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Faculdade de Engenharia Química - FEQ

EQ701 - Laboratório de Engenharia Química II


Material elaborado por: Katia Tannous 1
Profa. Responsável: Lucia Mei
PED responsável: Luiza Baptista (2º semestre de 2018)

EXPERIMENTO: LEITO FIXO E FLUIDIZADO


(http://cameraweb.ccuec.unicamp.br/watch_video.php?v=KYRDU9B91BXN)

1. OBJETIVO
O objetivo desta experiência é estudar o comportamento fluidodinâmico de sistemas sólido-fluido
através da medida experimental de variáveis como gradiente de pressão e velocidade superficial do fluido,
que permitem a determinação de parâmetros característicos do comportamento do leito, além de compará-
los com os obtidos a partir de correlações existentes na literatura.

2. TEORIA
A experiência em estudo envolve dois tipos de sistemas: sistema de leito fixo e de leito fluidizado,
onde os sólidos entram em contato com gases ou líquidos. Para uma melhor compreensão apresentamos
resumidamente a teoria dos dois sistemas distintos.

2.1. LEITO FIXO


Por definição, o escoamento de gases ou líquidos através de meios porosos, sem causar
movimento nas partículas do meio, denominam-se leitos fixos. Na literatura há diversas equações e
correlações que representam o estado do leito fixo para determinadas faixas de operação sendo que, para
baixas velocidades onde se considera escoamento monofásico lento, utiliza-se a equação clássica
(Equação 1) designada como Lei de Darcy (1856):

∆𝑃 𝜇 𝑄 𝜇
= = 𝑈 (1)
𝐿 𝐾𝐴 𝐾
A permeabilidade do meio poroso (K) pode ser obtida por várias expressões que relacionam a
porosidade do meio () e o tamanho das partículas (dp). A correlação (Equação 2) mais conhecida na
literatura é a de Kozeny (1927) - Carman (1937):

𝜀 3 ∅2 𝑑̅𝑝2
𝐾𝐾𝑧 = (2)
36 𝛽 (1 − 𝜀)2
A porosidade do meio (𝜀) pode ser determinada graficamente em função da esfericidade (Foust et
al., 1982) para 3 tipos de agrupamento. Além disso, é usual determinar experimentalmente através da
relação entre volume de vazios e volume total ocupado, conforme a Equação 3.
𝑉𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜𝑠 𝑚𝑠 /𝜌𝑠
= =1− (3)
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐴. 𝐿
O fator de forma () é dependente da forma das partículas e da porosidade do meio. Para leitos
fixos, o valor pode variar entre 4 e 5. Para partículas esféricas ( = 1) com porosidade do meio entre 0,30 e
0,50, o fator de forma  entre 4 e 5. Para partículas esféricas em geral a esfericidade () pode ser
determinado pela inclinação da reta das Equações 1 e 2.
O fator de atrito apresentado pela correlação de Darcy (1856), válida somente para condições de
escoamento lento e partículas esféricas, pode ser calculado pela Equação 4.
36 𝛽
𝑓𝐷𝑎𝑟𝑐𝑦 = (4)
𝑅𝑒
Para partículas não esféricas, utiliza-se o número de Reynolds Modificado (ReMD) apresentado na
Equação 5.
𝜌 𝑈  d̅p
𝑅𝑒𝑀𝐷 = (5)
𝜇 (1 − 𝜀)
Com isso, o fator de atrito de Darcy (1856) pode ser representado pela Equação 6. Esta equação é o
resultado da substituição da Equação 2 na Equação 1, já considerando a substituição da Equação 4 e 5

∆𝑃  𝑑̅𝑝 ε3
𝑓𝐷𝑎𝑟𝑐𝑦 = (6)
𝐿 𝜌 𝑈 2 (1 − 𝜀)
Para altas velocidades, a dependência de P com U admite forma quadrática, pelas forças inerciais
predominantes. Uma das correlações bastante empregada é a de Ergun (1952) apresentada na Equação 7,
sendo válida para a faixa 10-1< Re <103,
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P 150 (1- )2  1,75(1 − )f 2 (7)


