesquisa da associação Centro de Direitos Humanos (ACDH), em virtude da sua
importância para a materialização de outros direitos humanos. (ACDH, 2014)
29

Visão da Estratégia De Governo Electrónico: A Estratégia De Governo Electrónico dará


a qualquer moçambicano em qualquer área da governação, em qualquer sector da
economia, e a qualquer nível da sociedade, o direito de aceder, processar e aplicar toda
a informação necessária para cada um alcançar o máximo do seu potencial como
indivíduo dotado de conhecimento, um cidadão responsável e um competidor global.

São objectivos gerais da Estratégia de Governo Electrónico: a. Melhorar a eficiência e


a eficácia na prestação de serviços públicos. b. Assegurar a transparência e
responsabilidade dos servidores públicos; e c. Dar acesso à informação para melhorar
as actividades do sector privado e simplificar a vida dos cidadãos.

A Estratégia de Governo Electrónico requer:

• A conectividade e a interoperabilidade funcional de uma hierarquia de agências


governamentais, seus sistemas de informação, e da informação com que elas
lidam;
• Mecanismos através dos quais se possa garantir que as suas actividades são
seguras, legais, honestas e susceptíveis de seguir até à sua origem; e
• Pessoas competentes pares usarem, administrar e manter os sistemas
informáticos. Para que isto aconteça, existem três elementos chave: uma
plataforma comum de comunicação; políticas e regulamentos e capacitação
institucional e humana. (Republica de Mocambique, 2006)

Com base na metodologia acima exposta, foram identificadas as seguintes áreas prioritárias:
• Provisão de uma Plataforma Comum de Comunicação para todos os órgãos do Sector
Público;
• Provisão de um Sistema Financeiro Seguro para todos os órgãos do Sector Público;
• Integração e otimização do Registo de Terra e Propriedade: dados e sistemas no
Governo tornados mais transparentes para o cidadão e para o sector empresarial;
• Integração dos dados e sistemas de identificação civil para se ter uma referência comum
para o Governo e tornar a vida mais fácil para os cidadãos e as empresas;
• Integração e otimização dos sistemas de registo e licenciamento de empresas e outras
entidades legais para se ter uma referência comum para o Governo e tornar a vida mais
fácil para os cidadãos, as empresas e outras entidades legais;
• Integração e otimização de dados e sistemas entre os Órgãos Centrais e Provinciais do
Estado para facilitar a descentralização. (Republica de Mocambique, 2006)
30

Em Moçambique têm sido criadas várias iniciativas em prol da governação eletrónica,


nomeadamente:
• E-Sistafe – sistema informático desenvolvido sob tutela do Ministério da Economia
e Finanças, permite realizar pagamentos a entidades e funcionários públicos, assim
como controle do orçamento do Estado.
• Sistema de Gestão de Registo Civil – sistema informático que permite registo de
dados de nascimento, matrimônio, óbito; assim como emissão de diversos
documentos pessoais e biométricos dos cidadãos.
• Plataforma e-Baú – sistema para cadastro e licenciamento de actividades
económicas. Este sistema encontra-se em funcionamento em todas provinciais e
permitiu diminuir o tempo de espera para emissão de licenças de actividades
comerciais. Neste momento encontra-se em fase de expansão para outros sectores
de actividade.
• Plataforma da Conservatória de Registo de entidades legais – tutelado pelo
Ministério da Justiça, permite registar nomes de entidades legais, emissão do
registro de empresas em nome individual, sociedades, consórcios e muito mais. O
sistema de informação permitiu a emissão dos presentes documentos em tempo real.
• Controle da actividade pesqueira – permite monitorar dados estatísticos da produção
pesqueira;
• Sistema para controle da actividade mineira – permite monitorar os dados de
cadastro, licenciamento e estatísticas da actividade mineira em Moçambique.
• Municípios – os municípios têm investido em sistemas de informação para melhorar
os serviços ao cidadão: controle de receitas e orçamento, comunicação, e outras
actividades;
• Educação, Ensino Superior e Técnico-Profissional – tem sido criado sistemas de
informação para controle dos dados do Ensino no país.
31

2.3. Monitoria de dados da Governação

Monitoria consiste em acompanhamento rotineiro e sistémico de:


• De informações sobre um programa/projecto e seus respectivos produtos, resultados
e impactos esperados.
• Medição de progresso para alcançar os objectivos de um programa/projecto; em
geral envolve relatar/contar “o que se está fazendo”.
• Dos custos e do funcionamento de um programa/projecto.
• Para provisão continua de informações para serem utilizadas na avaliação de um
programa/projecto. (Conselho Nacional de Combate ao HIV-SIDA)
A monitoria é um instrumento de gestão cujo objectivo é acompanhar as acções e o
cumprimento das metas propostas e dos avanços alcançados pelo projecto/programa, num
determinado período, de modo sistematizado, contínuo e permanente. A monitoria difere do
simples acompanhamento, por adoptar mecanismos que possibilitam a detecção de desvios entre o
que foi planeado e o que foi executado, ao longo da implementação do projeto/programa.
Monitoramento: tem o propósito de subsidiar os gestores com informações mais simples e
tempestivas sobre a operação e os efeitos do programa, resumidas em painéis ou sistemas de
indicadores de monitoramento (Jannuzzi, 2009).
A monitoria tem por objectivo contribuir para a obtenção dos resultados desejados nos
programas do Plano Plurianual e apoiar os gerentes nos processos que integram o ciclo de gestão.
Tem por função, gerar informações relevantes quanto à execução dos programas de governo,
visando:
• Aprimorar a gestão dos programas, promovendo a aprendizagem organizacional;
• Auxiliar a tomada de decisão;
• Prestar contas à sociedade;
• Subsidiar as avaliações dos programas e planos de governo;
Monitoria da Governação consiste, fundamentalmente, na recolha de dados sobre como
decorre a Governação (administração e gestão do país), durante a formulação e/ou
implementação de políticas públicas, com vista a influenciar futuras decisões (ou
políticas públicas) que vão de encontro às necessidades da população ou do país. A
Monitoria da Governação é realizada para que os cidadãos conheçam como estão sendo
32

implementadas as Políticas Públicas e como é executado o Orçamento do Estado (OE).


Desta forma, a Sociedade Civil pode verificar em que medida as políticas e os planos
definidos, as leis, regulamentos e os programas estão a ser implementados e, por outro
lado, verificar se essas políticas, planos, leis, regulamentos e programas favorecem
efectivamente o cidadão, prevenindo ou evitando, deste modo, a corrupção ou a má
aplicação dos fundos.

A monitoria (acompanhamento) da governação é um processo em que intervêm vários


actores interessados no processo da governação no país. Ela requere, entre outros
aspectos, a cordenação e descriminação de actividades que se pretendem monitorar, a
realização de acordos institucionais (isto é, com outras instituições) que visem, entre
outros aspectos, a definição clara de papéis e responsabilidades das pessoas envolvidas,
assim como, a elaboração e divulgação dos relatórios resultantes da monitoria, com vista
a tomada de conhecimento sobre o processo de governação e a advocacia para a inclusão
de estratégias que visem a melhoria do próprio processo. (MASC - MECANISMO DE
APOIO A SOCIEDADE CIVIL, 2010)

A monitoria auxilia na verificação se os resultados planificados estão sendo atingidos em


um projecto. A elaboração do Plano de Monitoria precisa ter em atenção três passos,
concretamente:
• Recolha de dados;
• Análise de dados;
• Influência nas decisões sobre Políticas.

2.3.1. Recolha de dados

Dado é qualquer elemento identificado em sua forma bruta, que, por si só, não leva ao
entendimento de um fato ou de uma situação que se está analisando. Já a informação é o dado após
ter sido trabalhado, refinado e sistematizado para ser utilizado como base para a tomada de decisão.
Os dados são classificados em dados primários e dados secundários. Os dados primários
são aqueles que são especificamente recolhidos para o estudo em questão. Por seu turno, os dados
secundários são aqueles que já existem, que já estão publicados.
Segundo (MASC - MECANISMO DE APOIO A SOCIEDADE CIVIL, 2010), o primeiro
passo é a Recolha de Dados, que inclui os seguintes aspectos:
• Identificar o problema a monitorar;
33

• Definir os objectivos do processo de monitoria - neste momento a equipe devera


identificar a partir da sua matriz de planeamento quais são os resultados e impactos
esperados pela implementação do projeto. Esses devem refletir as metas previstas
no projeto (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE Brazil, 2006);
• Definir os indicadores para monitoria
Conforme descrito por Armani, “os indicadores são os padrões ou sinais que nos
indicam se alcançamos nossos propósitos” (Armani, 2000), isto é, são instrumentos
utilizados para medição do alcance de determinadas metas ou objetivos. De uma
forma geral, ele visualiza a qualidade, a quantidade, a direção e a forma das
mudanças de um parâmetro definido no planeamento do projeto.
Os indicadores devem ser específicos, credíveis, seguros, independentes um do
outro, relevantes, verificáveis e sensível quanto a desigualdade social. (PMI, 2016)
• Planejar a coleta e organização das informações
Nesta etapa da elaboração do plano de monitoria devemos definir quando, onde, como
e quem levantará os indicadores que responderão nossas perguntas chave. Decidir sobre
a frequência de coleta, as informações que alimentarão os indicadores, onde as
informações serão coletadas, como iremos levantar essas informações, e quem serão os
responsáveis pela coleta das informações. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Brazil, 2006)

2.3.2. Analise de dados

Na perspetiva e Guba e Lincoln (1988), todo o processo de pesquisa precisa de apresentar


um valor próprio, aplicabilidade, consistência e neutralidade de forma a ter valor científico. Assim,
o rigor procurado, usando um paradigma quantitativo, é conseguido usando critérios de validade
interna e externa, fiabilidade e objectividade, num paradigma qualitativo procura-se a
confiabilidade usando como critérios a credibilidade (ou seja, a capacidade de os participantes
confirmarem os dados), a transferibilidade (ou seja, a capacidade de os resultados do estudo serem
aplicados noutros contextos).
A analise de dados tem como objectivo:
34

