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Americana
2017
Renata dos Anjos Melo
Linha de pesquisa:
A intervenção educativa sociocomunitária:
linguagem, intersubjetividade e práxis.
Americana
2017
Melo, Renata dos Anjos.
M485e A educação superior e as metodologias ativas de ensino-
aprendizagem: uma análise a partir da educação sociocomunitária
./ Renata dos Anjos Melo – Americana: Centro Universitário
Salesiano de São Paulo, 2017.
176 p.
CDD 370.115
RENATA DOS ANJOS MELO
Linha de pesquisa:
A intervenção educativa sociocomunitária:
linguagem, intersubjetividade e práxis.
___________________________________________________________________
Prof. Dr. João Carlos Carvalho Queiroz – Membro Externo
Universidade Federal de Sergipe - UFS
___________________________________________________________________
Prof. Dr. Renato Kraide Soffner – Membro Interno
Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL
_______________________________________________
Profa. Dra. Maria Luisa Amorim Costa Bissoto – Orientadora
Centro Universitário Salesiano de São Paulo – UNISAL
Dedico este trabalho ao amor mais sincero e dedicado, meu esposo e companheiro,
Fernando Jeronimo Neto, que me incentivou e acreditou em minha capacidade, com
muito carinho e compreensão; a minha filha querida que tanto amo, Fernanda dos
Anjos Melo Jeronimo, que soube esperar o tempo necessário para ter minha
atenção e carinho, e nas horas mais difíceis, era ela que cuidava de mim, como uma
mãe cuida de um filho; aos meus pais, minha avó e minha sogra, por me
estimularem e compreenderem minha ausência em momentos festivos; a todos os
professores que acreditaram no meu trabalho; a todos os que, direta ou
indiretamente, contribuíram para a conclusão de mais esta etapa.
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 14
PARTE I. A EDUCAÇÃO SUPERIOR NO BRASIL ......................................................... 19
1. 1. BREVE HISTÓRICO ................................................................................................ 19
1. 2. ESCOPO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR ........................................ 23
1. 2. 1. Sobre a Educação Superior na América-Latina e no Brasil ..................... 27
1. 3. A LEGISLAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR ................................................... 40
PARTE II. ASPECTOS METODOLÓGICOS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR ............... 58
2. 1. A FORMAÇÃO E A AÇÃO DOCENTE NA EDUCAÇÃO SUPERIOR............. 58
2. 2. PROPOSIÇÕES DE INOVAÇÃO DIDÁTICA NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: AS
METODOLOGIAS ATIVAS .............................................................................................. 60
2. 2. 1. Definição, princípios e conceitos ................................................................... 60
2. 2. 2. Métodos e recursos das metodologias ativas .............................................. 63
2. 3. A TEORIA DA ATIVIDADE E AS METODOLOGIAS ATIVAS ......................... 69
2. 3. 1. Definição e conceitos....................................................................................... 69
2. 3. 2. Três fases na Teoria da Atividade ................................................................. 72
2. 3. 3. As Metodologias Ativas, a Teoria da Atividade e a Educação
Sociocomunitária . .................................................................................................75
PARTE III. DO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA: PERFIS DE “ENSINAGEM” E
SUAS RELAÇÕES COM AS METODOLOGIAS ATIVAS .............................................. 78
3. 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO E DOS PROCESSOS DE
COLETA DE DADOS........................................................................................................ 78
3. 1. 1. Análise dos Questionários TSI aplicados aos professores/coordenadores
da instituição pesquisada ............................................................................................. 85
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................... 145
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 148
ANEXO. LEVANTAMENTO DOS ESTILOS DE ENSINO............................................ 157
APÊNDICE. COMPLEMENTAÇÃO (FONTE: A PESQUISADORA).......................... 168
APÊNDICE.MEMORIAL...........................................................................................174
14
INTRODUÇÃO
Ter acesso à informação já não basta para que jovens e adultos consigam
participar da vida em sociedade. Numa sociedade que já foi denominada como da
informação, no início dos anos de 1980, e que após os anos de 1990 passou a ser
nomeada como Sociedade do Conhecimento, conhecimento é poder. A necessidade
de produzir, divulgar, possuir e saber usar a informação é incessante. Cria-se o
imperativo de produzir e consumir “saberes”, ficando num segundo plano questões
fundamentais como: quem está produzindo e validando o conhecimento? Para quem?
Como esse conhecimento vem sendo usado?
A grande mudança da sociedade global começa com a Sociedade da
Informação, que acontece e marca uma era profundamente, utilizando a informação
para o desenvolvimento como sustentação da sociedade contemporânea, que prioriza
a tecnologia, a liberdade individual e a comunicação aberta (CASTELLS; CARDOSO,
2006).
Porém, acesso à informação não realiza por si só a aprendizagem, que, por
sua vez, não atesta conhecimento. Assim dito por Castells e Cardoso (2006), é
necessário que, frente às informações apresentadas, as pessoas possam reelaborar
o seu conhecimento ou até mesmo desconstruí-lo, visando uma nova construção, e a
partir deste movimento reconfigurar a Sociedade da Informação em Sociedade do
Conhecimento.
Consideramos, nessa investigação, que o desenvolvimento das capacidades
humanas que envolvam o pensar, o agir e o sentir devem ser mais amplos do que o
conhecimento enciclopédico, que parece ainda tão valorizado atualmente. De modo a
que aprendamos a refletir que tais capacidades, todas incluídas na produção dos
saberes, precisam estar comprometidas para a melhoria da qualidade de vida do
entorno em que se vive.