= U+ U
3d p
2
L   dp
3 2

A Equação 7 pode ser reescrita mediante fator de atrito, na forma da Equação 8,

150
𝑓𝐸𝑟𝑔𝑢𝑛 = + 1,75 (8)
𝑅𝑒
O primeiro termo da Equação de Ergun (1952), representado pela Equação 9, é principalmente
relacionado à perda por energia viscosa e considera regime laminar com Re < 10.

∆𝑃 150 (1 − 𝜀)2 𝜇
= 𝑈 (9)
𝐿 𝜀 3 ∅2 𝑑̅𝑝2

O segundo termo, representado pela Equação 10, refere-se à perda de energia cinética e considera
regime turbulento com Re > 200.

∆𝑃 1,75 (1 − 𝜀)𝜌𝑓 2
= 𝑈 (10)
𝐿 𝜀 3 ∅ 𝑑̅𝑝

A Equação 7 também pode ser apresentada na forma análoga proposta por Massarani et al.
(1982), conforme a Equação 11:

∆𝑃 𝜇 𝑐
= 𝑈+ 𝜌𝑈 2 (11)
𝐿 𝐾𝑀 √𝐾𝑀
Considerando KM e c:

2/3
 0,72 0,13 
2 1  −1 10 −6   −6 
−2  10   (12)
𝜀 3 2 d̅p c= 10 + 6.10
𝐾𝑀 = [𝑐𝑚2 ]  3/ 2   K   K  
150 (1 − 𝜀)2      
[adimensional]

Limite do escoamento Darcyano obtido experimentalmente ou quando:

c K q Dpq
Re K =  0,01 [[Massarani] Re =  10 [Ergun]
 (1 − )

2.2. LEITO FLUIDIZADO


Os processos onde uma fase fluida escoa em contracorrente através de uma fase sólida particulada
com velocidade suficiente para manter as partículas em suspensão sem arrastá-las junto com o fluido, são
conhecidos por leitos fluidizados. Para estudar o comportamento do leito fluidizado, parte-se do balanço de
forças de uma seção qualquer do leito de comprimento L onde a queda de pressão é igual à força
gravitacional e, A partir deste ponto, tem-se o leito fluidizado representado na Equação 13:
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P (13)
= (1 −  )( s − f ) g
L
No estudo desta operação é necessário acompanhar as diversas etapas de velocidade de
escoamento, que envolve a percolação do fluido através de um leito fixo e a expansão deste leito até a total
fluidização, destacando-se a condição de mínima fluidização.
Para predição da velocidade de mínima fluidização (Umf) existem várias correlações na literatura,
contudo considera-se sua determinação experimental a partir do gráfico P/L x U a forma mais segura.
Teoricamente, inúmeras equações foram propostas na literatura conforme pode ser visto na Tabela 1.
Salienta-se na Tabela 1 o adimensional, o número de Arquimedes (Ar).

Tabela 1: Correlações Empíricas para Velocidade de Mínima de Fluidização [ Umf ].