• Ordenar, organizar e interpretar os dados obtidos de modo a seja possível extrair


informação.
• O resultado deste processo irá contribuir para a justificação do projecto
• E necessário que se mantenha a atitude de “mente aberta” para evitar a possível
perda de informação importante ou complementar – Ou seja, não se deve minimizar
a importância de qualquer dado obtido (APMG, 2015)
Para analise de dados são utilizadas diversas ferramentas, como:

Figura 8: Ferramentas para analise de dados


Fonte: (APMG, 2015)
A Monitoria da Governação tem por objectivo retro informar ou fornecer informações aos
fazedores de Políticas Públicas, gestores, administradores e a sociedade civil sobre o processo de
implementação das Políticas Públicas. O processo de retro informação é uma forma de
disseminação dos resultados da monitoria de para se saber se se está num bom caminho ou se há
necessidade de definir novas estratégias para o alcance dos objectivos preconizados. Os resultados
podem ser divulgados à sociedade em geral e/ou a um grupo restrito, por exemplo, aos governos
distritais, provinciais ou aos ministérios, visando influenciá-los para a mudança da política ou da
forma da sua implementação. (MASC - MECANISMO DE APOIO A SOCIEDADE CIVIL, 2010)
Existem diversas ferramentas para o processo de analise de dados qualitativos e
quantitativos. Qualquer ferramenta utilizada no processo de analise de dados deve ser de utilidade
para o processo de tomada de decisão.
35

2.3.3. Sistemas de Informação para Monitoria

O desenvolvimento de um sistema electrónico nacional de monitoria e avaliação (M & A)


tem como objectivo principal recolher os dados de forma eficaz, e fornecer informações de
qualidade em tempo oportuno e análises que permitam às autoridades:
 controlar de forma eficiente e eficaz a execução e o impacto dos programas;
 alocar recursos para os programas e entre esses;
 identificar os problemas operacionais e estruturais, que requerem melhor gestão;
 (4) implementar as prioridades nacionais e dos programas. (I-TECH, 2010)
O Sistema de Monitoria e Avaliação, embora contenha todos os dados de um Plano de
Monitoria, é mais complexo do que ele por estar automaticamente associado a um Sistema de
Informações do Programa ou Projeto (SIP), que contém os meios e instrumentos para coletar,
analisar e avaliar dados e informações, comparativamente às metas planejadas, ou a padrões de
desempenho ou de cumprimento previamente estabelecidos. Isso quer dizer que ele se apoia em
um Sistema que coleta, analisa e transforma dados em informações que vão ser utilizadas na
estrutura de decisão para apoiar e orientar o processo gerencial na otimização de ações e recursos,
além de dar o suporte para todo o processo de ajuste do projeto ou programa.
Ao elaborar um SMA deve-se identificar quem serão os agentes envolvidos com o Sistema
de Informações Turísticas do Programa e com a aplicação desse Sistema. Pode-se dizer que um
SMA conta, no mínimo, com quatro grupos distintos de agentes envolvidos com o Sistema de
Informações, que irão alimentar o SMA. São eles:
• quem produz as informações;
• quem coleta, processa e ordena as informações;
• quem gerencia o sistema;
• quem faz uso do sistema. (Ministério do Turismo Brazil, 2007)
Em sistemas de informação e utilizado o conceito de Business Inteligence para auxilio a
monitoria. Business Intelligence é definido como "conhecimento adquirido sobre um negócio
através do uso de várias tecnologias de hardware / software que permitir que as organizações
transformem dados em informações”. (IBM, 2007)
36

A estratégia de M&A envolve organizar, estruturar e convencer o resto da empresa a


ver a inteligência como uma função central. Esta é uma das mudanças culturais mais
importantes que uma organização precisa fazer. Etapas fáceis, como fornecer uma linha
direta de inteligência ou um site de inteligência, pedir ajuda em toda a organização, criar
uma comunidade de inteligência virtual e interagir positivamente com a força de vendas,
podem começar a ajustar o clima; mudar a cultura leva muito mais tempo, mas deve
começar com essas simples alterações comportamentais. Ao falhar em coordenar e
priorizar a função de inteligência, as empresas aumentam o risco de fracasso em
qualquer empreendimento, mas de maneira mais significativa no jogo de fusões e
aquisições, onde há muita coisa em risco na empresa. Avaliações de risco raramente
reconhecem que o maior risco para uma organização é o fracasso em aproveitar o
potencial intelectual, que existe dentro da empresa, de olhar para frente e para aplicá-lo
em todos os empreendimentos corporativos, incluindo o processo de aquisição ou fusão.
(Brady, 2015)

Business intelligence (BI) é um termo abrangente para estratégias, tecnologias e


informações, sistemas utilizados pelas empresas para extrair dados grandes e diversos, de acordo
com a cadeia de valor, relevante para apoiar uma ampla gama de decisões de negócios operacionais,
táticos e estratégicos. A sustentabilidade, como parte integrante do negócio corporativo, implica a
integração do novo abordagem em todos os níveis: modelo de negócio, sistema de gestão de
desempenho, business intelligence projeto e modelo de dados. Ambas as questões de business
intelligence apresentadas neste documento representam contribuição do autor na modelagem de
dados para apoiar outras abordagens de BI em iniciativas de sustentabilidade. A modelagem
multidimensional tem sido usada para fundamentar as propostas e para introduzir os principais
indicadores de desempenho. A démarche é fortalecida com a implementação aspectos e exemplos
de relatórios. Mais do que nunca, na era do Big Data, reunindo negócios métodos de inteligência e
ferramentas com sustentabilidade corporativa são recomendados. (Muntean, 2017)
Em Moçambique, foi desenvolvido um sistema informático para monitoria e avaliação
de dados da saúde. Desde o início de 2012, a Jembi-MOASIS junto com a CDC, o seu
parceiro principal, e outras Organizações não-governamentais norteamericanas (ITECH
e UCSF), tem estado profundamente envolvida no apoio a gestão do projecto do
Ministério da Saúde de Moçambique denominado Sistema de Informação para Saúde
de Monitoria e Avaliação (SIS-MA). O SIS-MA tem como principal objectivo suportar
a recolha, análise, interpretação e disseminação contínua e sistemática dos dados de
saúde que são utilizados para definição e monitorização das políticas de saúde pública
a partir de todos os distritos de Moçambique para a capital do país através das províncias
de acordo com a organização hierárquica da estrutura orgânica do Ministério da Saúde
37

de Moçambique. O projecto ira cobrir mais de 150 sítios ao longo do país com
instalações online, formação e suporte. (MOASIS, 2015)

No âmbito da implementação do Plano Nacional de Desenvolvimento de RHS, 2008-2015,


o Ministério da Saúde prevê o estabelecimento de um sistema de informação integrado em recursos
humanos da Saúde. É componente deste projecto a disponibilização da informação actualizada
sobre os Recursos Humanos da Saúde para os gestores. Neste sítio é possível encontrar informação
sobre efectivo, gestão, formação contínua, formação inicial de Recursos Humanos de Saúde.
(Ministerio da Saude, 2018)
Em Moçambique, muitos projectos de entidades estatais, assim como de organizações não-
governamentais ou da sociedade civil implementam projectos que tem como objectivo trazer
impactos significativos para a comunidade. Porem caso não exista monitoria e avaliação dos
projectos, não será possível verificar o grau de completude dos resultados esperados para o
projecto, assim como a verificação do impacto do projecto na comunidade. Com o auxilio de um
sistema de informação de monitoria será possível melhorar o acompanhamento dos projectos a
nível das províncias, distritos e a verificação dos indicadores do projecto.
38

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Metodologia cientifica é a disciplina que vai dá as condições iniciais para que o aluno
perceba e compreenda de que forma os saberes espontâneos e os científicos se relacionam com a
vida em sociedade. O presente capitulo tem como objectivo indicar as diretrizes que irão orientar
a pesquisa, de modo a conseguir obter o resultado esperado. Serão indicados os métodos, técnicas
e ferramentas utilizadas para colecta e analise de dados.

3.1. Caracterização da Pesquisa

A análise foi realizada seguindo uma metodologia qualitativa, pois privilegia a análise de
microprocessos, através do estudo das ações sociais individuais e grupais, realizando um exame
intensivo dos dados, e caracterizada pela heterodoxia no momento da análise. Durante a pesquisa
qualitativa serão utilizadas estatísticas descritivas sobre a implementação de governação eletrónica,
com a realização de pré-teste, utilizando questionário com perguntas abertas de modo a perceber a
situação actual da Direção Nacional da Indústria e os constrangimentos enfrentados no processo de
monitoria da produção Industrial no país.
Do ponto de vista da natureza esta pesquisa enquadra-se de forma: Pesquisa aplicada, pois
tem como objetivo a utilização de toda informação disponível para a criação de novas tecnologias
e métodos, transformando a sociedade atual em que vivemos.

Do ponto de vista dos objetivos enquadra-se na forma: Pesquisa explicativa, pois visa
identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos.

Quanto aos procedimentos técnicos enquadra-se na forma: Pesquisa participante, pois


haverá interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas e levantamento, pois
envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.
39

3.2. Amostra da Pesquisa

Este trabalho desenvolveu-se nas províncias de Maputo-Cidade, Maputo-Província, Gaza e


Inhambane. Foram consultados 4 profissionais em cargos administrativos na sede da Direção
Nacional da Indústria e 10 técnicos de colecta de dados nas direções provinciais, assim como foram
inqueridos 5 responsáveis de Indústrias que fazem parte da amostra da Direção Nacional da
Indústria, perfazendo um total de 19 inqueridos. Todos os participantes na área de produção,
recolha e processamento de dados de produção Industrial em Moçambique.

