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TEORIAS DA HISTÓRIA

Prof. Me. Giselle Rodrigues


gisellepalacio@yahoo.com.br 1
UNIDADE III

AS ESCOLAS HISTÓRICAS – O MARXISMO


Objetivos de Aprendizagem

• Discutir o desenvolvimento do paradigma


historiográfico do Marxismo, destacando sua origem
e características gerais.

• Apresentar quem foi Karl Marx e quais foram suas


contribuições ao conhecimento histórico.

• Apresentar o materialismo histórico, discutindo sua


aplicação à produção historiográfica.
Plano de Estudo

Nesta unidade você estudará os seguintes tópicos:

• Os princípios da Escola Marxista e suas


características gerais.

• Quem foi Karl Marx.

• O materialismo histórico e a produção


historiográfica.
Introdução

• O paradigma histórico do Marxismo, também conhecido


como materialismo histórico, desenvolveu-se a partir
dos escritos elaborados pelo alemão Karl Marx (1818-
1883), cujos pressupostos diferenciaram-se das
concepções filosóficas, históricas e teóricas
predominantes, como as demonstradas pelos
socialistas “utópicos”, hegelianos e positivistas.
• Esse pensamento diferenciado, apresentado por Marx,
foi formulado a partir do contexto socioeconômico
revelado após as primeiras décadas do século XIX,
quando o teórico tornou-se um adulto e passou a refletir
sobre as problemáticas da sua época de maneira
madura.
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• Em colaboração com o filósofo e teórico alemão
Friedrich Engels (1820-1895), Marx ampliou seu
horizonte intelectual, escrevendo diversas obras e
criando o que muitos estudiosos denominam de
Socialismo Científico ou Marxismo.

• A produção historiográfica as ideias de Marx causaram


uma “revolução”, por apresentar outra perspectiva
sobre as transformações históricas, divergentes da
historiografia tradicional, a qual explicava os
acontecimentos segundo uma ótica política, baseada
nos feitos dos reis e rainhas, governantes e monarcas.
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• O Marxismo, pelo contrário, visualizava os acontecimentos
humanos e as transformações históricas sob um ponto de
vista socioeconômico, formulado a partir das atividades
realizadas pelos homens, e relações estabelecidas por eles,
na produção de bens materiais e de consumo.

• Nesta unidade, procuraremos refletir sobre essas questões.

• Desse modo, discutiremos o surgimento da Escola Marxista


e suas características gerais, bem como conheceremos
melhor quem foi Karl Marx e quais foram suas contribuições
à escrita da História.
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OS PRINCÍPIOS DA ESCOLA
MARXISTA E SUAS
CARACTERÍSTICAS GERAIS

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• A Escola Marxista surgiu graças aos escritos do
filósofo, teórico, político e economista alemão Karl
Marx (1818-1883).

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx


9
• Karl Marx formulou suas ideias e escritos a partir das concepções
socialistas desenvolvidas no início da modernidade, como as
apresentadas por Thomas More na obra Utopia (1516).

• “As origens do pensamento marxista também devem ser


buscadas no período posterior à Revolução Francesa, que legou
ao mundo ideias inovadoras” (VINCENT, 1995).

• Contudo, as noções apresentadas pelo Marxismo não


representaram uma simples cópia do pensamento socialista
anterior ao século XIX.

• Nesse sentido, foram inovadoras, pois “[...] levaram a uma total


modificação do caminho que vinha sendo percorrido pelas ideias
socialistas” (SPINDEL, 1986, 29). 10
Contexto histórico em que os trabalhos
de Marx foram desenvolvidos

• As ideias de Marx foram propaladas no século XIX, sobretudo,


a partir de 1840, em um contexto europeu marcado por
profundas transformações de ordem econômica, social,
científica e tecnológica.

• Conforme o historiador Eric Hobsbawm (1995), as


transformações da segunda metade do século XIX decorreram
da chamada “Segunda Revolução Industrial”.

• Tal revolução foi marcada pela descoberta e utilização de


novas fontes de energia (como o petróleo e a eletricidade), por
uma forma revolucionária de transportes (ferrovias e
transatlânticos metálicos, movidos a vapor), avanços na
indústria química e nas comunicações (telégrafo elétrico).
11
• Por escrever em um período da história bastante
movimentado, o pensamento de Marx expressava os
dilemas conjunturais da sua época.