ρp [kg/m3] 𝑑̅𝑝
Autor  Fluido Re Ar Correlação
[m]
𝑅𝑒𝑚𝑓
Babu et 2560 - 50 - 0,63 – Ar 14,88 –
- = [25,252 + 0,0651𝐴𝑟]1/2
coll. (1978) 3924 2870 0,74 comprimido 2,59*106
− 25,25
Baeyens et
50 - Ar 0,02 - 15 – 𝐴𝑟 = 18,23𝑅𝑒𝑚𝑓 1,07
Geldart 850 - 8810 1,0
4200 comprimido 200 5*105 + 21,7𝑅𝑒𝑚𝑓 2
(1973)
Bourgeois Ar 𝑅𝑒𝑚𝑓
1200 - 86 – 0,007 -
et Grenier 1,0 Comprimido 102 - 108 = [25,462 + 0,0382𝐴𝑟]1/2
19300 2510 605
(1968) / Água − 25,46
Lucas et
Ar 𝑅𝑒𝑚𝑓 = [25,22 + 0,0672𝐴𝑟]1/2
coll. - - 0,5 – 1,0 - -
comprimido − 25,2
(1966)
Richardson 𝑅𝑒𝑚𝑓 = [25,72 + 0,0365𝐴𝑟]1/2
Partículas esféricas e não esféricas
(1971) − 25,7
Thonglimp
112,5 - 30 - 5*104 – 𝑅𝑒𝑚𝑓
et. coll. 2635 - -
2125 180 8*105 = [31,62 + 0,0425𝐴𝑟]1/2 31,6
(1984)
Nota: Valores válidos à Temperatura Ambiente e P = 1,013*10-5 Pa.

A velocidade terminal para um sistema líquido-sólido pode ser obtida por meio das correlações de
Coelho & Massarani (1996):
1
1,2 −1,2 3
−1,2 − 4 𝜌𝑓 (𝜌𝑠 −𝜌𝑓 )𝑔𝑑̅𝑝
𝐾1 𝑐𝐷 𝑅𝑒𝑝 2 𝑐𝐷 𝑅𝑒𝑝 2 2
𝑅𝑒𝑝 = [( ) +( ) ] (14) 𝑐𝐷 𝑅𝑒𝑝 2 = (15)
24 𝐾2 3 𝜇2

𝜙
𝐾1 = 0,843log ( ) (16) 𝐾2 = 5,31 − 4,88𝜙 (17)
0,065

A velocidade terminal para um sistema gás-sólido pode ser obtida pela equação de Haider e
Levenspiel (1989):

1
 4d p (p − g )g  2
vt =   (18)
 3g CD 
em que CD é um coeficiente de arraste determinado experimentalmente.

−5, 0748 (19)


24 73,69(e s
) Re p
CD = [1 + (8,1716e− 4,0655 s ) Re 0p,0964+ 0,5565 s ] + 6 , 2122 s
, [-]
Re p Re p + 5,378e
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2.2.1. FLUIDIZAÇÃO LÍQUIDO-SÓLIDO


A queda de pressão teórica neste caso é também dada pela Equação 13, enquanto que a previsão
da expansão do leito pode ser analisada através de correlações empíricas. Uma das mais conhecidas é a
de Richardson e Zaki (1954):
𝑈 𝑛
= 𝜀𝑅𝑍 (18)
𝑈𝑡
Para o cálculo da velocidade terminal deve-se levar em conta o coeficiente de arraste, que é função
do número de Reynolds e esfericidade do sólido. Há varias metodologias para a obtenção de U t. Em caso
de utilização de equações empíricas deve-se prestar atenção no processo iterativo. No material de aula da
disciplina EQ651, disponível no site abaixo, encontram-se exemplos de determinação de Ut para este tipo
de sistema. <http://www.ocw.unicamp.br/fileadmin/user_upload/cursos/EQ651/Capitulo_II.pdf>

2.2.2. FLUIDIZAÇÃO GÁS-SÓLIDO


A teoria das duas fases postula que, para velocidades superiores à da fluidização incipiente, uma
porção do fluxo de gás percola entre as partículas, enquanto o restante do fluido atravessa o leito na forma
de bolhas. Baseado nesta teoria Matsen (1970) propôs a Equação 19 presente na Tabela 2, para prever a
altura máxima (L) do leito. Outras formas de caracterizar a expansão do leito e mediante a sua porosidade
conforme as Equações de Thonglimp et al. (1984), Babu et al. (1978) e Matsen (1970). Os autores
inseriram números adimensionais como número de Arquimedes (Ar) e número de massa específica (Mv).

