Como o

endomarketing
motiva, conquista e
fideliza funcionários

Peça teatral de Ricardo Blat

discute liderança de equipes

Ano da França no Brasil incentiva

programas de qualificação
Patrocinador de Gestão
da ABRH-RJ

RHnews • Outubro 2009 1

2 RHnews • Outubro 2009
 [ editorial ]

Público interno

É
Capa.......................................................8 do conhecimento de todos as dificuldades enfrenta-
Endomarketing é a ferramenta ideal para das pelas empresas para oferecerem um serviço
valorizar e motivar funcionários
de excelência com colaboradores desmotivados e
insatisfeitos. Para atender as necessidades dos clientes é
preciso, antes de tudo, contar com pessoas dispostas a atingir
os objetivos da organização. E o endomarketing é a ferramenta
4...........................................Entrevista de comunicação ideal para motivar, agregar e fidelizar esse
Ricardo Blat fala sobre seu monólogo Administrando público, tornando a empresa atrativa para o cliente interno.
Talentos com o RH
A Reportagem do Mês desta edição revela como algumas
empresas tiram proveito dessa ferramenta, obtendo ainda
Tendências.........................................6 mais sucesso em sua área de atuação e o que pensam sobre o
A importância da inclusão social de portadores de
uso da ferramenta no futuro.
necessidades especiais A Entrevista do Mês é com o ator e diretor Ricardo Blat,
que está encantando plateias de diversas empresas com seu
11.............................................Em Foco monólogo Administrando Talentos. Na peça, Blat discute
a questão de liderança de equipes fazendo uma analogia
Ano da França no Brasil incentiva qualificação
com o universo da indústria cultural. Com experiência de
profissional
35 anos em teatro, cinema e TV, o ator e diretor conduz os
espectadores do espetáculo a pensar em torno das dificuldades
Artigo Especial..............................12 de relacionamento e de produtividade.
Habilitar talentos para se sobressair Já na seção Tendências, Lizi Mara Guimarães conta sua
experiência em projeto de inclusão social de portadores de
14...........................................Acontece necessidades especiais no WalMart, enquanto a seção Em
Foco destaca as ações de recursos humanos desenvolvidas
Confira os eventos promovidos pela ABRH-RJ
durante o Ano da França no Brasil, que aproximam ainda mais
empresas dos dois países. Vale lembrar que a França também
RH NEWS | Publicação mensal de distribuição dirigida aos é o tema da 32ª Festa Anual de Confraternização ABRH-RJ,
associados e parceiros da ABRH-RJ. que acontece dia 27 de novembro, às 20h, no Hotel Sheraton.
Conselho Editorial: José Carlos de Freitas, Leyla Nascimento, Myrna Estão todos convidados!
Silveira Brandão e Robson Santarém

Produção: Euro Comunicação > contato@euro.inf.br | (21) 3204-3204 Boa leitura.

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[ entrevista: Ricardo Blat ]

“Palestra espetáculo”
discute liderança de equipes
O
ator e diretor Ricardo Blat encanta
plateias de empresas brasileiras com

Foto: Divulgação
uma palestra espetáculo, como ele
mesmo define, pela qual, discute a questão da
liderança de equipes. O monólogo Administrando
Talentos, levado às organizações pela empresa
Turbilhão de Idéias, toca em questões como
ego, desmotivação, incomunicabilidade e
competição entre funcionários, mostrando
como essas limitações impedem um bom
desempenho e causam grandes prejuízos em vários
setores. Com sua vasta experiência em teatro,
cinema e TV, durante uma hora, Blat conduz o
espectador com base no processo de criação de
um espetáculo teatral, no qual as dificuldades
de relacionamentos e de produtividade são
comuns às existentes em qualquer empresa. O
espetáculo mostra que a capacidade do líder
em administrar sua equipe com inteligência e
sensibilidade gera progressos imediatos e aponta
quais tipos de ações podem ser adotadas para
melhorar o rendimento de uma equipe de trabalho,
incentivando-a a explorar seus talentos individuais
e coletivos. Na entrevista a seguir, Blat fala sobre
todo o monólogo, criado e dirigido pelo seu irmão,
Rogério Blat, além da parceria feita com a ABRH- Ricardo Blat: ator e diretor com mais de 35 anos
RJ para encenar a peça no projeto RH em Cena. de experiência em teatro, cinema e TV