3.3. Método de Recolha de Dados

Para o cumprimento dos objetivos estruturados selecionou-se como instrumento para a


coleta de dados que é o questionário. Segundo Parasuraman (1991), um questionário é tão somente
um conjunto de questões, feito para gerar os dados necessários para se atingir os objetivos do
projeto.
Construir um bom questionário depende não só do conhecimento de técnicas, mas
principalmente da experiência do pesquisador. Contudo, seguir um método de elaboração sem
dúvida é essencial, pois identifica as etapas envolvidas na construção de um instrumento eficaz.
De acordo com (Chagas, 2015), Um formulário tem os seguintes componentes:
 Identificação do respondente. Neste ponto colhe-se apenas o nome
do respondente, deixando-se seus dados gerais para o final do questionário;
 Solicitação de cooperação. É importante motivar o respondente
através de uma prévia exposição sobre a entidade que está promovendo a pesquisa
e sobre as vantagens que essa pesquisa poderá trazer para a sociedade e em particular
para o respondente, se for o caso;
 Instruções. As instruções deverão ser claras e objetivas ao nível de
entendimento do respondente;
 Informações solicitadas. É efetivamente o que se pretende pesquisar;
 Informações de classificação do respondente.
Com estes benefícios apresentados acima, criou-se um questionário contendo perguntas
elaboradas de acordo os objetivos da dissertação, com vista a responder esta necessidade.
40

3.4. Elaboração do Questionário de Pesquisa

Um questionário é tão somente um conjunto de questões, feito para gerar os dados


necessários para se verificar se os objetivos de um projeto foram atingidos. Mas, construir
questionários não é uma tarefa fácil, e aplicar tempo e esforço no planeamento do questionário é
um requisito essencial para se atingir os resultados esperados. Segundo (David, Kumar, & Day,
2001) é considerada uma “arte imperfeita”. Ainda segundo o autor não existem procedimentos
exatos que garantam que seus objetivos de medição sejam alcançados com boa qualidade.

Segundo (David, Kumar, & Day, 2001), os seguintes passos / etapas devem ser seguidos
para a elaboração de um formulário eficiente:

1- Planear o que vai ser mensurado.


2- Formular as perguntas para obter as informações necessárias.
3- Definir o texto, a ordem das perguntas e o aspeto visual do questionário.
4- Testar o questionário, utilizando uma pequena amostra, em relação a
omissões e ambiguidade.
5- Caso necessário corrigir o problema e fazer novo pré-teste.

3.5. Desenho da Pesquisa

Para o cumprimento dos objetivos propostos pela pesquisa, descreve-se os procedimentos:

 Escolha do tema e da problemática a resolver;


 Definição dos objetivos da pesquisa;
 Delimitação da pesquisa nas províncias de Maputo-cidade, Maputo-província, Gaza
e Inhambane;
 Realização da revisão de literatura;
 Elaboração e realização de questionários aos responsáveis pela colecta,
processamento de dados de produção Industrial na sede e direcções provinciais da
Direcção Nacional da Indústria;
41

 Analise da Situação actual (AS IS) do processo de monitoria de dados da produção


Industrial;
 Verificação de pontos de estrangulamento no processo;
 Elaboração da proposta de solução (TO BE) para o processo de monitoria de dados
da produção Industrial no país;
 Conclusão.

Tema: Reengenharia do Processo de monitoria da produção Industrial em Moçambique

Problema: Como garantir eficiência no processo de monitora da produção Industrial em Moçambique

Objectivo geral: Elaborar um modelo para o processo de monitoria da produção Industrial em Moçambique

Objectivos especificos:
*Descrever a situação actual do processo de monitoria da Produção Industrial em Moçambique;
*Analisar conceitos teóricos sobre metodologias para reengenharia de processos;
*Mapear pontos de estrangulamento na realização do processo de monitoria da produção Industrial em
Moçambique;
*Elaborar um modelo proposto para o processo de monitoria da produção Industrial em Moçambique;

Questionário a Questionário Departamento Questionário Departamento Questionário


Direcção da DNI de Processo de Dados – sede Colecta de Dados - DPICs Indústrias

Analise da Situação Actual (AS IS) do Processo de monitoria de dados da Produção Industrial

Levantamento de Pontos de Estrangulamento no Processo de monitoria de dados da produção industral

Elaboração da Solução Proposta (TO BE) do Processo de monitoria de dados da Produção Industrial

Figura 9: Desenho da Pesquisa

A Figura 9 indica o modo como as entrevistas poderão auxiliar no entendimento da situação


actual do processo e a elaboração da solução proposta, de modo que resolva o problema
identificado.
42

3.6. Pré-Teste

Com vista a garantir qualidade na obtenção de dados, o questionário foi testado de modo a
evitar falhas de compreensão e ambiguidade das questões. Foi realizado um pré-teste com a direção
e departamento de processamento de dados na sede Direção Nacional da Indústria.

Depois de elaborados os questionários foi aplicado o pré-teste. Na ocasião, foram recolhidas


opiniões, criticas e sugestões, e os colaboradores da sede da Direcção Nacional da Indústria teceram
comentários de modo a melhorar o questionário. Apos validação, a Direcção Nacional da Indústria
facultou contactos de pontos focais das Direcções Provinciais e das Indústrias da amostra.

Com o objetivo de fornecer contribuições para o aprimoramento do questionário procedeu-


se da seguinte forma:

 Selecção dos pontos focais da DNI que irão participar do pré-teste;


 Entrega dos questionários para que os respondessem;
 Analise do preenchimento dos questionários;
 Controle do tempo gasto para preenchimento dos formulários;
 Conversa com os pontos focais da DNI que participaram do pré-teste de
modo a obter sugestões de melhoria do questionário;
43

4. DESENVOLVIMENTO

4.1. Descrição da Entidade

O Ministério da Indústria e Comércio é o Órgão central do aparelho do Estado que, de


acordo com os princípios, objectivos e tarefas definidos pelo Governo, tutela e supervisiona os
seguintes ramos da economia nacional: Indústria alimentar e de bebidas; Indústria têxtil e de
vestuário, calçado e couro; Indústria química; Indústria metalúrgica; Indústria metalo-mecânica;
Eletrotecnia; Artes gráficas e publicação; Distribuição, manutenção e assistência técnica ao
equipamento industrial; Outra indústria ligeira; Comércio; Prestação de serviços. (Republica, 2003)
O Ministério da Industria e Comercio tutela as seguintes entidades:
● Direcção Nacional da Indústria
● Instituto da Propriedade Industrial
● Instituto para a Promoção das Pequenas e Médias Empresas
● Inspecção Nacional de Actividades Económicas
● Instituto para a Promoção das Exportações
● Instituto Nacional de Normalização e Qualidade
● Instituto de Cereais de Moçambique
Compete à Direcção Nacional da Indústria, a instrução dos pedidos de estabelecimentos de
grande e média dimensão e à Autoridade Local da Indústria e Comércio, a instrução dos pedidos
referentes a estabelecimentos de pequena dimensão. A Direcção Nacional da Indústria poderá
delegar nas Direcções Provinciais a competência para instrução dos pedidos referentes a
estabelecimentos de grande e média dimensão. A Direcção Nacional da Indústria possui os
seguintes departamentos: departamento de cadastro e licenciamento; departamento de controle de
produção industrial e estatísticas; departamento de isenção. A DNI possui direcções provinciais nas
11 províncias do país, e estas responsabilizam pelo cadastro, e coleta de dados de produção
industrial. (Republica, 2003)
Todas entidades têm 3 níveis a destacar: nível estratégico, tático e operacional. Ao desenhar
sistemas de informação é necessário analisar cada nível e implementar soluções com base na sua
organização.
44

Segundo a análise feita sob a Direcção Nacional da Indústria, a pirâmide encontra-se da


seguinte forma:

Direção da DNI, Ministério da


Industria e Comercio e outros
stackholders

DNI - sede

DNI – Direções Provinciais

Figura 10: Pirâmide Organizacional da DNI

A Direção Nacional da Industria conta com o seguinte organograma:

Figura 11: Organograma da DNI


A Direção possui quatro departamentos principais, sendo que a presente pesquisa ira focar-
se fundamentalmente na repartição de planeamento e estatística. A Direção Nacional da Industria
conta com mais de vinte (20) colaboradores a nível da sede e também conta com onze (11) Direções
provinciais em todo o país.
45

As Direcções Provinciais da DNI tem as seguintes funções:


 Verificação de processos de licenciamentos
 Cadastro das Industrias
 Colecta de dados de produção industrial nas industrias.
As DPICs contam com um director da DPIC, departamentos de cadastro / licenciamento,
assim como departamento de monitoria da produção industrial. Os colaboradores das DPIC’s são
periodicamente formados pela sede da DNI para execução dos processos rotineiros.
Actualmente a DNI possui mil oitocentas e quinze (1815) industrias licenciadas, em
funcionamento, que produzem todo o tipo de produtos constantes do CNBS. Destas industrias
licenciadas, DNI tem trabalhado com duzentas e sessenta e seis (266) empresas que fazem parte da
amostra do ano corrente. Fazem parte da amostra, industrias que mensalmente enviam dados de
produção e vendas, assim como força de trabalho. A partir dos dados que constam da amostra, a
DNI consegue obter estatísticas concisas sobre a situação da industria no país, e consegue
regulamentar o preço-base dos produtos industriais, através da media dos preços das industrias da
amostra.

