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Sumário

Apresentação do Vade Mecum Estratégico........................................................................................ 3


Comunicação Social (conteúdos aplicáveis a todas as áreas)........................................................... 2
Comunicação Social na CF/88.............................................................................................................. 2
Código de Ética da Radiodifusão Brasileira - ABERT......................................................................... 5
Declaração Universal de Direitos Humanos ...................................................................................... 11
Convenção Americana de Direitos Humanos – 1969 ...................................................................... 15
LEI Nº 8.389, DE 30 DE DEZEMBRO DE 1991 – Conselho de Comunicação Social ................... 24
LEI Nº 9.831, DE 13 DE SETEMBRO DE 1999 – Dia da Imprensa ................................................. 26
LEI Nº 9.612, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – Serviço de Radiodifusão Comunitária .............. 26
LEI Nº 12.965, DE 23 DE ABRIL DE 2014 - Marco civil da internet ................................................ 32
LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998 – Direitos autorais .................................................. 42
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011 – Lei de Acesso à Informação .......................... 68
Jornalismo ............................................................................................................................................... 83
DECRETO Nº 83.284, DE 13 DE MARÇO DE 1979 – Regulamentação da profissão de jornalista
............................................................................................................................................................... 83
Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros – FENAJ ...................................................................... 88
Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros – ABI ............................................................................ 92
Manual de Assessoria de Imprensa – FENAJ – 4ª Edição ............................................................... 95
Publicidade e propaganda ..................................................................................................................104
LEI Nº 4.680, DE 18 DE JUNHO DE 1985 – Regulamentação da profissão de publicitário .......104
Código Brasileiro de Auto-regulamentação Publicitária e Anexos ...............................................107
Código de Ética dos Profissionais de Propaganda – APP ..............................................................135
LEI Nº 12.232, DE 29 DE ABRIL DE 2010 – Licitação e contratação de serviços de publicidade
pela Administração Pública................................................................................................................140
Relações Públicas ..................................................................................................................................149
LEI Nº 5.337, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1967 – A profissão de Relações Públicas...................149
DECRETO Nº 63.283, DE 26 DE SETEMBRO DE 1968 – Regulamento da profissão de Relações
Públicas ................................................................................................................................................151
Código de Ética dos Profissionais de Relações Públicas – CONFERP - 2001 ..............................154
LEI Nº 7.197, DE 14 DE JUNHO DE 1984 – Dia Nacional das Relações Públicas .......................159

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APRESENTAÇÃO DO VADE MECUM ESTRATÉGICO
Olá, estrategista! Tudo bem?

Seja bem-vindo (a) ao nosso Vade Mecum Estratégico! Este conteúdo foi preparado com
muito carinho e dedicação por mim e pela nossa equipe para auxiliar quem pretende realizar
provas na área de Comunicação Social!

Meu nome é Júlia Branco (@profjuliabranco) e eu sou a professora dos cursos de


Comunicação Social aqui no Estratégia Concursos. Trabalho com a produção de conteúdo
corporativo para web e com a consultoria sobre comunicação digital para marcas e organizações.
Sou formada em Mídias Digitais e Tecnologias Web, nos Estados Unidos (Montgomery College),
e Bacharel em Comunicação Social (UniCEUB). Além disso, atualmente curso o MBA em Marketing
Digital (UniCEUB).

Muitos concursos para cargos de Comunicação Social exigem dos candidatos


conhecimentos a respeito das legislações em vigor sobre essa área de atuação. Assim, nosso Vade
Mecum está organizado em quatro seções distintas. A primeira é composta pela legislação que
está relacionada a qualquer uma das áreas de atuação dos comunicólogos. As seções
subsequentes apresentam conteúdos específicos para cargos de Jornalismo, Publicidade e
Propaganda e Relações Públicas.

Ao organizar o Vade Mecum, meu objetivo foi produzir o material mais completo possível
para os seus estudos. Por isso, temos conteúdos que são extremamente frequentes nas provas de
concursos públicos (como o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, da FENAJ) e, também,
outras leis e decretos que versam sobre assuntos pertinentes à Comunicação Social e que podem
ser úteis para você (principalmente ao redigir discursivas e interpretar enunciados nas provas).

Você pode usar esse material como uma fonte de consulta ao acompanhar as nossas aulas
aqui no Estratégia. Nós temos um curso extensivo de Comunicação Social, com 13 aulas
completas (PDFs + videoaulas + fórum de dúvidas), criado com foco nos alunos que desejam
alcançar cargos públicos nessaa área. A aula 00 é gratuita e o tema dela é justamente "Legislação
em Comunicação Social". Você pode baixá-la no link abaixo e já iniciar os seus estudos! J

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para concursos públicos!

Abraços,

- Prof. Júlia Branco – Instagram: @profjuliabranco

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idade e quaisquer outras formas de
discriminação.
COMUNICAÇÃO SOCIAL Art. 4º A República Federativa do Brasil
(CONTEÚDOS APLICÁVEIS A rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
TODAS AS ÁREAS) I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
Comunicação Social na
III - autodeterminação dos povos;
CF/88 IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
TÍTULO I VI - defesa da paz;
Dos Princípios Fundamentais VII - solução pacífica dos conflitos;
Art. 1º A República Federativa do Brasil, VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
formada pela união indissolúvel dos Estados IX - cooperação entre os povos para o
e Municípios e do Distrito Federal, constitui- progresso da humanidade;
se em Estado Democrático de Direito e tem X - concessão de asilo político.
como fundamentos: Parágrafo único. A República Federativa
I - a soberania; do Brasil buscará a integração econômica,
II - a cidadania política, social e cultural dos povos da
III - a dignidade da pessoa humana; América Latina, visando à formação de uma
IV - os valores sociais do trabalho e da comunidade latino-americana de nações.
livre iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de
2019) TÍTULO II
V - o pluralismo político. Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Parágrafo único. Todo o poder emana CAPÍTULO I
do povo, que o exerce por meio de DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
representantes eleitos ou diretamente, nos COLETIVOS
termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, Art. 5º Todos são iguais perante a lei,
independentes e harmônicos entre si, o sem distinção de qualquer natureza,
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. garantindo-se aos brasileiros e aos
Art. 3º Constituem objetivos estrangeiros residentes no País a
fundamentais da República Federativa do inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
Brasil: à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
I - construir uma sociedade livre, justa e termos seguintes:
solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional; [...]
III - erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades IV - é livre a manifestação do
sociais e regionais; pensamento, sendo vedado o anonimato;
IV - promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor,

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V - é assegurado o direito de resposta,
proporcional ao agravo, além da indenização XI–explorar, diretamente ou mediante
por dano material, moral ou à imagem; autorização, concessão ou permissão, os
serviços de telecomunicações, nos termos da
[...] lei, que disporá sobre a organização dos
serviços, a criação de um órgão regulador e
XII - é inviolável o sigilo da outros aspectos institucionais;
correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações XII–explorar, diretamente ou mediante
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem autorização, concessão ou permissão:
judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
estabelecer para fins de investigação criminal a) os serviços de radiodifusão sonora e de
ou instrução processual penal; (Vide sons e imagens; [...]
Lei nº 9.296, de 1996)
XIII - é livre o exercício de qualquer Art. 22. Compete privativamente à União
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as legislar sobre: [...]
qualificações profissionais que a lei
estabelecer; XXIX–propaganda comercial.
XIV - é assegurado a todos o acesso à
informação e resguardado o sigilo da fonte, [...]
quando necessário ao exercício profissional;
TÍTULO VIII
XXXIII - todos têm direito a receber dos Da Ordem Social
órgãos públicos informações de seu interesse [...]
particular, ou de interesse coletivo ou geral,
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo CAPÍTULO V
sigilo seja imprescindível à segurança da DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
sociedade e do
Estado; (Regulamento) (Vide Art. 220. A manifestação do
Lei nº 12.527, de 2011) pensamento, a criação, a expressão e a
informação, sob qualquer forma, processo ou
[...] veículo não sofrerão qualquer restrição,
observado o disposto nesta Constituição.
TÍTULO III § 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que
Da Organização do Estado possa constituir embaraço à plena liberdade
[...] de informação jornalística em qualquer
veículo de comunicação social, observado o
CAPÍTULO II disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e XIV.
DA UNIÃO § 2º É vedada toda e qualquer censura
de natureza política, ideológica e artística.
Art. 21. Compete à União: [...] § 3º Compete à lei federal:

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I - regular as diversões e espetáculos naturalizados há mais de dez anos, ou de
públicos, cabendo ao Poder Público informar pessoas jurídicas constituídas sob as leis
sobre a natureza deles, as faixas etárias a que brasileiras e que tenham sede no
não se recomendem, locais e horários em que País. (Redação dada pela Emenda
sua apresentação se mostre inadequada; Constitucional nº 36, de 2002)
II - estabelecer os meios legais que
garantam à pessoa e à família a possibilidade § 1º Em qualquer caso, pelo menos
de se defenderem de programas ou setenta por cento do capital total e do capital
programações de rádio e televisão que votante das empresas jornalísticas e de
contrariem o disposto no art. 221, bem como radiodifusão sonora e de sons e imagens
da propaganda de produtos, práticas e deverá pertencer, direta ou indiretamente, a
serviços que possam ser nocivos à saúde e ao brasileiros natos ou naturalizados há mais de
meio ambiente. dez anos, que exercerão obrigatoriamente a
§ 4º A propaganda comercial de tabaco, gestão das atividades e estabelecerão o
bebidas alcoólicas, agrotóxicos, conteúdo da programação. (Redação
medicamentos e terapias estará sujeita a dada pela Emenda Constitucional nº 36, de
restrições legais, nos termos do inciso II do 2002)
parágrafo anterior, e conterá, sempre que
necessário, advertência sobre os malefícios § 2º A responsabilidade editorial e as
decorrentes de seu uso. atividades de seleção e direção da
§ 5º Os meios de comunicação social não programação veiculada são privativas de
podem, direta ou indiretamente, ser objeto brasileiros natos ou naturalizados há mais de
de monopólio ou oligopólio. dez anos, em qualquer meio de comunicação
§ 6º A publicação de veículo impresso de social. (Redação dada pela Emenda
comunicação independe de licença de Constitucional nº 36, de 2002)
autoridade.
§ 3º Os meios de comunicação social
Art. 221. A produção e a programação
eletrônica, independentemente da
das emissoras de rádio e televisão atenderão
tecnologia utilizada para a prestação do
aos seguintes princípios:
serviço, deverão observar os princípios
I - preferência a finalidades educativas,
enunciados no art. 221, na forma de lei
artísticas, culturais e informativas;
específica, que também garantirá a
II - promoção da cultura nacional e
prioridade de profissionais brasileiros na
regional e estímulo à produção independente
execução de produções
que objetive sua divulgação;
nacionais. (Incluído pela Emenda
III - regionalização da produção cultural,
Constitucional nº 36, de 2002)
artística e jornalística, conforme percentuais
estabelecidos em lei;
§ 4º Lei disciplinará a participação de
IV - respeito aos valores éticos e sociais
capital estrangeiro nas empresas de que trata
da pessoa e da família.
o § 1º. (Incluído pela Emenda
Art. 222. A propriedade de empresa
Constitucional nº 36, de 2002)
jornalística e de radiodifusão sonora e de sons
e imagens é privativa de brasileiros natos ou

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§ 5º As alterações de controle societário Art. 1o - Destina-se a radiodifusão ao
das empresas de que trata o § 1º serão entretenimento e à informação do público em
comunicadas ao Congresso geral, assim como à prestação de serviços
Nacional. (Incluído pela Emenda culturais e educacionais.
Constitucional nº 36, de 2002) Art. 2o - A radiodifusão defenderá a forma
democrática de governo e, especialmente, a
Art. 223. Compete ao Poder Executivo
liberdade de imprensa e de expressão do
outorgar e renovar concessão, permissão e
pensamento. Defenderá, igualmente, a
autorização para o serviço de radiodifusão
unidade política do Brasil, a aproximação e
sonora e de sons e imagens, observado o
convivência pacífica com a comunidade
princípio da complementaridade dos
internacional e os princípios da boa educação
sistemas privado, público e estatal.
moral e cívica.
§ 1º O Congresso Nacional apreciará o
ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar Art. 3o - Somente o regime da livre iniciativa
do recebimento da mensagem. e concorrência, sustentado pela publicidade
§ 2º A não renovação da concessão ou comercial, pode fornecer as condições de
permissão dependerá de aprovação de, no liberdade e independência necessárias ao
mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, florescimento dos órgãos de opinião e,
em votação nominal. consequentemente, da radiodifusão. A
§ 3º O ato de outorga ou renovação radiodifusão estatal é aceita na medida em
somente produzirá efeitos legais após que seja exclusivamente cultural, educativa
deliberação do Congresso Nacional, na forma ou didática, sem publicidade comercial.
dos parágrafos anteriores. Art. 4o - Compete especialmente aos
§ 4º O cancelamento da concessão ou radiodifusores prestigiar e envidar todos os
permissão, antes de vencido o prazo, esforços para a manutenção da unidade da
depende de decisão judicial. ABERT como órgão nacional representante
§ 5º O prazo da concessão ou permissão da classe, assim como das entidades
será de dez anos para as emissoras de rádio e estaduais ou regionais e sindicatos de classe.
de quinze para as de televisão.
Art. 224. Para os efeitos do disposto
neste capítulo, o Congresso Nacional CAPITULO II
instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho Da Programação
de Comunicação Social, na forma da lei.
Art. 5o - As emissoras transmitirão
entretenimento do melhor nível artístico e
moral, seja de sua produção, seja adquirido
Código de Ética da de terceiros, considerando que a radiodifusão
Radiodifusão Brasileira - é um meio popular e acessível a quase
ABERT totalidade dos lares.

CAPÍTULO I Art. 6o - A responsabilidade das emissoras


que transmitem os programas não exclui a
Princípios Gerais
dos pais ou responsáveis, aos quais cabe o

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dever de impedir, a seu juízo, que os menores sentimentos e propósitos, o respeito à Lei e
tenham acesso a programas inadequados, às autoridades legalmente constituídas, o
tendo em vista os limites etários prévia e amor à pátria, ao próximo, à natureza e os
obrigatoriamente anunciados para orientação animais.
do público. Art. 14 - A programação observará fidelidade
Art. 7o - Os programas transmitidos não ao ser humano como titular dos valores
advogarão discriminação de raças, credos e universais, partícipe de uma comunidade
religiões, assim como o de qualquer grupo nacional e sujeito de uma cultura regional que
humano sobre o outro. devem ser preservadas.
Art. 8o - Os programas transmitidos não terão Art. 15 - Para melhor compreensão, e,
cunho obsceno e não advogarão a consequentemente, observância dos
promiscuidade ou qualquer forma de princípios acima afirmados, fica estabelecido
perversão sexual, admitindo-se as sugestões que:
de relações sexuais dentro do quadro da 1) São livres para exibição em qualquer
normalidade e revestidas de sua dignidade horário, os programas ou filmes:
específica, dentro das disposições deste
Código. a) que não contenham cenas realistas de
violência , agressões que resultem em
Art. 9o - Os programas transmitidos não dilaceração ou mutilação de partes do corpo
explorarão o curandeirismo e o humano, tiros a queima roupa, facadas,
charlatanismo, iludindo a boa fé do público. pauladas ou outras formas e meios de
Art. 10 - A violência física ou psicológica só agressão violenta com objetos contundentes,
será apresentada dentro do contexto assim como cenas sanguinolentas resultantes
necessário ao desenvolvimento racional de de crime ou acidente; não tratem de forma
uma trama consistente e de relevância explícita temas sobre estupro, sedução,
artística e social, acompanhada de seqüestro, prostituição e rufianismo;
demonstração das conseqüências funestas ou b) que não contenham em seus diálogos
desagradáveis para aqueles que a praticam, palavras vulgares, chulas ou de baixo calão;
com as restrições estabelecidas neste
Código. c) que não exponham ou discutam o uso e o
tráfico de drogas, notadamente as
Art. 11 - A violência e o crime jamais serão alucinógenas e entorpecentes, não
apresentados inconseqüentemente. apresentem de maneira positiva o uso do
Art. 12 - O uso de tóxicos, o alcoolismo e o fumo e do álcool;
vício de jogo de azar só serão apresentados d) que não apresentem nu humano, frontal,
como práticas condenáveis, social e lateral ou dorsal, não apresentem visíveis os
moralmente, provocadoras de degradação e órgãos ou partes sexuais exteriores humanas,
da ruína do ser humano. não insinuem o ato sexual, limitando as
Art. 13 - Nos programas infantis, produzidos expressões de amor e afeto a carícias e beijos
sob rigorosa supervisão das emissoras, serão discretos. Os filmes e programas livres para
preservadas a integridade da família e sua exibição em qualquer horário não explorarão
hierarquia, bem como exaltados os bons o homossexualismo;

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e) cujos temas sejam os comumente b) que apresentem cenas de violência , sem
considerados apropriados para crianças e perversidade, mas que não as deixem
pré-adolescentes, não se admitindo os que impunes ou que lhe façam apologia;
versem de maneira realista sobre desvios do c) que apresentem nu lateral ou dorsal, desde
comportamento humano e de práticas que focalizado à distância , ou desfocados, ou
criminosas mencionadas nas letras "a" , "c" e com tratamento de imagens que roube a
"d" acima; definição exata dos corpos, sem mostrar os
Parágrafo único - as emissoras de rádio e órgãos e partes sexuais humanos. O ato
televisão não apresentarão músicas cujas sexual será apresentado com as restrições do
letras sejam nitidamente pornográficas ou número "2" acima;
que estimulem o consumo de drogas. d) que não contenham apologia ou
2) Poderão ser exibidos, a partir de 20 h, os apresentem favoravelmente o uso e a
programas ou filmes: ingestão do fumo e do álcool.
a) que observem as mesmas restrições 4) Poderão ser exibidos após as 23h os
estabelecidas para os filmes e programas programas e filmes:
livres sendo permitida a insinuação de
a) que apresentem violência, desde que
conjunção sexual sem exposição do ato ou respeitadas as restrições do horário anterior;
dos corpos, sem beijos lascivos ou erotismo
considerado vulgar; b) que não apresentem sexo explícito nem
exibam, em "close", as partes e órgãos
b) que versem sobre qualquer tema ou sexuais exteriores humanos;
problema individual ou social, desde que os
temas sensíveis ou adultos não sejam tratados c) que utilizem palavras chulas ou vulgares
de forma crua ou explícita nem apresentem desde que necessárias e inseridas no
favorável ou apologeticamente, qualquer contexto da dramaturgia;
forma de desvio sexual humano, o uso de d) que abordem seus temas sem apologia da
drogas, a prostituição ou qualquer forma de droga, da prostituição e de comportamentos
criminalidade ou comportamento anti-social; criminosos.
c) que não contenham apologia ou
apresentem favoravelmente o uso e ingestão
CAPÍTULO III
do fumo ou do álcool.
Da Publicidade
3) Poderão ser exibidos, a partir das 21 h, os
programas ou filmes: Art. 16 - Reconhecendo a publicidade como
condição básica para a existência de uma
a) que versem sobre temas adultos ou
Radiodifusão livre e independente, as
sensíveis observadas as restrições ao uso da
emissoras diligenciarão no sentido de que os
linguagem dos itens interiores e as restrições
comerciais sejam colocados no ar em sua
quanto à apologia do homossexualismo, da
integridade e nos horários constantes das
prostituição e do comportamento criminoso
autorizações.
ou anti-social. Poderão ser empregadas
palavras vulgares mas de uso corrente, Art. 17 - Ainda que a responsabilidade
vedada as de baixo calão; primária caiba aos anunciantes, produtores e

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agências de publicidade, as emissoras não Art. 20 - As emissoras manterão elevado
serão obrigadas a divulgar os comerciais em padrão de relacionamento entre si, não
desacordo com o Código de Auto- combatendo uma às outras, senão pelo
Regulamentação Publicitária, submetendo ao aprimoramento das respectivas
CONAR qualquer peça que lhes pareça programações.
imprópria, respeitando-lhe as decisões. Art. 21 - É considerada antiética a prática de:
1) Aliciamento de artistas e pessoal
CAPÍTULO IV contratados, entendendo-se como tal o
Dos Noticiários oferecimento de propostas a pessoal
pertencente aos quadros de concorrentes,
Art. 18 - Os programas jornalísticos, gravados em plena vigência dos contratos por prazo
ou diretos estão livres de qualquer restrição, determinado ou tarefa.
ficando a critério da emissora a exibição, ou
não, de imagens ou sons que possam ferir a 2) Aviltamento dos preços da publicidade.
sensibilidade do público. Os programas ao 3) Publicação ou transmissão dos índices de
vivo serão de responsabilidade dos seus audiência com identificação das emissoras
diretores ou apresentadores que observarão concorrentes.
as leis e regulamentos vigentes assim como o 4) Referir-se depreciativamente, pela
espírito deste Código. imprensa ou qualquer outro veículo de
Art. 19 - As emissoras só transmitirão notícias comunicação, às atividades ou vida interna
provenientes de fontes fidedignas, não das emissoras concorrentes.
sendo, entretanto, por elas responsáveis. As 5) Utilizar-se, sem prévia e competente
emissoras observarão o Seguinte critério em autorização, de sinal gerado ou de
seus noticiários: propriedade de emissora concorrente.
1) As emissoras manterão em sigilo, quando 6) Divulgar falsamente a potência de suas
julgarem conveniente e for pedido por lei, a transmissões, o número de emissoras em
fonte de suas notícias. cadeia ou afiliadas e canais que não estejam
2) Toda ilustração que acompanhar uma operando.
notícia e que não lhe seja contemporânea, 7) Operar falsamente a emissora, quer através
trará a indicação desta circunstância. do uso, em qualquer horário, de potência
3) As emissoras deverão exercer o seu próprio superior à de sua licença, quer através de
critério para não apresentar imagens que, sobremodulação, destinadas a prejudicar
ainda que reais, possam traumatizar a emissoras concorrentes.
sensibilidade do público do horário. 8) As emissoras não recusarão comerciais que
4) As notícias que puderem causar pânico contenham a participação de contratados de
serão dadas de maneira a evitá-lo. outras emissoras, exceto quando forem
mostrados, nesses comerciais, cenários dos
programas em que participam ditos
CAPÍTULO V contratados ou que os apresentem com trajes
Do Relacionamento das Emissoras e adereços por eles utilizados nos programas