Tabela 2: Correlações Empíricas para Expansão do Leito [L/L mf ou ].


ρp
Autor [kg/m3] 𝑑̅𝑝 [m]  Fluido Correlação

Matsen 𝐿𝑀𝑎𝑥 (𝑈 − 𝑈𝑚𝑓 )


Válido para pistão simétrico =1+ (19)
(1970) 𝐿𝑚𝑓 0,35√𝑔𝐷𝑐
0,738
Ar, 𝐿 1,1957(𝑈 − 𝑈𝑚𝑓 ) 𝑑𝑝 1,006 𝜌𝑝 0,376
Babu et al. 178,3 - 70 - 0,64 – N2,CO2,H2 =1+ 0,937
𝐿𝑚𝑓 𝜌𝑔 0,126 𝑈𝑚𝑓 (20)
(1978)* 3924 2160 0,74
Freon
Válido para Dc >0,0625m [unidades cgs]

Thonglimp
112,5 -
et al. 2635 1,0 Ar 𝜀 = 1,05𝑅𝑒 0,30 𝐴𝑟 −0,17 (21)
2125
(1984)*

Nota: Valores válidos à Temperatura Ambiente e P = 1,013*10-5 Pa.

3. DISTRIBUIDORES
Os distribuidores são utilizados como suporte para o leito fixo e fluidizado assegurando uma rápida
e uniforme distribuição de líquido ou gás dentro do leito. Estes devem operar por longos períodos sem
obstrução, evitar os atritos das partículas e operar com baixa queda de pressão para minimizar o consumo
de energia (Kunii e Levenspiel, 1991). A experiência mostra que os distribuidores devem ter uma queda de
pressão suficiente para atingir o escoamento sobre toda a secção transversal do leito. Para isso, adota-se a
seguinte recomendação: Pdistribuidor = (0,2 a 0,4)Pleito. De maneira geral, a queda de pressão pode ser
calculada pela Equação 12 (teórica) ou experimentalmente.
Existem vários tipos de distribuidores, tais como: placa perfurada simples, placa perfurada
sanduiche (dois pratos perfurados e uma tela de metal), placa porosa, placa perfurada côncava, placa com
grelhas, bocal ou flauta, dentre outras (Basu, 2006). Segundo Yang (2003), e Kunii e Levenspiel (1991), a
escolha do distribuidor deve levar em conta a simplicidade e o custo de fabricação, a facilidade de limpeza e
a facilidade de modificações (diâmetro do orifício, ampliação ou redução). Neste experimento, consideram-
se as seguintes configurações de camadas para os distribuidores utilizados:
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LEITO LEITO
CAMADAS LEITO FIXO
FLUIDIZADO L-S FLUIDIZADO G-
S
D = 2,0 mm
4- Distribuidor:
Espaçamento entre furos = 2,0 mm
Placa Acrílica
451 furos
Espessura = 0,75 mm
Abertura
3- Tela Metálica --
0,297 mm
2- Leito de esferas D = 3,0 mm D = 3,0 mm D = 3,0 mm
de vidro Altura 10,5 cm Altura 10,5 cm Altura 10,5 cm

1- Tela metálica Abertura de 1,5


D = 2,0 mm
rígida de Orifícios mm

4. ANÁLISE DOS ERROS


Erro relativo absoluto: É a diferença entre o valor experimental e o valor teórico calculado dividido pelo
valor experimental:
(𝑥𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 − 𝑥𝑡𝑒𝑜𝑟𝑖𝑐𝑜 )
𝐸𝑅𝐴 (%) = | | ∗ 100 (22)
𝑥𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙
Erro relativo: Dependendo das grandezas envolvidas o erro absoluto pode não ser muito significativo,
portanto emprega-se o erro relativo que é o erro absoluto dividido pelo valor experimental:

(𝑥𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 − 𝑥𝑡𝑒𝑜𝑟𝑖𝑐𝑜 )
𝐸𝑅 (%) = ∗ 100 (23)
𝑥𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙
Desvio Padrão: É a medida da dispersão usada com a média. Mede a variabilidade dos valores à volta da
média.
(𝑥1 − 𝑥̅ )2 + (𝑥2 − 𝑥̅ )2 + ⋯ + (𝑥𝑛 − 𝑥̅ )2 ∑𝑛 (𝑥𝑖 − 𝑥̅ )2
𝜎=√ = √ 𝑖=1 (24)
𝑛−1 𝑛−1
na qual: 𝑥̅ é a média da amostra, sendo representado por:
𝑥1 + 𝑥2 + ⋯ + 𝑥𝑛 (25)
𝑥̅ =
𝑛
5. EQUIPAMENTOS E MATERIAIS

5.1. LEITO FIXO


Coluna (tubo de acrílico) de recheio de diâmetro de 8,4 cm de diâmetro interno e 80,3 cm de
comprimento, contendo esferas de vidro de 3,0 mm de diâmetro. A porosidade do leito é 0,352. O fluido é
água que circula para dentro do sistema através de uma bomba. As vazões são medidas por dois
rotâmetros e as quedas de pressões são lidas em manômetros do tipo U utilizando água como fluido
manométrico.

5.2. FLUIDIZAÇÃO LÍQUIDO-SÓLIDO


Bomba, rotâmetro, manômetros de tubo em U tendo água como fluido manométrico. Coluna de tubo
acrílico de 8,4 cm de diâmetro interno, utilizando-se 1000 g de material sólido. As partículas sólidas são de
areia de quartzo com dp = 460 m,  = 0,80, 𝜌p = 2,67 g/cm3.

5.3. FLUIDIZAÇÃO GÁS-SÓLIDO


Compressor de Ar (Fabricante: Schulz, potência: 2HP - Trifásico com volume de reservatório de
100L e vazão teórica de 283 l/min), 01 rotâmetro, 02 transdutores de pressão (0-5mbar e 0-10mbar). O leito
é constituído de partículas de areia de quartzo com 110 m de diâmetro ( = 1,0), contidas num tubo de
acrílico de 8,40 cm de diâmetro interno, utilizando 570g de material sólido. A massa específica aparente é
de 𝜌p = 2,67 g/cm3.
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5.3.1. Curva de calibração do rotâmetro

5.3.2. Curvas de calibração dos transdutores de pressão


Os dados coletados pelo sistema de aquisição de dados (mA) deverão ser divididos por 1000 para
obtenção da ordem de grandeza correta.

50 120
P manômetrico (mmH2O)

y = 2,8948x - 11,638 y = 6,0288x - 25,564


P manometro (mmH2O)

40 R² = 0,9971 100
R² = 0,9987
80
30
60
20
40
10
20
Amperagem FieldChart (mA) Amperagem FieldChart (mA)
0 0
0 5 10 15 20 25
0 5 10 15 20 25
Transdutor 0-5mbar Transdutor 0-10mbar

6. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

6.1. LEITO FIXO


Com o auxílio das válvulas, controlar a vazão do fluido, procurando cobrir a faixa dos rotâmetros.
Para cada vazão medir o desnível da água no manômetro. Começar efetuando medidas de queda de
pressão para baixas vazões. Verificar inicialmente se há um nivelamento do fluido manométrico e se o
sistema não tem bolhas nas linhas.

6.2. FLUIDIZAÇÃO LÍQUIDO-SÓLIDO


Elevar a vazão uniformemente, anotando as vazões, as quedas de pressões do leito e do
distribuidor, e altura do leito correspondente. Lembre-se de incluir a espessura da flange e somar esta
medida com as alturas do leito. Obs: A válvula de entrada de fluido deve ser aberta lentamente. Também
verifique se o sistema não contém bolhas nas conexões e tubos plásticos. Peça ao seu professor qual serão
as condições de operação (leito compactado ou não).