4.1. Analise da Situação Actual

A Direcção Nacional da Indústria, tem como principal tarefa rotineira a monitoria de


dados de produção industrial para emissão de relatórios e gráficos periódicos que demonstram
a situação atual da indústria Moçambicana.
4.1.1. Licenciamento de Industrias
Para obter licenças para constituição legal de industrias em Moçambique, as industrias
devem solicitar autorização prévia, que habilite o seu titular ao exercício de actividade requerida e
que virá mencionada no respectivo alvará, carecendo de averbamento, quaisquer alterações às
condições fixadas no mesmo.
Para os estabelecimentos de grande, média e pequena dimensão é necessário:
 O pedido para instalação do estabelecimento, que deverá ser feito em
requerimento próprio com assinatura reconhecida, dirigido ao Ministro da Indústria e
Comércio e/ou ao Director Provincial.
46

 O requerimento deverá conter o nome, nacionalidade e domicílio, se se tratar


de pessoa singular, ou indicação do representante e sede, se se tratar de pessoa colectiva,
assim como o Boletim da República onde os Estatutos estiverem publicados ou cópia dos
mesmos (para pessoas colectivas) – Vide Anexo 1 (formulário de licenciamento)
 Deverá estar mencionado o local onde está instalado ou pretende instalar o
estabelecimento.
 O requerimento deverá ser acompanhado do projecto industrial. (Republica
de Mocambique, n.d.)
O pedido de licenciamento é submetido na DPIC, onde são feitas vistorias ao local onde a
industria será instalada, e a DPIC emite e um parecer para a sede da DNI. Na sede da DNI os
processos são analisados e o despacho da licença é emitido. Apos o licenciamento da industria, esta
é classificada pela DNI, utilizando o Classificador nacional de Actividades Económicas (CAE). A
industria licenciada também deve indicar a DNI os produtos que deverão produzir e comercializar,
classificando os produtos na Catalogo Nacional de Bens e Serviços (CNBS).

4.1.2. Monitoria de indicadores de Produção Industrial


A Direção Nacional da Industria tem realizado o processo de colecta de indicadores de
modo a analisar a situação corrente da industria no país. Para tal a DNI colecta mensalmente os
seguintes indicadores por industria (vide Anexo X, ficha de recolha de dados):
 Produção acabada (por produto)
o Quantidade produção
o Preço de produção
 Produção vendida (por produto)
o Quantidade vendida
o Preço de venda
 Força de trabalho
o Numero de trabalhadores (homens / mulheres)
o Fundo de salários (homens / mulheres).
 Constrangimentos
47

Mensalmente as DPICs enviam o inquérito de colecta de dados para as industrias


localizadas na respectiva província. As industrias preenchem os dados e enviam a DPIC,
fisicamente ou por email.
A DPIC valida os dados preenchidos e digitaliza para enviar a sede da DNI utilizando o
email. A repartição de planeamento e estatísticas, recebe os inquéritos preenchidos pelas industrias
e digitaliza na base de dados em ACCESS. No processo de digitalização, muitas vezes depara-se
com falhas na digitalização ou preenchimento dos inquéritos. Nestes casos a sede comunica a
DPIC, de modo a validar os dados preenchidos com as industrias.
Visto que nem todas empresas licenciadas enviam dados periodicamente a DNI, a repartição de
planeamento e estatísticas monta amostras de empresas, onde constam simplesmente as industrias
que mensalmente enviam dados. Com a montagem da amostra, a DNI consegue dados com
concretos e com melhor qualidade, que auxiliam a DNI a analisar a situação corrente da industria
no país. Na figura 12, esta apresentado um gráfico, utilizando a notação BPMN, que demostra o
processo de monitoria de dados da produção industrial.

Figura 12: Situação actual da monitoria de dados de produção industrial


48

4.1.3. Emissão de relatórios e estatísticas


Através do processamento dos dados enviados pelos industrias, a repartição da DNI tem
feito a seguinte analise aos dados:
 Calculo do Preço-Base (através dos preços enviados pelas industrias, a DNI
consegue estabelecer a media do preço por produto do CNBS). O preço-base é legislado
pelo Ministério da Industria e Comercio e todas industrias do país devem seguir a marcação
do preço-base;
 Analise da produção: A DNI tem solicitado relatórios que mostram a
variação da produção acabada e vendida por semestre; trimestre; intervalo de anos e
províncias; A analise também é feita a nível dos grupos e divisões dos sectores de
actividade;
 Analise da força de trabalho: A DNI tem solicitado relatórios que
evidenciam o numero de trabalhadores por força de trabalho (mostrando a percentagem por
género); A analise também é feita a nível de província; periodicidade e sector de actividade;
 Analise de constrangimentos por província, ano e sector de actividade.
Actualmente os relatórios e estatísticas são gerados a nível da sede da DNI e enviados
as DPIC’s e outros órgãos de tutela do Ministério da Industria e Comercio.

4.1.4. Sistema de Informação utilizado pela DNI


A Direcção Nacional da Industria conta com um sistema informático, desenvolvido no ano
de 2002, sob a ferramenta Microsoft ACESS. O sistema informático somente funciona no
computador da sede da Direcção Nacional da Industria, e tem como funcionalidades:
 Cadastro de industrias que fazem parte da amostra;
 Lançamento de inquéritos de produção industrial por industria;
 Geração de relatórios e estatística.
O sistema informático não permite partilhar dados entre as DPIC’s e a sede, devido a
necessidade de funcionamento offline, causa centralização do trabalho. A DNI não conta com
assistência para melhoria do sistema informático em questão.
49

4.2. Levantamento de Pontos de Estrangulamento


Analisando o fluxo actual do processo de monitoria de dados de produção industrial foram
verificados os seguintes constrangimentos:
 Centralização do lançamento de dados na sede da DNI: sendo que apenas a sede
da DNI pode registar dados no sistema informático em ACCESS, causa demora no processo
de lançamentos, e aumenta o nível de trabalho para os colaboradores da sede.
 Envio de dados para a sede de forma física, pode causar lentidão para
processamento da informação e perca de dados durante o envio; assim como pode causar
falhas no preenchimento dos dados nas industrias (exemplo: conversão de unidades de
medida), deturpando assim os dados e as estatísticas acumuladas;
 Dificuldade no processamento dos dados para emissão de relatórios: a sede da
DNI enfrenta dificuldade ao gerar os diversos relatórios utilizando os dados registrados; o
sistema informático em ACCESS limita o numero de dados a extrair nos relatórios e o DNI
não tem como fazer outros tipos de analises necessárias; DNI diariamente recebe solicitação
de dados estatísticos por parte do MIC e outros superiores, e os relatórios são feitos com
dificuldades, utilizando o Excel.
50

4.3. Elaboração da Solução Proposta


De modo a aumentar a eficiência no processo de monitoria de dados da produção industrial
em Moçambique foi feita uma proposta de solução para resolução dos constrangimentos
encontrados.
Para reengenharia do processo, será utilizado o ciclo PDCA (Plan – Do – Check – Act). A
metodologia PDCA é largamente utilizada por corporações que desejam melhorar seu nível de
gestão através do controle eficiente de processos e atividades internas e externas, padronizando
informações e minimizando as chances de erros na tomada de decisões importantes.
Segundo (VENKI, n.d.), o ciclo PDCA foi criado na década de 20 por Walter Andrew
Shewart, um físico norte-americano conhecido por ser pioneiro no controle estatístico de qualidade.
Segundo (Periard, n.d.), o objectivo do PDCA é tornar os processos da gestão de uma
empresa mais ágeis, claros e objetivos. Pode ser utilizado em qualquer tipo de empresa, como forma
de alcançar um nível de gestão melhor a cada dia, atingindo ótimos resultados dentro do sistema
de gestão do negócio.
O ciclo PDCA é assim chamado devido ao nome em inglês de cada uma das etapas que o
compõem:

Figura 13: Ciclo PDCA


Fonte: (Periard, n.d.)
51

Como mostra a figura 13, o ciclo PDCA tem as seguintes fases:


P: do verbo “Plan”, ou planejar: nesta etapa, o gestor deve estabelecer metas e/ou
identificar os elementos causadores do problema que impede o alcance das metas esperadas. É
preciso analisar os fatores que influenciam este problema, bem como identificar as suas possíveis
causas. Ao final, o gestor precisa definir um plano de ação eficiente.
D: do verbo “Do”, fazer ou executar: nesta fase é preciso realizar todas as atividades que
foram previstas e planejadas dentro do plano de ação.
C: do verbo “Check”, checar, analisar ou verificar: após planejar e por em prática, o gestor
precisa monitorar e avaliar constantemente os resultados obtidos com a execução das atividades.
Avaliar processos e resultados, confrontando-os com o planejado, com objetivos, especificações e
estado desejado, consolidando as informações, eventualmente elaborando relatórios específicos.
A: do verbo “Action”, agir de forma a corrigir eventuais erros ou falhas: Nesta etapa é
preciso tomar as providências estipuladas nas avaliações e relatórios sobre os processos. Se
necessário, o gestor deve traçar novos planos de ação para melhoria da qualidade do procedimento,
visando sempre a correção máxima de falhas e o aprimoramento dos processos da empresa.
A metodologia PDCA é largamente utilizada por corporações que desejam melhorar seu
nível de gestão através do controle eficiente de processos e atividades internas e externas,
padronizando informações e minimizando as chances de erros na tomada de decisões importantes.
Seu objetivo principal é tornar os processos da gestão de uma empresa mais ágeis, claros e
objetivos. Pode ser utilizado em qualquer tipo de empresa, como forma de alcançar um nível de
gestão melhor a cada dia, atingindo ótimos resultados dentro do sistema de gestão do negócio.

A não execução de uma das etapas do ciclo pode comprometer seriamente o processo de
melhoria contínua. Por este motivo, a ferramenta apresentada aqui deve ser encarada como um
processo contínuo em busca da qualidade máxima requerida por um procedimento ou produto.
Afinal, como dito no início deste post, o foco principal do Ciclo PDCA é a melhoria contínua.
(Periard, n.d.)
52

O Presente trabalho ira focar-se na etapa de planeamento para reengenharia do processo.