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em que atuam, bem como interpretando ABERT de acordo com a maioria dos
tipos caracterizados como personagens que membros do Conselho. O Conselho terá
representam nesse programas. autonomia orçamentária e suas decisões
Art. 22 - As emissoras sujeitarão suas serão irrecorríveis exceto pelo pedido de
desinteligências ao arbítrio da Associação reconsideração interposto dentro de 72 horas
Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, da decisão e diante de fatos novos.
acatando-lhe as decisões, quando não II - Os membros do Conselho, elegerão um
solucionadas pelas entidades estaduais ou Presidente e um Vice-Presidente, os quais
regionais. atuarão assessorados pelo Secretário-Geral.
O Presidente não terá direito a voto, exceto
no caso de empate na votação, caso em que
CAPÍTULO VI terá o voto de desempate. Os membros do
Do Processo e das Disposições Disciplinares Conselho serão indicados dentro de 30 dias
do término de seus mandatos, podendo ser
Art. 23 - A ABERT terá uma Comissão de Ética
reconduzidos indefinidamente.
formada por 8 membros escolhidos e
pertencentes à diretoria, cujo mandato será III - Recebida uma reclamação, o Presidente
coincidente com seus mandatos na diretoria, ou Secretário-Geral designado pelo
com as seguintes funções: Presidente, fará a distribuição para um
Conselheiro que será o relator, enviando
I - Julgar todas as reclamações apresentadas
cópia para a empresa envolvida. O relator
contra procedimentos atentatórios ao Código
apresentará seu relatório para julgamento
de Ética previstos no Capítulo V do presente
dentro de 10 dias, colocando a reclamação
Código.
para julgamento na próxima sessão desde
II - Eleger por unanimidade, os membros do que haja tempo hábil para notificar a
Conselho de Ética nos termos prescritos Reclamada para que possa estar presente e
neste Código. intervir no julgamento.
III - Os membros da diretoria da ABERT são IV - Na ausência do Presidente, presidirá a
inelegíveis para o Conselho de Ética. sessão o Vice-Presidente e, na ausência deste,
Art. 24 - As reclamações e denúncias quanto os presentes escolherão, por maioria, um de
ao não cumprimento das determinações seus membros para presidi-la.
contidas no Capítulo II, III e IV deste Código V - Depois de lido o relatório e ouvidas as
serão julgadas por um Conselho de Ética, partes presentes, votará o relator, seguindo-
designado nos termos do artigo anterior, se os demais membros na ordem de
composto de 12 membros, para um mandato antigüidade, quando houver, a
de um ano, reelegíveis, sendo que, pelo alfabeticamente não havendo diferença de
menos quatro não pertencentes aos quadros, antigüidade.
nem vinculados diretamente às empresas de
VI - O Conselho reunir-se-á na medida das
radiodifusão.
necessidade, convocado pelo Secretário-
I - O Conselho terá um Secretário-Geral para Geral ou por seu Presidente, sendo
administrá-lo, nomeado e demissível ad irrecorríveis suas decisões.
nutum pela Comissão de Ética da Diretoria da

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VII - Quando a reclamação ou denúncia versar deste artigo. O não atendimento das
sobre o fato grave que exija urgência por sua determinações da Comissão acarretará a
possibilidade de repetição ou continuidade, o expulsão dos quadros da ABERT.
Secretário-Geral convocará imediatamente o I - Julgadas culpadas, as emissoras, além das
Conselho, relatando o processo penas mencionadas no caput deste artigo,
pessoalmente, sem direito a voto, para serão condenadas a divulgar, no mínimo seis
decisão imediata. e no máximo vinte mensagens de 30
VIII - O Secretário-Geral preparará segundos rotativa e diariamente, durante
mensalmente, sempre que tiver havido uma semana, no mínimo, e um mês no
decisões, resumos dos julgamento e das máximo, para divulgação de campanhas
decisões para distribuição aos membros da educativas. Nas reincidências a pena será
Diretoria da ABERT. acrescida, de acordo com a gravidade de 25%
Art. 25 - As reclamações serão sempre até 100% quanto ao número e duração do
apresentadas por escrito, com perfeita tempo das inserções.
individualização dos fatos e referências exatas II - Extingue-se a reincidência em cada
quanto ao horário, dia e emissora que efetuou período de dois anos contados da data da
a transmissão ou praticou o ato impugnado, primeira infração.
acompanhadas de fita de vídeo ou fita de III - As condenações serão comunicadas à
áudio nos casos de transmissões radiofônicas. Diretoria da ABERT que contatará os órgãos
As reclamações anônimas não serão públicos, notadamente os Ministérios da
distribuídas. As reclamações que não Justiça, Saúde, Educação e Bem Estar Social,
estiverem acompanhadas das fitas de sobre a existência de campanhas de seu
gravação só serão distribuídas quando interesse e que tenham alguma relação com a
versarem sobre fatos públicos e notórios. natureza da infração, para que sejam
Quando houver dúvida razoável quanto à colocadas no ar pela empresa condenada.
notoriedade do fato, o Secretário-Geral Não havendo resposta ou campanha
requisitará a fita à emissora, desde que, disponível a Diretoria designará o tema e
dentro do prazo legal em que a emissora está aprovará as mensagens que serão feitas pela
obrigada a guardar a fita. empresa condenada, estabelecendo-lhe o
Art. 26 - As queixas poderão ser formuladas e prazo para seu início. A Diretoria decidirá,
encaminhadas à ABERT, por órgãos da caso a caso, se as mensagens deverão ou não
Administração Federal, pelas emissoras ter referência ao Código de Ética. As penas
associadas à ABERT, por órgãos ou serão adstritas às áreas de cobertura em que
associações de classe ou por telespectadores deu-se a infração.
e ouvintes, respeitadas as determinações dos Art. 28 - A empresa acusada da prática do ato
artigos anteriores. ou de transmissão de programas condenados
Art. 27 - As penas serão de advertência por este Código tomará conhecimento da
sigilosa, ou de determinação da suspensão decisão através de comunicação que o
das transmissões impugnadas ou atos Presidente enviará.
impugnados, sempre acompanhadas da
obrigação de divulgar campanha nos termos

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Art. 29 - A empresa apresentará ao relator
Declaração Universal de
suas razões de defesa, escritas, dentro de 7
dias do recebimento da comunicação. A Direitos Humanos
empresa poderá estar presente e defender-se Preâmbulo
verbalmente durante o julgamento, assim Considerando que o reconhecimento da
como poderá enviar cópia de sua defesa, dignidade inerente a todos os membros da
individuando a acusação, a todos os família humana e dos seus direitos iguais e
Conselheiros. Nos casos de urgência inalienáveis constitui o fundamento da
previstos no item VII do Artigo 24 o Secretário liberdade, da justiça e da paz no mundo;
ou o Presidente comunicará diretamente à
empresa acusada que terá 48 (quarenta e Considerando que o desconhecimento e o
oito) horas para apresentar sua defesa. desprezo dos direitos do Homem conduziram
a actos de barbárie que revoltam a
Art. 30 - As decisões do Conselho serão
consciência da Humanidade e que o advento
tomadas por maioria de votos e o quorum
de um mundo em que os seres humanos
será o de 8 (oito) conselheiros.
sejam livres de falar e de crer, libertos do
Art. 31 - A fonte de recursos para a terror e da miséria, foi proclamado como a
manutenção do Conselho será estabelecida mais alta inspiração do Homem;
pela Diretoria da ABERT, ad referendum dos
contribuintes e constituirão recursos Considerando que é essencial a proteção dos
diretamente postos à disposição da direitos do Homem através de um regime de
Comissão, não podendo ser utilizados para direito, para que o Homem não seja
outros fins. compelido, em supremo recurso, à revolta
Art. 32 - A Comissão de Ética de Programas contra a tirania e a opressão;
da ABERT assim como o conselho elaborará
um regimento interno para o seu perfeito Considerando que é essencial encorajar o
funcionamento. desenvolvimento de relações amistosas entre
as nações;
Art. 33 - No caso de programa transmitido
regularmente, a suspensão voluntária pela
Considerando que, na Carta, os povos das
empresa reclamada do quadro do programa
Nações Unidas proclamam, de novo, a sua fé
impugnado sustará o prosseguimento do
nos direitos fundamentais do Homem, na
processo.
dignidade e no valor da pessoa humana, na
Art. 34 - Os casos que não envolverem igualdade de direitos dos homens e das
programação, decididos pela Comissão de mulheres e se declaram resolvidos a favorecer
Ética da Diretoria da ABERT nos termos do o progresso social e a instaurar melhores
artigo 23 por maioria absoluta de votos, terão condições de vida dentro de uma liberdade
como penalidades a advertência sigilosa ou mais ampla;
pública.
Considerando que os Estados membros se
comprometeram a promover, em cooperação
com a Organização das Nações Unidas, o

11
respeito universal e efectivo dos direitos do território da naturalidade da pessoa, seja esse
Homem e das liberdades fundamentais; país ou território independente, sob tutela,
autônomo ou sujeito a alguma limitação de
Considerando que uma concepção comum soberania.
destes direitos e liberdades é da mais alta
importância para dar plena satisfação a tal Artigo 3°
compromisso: Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade
e à segurança pessoal.
A Assembléia Geral proclama a presente
Declaração Universal dos Direitos Humanos Artigo 4°
como ideal comum a atingir por todos os Ninguém será mantido em escravatura ou em
povos e todas as nações, a fim de que todos servidão; a escravatura e o trato dos escravos,
os indivíduos e todos os orgãos da sociedade, sob todas as formas, são proibidos.
tendo-a constantemente no espírito, se
esforcem, pelo ensino e pela educação, por Artigo 5°
desenvolver o respeito desses direitos e Ninguém será submetido a tortura nem a
liberdades e por promover, por medidas penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou
progressivas de ordem nacional e degradantes.
internacional, o seu reconhecimento e a sua
aplicação universais e efectivos tanto entre as Artigo 6°
populações dos próprios Estados membros Todos os indivíduos têm direito ao
como entre as dos territórios colocados sob a reconhecimento, em todos os lugares, da sua
sua jurisdição. personalidade jurídica.

Artigo 1° Artigo 7°
Todos os seres humanos nascem livres e Todos são iguais perante a lei e, sem
iguais em dignidade e em direitos. Dotados distinção, têm direito a igual protecção da lei.
de razão e de consciência, devem agir uns Todos têm direito a protecção igual contra
para com os outros em espírito de qualquer discriminação que viole a presente
fraternidade. Declaração e contra qualquer incitamento a
tal discriminação.
Artigo 2°
Todos os seres humanos podem invocar os Artigo 8°
direitos e as liberdades proclamados na Toda a pessoa tem direito a recurso efectivo
presente Declaração, sem distinção alguma, para as jurisdições nacionais competentes
nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de contra os actos que violem os direitos
língua, de religião, de opinião política ou fundamentais reconhecidos pela Constituição
outra, de origem nacional ou social, de ou pela lei.
fortuna, de nascimento ou de qualquer outra
situação. Além disso, não será feita nenhuma Artigo 9°
distinção fundada no estatuto político, Ninguém pode ser arbitrariamente preso,
jurídico ou internacional do país ou do detido ou exilado.

12
Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o
Artigo 10° direito de procurar e de beneficiar de asilo em
Toda a pessoa tem direito, em plena outros países.
igualdade, a que a sua causa seja equitativa e Este direito não pode, porém, ser invocado
publicamente julgada por um tribunal no caso de processo realmente existente por
independente e imparcial que decida dos crime de direito comum ou por actividades
seus direitos e obrigações ou das razões de contrárias aos fins e aos princípios das Nações
qualquer acusação em matéria penal que Unidas.
contra ela seja deduzida.
Artigo 15°
Artigo 11° Todo o indivíduo tem direito a ter uma
Toda a pessoa acusada de um acto delituoso nacionalidade.
presume-se inocente até que a sua Ninguém pode ser arbitrariamente privado da
culpabilidade fique legalmente provada no sua nacionalidade nem do direito de mudar
decurso de um processo público em que de nacionalidade.
todas as garantias necessárias de defesa lhe
sejam asseguradas. Artigo 16°
Ninguém será condenado por acções ou A partir da idade núbil, o homem e a mulher
omissões que, no momento da sua prática, têm o direito de casar e de constituir família,
não constituíam acto delituoso à face do sem restrição alguma de raça, nacionalidade
direito interno ou internacional. Do mesmo ou religião. Durante o casamento e na altura
modo, não será infligida pena mais grave do da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.
que a que era aplicável no momento em que O casamento não pode ser celebrado sem o
o acto delituoso foi cometido. livre e pleno consentimento dos futuros
esposos.
Artigo 12° A família é o elemento natural e fundamental
Ninguém sofrerá intromissões arbitrárias na da sociedade e tem direito à proteção desta
sua vida privada, na sua família, no seu e do Estado.
domicílio ou na sua correspondência, nem
ataques à sua honra e reputação. Contra tais Artigo 17°
intromissões ou ataques toda a pessoa tem Toda a pessoa, individual ou colectiva, tem
direito a protecção da lei. direito à propriedade.
Ninguém pode ser arbitrariamente privado da
Artigo 13° sua propriedade.
Toda a pessoa tem o direito de livremente
circular e escolher a sua residência no interior Artigo 18°
de um Estado. Toda a pessoa tem direito à liberdade de
Toda a pessoa tem o direito de abandonar o pensamento, de consciência e de religião;
país em que se encontra, incluindo o seu, e o este direito implica a liberdade de mudar de
direito de regressar ao seu país. religião ou de convicção, assim como a
liberdade de manifestar a religião ou
Artigo 14° convicção, sozinho ou em comum, tanto em

13
público como em privado, pelo ensino, pela Artigo 23°
prática, pelo culto e pelos ritos. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre
escolha do trabalho, a condições equitativas
Artigo 19° e satisfatórias de trabalho e à protecção
Todo o indivíduo tem direito à liberdade de contra o desemprego.
opinião e de expressão, o que implica o Todos têm direito, sem discriminação alguma,
direito de não ser inquietado pelas suas a salário igual por trabalho igual.
opiniões e o de procurar, receber e difundir, Quem trabalha tem direito a uma
sem consideração de fronteiras, informações remuneração equitativa e satisfatória, que lhe
e idéias por qualquer meio de expressão. permita e à sua família uma existência
conforme com a dignidade humana, e
Artigo 20° completada, se possível, por todos os outros
Toda a pessoa tem direito à liberdade de meios de protecção social.
reunião e de associação pacíficas. Toda a pessoa tem o direito de fundar com
Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de outras pessoas sindicatos e de se filiar em
uma associação. sindicatos para defesa dos seus interesses.

Artigo 21° Artigo 24°


Toda a pessoa tem o direito de tomar parte Toda a pessoa tem direito ao repouso e aos
na direcção dos negócios, públicos do seu lazeres, especialmente, a uma limitação
país, quer directamente, quer por intermédio razoável da duração do trabalho e as férias
de representantes livremente escolhidos. periódicas pagas.
Toda a pessoa tem direito de acesso, em
condições de igualdade, às funções públicas Artigo 25°
do seu país. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida
A vontade do povo é o fundamento da suficiente para lhe assegurar e à sua família a
autoridade dos poderes públicos: e deve saúde e o bem-estar, principalmente quanto
exprimir-se através de eleições honestas a à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à
realizar periodicamente por sufrágio universal assistência médica e ainda quanto aos
e igual, com voto secreto ou segundo serviços sociais necessários, e tem direito à
processo equivalente que salvaguarde a segurança no desemprego, na doença, na
liberdade de voto. invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros
casos de perda de meios de subsistência por
Artigo 22° circunstâncias independentes da sua vontade.
Toda a pessoa, como membro da sociedade, A maternidade e a infância têm direito a ajuda
tem direito à segurança social; e pode e a assistência especiais. Todas as crianças,
legitimamente exigir a satisfação dos direitos nascidas dentro ou fora do matrimônio,
econômicos, sociais e culturais gozam da mesma protecção social.
indispensáveis, graças ao esforço nacional e à
cooperação internacional, de harmonia com a Artigo 26°
organização e os recursos de cada país. Toda a pessoa tem direito à educação. A
educação deve ser gratuita, pelo menos a

14
correspondente ao ensino elementar No exercício deste direito e no gozo destas
fundamental. O ensino elementar é liberdades ninguém está sujeito senão às
obrigatório. O ensino técnico e profissional limitações estabelecidas pela lei com vista
dever ser generalizado; o acesso aos estudos exclusivamente a promover o
superiores deve estar aberto a todos em reconhecimento e o respeito dos direitos e
plena igualdade, em função do seu mérito. liberdades dos outros e a fim de satisfazer as
A educação deve visar à plena expansão da justas exigências da moral, da ordem pública
personalidade humana e ao reforço dos e do bem-estar numa sociedade democrática.
direitos do Homem e das liberdades Em caso algum estes direitos e liberdades
fundamentais e deve favorecer a poderão ser exercidos contrariamente e aos
compreensão, a tolerância e a amizade entre fins e aos princípios das Nações Unidas.
todas as nações e todos os grupos raciais ou
religiosos, bem como o desenvolvimento das Artigo 30°
actividades das Nações Unidas para a Nenhuma disposição da presente Declaração
manutenção da paz. pode ser interpretada de maneira a envolver
Aos pais pertence a prioridade do direito de para qualquer Estado, agrupamento ou
escholher o género de educação a dar aos indivíduo o direito de se entregar a alguma
filhos. actividade ou de praticar algum acto
destinado a destruir os direitos e liberdades
Artigo 27° aqui enunciados.
Toda a pessoa tem o direito de tomar parte
livremente na vida cultural da comunidade, de
fruir as artes e de participar no progresso
Convenção Americana de
científico e nos benefícios que deste resultam. Direitos Humanos – 1969
Todos têm direito à protecção dos interesses Preâmbulo
morais e materiais ligados a qualquer
produção científica, literária ou artística da Os Estados Americanos signatários da
sua autoria. presente Convenção,

Artigo 28° Reafirmando seu propósito de consolidar


Toda a pessoa tem direito a que reine, no neste Continente, dentro do quadro das
plano social e no plano internacional, uma instituições democráticas, um regime de
ordem capaz de tornar plenamente efectivos liberdade pessoal e de justiça social, fundado
os direitos e as liberdades enunciadas na no respeito dos direitos humanos essenciais;
presente Declaração.
Reconhecendo que os direitos essenciais da
Artigo 29° pessoa humana não derivam do fato de ser
O indivíduo tem deveres para com a ela nacional de determinado Estado, mas sim
comunidade, fora da qual não é possível o do fato de Ter como fundamento os atributos
livre e pleno desenvolvimento da sua da pessoa humana, razão por que justificam
personalidade. uma proteção internacional, de natureza
convencional, coadjuvante ou complementar

15
da que oferece o direito interno dos Estados 1. Os Estados-partes nesta Convenção
Americanos. comprometem-se a respeitar os direitos e
liberdades nela reconhecidos e a garantir seu
Considerando que esses princípios foram livre e pleno exercício a toda pessoa que
consagrados na Carta da Organização dos esteja sujeita à sua jurisdição, sem
Estados Americanos, na Declaração discriminação alguma, por motivo de raça,
Americana dos Direitos e Deveres do Homem cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas
e na Declaração Universal dos Direitos do ou de qualquer natureza, origem nacional ou
Homem, e que foram reafirmados e social, posição econômica, nascimento ou
desenvolvidos em outros instrumentos qualquer outra condição social.
internacionais, tanto de âmbito mundial como 2. Para efeitos desta Convenção, pessoa é
regional. todo ser humano.

Reiterando que, de acordo com a Declaração Artigo 2º - Dever de adotar disposições de


Universal dos Direitos Humanos, só pode ser direito interno
realizado o ideal do ser humano livre, isento Se o exercício dos direitos e liberdades
do temor e da miséria, se forem criadas mencionados no artigo 1º ainda não estiver
condições que permitam a cada pessoa gozar garantido por disposições legislativas ou de
dos seus direitos econômicos, sociais e outra natureza, os Estados-partes
culturais, bem como dos seus direitos civis e comprometem-se a adotar, de acordo com as
políticos; e suas normas constitucionais e com as
disposições desta Convenção, as medidas
Considerando que a Terceira Conferência legislativas ou de outra natureza que forem
Interamericana Extraordinária (Buenos Aires, necessárias para tornar efetivos tais direitos e
1967) aprovou a incorporação à própria Carta liberdades.
da Organização de normas mais amplas sobre
os direitos econômicos, sociais e educacionais Capítulo II
e resolveu que uma Convenção Direitos Civis e Políticos
Interamericana sobre Direitos Humanos
determinasse a estrutura, competência e Artigo 3º - Direito ao reconhecimento da
processo dos órgãos encarregados dessa personalidade jurídica. Toda pessoa tem
matéria; direito ao reconhecimento de sua
personalidade jurídica.
Convieram o seguinte:
Artigo 4º - Direito à vida
PARTE I – DEVERES DOS ESTADOS E 1. Toda pessoa tem o direito de que se
DIREITOS PROTEGIDOS respeite sua vida. Esse direito deve ser
Capítulo I protegido pela lei e, em geral, desde o
Enumeração dos Deveres momento da concepção. Ninguém pode ser
privado da vida arbitrariamente.
Artigo 1º - Obrigação de respeitar os direitos 2. Nos países que não houverem abolido a
pena de morte, esta só poderá ser imposta

16
pelos delitos mais graves, em cumprimento adultos e conduzidos a tribunal especializado,
de sentença final de tribunal competentes e com a maior rapidez possível, para seu
em conformidade com a lei que estabeleça tal tratamento.
pena, promulgada antes de haver o delito 6. As penas privativas de liberdade devem Ter
sido cometido. Tampouco se estenderá sua por finalidade essencial a reforma e a
aplicação a delitos aos quais não se aplique readaptação social dos condenados.
atualmente.
3. Não se pode restabelecer a pena de morte Artigo 6º - Proibição da escravidão e da
nos Estados que a hajam abolido. servidão
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser 1. Ninguém poderá ser submetido a
aplicada a delitos políticos, nem a delitos escravidão ou servidão e tanto estas como o
comuns conexos com delitos políticos. tráfico de escravos e o tráfico de mulheres são
5. Não se deve impor a pena de morte a proibidos em todas as suas formas.
pessoa que, no momento da perpetração do 2. Ninguém deve ser constrangido a executar
delito, for menor de dezoito anos, ou maior trabalho forçado ou obrigatório. Nos países
de setenta, nem aplicá-la a mulher em estado em que se prescreve, para certos delitos,
de gravidez. pena privativa de liberdade acompanhada de
6. Toda pessoa condenada à morte tem trabalhos forçados, esta disposição não pode
direito a solicitar anistia, indulto ou ser interpretada no sentido de proibir o
comutação da pena, os quais podem ser cumprimento da dita pena, imposta por um
concedidos em todos os caos. Não se pode juiz ou tribunal competente. O trabalho
executar a pena de morte enquanto o pedido forçado não deve afetar a dignidade, nem a
estiver pendente de decisão ante a capacidade física e intelectual do recluso.
autoridade competentes. 3. Não constituem trabalhos forçados ou
obrigatórios para os efeitos deste artigo:
Artigo 5º - Direito à integridade pessoal 4. os trabalhos ou serviços normalmente
1. Toda pessoa tem direito a que se respeite exigidos de pessoa reclusa em cumprimento
sua integridade física, psíquica e moral. de sentença ou resolução formal expedida
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, pela autoridade judiciária competente. Tais
nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou trabalhos ou serviços devem ser executados
degradantes. Toda pessoa privada de sob a vigilância e controle das autoridades
liberdade deve ser tratada com o respeito públicas, e os indivíduos que os executarem
devido à dignidade inerente ao ser humano. não devem ser postos à disposição de
3. A pena não pode passar da pessoa do particulares, companhias ou pessoas jurídicas
delinquente. de caráter privado;
4. Os processados devem ficar separados dos 5. serviço militar e, nos países em que se
condenados, salvo em circunstâncias admite a isenção por motivo de consciência,
excepcionais, e devem ser submetidos a qualquer serviço nacional que a lei
tratamento adequado à sua condição de estabelecer em lugar daqueles;
pessoas não condenadas. 6. o serviço em casos de perigo ou de
5. Os menores, quando puderem ser calamidade que ameacem a existência ou o
processados, devem ser separados dos bem-estar da comunidade;