A construção do conhecimento, pelo estudante, deve ser o foco de atuação do
professor e sua ação docente de ensino↔aprendizagem; compreendendo que ele,
professor, também constrói saberes nesse processo. Os esforços realizados pelo
professor serão, como entendidos nessa dissertação, no sentido de proporcionar
experiências de construção de conhecimentos, que favoreçam o alcance dos objetivos
15
somos nós, homens, que lhe atribuímos poder a partir do momento que lhe
atribuímos significações, símbolos e valores que determinam o modo como
interpretamos as forças divinas, naturais, sociais e políticas e suas relações
conosco (CHAUÍ, 2000, p.174-175).
1 Aquela reconhecida como primeira, ao menos na Europa, foi a de Bolonha, em 1088, a mais
independente do poder eclesiástico, pois organizada por estudantes (ORLANDIN, 2016). Contudo, há
fontes que indicam que a primeira universidade teria surgido na região de Bharat, India, funcionando
entre 600 A.C. a 500 D.C. Outras fontes apontam, ainda, a primeira universidade como aquela de Al-
Qarawiyin, situada em na cidade de Fez, Marrocos, em 859 D.C. Assumimos aqui a primeira como
aquela de Bolonha devido a consistência das fontes que sustentam essa informação e também pela
influência que o modelo europeu dessa primeira universidade exerceu em todo o sistema univeristário
do mundo ocidental, subsequentemente.
22
Rossato (2005) lembra que, por volta de 1200, as instituições que possuíam
as faculdades de Artes, Teologia, Decretos e Medicina, que na época eram as
principais áreas do conhecimento, recebiam a denominação de studium generale. Na
mesma ocasião ressalta que a universidade era uma escola de fundação ou religiosa,
ou vinculada às cortes, cujos membros, organizados em corporações ou não,
gozavam de certos privilégios, de caráter universal, e/ou dos privilégios eclesiásticos.
Giles (1987) comenta que o profissional que era admitido para ser ensinante deveria
possuir mais de 21 anos, com no mínimo, 6 anos de estudos e possuir defesa de um
debate público, passando pelos 3 graus de escolaridade, como: bacharelado,
licenciatura e mestrado. Os estudantes agrupavam-se em bairros, onde residiam, e
encontravam-se nas salas de aula. O método de ensino era o da lição, ou seja, leitura
e comentários pelo mestre e discussão entre os estudantes do que o mestre
propunha. A etapa final dava-lhe a condição de ensinar em qualquer lugar do mundo,
com aprovação pontifícia. Os que, pela dificuldade do processo não conseguissem
chegar à etapa final, tornavam-se ensinantes nas escolas primárias ou elementares.
O segundo período remonta do século XV, época em que a universidade
renascentista recebe o impacto das transformações comerciais do capitalismo e do
humanismo literário e artístico, mas sofre também os efeitos da Reforma e da
Contrarreforma. De acordo com Woods (2008), nesse período 33 universidades
estavam vinculadas à Igreja, 15 às cortes europeias, 20 estavam associadas tanto à
Igreja como às Cortes e 13 eram independentes. Contudo, parece que o próprio
enrijecimento da Igreja nesse período, associado à oposição da Contrarreforma,
endureceu também as universidades, entrando essas, a partir do século XV, em uma
fase de declínio. Para Anísio Teixeira (1968, p.21):
O terceiro período, que vai do século XVII ao século XIX, foi marcado por
descobertas científicas em vários campos do saber, mas não necessariamente
desenvolvidas nas universidades, mas em academias e centros de pesquisa e de
estudos, que tinham um caráter mais independente, em termos de vinculação com a
Igreja ou com as Cortes europeias, que também lutavam com vários problemas para
conseguirem manter sua hegemonia. No entender de Simon Schwartzman e Antônio
Paim (1976, item 3):
O Brasil inicia, então, a sua história com o Ensino Superior muito depois das
civilizações europeias e das colônias vizinhas. A criação das universidades brasileiras,
ao contrário das Américas Espanhola e Inglesa, que tiveram acesso ao ensino
28
Foi com ares de modernização, após a Revolução de 1930, que dois projetos
foram colocados em prática: a USP - Universidade do Estado de São Paulo e a UDF-
Universidade do Distrito Federal. Para Anísio Teixeira (1968), a criação dessas duas
instituições buscava integrar o ensino, rompendo com o modelo universitário de
aglutinamento de faculdades isoladas, e oferecer alternativas à concepção de ensino
profissional, pautando-se por uma cultura mais geral e humanista. Contudo, no
entender do autor, tais objetivos não foram alcançados:
passou a dar mais ênfase à formação tecnológica que, por sua vez, exigia
uma base científica melhor. Exemplos disso são a criação das escolas
politécnicas, da escola de minas, das escolas superiores de agricultura e de
farmácia, que se multiplicaram nesse período. Escolas desse tipo, mesmo
que seja para utilizar uma tecnologia importada, precisam se apoiar em uma
formação científica mais desenvolvida, e despertam o interesse pela
pesquisa. Assim, em muitas delas, a pesquisa começou a se desenvolver nos
interstícios da formação profissional.
34
ensinou ao povo o caminho da escola, porém não lhe deu uma verdadeira
escola. A política educacional dos governos militares permitiu a criação dos
Departamentos Universitários e, sobretudo, a criação de uma Universidade
Aberta que preservava fechadas as poucas e boas Universidades Públicas e
escancarava outras instituições de categoria inferior para a massa estudantil.
Assim, universalizou os diplomas de ensino superior – via faculdades com
baixa qualidade – apenas para amenizar os problemas de uma sociedade
desigual, que para uns oferece escola, para outros finge que oferece (MELO,
SANTOS e ANDRADE, 2009, p. 21).