Processo Situação Actual Situação Proposta Melhoria esperada


Cadastro de O cadastro é feito *O cadastro devera ser *Descentralização
Industrias em fichas físicas e feito em uma Base de no processo de
armazenado em Dados partilhada entre cadastro de
arquivos que se a sede e as DPIC’s. No industrias;
localizam na sede cadastro devera ser
da DNI e nas preenchida a *Maior facilidade
DPIC’s (anexo 1) localização da na pesquisa de
industria, contactos, industrias por
dados de sócios e província, distrito
representantes da e sector de
industria; deverão ser actividade;
indicadas as áreas de *Maior
atuação (CAE) da flexibilidade na
industria; devera localização do
também ser preenchida processo da
a lista de produtos que industria;
a empresa ira *Facilidade na
comercializar, atualização de
associando ao CNBS; dados da industria
* O cadastro de (localização,
industrias na Base de representante,
Dados devera ser feito
53

pelas DPIC’s sempre CAE, produtos,


que uma industria entre outros)
obtém licença de
funcionamento;
*Assim que uma
empresa é cadastrada
pela DPIC, já é
possível associar dados
de produção
Envio de As industrias *As industrias passarão *Maior
Dados de mensalmente a preencher um flexibilidade no
produção enviam dados de inquérito online, onde processo de envio
industrial produção irão identificar-se pelo de dados por parte
pelas industrial e força NUIT e uma credencial das industrias;
províncias de trabalho de acesso que será *Menor índice de
preenchendo disponibilizada pela falhas no processo
inquéritos e DPIC; de lançamento de
enviando por *No inquérito deverão dados;
email ou ser preenchidos *Maior
fisicamente a mensalmente os dados responsabilização
DPIC (anexo 2) de produção acabada, por parte das
vendida por produto industrias para o
cadastrado e força de fornecimento de
trabalho; dados.
54

*As DPIC’s terão


acesso a todos dados
preenchidos pelas
industrias e poderão
valida-los.
Envio de AS DPIC’s *Caso as industrias *Maior rapidez no
Dados de digitalizam (scan) continuem a enviar os envio de dados
produção os inquéritos dados em fichas físicas, para a sede;
industrial enviados pelas as DPIC’s poderão *Menos falhas na
pelas DPIC’s industrias e aceder ao inquérito digitalização dos
enviam por email online para lançar os dados;
a sede da DNI dados; *Existência de
*Apos a validação de dados a qualquer
dados pela DPIC, a momento para
sede poderá ter acesso processamento
aos resumos;
*Através da Base de
dados, a sede da DNI
poderá verificar que
dados foram
preenchidos, e
empresas com dados
em falta para um certo
mês;
55

Processamento *Actualmente o *A Base de dados *Possibilidade de


de dados de processamento de devera permitir a sede processamento de
produção dados é feito da DNI alocar dados segundo as
industrial manualmente pela empresas a amostra de regras de negocio
repartição de um dado ano; da DNI;
planeamento e *A Base de dados *Disponibilidade
estatísticas da sede devera permitir a dados a qualquer
da DNI; verificação de totais de momento para
*A DNI tem dados de produção processamento
configurado acabado e vendida,
empresas de assim como força de
amostra por ano trabalho mostrando
através da base de industrias da amostra
dados em ou não da amostra
ACCESS.
Emissão de *Actualmente *Através da Base de *A base de dados
relatórios e para geração de dados devera ser poderá ser
estatísticas relatórios e possível a DNI gerar utilizada pelos
estatísticas novas, relatórios de cadastro, superiores
a DNI deve produção industrial, hierárquicos da
compilar dadas força de trabalho e DNI para geração
enviados pelas constrangimentos, de relatórios /
DNI’s e processa- indicando a estatísticas em
los de modo a periodicidade, qualquer local, a
56

obter resumo em província, distrito e partir de


formato EXCEL e ano-base para dispositivos
enviar aos seus comparação. moveis.
superiores
hierárquicos *A base de dados
devera permitir a
geração de relatórios e
estatísticas a qualquer
momento e em
formatos EXCEL e
PDF.

Tabela 1: Proposta de solução

Em suma, a proposta de solução implica o desenvolvimento de um sistema informático que


permitira a descentralização no processo de monitoria de dados de produção industrial no país.
Através do sistema informático, as industrias poderão preencher os inquéritos directamente no
sistema da DNI, permitindo melhor validação do preenchimento de dados. Assim que as industrias
submetem os dados, as DPIC’s poderão ter acesso para validação dos mesmos. Deste modo, a
qualquer momento a DNI poderá visualizar dados actualizados das províncias e processar para
fazer diversas analises. O sistema informático poderá permitir gerar diversos relatórios e estatísticas
comparativas por periodicidade, província, ano-base e outros indicadores.
57

Figura 14: Notação BPMN: Solução proposta para monitoria de dados da produção industrial

A Figura 14 demonstra que na solução proposta, o processo iniciara quando as industrias


submetem os dados de produção em inquéritos online. As DPIC’s validarão se os dados registrados
são os não validos. Caso os dados não sejam validos, a DPIC contacta a industria para corrigir os
dados registrados. Caso os dados sejam validos, as DPIC’s marcam os dados como validos no
sistema informático. No final de cada mês a DNI-sede ira validar os lançamentos feitos por cada
DPIC. Caso os dados não estejam corretamente registados, a sede contacta a respectiva DPIC, que
pode actualizar por si, ou voltar a contactar a industria. Caso os lançamentos não encontrem
problemas, a sede processa os dados mensais e emite relatórios e estatísticas gerais. Assim que a
sede valida os dados, as DPIC’s e todas partes interessadas poderão ter acesso as estatísticas gerais,
províncias, distritais, por periodicidade ou sector de actividade.
O desenvolvimento do sistema informático em si não poderá resolver os constrangimentos
encontrados no processo. Serão necessárias revisões nos instrumentos de recolha de dados e mapas
de relatórios a gerar, assim como treinamentos a nível da sede e DPIC’s, de modo a garantir
qualidade no lançamento de dados. A seguir será apresentado o plano de actividades para
implementação da solução proposta.
58

4.3.1. Plano de actividades

Para implementação da solução proposta, a Direcção Nacional da Industria devera realizar


as seguintes actividades:
Actividade Necessidades Pressupostos
Revisão dos instrumentos de recolha de dados de Analista de Existência de uma
produção industrial negocio, em equipe
conjunto com a multidisciplinar para
sede da DNI revisão dos
Revisão dos relatórios a serem gerados a partir dos Analista de instrumentos; Apoio
dados colectados negocio, em dos superiores para
conjunto com a aprovação dos
sede da DNI instrumentos revistos
Desenvolvimento de um sistema informático para Consultoria em Instrumentos de
monitoria de dados de produção industrial desenvolvimento recolha de dados e
de sistema relatórios aprovados
Importação de dados de produção industrial da Base informático Existência de dados
de Dados em ACCESS consistentes para
importação
Formação nas DPIC’s para colecta, analise, triagem Formadores Existência de pontos
e preenchimento de dados focais nas DPIC’s
Sensibilização com as industrias para envio de dados Canais de para
segundo o novo instrumento comunicação acompanhamento
com as industrias
Tabela 2: Plano de actividades para solução proposta
O cumprimento do Plano de actividades traçado na tabela 2, dependera da disponibilidade de
recursos humanos e materiais para execução das actividades, e existência de pontos focais na DNI
para acompanhamento e validação dos produtos entregues pelos consultores ou formadores.
59

4.3.2. Metodologia para desenvolvimento do sistema informático

Para desenvolvimento do sistema para monitoria de dados da produção industrial, os


consultores devem aplicar uma metodologia ágil e participativa, utilizando o modelo iterativo e
incremental. A metodologia deve estimular a interação com o cliente, para que suas necessidades
sejam compreendidas e implementadas, obtendo assim, o sucesso do projecto. O sistema devera
ser entregue em módulos pequenos para que seja validado e implantado paulatinamente. Apos o
desenvolvimento do projecto, devera ser feita uma testagem do sistema a nível da sede da DNI, e
só apos a aprovação formal devera ser feita a formação aos utilizadores das províncias.
As metodologias ágeis incentivam a comunicação entre os diversos agentes envolvidos no
processo de desenvolvimento de um software, desde o cliente final até os técnicos de infraestrutura,
passando por programadores, analistas, testadores e usuários. Ao utilizar as metodologias ágeis de
desenvolvimento de software, os gestores de projetos conseguem tornar o processo mais interativo
e com mais chances de atingir o resultado esperado em menos tempo do que normalmente acontece.
(CronApp, 2017)
A principal diferença das metodologias ágeis é a adaptabilidade, ao contrário de métodos
preditivos. Isso significa que, durante o processo de desenvolvimento, podem haver alterações no
projeto e que estas alterações serão adaptadas de alguma forma, ao invés de serem postergadas para
o fim do projeto.
Quando são utilizados métodos preditivos de desenvolvimento, é necessário um grande
planeamento prévio, que é custoso e muitas vezes acaba perdendo o sentido, já que alterações são
algo necessário durante o processo de desenvolvimento. Nas metodologias clássicas não existe
espaço para adaptações ao longo do caminho, o que muda completamente na metodologia ágil.
Como mostra a Fig. 15, o desenvolvimento ágil utiliza uma abordagem de planeamento
incremental e muito iterativa. Dessa forma, diferentemente do método tradicional em que a
princípio se define e se documenta detalhadamente todas as fases do início ao fim do projeto, no
método ágil isso é feito em pequenas partes, também chamadas iterações. Ao final de cada iteração
deve haver uma entrega ao cliente, que inclua um conjunto de novas funcionalidades, uma nova
versão de software. Após essa entrega há um novo processo de comunicação com o cliente e então
são definidas quais deverão ser as novas entregas.
60

Figura 15: Metodologia ágil para desenvolvimento de sistemas informáticos


Fonte: metodologiaagil.com

Segundo (Araujo, n.d.), as metodologias ágeis têm como objectivos:


 Entregas Ágeis: como existe esse desmembramento do projeto em equipes
menores, a ideia é que sempre novos recursos estejam sendo lançados, já que cada
equipe fica focada em uma funcionalidade;
 Mais Transparência: como o objetivo é trabalhar ao lado do cliente, sempre
entregando funcionalidades e obtendo feedbacks, isso acaba gerando uma presença
mais constante do cliente no projeto, gerando mais transparência entre cliente e
equipe de desenvolvimento.
 Qualidade final: no modelo ágil, entende-se que a participação do cliente é
essencial do início ou fim, o que resulta em um software mais alinhado com as
expectativas finais do cliente e, por consequência, um produto de melhor qualidade.
61

 Riscos reduzidos: o processo é adaptativo e aberto às mudanças, os erros que são


encontrados em testes podem ser mitigados rapidamente, já que não existe um
planeamento fechado de desenvolvimento.
Para o projecto em questão sugere-se a utilização da metodologia ágil Scrum. Segundo
(Project Builder, 2017), o Scrum é o método ágil mais usado nos dias de hoje,
principalmente porque pode ser integrado a outros métodos ágeis com facilidade,
aplicando-se não só ao desenvolvimento de softwares como a qualquer ambiente de
trabalho.
O scrum é uma ferramenta que permite controlar de forma eficaz e eficiente o trabalho,
potencializando as equipes que trabalham em prol de um objetivo em comum. Esta
metodologia é essencial para muitas empresas atualmente, porque não apenas facilita a
definição de objetivos, como também ajuda a cumprir os prazos estabelecidos.
No scrum se trabalha com o chamado product backlog, um registro que contém as áreas do
produto que devem ser desenvolvidas. Do product backlog é criado o release backlog, que é a
junção dos requisitos do product backlog que vão ser trabalhados, de acordo com a prioridade de
cada um. O release backlog é um ponto para a criação do sprint backlog, que representa o espaço
de tempo em que uma tarefa (chamada de user story) vai ser concluída, como mostra a Figura 16.

Figura 16: Scrum: metodologia ágil


Fonte: http://www.mindmaster.com.br/scrum/
62

4.3.3. Especificações técnicas para desenvolvimento do sistema


informático

A seguir serão apresentados as especificações e requisitos que o sistema informático devera


possuir para resolver os constrangimentos encontrados na Analise da Situação actual.

4.3.3.1. Actores do sistema

Os actores do sistema informático de monitoria da produção industrial em Moçambique


serão os colaboradores da DNI, DPIC e parceiros da instituição. O sistema terá os seguintes
grupos de utilizadores:

Actor Entidade Papel no sistema


Departamento de DPIC Os técnicos afectos ao departamento de cadastro das
Cadastro DPIC’s poderão registrar no sistema, as industrias
licenciadas na província em questão. As DPIC’s
também poderão pesquisar dados de industrias para
visualizar informação sempre que necessário.
Departamento de DNI-Sede Os técnicos afectos ao departamento de cadastro da
Cadastro Sede da DNI poderão validar as empresas registradas
pelas DPIC’s e corrigir os dados, caso necessário.
Também poderão pesquisar dados de industrias para
visualizar informação sempre que necessário.
Pontos focais Industrias Os pontos focais das industrias poderão registrar
inquéritos mensais de produção, preenchendo dados
referentes a produção acabada, vendida e dados de
força de trabalho.
Cada industria devera ter pelo menos um ponto focal
em cada delegação para preenchimento de dados.
Departamento de DPIC Os colaboradores do departamento de produção
Produção industrial industrial das DPIC’s poderão visualizar e validar os
inquéritos preenchidas pelas industrias; assim como
emitir relatórios e estatísticas a nível provincial.
Departamento de DNI-Sede Os colaboradores do departamento de produção
Produção industrial industrial da sede da DNI poderão visualizar e validar
os inquéritos validar pelas DPIC’s, processar dados,
definir amostras, assim como emitir relatórios e
estatísticas a nível central.
Direcção e Parceiros Direcção, MIC A Direcção da DNI, MIC e outros parceiros poderão
visualizar diversos relatórios e estatísticas no sistema.
Figura 17: Actores do sistema
63

4.3.3.2. Requisitos Funcionais

Requisito funcional de um sistema informático refere-se à requisição de uma função que o sistema
deverá atender/realizar. Ou seja, exigência, solicitação, desejo, necessidade, que um sistema
informático deverá materializar.

Para definição de requisitos funcionais do sistema, serão utilizadas as seguintes convenções, termos
e abreviaturas:

 US: use case ou caso de uso


 RF: Requisito funcional
 RNF: requisito não funcional

A descrição dos requisitos é textual, sendo que, para cada requisito tem uma referência associada,
uma prioridade e a dependência entre os requisitos.

Prioridade dos requisitos

 Essencial (E): é o requisito sem o qual o sistema não entra em funcionamento, a sua
implementação é imprescindível.
 Importante (I): é o requisito sem o qual o sistema entra em funcionamento de forma não
satisfatória.
 Desejável (D): a ausência deste requisito não compromete o funcionamento do sistema.
Posem ser usados na fase de otimização do sistema.

Todos requisitos terão referencia, descrição, código do requisito de dependência e prioridade.


Os requisitos serão agrupados em módulos: utilizadores, industrias, lançamentos, apuramento
de resultados e relatórios.

A Tabela 18 ira especificar os requisitos ou funcionalidades que devem fazer parte do sistema.
64

Ref# Descrição Dependência Prioridade


Utilizadores
RF001 Cadastrar utilizadores - E
RF002 Alocar utilizador a província RF001 E
RF003 Definir permissões de acesso RF002 D
RF004 Bloquear utilizador RF003 D

Industrias
RF005 Cadastrar industria, indicando seu sector de E
actividade, localização, socio, representante,
produtos a matéria-prima
RF006 Pesquisar industrial RF005 I
RF007 Visualizar perfil da industria: permite visualizar RF005 I
todos os dados da industria
RF008 Actualizar perfil da industria RF005, RF006 I
RF009 Alocar produto: permite registar produtos RF002 E
RF010 Alocar matéria prima: permite alocar matéria-prima RF001 E
importada pela industria
RF011 Isenção para importação e matérias-primas: permite RF001 E
registar e/ou adicionar matéria prima para uma
industria, os valores e sua proveniência

Lançamento
RF012 Definir amostra: escolha de industrias cadastradas RF005 I
para amostra
RF013 Lançar dados mensais de produção: permite lançar RF005 E
dados de produção, vendas, numero de
trabalhadores, fundos de salários
65

RF014 Validar dados de produção: verificação de nível de RF005, I


preenchimento de dados das industrias da amostra RF009, RF014
por mês e ano ( a nível da DPIC e da Sede da DNI)

Apuramento de resultados
RF015 Gerar estatísticas sobre cadastros RF005 D
RF016 Gerar estatísticas sobre produção RF009, RF014 D
RF017 Gerar estatísticas sobre isenção RF011 D
RF018 Gerar gráficos sobre produção RF009 D
RF019 Iniciar sessão - E
RF020 Terminar sessão RF019 D

Relatórios
RF021 Gerar relatórios sobre o cadastro RF005 D
RF022 Gerar relatórios sobre a produção RF009, RF014 D
RF023 Gerar relatórios sobre força de trabalho RF011
RF024 Gerar gráficos RF019 D
Figura 18: Requisitos do sistema

Os requisitos funcionais são um espelho para as funcionalidades do sistema. Para tal cada um destes
deve ser descrito, quanto aos utilizadores, pressupostos e fluxos de uso dos mesmos, como
especificam as tabelas abaixo.
66

I. Cadastrar industria
Ref: UC_001
Actor: DPIC
Finalidade: O presente caso de uso tem como objectivo registrar na Base de Dados as
industrias licenciadas pelo Ministerio da Industria e Comercio.
Pressupostos: A industria deve possuir dados de licença (Alvara); o técnico que
cadastra a indústria deve ser utilizador do sistema.
Campos a registrar:
Sequência típica de eventos
Actor Sistema

II. Actualizar perfil da industria

Ref:

Actor:

Finalidade:

Pressupostos:

Sequência típica de eventos

Actor Sistema
67

III. Lançamento de dados (industria)


Ref:
Actor:
Finalidade:
Pressupostos:
Sequência típica de eventos
Actor Sistema

IV. Lançamento de dados (DPIC)


Ref:
Actor:
Finalidade:
Pressupostos:
Sequência típica de eventos
Actor Sistema

V. Validação de dados (sede DNI)


Ref:
Actor:
Finalidade:
Pressupostos:
Sequência típica de eventos
Actor Sistema
68

VI. Configuração de amostra


Ref:
Actor:
Finalidade:
Pressupostos:
Sequência típica de eventos
Actor Sistema

VII. Geração de relatórios


Ref:
Actor:
Finalidade:
Pressupostos:
Sequência típica de eventos
Actor Sistema

VIII. Cadastro de utilizadores


Ref:
Actor:
69

Finalidade:
Pressupostos:
Sequência típica de eventos
Actor Sistema

4.3.3.3. Requisitos não funcionais

No final da consultoria deverão ser entregues os seguintes produtos:


a. A plataforma, de acordo com os inputs dados e disponível para
lançamento a qualquer altura;
b. O Procedimento Operacional Padrão (POP) de modo a facilitar o
entendimento e uso da plataforma por parte dos usuários.
Apos a entrega do sistema, os consultores devem fornecer um prazo para garantia e
manutenção do sistema e um contrato de manutenção devera ser assinado entre as partes.
O sistema informático devera ter os seguintes requisitos:
 Funcionar através da Internet;
 Deve ser compatível com qualquer navegador de Internet;
 Deve possuir uma interface amigável para lançamento de dados;
 Deve permitir a visualização de relatórios e estatísticas em dispositivos
moveis e tablets;
 Deve permitir definir níveis de acesso por grupo de utilizador e província;
 Deve registrar todas operações feitas no sistema, o utilizador e a hora de
atualização;
 Deve permitir lançamento offline e sincronização quando obtiver acesso a
Internet;
 Deve permitir visualização de dados a nível da localização geográfica;
70

 O sistema deve gerar relatórios em formatos Excel e PDF.