17
7. o trabalho ou serviço que faça parte das autoridade judiciária competente expedidos
obrigações cívicas normais. em virtude de inadimplemente de obrigação
alimentar.
Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal
1. Toda pessoa tem direito à liberdade e à Artigo 8º - Garantias judiciais
segurança pessoais. 1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida,
2. Ninguém pode ser privado de sua com as devidas garantias e dentro de um
liberdade física, salvo pelas causas e nas prazo razoável, por um juiz ou Tribunal
condições previamente fixadas pelas competente, independente e imparcial,
Constituições políticas dos Estados-partes ou estabelecido anteriormente por lei, na
pelas leis de acordo com elas promulgadas. apuração de qualquer acusação penal
3. Ninguém pode ser submetido a detenção formulada contra ela, ou na determinação de
ou encarceramento arbitrários. seus direitos e obrigações de caráter civil,
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser trabalhista, fiscal ou de qualquer outra
informada das razões da detenção e natureza.
notificada, sem demora, da acusação ou das 2. Toda pessoa acusada de um delito tem
acusações formuladas contra ela. direito a que se presuma sua inocência,
5. Toda pessoa presa, detida ou retida deve enquanto não for legalmente comprovada
ser conduzida, sem demora, à presença de sua culpa. Durante o processo, toda pessoa
um juiz ou outra autoridade por lei a exercer tem direito, em plena igualdade, às seguintes
funções judiciais e tem o direito de ser julgada garantias mínimas:
em prazo razoável ou de ser posta em 3. direito do acusado de ser assistido
liberdade, sem prejuízo de que prossiga o gratuitamente por um tradutor ou intérprete,
processo. Sua liberdade pode ser caso não compreenda ou não fale a língua do
condicionada a garantias que assegurem o juízo ou tribunal;
seu comparecimento em juízo. 4. comunicação prévia e pormenorizada ao
6. Toda pessoa privada da liberdade tem acusado da acusação formulada;
direito a recorrer a um juiz ou tribunal 5. concessão ao acusado do tempo e dos
competentes, a fim de que decida, sem meios necessários à preparação de sua
demora, sobre a legalidade de sua prisão ou defesa;
detenção e ordene sua soltura, se a prisão ou 6. direito ao acusado de defender-se
a detenção forem ilegais. Nos Estados-partes pessoalmente ou de ser assistido por um
cujas leis prevêem que toda pessoa que se vir defensor de sua escolha e de comunicar-se,
ameaçada de ser privada de sua liberdade livremente e em particular, com seu defensor;
tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal 7. direito irrenunciável de ser assistido por um
competentes, a fim de que este decida sobre defensor proporcionado pelo Estado,
a legalidade de tal ameaça, tal recurso não remunerado ou não, segundo a legislação
pode ser restringido nem abolido. O recurso interna, se o acusado não se defender ele
pode ser interposto pela própria pessoa ou próprio, nem nomear defensor dentro do
por outra pessoa. prazo estabelecido pela lei;
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este 8. direito da defesa de inquirir as testemunhas
princípio não limita os mandatos de presentes no Tribunal e de obter o

18
comparecimento, como testemunhas ou correspondência, nem de ofensas ilegais à
peritos, de outras pessoas que possam lançar sua honra ou reputação.
luz sobre os fatos; 3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei
9. direito de não ser obrigada a depor contra contra tais ingerências ou tais ofensas.
si mesma, nem a confessar-se culpada; e
10. direito de recorrer da sentença a juiz ou Artigo 12 – Liberdade de consciência e de
tribunal superior. religião
11. A confissão do acusado só é válida se feita 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de
sem coação de nenhuma natureza. consciência e de religião. Esse direito implica
12. O acusado absolvido por sentença a liberdade de conservar sua religião ou suas
transitada em julgado não poderá ser crenças, ou de mudar de religião ou de
submetido a novo processo pelos mesmos crenças, bem como a liberdade de professar
fatos. e divulgar sua religião ou suas crenças,
13. O processo penal deve ser público, salvo individual ou coletivamente, tanto em público
no que for necessário para preservar os como em privado.
interesses da justiça. 2. Ninguém pode ser submetido a medidas
restritivas que possam limitar sua liberdade
Artigo 9º - Princípio da legalidade e da de conservar sua religião ou suas crenças, ou
retroatividade de mudar de religião ou de crenças.
Ninguém poderá ser condenado por atos ou 3. A liberdade de manifestar a própria religião
omissões que, no momento em que foram e as próprias crenças está sujeita apenas às
cometidos, não constituam delito, de acordo limitações previstas em lei e que se façam
com o direito aplicável. Tampouco poder-se- necessárias para proteger a segurança, a
á impor pena mais grave do que a aplicável ordem, a saúde ou a moral públicas ou os
no momento da ocorrência do delito. Se, direitos e as liberdades das demais pessoas.
depois de perpetrado o delito, a lei estipular 4. Os pais e, quando for o caso, os tutores,
a imposição de pena mais leve, o delinquente têm direito a que seus filhos e pupilos
deverá dela beneficiar-se. recebam a educação religiosa e moral que
esteja de acordo com suas próprias
Artigo 10 – Direito à indenização convicções.
Toda pessoa tem direito a ser indenizada
conforme a lei, no caso de haver sido Artigo 13 – Liberdade de pensamento e de
condenada em sentença transitada em expressão
julgado, por erro judiciário. 1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de
pensamento e de expressão. Esse direito
Artigo 11 – Proteção da honra e da dignidade inclui a liberdade de procurar, receber e
1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua difundir informações e idéias de qualquer
honra e ao reconhecimento de sua dignidade. natureza, sem considerações de fronteiras,
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências verbalmente ou por escrito, ou em forma
arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, impressa ou artística, ou por qualquer meio
em sua família, em seu domicílio ou em sua de sua escolha.

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2. O exercício do direito previsto no inciso 3. Para a efetiva proteção da honra e da
precedente não pode estar sujeita à censura reputação, toda publicação ou empresa
prévia, mas a responsabilidades ulteriores, jornalística, cinematográfica, de rádio ou
que devem ser expressamente previstas em televisão, deve ter uma pessoa responsável,
lei e que se façam necessárias para assegurar: que não seja protegida por imunidades, nem
3. o respeito dos direitos e da reputação das goze de foro especial.
demais pessoas;
4. a proteção da segurança nacional, da Artigo 15 – Direito de reunião
ordem pública, ou da saúde ou da moral É reconhecido o direito de reunião pacífica e
públicas. sem armas. O exercício desse direito só pode
5. Não se pode restringir o direito de estar sujeito às restrições previstas em lei e
expressão por vias e meios indiretos, tais que se façam necessárias, em uma sociedade
como o abuso de controles oficiais ou democrática, ao interesse da segurança
particulares de papel de imprensa, de nacional, da segurança ou ordem públicas, ou
freqüências radioelétricas ou de para proteger a saúde ou a moral públicas ou
equipamentos e aparelhos usados na difusão os direitos e as liberdades das demais
de informação, nem por quaisquer outros pessoas.
meios destinados a obstar a comunicação e a
circulação de idéias e opiniões. Artigo 16 – Liberdade de associação
6. A lei pode submeter os espetáculos a 1. Todas as pessoas têm o direito de associar-
censura prévia, com o objetivo exclusivo de se livremente com fins ideológicos, religiosos,
regular o acesso a eles, para proteção moral políticos, econômicos, trabalhistas, sociais,
da infância e da adolescência, sem prejuízo culturais, desportivos ou de qualquer outra
do disposto no inciso 2. natureza.
7. A lei deve proibir toda propaganda a favor 2. O exercício desse direito só pode estar
da guerra, bem como toda apologia ao ódio sujeito às restrições previstas em lei e que se
nacional, racial ou religioso que constitua façam necessárias, em uma sociedade
incitamento à discriminação, à hostilidade, ao democrática, ao interesse da segurança
crime ou à violência. nacional, da segurança e da ordem públicas,
ou para proteger a saúde ou a moral públicas
Artigo 14 – Direito de retificação ou resposta ou os direitos e as liberdades das demais
1. Toda pessoa, atingida por informações pessoas.
inexatas ou ofensivas emitidas em seu 3. O presente artigo não impede a imposição
prejuízo, por meios de difusão legalmente de restrições legais, e mesmo a privação do
regulamentados e que se dirijam ao público exercício do direito de associação, aos
em geral, tem direito a fazer, pelo mesmo membros das forças armadas e da polícia.
órgão de difusão, sua retificação ou resposta,
nas condições que estabeleça a lei. Artigo 17 – Proteção da família
2. Em nenhum caso a retificação ou a resposta 1. A família é o núcleo natural e fundamental
eximirão das outras responsabilidades legais da sociedade e deve ser protegida pela
em que se houver incorrido. sociedade e pelo Estado.

20
2. É reconhecido o direito do homem e da 2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade
mulher de contraírem casamento e de do Estado em cujo território houver nascido,
constituírem uma família, se tiverem a idade e se não tiver direito a outra.
as condições para isso exigidas pelas leis 3. A ninguém se deve privar arbitrariamente
internas, na medida em que não afetem estas de sua nacionalidade, nem do direito de
o princípio da não-discriminação estabelecido mudá-la.
nesta Convenção.
3. O casamento não pode ser celebrado sem Artigo 21 – Direito à propriedade privada
o consentimento livre e pleno dos 1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de
contraentes. seus bens. A lei pode subordinar esse uso e
4. Os Estados-partes devem adotar as gozo ao interesse social.
medidas apropriadas para assegurar a 2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus
igualdade de direitos e a adequada bens, salvo mediante o pagamento de
equivalência de responsabilidades dos indenização justa, por motivo de utilidade
cônjuges quanto ao casamento, durante o pública ou de interesse social e nos casos e na
mesmo e por ocasião de sua dissolução. Em forma estabelecidos pela lei.
caso de dissolução, serão adotadas as 3. Tanto a usura, como qualquer outra forma
disposições que assegurem a proteção de exploração do homem pelo homem,
necessária aos filhos, com base unicamente devem ser reprimidas pela lei.
no interesse e conveniência dos mesmos.
5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto Artigo 22 – Direito de circulação e de
aos filhos nascidos fora do casamento, como residência
aos nascidos dentro do casamento. 1. Toda pessoa que se encontre legalmente
no território de um Estado tem o direito de
Artigo 18 – Direito ao nome nele livremente circular e de nele residir, em
Toda pessoa tem direito a um prenome e aos conformidade com as disposições legais.
nomes de seus pais ou ao de um destes. A lei 2. Toda pessoa terá o direito de sair
deve regular a forma de assegurar a todos livremente de qualquer país, inclusive de seu
esse direito, mediante nomes fictícios, se for próprio país.
necessário. 3. O exercício dos direitos supracitados não
pode ser restringido, senão em virtude de lei,
Artigo 19 – Direitos da criança na medida indispensável, em uma sociedade
Toda criança terá direito às medidas de democrática, para prevenir infrações penais
proteção que a sua condição de menor ou para proteger a segurança nacional, a
requer, por parte da sua família, da sociedade segurança ou a ordem públicas, a moral ou a
e do Estado. saúde públicas, ou os direitos e liberdades
das demais pessoas.
Artigo 20 – Direito à nacionalidade 4. O exercício dos direitos reconhecidos no
1. Toda pessoa tem direito a uma inciso 1 pode também ser restringido pela lei,
nacionalidade. em zonas determinadas, por motivo de
interesse público.

21
5. Ninguém pode ser expulso do território do
Estado do qual for nacional e nem ser privado Artigo 24 – Igualdade perante a lei
do direito de nele entrar. Todas as pessoas são iguais perante a lei. Por
6. O estrangeiro que se encontre legalmente conseguinte, têm direito, sem discriminação
no território de um Estado-parte na presente alguma, à igual proteção da lei.
Convenção só poderá dele ser expulso em
decorrência de decisão adotada em Artigo 25 – Proteção judicial
conformidade com a lei. 1. Toda pessoa tem direito a um recurso
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e simples e rápido ou a qualquer outro recurso
receber asilo em território estrangeiro, em efetivo, perante os juízes ou tribunais
caso de perseguição por delitos políticos ou competentes, que a proteja contra atos que
comuns conexos com delitos políticos, de violem seus direitos fundamentais
acordo com a legislação de cada Estado e reconhecidos pela Constituição, pela lei ou
com as Convenções internacionais. pela presente Convenção, mesmo quando tal
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser violação seja cometida por pessoas que
expulso ou entregue a outro país, seja ou não estejam atuando no exercício de suas funções
de origem, onde seu direito à vida ou à oficiais.
liberdade pessoal esteja em risco de violação 2. Os Estados-partes comprometem-se:
em virtude de sua raça, nacionalidade, 3. a assegurar que a autoridade competente
religião, condição social ou de suas opiniões prevista pelo sistema legal do Estado decida
políticas. sobre os direitos de toda pessoa que
9. É proibida a expulsão coletiva de interpuser tal recurso;
estrangeiros. 4. a desenvolver as possibilidades de recurso
judicial; e
Artigo 23 – Direitos políticos 5. a assegurar o cumprimento, pelas
1. Todos os cidadãos devem gozar dos autoridades competentes, de toda decisão
seguintes direitos e oportunidades: em que se tenha considerado procedente o
2. de participar da condução dos assuntos recurso.
públicos, diretamente ou por meio de
representantes livremente eleitos; Capítulo III
3. de votar e ser eleito em eleições periódicas, Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
autênticas, realizadas por sufrágio universal e
igualitário e por voto secreto, que garantam a Artigo 26 – Desenvolvimento progressivo
livre expressão da vontade dos eleitores; e Os Estados-partes comprometem-se a adotar
4. de ter acesso, em condições gerais de as providências, tanto no âmbito interno,
igualdade, às funções públicas de seu país. como mediante cooperação internacional,
5. A lei pode regular o exercício dos direitos especialmente econômica e técnica, a fim de
e oportunidades, a que se refere o inciso conseguir progressivamente a plena
anterior, exclusivamente por motivo de idade, efetividade dos direitos que decorrem das
nacionalidade, residência, idioma, instrução, normas econômicas, sociais e sobre
capacidade civil ou mental, ou condenação, educação, ciência e cultura, constantes da
por juiz competentes, em processo penal. Carta da Organização dos Estados

22
Americanos, reformada pelo Protocolo de disposições cuja aplicação haja suspendido,
Buenos Aires, na medida dos recursos os motivos determinantes da suspensão e a
disponíveis, por via legislativa ou por outros data em que haja dado por determinada tal
meios apropriados. suspensão.

Capítulo IV Artigo 28 – Cláusula federal


Suspensão de Garantias, Interpretação e 1. Quando se tratar de um Estado-parte
Aplicação constituído como Estado federal, o governo
nacional do aludido Estado-parte cumprirá
Artigo 27 – Suspensão de garantias todas as disposições da presente Convenção,
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou relacionadas com as matérias sobre as quais
de outra emergência que ameace a exerce competência legislativa e judicial.
independência ou segurança do Estado- 2. No tocante às disposições relativas às
parte, este poderá adotar as disposições que, matérias que correspondem à competência
na medida e pelo tempo estritamente das entidades competentes da federação, o
limitados às exigências da situação, governo nacional deve tomar imediatamente
suspendam as obrigações contraídas em as medidas pertinentes, em conformidade
virtude desta Convenção, desde que tais com sua Constituição e com suas leis, a fim de
disposições não sejam incompatíveis com as que as autoridades competentes das
demais obrigações que lhe impõe o Direito referidas entidades possam adotar as
Internacional e não encerrem discriminação disposições cabíveis para o cumprimento
alguma fundada em motivos de raça, cor, desta Convenção.
sexo,, idioma, religião ou origem social. 3. Quando dois ou mais Estados-partes
2. A disposição precedente não autoriza a decidirem constituir entre eles uma federação
suspensão dos direitos determinados nos ou outro tipo de associação, diligenciarão no
seguintes artigos: 3º (direito ao sentido de que o pacto comunitário
reconhecimento da personalidade jurídica), respectivo contenha as disposições
4º (direito à vida), 5º (direito à integridade necessárias para que continuem sendo
pessoal), 6º (proibição da escravidão e da efetivas no novo Estado, assim organizado, as
servidão), 9º (princípio da legalidade e da normas da presente Convenção.
retroatividade), 12 (liberdade de consciência
e religião), 17 (proteção da família), 18 (direito Artigo 29 – Normas de interpretação
ao nome), 19 (direitos da criança), 20 (direito Nenhuma disposição da presente Convenção
à nacionalidade) e 23 (direitos políticos), nem pode ser interpretada no sentido de:
das garantias indispensáveis para a proteção 1. permitir a qualquer dos Estados-partes,
de tais direitos. grupo ou indivíduo, suprimir o gozo e o
3. Todo Estado-parte no presente Pacto que exercício dos direitos e liberdades
fizer uso do direito de suspensão deverá reconhecidos na Convenção ou limitá-los em
comunicar imediatamente aos outros maior medida do que a nela prevista;
Estados-partes na presente Convenção, por 2. limitar o gozo e exercício de qualquer
intermédio do Secretário Geral da direito ou liberdade que possam ser
Organização dos Estados Americanos, as reconhecidos em virtude de leis de qualquer

23
dos Estados-partes ou em virtude de
LEI Nº 8.389, DE 30 DE
Convenções em que seja parte um dos
referidos Estados; DEZEMBRO DE 1991 –
3. excluir outros direitos e garantias que são Conselho de Comunicação
inerentes ao ser humano ou que decorrem da Social
forma democrática representativa de
governo;
Institui o Conselho de Comunicação Social,
4. excluir ou limitar o efeito que possam
na forma do art. 224 da Constituição Federal
produzir a Declaração Americana dos Direitos
e dá outras providências.
e Deveres do Homem e outros atos
internacionais da mesma natureza.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta
Artigo 30 – Alcance das restrições
e eu sanciono a seguinte lei:
As restrições permitidas, de acordo com esta
Convenção, ao gozo e exercício dos direitos
Art. 1° É instituído o Conselho de
e liberdades nela reconhecidos, não podem
Comunicação Social, como órgão auxiliar do
ser aplicadas senão de acordo com leis que
Congresso Nacional, na forma do art. 224 da
forem promulgadas por motivo de interesse
Constituição Federal.
geral e com o propósito para o qual
houverem sido estabelecidas.
Art. 2° O Conselho de Comunicação Social
terá como atribuição a realização de estudos,
Artigo 31 – Reconhecimento de outros
pareceres, recomendações e outras
direitos
solicitações que lhe forem encaminhadas pelo
Poderão ser incluídos, no regime de proteção
Congresso Nacional a respeito do Título VIII,
desta Convenção, outros direitos e liberdades
Capítulo V, da Constituição Federal, em
que forem reconhecidos de acordo com os
especial sobre:
processos estabelecidos nos artigos 69 e 70.
a) liberdade de manifestação do pensamento,
da criação, da expressão e da informação;
Capítulo V
b) propaganda comercial de tabaco, bebidas
Deveres das Pessoas
alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e
terapias nos meios de comunicação social;
Artigo 32 – Correlação entre deveres e
c) diversões e espetáculos públicos;
direitos
d) produção e programação das emissoras de
1. Toda pessoa tem deveres para com a
rádio e televisão;
família, a comunidade e a humanidade.
e) monopólio ou oligopólio dos meios de
2. Os direitos de cada pessoa são limitados
comunicação social;
pelos direitos dos demais, pela segurança de
f) finalidades educativas, artísticas, culturais e
todos e pelas justas exigências do bem
informativas da programação das emissoras
comum, em uma sociedade democrática.
de rádio e televisão;
g) promoção da cultura nacional e regional, e
estímulo à produção independente e à

24
regionalização da produção cultural, artística § 1° Cada membro do conselho terá um
e jornalística; suplente exclusivo.
h) complementariedade dos sistemas § 2° Os membros do conselho e seus
privado, público e estatal de radiodifusão; respectivos suplentes serão eleitos em sessão
i) defesa da pessoa e da família de programas conjunta do Congresso Nacional, podendo as
ou programações de rádio e televisão que entidades representativas dos setores
contrariem o disposto na Constituição mencionados nos incisos I a IX deste artigo
Federal; sugerir nomes à mesa do Congresso
j) propriedade de empresa jornalística e de Nacional.
radiodifusão sonora e de sons e imagens; § 3° Os membros do conselho deverão ser
l) outorga e renovação de concessão, brasileiros, maiores de idade e de reputação
permissão e autorização de serviços de ilibada.
radiodifusão sonora e de sons e imagens; § 4° A duração do mandato dos membros do
m) legislação complementar quanto aos conselho será de dois anos, permitida uma
dispositivos constitucionais que se referem à recondução.
comunicação social. § 5° Os membros do conselho terão
estabilidade no emprego durante o período
Art. 3° Compete ao Conselho de de seus mandatos.
Comunicação Social elaborar seu regimento
interno que, para entrar em vigor, deverá ser Art. 5° O presidente e vice-presidente serão
aprovado pela mesa do Senado Federal. eleitos pelo conselho dentre os cinco
membros a que se refere o inciso IX do artigo
Art. 4° O Conselho de Comunicação Social anterior.
compõe-se de: Parágrafo único. O presidente será
I - um representante das empresas de rádio; substituído, em seus impedimentos, pelo
II - um representante das empresas de vice-presidente.
televisão;
III - um representante de empresas da Art. 6° O conselho, presente a maioria
imprensa escrita; absoluta dos seus membros, reunir-se-á,
IV - um engenheiro com notórios ordinariamente, na periodicidade prevista em
conhecimentos na área de comunicação seu regimento interno, na sede do Congresso
social; Nacional.
V - um representante da categoria profissional Parágrafo único. A convocação extraordinária
dos jornalistas; do conselho far-se-á:
VI - um representante da categoria I - pelo Presidente do Senado Federal; ou
profissional dos radialistas; II - pelo seu Presidente, ex officio, ou a
VII - um representante da categoria requerimento de cinco de seus membros.
profissional dos artistas;
VIII - um representante das categorias Art. 7° As despesas com a instalação e
profissionais de cinema e vídeo; funcionamento do Conselho de Comunicação
IX - cinco membros representantes da Social correrão à conta do orçamento do
sociedade civil. Senado Federal.

25
LEI Nº 9.612, DE 19 DE
Art. 8° O Conselho de Comunicação Social
será eleito em até sessenta dias após a FEVEREIRO DE 1998 –
publicação da presente lei e instalado em até Serviço de Radiodifusão
trinta dias após a sua eleição. Comunitária

Art. 9° Esta lei entra em vigor na data de sua Institui o Serviço de Radiodifusão
publicação. Comunitária e dá outras providências.