RHnews: O que é exatamente o simulação da montagem de uma peça

“ A motivação Administrando Talentos?
Ricardo Blat: Administrando
é o mais Talentos é uma “palestra espetá-
culo”, na qual apresento ideias que
importante em podem auxiliar qualquer pessoa de
qualquer área profissional no geren-
um trabalho ciamento e liderança de equipes. Isso
por meio da minha experiência no
de equipe. E o teatro, cinema e TV.
líder deve ser a RHnews: Como surgiu a ideia do
monólogo?
teatral com um elenco bem compli-
cado. Faço uma analogia direta com
os problemas de liderança enfrenta-
dos em qualquer trabalho de equipe,
seja na empresa, no comércio ou no
esporte, por exemplo.
RHnews: Quais os temas e solu-
ções abordadas?
Ricardo Blat: Administrando
Talentos busca a qualidade no traba-
lho através da disciplina, da ética, da

principal fonte ” Ricardo Blat: Quis fugir do formato

das palestras convencionais, criando a
transparência das relações, na con-
duta que um líder deve ter dentro

4 RHnews • Outubro 2009


e fora de seu ambiente profissio-
nal. As soluções vêm dessas ações e
desse comportamento do líder que
influencia efetivamente a equipe e
os resultados.
RHnews: O que é mais impor-
tante em um trabalho de equipe?
Ricardo Blat: A motivação. E o
líder deve ser a principal fonte.
RHnews: E qual o pior defeito de
um líder?
Ricardo Blat: A indecisão.
RHnews: Qual é a mais impor-
tante capacidade de um líder?
Ricardo Blat: A capacidade
de desenvolver os talentos dos
colaboradores.
RHnews: Como o monólogo ajuda
os gestores de pessoas a desenvol-
ver esses talentos?
Ricardo Blat: Durante a apresen-
tação, o diretor que estou interpre-
tando comete uma porção de erros
na condução do elenco. Tem que
dar a volta por cima e resolver. Eu
passo o alerta e apresento cami-
nhos eficientes para solucionar os
problemas comuns a todos nós. São
práticas simples como, por exemplo,
mudar os padrões, expandir a per-
cepção e estimular a criatividade.
O meu desejo é que hábitos posi-
tivos se incorporem na rotina das
pessoas.
RHNews: Como está sendo a acei-
tação do monólogo nas empresas?
Ricardo Blat: Ótima. Temos
clientes e convites para participar
de eventos de RH. Quem já teve a
oportunidade de assistir, recomenda
com entusiasmo. Isso gera muita
credibilidade.
RHnews: Você acha que as pes-
soas saem modificadas depois do
monólogo?
Ricardo Blat: Com certeza, pois
fazemos uma síntese das questões
vivenciadas pela maioria dos pro-
fissionais em cargos de comando.
Administrando Talentos ajuda a pre-
venir erros de liderança.
[ entrevista: Ricardo Blat ]
RHnews: Você acredita que há
identificação por parte do público?
Ricardo Blat: Eu e a minha equipe
ficamos extremamente felizes com
o alto grau de aprovação do público.
Todos ficam impressionados com a
objetividade dos temas, se espelham “ Não há nada
nas situações, despertam para a valo-
rização dos relacionamentos e tam- que me dê mais
bém se divertem. Não há nada que
me dê mais satisfação do que inspirar satisfação do
as pessoas, transmitir que o esforço
extra vale a pena e que o potencial de que inspirar
cada um é infinito.
RHnews: Como foi a experiência
as pessoas,
com a ABRH-RJ no RH em Cena?
Ricardo Blat: Foi maravilhosa. A
transmitir que
apresentação do monólogo no RH
em Cena é fruto da recém formada o esforço extra
parceria com a Turbilhão de Idéias,
da qual participo em alguns proje- vale a pena e
tos. O monólogo foi enriquecido com
um debate pós evento, reunindo Luís que o potencial
Henrique Fichman (presidente da
Readers Digest Brasil) e Aléa Fiszpan de cada um é
Steinle (diretora de Desenvolvimento
Humano e Organizacional da Wilson
Sons). Acho que vai ao encontro dos
infinito ”
anseios dos associados de fugir do
lugar comum quando esse tipo de
assunto é debatido. O projeto foi ino-
vador e muito aplaudido. Esperamos