Tais ajustes produziram crises econômicas, inchaço nas cidades, êxodo rural,
violência urbana, pobreza, dentre outros fenômenos sociais. Em relação à educação,
paralelamente à expansão da rede escolar pública, buscou-se aumentar a
produtividade das escolas dessa rede, com a adoção de princípios administrativos
empresariais, além de anunciar uma tendência privatizante da educação. A reforma
universitária de 1968 e a reforma do ensino de primeiro e segundo graus de 1971
foram impostas por decretos-lei, como forma de demonstrar para a Usaid (Agência
dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), que relativamente
financiou a economia brasileira nos primeiros anos de ditadura militar, que o Brasil se
empenhava em justificar o apoio financeiro com resultados de produtividade no ensino
público (MELO, SANTOS e ANDRADE, 2009, p. 22).
No período entre 1980 a 1985 inicia-se o processo de redemocratização do
país ocorrendo uma pequena abertura no ensino superior, gradual e lenta, que se
prolonga, entre 1985 e 1989, fase que Saviani (2007) nomeia como transição
conservadora da Nova República, culminando, em 1989, na primeira eleição
presidencial depois do golpe de 1964, pavimentando, dentro do contexto social e
político então vigente, o processo da redemocratização no Brasil.
O período que se seguiu, de 1990 a 1994, face aos acontecimentos políticos,
apesar de um período importante em relação à experiência democrática recente, foi
marcado por grande indefinição do ponto de vista das políticas públicas,
principalmente quando se trata da educação superior no Brasil, que entrou em
estagnação. Para Ferreira:
O intuito da reunião dessas três Faculdades, não era a pesquisa, nem tão
pouco o ensino técnico. De acordo com Soares, uma das razões da criação dessa
Universidade, localizada na capital do país, devia-se à visita que o Rei da Bélgica
empreenderia ao país, por ocasião dos festejos do Centenário da Independência,
havendo interesse político em outorgar-lhe o título de Doutor Honoris Causa. O Brasil,
no entanto, carecia de uma instituição apropriada, ou seja, uma universidade
(SOARES, 2002).
Dentre as três Faculdades que passaram a constituir a Universidade do Rio de
Janeiro, a que possuía maior ideal antipositivista, a base epistemológica sob a qual
tinha se assentado o ensino profissional no Brasil, após a República, e que continuou
a influenciar os sistemas de ensino, inclusive as universidades, e com interesses mais
voltados para a pesquisa, era a Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Seu cunho
exploratório tomou corpo com a fundação da Academia Brasileira de Ciências, em 03
de Maio de 1916, como instituição privada. Posteriormente, a criação da Associação
Brasileira de Educação (ABE), instituição sem fins lucrativos, em 15 de Outubro de
1924, igualmente deu continuidade a tais discussões.
A ABE tinha como uma de suas bandeiras a criação do Ministério da Educação,
o que só aconteceu anos mais tarde, em 14 de Novembro de 1930, no governo Getúlio
41
Vargas, pelo Decreto nº 19.402 com o nome inicial de Ministério dos Negócios da
Educação e Saúde Pública:
tradicional praticado até então. Esta lei durou até 1996, quando, pela lei nº 9.394 de
20 de Dezembro do mesmo ano, foi revogada, passando a ter novos dizeres:
Essa foi a primeira universidade brasileira que não foi criada a partir da
aglutinação de faculdades pré-existentes; sua estrutura era integrada, flexível
e moderna e contrapunha-se à universidade segmentada em cursos
profissionalizantes. Seguindo o modelo norte-americano, organizou-se na
forma de fundação e os departamentos substituíram as cátedras (OLIVEN,
2002, p.33).
Após dois anos de luta contra a burocracia estatal iniciada pelo governo militar,
em 28 de Novembro de 1968, o Congresso Nacional aprovou a Lei da Reforma
Universitária, Lei n° 5.540, que fixou normas de organização e funcionamento do
ensino superior e sua articulação com a escola média, e dava outras providências:
Art. 1º. O ensino superior tem por objetivo a pesquisa, o desenvolvimento das
ciências, letras e artes e a formação de profissionais de nível universitário.
Art. 2º. O ensino superior, indissociável da pesquisa, será ministrado em
universidades e, excepcionalmente, em estabelecimentos isolados,
organizados como instituições de direito público ou privado.
Art. 3º As universidades gozarão de autonomia didático-científica, disciplinar,
administrativa e financeira, que será exercida na forma da lei e dos seus
estatutos (BRASIL, 1968).
relação à sua consciência quanto ao que está sendo ensinado e ao seu envolvimento
nisso:
Para tanto, será preciso concatenar perfil do aluno, perfil do egresso, perfil de
habilidades e competências profissionais, em consonância com o
desenvolvimento científico e tecnológico aliado a uma formação humanista e,
também, ao desenvolvimento da cidadania. Esta nova perspectiva solicita
uma formação que capacite esse profissional a modificar sua postura e seus
procedimentos, além de flexibilizar seus equipamentos e tecnologias para
atender às necessidades do desenvolvimento de uma sociedade sustentável
(GEMIGNANI, 2012, p.2).
3Métodos são meios para alcançar os objetivos traçados para a aprendizagem, constando dos
seguintes elementos: planejamento de etapas/estratégias para se alcançar determinado objetivo de
ensino, que estão fundados em meios/recursos para que isso ocorra (LIBÂNEO, 1994).
66
deve ser capaz de trabalhar com autonomia; d. as formas de avaliação devem ser
apropriadas, o que muitas vezes é difícil, se as avaliações são uniformemente
institucionalizadas e e. requerem que o professor se prepare didaticamente para tanto.