• Foram pensadas para um momento histórico peculiar, no


qual as concepções dominantes não mais concordavam
com a realidade prática do século XIX, marcada por
intensas transformações industriais e científicas as quais
transformaram a vida de milhões de trabalhadores.

• Especificamente, o pensamento de Marx ligava-se a


proposições que contrariavam o pensamento teórico
dominante, como o hegeliano e o rankeano.
12
• O pensamento rankeano propiciou à pesquisa
histórica a criação de regras, métodos e conceitos
ao trabalho do historiador, bem como fundamentou
o surgimento da Escola Positivista que estudava as
ações humanas no tempo sob o viés político.

• O pensamento hegeliano, por sua vez, partia do


princípio de que as ideias que moviam a realidade
eram formuladas pelo espírito humano, o qual
governava o mundo e motivava transformações na
natureza das coisas, ou seja, na ordem social,
econômica, política e cultural. 13
Marx, opostamente, não considerava nenhuma das
perspectivas, pois:
• Não supunha que a realidade era dada pelo viés
político. Para Marx, inclusive, este campo havia sido
criado e se transformava em decorrência das condições
econômicas e sociais.

• Do mesmo modo, não acreditava que as ideias, por si


mesmas, moviam e transformavam a realidade.

• A transformação ocorria graças atividade prática do


homem na produção de bens materiais e de consumo.
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• É possível supormos que na época em que Marx
pensou essas questões, que contrariavam
concepções imperantes, tenha sido bastante
criticado e até mesmo não levado a sério, tanto
que, certamente, nem imaginava a repercussão de
suas ideias posteriormente a sua morte.

• É nesse sentido que Eric Hobsbawm (1998),


discute que muitas interpretações que são
atribuídas ao marxismo não se referem ao
pensamento real de Marx.
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Os diferentes tipos de Socialismo

• Muitas vezes, as ideias de Marx são confundidas


com o Socialismo, dando a sensação de que o
Marxismo criou o Socialismo.

• Entretanto, isso é um erro, pois a ideologia do


Socialismo surgiu muito antes da elaboração das
concepções marxistas, sem contar que existem
diversos tipos de Socialismo.

16
Assim,

“O primeiro ponto, que já deve ser óbvio, é que o


socialismo não é uma coisa única. Mais exatamente,
há socialismos que com frequência se sobrepõem a
outras ideologias. Não existe nenhuma doutrina
prístina. Deve-se ser cauteloso ao fazer essa junção,
visto que a posição dominante do marxismo na
história do movimento levou muitas vezes a uma
interpretação do socialismo através da ótica marxista.
O marxismo não é o verdadeiro socialismo, é uma
variedade dentro do gênero do socialismo”
(VINCENT, 1995, p.99). 17
• A associação que muitas pessoas fazem do Marxismo
ao Socialismo, conforme Vincent (1995), deve-se a
“posição dominante do marxismo na história”, ou seja,
ao fato de as ideias de Marx terem se destacado entre
os diversos tipos de Socialismo.

• O Socialismo a que Marx deu origem, contudo, é o


Socialismo Revolucionário.

• Esse Socialismo Revolucionário se diferenciava dos


demais tipos de Socialismo, por interpretar as
sociedades humanas sob uma ótica material e social.
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• Desse modo, diferente, por exemplo, do Socialismo Utópico, que
não havia especificado as estruturas sociais, o Revolucionário
dizia que as condições materiais de produção representavam o
alicerce social a partir do qual nasciam todas as demais
estruturas, como as políticas, as ideológicas e as jurídicas.

• Por explicar o modo como às sociedades humanas se


desenvolviam ao longo da história, de maneira lógica e verificável,
o Socialismo a que Marx deu origem também ficou conhecido
como Socialismo Científico.

• Na produção historiográfica, ele surge com o nome de


Materialismo Histórico, o qual discutiremos detalhadamente no
terceiro tópico desta unidade, após termos abordado quem foi
Karl Marx.
19
QUEM FOI KARL MARX?

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• Karl Marx foi um intelectual alemão que nasceu em 5 de
maio de 1818, na cidade de Trier, também denominada de
Tréveris, localizada na capital da província alemã do Reno –
Renânia.

• Faleceu em 14 de março de 1883, em Londres.

• Existem poucas informações sobre sua mocidade.