6.3. FLUIDIZAÇÃO GÁS-SÓLIDO


Primeiramente, medir a espessura da flange e somar esta medida com as alturas do leito. Em
seguida, com o leito inicialmente em estado fixo (anotar a sua altura do leito), aumente a vazão de ar
lentamente até a fluidização ocorrer, o qual é observado com o início da formação de bolhas. Observe a
altura do leito e queda de pressão para cada vazão de ar. As vazões muito altas podem ocorrer
consideráveis oscilações. Obtenha então as alturas mínimas e máximas do leito e as quedas de pressão do
leito para cada vazão. OBS.: Peça ao seu professor a consideração de operação (leito compactado ou não).
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Considere na coleta de dados um tempo mínimo de 1 minuto após atingir o estado estacionário para cada
vazão. Leia atentamente o roteiro do sistema de aquisição de dados disponibilizado no Moodle.

7. CÁLCULO E ANÁLISE DOS RESULTADOS


O desenvolvimento do relatório deve ser conciso e objetivo. Tenham em mente que tal documento é
utilizado como um mecanismo de comunicação, portanto deve ser organizado de forma lógica e clara.
Tabelas e gráficos são ferramentas indispensáveis na análise dos resultados. Além disso, todas as tabelas
contendo os dados obtidos experimentalmente deverão ser inseridas no apêndice. No corpo do relatório
deverão constar SOMENTE os gráficos relacionados. As unidades utilizadas no relatório deverão estar em
Sistema Internacional (SI). Desenhe o esquema dos equipamentos e acidentes utilizados nos
experimentos, definindo-os claramente com legenda apropriada. NÃO serão consideradas fotografias.

7.1. LEITO FIXO


a) Determine a esfericidade das partículas através do software APOGEO, através de 2 equações
específicas para partículas irregulares, discutindo a sua escolha no relatório. Consultar a imagem a ser
utilizada com o(a) professor(a) responsável; (item a será ministrado durante a aula prática).
b) Calcule o fator de forma () correspondente a esfericidade encontrada. Justifique sua resposta
comparativo aos dados da literatura.
c) A partir dos resultados com baixas velocidades (faixa linear do gráfico P/L vs U) determine a
permeabilidade K do meio experimentalmente (Equação 1). Considere o melhor ajuste linear entre os
pontos experimentais obtidos. Compare o valor de K experimental com aquele estabelecido dentro dos
limites teóricos estabelecidos, ReMD < 10. Caso ReMD > 10, justifique sua resposta com base na literatura.
d) Compare e calcule o erro entre o valor de K experimental (item c) com o 𝐾𝐾𝑍 calculado pela correlação
de Kozeny (1927) - Carman (1937) da Equação 2. Justifique sua resposta. Considere como valor
verdadeiro o K experimental.
e) Construa um gráfico teórico para queda de pressão utilizando a correlação de Ergun (1952) (Equação
7) e para a correlação de (Massarani et al., 1982) (Equação 11) e outro gráfico comparativo aos seus
dados experimentais, considerando altas vazões. Determine o erro relativo médio da queda de pressão
entre os valores calculados pelas correlações e o experimental. Faça uma análise dos resultados
obtidos.
f) Para cada resultado experimental determine f (Darcy) (Equação 6) e f (Ergun) (Equações 5 e 8),
representando f em função de Re modificado em log-log. Compare os resultados. Lembre-se de utilizar o
valor da esfericidade () obtida pelo APOGEO.

Os itens a, c, d e e deverão ser realizados ao longo da aula em laboratório (planilha preliminar já deve
conter os cálculos necessários).