Entendemos que as metodologias ativas na Educação Superior se relacionam
aos princípios de uma Educação Sociocomunitária porque, por meio dessas
metodologias, se torna mais possível se pensar em um currículo voltado para o
cuidado com a comunidade, ou seja, socialmente responsável. Para Bevis e Watson
(2000), um currículo do cuidado acompanha os princípios de uma educação
emancipatória, pois estudantes e professores trabalham juntos para explorar,
conhecer, criar conhecimento, olhando retrospectivamente para aonde os
conhecimentos já construídos nos têm levado, problematizando o presente e
prospectando um futuro melhor. Significa desenvolver o pensamento ético, crítico e
criativo. Um currículo do cuidar deve guiar-se por ser centrado no estudante, com base
humanista, e voltar-se para a reflexão sobre como o conhecimento construído na
Educação Superior pode colaborar para a melhoria da qualidade de vida das
comunidades interna e externa à instituição de ensino.
Contudo, uma crítica que é feita às metodologias ativas é a de que, embora
possam fundamentar-se em diversas bases epistemológicas, dentre elas, o
construtivismo na prática docente cotidiana, muitas vezes são empregadas como
métodos ou técnicas isoladas para o ensino, e não como metodologias, o que
significaria levar em conta suas perspectivas epistemológicas. A redução das
metodologias ativas a práticas, métodos ou técnicas de ensino fragmenta o processo
de aprendizagem, pode deformar a formação profissional, fragilizando-a, enquanto
pode fortalecer uma educação voltada para a transformação social. Nessa dissertação
argumentamos que as metodologias ativas podem ser compreendidas no âmbito
epistemológico da Teoria da Atividade. E acreditamos que tal compreensão colabore
para ampliar a fundamentação epistemológica das metodologias ativas, fortalecendo
o imperativo de que essas não devem ser empregadas sem contextos de referência
epistemológicos, como técnicas ou recursos didáticos esporádicos, sob pena de
fragilizarmos a Educação Superior.
69
Dessa forma pode-se compreender que a ida dos alunos à escola pode ser
compreendida como atividade, pois os alunos vão à escola para aprender a cultura
letrada, científica, construída ao longo da historicidade humana, e a internalizarem os
modos de pensar, embutidos nos conhecimentos escolares, para compreendê-los,
discuti-los, e transformá-los, modificando a realidade. Para isso, é necessário pensar
– estimular a capacidade de raciocínio e julgamento, melhorar a capacidade reflexiva
e desenvolver as competências cognitivas. A didática tem o compromisso com a
busca da qualidade cognitiva das aprendizagens, associada à aprendizagem do
pensar. Cabe ao mediador investigar como ajudar os alunos a se constituírem como
sujeitos pensantes e críticos, capazes de pensar e lidar com conceitos, argumentar,
resolver problemas, diante de dilemas e problemas da vida prática. (LIBÂNEO, 2004).
A atividade, nesse sentido, se relaciona ao conceito de trabalho, pois a aprendizagem,
conforme Piccolo (2012) afirma, também é atividade a um só tempo reprodutora,
criadora e transformadora, seja de ideias, da natureza ou do próprio ser humano.
De acordo com a mesma autora, a consciência, por sua vez, “é um novo tipo
de reflexo psíquico da realidade, é a forma especificamente humana do reflexo da
realidade objetiva, pois abre ao homem um quadro do mundo em que ele mesmo está
inserido” (ASBAHR, 2005, p.111). Constitui-se, desse modo, uma maneira para a
compreensão analítica e a configuração da realidade. E, em sendo o desenvolvimento
dos seres humanos amarrados à cultura, a própria consciência se desenvolve – e
promove o desenvolvimento – enquanto os seres humanos se engajam em suas
atividades. Entendidas como aquelas que, dotadas de intencionalidade
transformadora, permitem que os seres humanos ajam e modifiquem sua
realidade/entorno.
processo pelo qual a atividade coletiva humana passou a ser constituída por um
conjunto de ações:
mas também das habilidades e competências necessárias para uma cidadania ética
e participativa.
4 Segundo o professor Vasco Moretto (2016), doutor em didática, habilidades estão associadas ao
saber fazer: ação física ou mental que indica a capacidade adquirida. Competências são um conjunto
de habilidades harmonicamente desenvolvidas e que caracterizam por exemplo uma função/profiss ão
específica: ser arquiteto, médico ou professor de química. As habilidades devem ser desenvolvidas na
busca das competências.
77
Fazer parte de uma universidade, seja como docente seja como gestor/a ou
como estudante, é algo que desperta o interesse por melhor compreender a
dinâmica desta instituição no desempenho de suas funções básicas e o seu
papel capital na produção e difusão do conhecimento para o desenvolvim ent o
de uma determinada sociedade. O papel da universidade, tratando-se da
dimensão da responsabilidade social universitária e como complemento das
suas funções básicas de ensino, pesquisa e extensão, é também o de
desenvolver mentes humanas proativas para o pleno exercício da cidadania,
através de ações criativas capazes de construir sociedades socialmente
responsáveis e economicamente sustentáveis.
C2. Gosto muito do EPB com o P tanto para “Problema” quanto para “Projeto”.
Questão 4 - Que outra pergunta você faria para o seu professor sobre o
processo de ensino-aprendizagem? As respostas foram:
C2. Qual seria o empenho do professor para adotar uma metodologia que ele
não esteja utilizando?
C7. Eu faria isso com uso de questões de múltipla escolha para garantir maior
homogeneidade de entendimento e para ampliar os elementos de reflexão (evita o
“branco”).