• “Sabe-se apenas que seu pai, Heinrich, era advogado e


conselheiro de justiça e sua mãe chamava Enriqueta. Era o
mais velho dos meninos entre os nove filhos dos casal”
(GIANNOTTI, 1996).
21
• Aos17 anos de idade, ingressou na Universidade de
Bonn, com a intenção de estudar jurisprudência.

• Porém, em 1836, transferiu-se para a Universidade de


Berlim, onde se aproximou da Filosofia, a fim de
estudar a filosofia de Hegel.

• Nessa época, segundo Giannotti (1996, p.6), Marx se


reaproximou de sua amiga de infância, Jenny von
Westphalen, e ficou noivo. Porém, como a condição
social entre os noivos era bastante díspar, o casamento
somente foi realizado oito anos mais tarde.
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• Ao longo da vida Marx enfrentou algumas dificuldades
financeiras. Mas, em relação ao aspecto profissional
apresentou uma trajetória promissora.

• Em 1841, defendeu sua tese de doutorado em Filosofia,


relacionada ao pensamento grego.

• Na sequência, passou a escrever artigos para revistas e


jornais.

• No período em que atuava na revista Anais Germânico-


Franceses, em Paris, Marx selou uma importante amizade e
parceria intelectual com Friedrich Engels (1820-1895).
23
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Friedrich_Engels>.

24
• O encontro entre os dois filósofos deu origem a uma série de
obras e artigos, pautados nos estudos filosóficos e
científicos, relacionados aos grandes temas do século XIX,
os quais faziam referência à economia, a política e a
sociedade.

• Porém, antes de selar parceria com Engels, Marx produziu


vários manuscritos, relativos à filosofia de Hegel, dentre os
quais se destacam: Introdução a uma Crítica da Filosofia do
Direito de Hegel (1843), A Questão Judaica (1843),
Economia, Política e Filosofia (1844), Manuscritos
Econômicos-Filosóficos (1844) e Teses sobre Feuerbach
(1845).
25
• Em relação às obras elaboradas por Marx em parceria com
Engels, destacamos a Sagrada Família (1845), a Ideologia
Alemã (1846) e o Manifesto do Partido Comunista (1848).

• Dentre elas, a mais divulgada foi o Manifesto do Partido


Comunista (1848), por expressar a utopia de vida
perseguida por muitos no contexto industrial, o qual havia
transformado a vida de milhões de trabalhadores.

• O Manifesto do Partido Comunista (1848) foi publicado pela


primeira vez em 21 de Fevereiro de 1848, em Londres, e
antecipou as políticas do movimento socialista dado seu
conteúdo.
26
• De maneira geral, a obra em questão discute a produção
capitalista e as consequências que esse sistema gerou na
organização social e econômica, fundamentada na divisão
entre classes sociais.

• Retornando ao trabalho solitário de Marx, na época madura


da sua produção, notamos a edição do primeiro volume da
obra O Capital (1867), cujos demais volumes foram
concluídos por Engels após sua morte, em 1883.

• “Para muitos críticos, a produção de O Capital representa o


início do pensamento marxista, pois a obra define diversos
conceitos relacionados” (MEKSENAS, 2008).
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O MATERIALISMO HISTÓRICO E A
PRODUÇÃO HISTORIOGRÁFICA

28
• Contrária a concepção positivista – de que os acontecimentos
humanos eram explicados a partir de modelos objetivos e exatos,
amparados exclusivamente no fator político – as ideias de Marx
influenciaram magicamente o entendimento dos acontecimentos,
bem como a escrita histórica.

• “Contudo, na época em que elaborou seus escritos, Marx não


imaginava a repercussão que suas ideias iriam causar no campo
das ciências humanas” (HOBSBAWM, 1998).

• É também importante frisar que as proposições de Marx não


foram criadas como uma teoria pronta dentro da História.

• Desse modo, foram os historiadores que se apropriaram de Marx


para renovar a historiografia moderna. 29
• Contudo, muitas das ideias de Marx, apropriadas pelos
historiadores modernos, foram interpretadas de maneira
simplista e equivocada.

• Essas interpretações deturpadas foram denominadas por


Hobsbawm (1998, p.159) como “marxismo vulgar”.