7.2 FLUIDIZAÇÃO

7.2.1. FLUIDIZAÇÃO LÍQUIDO-SÓLIDO


a) Determine experimentalmente a queda de pressão em função da velocidade do líquido e discuta se o
perfil possui semelhanças com o perfil da literatura;
b) Determine experimentalmente a expansão do leito (ε) em função da velocidade do líquido;
c) Obtenha os parâmetros de mínima fluidização a partir das curvas da expansão () em função da
velocidade, e queda de pressão total em função da velocidade. Compare tais resultados com os
determinados por meio de correlações da literatura. Utilize correlações similares com as condições
experimentais;
d) Calcule a velocidade terminal e o expoente da correlação empírica de Richardson e Zaki (1954)
(Equação 18) aplicando os seus dados experimentais;
e) Compare a velocidade terminal obtida no item d, com a determinada pelas correlações proposta por
Coelho & Massarani (1996);
f) Construa e compare as expansões do leito na forma  (item c) e L/Lmf em função da velocidade U. Opte
por uma das formas de representação da expansão e compare com duas correlações empíricas
diferentes. Lembre-se que estas equações devem estar na mesma faixa de validade do presente
experimento;
g) Discutir a questão dos canais preferenciais observados durante o experimento e outros fenômenos
anormais que possam ocorrer.
h) Calcule a queda de pressão do distribuidor e discuta sua eficiência comparativa a queda de pressão do
leito fluidizado. A discussão deste item pode ser encontrada em Kunii e Levenspiel (1991) e no material
disponível no site do OCW/Unicamp (Disciplina de Operações Unitárias I).
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Os itens a, b, c e d deverão ser realizados ao longo da aula em laboratório (planilha preliminar já deve
conter os cálculos necessários).

7.2.2. FLUIDIZAÇÃO GÁS-SÓLIDO


a) Explique o tipo de partículas relacionada a fluidização obtida neste experimento, mediante a
classificação de Geldart (1986). Busque exemplos comparativos;
b) Faça a média das medidas da pressão instantânea para cada uma das vazões escolhidas, dentro do
intervalo solicitado (1min/vazão). Na troca da vazão deixe 30 segundos para o leito entrar em regime.
Isso é válido para o leito fluidizado e distribuidor;
c) Faça o gráfico da queda de pressão média em função da velocidade do gás e através deste, obtenha a
queda de pressão suficiente para suportar o leito identificando o ponto de mínima fluidização; Determine
a velocidade de mínima fluidização neste mesmo gráfico.
d) Para cada velocidade de operação, faça os respectivos gráficos representativos das flutuações de
pressão instantânea em função do tempo. Comente as diferenças de magnitude e no comportamento da
flutuação de pressão de acordo com a visualização fluidodinâmico do leito (borbulhante, empistonado e
turbulento).
e) Compare a velocidade de mínima fluidização obtida experimentalmente com a(s) prevista(s) com pelo
menos duas correlações da literatura. As equações escolhidas devem estar na mesma faixa de
aplicação usada neste experimento. Calcule e comente o erro relativo entre estas. OBS.:É recomendado
que pelo menos uma equação seja diferente daquela apresentada neste roteiro.
f) Construa no mesmo gráfico da altura do leito (L) e expansão () em função da velocidade do fluido (U) e
determine a Umf, Lmf e mf;
g) Determine o erro relativo para a Umf entre os três métodos (item c e f);
h) Compare graficamente L/Lmf e  em função de U teórico (correlações empíricas) e experimental. Calcule
o erro relativo e discuta os resultados.

Os itens a, b, c, d e e deverão ser realizados ao longo da aula em laboratório (planilha preliminar já deve
conter os cálculos necessários).