4.3.3.4. Requisitos de segurança

Com o crescente uso da Internet, cada vez mais as empresas abrem o seu sistema
de informação aos
seus parceiros ou aos seus fornecedores, é por conseguinte essencial conhecer os
recursos da empresa a
proteger e dominar o controlo de acesso e os direitos dos utilizadores do sistema de
informação. No
presente sistema, por ser uma plataforma web e tratando-se de um sistema de
informação para uma entidade como a DNI que lida com dados da industria do pais,
foram implementados alguns níveis de segurança para garantir confidencialidade e
integridade dos seus dados.
Autenticação O usuário só tem acesso à sua conta após passar por um Login. Esta
técnica permite limitar o acesso ao sistema fazendo com que só pessoas
credenciadas tenham acesso.
a) Encriptação de palavra-chave Esta técnica consiste em encriptar a palavra-chave
do usuário na base de dados do sistema. A encriptação permite a transformação
reversível da informação de forma a torná-la ininteligível a terceiros. Utiliza-se para
tal, algoritmos determinados e uma chave secreta para, a partir de um conjunto de
dados não criptografados, produzir uma sequência de dados criptografados. Esta
técnica permite que mesmo que alguém consiga ter acesso à Base de Dados não
teria acesso às credenciais de utilizados, apenas se tivesse a chave da encriptação.
b) Níveis de acesso Para proteger os dados do sistema foram estabelecidos níveis
de acesso. Cada tipo de utilizador pode verificar apenas as suas funcionalidades e
operações sobre as diversas entidades. Neste presente sistema temos os seguintes
níveis de acesso: CNAQ, Instituição, Avaliador, Faculdade/Escola e Administrador do
Sistema.
c) Unique Identifier como chave primária O Unique Identifier ou Identificador
71

Único Global é um tipo especial de identificador utilizado em aplicações de software


para providenciar um número de referência que será único em qualquer contexto (por
isso é "Universal") como, por exemplo, em uma definição de referência interna para
um tipo de ponto de acesso em uma aplicação de software ou para a criação de
chaves únicas em uma base de dados. Apesar de que cada GUID gerado não possui
nenhuma garantia de ser único, o número total de chaves únicas (2128 ou ~3.4×1038)
é tão grande que a probabilidade do mesmo número ser gerado duas vezes é muito
pequena. O valor do GUID segue a estrutura de grupos de 8, 4, 4, 4 e 12 dígitos
hexadecimais e minúsculas, separados por hífens. Um exemplo de um valor válido
para um Unique Udentifier: 561d1cc4- c7b5-431e-94a7-e0c2ed9a8d2c. O Unique
Identifier permite fazer a transferência de parâmetros no sistema via URL de forma
indecifrável para o usuário.

4.3.4. Qualificação dos Recursos Humanos para desenvolvimento


do sistema

Para lidar com a complexidade de trabalho apresentado, é necessário reunir um grupo


multidisciplinar de especialistas que, ao trocar sinergias, funcionará de forma eficiente para cumprir
todos os resultados esperados da intervenção. Portanto, três (3) perfis de especialistas são
apresentados abaixo, cujas atividades serão detalhadas mais tarde.
Analista de Negócios
 Licenciatura em Administração Pública, Direito Comercial ou equivalentes.
 Pelo menos 10 anos de experiência em agências governamentais;
 Pelo menos 5 anos de experiência em países em desenvolvimento;
 Conhecimento e competência efetivos dos princípios de gestão de projetos
em Administração Pública (Gestão do Ciclo de Vida do Projeto, Monitoramento e
Avaliação Orientada a Resultados).
 Conhecimento de gestão de projetos, coleta de dados, entrega e relatórios.
 Competência no uso de MS/Office;
72

 Boas habilidades de diálogo e comunicação.


 Habilidades de redação de documentos, bem como experiência em trabalhar
em equipas multifuncionais e multiculturais;
 Capacidade de trabalhar sob esta tarefa, tanto oralmente quanto por escrito,
em português e inglês, é obrigatória.

Desenvolvedor Sénior (2)


 Diploma universitário de nível superior em TIC, engenharia de software,
Gestão de TIC ou habilidades equivalentes;
 Pelo menos 5 anos de experiência profissional em Desenvolvimento de
Software para agências governamentais;
 Conhecimentos e competências eficazes de engenharia de software,
desenvolvimento de software multiplataforma, integração e arquitetura de TIC;
 Conhecimento de gestão de projetos, coleta de dados, entrega e relatórios
 Boa capacidade de análise, desenho e prototipagem;
 Boas habilidades de diálogo e comunicação.
 Habilidades de redação de documentos;
 Capacidade de trabalhar sob esta tarefa, tanto oralmente quanto por escrito,
em português e inglês, é obrigatória.

Especialista em Gestão de Mudanças


 Licenciatura em Administração de Empresas, administração pública, análise
de sistemas ou outra área equivalente, com certificação de Gerenciamento de Mudanças
como vantagem;
 Capacidade de implementar estratégias e planos de gestão de mudanças;
 Experiência em agências governamentais;
 Pelo menos 5 anos de experiência em países em desenvolvimento;
 Experiência em princípios, metodologias, ferramentas de mudanças;
73

 Habilidades de comunicação excepcionais;


 Capacidade de articular claramente mensagens para vários públicos;
 Capacidade de estabelecer e manter relacionamentos fortes;
 Capacidade de influenciar os outros e avançar em direção a uma visão;
 Flexível e adaptável; Capaz de trabalhar em situações ambíguas;
 Resistente e tenaz com uma propensão para perseverar;
 Organizado com uma inclinação natural para planificar estratégias e táticas;
 Solução de problemas e habilidades de identificação de causas raiz;
 Capaz de trabalhar de forma eficaz em todos os níveis de uma organização;
 Deve ser um jogador de equipa e capaz de trabalhar em colaboração;
 Familiaridade com abordagens de gestão de projetos e ferramentas.
Recurso Humano Qtd Entregas Esperadas
Analista de Negócios 1 Modelo conceitual para desenvolvimento do projecto
Plano de implementação do projecto
Plano de escalabilidade do projecto
Plano de Implantação do sistema
Desenvolvedor Sénior 2 Documentação de analise do sistema
Documentação de desenvolvimento do sistema
Requisitos de infraestrutura tecnológica
Especialista em Gestão de 1 Metodologia do plano de trabalho e plano de sessão
Mudanças Relatório periódico de progresso
Plano de gestão de riscos
Plano de formação de utilizadores
Tabela 3: Entregas esperadas por RH

4.3.5. Cronograma para desenvolvimento do sistema

Para desenvolvimento do sistema informático previsto serão necessários três meses, e três
meses adicionais para implantação a nível das províncias.
Meses
Fase de Implementação 1º 2º 3º 4º 5º 6º
74

Preparação do Projecto
Analise dos requisites
Desenvolvimento do Sistema
Testagem do Sistema
Treinamento de utilizadores na sede da DNI
Treinamento de utilizadores nas DPIC’s
Tabela 4: Cronograma para desenvolvimento do sistema
As fases de implementação do projectos serão realizadas pelos perfis de RH sugeridos no
capitulo 4.3.2. Na tabela 2 será descrita a alocação do RH nas fases de implementação do sistema.

Fase 1
Alocação de RH Fase 2
por fase de Fase 3
implementação Fase 4
Fase 5 e 6
Posição 1 2 3 4 5 6 Total de Meses
Analista de Subtotal (6)
Negócios
Desenvolvedor Subtotal (6)
Sénior (2)
Especialista em Subtotal (3)
Gestão de
Mudanças
Tabela 5: Alocação de RH para desenvolvimento do sistema

Para validação das fases de implementação do sistema, será usada a tabela de indicadores
abaixo:
Fase de implementação Pressupostos Indicadores de Progresso
75

Preparação do Projecto Reunião de Kick-off entre as Plano de Projecto actualizado


partes envolvidas
Analise dos requisitos Disponibilidade de um grupo Entrega do draft do
envolvido na elaboração da documento de especificação
proposta da plataforma de requisitos
Desenvolvimento Aprovação dos requistos Apresentação
Testagem Aprovação da fase de Software instalado;
desenvolvimento Relatório de testagem
Formação de Utilizadores Disponibilização de Plano de Formação;
utilizadores e condições Manual de utilizador;
técnicas de equipamento para Relatório de formação
uso do Sistema
Tabela 6: Indicadores de Progresso para o desenvolvimento do sistema

4.3.6. Orçamento para desenvolvimento do sistema informático

Para obter as estimativas, vários peritos foram consultados.