repetir a parceria sempre.
Foto: Alexandre Pexonick
O ator em ação: apresentação para empresas
RHnews • Outubro 2009 5
[ tendências ]
As parcerias das empresas na
inclusão social dos portadores
de necessidades especiais
Lizi Mara Guimarães*
A
pós trinta e oito anos de
vida profissional dedicada a
Recursos Humanos e Pessoas,
concebi e pus em prática um projeto
para o meu pós-carreira, levando em
consideração aspectos como resigni-
ficado do trabalho, sentido da vida,
sonhos existentes e harmonia interior.
Dedico-me a ele há cinco anos e estou
aposentada há dois.
É um trabalho voluntário junto à
SSD – Sociedade Síndrome de Down,
entidade civil e beneficente, sem fins
lucrativos e que tem como objetivo
fundamental valorizar adultos jovens
portadores de necessidades espe-
ciais. Meu interesse por este grupo
de jovens nasce do convívio com uma
de minhas filhas que tem autismo e,
consequentemente, carece de cuida-
dos diferenciados apesar de possuir
uma riqueza de possibilidades dentro
do seu ser.
Ingressei na SSD como vice-pre-
sidente, fazendo a gestão da enti-
dade, mas escolhi estar trabalhando
face a face com os jovens e, atu-
almente, sou coordenadora, em
parceria com outra voluntária, das
suas Oficinas de Trabalho, que visam
desenvolver interesses e habilidades
que possam incluí-los socialmente
através da aprendizagem prazerosa.
Para que isto seja possível conta-
mos com a valiosa colaboração dos
Supermercados WalMart, da Barra
da Tijuca e da Tijuca, que nos faculta
as instalações físicas, permitindo-nos
usar uma sala de curso da empresa.
6 RHnews • Outubro 2009
As Oficinas desenvolvidas incluem vestindo nossos rapazes e a Mary
Etiqueta e Postura; Artesanato; Zaide veste nossas moças.
P i n t u r a ; Ta p e ç a r i a , B i j u t e r i a ; Grande contribuição a SSD tem
Fotografia; Alfabetização e Culinária recebido, ainda, de Furnas Centrais
e, são ministradas por professores Elétricas junto ao Projeto de Natação.
voluntários, muitos deles idosos e Em 2008 ela patrocinou os honorários
que se dedicam ao projeto como uma do técnico e do auxiliar-técnico da
fonte de enriquecimento pessoal e equipe, assim como, o lanche e a cami-
entretenimento, pois nos divertimos seta dos atletas especiais durante dois
muito com nosso público. Além de Campeonatos Nacionais ocorridos,
coordenadora dessas atividades, sou tendo previsto sua continuidade para
a professora de Culinária. o segundo semestre de 2009.
Estes incentivos têm ajudado a SSD
Foto: Divulgação
a cumprir seu papel e sua razão de
existir, pois qualquer pequena ajuda
de empresas potencializa-se numa
enorme contribuição para entidades
como esta e, certamente, permite a
inclusão de muitos na sociedade.
Nessa minha vivência constato fre-
quentemente o direcionamento dos
jovens especiais a seus talentos e a con-
quista de um lugar digno no mundo, da
mesma forma que me emociono ao ver
um espaço para que pessoas maduras
passem a trocar grande conhecimento
acumulado ao longo de sua jornada
podendo serem reconhecidas pelo
valor e sabedoria a compartilhar.
Experiências semelhantes à minha só
poderão ser expandidas à medida em
que Organizações conscientizem-se e
Muitas outras atividades de relevân- participem da vida daqueles que têm
cia são desenvolvidas na SSD e não uma enorme capacidade para pro-
posso deixar de mencionar empre- duzir embora estejam numa situação
sas que tem nos incentivado e nos menos privilegiada que a maioria das
apoiado com grande dedicação e pessoas.
nos possibilitado grande sucesso no -------------------------------------------------
Desfile de Modas que acontece no *Lizi Mara Guimarães, psicóloga, casada
Chá Beneficente que realizamos em e mãe de três filhos.
novembro de cada ano. A Redley vem E-mail: lizi.guimaraes@hotmail.com
RHnews • Outubro 2009 7
[ capa ]