Art. 10. Revogam-se as disposições em Art. 1º Denomina-se Serviço de


contrário. Radiodifusão Comunitária a radiodifusão
sonora, em freqüência modulada, operada
Brasília, 30 de dezembro de 1991; 170° da em baixa potência e cobertura restrita,
Independência e 103° da República. outorgada a fundações e associações
comunitárias, sem fins lucrativos, com sede na
LEI Nº 9.831, DE 13 DE localidade de prestação do serviço.
SETEMBRO DE 1999 – Dia da § 1º Entende-se por baixa potência o
serviço de radiodifusão prestado a
Imprensa comunidade, com potência limitada a um
máximo de 25 watts ERP e altura do sistema
Estabelece, em todo o País, a data de 1 deo
irradiante não superior a trinta metros.
junho de cada ano para as comemorações do § 2º Entende-se por cobertura restrita
Dia da Imprensa. aquela destinada ao atendimento de
determinada comunidade de um bairro e/ou
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber vila.
que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei: Art. 2º O Serviço de Radiodifusão
Comunitária obedecerá aos preceitos desta
Art. 1o Fica estabelecida, em todo o País, a Lei e, no que couber, aos mandamentos
data de 1o de junho de cada ano para as da Lei nº 4.117, de 27 de agosto de 1962,
comemorações do Dia da Imprensa modificada pelo Decreto-Lei nº 236, de 28 de
. fevereiro de 1967, e demais disposições
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua legais.
publicação. Parágrafo único. O Serviço de
Radiodifusão Comunitária obedecerá ao
Brasília, 13 de setembro de 1999; 178o da disposto no art. 223 da Constituição Federal.
Independência e 111o da República. Art. 2o O Serviço de Radiodifusão
Comunitária obedecerá ao disposto no art.
223 da Constituição, aos preceitos desta Lei
e, no que couber, aos mandamentos da Lei nº
4.117, de 27 de agosto de 1962, e demais

26
disposições legais. (Redação dada pela jornalistas e radialistas, de conformidade com
Medida Provisória nº 2.143-32, de 2001) a legislação profissional vigente;
Parágrafo único. Autorizada a execução V - permitir a capacitação dos cidadãos
do serviço, o Poder Concedente expedirá no exercício do direito de expressão da forma
licença de funcionamento, em caráter mais acessível possível.
provisório, que perdurará até a apreciação do
ato de outorga pelo Congresso Art. 4º As emissoras do Serviço de
Nacional. (Redação dada pela Medida Radiodifusão Comunitária atenderão, em sua
Provisória nº 2.143-32, de 2001) programação, aos seguintes princípios:
I - preferência a finalidades educativas,
Art. 2o O Serviço de Radiodifusão artísticas, culturais e informativas em
Comunitária obedecerá ao disposto no art. benefício do desenvolvimento geral da
223 da Constituição, aos preceitos desta Lei comunidade;
e, no que couber, aos mandamentos da Lei nº II - promoção das atividades artísticas e
4.117, de 27 de agosto de 1962, e demais jornalísticas na comunidade e da integração
disposições legais. (Redação dada pela dos membros da comunidade atendida;
Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001) III - respeito aos valores éticos e sociais
Parágrafo único. Autorizada a execução da pessoa e da família, favorecendo a
do serviço e, transcorrido o prazo previsto integração dos membros da comunidade
no art. 64, §§ 2o e 4o da Constituição, sem atendida;
apreciação do Congresso Nacional, o Poder IV - não discriminação de raça, religião,
Concedente expedirá autorização de sexo, preferências sexuais, convicções
operação, em caráter provisório, que político-ideológico-partidárias e condição
perdurará até a apreciação do ato de outorga social nas relações comunitárias.
pelo Congresso Nacional. (Redação dada § 1º É vedado o proselitismo de
pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001) qualquer natureza na programação das
emissoras de radiodifusão comunitária. (Vide
Art. 3º O Serviço de Radiodifusão ADIN Nº 2566)
Comunitária tem por finalidade o § 2º As programações opinativa e
atendimento à comunidade beneficiada, com informativa observarão os princípios da
vistas a: pluralidade de opinião e de versão
I - dar oportunidade à difusão de idéias, simultâneas em matérias polêmicas,
elementos de cultura, tradições e hábitos divulgando, sempre, as diferentes
sociais da comunidade; interpretações relativas aos fatos noticiados.
II - oferecer mecanismos à formação e § 3º Qualquer cidadão da comunidade
integração da comunidade, estimulando o beneficiada terá direito a emitir opiniões
lazer, a cultura e o convívio social; sobre quaisquer assuntos abordados na
III - prestar serviços de utilidade pública, programação da emissora, bem como
integrando-se aos serviços de defesa civil, manifestar idéias, propostas, sugestões,
sempre que necessário; reclamações ou reivindicações, devendo
IV - contribuir para o aperfeiçoamento observar apenas o momento adequado da
profissional nas áreas de atuação dos programação para fazê-lo, mediante pedido

27
encaminhado à Direção responsável pela § 1o Caso expire a outorga de
Rádio Comunitária. radiodifusão sem decisão sobre o pedido de
renovação, o serviço poderá ser mantido em
Art. 5º O Poder Concedente designará, funcionamento em caráter
em nível nacional, para utilização do Serviço precário. (Incluído pela Lei nº 13.424, de
de Radiodifusão Comunitária, um único e 2017)
específico canal na faixa de freqüência do
serviço de radiodifusão sonora em freqüência § 2o A autorizada com funcionamento
modulada. em caráter precário mantém todos os seus
Parágrafo único. Em caso de manifesta deveres e direitos decorrentes da prestação
impossibilidade técnica quanto ao uso desse do serviço. (Incluído pela Lei nº 13.424, de
canal em determinada região, será indicado, 2017)
em substituição, canal alternativo, para
utilização exclusiva nessa região. § 3o Não havendo solicitação de
renovação da outorga no prazo previsto
Art. 6º Compete ao Poder Concedente no caput deste artigo e não havendo
outorgar à entidade interessada autorização resposta tempestiva à notificação prevista no
para exploração do Serviço de Radiodifusão art. 6o-B, o Poder Concedente aplicará a
Comunitária, observados os procedimentos perempção, nos termos da legislação
estabelecidos nesta Lei e normas reguladoras vigente. (Incluído pela Lei nº 13.424, de
das condições de exploração do Serviço. 2017)
Parágrafo único. A outorga terá validade
de três anos, permitida a renovação por igual Art. 6o-B. A autorizada de serviço de
período, se cumpridas as exigências desta Lei radiodifusão comunitária que não apresentar
e demais disposições legais vigentes. o pedido de renovação de outorga no prazo
Parágrafo único. A outorga terá validade previsto no caput do art. 6o-A será notificada
de dez anos, permitida a renovação por igual pelo Poder Concedente, a partir do
período, se cumpridas as exigências desta Lei penúltimo mês da vigência da outorga, para
e demais disposições legais que se manifeste em tal sentido, sendo-lhe
vigentes. (Redação dada pela Lei nº 10.597, concedido o prazo de trinta dias para
de 2002) resposta. (Incluído pela Lei nº 13.424, de
2017)
Art. 6o-A. A entidade autorizada a
prestar serviços de radiodifusão comunitária § 1o Caso expire a outorga de
que desejar a renovação da outorga deverá radiodifusão sem o recebimento da
dirigir requerimento para tal finalidade ao notificação pela entidade ou sem decisão
Poder Concedente entre os doze e os dois sobre o pedido de renovação, o serviço
meses anteriores ao término da vigência da poderá ser mantido em funcionamento em
outorga. (Incluído pela Lei nº 13.424, de caráter precário. (Incluído pela Lei nº
2017) 13.424, de 2017)

§ 2o A autorizada com funcionamento


em caráter precário mantém todos os seus

28
deveres e direitos decorrentes da prestação tenha sido aprovado pelo Congresso
do serviço. (Incluído pela Lei nº 13.424, de Nacional até a data de promulgação desta
2017) Lei. (Incluído pela Lei nº 13.424, de 2017)

§ 3o Na hipótese prevista § 8o As entidades que se encontram


no caput deste artigo, em caso de resposta com a autorização vencida e que não
solicitando a renovação da outorga, a apresentaram nenhum requerimento de
autorizada sujeitar-se-á à sanção de multa renovação, terão o prazo de sessenta dias
enquadrada como infração média, segundo para encaminhá-lo, contados da data de
as regras do art. 59 da Lei no 4.117, de 27 de publicação desta Lei. (Incluído pela Lei nº
agosto de 1962. (Incluído pela Lei nº 13.424, de 2017)
13.424, de 2017)
Art. 7º São competentes para explorar o
§ 4 A aplicação da sanção prevista no §
o
Serviço de Radiodifusão Comunitária as
3 não será elidida caso a autorizada
o
fundações e associações comunitárias, sem
apresente requerimento de renovação antes fins lucrativos, desde que legalmente
de receber a notificação. (Incluído pela Lei instituídas e devidamente registradas,
nº 13.424, de 2017) sediadas na área da comunidade para a qual
pretendem prestar o Serviço, e cujos
§ 5o Não havendo resposta à dirigentes sejam brasileiros natos ou
notificação de renovação da outorga, ou naturalizados há mais de 10 anos.
sendo intempestiva a resposta, o Poder Parágrafo único. Os dirigentes das
Concedente aplicará a perempção, nos fundações e sociedades civis autorizadas a
termos da legislação vigente. (Incluído pela explorar o Serviço, além das exigências deste
Lei nº 13.424, de 2017) artigo, deverão manter residência na área da
comunidade atendida.
§ 6o Os pedidos intempestivos de
renovação de autorização de serviços de Art. 8º A entidade autorizada a explorar
radiodifusão comunitária protocolizados ou o Serviço deverá instituir um Conselho
postados até a data de publicação desta Lei Comunitário, composto por no mínimo cinco
serão conhecidos pelo órgão competente do pessoas representantes de entidades da
Poder Executivo, que dará prosseguimento comunidade local, tais como associações de
aos processos e avaliará a sua conformidade classe, beneméritas, religiosas ou de
com os demais requisitos previstos na moradores, desde que legalmente instituídas,
legislação em vigor. (Incluído pela Lei nº com o objetivo de acompanhar a
13.424, de 2017) programação da emissora, com vista ao
atendimento do interesse exclusivo da
§ 7o Também será dado comunidade e dos princípios estabelecidos
prosseguimento aos processos de renovação no art. 4º desta Lei.
de outorga de entidades que, por terem
apresentado seus pedidos de renovação Art. 9º Para outorga da autorização para
intempestivamente, tiveram suas outorgas execução do Serviço de Radiodifusão
declaradas peremptas, desde que o ato não

29
Comunitária, as entidades interessadas § 5º Não alcançando êxito a iniciativa
deverão dirigir petição ao Poder Concedente, prevista no parágrafo anterior, o Poder
indicando a área onde pretendem prestar o Concedente procederá à escolha da entidade
serviço. levando em consideração o critério da
§ 1º Analisada a pretensão quanto a sua representatividade, evidenciada por meio de
viabilidade técnica, o Poder Concedente manifestações de apoio encaminhadas por
publicará comunicado de habilitação e membros da comunidade a ser atendida e/ou
promoverá sua mais ampla divulgação para por associações que a representem.
que as entidades interessadas se inscrevam. § 6º Havendo igual representatividade
§ 2º As entidades deverão apresentar, entre as entidades, proceder-se-á à escolha
no prazo fixado para habilitação, os seguintes por sorteio.
documentos: I - estatuto da entidade,
devidamente registrado; Art. 10. A cada entidade será outorgada
II - ata da constituição da entidade e apenas uma autorização para exploração do
eleição dos seus dirigentes, devidamente Serviço de Radiodifusão Comunitária.
registrada; Parágrafo único. É vedada a outorga de
Ill - prova de que seus diretores são autorização para entidades prestadoras de
brasileiros natos ou naturalizados há mais de qualquer outra modalidade de Serviço de
dez anos; Radiodifusão ou de serviços de distribuição
IV - comprovação de maioridade dos de sinais de televisão mediante assinatura,
diretores; bem como à entidade que tenha como
V - declaração assinada de cada diretor, integrante de seus quadros de sócios e de
comprometendo-se ao fiel cumprimento das administradores pessoas que, nestas
normas estabelecidas para o serviço; condições, participem de outra entidade
VI - manifestação em apoio à iniciativa, detentora de outorga para exploração de
formulada por entidades associativas e qualquer dos serviços mencionados.
comunitárias, legalmente constituídas e
sediadas na área pretendida para a prestação Art. 11. A entidade detentora de
do serviço, e firmada por pessoas naturais ou autorização para execução do Serviço de
jurídicas que tenham residência, domicílio ou Radiodifusão Comunitária não poderá
sede nessa área. estabelecer ou manter vínculos que a
§ 3º Se apenas uma entidade se habilitar subordinem ou a sujeitem à gerência, à
para a prestação do Serviço e estando regular administração, ao domínio, ao comando ou à
a documentação apresentada, o Poder orientação de qualquer outra entidade,
Concedente outorgará a autorização à mediante compromissos ou relações
referida entidade. financeiras, religiosas, familiares, político-
§ 4º Havendo mais de uma entidade partidárias ou comerciais.
habilitada para a prestação do Serviço, o
Poder Concedente promoverá o Art. 12. É vedada a transferência, a
entendimento entre elas, objetivando que se qualquer título, das autorizações para
associem. exploração do Serviço de Radiodifusão
Comunitária.

30
Art. 13. A entidade detentora de Art. 18. As prestadoras do Serviço de
autorização pala exploração do Serviço de Radiodifusão Comunitária poderão admitir
Radiodifusão Comunitária pode realizar patrocínio, sob a forma de apoio cultural, para
alterações em seus atos constitutivos e os programas a serem transmitidos, desde
modificar a composição de sua diretoria, sem que restritos aos estabelecimentos situados
prévia anuência do Poder Concedente, desde na área da comunidade atendida.
que mantidos os termos e condições
inicialmente exigidos para a outorga da Art. 19. É vedada a cessão ou
autorização, devendo apresentar, para fins de arrendamento da emissora do Serviço de
registro e controle, os atos que caracterizam Radiodifusão Comunitária ou de horários de
as alterações mencionadas, devidamente sua programação.
registrados ou averbados na repartição
competente, dentro do prazo de trinta dias Art. 20. Compete ao Poder Concedente
contados de sua efetivação. estimular o desenvolvimento de Serviço de
Radiodifusão Comunitária em todo o
Art. 14. Os equipamentos de território nacional, podendo, para tanto,
transmissão utilizados no Serviço de elaborar Manual de Legislação,
Radiodifusão Comunitária serão pré- Conhecimentos e Ética para uso das rádios
sintonizados na freqüência de operação comunitárias e organizar cursos de
designada para o serviço e devem ser treinamento, destinados aos interessados na
homologados ou certificados pelo Poder operação de emissoras comunitárias, visando
Concedente. o seu aprimoramento e a melhoria na
execução do serviço.
Art. 15. As emissoras do Serviço de
Radiodifusão Comunitária assegurarão, em Art. 21. Constituem infrações - operação
sua programação, espaço para divulgação de das emissoras do Serviço de Radiodifusão
planos e realizações de entidades ligadas, por Comunitária:
suas finalidades, ao desenvolvimento da I - usar equipamentos fora das
comunidade. especificações autorizadas pelo Poder
Concedente;
Art. 16. É vedada a formação de redes II - transferir a terceiros os direitos ou
na exploração do Serviço de Radiodifusão procedimentos de execução do Serviço;
Comunitária, excetuadas as situações de III - permanecer fora de operação por
guerra, calamidade pública e epidemias, bem mais de trinta dias sem motivo justificável;
como as transmissões obrigatórias dos IV - infringir qualquer dispositivo desta
Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo Lei ou da correspondente regulamentação;
definidas em leis. Parágrafo único. As penalidades
aplicáveis em decorrência das infrações
Art. 17. As emissoras do Serviço de cometidas são:
Radiodifusão Comunitária cumprirão tempo I - advertência;
mínimo de operação diária a ser fixado na Il - multa; e
regulamentação desta Lei.

31
III - na reincidência, revogação da Brasília, 19 de fevereiro de 1998; 177º
autorização. da Independência e 110º da República.

Art. 22. As emissoras do Serviço de


LEI Nº 12.965, DE 23 DE
Radiodifusão Comunitária operarão sem
direito a proteção contra eventuais
ABRIL DE 2014 - Marco civil
interferências causadas por emissoras de da internet
quaisquer Serviços de Telecomunicações e
Radiodifusão regularmente instaladas, Estabelece princípios, garantias, direitos e
condições estas que constarão do seu deveres para o uso da Internet no Brasil.
certificado de licença de funcionamento.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber
Art. 23. Estando em funcionamento a que o Congresso Nacional decreta e eu
emissora do Serviço de Radiodifusão sanciono a seguinte Lei:
Comunitária, em conformidade com as
prescrições desta Lei, e constatando-se CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
interferências indesejáveis nos demais
Serviços regulares de Telecomunicações e Art. 1º Esta Lei estabelece princípios,
Radiodifusão, o Poder Concedente garantias, direitos e deveres para o uso da
determinará a correção da operação e, se a internet no Brasil e determina as diretrizes
interferência não for eliminada, no prazo para atuação da União, dos Estados, do
estipulado, determinará a interrupção do Distrito Federal e dos Municípios em relação
serviço. à matéria.

Art. 24. A outorga de autorização para Art. 2º A disciplina do uso da internet


execução do Serviço de Radiodifusão no Brasil tem como fundamento o respeito à
Comunitária fica sujeita a pagamento de taxa liberdade de expressão, bem como:
simbólica, para efeito de cadastramento, cujo
valor e condições serão estabelecidos pelo I - o reconhecimento da escala mundial
Poder Concedente. da rede;

II - os direitos humanos, o
Art. 25. O Poder Concedente baixará os
desenvolvimento da personalidade e o
atos complementares necessários à
exercício da cidadania em meios digitais;
regulamentação do Serviço de Radiodifusão
Comunitária, no prazo de cento e vinte dias, III - a pluralidade e a diversidade;
contados da publicação desta Lei.
IV - a abertura e a colaboração;
Art. 26. Esta Lei entra em vigor na data
de sua publicação. V - a livre iniciativa, a livre concorrência
e a defesa do consumidor; e
Art. 27. Revogam-se as disposições em
contrário. VI - a finalidade social da rede.

32
Art. 3º A disciplina do uso da internet I - do direito de acesso à internet a
no Brasil tem os seguintes princípios: todos;

I - garantia da liberdade de expressão, II - do acesso à informação, ao


comunicação e manifestação de pensamento, conhecimento e à participação na vida
nos termos da Constituição Federal; cultural e na condução dos assuntos públicos;

II - proteção da privacidade; III - da inovação e do fomento à ampla


difusão de novas tecnologias e modelos de
III - proteção dos dados pessoais, na uso e acesso; e
forma da lei;
IV - da adesão a padrões tecnológicos
IV - preservação e garantia da abertos que permitam a comunicação, a
neutralidade de rede; acessibilidade e a interoperabilidade entre
aplicações e bases de dados.
V - preservação da estabilidade,
segurança e funcionalidade da rede, por meio Art. 5º Para os efeitos desta Lei,
de medidas técnicas compatíveis com os considera-se:
padrões internacionais e pelo estímulo ao uso
de boas práticas; I - internet: o sistema constituído do
conjunto de protocolos lógicos, estruturado
VI - responsabilização dos agentes de em escala mundial para uso público e
acordo com suas atividades, nos termos da irrestrito, com a finalidade de possibilitar a
lei; comunicação de dados entre terminais por
meio de diferentes redes;
VII - preservação da natureza
participativa da rede; II - terminal: o computador ou
qualquer dispositivo que se conecte à
VIII - liberdade dos modelos de
internet;
negócios promovidos na internet, desde que
não conflitem com os demais princípios III - endereço de protocolo de internet
estabelecidos nesta Lei. (endereço IP): o código atribuído a um
terminal de uma rede para permitir sua
Parágrafo único. Os princípios
identificação, definido segundo parâmetros
expressos nesta Lei não excluem outros
internacionais;
previstos no ordenamento jurídico pátrio
relacionados à matéria ou nos tratados IV - administrador de sistema
internacionais em que a República Federativa autônomo: a pessoa física ou jurídica que
do Brasil seja parte. administra blocos de endereço IP específicos
e o respectivo sistema autônomo de
Art. 4º A disciplina do uso da internet roteamento, devidamente cadastrada no ente
no Brasil tem por objetivo a promoção: nacional responsável pelo registro e
distribuição de endereços IP
geograficamente referentes ao País;

33
V - conexão à internet: a habilitação de II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de
um terminal para envio e recebimento de suas comunicações pela internet, salvo por
pacotes de dados pela internet, mediante a ordem judicial, na forma da lei;
atribuição ou autenticação de um endereço
IP; III - inviolabilidade e sigilo de suas
comunicações privadas armazenadas, salvo
VI - registro de conexão: o conjunto de por ordem judicial;
informações referentes à data e hora de início
e término de uma conexão à internet, sua IV - não suspensão da conexão à
duração e o endereço IP utilizado pelo internet, salvo por débito diretamente
terminal para o envio e recebimento de decorrente de sua utilização;
pacotes de dados;
V - manutenção da qualidade
VII - aplicações de internet: o conjunto contratada da conexão à internet;
de funcionalidades que podem ser acessadas
VI - informações claras e completas
por meio de um terminal conectado à
constantes dos contratos de prestação de
internet; e
serviços, com detalhamento sobre o regime
VIII - registros de acesso a aplicações de proteção aos registros de conexão e aos
de internet: o conjunto de informações registros de acesso a aplicações de internet,
referentes à data e hora de uso de uma bem como sobre práticas de gerenciamento
determinada aplicação de internet a partir de da rede que possam afetar sua qualidade;
um determinado endereço IP.
VII - não fornecimento a terceiros de
Art. 6º Na interpretação desta Lei seus dados pessoais, inclusive registros de
serão levados em conta, além dos conexão, e de acesso a aplicações de
fundamentos, princípios e objetivos previstos, internet, salvo mediante consentimento livre,
a natureza da internet, seus usos e costumes expresso e informado ou nas hipóteses
particulares e sua importância para a previstas em lei;
promoção do desenvolvimento humano,
VIII - informações claras e completas
econômico, social e cultural.
sobre coleta, uso, armazenamento,
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS E tratamento e proteção de seus dados
GARANTIAS DOS USUÁRIOS pessoais, que somente poderão ser utilizados
Art. 7º O acesso à internet é essencial para finalidades que:
ao exercício da cidadania, e ao usuário são
a) justifiquem sua coleta;
assegurados os seguintes direitos:
b) não sejam vedadas pela legislação;
I - inviolabilidade da intimidade e da
vida privada, sua proteção e indenização pelo e
dano material ou moral decorrente de sua
c) estejam especificadas nos contratos
violação;
de prestação de serviços ou em termos de
uso de aplicações de internet;

34
IX - consentimento expresso sobre CAPÍTULO III
DA PROVISÃO DE
coleta, uso, armazenamento e tratamento de CONEXÃO E DE APLICAÇÕES DE
dados pessoais, que deverá ocorrer de forma INTERNET
destacada das demais cláusulas contratuais; Seção I
Da Neutralidade de Rede
Art. 9º O responsável pela
X - exclusão definitiva dos dados transmissão, comutação ou roteamento tem o
pessoais que tiver fornecido a determinada dever de tratar de forma isonômica quaisquer
aplicação de internet, a seu requerimento, ao pacotes de dados, sem distinção por
término da relação entre as partes, conteúdo, origem e destino, serviço, terminal
ressalvadas as hipóteses de guarda ou aplicação.
obrigatória de registros previstas nesta Lei;
§ 1º A discriminação ou degradação
XI - publicidade e clareza de eventuais do tráfego será regulamentada nos termos
políticas de uso dos provedores de conexão à das atribuições privativas do Presidente da
internet e de aplicações de internet; República previstas no inciso IV do art. 84 da
Constituição Federal, para a fiel execução
XII - acessibilidade, consideradas as
desta Lei, ouvidos o Comitê Gestor da
características físico-motoras, perceptivas,
Internet e a Agência Nacional de
sensoriais, intelectuais e mentais do usuário,
Telecomunicações, e somente poderá
nos termos da lei; e
decorrer de:
XIII - aplicação das normas de
I - requisitos técnicos indispensáveis à
proteção e defesa do consumidor nas
prestação adequada dos serviços e
relações de consumo realizadas na internet.
aplicações; e
Art. 8º A garantia do direito à
II - priorização de serviços de
privacidade e à liberdade de expressão nas
emergência.
comunicações é condição para o pleno
exercício do direito de acesso à internet. § 2º Na hipótese de discriminação ou
degradação do tráfego prevista no § 1º , o
Parágrafo único. São nulas de pleno
responsável mencionado no caput deve:
direito as cláusulas contratuais que violem o
disposto no caput, tais como aquelas que: I - abster-se de causar dano aos
usuários, na forma do art. 927 da Lei nº
I - impliquem ofensa à inviolabilidade
10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código
e ao sigilo das comunicações privadas, pela
Civil;
internet; ou
II - agir com proporcionalidade,
II - em contrato de adesão, não
transparência e isonomia;
ofereçam como alternativa ao contratante a
adoção do foro brasileiro para solução de III - informar previamente de modo
controvérsias decorrentes de serviços transparente, claro e suficientemente
prestados no Brasil. descritivo aos seus usuários sobre as práticas
de gerenciamento e mitigação de tráfego

35
adotadas, inclusive as relacionadas à § 3º O disposto no caput não impede
segurança da rede; e o acesso aos dados cadastrais que informem
qualificação pessoal, filiação e endereço, na
IV - oferecer serviços em condições forma da lei, pelas autoridades
comerciais não discriminatórias e abster-se de administrativas que detenham competência
praticar condutas anticoncorrenciais. legal para a sua requisição.

