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Questões escolhidas: 1 e 3
1) A abordagem Keynesiana difere-se da abordagem Neoclássica em alguns
pontos que serão examinados, detalhadamente, a seguir: primeiramente, porque os
neoclássicos acreditavam e seguiam a ideia de Adam Smith de que o mercado se
autorregularia sozinho, advogando pela não intervenção do Estado na economia; em
contrapartida, após as sucessivas crises do Capitalismo na segunda metade do século
XIX e primeira do XX, Keynes percebeu que essa autorregulação estava estagnada e,
que, em dadas situações, o mercado não era capaz de sozinho se recuperar de profundas
crises como as que assolaram o mundo neste período. É isso que levará Keynes a
afirmar que os investimentos e gastos públicos, principalmente em locais onde a
iniciativa privada não quer ou não invista, além dos gastos sociais, é um importante
instrumento de garantia do pleno emprego e da criação de um Estado de Bem-Estar
Social. (Welfare State, em inglês). Além disso, para os neoclássicos, o mercado opera
em um fluxo contínuo em que, para toda oferta, haveria uma demanda correspondente, a
chamada Lei de Say, e que esse fluxo contínuo não poderia ser interrompido. Já Keynes
percebeu que poderia haver vazamentos nestes fluxos, que deveriam ser compensados
pela presença do Estado para garantir sua continuidade. A teoria neoclássica também
assinalava que a poupança e o investimento eram determinados pela taxa de juro (visto
que o juro era a remuneração por deixar de usufruir agora para usufruir no futuro);
Keynes rejeitava tal visão afirmando, pelo contrário, que o que determina a poupança é
o nível de renda e não a taxa de juro. Também rejeita a visão neoclássica de que a taxa
de juro se iguala à poupança e ao investimento, afirmando que a taxa de juro seria
determinada pela oferta e demanda de moeda, o que é bastante diferente. E que, em
determinadas situações, a poupança poderia superar o investimento, à medida que
houvesse um crescimento econômico que propiciaria maiores poupanças e, por outro
lado, as oportunidades de investimentos iriam se rareando com o decorrer do tempo.
Keynes não discordava de todos os pontos apresentados pela escola neoclássica, mas
não deixou de apresentar críticas a essa corrente e de, na medida do possível,
aperfeiçoar tal teoria, incorporando novas perspectivas de análises e entendimento.