Como o Endomarketing,
cada vez mais, motiva e
fideliza funcionários

Ferramenta faz com que colaboradores incorporem uma

cultura de valor e a vendam com mais eficiência aos clientes

É
notório que o bom desempenho
das empresas está diretamente
relacionado à mobilização de
seus colaboradores. Motivá-los e fazê-
los olhar para a mesma direção, trans-
– O HSBC busca aumentar a satis-
fação das pessoas em se trabalhar na
empresa e o RH, em parceria com a
Comunicação, tenta reduzir os riscos de
desmotivação. Recentemente, a área de
– A partir de então, realizamos pes-
quisa quantitativa com mais de 90% dos
colaboradores anualmente e estamos
trabalhando para evoluir. Do ponto de

mitindo ao público o clima da organi-
zação são tarefas imprescindíveis para
o sucesso corporativo. Nesse sentido, a
ferramenta do endomarketing em recur-
sos humanos, desenvolvida para tratar
dos relacionamentos entre a organização
e seu público interno, sejam colaborado-
res, fornecedores, acionistas ou clientes,
ganha cada vez mais força.
Entre as empresas que apostam na
estratégia como meio de motivar, con-
quistar, encantar e fidelizar os funcio-
nários estão a Vale, Cultura Inglesa, Oi,
HSBC e TAM. Para o negócio das compa-
nhias, o objetivo final é comum a todas:
fazer com que os funcionários comprem
uma ideia para poder vendê-la com mais
eficiência aos clientes e que o trabalho de
cada um tenha impacto direto e mensu-
rável no resultado final da corporação.
Foto: Divulgação
Endomarketing da empresa passou a ser
denominada Comunicação Interna. É
ela que estimula a liderança e também
evidencia, além dos desafios, resultados
e projetos, os motivos de orgulho e as
vantagens de se trabalhar no Grupo –
conta Juliana Marques, superintendente
de Comunicação Interna do HSBC.
Desde 2004, o HSBC desenvolve um
forte trabalho com pesquisas e planos
de ação para alavancar a satisfação dos
colaboradores em relação ao clima orga-
nizacional. Juliana conta que naquele
ano, mais de cinco mil colaboradores
foram ouvidos, por meio de metodolo-
gia qualitativa e, com base nestes resul-
tados, foram definidos quais eram os Superintendente de Comunica-
traços da empresa que faziam bem a ção Interna do HSBC: pesquisa
eles e quais traços culturais teriam que quantitativa com mais de 90%
ser mudados. dos colaboradores anualmente

