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No caso de o inquilino deixa de pagar a renda por três ou mais meses, entrando dessa
forma em mora, o senhorio tem o direito de terminar o contrato de arrendamento,
devendo o arrendatário abandonar a habitação ocupada. O mesmo se aplica com o
inquilino que não cumpra com as suas obrigações de pagar as despesas do condomínio.
A lei n° 31/2012 de 14 de Agosto assim o define nos artigos 1048°, 1083º e 1084º do
Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU).
De acordo com a Nova Lei das Rendas, foi também introduzida uma medida com vista a
reduzir a falta de pagamento das rendas por parte dos inquilinos. Assim, o senhorio tem
o direito de pôr fim ao contrato entre as partes em casos em que o inquilino, num
mesmo ano, se atrase por mais de oito dias no pagamento da renda, desde que tal
aconteça mais de quatro vezes seguidas ou intercaladas.
Artigo 1083.º
Fundamento da resolução
…
3 – É inexigível ao senhorio a manutenção do arrendamento em caso de mora igual ou
superior a três meses no pagamento da renda, encargos ou despesas que corram por
conta do arrendatário ou de oposição por este à realização de obra ordenada por
autoridade pública, sem prejuízo do disposto nos n.os 3 a 5 do artigo seguinte.
4 – É ainda inexigível ao senhorio a manutenção do arrendamento no caso de o
arrendatário se constituir em mora superior a oito dias, no pagamento da renda, por
mais de quatro vezes, seguidas ou interpoladas, num período de 12 meses, com
referência a cada contrato, não sendo aplicável o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo
seguinte.
Artigo 1084.º
Modo de operar
…
3 – A resolução pelo senhorio, quando opere por comunicação à contraparte e se funde
na falta de pagamento da renda, encargos ou despesas que corram por conta do
arrendatário, nos termos do n.º 3 do artigo anterior, fica sem efeito se o arrendatário
puser fim à mora no prazo de um mês.
4 – O arrendatário só pode fazer uso da faculdade referida no número anterior uma
única vez, com referência a cada contrato.
Para facilitar os processos de falta de pagamento das rendas, foi criado em 2013 o
Balcão Nacional do Arrendamento (BNA). O objetivo do BNA foi o de aliviar os
tribunais de casos que possam ser resolvidos sem necessidade de recorrer a um juiz. Nos
casos em que o inquilino, sem razão, se recusa a abandonar a habitação, o BNA tem
competência exclusiva para lidar com os procedimentos especiais de despejo. No
entanto, para que o senhorio possa recorrer ao BNA, este deve estar registado nas
Finanças bem como ter os impostos em dia.
Uma vez tratadas as formalidades, o senhorio tem 10 dias para pagar a taxa de justiça
mínima de €25,50, podendo fazê-lo através do multibanco ou via homebanking. Após o
pagamento da mesma, o BNA encarregar-se-á de notificar o inquilino num prazo de 15
dias por carta registada e com aviso de recepção. A entrega pode ser feita via online ou
em papel junto de uma secretaria judicial.
Finalmente, o inquilino tem 15 dias para deixar o imóvel, pedir uma extensão do prazo
ou opor-se ao despejo. No entanto, o inquilino apenas deverá oferecer resistência caso
esteja convicto de que tem razão, uma vez que as multas por incumprimento podem
chegar a montantes que podem exceder os três mil euros.