§ 3º Na provisão de conexão à § 4º As medidas e os procedimentos


internet, onerosa ou gratuita, bem como na de segurança e de sigilo devem ser
transmissão, comutação ou roteamento, é informados pelo responsável pela provisão de
vedado bloquear, monitorar, filtrar ou analisar serviços de forma clara e atender a padrões
o conteúdo dos pacotes de dados, respeitado definidos em regulamento, respeitado seu
o disposto neste artigo. direito de confidencialidade quanto a
segredos empresariais.
Seção II
Da Proteção aos Registros, aos
Dados Pessoais e às Comunicações Privadas Art. 11. Em qualquer operação de
Art. 10. A guarda e a disponibilização coleta, armazenamento, guarda e tratamento
dos registros de conexão e de acesso a de registros, de dados pessoais ou de
aplicações de internet de que trata esta Lei, comunicações por provedores de conexão e
bem como de dados pessoais e do conteúdo de aplicações de internet em que pelo menos
de comunicações privadas, devem atender à um desses atos ocorra em território nacional,
preservação da intimidade, da vida privada, deverão ser obrigatoriamente respeitados a
da honra e da imagem das partes direta ou legislação brasileira e os direitos à
indiretamente envolvidas. privacidade, à proteção dos dados pessoais e
ao sigilo das comunicações privadas e dos
§ 1º O provedor responsável pela
registros.
guarda somente será obrigado a
disponibilizar os registros mencionados § 1º O disposto no caput aplica-se aos
no caput, de forma autônoma ou associados dados coletados em território nacional e ao
a dados pessoais ou a outras informações que conteúdo das comunicações, desde que pelo
possam contribuir para a identificação do menos um dos terminais esteja localizado no
usuário ou do terminal, mediante ordem Brasil.
judicial, na forma do disposto na Seção IV
deste Capítulo, respeitado o disposto no art. § 2º O disposto no caput aplica-se
7º . mesmo que as atividades sejam realizadas por
pessoa jurídica sediada no exterior, desde
§ 2º O conteúdo das comunicações que oferte serviço ao público brasileiro ou
privadas somente poderá ser disponibilizado pelo menos uma integrante do mesmo grupo
mediante ordem judicial, nas hipóteses e na econômico possua estabelecimento no Brasil.
forma que a lei estabelecer, respeitado o
disposto nos incisos II e III do art. 7º . § 3º Os provedores de conexão e de
aplicações de internet deverão prestar, na
forma da regulamentação, informações que

36
permitam a verificação quanto ao Subseção I
Da Guarda de Registros de
cumprimento da legislação brasileira Conexão
referente à coleta, à guarda, ao Art. 13. Na provisão de conexão à
armazenamento ou ao tratamento de dados, internet, cabe ao administrador de sistema
bem como quanto ao respeito à privacidade autônomo respectivo o dever de manter os
e ao sigilo de comunicações. registros de conexão, sob sigilo, em ambiente
controlado e de segurança, pelo prazo de 1
§ 4º Decreto regulamentará o (um) ano, nos termos do regulamento.
procedimento para apuração de infrações ao
disposto neste artigo. § 1º A responsabilidade pela
manutenção dos registros de conexão não
Art. 12. Sem prejuízo das demais poderá ser transferida a terceiros.
sanções cíveis, criminais ou administrativas, as
infrações às normas previstas nos arts. 10 e 11 § 2º A autoridade policial ou
ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes administrativa ou o Ministério Público poderá
sanções, aplicadas de forma isolada ou requerer cautelarmente que os registros de
cumulativa: conexão sejam guardados por prazo superior
ao previsto no caput.
I - advertência, com indicação de
prazo para adoção de medidas corretivas; § 3º Na hipótese do § 2º , a autoridade
requerente terá o prazo de 60 (sessenta) dias,
II - multa de até 10% (dez por cento) contados a partir do requerimento, para
do faturamento do grupo econômico no ingressar com o pedido de autorização
Brasil no seu último exercício, excluídos os judicial de acesso aos registros previstos
tributos, considerados a condição econômica no caput.
do infrator e o princípio da proporcionalidade
entre a gravidade da falta e a intensidade da § 4º O provedor responsável pela
sanção; guarda dos registros deverá manter sigilo em
relação ao requerimento previsto no § 2º ,
III - suspensão temporária das que perderá sua eficácia caso o pedido de
atividades que envolvam os atos previstos no autorização judicial seja indeferido ou não
art. 11; ou tenha sido protocolado no prazo previsto no
§ 3º .
IV - proibição de exercício das
atividades que envolvam os atos previstos no § 5º Em qualquer hipótese, a
art. 11. disponibilização ao requerente dos registros
de que trata este artigo deverá ser precedida
Parágrafo único. Tratando-se de
de autorização judicial, conforme disposto na
empresa estrangeira, responde
Seção IV deste Capítulo.
solidariamente pelo pagamento da multa de
que trata o caput sua filial, sucursal, escritório § 6º Na aplicação de sanções pelo
ou estabelecimento situado no País. descumprimento ao disposto neste artigo,
serão considerados a natureza e a gravidade

37
da infração, os danos dela resultantes, § 3º Em qualquer hipótese, a
eventual vantagem auferida pelo infrator, as disponibilização ao requerente dos registros
circunstâncias agravantes, os antecedentes de que trata este artigo deverá ser precedida
do infrator e a reincidência. de autorização judicial, conforme disposto na
Seção IV deste Capítulo.
Subseção II
Da Guarda de Registros de
Acesso a Aplicações de Internet na Provisão § 4º Na aplicação de sanções pelo
de Conexão descumprimento ao disposto neste artigo,
Art. 14. Na provisão de conexão, serão considerados a natureza e a gravidade
onerosa ou gratuita, é vedado guardar os da infração, os danos dela resultantes,
registros de acesso a aplicações de internet. eventual vantagem auferida pelo infrator, as
circunstâncias agravantes, os antecedentes
Subseção III
Da Guarda de Registros do infrator e a reincidência.
de Acesso a Aplicações de Internet na
Provisão de Aplicações Art. 16. Na provisão de aplicações de
Art. 15. O provedor de aplicações de internet, onerosa ou gratuita, é vedada a
internet constituído na forma de pessoa guarda:
jurídica e que exerça essa atividade de forma
organizada, profissionalmente e com fins I - dos registros de acesso a outras
econômicos deverá manter os respectivos aplicações de internet sem que o titular dos
registros de acesso a aplicações de internet, dados tenha consentido previamente,
sob sigilo, em ambiente controlado e de respeitado o disposto no art. 7º ; ou
segurança, pelo prazo de 6 (seis) meses, nos
II - de dados pessoais que sejam
termos do regulamento.
excessivos em relação à finalidade para a qual
§ 1º Ordem judicial poderá obrigar, foi dado consentimento pelo seu titular.
por tempo certo, os provedores de
Art. 17. Ressalvadas as hipóteses
aplicações de internet que não estão sujeitos
previstas nesta Lei, a opção por não guardar
ao disposto no caput a guardarem registros
os registros de acesso a aplicações de
de acesso a aplicações de internet, desde que
internet não implica responsabilidade sobre
se trate de registros relativos a fatos
danos decorrentes do uso desses serviços por
específicos em período determinado.
terceiros.
§ 2º A autoridade policial ou
Seção III
Da Responsabilidade por
administrativa ou o Ministério Público
Danos Decorrentes de Conteúdo Gerado
poderão requerer cautelarmente a qualquer
por Terceiros
provedor de aplicações de internet que os
Art. 18. O provedor de conexão à
registros de acesso a aplicações de internet
internet não será responsabilizado civilmente
sejam guardados, inclusive por prazo superior
por danos decorrentes de conteúdo gerado
ao previsto no caput, observado o disposto
por terceiros.
nos §§ 3º e 4º do art. 13.
Art. 19. Com o intuito de assegurar a
liberdade de expressão e impedir a censura,

38
o provedor de aplicações de internet fundado receio de dano irreparável ou de
somente poderá ser responsabilizado difícil reparação.
civilmente por danos decorrentes de
conteúdo gerado por terceiros se, após Art. 20. Sempre que tiver informações
ordem judicial específica, não tomar as de contato do usuário diretamente
providências para, no âmbito e nos limites responsável pelo conteúdo a que se refere o
técnicos do seu serviço e dentro do prazo art. 19, caberá ao provedor de aplicações de
assinalado, tornar indisponível o conteúdo internet comunicar-lhe os motivos e
apontado como infringente, ressalvadas as informações relativos à indisponibilização de
disposições legais em contrário. conteúdo, com informações que permitam o
contraditório e a ampla defesa em juízo, salvo
§ 1º A ordem judicial de que trata expressa previsão legal ou expressa
o caput deverá conter, sob pena de nulidade, determinação judicial fundamentada em
identificação clara e específica do conteúdo contrário.
apontado como infringente, que permita a
localização inequívoca do material. Parágrafo único. Quando solicitado
pelo usuário que disponibilizou o conteúdo
§ 2º A aplicação do disposto neste tornado indisponível, o provedor de
artigo para infrações a direitos de autor ou a aplicações de internet que exerce essa
direitos conexos depende de previsão legal atividade de forma organizada,
específica, que deverá respeitar a liberdade profissionalmente e com fins econômicos
de expressão e demais garantias previstas no substituirá o conteúdo tornado indisponível
art. 5º da Constituição Federal. pela motivação ou pela ordem judicial que
deu fundamento à indisponibilização.
§ 3º As causas que versem sobre
ressarcimento por danos decorrentes de Art. 21. O provedor de aplicações de
conteúdos disponibilizados na internet internet que disponibilize conteúdo gerado
relacionados à honra, à reputação ou a por terceiros será responsabilizado
direitos de personalidade, bem como sobre a subsidiariamente pela violação da intimidade
indisponibilização desses conteúdos por decorrente da divulgação, sem autorização
provedores de aplicações de internet, de seus participantes, de imagens, de vídeos
poderão ser apresentadas perante os juizados ou de outros materiais contendo cenas de
especiais. nudez ou de atos sexuais de caráter privado
quando, após o recebimento de notificação
§ 4º O juiz, inclusive no procedimento pelo participante ou seu representante legal,
previsto no § 3º , poderá antecipar, total ou deixar de promover, de forma diligente, no
parcialmente, os efeitos da tutela pretendida âmbito e nos limites técnicos do seu serviço,
no pedido inicial, existindo prova inequívoca a indisponibilização desse conteúdo.
do fato e considerado o interesse da
coletividade na disponibilização do conteúdo Parágrafo único. A notificação prevista
na internet, desde que presentes os requisitos no caput deverá conter, sob pena de
de verossimilhança da alegação do autor e de nulidade, elementos que permitam a
identificação específica do material apontado

39
como violador da intimidade do participante I - estabelecimento de mecanismos de
e a verificação da legitimidade para governança multiparticipativa, transparente,
apresentação do pedido. colaborativa e democrática, com a
participação do governo, do setor
Seção IV
Da Requisição Judicial de empresarial, da sociedade civil e da
Registros comunidade acadêmica;
Art. 22. A parte interessada poderá,
com o propósito de formar conjunto II - promoção da racionalização da
probatório em processo judicial cível ou gestão, expansão e uso da internet, com
penal, em caráter incidental ou autônomo, participação do Comitê Gestor da internet no
requerer ao juiz que ordene ao responsável Brasil;
pela guarda o fornecimento de registros de
conexão ou de registros de acesso a III - promoção da racionalização e da
aplicações de internet. interoperabilidade tecnológica dos serviços
de governo eletrônico, entre os diferentes
Parágrafo único. Sem prejuízo dos Poderes e âmbitos da Federação, para
demais requisitos legais, o requerimento permitir o intercâmbio de informações e a
deverá conter, sob pena de inadmissibilidade: celeridade de procedimentos;

I - fundados indícios da ocorrência do IV - promoção da interoperabilidade


ilícito; entre sistemas e terminais diversos, inclusive
entre os diferentes âmbitos federativos e
II - justificativa motivada da utilidade diversos setores da sociedade;
dos registros solicitados para fins de
investigação ou instrução probatória; e V - adoção preferencial de
tecnologias, padrões e formatos abertos e
III - período ao qual se referem os livres;
registros.
VI - publicidade e disseminação de
Art. 23. Cabe ao juiz tomar as dados e informações públicos, de forma
providências necessárias à garantia do sigilo aberta e estruturada;
das informações recebidas e à preservação da
intimidade, da vida privada, da honra e da VII - otimização da infraestrutura das
imagem do usuário, podendo determinar redes e estímulo à implantação de centros de
segredo de justiça, inclusive quanto aos armazenamento, gerenciamento e
pedidos de guarda de registro. disseminação de dados no País, promovendo
a qualidade técnica, a inovação e a difusão
CAPÍTULO IV
DA ATUAÇÃO DO das aplicações de internet, sem prejuízo à
PODER PÚBLICO abertura, à neutralidade e à natureza
Art. 24. Constituem diretrizes para a participativa;
atuação da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios no desenvolvimento VIII - desenvolvimento de ações e
da internet no Brasil: programas de capacitação para uso da
internet;

40
IX - promoção da cultura e da Art. 27. As iniciativas públicas de
cidadania; e fomento à cultura digital e de promoção da
internet como ferramenta social devem:
X - prestação de serviços públicos de
atendimento ao cidadão de forma integrada, I - promover a inclusão digital;
eficiente, simplificada e por múltiplos canais
de acesso, inclusive remotos. II - buscar reduzir as desigualdades,
sobretudo entre as diferentes regiões do País,
Art. 25. As aplicações de internet de no acesso às tecnologias da informação e
entes do poder público devem buscar: comunicação e no seu uso; e

I - compatibilidade dos serviços de III - fomentar a produção e circulação


governo eletrônico com diversos terminais, de conteúdo nacional.
sistemas operacionais e aplicativos para seu
acesso; Art. 28. O Estado deve,
periodicamente, formular e fomentar
II - acessibilidade a todos os estudos, bem como fixar metas, estratégias,
interessados, independentemente de suas planos e cronogramas, referentes ao uso e
capacidades físico-motoras, perceptivas, desenvolvimento da internet no País.
sensoriais, intelectuais, mentais, culturais e
sociais, resguardados os aspectos de sigilo e CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES FINAIS
restrições administrativas e legais; Art. 29. O usuário terá a opção de livre
escolha na utilização de programa de
III - compatibilidade tanto com a computador em seu terminal para exercício
leitura humana quanto com o tratamento do controle parental de conteúdo entendido
automatizado das informações; por ele como impróprio a seus filhos menores,
desde que respeitados os princípios desta Lei
IV - facilidade de uso dos serviços de e da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 -
governo eletrônico; e Estatuto da Criança e do Adolescente.

V - fortalecimento da participação Parágrafo único. Cabe ao poder


social nas políticas públicas. público, em conjunto com os provedores de
conexão e de aplicações de internet e a
Art. 26. O cumprimento do dever
sociedade civil, promover a educação e
constitucional do Estado na prestação da
fornecer informações sobre o uso dos
educação, em todos os níveis de ensino, inclui
programas de computador previstos
a capacitação, integrada a outras práticas
no caput, bem como para a definição de
educacionais, para o uso seguro, consciente e
boas práticas para a inclusão digital de
responsável da internet como ferramenta
crianças e adolescentes.
para o exercício da cidadania, a promoção da
cultura e o desenvolvimento tecnológico. Art. 30. A defesa dos interesses e dos
direitos estabelecidos nesta Lei poderá ser
exercida em juízo, individual ou
coletivamente, na forma da lei.

41
Art. 31. Até a entrada em vigor da lei reciprocidade na proteção aos direitos
específica prevista no § 2º do art. 19, a autorais ou equivalentes.
responsabilidade do provedor de aplicações
de internet por danos decorrentes de Art. 3º Os direitos autorais reputam-se,
conteúdo gerado por terceiros, quando se para os efeitos legais, bens móveis.
tratar de infração a direitos de autor ou a
direitos conexos, continuará a ser disciplinada Art. 4º Interpretam-se restritivamente os
pela legislação autoral vigente aplicável na negócios jurídicos sobre os direitos autorais.
data da entrada em vigor desta Lei.
Art. 5º Para os efeitos desta Lei,
Art. 32. Esta Lei entra em vigor após considera-se:
decorridos 60 (sessenta) dias de sua I - publicação - o oferecimento de obra
publicação oficial. literária, artística ou científica ao
conhecimento do público, com o
Brasília, 23 de abril de 2014; 193º da
consentimento do autor, ou de qualquer
Independência e 126º da República. outro titular de direito de autor, por qualquer
forma ou processo;
II - transmissão ou emissão - a difusão de
LEI Nº 9.610, DE 19 DE sons ou de sons e imagens, por meio de
FEVEREIRO DE 1998 – ondas radioelétricas; sinais de satélite; fio,
cabo ou outro condutor; meios óticos ou
Direitos autorais
qualquer outro processo eletromagnético;
III - retransmissão - a emissão simultânea
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço
da transmissão de uma empresa por outra;
saber que o Congresso Nacional decreta e eu
IV - distribuição - a colocação à
sanciono a seguinte Lei:
disposição do público do original ou cópia de
obras literárias, artísticas ou científicas,
Título I
interpretações ou execuções fixadas e
Disposições Preliminares
fonogramas, mediante a venda, locação ou
Art. 1º Esta Lei regula os direitos
qualquer outra forma de transferência de
autorais, entendendo-se sob esta
propriedade ou posse;
denominação os direitos de autor e os que
V - comunicação ao público - ato
lhes são conexos.
mediante o qual a obra é colocada ao alcance
do público, por qualquer meio ou
Art. 2º Os estrangeiros domiciliados no
procedimento e que não consista na
exterior gozarão da proteção assegurada nos
distribuição de exemplares;
acordos, convenções e tratados em vigor no
VI - reprodução - a cópia de um ou vários
Brasil.
exemplares de uma obra literária, artística ou
científica ou de um fonograma, de qualquer
Parágrafo único. Aplica-se o disposto
forma tangível, incluindo qualquer
nesta Lei aos nacionais ou pessoas
armazenamento permanente ou temporário
domiciliadas em país que assegure aos
brasileiros ou pessoas domiciliadas no Brasil a

42
por meios eletrônicos ou qualquer outro meio reprodução da obra e o dever de divulgá-la,
de fixação que venha a ser desenvolvido; nos limites previstos no contrato de edição;
VII - contrafação - a reprodução não XI - produtor - a pessoa física ou jurídica
autorizada; que toma a iniciativa e tem a
VIII - obra: responsabilidade econômica da primeira
a) em co-autoria - quando é criada em fixação do fonograma ou da obra audiovisual,
comum, por dois ou mais autores; qualquer que seja a natureza do suporte
b) anônima - quando não se indica o utilizado;
nome do autor, por sua vontade ou por ser XII - radiodifusão - a transmissão sem fio,
desconhecido; inclusive por satélites, de sons ou imagens e
c) pseudônima - quando o autor se sons ou das representações desses, para
oculta sob nome suposto; recepção ao público e a transmissão de sinais
d) inédita - a que não haja sido objeto de codificados, quando os meios de
publicação; decodificação sejam oferecidos ao público
e) póstuma - a que se publique após a pelo organismo de radiodifusão ou com seu
morte do autor; consentimento;
f) originária - a criação primígena; XIII - artistas intérpretes ou executantes -
g) derivada - a que, constituindo criação todos os atores, cantores, músicos, bailarinos
intelectual nova, resulta da transformação de ou outras pessoas que representem um
obra originária; papel, cantem, recitem, declamem,
h) coletiva - a criada por iniciativa, interpretem ou executem em qualquer forma
organização e responsabilidade de uma obras literárias ou artísticas ou expressões do
pessoa física ou jurídica, que a publica sob seu folclore.
nome ou marca e que é constituída pela XIV - titular originário - o autor de obra
participação de diferentes autores, cujas intelectual, o intérprete, o executante, o
contribuições se fundem numa criação produtor fonográfico e as empresas de
autônoma; radiodifusão. (Incluído pela Lei
i) audiovisual - a que resulta da fixação nº 12.853, de 2013)
de imagens com ou sem som, que tenha a
finalidade de criar, por meio de sua Art. 6º Não serão de domínio da União,
reprodução, a impressão de movimento, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
independentemente dos processos de sua Municípios as obras por eles simplesmente
captação, do suporte usado inicial ou subvencionadas.
posteriormente para fixá-lo, bem como dos Título II
meios utilizados para sua veiculação; Das Obras Intelectuais
IX - fonograma - toda fixação de sons de Capítulo I
uma execução ou interpretação ou de outros Das Obras Protegidas
sons, ou de uma representação de sons que
não seja uma fixação incluída em uma obra Art. 7º São obras intelectuais protegidas
audiovisual; as criações do espírito, expressas por
X - editor - a pessoa física ou jurídica à qualquer meio ou fixadas em qualquer
qual se atribui o direito exclusivo de

43
suporte, tangível ou intangível, conhecido ou mesmos e se entende sem prejuízo de
que se invente no futuro, tais como: quaisquer direitos autorais que subsistam a
I - os textos de obras literárias, artísticas respeito dos dados ou materiais contidos nas
ou científicas; obras.
II - as conferências, alocuções, sermões e § 3º No domínio das ciências, a proteção
outras obras da mesma natureza; recairá sobre a forma literária ou artística, não
III - as obras dramáticas e dramático- abrangendo o seu conteúdo científico ou
musicais; técnico, sem prejuízo dos direitos que
IV - as obras coreográficas e protegem os demais campos da propriedade
pantomímicas, cuja execução cênica se fixe imaterial.
por escrito ou por outra qualquer forma;
V - as composições musicais, tenham ou Art. 8º Não são objeto de proteção
não letra; como direitos autorais de que trata esta Lei:
VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou I - as idéias, procedimentos normativos,
não, inclusive as cinematográficas; sistemas, métodos, projetos ou conceitos
VII - as obras fotográficas e as produzidas matemáticos como tais;
por qualquer processo análogo ao da II - os esquemas, planos ou regras para
fotografia; realizar atos mentais, jogos ou negócios;
VIII - as obras de desenho, pintura, III - os formulários em branco para serem
gravura, escultura, litografia e arte cinética; preenchidos por qualquer tipo de
IX - as ilustrações, cartas geográficas e informação, científica ou não, e suas
outras obras da mesma natureza; instruções;
X - os projetos, esboços e obras plásticas IV - os textos de tratados ou convenções,
concernentes à geografia, engenharia, leis, decretos, regulamentos, decisões
topografia, arquitetura, paisagismo, judiciais e demais atos oficiais;
cenografia e ciência; V - as informações de uso comum tais
XI - as adaptações, traduções e outras como calendários, agendas, cadastros ou
transformações de obras originais, legendas;
apresentadas como criação intelectual nova; VI - os nomes e títulos isolados;
XII - os programas de computador; VII - o aproveitamento industrial ou
XIII - as coletâneas ou compilações, comercial das idéias contidas nas obras.
antologias, enciclopédias, dicionários, bases
de dados e outras obras, que, por sua Art. 9º À cópia de obra de arte plástica
seleção, organização ou disposição de seu feita pelo próprio autor é assegurada a
conteúdo, constituam uma criação mesma proteção de que goza o original.
intelectual.
§ 1º Os programas de computador são Art. 10. A proteção à obra intelectual
objeto de legislação específica, observadas as abrange o seu título, se original e
disposições desta Lei que lhes sejam inconfundível com o de obra do mesmo
aplicáveis. gênero, divulgada anteriormente por outro
§ 2º A proteção concedida no inciso XIII autor.
não abarca os dados ou materiais em si