8 RHnews • Outubro 2009


vista da comunicação interna, os veícu-
los possuem um sólido projeto editorial
alinhado com o que nos compromete-
mos. E realmente explicar, orientar e
se fazer entender fazem parte do nosso
papel – enfatiza a superintendente.
Juliana acredita ainda que a comuni-
cação Interna trabalha para fortalecer
e mudar a cultura organizacional. Ao
mesmo tempo, não crê que seja capaz
de sozinha motivar as pessoas.
– Do ponto de vista conceitual, moti-
vação é intrínseca a cada colaborador e
depende fundamentalmente da perso-
nalidade, das necessidades e da visão de
mundo de cada um. Sabemos, por outro
lado, que muitas pessoas se influenciam
pelo meio externo, em especial pelas
relações interpessoais. Daí o uso da
comunicação interna – completa.
Fim de ano
A consultora da Dinsmore Associates,
Vanda Souza, ressalta que muitas empre-
sas aproveitam as confraternizações de
fim de ano para promoverem ações
de integração e motivação do público
interno. As organizações aplicam, por
exemplo, o Mega Mex® - módulo que
usa a reconhecida metodologia Teal®
(Treinamento Experiencial ao Ar Livre)
para agregar dinâmicas, energia e foco
aos seus eventos corporativos. As ati-
vidades são feitas ao ar livre e desde o
início com objetivos e tempos definidos,
que façam uma ligação com o dia-a-dia
da empresa. Além de desenvolver habi-
lidades, aproxima, por exemplo, cola-
boradores que trabalham em unidades
separadas de um mesma companhia.
– Nos meses de outubro a dezembro,
muitas empresas alugam espaços para
desenvolverem um dia de atividades
com seus funcionários. Normalmente a
programação acontece em um período
mínimo três horas – diz Vanda.
Novas gerações
Como complemento às ações no
mundo real, a gerente de Comunicação
e Cultura Organizacional da Oi,
Foto: Divulgação
A gerente de Comunicação e
Cultura Organizacional da Oi,
Manoela Osório, aposta em novas
ferramentas tecnológicas
Manoela Osório, aposta em novas
ferramentas tecnológicas virtuais para
transcender o que ela chama de solu-
ções tradicionais de Endomarketing.
Na sua opinião, essa preocupação é
recorrente principalmente em fun-
ção da presença da Geração Y (pes-
soas que nasceram entre os finais das
décadas de 70 e 80) nas empresas,
um público altamente conectado e
Metodologia Teal® é aplicada como ferramenta de Comunicação Interna
[ capa ]
ligado a valores como transparência
e colaboração. Por isso, na Oi, é forte
a presença de canais como uma intra-
net interativa, na qual todos os assun-
tos postados podem ser comentados
pelos colaboradores. Pelo ambiente
virtual, os funcionários podem ainda
opinar sobre a ideia original de um
projeto, sendo reconhecido por isso.
Essas ações de Endomarketing,
diz Manoela, estão ligadas à sus-
tentabilidade da marca, ao jeito de
trabalhar e a questões como a pre-
ocupação em formar talentos. Para
ela, é preciso criar dentro da empresa
ambientes que realmente reflitam
conceitos passados para o público
externo. Por exemplo, se a marca
remete à ousadia e inovação, cria-se
um ambiente interno informal e o
resultado ela garante ser um alto grau
de comprometimento.
– Entendo que o endomarketing
em RH é um grande canal de banda
larga, conectando as pessoas ao DNA
da companhia, com potencial muito
maior do que conhecemos. Há um
caminho para crescer e conquistar
mais espaço, catalizando uma cultura
de sustentabilidade do negócio, dei-
xando de lado o fato de ser um mero
publicador de conteúdo e realizador
de eventos – completa Manoela.
Foto: Divulgação
RHnews • Outubro 2009 9
[ capa ]
Ferramenta não deve ser
aplicada só por estar na moda
Embora bastante difundido, o endo-
marketing ainda é colocado em prática
de maneira ineficiente pelas empresas,
na base do modismo, na opinião da
diretora do Curso de Administração da
ESPM, Joyce Ajuz Coelho. Ela explica que
muitas organizações aplicam o conceito,
por meio de palestras motivacionais,
por exemplo, mas não necessariamente
alcançam seus objetivos. Por outro lado,
aquelas que aplicam o termo de maneira
eficiente planejam a ação com foco no
seu público interno, alinhada a processos
de comunicação, deixando claro os obje-
tivos da empresa. Para tanto, é preciso
mobilizar os colaboradores.
Como case de endomarketing bem
sucedido, Joyce cita uma empresa que
precisou implementar não só mudança
de marca como a cultura organizacio-
nal, adotando nova postura frente ao
mercado. Para fazer com que funcioná-
rios enxergassem a organização de outra
maneira, houve um trabalho de envolvi-
mento das pessoas, tendo como ferra-
mentas a Comunicação Interna e progra-
mas de desenvolvimento profissional.
– Em casos como esse, é preciso veri-
ficar qual será a contribuição do público
interno para o desenvolvimento da
empresa, dando transparência às ações
que estão sendo feitas. E para isso é
fundamental que as pessoas tenham
10 RHnews • Outubro 2009
credibilidade, confiança e comprometi-
Foto: Divulgação
mento – alerta, reafirmando que o mais
importante é que haja alinhamento da
comunicação externa com a interna.
Tema debatido em Congresso
Os cuidados ao se aplicar estratégias
de endomarketing será um dos assuntos
tratados durante o Congresso Mundial
de Hospitais (IHF RIO 2009), que acon-
tecerá entre 10 e 12 de novembro no Rio,
reunindo gestores de mais de 100 países.
O assunto será debatido por especia-
listas em Gestão com Pessoas durante
sessão com o tema Principais Desafios
dos Recursos Humanos. Coordenador
do evento, o presidente da Confederação
Nacional de Saúde (CNS), José Carlos
Abrahão, diz que os estabelecimentos
de saúde no Brasil reúnem um número
expressivo de colaboradores, que precisa
José Carlos Abrahão: Congresso
de um trabalho constante de treinamento abrirá espaço para debater novos
interno.
– O incremento de tecnologia aliado
modelos de Gestão com Pessoas
a intensificação do cuidado com o ser
humano força uma reorganização dos Endomarketing bem sucedido
modelos de gestão das pessoas na área
de saúde, seja em hospitais, clínicas ou • Planejamento com o foco
laboratórios. Queremos debater como no público interno
proporcionar organizações com novos
padrões de qualidade e produtividade, • O trabalho precisa ser contínuo
em ambiente motivador, gerando satis- • Pode ser feito por meio de
fação dos clientes internos e baixa rota- facilitadores de comunicação como
tividade dos colaboradores – afirma José palestras e atividade de integração
Carlos Abrahão.
 [ em foco ]