• Esse “marxismo vulgar” se fundamenta em elementos que


afirmam que o econômico é o grande motor da História, ou
seja, se sustenta na “[...] crença de que o fator econômico é
fator fundamental do qual dependem os demais”
(HOBSBAWM,1998, p.159).
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Segundo Hobsbawm (1998), essa visão não permite explicar as
contradições que se revelam no interior das sociedades humanas e,
dessa maneira, não se refere exatamente ao Marxismo científico,
pois:

• O fator econômico não atua sozinho, e sim, conjuntamente com o


fator social.

• A ação desses dois elementos explica as transformações em suas


contradições.

• “Isso porque uma característica essencial do pensamento


histórico de Marx é a de não ser nem ‘sociológico’ nem
‘econômico’, mas ambos simultaneamente’’ (HOBSBAWM, 1998,
p.166-167)”. 31
Mas como os fatores econômicos e sociais
aparecem no paradigma historiográfico do
Marxismo científico?

• O fator econômico se revela nas forças materiais de


produção, também denominadas de forças produtivas.

• As forças produtivas são resultantes da atividade prática


do homem, a qual envolve meios materiais (como matérias-
primas e fontes de energia) e intelectuais (saberes técnicos
e científicos) de produção.

• O fator social, por sua vez, revela-se nas relações sociais


de produção, que determinam as relações estabelecidas
pelos homens entre si, como forma de construir e dividir os
bens que foram produzidos, necessários a sua manutenção
• (BOURDÉ; MARTIN, 2003).
32
• Essas relações que os homens estabelecem entre si, são
formadas graças à integração e convívio social do homem no
campo do trabalho e da produção nas mais diferentes épocas
históricas.

• Nas épocas históricas em que o maior bem era a “terra”, como


na Idade Média, as relações sociais de produção eram
norteadas pelas determinações ligadas ao solo, que
apontavam o tipo de trabalho e as obrigações que cabiam a
cada membro de uma propriedade senhorial, bem como a
função social dos indivíduos no interior daquela sociedade.

• No mundo contemporâneo, essas relações são regidas pela


indústria, pelas avançadas tecnologias, pelo sistema financeiro
etc. 33
Infraestrutura e Superestrutura

• Os conceitos de forças produtivas e de relações de produção


constituem, de acordo com Bourdé e Martin (2003), a infraestrutura
econômica das sociedades humanas, um dos grandes pressupostos
do Marxismo.

• A infraestrutura, por representar a soma das forças produtivas e das


relações de produção, simboliza a base concreta de uma sociedade.

• Acima dessa base concreta, edifica-se outra estrutura: a


superestrutura jurídica e política, a qual abarca aspectos ideológicos
(crenças, ideias e doutrinas advindas das produções artísticas e
culturais, da religião e da Filosofia), bem como aspectos institucionais
(ligados ao Estado, à justiça, as formas de governo e as leis).

• Em suma, a superestrutura designa todas as forças que se colocam


acima da base da sociedade. 34
Apesar de se apresentarem de maneira distinta e separada, a
infraestrutura e a superestrutura conversam entre si, pois:

• As instituições jurídicas, políticas e ideológicas dependem


dos meios materiais expressos pelas organizações sociais
para existir e funcionar.

• Da mesma forma, os meios materiais de produção podem


ser alterados mediante as transformações nos modos
pensar da sociedade.

• Para o materialismo histórico, essa relação entre infra e


superestrutura permite explicar as ações, as realizações e
pensamentos humanos no tempo. 35
Conceito de modo de produção

• Representa o ponto de partida para os estudos históricos e


sociológicos.

• “Seu entendimento se prende à combinação das forças


produtivas e das relações de produção demonstradas no
interior das sociedades em um determinado período”
(BARROS, 2011).

• Para Marx, os modos de produção aparecem em diferentes


épocas históricas, desde o mundo antigo, até o mundo
moderno e burguês.

Ao longo da História é possível distinguir os seguintes modos


de produção: 36
a) Modo de produção tribal: demonstra a utilização comum da terra.

b) Modo de produção antigo: teve como relação de produção a


escravatura e revelou-se no mundo helenístico e romano.

c) Modo de produção asiático: apresentou relações de produção,


monitoradas pelo Estado (Egito e China).

d) Modo de produção feudal: teve como relação de produção a


servidão, a qual se mostrou no Ocidente medieval.

e) Modo de produção capitalista: a relação de produção é regida


pelo assalariado, o qual se revela desde a Revolução Industrial até
nossos dias.
37
• Na forma como os modos de produção foram pensados por
Marx, nota-se uma progressão, cuja extensão lembra uma
periodização que não é nada simplista.