44
Parágrafo único. O título de publicações da obra literária, artística ou científica,
periódicas, inclusive jornais, é protegido até revendo-a, atualizando-a, bem como
um ano após a saída do seu último número, fiscalizando ou dirigindo sua edição ou
salvo se forem anuais, caso em que esse prazo apresentação por qualquer meio.
se elevará a dois anos. § 2º Ao co-autor, cuja contribuição possa
ser utilizada separadamente, são asseguradas
Capítulo II todas as faculdades inerentes à sua criação
Da Autoria das Obras Intelectuais como obra individual, vedada, porém, a
utilização que possa acarretar prejuízo à
Art. 11. Autor é a pessoa física criadora exploração da obra comum.
de obra literária, artística ou científica.
Parágrafo único. A proteção concedida Art. 16. São co-autores da obra
ao autor poderá aplicar-se às pessoas audiovisual o autor do assunto ou argumento
jurídicas nos casos previstos nesta Lei. literário, musical ou lítero-musical e o diretor.
Parágrafo único. Consideram-se co-
Art. 12. Para se identificar como autor, autores de desenhos animados os que criam
poderá o criador da obra literária, artística ou os desenhos utilizados na obra audiovisual.
científica usar de seu nome civil, completo ou
abreviado até por suas iniciais, de Art. 17. É assegurada a proteção às
pseudônimo ou qualquer outro sinal participações individuais em obras coletivas.
convencional. § 1º Qualquer dos participantes, no
exercício de seus direitos morais, poderá
Art. 13. Considera-se autor da obra proibir que se indique ou anuncie seu nome
intelectual, não havendo prova em contrário, na obra coletiva, sem prejuízo do direito de
aquele que, por uma das modalidades de haver a remuneração contratada.
identificação referidas no artigo anterior, § 2º Cabe ao organizador a titularidade
tiver, em conformidade com o uso, indicada dos direitos patrimoniais sobre o conjunto da
ou anunciada essa qualidade na sua obra coletiva.
utilização. § 3º O contrato com o organizador
especificará a contribuição do participante, o
Art. 14. É titular de direitos de autor prazo para entrega ou realização, a
quem adapta, traduz, arranja ou orquestra remuneração e demais condições para sua
obra caída no domínio público, não podendo execução.
opor-se a outra adaptação, arranjo, Capítulo III
orquestração ou tradução, salvo se for cópia Do Registro das Obras Intelectuais
da sua.
Art. 18. A proteção aos direitos de que
Art. 15. A co-autoria da obra é atribuída trata esta Lei independe de registro.
àqueles em cujo nome, pseudônimo ou sinal
convencional for utilizada. Art. 19. É facultado ao autor registrar a
§ 1º Não se considera co-autor quem sua obra no órgão público definido
simplesmente auxiliou o autor na produção

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no caput e no § 1º do art. 17 da Lei nº 5.988, possam prejudicá-la ou atingi-lo, como autor,
de 14 de dezembro de 1973. em sua reputação ou honra;
V - o de modificar a obra, antes ou
Art. 20. Para os serviços de registro depois de utilizada;
previstos nesta Lei será cobrada retribuição, VI - o de retirar de circulação a obra ou
cujo valor e processo de recolhimento serão de suspender qualquer forma de utilização já
estabelecidos por ato do titular do órgão da autorizada, quando a circulação ou utilização
administração pública federal a que estiver implicarem afronta à sua reputação e
vinculado o registro das obras intelectuais. imagem;
VII - o de ter acesso a exemplar único e
Art. 21. Os serviços de registro de que raro da obra, quando se encontre
trata esta Lei serão organizados conforme legitimamente em poder de outrem, para o
preceitua o § 2º do art. 17 da Lei nº 5.988, de fim de, por meio de processo fotográfico ou
14 de dezembro de 1973. assemelhado, ou audiovisual, preservar sua
memória, de forma que cause o menor
Título III inconveniente possível a seu detentor, que,
Dos Direitos do Autor em todo caso, será indenizado de qualquer
Capítulo I dano ou prejuízo que lhe seja causado.
Disposições Preliminares § 1º Por morte do autor, transmitem-se a
seus sucessores os direitos a que se referem
Art. 22. Pertencem ao autor os direitos os incisos I a IV.
morais e patrimoniais sobre a obra que criou. § 2º Compete ao Estado a defesa da
integridade e autoria da obra caída em
Art. 23. Os co-autores da obra domínio público.
intelectual exercerão, de comum acordo, os § 3º Nos casos dos incisos V e VI,
seus direitos, salvo convenção em contrário. ressalvam-se as prévias indenizações a
terceiros, quando couberem.
Capítulo II
Dos Direitos Morais do Autor Art. 25. Cabe exclusivamente ao diretor
o exercício dos direitos morais sobre a obra
Art. 24. São direitos morais do autor: audiovisual.
I - o de reivindicar, a qualquer tempo, a
autoria da obra; Art. 26. O autor poderá repudiar a
II - o de ter seu nome, pseudônimo ou autoria de projeto arquitetônico alterado sem
sinal convencional indicado ou anunciado, o seu consentimento durante a execução ou
como sendo o do autor, na utilização de sua após a conclusão da construção.
obra; Parágrafo único. O proprietário da
III - o de conservar a obra inédita; construção responde pelos danos que causar
IV - o de assegurar a integridade da obra, ao autor sempre que, após o repúdio, der
opondo-se a quaisquer modificações ou à como sendo daquele a autoria do projeto
prática de atos que, de qualquer forma, repudiado.

46
Art. 27. Os direitos morais do autor são e) captação de transmissão de
inalienáveis e irrenunciáveis. radiodifusão em locais de freqüência coletiva;
f) sonorização ambiental;
Capítulo III g) a exibição audiovisual,
Dos Direitos Patrimoniais do Autor e de sua cinematográfica ou por processo
Duração assemelhado;
h) emprego de satélites artificiais;
Art. 28. Cabe ao autor o direito exclusivo i) emprego de sistemas óticos, fios
de utilizar, fruir e dispor da obra literária, telefônicos ou não, cabos de qualquer tipo e
artística ou científica. meios de comunicação similares que venham
a ser adotados;
Art. 29. Depende de autorização prévia j) exposição de obras de artes plásticas e
e expressa do autor a utilização da obra, por figurativas;
quaisquer modalidades, tais como: IX - a inclusão em base de dados, o
I - a reprodução parcial ou integral; armazenamento em computador, a
II - a edição; microfilmagem e as demais formas de
III - a adaptação, o arranjo musical e arquivamento do gênero;
quaisquer outras transformações; X - quaisquer outras modalidades de
IV - a tradução para qualquer idioma; utilização existentes ou que venham a ser
V - a inclusão em fonograma ou inventadas.
produção audiovisual;
VI - a distribuição, quando não intrínseca Art. 30. No exercício do direito de
ao contrato firmado pelo autor com terceiros reprodução, o titular dos direitos autorais
para uso ou exploração da obra; poderá colocar à disposição do público a
VII - a distribuição para oferta de obras obra, na forma, local e pelo tempo que
ou produções mediante cabo, fibra ótica, desejar, a título oneroso ou gratuito.
satélite, ondas ou qualquer outro sistema que § 1º O direito de exclusividade de
permita ao usuário realizar a seleção da obra reprodução não será aplicável quando ela for
ou produção para percebê-la em um tempo e temporária e apenas tiver o propósito de
lugar previamente determinados por quem tornar a obra, fonograma ou interpretação
formula a demanda, e nos casos em que o perceptível em meio eletrônico ou quando for
acesso às obras ou produções se faça por de natureza transitória e incidental, desde
qualquer sistema que importe em pagamento que ocorra no curso do uso devidamente
pelo usuário; autorizado da obra, pelo titular.
VIII - a utilização, direta ou indireta, da § 2º Em qualquer modalidade de
obra literária, artística ou científica, mediante: reprodução, a quantidade de exemplares
a) representação, recitação ou será informada e controlada, cabendo a quem
declamação; reproduzir a obra a responsabilidade de
b) execução musical; manter os registros que permitam, ao autor,
c) emprego de alto-falante ou de a fiscalização do aproveitamento econômico
sistemas análogos; da exploração.
d) radiodifusão sonora ou televisiva;

47
Art. 31. As diversas modalidades de não poderão seus sucessores reproduzir
utilização de obras literárias, artísticas ou versões anteriores.
científicas ou de fonogramas são
independentes entre si, e a autorização Art. 36. O direito de utilização
concedida pelo autor, ou pelo produtor, econômica dos escritos publicados pela
respectivamente, não se estende a quaisquer imprensa, diária ou periódica, com exceção
das demais. dos assinados ou que apresentem sinal de
reserva, pertence ao editor, salvo convenção
Art. 32. Quando uma obra feita em em contrário.
regime de co-autoria não for divisível, Parágrafo único. A autorização para
nenhum dos co-autores, sob pena de utilização econômica de artigos assinados,
responder por perdas e danos, poderá, sem para publicação em diários e periódicos, não
consentimento dos demais, publicá-la ou produz efeito além do prazo da periodicidade
autorizar-lhe a publicação, salvo na coleção acrescido de vinte dias, a contar de sua
de suas obras completas. publicação, findo o qual recobra o autor o seu
§ 1º Havendo divergência, os co-autores direito.
decidirão por maioria.
§ 2º Ao co-autor dissidente é assegurado Art. 37. A aquisição do original de uma
o direito de não contribuir para as despesas obra, ou de exemplar, não confere ao
de publicação, renunciando a sua parte nos adquirente qualquer dos direitos patrimoniais
lucros, e o de vedar que se inscreva seu nome do autor, salvo convenção em contrário entre
na obra. as partes e os casos previstos nesta Lei.
§ 3º Cada co-autor pode,
individualmente, sem aquiescência dos Art. 38. O autor tem o direito,
outros, registrar a obra e defender os irrenunciável e inalienável, de perceber, no
próprios direitos contra terceiros. mínimo, cinco por cento sobre o aumento do
preço eventualmente verificável em cada
Art. 33. Ninguém pode reproduzir obra revenda de obra de arte ou manuscrito,
que não pertença ao domínio público, a sendo originais, que houver alienado.
pretexto de anotá-la, comentá-la ou melhorá- Parágrafo único. Caso o autor não
la, sem permissão do autor. perceba o seu direito de seqüência no ato da
Parágrafo único. Os comentários ou revenda, o vendedor é considerado
anotações poderão ser publicados depositário da quantia a ele devida, salvo se
separadamente. a operação for realizada por leiloeiro, quando
Art. 34. As cartas missivas, cuja será este o depositário.
publicação está condicionada à permissão do
autor, poderão ser juntadas como documento Art. 39. Os direitos patrimoniais do
de prova em processos administrativos e autor, excetuados os rendimentos resultantes
judiciais. de sua exploração, não se comunicam, salvo
pacto antenupcial em contrário.
Art. 35. Quando o autor, em virtude de
revisão, tiver dado à obra versão definitiva,

48
Art. 40. Tratando-se de obra anônima ou Art. 45. Além das obras em relação às
pseudônima, caberá a quem publicá-la o quais decorreu o prazo de proteção aos
exercício dos direitos patrimoniais do autor. direitos patrimoniais, pertencem ao domínio
Parágrafo único. O autor que se der a público:
conhecer assumirá o exercício dos direitos I - as de autores falecidos que não
patrimoniais, ressalvados os direitos tenham deixado sucessores;
adquiridos por terceiros. II - as de autor desconhecido, ressalvada
a proteção legal aos conhecimentos étnicos e
Art. 41. Os direitos patrimoniais do autor tradicionais.
perduram por setenta anos contados de 1° de
janeiro do ano subseqüente ao de seu Capítulo IV
falecimento, obedecida a ordem sucessória Das Limitações aos Direitos Autorais
da lei civil.
Parágrafo único. Aplica-se às obras Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos
póstumas o prazo de proteção a que alude autorais:
o caput deste artigo. I - a reprodução:
a) na imprensa diária ou periódica, de
Art. 42. Quando a obra literária, artística notícia ou de artigo informativo, publicado
ou científica realizada em co-autoria for em diários ou periódicos, com a menção do
indivisível, o prazo previsto no artigo anterior nome do autor, se assinados, e da publicação
será contado da morte do último dos co- de onde foram transcritos;
autores sobreviventes. b) em diários ou periódicos, de discursos
Parágrafo único. Acrescer-se-ão aos dos pronunciados em reuniões públicas de
sobreviventes os direitos do co-autor que qualquer natureza;
falecer sem sucessores. c) de retratos, ou de outra forma de
representação da imagem, feitos sob
Art. 43. Será de setenta anos o prazo de encomenda, quando realizada pelo
proteção aos direitos patrimoniais sobre as proprietário do objeto encomendado, não
obras anônimas ou pseudônimas, contado de havendo a oposição da pessoa neles
1° de janeiro do ano imediatamente posterior representada ou de seus herdeiros;
ao da primeira publicação. d) de obras literárias, artísticas ou
Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto científicas, para uso exclusivo de deficientes
no art. 41 e seu parágrafo único, sempre que visuais, sempre que a reprodução, sem fins
o autor se der a conhecer antes do termo do comerciais, seja feita mediante o sistema
prazo previsto no caput deste artigo. Braille ou outro procedimento em qualquer
suporte para esses destinatários;
Art. 44. O prazo de proteção aos direitos II - a reprodução, em um só exemplar de
patrimoniais sobre obras audiovisuais e pequenos trechos, para uso privado do
fotográficas será de setenta anos, a contar de copista, desde que feita por este, sem intuito
1° de janeiro do ano subseqüente ao de sua de lucro;
divulgação. III - a citação em livros, jornais, revistas
ou qualquer outro meio de comunicação, de

49
passagens de qualquer obra, para fins de podem ser representadas livremente, por
estudo, crítica ou polêmica, na medida meio de pinturas, desenhos, fotografias e
justificada para o fim a atingir, indicando-se o procedimentos audiovisuais.
nome do autor e a origem da obra;
IV - o apanhado de lições em Capítulo V
estabelecimentos de ensino por aqueles a Da Transferência dos Direitos de Autor
quem elas se dirigem, vedada sua publicação,
integral ou parcial, sem autorização prévia e Art. 49. Os direitos de autor poderão ser
expressa de quem as ministrou; total ou parcialmente transferidos a terceiros,
V - a utilização de obras literárias, por ele ou por seus sucessores, a título
artísticas ou científicas, fonogramas e universal ou singular, pessoalmente ou por
transmissão de rádio e televisão em meio de representantes com poderes
estabelecimentos comerciais, exclusivamente especiais, por meio de licenciamento,
para demonstração à clientela, desde que concessão, cessão ou por outros meios
esses estabelecimentos comercializem os admitidos em Direito, obedecidas as
suportes ou equipamentos que permitam a seguintes limitações:
sua utilização; I - a transmissão total compreende todos
VI - a representação teatral e a execução os direitos de autor, salvo os de natureza
musical, quando realizadas no recesso familiar moral e os expressamente excluídos por lei;
ou, para fins exclusivamente didáticos, nos II - somente se admitirá transmissão total
estabelecimentos de ensino, não havendo em e definitiva dos direitos mediante estipulação
qualquer caso intuito de lucro; contratual escrita;
VII - a utilização de obras literárias, III - na hipótese de não haver estipulação
artísticas ou científicas para produzir prova contratual escrita, o prazo máximo será de
judiciária ou administrativa; cinco anos;
VIII - a reprodução, em quaisquer obras, IV - a cessão será válida unicamente para
de pequenos trechos de obras preexistentes, o país em que se firmou o contrato, salvo
de qualquer natureza, ou de obra integral, estipulação em contrário;
quando de artes plásticas, sempre que a V - a cessão só se operará para
reprodução em si não seja o objetivo principal modalidades de utilização já existentes à data
da obra nova e que não prejudique a do contrato;
exploração normal da obra reproduzida nem VI - não havendo especificações quanto
cause um prejuízo injustificado aos legítimos à modalidade de utilização, o contrato será
interesses dos autores. interpretado restritivamente, entendendo-se
como limitada apenas a uma que seja aquela
Art. 47. São livres as paráfrases e indispensável ao cumprimento da finalidade
paródias que não forem verdadeiras do contrato.
reproduções da obra originária nem lhe
implicarem descrédito. Art. 50. A cessão total ou parcial dos
direitos de autor, que se fará sempre por
Art. 48. As obras situadas escrito, presume-se onerosa.
permanentemente em logradouros públicos

50
§ 1º Poderá a cessão ser averbada à
margem do registro a que se refere o art. 19 Art. 54. Pelo mesmo contrato pode o
desta Lei, ou, não estando a obra registrada, autor obrigar-se à feitura de obra literária,
poderá o instrumento ser registrado em artística ou científica em cuja publicação e
Cartório de Títulos e Documentos. divulgação se empenha o editor.
§ 2º Constarão do instrumento de cessão
como elementos essenciais seu objeto e as Art. 55. Em caso de falecimento ou de
condições de exercício do direito quanto a impedimento do autor para concluir a obra, o
tempo, lugar e preço. editor poderá:
I - considerar resolvido o contrato,
Art. 51. A cessão dos direitos de autor mesmo que tenha sido entregue parte
sobre obras futuras abrangerá, no máximo, o considerável da obra;
período de cinco anos. II - editar a obra, sendo autônoma,
Parágrafo único. O prazo será reduzido a mediante pagamento proporcional do preço;
cinco anos sempre que indeterminado ou III - mandar que outro a termine, desde
superior, diminuindo-se, na devida que consintam os sucessores e seja o fato
proporção, o preço estipulado. indicado na edição.
Parágrafo único. É vedada a publicação
Art. 52. A omissão do nome do autor, ou parcial, se o autor manifestou a vontade de só
de co-autor, na divulgação da obra não publicá-la por inteiro ou se assim o decidirem
presume o anonimato ou a cessão de seus seus sucessores.
direitos.
Art. 56. Entende-se que o contrato versa
Título IV apenas sobre uma edição, se não houver
Da Utilização de Obras Intelectuais e dos cláusula expressa em contrário.
Fonogramas Parágrafo único. No silêncio do contrato,
Capítulo I considera-se que cada edição se constitui de
Da Edição três mil exemplares.
Art. 53. Mediante contrato de edição, o
editor, obrigando-se a reproduzir e a divulgar Art. 57. O preço da retribuição será
a obra literária, artística ou científica, fica arbitrado, com base nos usos e costumes,
autorizado, em caráter de exclusividade, a sempre que no contrato não a tiver estipulado
publicá-la e a explorá-la pelo prazo e nas expressamente o autor.
condições pactuadas com o autor.
Parágrafo único. Em cada exemplar da Art. 58. Se os originais forem entregues
obra o editor mencionará: em desacordo com o ajustado e o editor não
I - o título da obra e seu autor; os recusar nos trinta dias seguintes ao do
II - no caso de tradução, o título original recebimento, ter-se-ão por aceitas as
e o nome do tradutor; alterações introduzidas pelo autor.
III - o ano de publicação;
IV - o seu nome ou marca que o Art. 59. Quaisquer que sejam as
identifique. condições do contrato, o editor é obrigado a

51
facultar ao autor o exame da escrituração na
parte que lhe corresponde, bem como a Art. 65. Esgotada a edição, e o editor,
informá-lo sobre o estado da edição. com direito a outra, não a publicar, poderá o
autor notificá-lo a que o faça em certo prazo,
Art. 60. Ao editor compete fixar o preço sob pena de perder aquele direito, além de
da venda, sem, todavia, poder elevá-lo a responder por danos.
ponto de embaraçar a circulação da obra.
Art. 66. O autor tem o direito de fazer,
Art. 61. O editor será obrigado a prestar nas edições sucessivas de suas obras, as
contas mensais ao autor sempre que a emendas e alterações que bem lhe aprouver.
retribuição deste estiver condicionada à Parágrafo único. O editor poderá opor-
venda da obra, salvo se prazo diferente se às alterações que lhe prejudiquem os
houver sido convencionado. interesses, ofendam sua reputação ou
aumentem sua responsabilidade.
Art. 62. A obra deverá ser editada em
dois anos da celebração do contrato, salvo Art. 67. Se, em virtude de sua natureza,
prazo diverso estipulado em convenção. for imprescindível a atualização da obra em
Parágrafo único. Não havendo edição da novas edições, o editor, negando-se o autor a
obra no prazo legal ou contratual, poderá ser fazê-la, dela poderá encarregar outrem,
rescindido o contrato, respondendo o editor mencionando o fato na edição.
por danos causados.
Capítulo II
Art. 63. Enquanto não se esgotarem as Da Comunicação ao Público
edições a que tiver direito o editor, não
poderá o autor dispor de sua obra, cabendo Art. 68. Sem prévia e expressa
ao editor o ônus da prova. autorização do autor ou titular, não poderão
§ 1º Na vigência do contrato de edição, ser utilizadas obras teatrais, composições
assiste ao editor o direito de exigir que se musicais ou lítero-musicais e fonogramas, em
retire de circulação edição da mesma obra representações e execuções públicas.
feita por outrem. § 1º Considera-se representação pública
§ 2º Considera-se esgotada a edição a utilização de obras teatrais no gênero
quando restarem em estoque, em poder do drama, tragédia, comédia, ópera, opereta,
editor, exemplares em número inferior a dez balé, pantomimas e assemelhadas, musicadas
por cento do total da edição. ou não, mediante a participação de artistas,
remunerados ou não, em locais de freqüência
Art. 64. Somente decorrido um ano de coletiva ou pela radiodifusão, transmissão e
lançamento da edição, o editor poderá exibição cinematográfica.
vender, como saldo, os exemplares restantes, § 2º Considera-se execução pública a
desde que o autor seja notificado de que, no utilização de composições musicais ou lítero-
prazo de trinta dias, terá prioridade na musicais, mediante a participação de artistas,
aquisição dos referidos exemplares pelo remunerados ou não, ou a utilização de
preço de saldo. fonogramas e obras audiovisuais, em locais