Ano da França no Brasil incentiva

formação profissional entre os dois países
O
Ano da França no Brasil, come-
morado no período de dezembro
do ano passado até o próximo dia
15 de novembro, resultou não só em ações
econômicas entre os dois países como no

Foto: Alexandre Pexonick

debate sobre políticas de recursos humanos.
A troca de experiências na área de capaci-
tação de mão de obra, por exemplo, foi o
ponto alto do I Encontro Franco-Brasileiro
de RH e Formação Profissional, evento
realizado na Firjan, em julho deste ano.
Eric Fajole, chefe do Serviço Econômico
do Consulado Geral da França do Rio de
Janeiro, explica que a área de Recursos
Humanos e de formação profissional é
prioritária no âmbito do Ano da França no
Brasil. Por isso, o seminário contou com a
presença de seis Centros de Formação fran-
ceses, que vieram ao Brasil apresentar seus
programas, estabelecer parcerias e even-
tualmente lançar as bases para uma futura
instalação no país. Uma próxima edição do
evento está prevista para 2010.
– Achamos que podemos estabelecer
novos laços entre centros de formação fran-
ceses e brasileiros, sobretudo no que diz
respeito à qualificação de técnicos para o
setor industrial, já que o Brasil tem uma for-
mação superior de alto nível. Muitas vezes,
as empresas aqui sentem falta de perfis de
técnicos com boa formação – diz Eric Fajole.
Já na área econômica, o responsável
pelo incremento das parcerias foi o Ano
Econômico da França no Brasil, promovido
em paralelo pela Ubifrance e as Missões
Econômicas da França.
– São mais de 40 ações organizadas nas
principais cidades do Brasil com enfoque
voltado para atividades de fomento das
relações econômicas e comerciais. É uma
mobilização sem precedentes na história
das relações comerciais franco-brasileiras
com o objetivo de promover os setores
de tecnologia, pesquisa, inovação, cria-
tividade, design e diversidade franceses
no Brasil como segmentos de destaque ao
longo de todo o ano – explica Eric Fajole.
I Encontro Franco - Brasileiro de RH e Formação Profissional: capacitação em alta
A Ubifrance é a agência francesa para o
desenvolvimento internacional das empre-
sas vinculada à Secretaria de Estado do
Comércio Exterior. As ações da agência são
desenvolvidas nas Missões Econômicas –
atualmente, são 157 funcionando, dentro
das Embaixadas ou Consulados da França
em 120 países. Assim, a Rede Ubifrance -
Missões Econômicas forma o dispositivo
público de apoio às empresas francesas em
suas atividades de exportação, seja qual for
seu porte e setor de atividade. O conceito
de “Business France” está sendo apresen-
tado no Brasil ao longo do ano e deve esti-
mular ainda novos negócios nos diversos Inspirada nas conquistas obtidas
segmentos estratégicos para a França. com o Ano da França no Brasil, a
– O objetivo inicial traçado pela rede para ABRH-RJ usará o tema para a orga-
2008 era atrair 500 empresas francesas nização da sua festa de Fim de Ano,
para o Brasil. Mas o excelente desempe- quando também será entregue o
nho superou as expectativas. No ano pas-
Prêmio Gestão de Pessoas Luiz Carlos
sado, houve 800 empresas em missões
comerciais no Brasil. Este ano já são mil. Campos. O evento, que acontecerá
As exportações nos dois países aumenta- no dia 27 de novembro, às 20h, no
ram nas mesmas proporções. Estou ainda Sheraton Rio Hotel, transformará o
mais otimista com o resultado de 2009 – local em um grande cabaré francês.
acrescenta Fajole.