C11. Sobre o feedback do que for assimilado pelos alunos: Quais as facilidades
e ou dificuldades sentidas no processo ensino-aprendizagem?
As análises das quatro questões aqui apresentadas, nos leva a inferir que em
relação aos métodos de ensino, a maioria dos professores/coordenadores faz uso de
84
que seu utilizadores possam verificar seus estilos de ensino por intermédio de
questões voltadas aos Objetivos de Ensino e Métodos de Ensino.
B=33%
C=0%
D = Docente prefere D=67%
a análise C = Docente prefere
problematizadora a análise
dos conhecimentos problematizadora
a serem ensinados à dos conhecimentos
aprendizagem a serem ensinados à
mecânica e aprendizagem
concentra-se em mecânica, mas não
aplicações se concentra em
familiares aplicações práticas
B=60%
A = Docente prefere
B = Docente prefere ter alunos que
ter alunos que processam
processam informações por
informações por meio de símbolos e
meio de símbolos e linguagem
linguagem profissional
profissional específica e ensina
específica e ensina de forma
em grupos generalizada
Na forma descritiva:
R: Não vejo como dificuldade, mas sim como enigmas as ementas utilizadas,
que não têm aderência com as metodologias ativas.
R: Não respondeu
A = Docente prefere
a aprendizagem CIÊNCIAS CONTÁBEIS B = Docente prefere
a aprendizagem
mecânica à análise
problematizadora
OBJETIVOS DE ENSINO mecânica e
concentra-se em
dos conhecimentos
aplicações práticas
a serem ensinados A=0%
B=33%
D=67%
C=0%
D = Docente prefere
C = Docente prefere a
a análise
análise
problematizadora
problematizadora dos
dos conhecimentos
conhecimentos a
a serem ensinados à
serem ensinados à
aprendizagem
aprendizagem
mecânica e
mecânica, mas não se
concentra-se em
concentra em
aplicações
aplicações práticas
familiares
Fonte: arquivo própria autora (2016).
98
D = Docente prefere
CIÊNCIAS CONTÁBEIS ter alunos que
processam
ter alunos que MÉTODOS DE ENSINO informações por
aprendem por meio meio de símbolos e
de atividades linguagem
práticas, realizadas profissional
e concluídas de específica e ensina
forma colaborativa
D=33,33% A=33,33% de forma
generalizada
R: Não respondeu.
A = Docente prefere
a aprendizagem DIREITO B = Docente prefere
a aprendizagem
mecânica à análise
problematizadora
OBJETIVOS DE ENSINO mecânica e
concentra-se em
dos conhecimentos
aplicações práticas
a serem ensinados A=0%
B=37,5%
D=50%
D = Docente prefere
a análise C = Docente prefere a
problematizadora
C=12,5% análise
problematizadora dos
dos conhecimentos
a serem ensinados à conhecimentos a
aprendizagem serem ensinados à
mecânica e aprendizagem
mecânica, mas não se
concentra-se em
aplicações concentra em
familiares aplicações práticas
B=27,27%
C = Docente prefere
ter alunos que B = Docente prefere ter
aprendem por meio alunos que processam
de ferramentas informações por meio de
manipuladas/utilizad símbolos e linguagem
as individualmente profissional específica e
ensina em grupos
Na forma descritiva:
13. Direito, experiência não especificada, Doutor:
R: Excelente.
103
R: Não respondeu.
R: Não respondeu.
R: Não respondeu.
B=28,5%
D=57,2%
D = Docente prefere C=14,3%
a análise C = Docente prefere
problematizadora a análise
dos conhecimentos problematizadora
a serem ensinados à dos conhecimentos
aprendizagem a serem ensinados à
mecânica e aprendizagem
concentra-se em mecânica, mas não
aplicações se concentra em
familiares aplicações práticas
Fonte: arquivo própria autora (2016).
Na forma descritiva:
R: Não respondeu.
R: Não respondeu.
R: Não respondeu.
R: Não me sinto tão seguro para poder ir além dos clichês sobre as
metodologias ativas.
melhor opção para substituir outras formas de trabalho, mas seu uso racional pode
contribuir para melhorar o aprendizado dos alunos.
b) Quais você considera sejam as vantagens e desvantagens dessas
metodologias, em seu entender?
R: Vantagens – Obriga o aluno ir atrás, buscar o conhecimento necessário para
resolver os problemas, tendo mais contato com livros, artigos e conteúdo relacionados
aos problemas colocados. Desvantagem – O aluno não necessariamente adquire as
bases teóricas necessárias em determinadas áreas do conhecimento. Não ajuda na
abstração do pensamento e raciocínio lógico que determinados conceitos exigem.
c) Qual/quais você considera que seriam suas maiores dificuldades em fazer
uso das metodologias ativas?
R: Não considero que sejam aplicáveis a qualquer disciplina e nem a todos os
conteúdos de uma disciplina.
R: São relevantes para provocar uma postura mais ativa e participativa nos
aprendentes.