52
de freqüência coletiva, por quaisquer central, pagar o preço após a realização da
processos, inclusive a radiodifusão ou execução pública.
transmissão por qualquer modalidade, e a § 6º O empresário entregará ao
exibição cinematográfica. escritório central, imediatamente após a
§ 3º Consideram-se locais de freqüência execução pública ou transmissão, relação
coletiva os teatros, cinemas, salões de baile completa das obras e fonogramas utilizados,
ou concertos, boates, bares, clubes ou indicando os nomes dos respectivos autores,
associações de qualquer natureza, lojas, artistas e produtores.
estabelecimentos comerciais e industriais, § 6º O usuário entregará à entidade
estádios, circos, feiras, restaurantes, hotéis, responsável pela arrecadação dos direitos
motéis, clínicas, hospitais, órgãos públicos da relativos à execução ou exibição pública,
administração direta ou indireta, fundacionais imediatamente após o ato de comunicação
e estatais, meios de transporte de ao público, relação completa das obras e
passageiros terrestre, marítimo, fluvial ou fonogramas utilizados, e a tornará pública e
aéreo, ou onde quer que se representem, de livre acesso, juntamente com os valores
executem ou transmitam obras literárias, pagos, em seu sítio eletrônico ou, em não
artísticas ou científicas. havendo este, no local da comunicação e em
§ 3º Consideram-se locais de frequência sua sede. (Redação dada pela Lei
coletiva onde se representem, executem ou nº 12.853, de 2013)
transmitam obras literárias, artísticas ou § 7º As empresas cinematográficas e de
científicas, como teatros, cinemas, salões de radiodifusão manterão à imediata disposição
baile ou concertos, boates, bares, clubes ou dos interessados, cópia autêntica dos
associações de qualquer natureza, lojas, contratos, ajustes ou acordos, individuais ou
estabelecimentos comerciais e industriais, coletivos, autorizando e disciplinando a
estádios, circos, feiras, restaurantes, motéis, remuneração por execução pública das obras
clínicas, hospitais, órgãos da administração musicais e fonogramas contidas em seus
pública direta, autárquica e fundacional, programas ou obras audiovisuais.
empresas estatais, meios de transporte de § 8º Para as empresas mencionadas no §
passageiro terrestre e aéreo, espaços 7º, o prazo para cumprimento do disposto no
públicos e comuns de meios de hospedagens § 6o será até o décimo dia útil de cada mês,
e de meios de transporte de passageiros relativamente à relação completa das obras e
marítimo e fluvial. (Redação dada pela fonogramas utilizados no mês
Medida Provisória nº 907, de 2019) anterior. (Incluído pela Lei nº
§ 4º Previamente à realização da 12.853, de 2013)
execução pública, o empresário deverá § 9º Não incidirá a arrecadação e a
apresentar ao escritório central, previsto no distribuição de direitos autorais a execução
art. 99, a comprovação dos recolhimentos de obras literárias, artísticas ou científicas no
relativos aos direitos autorais. interior das unidades habitacionais dos meios
§ 5º Quando a remuneração depender de hospedagem e de cabines de meios de
da freqüência do público, poderá o transporte de passageiros marítimo e
empresário, por convênio com o escritório fluvial. (Incluído pela Medida Provisória nº
907, de 2019)

53
Art. 69. O autor, observados os usos Art. 76. É impenhorável a parte do
locais, notificará o empresário do prazo para produto dos espetáculos reservada ao autor
a representação ou execução, salvo prévia e aos artistas.
estipulação convencional.
Capítulo III
Art. 70. Ao autor assiste o direito de Da Utilização da Obra de Arte Plástica
opor-se à representação ou execução que
não seja suficientemente ensaiada, bem como Art. 77. Salvo convenção em contrário, o
fiscalizá-la, tendo, para isso, livre acesso autor de obra de arte plástica, ao alienar o
durante as representações ou execuções, no objeto em que ela se materializa, transmite o
local onde se realizam. direito de expô-la, mas não transmite ao
adquirente o direito de reproduzi-la.
Art. 71. O autor da obra não pode
alterar-lhe a substância, sem acordo com o Art. 78. A autorização para reproduzir
empresário que a faz representar. obra de arte plástica, por qualquer processo,
deve se fazer por escrito e se presume
Art. 72. O empresário, sem licença do onerosa.
autor, não pode entregar a obra a pessoa
estranha à representação ou à execução. Capítulo IV
Da Utilização da Obra Fotográfica
Art. 73. Os principais intérpretes e os
diretores de orquestras ou coro, escolhidos Art. 79. O autor de obra fotográfica tem
de comum acordo pelo autor e pelo produtor, direito a reproduzi-la e colocá-la à venda,
não podem ser substituídos por ordem deste, observadas as restrições à exposição,
sem que aquele consinta. reprodução e venda de retratos, e sem
prejuízo dos direitos de autor sobre a obra
Art. 74. O autor de obra teatral, ao fotografada, se de artes plásticas protegidas.
autorizar a sua tradução ou adaptação, § 1º A fotografia, quando utilizada por
poderá fixar prazo para utilização dela em terceiros, indicará de forma legível o nome do
representações públicas. seu autor.
Parágrafo único. Após o decurso do § 2º É vedada a reprodução de obra
prazo a que se refere este artigo, não poderá fotográfica que não esteja em absoluta
opor-se o tradutor ou adaptador à utilização consonância com o original, salvo prévia
de outra tradução ou adaptação autorizada, autorização do autor.
salvo se for cópia da sua.
Capítulo V
Art. 75. Autorizada a representação de Da Utilização de Fonograma
obra teatral feita em co-autoria, não poderá
qualquer dos co-autores revogar a Art. 80. Ao publicar o fonograma, o
autorização dada, provocando a suspensão produtor mencionará em cada exemplar:
da temporada contratualmente ajustada. I - o título da obra incluída e seu autor;

54
II - o nome ou pseudônimo do intérprete; Art. 83. O participante da produção da
III - o ano de publicação; obra audiovisual que interromper, temporária
IV - o seu nome ou marca que o ou definitivamente, sua atuação, não poderá
identifique. opor-se a que esta seja utilizada na obra nem
a que terceiro o substitua, resguardados os
Capítulo VI direitos que adquiriu quanto à parte já
Da Utilização da Obra Audiovisual executada.

Art. 81. A autorização do autor e do Art. 84. Caso a remuneração dos co-
intérprete de obra literária, artística ou autores da obra audiovisual dependa dos
científica para produção audiovisual implica, rendimentos de sua utilização econômica, o
salvo disposição em contrário, consentimento produtor lhes prestará contas
para sua utilização econômica. semestralmente, se outro prazo não houver
§ 1º A exclusividade da autorização sido pactuado.
depende de cláusula expressa e cessa dez
anos após a celebração do contrato. Art. 85. Não havendo disposição em
§ 2º Em cada cópia da obra audiovisual, contrário, poderão os co-autores da obra
mencionará o produtor: audiovisual utilizar-se, em gênero diverso, da
I - o título da obra audiovisual; parte que constitua sua contribuição pessoal.
II - os nomes ou pseudônimos do diretor Parágrafo único. Se o produtor não
e dos demais co-autores; concluir a obra audiovisual no prazo ajustado
III - o título da obra adaptada e seu autor, ou não iniciar sua exploração dentro de dois
se for o caso; anos, a contar de sua conclusão, a utilização a
IV - os artistas intérpretes; que se refere este artigo será livre.
V - o ano de publicação;
VI - o seu nome ou marca que o Art. 86. Os direitos autorais de execução
identifique. musical relativos a obras musicais, lítero-
VII - o nome dos musicais e fonogramas incluídos em obras
dubladores. (Incluído pela Lei nº audiovisuais serão devidos aos seus titulares
12.091, de 2009) pelos responsáveis dos locais ou
Art. 82. O contrato de produção estabelecimentos a que alude o § 3o do art.
audiovisual deve estabelecer: 68 desta Lei, que as exibirem, ou pelas
I - a remuneração devida pelo produtor emissoras de televisão que as transmitirem.
aos co-autores da obra e aos artistas
intérpretes e executantes, bem como o Capítulo VII
tempo, lugar e forma de pagamento; Da Utilização de Bases de Dados
II - o prazo de conclusão da obra;
III - a responsabilidade do produtor para Art. 87. O titular do direito patrimonial
com os co-autores, artistas intérpretes ou sobre uma base de dados terá o direito
executantes, no caso de co-produção. exclusivo, a respeito da forma de expressão
da estrutura da referida base, de autorizar ou
proibir:

55
I - sua reprodução total ou parcial, por aos autores das obras literárias, artísticas ou
qualquer meio ou processo; científicas.
II - sua tradução, adaptação,
reordenação ou qualquer outra modificação; Capítulo II
III - a distribuição do original ou cópias Dos Direitos dos Artistas Intérpretes ou
da base de dados ou a sua comunicação ao Executantes
público;
IV - a reprodução, distribuição ou Art. 90. Tem o artista intérprete ou
comunicação ao público dos resultados das executante o direito exclusivo de, a título
operações mencionadas no inciso II deste oneroso ou gratuito, autorizar ou proibir:
artigo. I - a fixação de suas interpretações ou
Capítulo VIII execuções;
Da Utilização da Obra Coletiva II - a reprodução, a execução pública e a
locação das suas interpretações ou execuções
Art. 88. Ao publicar a obra coletiva, o fixadas;
organizador mencionará em cada exemplar: III - a radiodifusão das suas
I - o título da obra; interpretações ou execuções, fixadas ou não;
II - a relação de todos os participantes, IV - a colocação à disposição do público
em ordem alfabética, se outra não houver de suas interpretações ou execuções, de
sido convencionada; maneira que qualquer pessoa a elas possa ter
III - o ano de publicação; acesso, no tempo e no lugar que
IV - o seu nome ou marca que o individualmente escolherem;
identifique. V - qualquer outra modalidade de
Parágrafo único. Para valer-se do utilização de suas interpretações ou
disposto no § 1º do art. 17, deverá o execuções.
participante notificar o organizador, por § 1º Quando na interpretação ou na
escrito, até a entrega de sua participação. execução participarem vários artistas, seus
direitos serão exercidos pelo diretor do
Título V conjunto.
Dos Direitos Conexos § 2º A proteção aos artistas intérpretes
Capítulo I ou executantes estende-se à reprodução da
Disposições Preliminares voz e imagem, quando associadas às suas
atuações.
Art. 89. As normas relativas aos direitos
de autor aplicam-se, no que couber, aos Art. 91. As empresas de radiodifusão
direitos dos artistas intérpretes ou poderão realizar fixações de interpretação ou
executantes, dos produtores fonográficos e execução de artistas que as tenham permitido
das empresas de radiodifusão. para utilização em determinado número de
Parágrafo único. A proteção desta Lei emissões, facultada sua conservação em
aos direitos previstos neste artigo deixa arquivo público.
intactas e não afeta as garantias asseguradas Parágrafo único. A reutilização
subseqüente da fixação, no País ou no

56
exterior, somente será lícita mediante Art. 94. Cabe ao produtor fonográfico
autorização escrita dos titulares de bens perceber dos usuários a que se refere o art.
intelectuais incluídos no programa, devida 68, e parágrafos, desta Lei os proventos
uma remuneração adicional aos titulares para pecuniários resultantes da execução pública
cada nova utilização. dos fonogramas e reparti-los com os artistas,
na forma convencionada entre eles ou suas
Art. 92. Aos intérpretes cabem os associações. (Revogado pela
direitos morais de integridade e paternidade Lei nº 12.853, de 2013)
de suas interpretações, inclusive depois da
cessão dos direitos patrimoniais, sem prejuízo Capítulo IV
da redução, compactação, edição ou Dos Direitos das Empresas de Radiodifusão
dublagem da obra de que tenham
participado, sob a responsabilidade do Art. 95. Cabe às empresas de
produtor, que não poderá desfigurar a radiodifusão o direito exclusivo de autorizar
interpretação do artista. ou proibir a retransmissão, fixação e
Parágrafo único. O falecimento de reprodução de suas emissões, bem como a
qualquer participante de obra audiovisual, comunicação ao público, pela televisão, em
concluída ou não, não obsta sua exibição e locais de freqüência coletiva, sem prejuízo
aproveitamento econômico, nem exige dos direitos dos titulares de bens intelectuais
autorização adicional, sendo a remuneração incluídos na programação.
prevista para o falecido, nos termos do
contrato e da lei, efetuada a favor do espólio Capítulo V
ou dos sucessores. Da Duração dos Direitos Conexos

Capítulo III Art. 96. É de setenta anos o prazo de


Dos Direitos dos Produtores Fonográficos proteção aos direitos conexos, contados a
partir de 1º de janeiro do ano subseqüente à
Art. 93. O produtor de fonogramas tem fixação, para os fonogramas; à transmissão,
o direito exclusivo de, a título oneroso ou para as emissões das empresas de
gratuito, autorizar-lhes ou proibir-lhes: radiodifusão; e à execução e representação
I - a reprodução direta ou indireta, total pública, para os demais casos.
ou parcial;
II - a distribuição por meio da venda ou Título VI
locação de exemplares da reprodução; Das Associações de Titulares de Direitos de
III - a comunicação ao público por meio Autor e dos que lhes são Conexos
da execução pública, inclusive pela
radiodifusão; Art. 97. Para o exercício e defesa de seus
IV - (VETADO) direitos, podem os autores e os titulares de
V - quaisquer outras modalidades de direitos conexos associar-se sem intuito de
utilização, existentes ou que venham a ser lucro.
inventadas.

57
§ 1º É vedado pertencer a mais de uma reguladas por este
associação para a gestão coletiva de direitos artigo. (Incluído pela Lei nº
da mesma natureza. 12.853, de 2013)

§ 1º As associações reguladas por este § 6º Apenas os titulares originários de


artigo exercem atividade de interesse direitos de autor ou de direitos conexos,
público, por determinação desta Lei, nacionais ou estrangeiros domiciliados no
devendo atender a sua função Brasil, filiados diretamente às associações
social. (Redação dada pela Lei nacionais poderão assumir cargos de direção
nº 12.853, de 2013) nas associações reguladas por este
artigo. (Incluído pela Lei nº
§ 2º Pode o titular transferir-se, a 12.853, de 2013)
qualquer momento, para outra associação,
devendo comunicar o fato, por escrito, à Art. 98. Com o ato de filiação, as
associação de origem. associações tornam-se mandatárias de seus
associados para a prática de todos os atos
§ 2º É vedado pertencer, necessários à defesa judicial ou extrajudicial
simultaneamente, a mais de uma associação de seus direitos autorais, bem como para sua
para a gestão coletiva de direitos da mesma cobrança.
natureza. (Redação dada pela Lei Parágrafo único. Os titulares de direitos
nº 12.853, de 2013) autorais poderão praticar, pessoalmente, os
atos referidos neste artigo, mediante
§ 3º As associações com sede no exterior comunicação prévia à associação a que
far-se-ão representar, no País, por estiverem filiados.
associações nacionais constituídas na forma
prevista nesta Lei. Art. 98. Com o ato de filiação, as
associações de que trata o art. 97 tornam-se
§ 3º Pode o titular transferir-se, a mandatárias de seus associados para a prática
qualquer momento, para outra associação, de todos os atos necessários à defesa judicial
devendo comunicar o fato, por escrito, à ou extrajudicial de seus direitos autorais, bem
associação de origem. (Redação como para o exercício da atividade de
dada pela Lei nº 12.853, de 2013) cobrança desses
direitos. (Redação dada pela Lei nº
§ 4º As associações com sede no exterior
12.853, de 2013)
far-se-ão representar, no País, por
associações nacionais constituídas na forma § 1º O exercício da atividade de
prevista nesta Lei. (Incluído pela cobrança citada no caput somente será lícito
Lei nº 12.853, de 2013) para as associações que obtiverem
habilitação em órgão da Administração
§ 5º Apenas os titulares originários de
Pública Federal, nos termos do art. 98-
direitos de autor ou de direitos conexos
A. (Incluído pela Lei nº 12.853,
filiados diretamente às associações nacionais
de 2013)
poderão votar ou ser votados nas associações

58
§ 2º As associações deverão adotar os deverá ser disponibilizado por meio
princípios da isonomia, eficiência e eletrônico a qualquer interessado, de forma
transparência na cobrança pela utilização de gratuita, permitindose ainda ao Ministério da
qualquer obra ou Cultura o acesso contínuo e integral a tais
fonograma. (Incluído pela Lei nº informações. (Incluído pela Lei nº
12.853, de 2013) 12.853, de 2013)

§ 3º Caberá às associações, no interesse § 8º Mediante comunicação do


dos seus associados, estabelecer os preços interessado e preservada a ampla defesa e o
pela utilização de seus repertórios, direito ao contraditório, o Ministério da
considerando a razoabilidade, a boa-fé e os Cultura poderá, no caso de inconsistência nas
usos do local de utilização das informações mencionadas no § 6º deste
obras. (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013) artigo, determinar sua retificação e demais
medidas necessárias à sua regularização,
§ 4º A cobrança será sempre conforme disposto em
proporcional ao grau de utilização das obras regulamento. (Incluído pela Lei
e fonogramas pelos usuários, considerando a nº 12.853, de 2013)
importância da execução pública no exercício
de suas atividades, e as particularidades de § 9º As associações deverão
cada segmento, conforme disposto no disponibilizar sistema de informação para
regulamento desta Lei. (Incluído comunicação periódica, pelo usuário, da
pela Lei nº 12.853, de 2013) totalidade das obras e fonogramas utilizados,
bem como para acompanhamento, pelos
§ 5º As associações deverão tratar seus titulares de direitos, dos valores arrecadados
associados de forma equitativa, sendo e distribuídos. (Incluído pela
vedado o tratamento Lei nº 12.853, de 2013)
desigual. (Incluído pela Lei nº
12.853, de 2013) § 10. Os créditos e valores não
identificados deverão permanecer retidos e à
§ 6º As associações deverão manter um disposição dos titulares pelo período de 5
cadastro centralizado de todos os contratos, (cinco) anos, devendo ser distribuídos à
declarações ou documentos de qualquer medida da sua
natureza que comprovem a autoria e a identificação. (Incluído pela Lei nº
titularidade das obras e dos fonogramas, bem 12.853, de 2013)
como as participações individuais em cada
obra e em cada fonograma, prevenindo o § 11. Findo o período de 5 (cinco) anos
falseamento de dados e fraudes e previsto no § 10 sem que tenha ocorrido a
promovendo a desambiguação de títulos identificação dos créditos e valores retidos,
similares de obras. (Incluído pela estes serão distribuídos aos titulares de
Lei nº 12.853, de 2013) direitos de autor e de direitos conexos dentro
da mesma rubrica em que foram arrecadados
§ 7º As informações mencionadas no § 6º e na proporção de suas respectivas
são de interesse público e o acesso a elas arrecadações durante o período da retenção

59
daqueles créditos e valores, sendo vedada a forma coletiva. (Incluído pela
sua destinação para outro Lei nº 12.853, de 2013)
fim. (Incluído pela Lei nº 12.853, de
2013) Art. 98-A. O exercício da atividade de
cobrança de que trata o art. 98 dependerá de
§ 12. A taxa de administração praticada habilitação prévia em órgão da Administração
pelas associações no exercício da cobrança e Pública Federal, conforme disposto em
distribuição de direitos autorais deverá ser regulamento, cujo processo administrativo
proporcional ao custo efetivo de suas observará: (Incluído pela Lei
operações, considerando as peculiaridades nº 12.853, de 2013)
de cada uma delas. (Incluído
pela Lei nº 12.853, de 2013) I - o cumprimento, pelos estatutos da
entidade solicitante, dos requisitos
§ 13. Os dirigentes das associações estabelecidos na legislação para sua
serão eleitos para mandato de 3 (três) anos, constituição; (Incluído pela Lei nº
permitida uma única recondução precedida 12.853, de 2013)
de nova eleição. (Incluído pela
Lei nº 12.853, de 2013) II - a demonstração de que a entidade
solicitante reúne as condições necessárias
§ 14. Os dirigentes das associações para assegurar uma administração eficaz e
atuarão diretamente em sua gestão, por meio transparente dos direitos a ela confiados e
de voto pessoal, sendo vedado que atuem significativa representatividade de obras e
representados por titulares cadastrados, mediante comprovação
terceiros. (Incluído pela Lei nº dos seguintes documentos e
12.853, de 2013) informações: (Incluído pela Lei nº
12.853, de 2013)
§ 15. Os titulares de direitos autorais
poderão praticar pessoalmente os atos a) cadastros das obras e titulares que
referidos no caput e no § 3o deste artigo, representam; (Incluído pela Lei
mediante comunicação à associação a que nº 12.853, de 2013)
estiverem filiados, com até 48 (quarenta e
oito) horas de antecedência da sua b) contratos e convênios mantidos com
prática. (Incluído pela Lei nº usuários de obras de seus repertórios,
12.853, de 2013) quando aplicável; (Incluído
pela Lei nº 12.853, de 2013)
§ 16. As associações, por decisão do seu
órgão máximo de deliberação e conforme c) estatutos e respectivas
previsto em seus estatutos, poderão destinar alterações; (Incluído pela Lei nº
até 20% (vinte por cento) da totalidade ou de 12.853, de 2013)
parte dos recursos oriundos de suas
atividades para ações de natureza cultural e d) atas das assembleias ordinárias ou
social que beneficiem seus associados de extraordinárias; (Incluído pela Lei
nº 12.853, de 2013)

60
e) acordos de representação recíproca III - outras informações estipuladas em
com entidades congêneres estrangeiras, regulamento por órgão da Administração
quando existentes; (Incluído pela Pública Federal, como as que demonstrem o
Lei nº 12.853, de 2013) cumprimento das obrigações internacionais
contratuais da entidade solicitante que
f) relatório anual de suas atividades, possam ensejar questionamento ao Estado
quando aplicável; (Incluído pela Brasileiro no âmbito dos acordos
Lei nº 12.853, de 2013) internacionais dos quais é
parte. (Incluído pela Lei nº
g) demonstrações contábeis anuais, 12.853, de 2013)
quando aplicável; (Incluído pela
Lei nº 12.853, de 2013) § 1º Os documentos e informações a que
se referem os incisos II e III do caput deste
h) demonstração de que as taxas de artigo deverão ser apresentados anualmente
administração são proporcionais aos custos ao Ministério da
de cobrança e distribuição para cada tipo de Cultura. (Incluído pela Lei nº
utilização, quando 12.853, de 2013)
aplicável; (Incluído pela Lei nº
12.853, de 2013) § 2º A habilitação de que trata o § 1º do
art. 98 é um ato de qualificação vinculado ao
i) relatório anual de auditoria externa de cumprimento dos requisitos instituídos por
suas contas, desde que a entidade funcione esta Lei e por seu regulamento e não
há mais de 1 (um) ano e que a auditoria seja precisará ser renovada periodicamente, mas
demandada pela maioria de seus associados poderá ser anulada mediante decisão
ou por sindicato ou associação profissional, proferida em processo administrativo ou
nos termos do art. 100; (Incluído judicial, quando verificado que a associação
pela Lei nº 12.853, de 2013) não atende ao disposto nesta Lei,
assegurados sempre o contraditório e ampla
j) detalhamento do modelo de
defesa, bem como a comunicação do fato ao
governança da associação, incluindo estrutura
Ministério Público. (Incluído pela
de representação isonômica dos
Lei nº 12.853, de 2013)
associados; (Incluído pela Lei nº
12.853, de 2013) § 3º A anulação da habilitação a que se
refere o § 1º do art. 98 levará em
k) plano de cargos e salários, incluindo
consideração a gravidade e a relevância das
valor das remunerações dos dirigentes,
irregularidades identificadas, a boa-fé do
gratificações, bonificações e outras
infrator e a reincidência nas irregularidades,
modalidades de remuneração e premiação,
conforme disposto em regulamento, e
com valores
somente se efetivará após a aplicação de
atualizados; (Incluído pela Lei nº
advertência, quando se concederá prazo
12.853, de 2013)
razoável para atendimento das exigências
apontadas pela autoridade