• O conceito de periodização é indispensável na produção


histórica, pois o historiador analisa os acontecimentos dentro
de uma temporalidade, ou seja, dentro de um determinado
período.

38
Conceito de “contradição”

• Este conceito se estabelece graças a uma incompatibilidade


gerada na infraestrutura das sociedades, isto é, entre as
forças produtivas e as relações de produção que se
estabelecem.

• Essa incompatibilidade possibilita transformações na base


econômica e, consequentemente, na superestrutura.

• Para Marx a contradição representava o grande “motor da


História” (BOURDÉ; MARTIN, 2003).

• Exemplos de contradição revelam-se em diversos eventos


históricos, como Revolução Francesa e Guerra de
Secessão. 39
Conceito de “luta de classe”

• Se revela na capacidade de uma sociedade saltar de um


estágio para outro (de um modo de produção para outro modo
de produção) a partir da contradição que ocorre nas relações
de trabalho e nos meios materiais de produção.

• Dentro do paradigma historiográfico do Marxismo, o conceito


de luta de classe é bastante empregado para explicar as
transformações históricas pelas quais passa a humanidade.

• Ao refletir sobre a luta de classes, Marx intencionava, antes de


tudo, a transformação econômica e social de sua realidade.

• Tal transformação ocorreria no campo da infraestrutura e


proporcionaria mudanças no mundo das ideias.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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• Ao longo desta unidade, notamos que o Marxismo
Científico, que foi apropriado pelo conhecimento histórico,
buscou uma transformação na realidade do século XIX.

• Essa realidade era marcada por grandes transformações


de ordem econômica, social, científica e tecnológica,
advindas da chamada Segunda Revolução Industrial, as
quais haviam modificado drasticamente a vida de uma
porção de pessoas.

• Notamos também, segundo Karl Marx, que essa


transformação não ocorreria no âmbito político nem
ideológico, mas sim, no âmbito socioeconômico.
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• Vimos ainda que o grande motor dessa transformação era
associado ao conceito de contradição, bastante evidente
entre as classes sociais nos mais diferentes períodos
históricos.

• Por demonstrar uma reflexão teórica inovadora sobre os


acontecimentos e transformações históricas, as noções
desenvolvidas por Marx – em sincronia com a realidade
apresentada no século XIX – foram apropriadas pela
historiografia a qual buscava se renovar e manter o status
de cientificidade já demonstrado pelos historiadores
positivistas.
43
Referências

• BARROS, José D’Assunção. Os conceitos de ‘modo de produção’


e determinismo – revisitando as diversas discussões no âmbito
do materialismo histórico. CLIO – Revista de Pesquisa Histórica ,
Pernambuco, n. 28, jan. 2010. Disponível em:
<www.revista.ufpe.br/revistaclio/index.php/revista/article/view/111/84
>. Acesso em: 18 mar. 2014.
• BOURDÉ, Guy; MARTIN, Hervé. As escolas históricas. 2 ed.
Lisboa: Publicações Europa-América, 2003.
• GIANNOTTI, José Arthur (consultoria). Marx - Vida e obra. In: Karl
Marx: para a crítica da economia política do capital. São Paulo:
Nova Cultural, 1996.
• HOBSBAWM, Eric J. A Era do Capital: 1848-1875. 5 ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1977.
• HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX – 1914-
1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
44
• HOBSBAWN, Eric J. Sobre História. 2 ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 1998.
• MARX, K. e ENGELS. Manifesto comunista. São Paulo: CHED,
1980.
• MEKSENAS, Eduardo. Importância e atualidade da obra de
Karl Marx. Revista Espaço Acadêmico. nº86, jul. 2008. Disponível
em:
<http://www.espacoacademico.com.br/086/86Eemeksenas.htm>.
Acesso em: 13 mar. 2014.
• SPINDEL, Arnaldo. O que é Socialismo. 19 ed. São Paulo:
Brasiliense, 1986,
• VINCENT, Andrew. Ideologias políticas modernas. Rio de
Janeiro: Zahar, 1995.
45
TEORIAS DA HISTÓRIA

Prof. Me. Giselle Rodrigues


gisellepalacio@yahoo.com.br 46

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