116
B=40%
D=60%
C=0%
D = Docente prefere a
análise C = Docente prefere
problematizadora dos a análise
problematizadora
conhecimentos a
serem ensinados à dos conhecimentos
aprendizagem a serem ensinados à
mecânica e concentra- aprendizagem
mecânica, mas não
se em aplicações
familiares se concentra em
aplicações práticas
D = Docente prefere
PEDAGOGIA
A = Docente prefere ter alunos
ter alunos que MÉTODOS DE ENSINO que processam informações
aprendem por meio por meio de símbolos e
de atividades linguagem profissional
práticas, realizadas específica e ensina de forma
e concluídas de generalizada
forma colaborativa
A=16,67%
B = Docente prefere ter
D=50% B=16,66% alunos que processam
informações por meio de
símbolos e linguagem
C=16,66% profissional específica e
ensina em grupos
C = Docente prefere
ter alunos que
aprendem por meio
de ferramentas
manipuladas/utiliza
das individualmente
Na forma descritiva:
D=63,63% C=9,10%
D = Docente
prefere a análise C = Docente
problematizadora prefere a análise
dos conhecimentos problematizadora
a serem ensinados dos conhecimentos
à aprendizagem a serem ensinados
mecânica e à aprendizagem
concentra-se em mecânica, mas não
aplicações se concentra em
familiares aplicações práticas
Fonte: arquivo própria autora (2016).
B = Docente
PSICOLOGIA prefere ter alunos
A = Docente prefere ter
alunos que processam MÉTODOS DE ENSINO que processam
informações por meio informações por
de símbolos e A=0% meio de símbolos e
linguagem profissional linguagem
específica e ensina de profissional
forma generalizada B=27,27% específica e ensina
em grupos
D=63,63% C=9,10%
Na forma descritiva:
R: Não respondeu.
132
R: Não respondeu.
R: Não respondeu.
A tabulação geral dos dados mostrou que, em relação aos Objetivos de Ensino,
a maioria, representada por 56,5% dos pesquisados, se mostra mais adepta à análise
problematizadora dos conhecimentos a serem ensinados à aprendizagem mecânica
e concentra-se em aplicações familiares. E, em relação aos Métodos de Ensino,
percebemos um equilíbrio entre duas respostas, sendo que a maioria, representada
por 32% dos pesquisados, tem preferência por alunos que processam informações
através de símbolos e linguagem profissional específica e ensina em grupos, e 30%
dos pesquisados se mostra tendendo ao ensino por meio de atividades práticas,
realizadas de forma colaborativa.
Essa análise pode ser vista com mais clareza quando comparamos,
graficamente, todos os cursos pesquisados. Isolando-os em relação ao quesito
Objetivos de Ensino, percebemos que a maioria obteve respostas no quadrante D,
mostrando que os professores pesquisados têm preferência por aprendizagem
baseada na análise problematizadora dos conhecimentos a serem ensinados à
aprendizagem mecânica e concentra-se em aplicações familiares, com problemas do
mundo real, usando fórmulas e processos, conforme consta no gráfico abaixo:
8
7
Quantidade de respostas por curso
7
6
6
5
4 4
4
3 3 3 3
3
2 2 2
2
1 1 1 1 1 1 1
1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0
Administraç Ciências Serviço
Direito Engenharias Logística Moda Pedagogia Psicologia
ão Contábeis Social
A 0 0 0 0 0 0 0 0 0
B 3 0 3 2 0 1 2 3 0
C 0 1 1 1 1 0 0 1 1
D 6 2 4 4 0 0 3 7 0
Fonte: arquivo pessoal da própria autora (2016).
Como podemos ver no gráfico acima, a análise feita sobre todos os dados
colhidos nos mostra que a maioria dos respondentes prefere a resposta do quadrante
D (56,5% dos professores), em relação aos outros quadrantes, ou seja, em 9 cursos
134
6 optam por ministrar aulas com objetivos próximos ao que identificamos, nessa
pesquisa, como mais próprios das metodologias ativas; prevalecendo uma concepção
problematizadora de ensino. Lembrando que, as respostas dadas pelos professores
respondentes que sejam condizentes com os quadrantes A, B e C, se afasta da
aplicação das concepções de metodologias ativas defendidas nessa pesquisa, e ao
contrário: quanto mais respostas no quadrante D obtemos, mais próximos das
metodologias ativas estamos.
8
Quantidade de respostas por curso
7
7
6
6
5
4
4
3 3 3 3
3
2 2 2
2
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0
Administra Ciências Engenharia Serviço
Direito Logística Moda Pedagogia Psicologia
ção Contábeis s Social
A 2 1 4 1 0 0 1 0 1
B 6 1 3 1 1 0 1 3 0
C 1 0 2 3 0 1 1 1 0
D 1 1 2 1 0 0 3 7 0
Fonte: arquivo pessoal da própria autora (2016).
TURMAS NUMEROSAS
CURRÍCULO/EMENTAS/AVALIAÇ
ÃO
14% 9% RESTRINGIR
CONTEÚDO/APRENDIZAGEM
2% 11% ALUNOS DOS CURSOS
NOTURNOS/FALTA TEMPO
FALTA
EXPERIÊNCIA/MATURIDADE/BAS
E ALUNOS
PROFESSOR TEM QUE
EXERCER MAIS CONTROLE
Não vê desvantagens
5%
5% FALTA DE REFERENCIAL
TEÓRICO, MODELOS
CURRÍCULO/EMENTAS NÃO
19% 39% CONDIZENTES
NÃO ENCONTRO
DIFICULDADES
FALTA TEMPO
INSEGURANÇA/NÃO ESTÁ
25% CONVENCIDO
7%
NÃO SERVEM PARA TODAS AS
DISCIPLINAS
Isso parece estar de acordo com o pregado pelas metodologias ativas, pois
essas se apoiam no uso de estratégias socializantes de ensino.
Quanto ao pensamento crítico, mencionado por 06 professores como um dos
pontos vantajosos das metodologias ativas, o estudo de Pundak et. al. (2009)
encontrou que o ensino baseado em projetos, com equipes trabalhando em conjunto,
tiveram um impacto positivo na passagem de pensamentos mais simples, como “como
calcular isso?”, “o que devo fazer agora?”, para formas mais elaboradas: “Como isso
funciona?”, “Por que é assim?”, “Qual a razão para tal procedimento?”.