8. NOMENCLATURA
A área da seção transversal da coluna [m]
̅
𝑑𝑝 diâmetro médio das partículas do leito [m]
𝑑𝑜𝑟 diâmetro de orifício [m]
𝐷𝑐 diâmetro da coluna [m]
c Fator adimensional [-]
fDarcy fator de atrito proposto por Darcy [-]
fErgun fator de atrito proposto por Ergun [m/s²]
g aceleração da gravidade [m/s]
K permeabilidade do meio poroso [cm²];
Kkz permeabilidade proposta por Kozeny - Carman [cm²];
KM permeabilidade proposta por Massarani [cm²];
L altura máxima do leito [m]
Lmf altura do leito na fluidização incipiente ou mínima fluidização [m]
ms massa de sólido [kg]
n expoente que varia com a faixa do nº Reynolds para Ut [-]
Q vazão do fluido [m³/s]
U velocidade superficial do fluido nas condições de operação [m/s]
Umf velocidade superficial do fluido na fluidização incipiente ou na mínima fluidização [m/s]
Ut velocidade terminal da partícula isolada [m/s]
Letras Gregas
 viscosidade do fluido [kg/m.s]
 porosidade do meio [-]
Faculdade de Engenharia Química - FEQ
EQ701 - Laboratório de Engenharia Química II
Material elaborado por: Katia Tannous 9
Profa. Responsável: Lucia Mei
PED responsável: Luiza Baptista (2º semestre de 2018)

 RZ expansão do leito de Richardson e Zaki [-]


 Esfericidade [-]
 fator de forma [-]
P queda de pressão através do leito [Pa]
s massa específica aparente do sólido [kg/m3]
f massa específica do fluido [kg/m3]

Números Adimensionais
𝑑𝑝3 𝜌𝑔 (𝜌𝑠 − 𝜌𝑔 )𝑔
Ar número de Arquimedes 𝐴𝑟 =
𝜇2
𝜌𝑠 − 𝜌𝑔
Mv número de massa específica 𝑀𝑣 =
𝜌𝑔
𝜌 𝑈 𝑑̅𝑝
Re número de Reynolds 𝑅𝑒 =
𝜇
𝜌 𝑈  𝑑̅𝑝
ReMD número de Reynolds modificado 𝑅𝑒𝑀𝐷 =
𝜇 (1 − 𝜀)

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Coulson J.M. e Richardson C.H., "Chemical Engineering", Oxford: Pergamon, 1977.
2. Davidson J.F., Clift R. e Harrison D., Fluidization, Academic Press, 1985.
3. Foust, A.S., Wenzel, L.A, Clump, C.W., e Maus, L. e Andersen, L.B., Princípios das Operações
Unitárias, 2.º edição, Ed. Guanabara Dois, 1982.
4. Geldart D., Gas Fluidization Technology, John Wiley e Sons, 1986.
5. Kunii D. e Levenspiel O., Fluidization Engineering, Butterworth-Heinemann, 1991.
6. Yates J.G., Fundamentals of Fluidized-Bed Chemical Processes, Editora Butterworths, 1983.
7. Haider, A.; Levenspiel, O. Drag coefficients and terminal velocity of spherical and nonspherical
particles, Powder Technology. 58, 63–70, 1989.
8. McCabe, W.L. e Smith, J.C., "Unit operations of chemical engineering", Auckland: McGraw-Hill
International Book, 1976.
9. Richardson J F & Zaki W N. Sedimentation and fluidisation. Part 1. Trans. Inst. Chem. Eng. 32:35-53,
1954.
10. Babu, S. P.; Shah. B.; Talwalkar. A., Fluidization correlations for coal gasification materials-minimum
fluidization velocity and fluidized bed expansion, AIChE Symp.Ser., vol.74, n.76, p. 176-186, 1978.
Bibliografia complementar
11. Tannous, K. Tecnologia da Fluidização. Disponível em: <http://www.fluidizacao.com.br>. Acesso em:
04/02/2015.
12. Tannous, K.; Rocha, S.C.S., EQ651 - Operações Unitárias I. Elaborado no 1º semestre de 2009.
Disponível em: <http://www.ocw.unicamp.br/index.php?id=196>. Acesso em: 04/02/2015.
13. Video sobre leitos fixo e fluidizado – Disponível em: http://cameraweb.ccuec.unicamp.br/
watch_video.php?v=KYRDU9B91BXN>.

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