O maior portal de
reservas e eventos da serra.
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RHnews • Outubro 2009 11

 Artigo especial da Qualitymark
www.qualitymark.com.br
Roger Nierenberg*
U
ma orquestra sinfônica é um exce-
lente lugar para se estar. Não há
nada tão bom quanto o som da
música quando você está perto de suas ori-
gens. Você captura as dinâmicas que não
pode capturar em qualquer outro lugar.
E se, por algum ato de sua imaginação,
você vir a orquestra sinfônica como uma
organização do século XXI, cujo sucesso
é tão determinado por seu trabalho em
equipe que este tem de falar com uma
só voz? No interior, você pode ver que o
sucesso de qualquer organização depende
do desempenho dos indivíduos e das
equipes.
Os músicos colocam o coração naquilo
que fazem. Eles se dedicam a seus instru-
mentos e aperfeiçoam suas habilidades
para tocá-lo. A pessoa e o instrumento se
transformam em uma coisa só.
12 RHnews • Outubro 2009
Habilitar talento
para sobressair
Porém, somente as habilidades não dão
a você um papel nessa organização. Você
pode ser o melhor tocador de oboé do
mundo, mas, se não jogar bem nessa orga-
nização, jamais será um tocador de oboé
profissional. Observe como os músicos
atuam entre si e como interagem com a
equipe. Esse é o verdadeiro trabalho de
equipe focado no cliente.
O Paradigma da Música
Em 1995, eu era o diretor musical de
duas orquestras e estava buscando manei-
ras para obter mais líderes de comunida-
des envolvidos em conhecer e apoiar a
orquestra. Refletindo sobre seus desafios,
ocorreu-me criar um novo formato base-
ado em duas características:
• As pessoas sentam-se no interior da
orquestra entre os músicos.
• A discussão que acontece não é
sobre música.
O impacto da primeira sessão foi mais
do que eu esperava e resultou em cinco
fatores descritos a seguir.
1. As organizações falam sobre questões
quentes, que são difíceis de discutir, por-
que são tratadas de uma forma indireta,
por meio da utilização da música.
2. A sessão proporciona uma abordagem
holística de aprendizagem versus uma
abordagem cognitiva tradicional (apre-
sentação PowerPoint). Essa aprendizagem
engaja sua mente, seus sentidos e suas
sensibilidades. A aprendizagem vai mais
longe e mais profundamente.
3. O aprendizado não é moldado, o for-
mato é interativo. O ensino não é feito por
mim, de modo algum, mas, de preferên-
cia, por exercícios experimentais, em que
os músicos são os professores relutantes.