141
uso das metodologias ativas, ele responde “não considero que sejam aplicáveis a
qualquer disciplina e nem a todos os conteúdos de uma disciplina.” E também afirmou
“não encontrar nenhuma dificuldade” no uso das metodologias ativas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse estudo pudemos perceber que há uma intenção, ou uma tendência, por
parte dos professores pesquisados, no sentido de adoção das metodologias ativas no
ambiente universitário. Contudo, inúmeras resistências estão postas, que vão desde
fatores físicos, como a estrutura da instituição, até atitudinais, como a falta de
segurança e o não convencimento da efetividade das metodologias ativas, passando
pela insuficiente formação e discussão sobre as metodologias ativas, como expresso
por quase 40% dos professores pesquisados. A pesquisa nos mostra que é, muitas
vezes, por falta de conhecimento sobre o assunto, por falta de tempo hábil para
praticá-las, por falta de instrumentos necessários à sua conduta coerente, para não
descumprir as orientações curriculares, e até mesmo por falta de interesse em aplicá-
las, que as metodologias ativas ainda são exceções na prática docente no Ensino
Superior. De acordo com Nogueira e Oliveira:
O fato que ocorre é que grande parte dos professores universitários ainda vê
o ensino principalmente como transmissão de conhecimento através das
aulas expositivas. Muitos estão certamente atentos às inovações
pedagógicas, sobretudo no referente à tecnologia material de ensino, mas
muitos outros mantêm uma atitude conservadora. Claro que isto não significa
que em geral os professores negligenciem a qualidade do ensino a que são
devotados, mas que, de certo modo, não tem incentivos para desenvolver a
sua capacidade pedagógica e que, muitas vezes, nem dispõe de informaç ão
complementar necessária para a solução de problemas concretos,
estruturando racionalmente os conhecimentos que vai adquirindo,
entrelaçando o que lhe é transmitido com o que ele próprio procura. Sendo
assim, o ensino passa a ser mais do que a transmissão de conhecimento.
Passa a exigir a utilização de métodos e de ferramentas para o desempenho
desse papel ativo. Dessa forma, a atenção principal na ação educativa
transfere-se, em grande parte, do ensino para a aprendizagem. Assim, o
docente, mais do que transmissor de conhecimento, é um facilitador da
aprendizagem (NOGUEIRA E OLIVEIRA, 2011, p.10).
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<http://www.pucsp.br/sites/default/files/img/aci/278_agurdar_proec_textopara280814
.pdf>. Acesso em: 22 de Novembro de 2016.
Professor do curso_____________________________________________________
Tempo de experiência no ensino profissional ________________________________
Maior nível de formação acadêmica_______________________________________
Esse levantamento foi criado pela Universidade do Texas para sondar estilos
e preferências de aprendizagem. Não há respostas certas ou erradas para as
questões. Abaixo, você encontrará 12 itens, cada um dos quais contém 04 afirmações
sobre os modos como você ensina, e como se comporta, sente e pensa, ao fazer isso.
O objetivo é colher descrições sobre os principais meios, estratégias e recursos para
o ensino, a fim de que a partir dessas descrições seja possível planejar formas de
aprimorar a didática no ensino superior, dentro das especificidades de cada área de
conhecimentos e dos diferentes perfis docentes.
1.
_______B. Incorporo atividades de textos para leitura, para promover uma base para
os conceitos introduzidos.
_______D. Engajo os estudantes em problemas que estão fora dos seus horizontes
de possibilidades, para forçá-los a pensar criativamente.
2.
158
_______C. Atribuo aos alunos uma variedade de atividades e tarefas que facilitam a
aprendizagem pela compreensão. Algumas vezes a aprendizagem pela compreensão
toma mais tempo do que a gestão do curso gostaria, ou mais tempo do que aquele
que eu havia originalmente planejado.
3.
_______B. Estabeleço um planejamento das aulas para que os alunos pratiquem suas
habilidades de solucionar problemas.
_______C. Guio os alunos em seus desejos de inventar novos métodos para resolver
problemas e/ou representar dados, conhecimentos e informações.
4.
_______D. Especifico uma certa quantidade de tempo na sala de aula para que os
estudantes façam as tarefas e atividades que lhes são atribuídas.
159
5.
_______B. Insisto para que os alunos acompanhem minhas aulas e que façam
perguntas durante as aulas. Também insisto para que tomem notas.
_______C. Dou tempo para a exploração e a descoberta, para que os alunos tenham
a oportunidade de pensar sobre o conhecimento ensinado e indagar sobre outras
possibilidades desse (“E se...).
6.
_______D. Dedico tempo para que cada estudante possa trabalhar sozinho,
aprofundando sua compreensão dos conceitos/conhecimento.
7.
_______A. Tento ter uma lógica para o que vou ensinar, motivando a aprendizagem
dos alunos por relacionar o que já foi/será ensinado com aquilo que eles percebem
que poderá ajuda-los mais tarde, em suas vidas.
_______B. Dou muitos problemas do mesmo tipo. Acredito que a repetição e a prática
ajudarão meus alunos a mais bem transferir o conhecimento para novas situações.
8.
_______A. Atribuo aos alunos diferentes papeis, tais como líderes de grupo,
avaliadores, debatedores, etc.
_______D. Ando pelo espaço onde os estudantes estão trabalhando, falando com
eles individualmente ou em pequenos grupos, sobre minhas observações, chamando
a atenção para particularidades das atividades/do conhecimento, elogiando, etc.
9.
