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Trabalho de Introdução à Economia

Ciências Sociais – Noturno – 2º Semestre


Profº Dr. Paulo Brigante

Brunno Conceição do Nascimento


Robert Pereira da Silva

Questões escolhidas: 1 e 3
1) A abordagem Keynesiana difere-se da abordagem Neoclássica em alguns
pontos que serão examinados, detalhadamente, a seguir: primeiramente, porque os
neoclássicos acreditavam e seguiam a ideia de Adam Smith de que o mercado se
autorregularia sozinho, advogando pela não intervenção do Estado na economia; em
contrapartida, após as sucessivas crises do Capitalismo na segunda metade do século
XIX e primeira do XX, Keynes percebeu que essa autorregulação estava estagnada e,
que, em dadas situações, o mercado não era capaz de sozinho se recuperar de profundas
crises como as que assolaram o mundo neste período. É isso que levará Keynes a
afirmar que os investimentos e gastos públicos, principalmente em locais onde a
iniciativa privada não quer ou não invista, além dos gastos sociais, é um importante
instrumento de garantia do pleno emprego e da criação de um Estado de Bem-Estar
Social. (Welfare State, em inglês). Além disso, para os neoclássicos, o mercado opera
em um fluxo contínuo em que, para toda oferta, haveria uma demanda correspondente, a
chamada Lei de Say, e que esse fluxo contínuo não poderia ser interrompido. Já Keynes
percebeu que poderia haver vazamentos nestes fluxos, que deveriam ser compensados
pela presença do Estado para garantir sua continuidade. A teoria neoclássica também
assinalava que a poupança e o investimento eram determinados pela taxa de juro (visto
que o juro era a remuneração por deixar de usufruir agora para usufruir no futuro);
Keynes rejeitava tal visão afirmando, pelo contrário, que o que determina a poupança é
o nível de renda e não a taxa de juro. Também rejeita a visão neoclássica de que a taxa
de juro se iguala à poupança e ao investimento, afirmando que a taxa de juro seria
determinada pela oferta e demanda de moeda, o que é bastante diferente. E que, em
determinadas situações, a poupança poderia superar o investimento, à medida que
houvesse um crescimento econômico que propiciaria maiores poupanças e, por outro
lado, as oportunidades de investimentos iriam se rareando com o decorrer do tempo.
Keynes não discordava de todos os pontos apresentados pela escola neoclássica, mas
não deixou de apresentar críticas a essa corrente e de, na medida do possível,
aperfeiçoar tal teoria, incorporando novas perspectivas de análises e entendimento.

3) Em um contexto de economia aberta, os países em desenvolvimento estão mais


sujeitos à vulnerabilidade por alguns fatores, que detalharemos a seguir. Com a entrada
de artigos estrangeiros no mercado nacional provenientes de países desenvolvidos, que
gozam de tecnologias mais avançadas e custos de produção relativamente mais baixos, a
não atribuição de tarifas aduaneiras faria como que esses produtos chegassem ao
mercado nacional com preços menores que os nacionais e, consequentemente, a
indústria nacional, incapaz de conseguir competir com seus produtos no mercado,
ficaria estagnada, gerando uma série de desemprego e capacidade ociosa. Além disso, a
indústria nacional não teria estímulo para buscar novas tecnologias, o que faria como
que a produtividade nacional diminuísse e que o país se tornasse dependente da
importação de produtos estrangeiros cuja a variação de preços poderia provocar uma
crise de desabastecimento e mesmo uma dependência muito grande da economia
nacional em relação à estrangeira, gerando crises profundas. Algo presenciado
recentemente na Venezuela devido ao alto grau de dependência de produtos estrangeiros
e a quase que exclusiva dependência do petróleo como produto de exportação. A queda
do preço desta commodity no mercado internacional causou uma profunda crise
abastecimento no país, gerando caos econômico e social. Embora a Organização
Mundial do Comércio (OMC), O FMI e os demais órgãos responsáveis pela fiscalização
do comércio internacional recomendem medidas de abertura econômica e liberalização
da economia, vários países adotam, em maior ou menor grau, medidas de protecionismo
econômico com vista a protegerem a indústria nacional. Como exemplo de medidas
protecionistas, podemos citar: a criação de altas tarifas (barreiras tarifárias), normas
técnicas de qualidade para produtos estrangeiros, reduzindo a lucratividade dos
mesmos; subsídios à indústria nacional, incentivando o desenvolvimento econômico
interno; ou ainda a fixação de quotas, limitando o número de produtos, a quantidade de
serviços estrangeiros no mercado nacional, ou até mesmo o percentual que o acionário
estrangeiro pode atingir em uma empresa. Todas essas medidas, adotadas
principalmente em países em desenvolvimento, buscam garantir maior desenvolvimento
dos produtos nacional para uma potencial competição em igualdade no contexto do
comércio mundial.

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