Os participantes tiram as suas próprias
conclusões e fazem as suas próprias des-
cobertas, primeiro sobre a orquestra e, em
seguida, acerca de si mesmos e de suas
organizações.
4. A música é o meio ideal para demons-
trar a dinâmica organizacional, porque
acontece em tempo real, é transparente e
líquida. Em qualquer tempo, você pode ver
uma parte dela ou sua totalidade.
5. O sistema inteiro está presente em
uma sala, e toda a dinâmica se encaixa
no foco. A grande transformação tem
lugar quando se começa a vivenciar O
Paradigma da Música. Como os partici-
pantes começam a interagir com a orques-
tra, os músicos começam a interpretar e
a ilustrar os dois comportamentos, o dis-
funcional e o funcional, comportamentos
estes baseados na interação. A disfunção
que é criada pela música, subconscien-
temente leva os participantes a olharem
dentro de si mesmos e de suas organi-
zações. A música começa a soar como o
que está acontecendo em seu escritório,
e eles começam a avaliar suas lideranças.
Ao mesmo tempo, a função que é criada
pela música conduz os participantes a uma
imagem do que a sua organização poderia
alcançar se devidamente liderada. Quando
você vê a música que é criada, por meio de
uma grande liderança e do trabalho em
equipe, as organizações começam a ter
reuniões mais produtivas, o aumento da
criatividade, a abertura, a inspiração e a
energia; e as pessoas tornam-se ansiosas
de estudar formas para que possa fazer
suas organizações funcionarem melhor.
Conduzindo pela Música
O Paradigma da Música tem transfor-
mado a minha liderança de muitas formas.
Há uma história, em particular, que é um
ponto de retorno para mim, como um
maestro e líder. Os maiores instrumentos
(isto é, baixos duplos) levam mais tempo
para produzir um som. Esses instrumentos
tendem a ser mais lentos e atrasados que
outros. E, como um inexperiente maestro,
minha reação imediata foi dizer a eles que
estavam atrasados – esse parecia o cami-
nho mais rápido para resolver o problema.
Eu não resolvi o problema, pelo contrário
criei outro. Eu não somente havia criado
uma questão no momento, mas agora
eu tinha uma sessão de baixo muito insa-
tisfeita, porque eles estavam embaraça-
dos e se sentiam mal a respeito de seus
desempenhos. Com a experiência, dirigi
o problema de forma diferente, pedindo-
lhes para tocarem antes. Aprendi uma lição
valiosa com esse pedido. Ao pedir para
a equipe de baixistas desempenhar um
papel de liderança com a fixação do tempo
para toda a orquestra, os seus papéis foram
mais ativos e eles se empenharam mais.
Mudei a minha relação com os baixistas,
bem como a sua relação com o resto da
orquestra. Minha sessão de baixos estava
feliz e foi bem-sucedida.
A música tem resultado imediato e me
permite refletir sobre minha liderança com
cada desempenho. Se um músico perde
uma nota, posso perceber se isso resul-
tou da forma como eu regi no momento.
Então, decido fazer isso diferentemente
na próxima vez. Posso tentar comporta-
mentos diferentes e observar resultados
imediatos.
O comportamento muda quando você
modifica os paradigmas e redesenha o
território sob a luz de uma nova realidade.
O Paradigma da Música mostra uma nova
realidade. O poder real se situa dentro da
interação entre os músicos – e como eles
funcionam juntos, como eles se relacionam
Artigo especial da Qualitymark
www.qualitymark.com.br
Orquestrar
um novo
modelo de
cultura e
talento
entre si. O poder de uma organização
reside no fato de como as pessoas fazem
o trabalho e de como elas interagem umas
com as outras. O papel de um líder é criar
o espaço melhor possível para que isso
aconteça por meio de:
• Não dizer a seu talento o que fazer (é
isso mesmo, não se assuste).
• Fornecer às suas pessoas uma visão de
conjunto com as orientações sobre os
recursos disponíveis.
• Dar-lhes permissão para fazer o
trabalho.
• Ver possibilidades para si mesmo e des-
locar o entendimento para você e para
suas pessoas.
O líder realmente não tem o maior poder.
O líder tem o poder de criar as circunstâncias
nas quais outros possam sobressair e trans-
cender aquilo que é possível. O líder não faz
isso sozinho, mas melhora as circunstâncias
para que os outros possam fazê-lo – e, jun-
tos, vocês alcançam a meta.
*Roger Nierenberg é criador de or-
questras, diretor de música da Sta-
mford Symphony por mais de uma
década, maestro laureado pela Jack-
sonville Symphony Orchestra e inven-
tor de O Paradigma da Música.
Visite o site www.musicparadigm.org.
Crie sua própria
AÇÃO:
sinfonia
RHnews • Outubro 2009 13
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