F Preço / dia Q D
Total Custo (USD)
Recurso Humano
Fase (USD) Qtd Dias (Qtd*Dias)
Analista de Negócios 250 1 20 20 5000
1
Desenvolvedor Sénior 100 2 20 40 4000
1
Especialista em mudanças 200 1 20 20 4000
Subtotal Fase 1 (1 Mês) 13000
Analista
2 de Negócios 250 1 30 30 7500
2 Desenvolvedor Sénior 100 2 30 60 6000
Subtotal Fase 2 (2 Meses) 13500
Analista
3 de Negócios 250 1 20 20 5000
3 Desenvolvedor Sénior 100 2 20 40 4000

Subtotal Fase 3 (2 Meses) 9000


4 Analista de Negócios 250 1 15 15 3750
Desenvolvedor Sénior 100 2 15 30 3000
Especialista em mudanças 200 1 15 15 3000
76

Subtotal Fase 4 (1 Meses) 9750


Analista de Negócios 250 1 30 30 7500
5
Desenvolvedor Sénior 100 2 30 60 6000
5&6
Especialista em mudanças 200 1 30 30 6000
SUBTOTAL Fase 5 & 6 (2 Meses) 19500
TOTAL (6 meses) 64 750
Tabela 7: Proposta de orçamento para desenvolvimento do sistema informático
77

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1. Conclusões

O presente trabalho tinha como objectivo propor um modelo para reengenharia do processo
de monitoria de dados da produção industrial em Moçambique. Para tal foram definidos quatro (4)
objectivos, dos quais o primeiro objectivo: “descrever a situação actual do processo de monitoria
da Produção Industrial em Moçambique” foi realizado, e com base na analise feita foram
encontrados constrangimentos no processo. O segundo objectivo “analisar conceitos teóricos sobre
metodologias para reengenharia de processos” foi executado, e foi selecionado o ciclo PDCA para
reengenharia do processo. Os objectivos “mapear pontos de estrangulamento…” e “elaborar o
modelo proposto” foram executados com sucesso e no presente documento é apresentado o
cronograma e orçamento para implementação da solução proposta.
Baseado no referencial teórico consultado para a concretização do presente trabalho
podemos constatar que o modelo de sistema actual não responde de forma satisfatória às
necessidades do DNI no que respeita ao processo de levantamento de dados de produção industrial.
Foi possível detectar que no fluxo actual o maior constrangimento é a centralização de processo de
digitalização de dados, a sede da DNI tem um volume de trabalho grande para digitalizar, processar
e analisar os dados; o envio físico de inquéritos pelas industrias pode causar falhas na digitalização
e perca de dados.
O uso de sistemas de informação como auxílio à monitoria de setores produtivos, traz
vantagens competitivas no que concerne a acesso e disponibilização de informação em tempo real,
racionalização de recursos humanos, materiais e financeiros bem como consistência da informação.
Através da implementação de sistemas de informação, a Direcção Nacional da Industria
poderá aumentar a eficiência no processo de monitoria de dados de produção industrial. As
industrias e DPIC’s poderão preencher dados em inquéritos online e directamente disponibilizar os
dados para a sede montar amostras e processa-los. Desta forma, poderão ser gerados diversos
relatórios e estatísticas a partir de qualquer local e em diversas periodicidades.
A presente pesquisa teve limitações no que diz respeito ao numero de industrias inqueridas.
Com um maior numero de industrias contactadas, o problema poderia ser melhor identificado.
78

Outra limitação para a pesquisa é no âmbito das DPIC’s, só foi possível inquerir as DPIC’s apenas
da zona sul do país, sem averiguar se as outras DPIC’s (norte e centro) são abrangidas pelos
mesmos constrangimentos.
O presente trabalho poderá ser utilizado para monitoria de diversos sectores no país que
trabalham com monitoria de dados de sectores produtivos. Desta forma, os sistemas de informação
de monitoria poderão contribuir para o avanço da governação eletrónica no país, trazendo
transparência dos processos para o cidadão.

6.2. Sugestões de pesquisas futuras

Como recomendações poderão ser realizados futuros trabalhos que visariam:


 Integrar o sistema ao eBau, para que as empresas licenciadas logo estejam disponíveis para
lançamento de dados de produção industrial;
 Integrar o sistema a Janela Única, para que fiquem registrados dados de importação /
exportação e isenção para importação de matéria-prima;
 Desenvolver uma calculadora para conversão de unidades de medida, de modo a facilitar o
lançamento de dados de produção industrial;
 Realizar o piloto para implantação do sistema informático desenvolvido nas DPIC’s da zona
sul do país, e depois expandir para as zonas centro e norte;
 Expandir a pesquisa para a Direcção do Comercio, do Ministério da Indústria e Comercio;
 Desenvolvimento de um modulo para mapeamento geográfico das indústrias no país;
 Criar um portal que seria disponível ao público em geral para visualização de relatórios e
estatísticas sobre a situação actual da indústria no país.
79

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Avaliação chega à fase de Implementação em Moçambique:
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Wamoto, F. O. (s.d.). E-government Implementation in Kenya, an evaluation of Factors


hindering or promoting e-government successful implementation. International
Journal of Computer Applications Technology and Research.

APENDICE 1

Lista de Abreviaturas e Siglas


ABPMP – Association of Business Process Management Professionals
APMG - Accrediting Professional Managers Globally
BI – Business Intelligence
BPM – Business Process Management
BPMI – Business Process Management Initiative
BPMN – Business Process Management Notation
BPR – Business Process Reengineering
CBOK - Common Body of Knowledge
DNI – Direcção Nacional da Indústria
DPIC – Direcção Provincial da Indústria e Comercio
e-Gov – Electronical Government
IES – Instituições de Ensino Superior
ITC – Information and Comunication Technology
ISO – International Organization for Standardization
JAD – Joint Application Development
MASC – Mecanismo de Apoio a Sociedade Civil
MoICT – Ministry of Information and Communications Technology
M&A – Monitoria & Avaliação
NUIT – Numero Único de Identificação Tributaria
85

OE – Orçamento do Estado
OMG – Object Management Group
PDCA – Plan – Do- Check - Act
PMF - Process Maturity Framework
SI – Sistema de Informação
SMA – Sistema de Monitoria e Avaliação
TI – Tecnologia de Informação
TIC – Tecnologia de Informação e Comunicação
Glossário

Base de Dados - conjunto de dados estruturados num determinado modelo que permite a
sua utilização por outras aplicações

Desenvolvimento – Desenvolvimento é toda ação ou efeito relacionado com o processo de


crescimento, evolução de um objeto, pessoa ou situação em uma determinada condição.

Governo - Governo é a autoridade governante de uma nação ou unidade política, que tem
como finalidade regrar e organizar a sociedade.

Governação – Ato, efeito ou modo de governar.

Indicador - elementos que têm como objetivo apontar ou mostrar algo.

Indústria – conjunto de atividades econômicas que têm por fim a manipulação e exploração
de matérias-primas e fontes energéticas, bem como a transformação de produtos
semiacabados em bens de produção ou de consumo.

Plataforma - base composta por hardware, físico ou virtual, pelo sistema operativo, e por
aplicações que são a base para o desenvolvimento de novas aplicações

Processo - sequência contínua de fatos ou operações que apresentam certa unidade ou que
se reproduzem com certa regularidade.

Questionário - conjunto de perguntas que se faz para obter informação com algum
objectivo em concreto.
86

Reengenharia – sistema estratégico de reestruturação organizacional e administrativa, com


o objetivo de reformular as atividades de determinada empresa para que possa se tornar
mais competitiva no mercado.

Sistema de Informação - conjunto organizado de elementos, podendo ser pessoas, dados,


actividades ou recursos materiais em geral. Estes elementos interagem entre si para
processar informação e divulga-la de forma adequada em função dos objectivos de uma
organização.

Stakeholder – público estratégico e descreve uma pessoa ou grupo que tem interesse em
uma empresa, negócio ou indústria, podendo ou não ter feito um investimento neles.

Tecnologia - produto da ciência e da engenharia que envolve um conjunto de instrumentos,


métodos e técnicas que visam a resolução de problemas. É uma aplicação prática do
conhecimento científico em diversas áreas de pesquisa.
87

ANEXO 1 – Formulário de Cadastro de Industrias


88
89

ANEXO 2 – Inquérito de Colecta de dados de Produção Industrial


90

ANEXO 3 – Guião de Entrevista para Repartição de Planeamento e Estatística

Esta entrevista tem como público-alvo os colaboradores da repartição de


planeamento e estatística da sede da Direcção Nacional da Industria.

1. Que funcão desempenha na DNI?


2. Organograma do DNI
3. Que departamentos a DNI possui?
4. Quantos colaboradores a DNI tem no total? E na repartição?
5. Que cargos / funções existem nas DPIC’s?
6. Como é feito o cadastro de industrias? Solicitação do formulário.
7. Para que finalidade é feita a recolha de dados de produção industrial?
Solicitação da Ficha de recolha de dados
8. Em que dias do mês as DPICs colectam dados? Como é o processo
de colecta?
9. Como as DPICs enviavam os dados colectados para a sede?
10. Quais são os principais relatórios / estatísticas que tem solicitado
frequentemente? Em que periodicidade devem ser emitidas?
11. Que constrangimentos são encontrados no processo de monitoria de
dados da produção industrial?
12. A DNI possui algum sistema informático para monitoria de dados da
produção industrial? Foi desenvolvido em que plataforma? Como funciona?
91

ANEXO 4 – Guião de Entrevista para DPIC

Esta entrevista tem como público-alvo os colaboradores das DPICs de Maputo-


Cidade, Maputo-Província, Gaza e Inhambane.

1. Que função desempenha na DPIC?


2. Quantos departamentos a DPIC possui? Quantos colaboradores por
departamento?
3. Como é feito o processo de cadastro e licenciamento de industrias.
4. Para que finalidade é feita a recolha de dados de produção industrial?
Solicitação da Ficha de recolha de dados
5. Em que dias do mês as DPICs colectam dados? Como é o processo
de colecta?
6. Como as DPICs enviavam os dados colectados para a sede?
7. Quais são os principais relatórios / estatísticas que tem solicitado
frequentemente? Em que periodicidade devem ser emitidas?
8. Que constrangimentos são encontrados no processo de monitoria de
dados da produção industrial?
92

ANEXO 5 – Inquérito para Industrias da Amostra

Esta entrevista tem como público-alvo os pontos focais das industrias da amostra da DNI.

1. Nome da indústria
2. Área de atuação da indústria
3. Ano de constituição da indústria
4. Nome e cargo do ponto focal da indústria
5. Que dados tem enviado ao DNI?
6. Em que periodicidade tem enviado dados ao DNI?
7. Como é recordado do processo de envio de dados?
8. Em que modelo preenche os dados?
9. Como obtém os dados na indústria para preenchimento?
10. Como envia os dados preenchidos a DPIC?
11. Caso exista alguma falha no preenchimento dos dados, é informado? Como faz a
correcção?
12. Que dificuldades enfrenta no processo de preenchimento dos modelos da DNI?
13. Que dificuldades enfrenta no processo de envio dos dados a DNI?
93

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