10.
11.
161
_______B. Frequentemente aplico avaliações (ao menos 1 vez por semana), que me
ajudam a compreender quão bem os alunos são capazes de aplicar o conhecimento
aprendido.
_______D. Faço questões abertas, que permitem aos alunos explorarem suas ideias
e pensamento criativo, na direção que escolherem.
12.
_______D. Elimino atividades nas quais o resultado não pode ser atribuído aos
estudantes, individualmente.
162
Pontuação
Preencha a tabela abaixo com os rankings para cada item e, em seguida, adicione
sua pontuação para cada coluna:
Classificação
Classificação
Classificação
Classificação
Classificação
Classificação
Classificação
# # # # # # # #
1 1 1 1 2 2 2 2
3 3 3 3 4 4 4 4
5 5 5 5 6 6 6 6
7 7 7 7 8 8 8 8
9 9 9 9 10 10 10 10
11 11 11 11 12 12 12 12
TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL TOTAL
Resultados
1. Subtraia o número menor do número maior nas colunas Ímpar-A e Ímpar-D e trace-
o na barra abaixo. Se A for maior, trace sua pontuação à direita. Se D for maior, trace
sua pontuação à esquerda.
Conceito Representação
Abstrato Aplicado
2. Subtraia o número menor do número maior nas colunas Par-B e Par-C, e trace-o
na barra abaixo. Se B for maior, trace sua pontuação para a direita. Se C for maior,
trace sua pontuação para a esquerda.
Aprendizagem
Compreensão Hábito
3. Subtraia o número menor do número maior nas colunas Par-A e Par-D, e trace sua
pontuação na barra abaixo. Se A for maior, trace sua pontuação para a direita. Se D
for maior, trace sua pontuação para a esquerda.
Interação
4. Subtraia o número menor do número maior nas colunas Ímpar-B e Ímpar-C, e trace-
o na barra abaixo. Se B for maior, trace sua pontuação para a direita. Se C for maior,
trace sua pontuação para a esquerda.
Processo Cognitivo
Inativo Simbólico
Interpretação
Quadrante A = Docente prefere ter alunos que processam informações por meio de
símbolos e linguagem profissional específica e ensina de forma generalizada
(exemplo: estudantes em aula expositiva não dialogada).
Quadrante B = Docente prefere ter alunos que processam informações por meio de
símbolos e linguagem profissional específica e ensina em grupos (exemplo:
estudantes discutindo os problemas em grupos).
Quadrante C = Docente prefere ter alunos que aprendem por meio de ferramentas
manipuladas/utilizadas individualmente (exemplo: estudantes trabalham
167
Quadrante D = Docente prefere ter alunos que aprendem por meio de atividades
práticas, realizadas e concluídas de forma colaborativa (exemplo: projetos de equipe
em laboratório).
168
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
( ) OUTRAS________________________________________________________
169
APÊNDICE. MEMORIAL
Sou graduada em Direito pelo Centro Universitário Salesiano de São
Paulo/Americana (2007) e pós-graduada em Direito Empresarial com ênfase em
questões tributárias pela Universidade Metodista de Piracicaba (2010). Mestranda em
Educação Sociocomunitária pelo Centro Universitário Salesiano de São
Paulo/Americana (Início em 2015). Experiência profissional em advocacia e
consultora jurídica. Sou professora universitária nas seguintes instituições:
UNIESP/Santa Bárbara D’Oeste e FAAL/Limeira. Tutora à Distância na UFLA -
Universidade Federal de Lavras/MG. Áreas de atuação: Direito e Administração. Área
de interesse: Metodologias Ativas em Ensino Superior.
2. Educação Social, ministrada pela Profª Drª Sueli Maria Pessagno Caro, cujo
trabalho de conclusão da disciplina foi a entrega de trabalho em moldes de
projeto, com o tema: Qual a relevância da disciplina Educação Social como o
tema do meu projeto – “O desenvolvimento de uma metodologia didático-
pedagógica baseada nas metodologias ativas praticadas na Instituição de
Ensino Superior X.
3. Políticas Públicas em Educação, ministrada pela Profª Drª Maria Luisa Amorim
Costa Bissoto. Como parte da avaliação final da disciplina houve a submissão
do trabalho “O desenvolvimento de uma metodologia didático-pedagógica
175
No terceiro semestre do curso, primeiro semestre de 2016, optei por uma única
disciplina, por já ter cursado outras cinco. Essa escolha foi pautada no fato de a Profª
Drª Maria Luisa Amorim Costa Bissoto ser a ministrante da disciplina em questão –
Teorias Psicopedagógicas da Ação Educativa, e minha orientadora. No quarto
semestre do curso, segundo semestre de 2016, participei do 11º Congresso Científico
FHO/Uniararas, que aconteceu nos dias 08, 09 e 10 de Junho, com uma revisão de
literatura em painel com o título: As metodologias ativas no ensino superior: reflexões
didático-pedagógicas sobre a missão da universidade. Outro trabalho feito em 2016
foi VII Seminário sobre Educação Sociocomunitária, realizado nos dias 21 a 23 de
setembro de 2016, no UNISAL Americana, Campus Maria Auxiliadora, cujo trabalho
apresentado foi: Metodologias ativas: uma reflexão sobre métodos e objetivos de
ensino nas instituições de educação superior; e, por fim, participei, também com a
exposição de um painel, na XVI Mostra de Produção Científica, realizada nos dias 21
e 22 de outubro de 2016, no UNISAL Campinas, Campus São José, com o trabalho:
Métodos e objetivos de ensino nas instituições de educação superior: uma reflexão
sobre metodologias ativas.