61
competente. (Incluído pela Lei nº 12.853, de Art. 98-B. As associações de gestão
2013) coletiva de direitos autorais, no desempenho
de suas funções,
§ 4º A ausência de uma associação que deverão: (Incluído pela Lei nº
seja mandatária de determinada categoria de 12.853, de 2013)
titulares em função da aplicação do § 2º deste
artigo não isenta os usuários das obrigações I - dar publicidade e transparência, por
previstas no art. 68, que deverão ser quitadas meio de sítios eletrônicos próprios, às formas
em relação ao período compreendido entre o de cálculo e critérios de cobrança,
indeferimento do pedido de habilitação, a discriminando, dentre outras informações, o
anulação ou o cancelamento da habilitação e tipo de usuário, tempo e lugar de utilização,
a obtenção de nova habilitação ou bem como os critérios de distribuição dos
constituição de entidade sucessora nos valores dos direitos autorais arrecadados,
termos deste artigo, ficando a entidade incluídas as planilhas e demais registros de
sucessora responsável pela fixação dos utilização das obras e fonogramas fornecidas
valores dos direitos autorais ou conexos em pelos usuários, excetuando os valores
relação ao período compreendido entre o distribuídos aos titulares
indeferimento do pedido de habilitação ou individualmente; (Incluído pela
sua anulação e a obtenção de nova Lei nº 12.853, de 2013)
habilitação pela entidade
sucessora. (Incluído pela Lei nº II - dar publicidade e transparência, por
12.853, de 2013) meio de sítios eletrônicos próprios, aos
estatutos, aos regulamentos de arrecadação
§ 5º A associação cuja habilitação, nos e distribuição, às atas de suas reuniões
termos deste artigo, seja anulada, inexistente deliberativas e aos cadastros das obras e
ou pendente de apreciação pela autoridade titulares que representam, bem como ao
competente, ou apresente qualquer outra montante arrecadado e distribuído e aos
forma de irregularidade, não poderá utilizar créditos eventualmente arrecadados e não
tais fatos como impedimento para distribuídos, sua origem e o motivo da sua
distribuição de eventuais valores já retenção; (Incluído pela Lei nº
arrecadados, sob pena de responsabilização 12.853, de 2013)
direta de seus dirigentes nos termos do art.
100-A, sem prejuízo das sanções penais III - buscar eficiência operacional, dentre
cabíveis. (Incluído pela Lei nº outros meios, pela redução de seus custos
12.853, de 2013) administrativos e dos prazos de distribuição
dos valores aos titulares de direitos; (Incluído
§ 6º As associações de gestão coletiva pela Lei nº 12.853, de 2013)
de direitos autorais deverão manter
atualizados e disponíveis aos associados os IV - oferecer aos titulares de direitos os
documentos e as informações previstos nos meios técnicos para que possam acessar o
incisos II e III deste balanço dos seus créditos da forma mais
artigo. (Incluído pela Lei nº eficiente dentro do estado da
12.853, de 2013) técnica; (Incluído pela Lei nº 12.853, de 2013)

62
V - aperfeiçoar seus sistemas para que, após sua apreciação, poderá determinar
apuração cada vez mais acurada das a prestação de contas pela associação, na
execuções públicas realizadas e publicar forma do
anualmente seus métodos de verificação, regulamento. (Incluído pela
amostragem e aferição; (Incluído pela Lei nº Lei nº 12.853, de 2013)
12.853, de 2013)
Art. 99. As associações manterão um
VI - garantir aos associados o acesso às único escritório central para a arrecadação e
informações referentes às obras sobre as distribuição, em comum, dos direitos relativos
quais sejam titulares de direitos e às à execução pública das obras musicais e
execuções aferidas para cada uma delas, lítero-musicais e de fonogramas, inclusive por
abstendo-se de firmar contratos, convênios meio da radiodifusão e transmissão por
ou pactos com cláusula de qualquer modalidade, e da exibição de obras
confidencialidade; (Incluído audiovisuais.
pela Lei nº 12.853, de 2013) § 1º O escritório central organizado na
forma prevista neste artigo não terá
VII - garantir ao usuário o acesso às finalidade de lucro e será dirigido e
informações referentes às utilizações por ele administrado pelas associações que o
realizadas. (Incluído pela Lei nº integrem.
12.853, de 2013) § 2º O escritório central e as associações
a que se refere este Título atuarão em juízo e
Parágrafo único. As informações fora dele em seus próprios nomes como
contidas nos incisos I e II devem ser substitutos processuais dos titulares a eles
atualizadas periodicamente, em intervalo vinculados.
nunca superior a 6 (seis) § 3º O recolhimento de quaisquer
meses. (Incluído pela Lei nº valores pelo escritório central somente se fará
12.853, de 2013) por depósito bancário.
§ 4º O escritório central poderá manter
Art. 98-C. As associações de gestão
fiscais, aos quais é vedado receber do
coletiva de direitos autorais deverão prestar
empresário numerário a qualquer título.
contas dos valores devidos, em caráter
§ 5º A inobservância da norma do
regular e de modo direto, aos seus
parágrafo anterior tornará o faltoso
associados. (Incluído pela Lei
inabilitado à função de fiscal, sem prejuízo
nº 12.853, de 2013)
das sanções civis e penais cabíveis.
§ 1º O direito à prestação de contas
Art. 99. A arrecadação e distribuição dos
poderá ser exercido diretamente pelo
direitos relativos à execução pública de obras
associado. (Incluído pela Lei nº
musicais e literomusicais e de fonogramas
12.853, de 2013)
será feita por meio das associações de gestão
coletiva criadas para este fim por seus
§ 2º Se as contas não forem prestadas na
titulares, as quais deverão unificar a cobrança
forma do § 1º, o pedido do associado poderá
em um único escritório central para
ser encaminhado ao Ministério da Cultura
arrecadação e distribuição, que funcionará

63
como ente arrecadador com personalidade título. (Redação dada pela Lei
jurídica própria e observará os §§ 1º a 12 do nº 12.853, de 2013)
art. 98 e os arts. 98-A, 98-B, 98-C, 99-B, 100,
100-A e 100-B. (Redação dada § 6º A inobservância da norma do § 5o
pela Lei nº 12.853, de 2013) tornará o faltoso inabilitado à função de fiscal,
sem prejuízo da comunicação do fato ao
§ 1º O ente arrecadador organizado na Ministério Público e da aplicação das sanções
forma prevista no caput não terá finalidade de civis e penais cabíveis. (Incluído
lucro e será dirigido e administrado por meio pela Lei nº 12.853, de 2013)
do voto unitário de cada associação que o
integra. (Redação dada pela Lei § 7º Cabe ao ente arrecadador e às
nº 12.853, de 2013) associações de gestão coletiva zelar pela
continuidade da arrecadação e, no caso de
§ 2º O ente arrecadador e as associações perda da habilitação por alguma associação,
a que se refere este Título atuarão em juízo e cabe a ela cooperar para que a transição
fora dele em seus próprios nomes como entre associações seja realizada sem qualquer
substitutos processuais dos titulares a eles prejuízo aos titulares, transferindo-se todas as
vinculados. (Redação dada pela informações necessárias ao processo de
Lei nº 12.853, de 2013) arrecadação e distribuição de
direitos. (Incluído pela Lei nº
§ 3º O recolhimento de quaisquer 12.853, de 2013)
valores pelo ente arrecadador somente se
fará por depósito § 8º Sem prejuízo do disposto no § 3º do
bancário. (Redação dada pela art. 98, as associações devem estabelecer e
Lei nº 12.853, de 2013) unificar o preço de seus repertórios junto ao
ente arrecadador para a sua cobrança,
§ 4º A parcela destinada à distribuição atuando este como mandatário das
aos autores e demais titulares de direitos não associações que o
poderá, em um ano da data de publicação integram. (Incluído pela Lei nº
desta Lei, ser inferior a 77,5% (setenta e sete 12.853, de 2013)
inteiros e cinco décimos por cento) dos
valores arrecadados, aumentando-se tal § 9º O ente arrecadador cobrará do
parcela à razão de 2,5% a.a. (dois inteiros e usuário de forma unificada, e se encarregará
cinco décimos por cento ao ano), até que, em da devida distribuição da arrecadação às
4 (quatro) anos da data de publicação desta associações, observado o disposto nesta Lei,
Lei, ela não seja inferior a 85% (oitenta e cinco especialmente os critérios estabelecidos nos
por cento) dos valores §§ 3º e 4º do art. 98. (Incluído pela
arrecadados. (Redação dada Lei nº 12.853, de 2013)
pela Lei nº 12.853, de 2013)
Art. 99-A. O ente arrecadador de que
§ 5º O ente arrecadador poderá manter trata o caput do art. 99 deverá admitir em
fiscais, aos quais é vedado receber do usuário seus quadros, além das associações que o
numerário a qualquer constituíram, as associações de titulares de

64
direitos autorais que tenham pertinência com quanto ao inadimplemento das obrigações
sua área de atuação e estejam habilitadas em para com os associados, por dolo ou
órgão da Administração Pública Federal na culpa. (Incluído pela Lei nº
forma do art. 98-A. (Incluído pela 12.853, de 2013)
Lei nº 12.853, de 2013)
Art. 100-B. Os litígios entre usuários e
Parágrafo único. As deliberações quanto titulares de direitos autorais ou seus
aos critérios de distribuição dos recursos mandatários, em relação à falta de
arrecadados serão tomadas por meio do voto pagamento, aos critérios de cobrança, às
unitário de cada associação que integre o formas de oferecimento de repertório e aos
ente arrecadador. (Incluído pela valores de arrecadação, e entre titulares e
Lei nº 12.853, de 2013) suas associações, em relação aos valores e
critérios de distribuição, poderão ser objeto
Art. 99-B. As associações referidas neste da atuação de órgão da Administração
Título estão sujeitas às regras concorrenciais Pública Federal para a resolução de conflitos
definidas em legislação específica que trate por meio de mediação ou arbitragem, na
da prevenção e repressão às infrações contra forma do regulamento, sem prejuízo da
a ordem econômica. (Incluído apreciação pelo Poder Judiciário e pelos
pela Lei nº 12.853, de 2013) órgãos do Sistema Brasileiro de Defesa da
Concorrência, quando
Art. 100. O sindicato ou associação cabível. (Incluído pela Lei nº
profissional que congregue não menos de um 12.853, de 2013)
terço dos filiados de uma associação autoral
poderá, uma vez por ano, após notificação, Título VII
com oito dias de antecedência, fiscalizar, por Das Sanções às Violações dos Direitos
intermédio de auditor, a exatidão das contas Autorais
prestadas a seus representados. Capítulo I
Disposição Preliminar
Art. 100. O sindicato ou associação
profissional que congregue filiados de uma Art. 101. As sanções civis de que trata
associação de gestão coletiva de direitos este Capítulo aplicam-se sem prejuízo das
autorais poderá, 1 (uma) vez por ano, às suas penas cabíveis.
expensas, após notificação, com 8 (oito) dias Capítulo II
de antecedência, fiscalizar, por intermédio de Das Sanções Civis
auditor independente, a exatidão das contas
prestadas por essa associação autoral a seus Art. 102. O titular cuja obra seja
representados. (Redação dada fraudulentamente reproduzida, divulgada ou
pela Lei nº 12.853, de 2013) de qualquer forma utilizada, poderá requerer
a apreensão dos exemplares reproduzidos ou
Art. 100-A. Os dirigentes das a suspensão da divulgação, sem prejuízo da
associações de gestão coletiva de direitos indenização cabível.
autorais respondem solidariamente, com seus
bens particulares, por desvio de finalidade ou

65
Art. 103. Quem editar obra literária, exemplares ilícitos, bem como as matrizes,
artística ou científica, sem autorização do moldes, negativos e demais elementos
titular, perderá para este os exemplares que utilizados para praticar o ilícito civil, assim
se apreenderem e pagar-lhe-á o preço dos como a perda de máquinas, equipamentos e
que tiver vendido. insumos destinados a tal fim ou, servindo eles
Parágrafo único. Não se conhecendo o unicamente para o fim ilícito, sua destruição.
número de exemplares que constituem a
edição fraudulenta, pagará o transgressor o Art. 107. Independentemente da perda
valor de três mil exemplares, além dos dos equipamentos utilizados, responderá por
apreendidos. perdas e danos, nunca inferiores ao valor que
resultaria da aplicação do disposto no art. 103
Art. 104. Quem vender, expuser a venda, e seu parágrafo único, quem:
ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depósito I - alterar, suprimir, modificar ou
ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos inutilizar, de qualquer maneira, dispositivos
com fraude, com a finalidade de vender, técnicos introduzidos nos exemplares das
obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto obras e produções protegidas para evitar ou
ou indireto, para si ou para outrem, será restringir sua cópia;
solidariamente responsável com o II - alterar, suprimir ou inutilizar, de
contrafator, nos termos dos artigos qualquer maneira, os sinais codificados
precedentes, respondendo como destinados a restringir a comunicação ao
contrafatores o importador e o distribuidor público de obras, produções ou emissões
em caso de reprodução no exterior. protegidas ou a evitar a sua cópia;
III - suprimir ou alterar, sem autorização,
Art. 105. A transmissão e a qualquer informação sobre a gestão de
retransmissão, por qualquer meio ou direitos;
processo, e a comunicação ao público de IV - distribuir, importar para distribuição,
obras artísticas, literárias e científicas, de emitir, comunicar ou puser à disposição do
interpretações e de fonogramas, realizadas público, sem autorização, obras,
mediante violação aos direitos de seus interpretações ou execuções, exemplares de
titulares, deverão ser imediatamente interpretações fixadas em fonogramas e
suspensas ou interrompidas pela autoridade emissões, sabendo que a informação sobre a
judicial competente, sem prejuízo da multa gestão de direitos, sinais codificados e
diária pelo descumprimento e das demais dispositivos técnicos foram suprimidos ou
indenizações cabíveis, independentemente alterados sem autorização.
das sanções penais aplicáveis; caso se
comprove que o infrator é reincidente na Art. 108. Quem, na utilização, por
violação aos direitos dos titulares de direitos qualquer modalidade, de obra intelectual,
de autor e conexos, o valor da multa poderá deixar de indicar ou de anunciar, como tal, o
ser aumentado até o dobro. nome, pseudônimo ou sinal convencional do
autor e do intérprete, além de responder por
Art. 106. A sentença condenatória danos morais, está obrigado a divulgar-lhes a
poderá determinar a destruição de todos os identidade da seguinte forma:

66
I - tratando-se de empresa de realizados nos locais ou estabelecimentos a
radiodifusão, no mesmo horário em que tiver que alude o art. 68, seus proprietários,
ocorrido a infração, por três dias diretores, gerentes, empresários e
consecutivos; arrendatários respondem solidariamente com
II - tratando-se de publicação gráfica ou os organizadores dos espetáculos.
fonográfica, mediante inclusão de errata nos
exemplares ainda não distribuídos, sem Capítulo III
prejuízo de comunicação, com destaque, por Da Prescrição da Ação
três vezes consecutivas em jornal de grande
circulação, dos domicílios do autor, do Art. 111. (VETADO)
intérprete e do editor ou produtor; Título VIII
III - tratando-se de outra forma de Disposições Finais e Transitórias
utilização, por intermédio da imprensa, na
forma a que se refere o inciso anterior. Art. 112. Se uma obra, em conseqüência
de ter expirado o prazo de proteção que lhe
Art. 109. A execução pública feita em era anteriormente reconhecido pelo § 2º do
desacordo com os arts. 68, 97, 98 e 99 desta art. 42 da Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de
Lei sujeitará os responsáveis a multa de vinte 1973, caiu no domínio público, não terá o
vezes o valor que deveria ser originariamente prazo de proteção dos direitos patrimoniais
pago. ampliado por força do art. 41 desta Lei.

Art. 109-A. A falta de prestação ou a Art. 113. Os fonogramas, os livros e as


prestação de informações falsas no obras audiovisuais sujeitar-se-ão a selos ou
cumprimento do disposto no § 6º do art. 68 e sinais de identificação sob a responsabilidade
no § 9º do art. 98 sujeitará os responsáveis, do produtor, distribuidor ou importador, sem
por determinação da autoridade competente ônus para o consumidor, com o fim de atestar
e nos termos do regulamento desta Lei, a o cumprimento das normas legais vigentes,
multa de 10 (dez) a 30% (trinta por cento) do conforme dispuser o
valor que deveria ser originariamente pago, regulamento. (Regulamento)
sem prejuízo das perdas e (Regulamento)
danos. (Incluído pela Lei nº
12.853, de 2013) Art. 114. Esta Lei entra em vigor cento e
vinte dias após sua publicação.
Parágrafo único. Aplicam-se as regras da
legislação civil quanto ao inadimplemento das Art. 115. Ficam revogados os arts. 649 a
obrigações no caso de descumprimento, 673 e 1.346 a 1.362 do Código Civil e as Leis
pelos usuários, dos seus deveres legais e nºs 4.944, de 6 de abril de 1966; 5.988, de 14
contratuais junto às associações referidas de dezembro de 1973, excetuando-se o art.
neste Título. (Incluído pela Lei 17 e seus §§ 1º e 2º; 6.800, de 25 de junho de
nº 12.853, de 2013) 1980; 7.123, de 12 de setembro de
1983; 9.045, de 18 de maio de 1995, e demais
Art. 110. Pela violação de direitos
disposições em contrário, mantidos em vigor
autorais nos espetáculos e audições públicas,

67
as Leis nºs 6.533, de 24 de maio de II - as autarquias, as fundações públicas,
1978 e 6.615, de 16 de dezembro de 1978. as empresas públicas, as sociedades de
economia mista e demais entidades
Brasília, 19 de fevereiro de 1998; 177º da controladas direta ou indiretamente pela
Independência e 110º da República. União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 2º Aplicam-se as disposições desta


LEI Nº 12.527, DE 18 DE Lei, no que couber, às entidades privadas sem
NOVEMBRO DE 2011 – Lei de fins lucrativos que recebam, para realização
Acesso à Informação de ações de interesse público, recursos
públicos diretamente do orçamento ou
Regula o acesso a informações previsto mediante subvenções sociais, contrato de
no inciso XXXIII do art. 5º , no inciso II do § 3º gestão, termo de parceria, convênios, acordo,
do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição ajustes ou outros instrumentos congêneres.
Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de
dezembro de 1990; revoga a Lei nº 11.111, de Parágrafo único. A publicidade a que
5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº estão submetidas as entidades citadas
8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras no caput refere-se à parcela dos recursos
providências. públicos recebidos e à sua destinação, sem
prejuízo das prestações de contas a que
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço estejam legalmente obrigadas.
saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei: Art. 3º Os procedimentos previstos
nesta Lei destinam-se a assegurar o direito
CAPÍTULO I fundamental de acesso à informação e devem
ser executados em conformidade com os
DISPOSIÇÕES GERAIS princípios básicos da administração pública e
com as seguintes diretrizes:
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os
procedimentos a serem observados pela I - observância da publicidade como
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, preceito geral e do sigilo como exceção;
com o fim de garantir o acesso a informações
previsto no inciso XXXIII do art. 5º , no inciso II - divulgação de informações de
II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da interesse público, independentemente de
Constituição Federal. solicitações;

Parágrafo único. Subordinam-se ao III - utilização de meios de comunicação


regime desta Lei: viabilizados pela tecnologia da informação;

I - os órgãos públicos integrantes da IV - fomento ao desenvolvimento da


administração direta dos Poderes Executivo, cultura de transparência na administração
Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e pública;
Judiciário e do Ministério Público;

68
V - desenvolvimento do controle social VIII - integridade: qualidade da
da administração pública. informação não modificada, inclusive quanto
à origem, trânsito e destino;
Art. 4º Para os efeitos desta Lei,
considera-se: IX - primariedade: qualidade da
informação coletada na fonte, com o máximo
I - informação: dados, processados ou de detalhamento possível, sem modificações.
não, que podem ser utilizados para produção
e transmissão de conhecimento, contidos em Art. 5º É dever do Estado garantir o
qualquer meio, suporte ou formato; direito de acesso à informação, que será
franqueada, mediante procedimentos
II - documento: unidade de registro de objetivos e ágeis, de forma transparente,
informações, qualquer que seja o suporte ou clara e em linguagem de fácil compreensão.
formato;
CAPÍTULO II
III - informação sigilosa: aquela
submetida temporariamente à restrição de DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA
acesso público em razão de sua SUA DIVULGAÇÃO
imprescindibilidade para a segurança da
sociedade e do Estado; Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do
poder público, observadas as normas e
IV - informação pessoal: aquela procedimentos específicos aplicáveis,
relacionada à pessoa natural identificada ou assegurar a:
identificável;
I - gestão transparente da informação,
V - tratamento da informação: conjunto propiciando amplo acesso a ela e sua
de ações referentes à produção, recepção, divulgação;
classificação, utilização, acesso, reprodução,
transporte, transmissão, distribuição, II - proteção da informação, garantindo-
arquivamento, armazenamento, eliminação, se sua disponibilidade, autenticidade e
avaliação, destinação ou controle da integridade; e
informação;
III - proteção da informação sigilosa e da
VI - disponibilidade: qualidade da informação pessoal, observada a sua
informação que pode ser conhecida e disponibilidade, autenticidade, integridade e
utilizada por indivíduos, equipamentos ou eventual restrição de acesso.
sistemas autorizados;
Art. 7º O acesso à informação de que
VII - autenticidade: qualidade da trata esta Lei compreende, entre outros, os
informação que tenha sido produzida, direitos de obter:
expedida, recebida ou modificada por
determinado indivíduo, equipamento ou I - orientação sobre os procedimentos
sistema; para a consecução de acesso, bem como

69
sobre o local onde poderá ser encontrada ou cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
obtida a informação almejada; sociedade e do Estado.

II - informação contida em registros ou § 2º Quando não for autorizado acesso


documentos, produzidos ou acumulados por integral à informação por ser ela parcialmente
seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não sigilosa, é assegurado o acesso à parte não
a arquivos públicos; sigilosa por meio de certidão, extrato ou
cópia com ocultação da parte sob sigilo.
III - informação produzida ou custodiada
por pessoa física ou entidade privada § 3º O direito de acesso aos
decorrente de qualquer vínculo com seus documentos ou às informações neles contidas
órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo utilizados como fundamento da tomada de
já tenha cessado; decisão e do ato administrativo será
assegurado com a edição do ato decisório
IV - informação primária, íntegra, respectivo.
autêntica e atualizada;
§ 4º A negativa de acesso às
V - informação sobre atividades informações objeto de pedido formulado aos
exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive órgãos e entidades referidas no art. 1º ,
as relativas à sua política, organização e quando não fundamentada, sujeitará o
serviços; responsável a medidas disciplinares, nos
termos do art. 32 desta Lei.
VI - informação pertinente à
administração do patrimônio público, § 5º Informado do extravio da
utilização de recursos públicos, licitação, informação solicitada, poderá o interessado
contratos administrativos; e requerer à autoridade competente a imediata
abertura de sindicância para apurar o
VII - informação relativa: desaparecimento da respectiva
documentação.
a) à implementação, acompanhamento
e resultados dos programas, projetos e ações § 6º Verificada a hipótese prevista no §
dos órgãos e entidades públicas, bem como 5º deste artigo, o responsável pela guarda da
metas e indicadores propostos; informação extraviada deverá, no prazo de 10
(dez) dias, justificar o fato e indicar
b) ao resultado de inspeções, auditorias,
testemunhas que comprovem sua alegação.
prestações e tomadas de contas realizadas
pelos órgãos de controle interno e externo, Art. 8º É dever dos órgãos e entidades
incluindo prestações de contas relativas a públicas promover, independentemente de
exercícios anteriores. requerimentos, a divulgação em local de fácil
acesso, no âmbito de suas competências, de
§ 1º O acesso à informação previsto
informações de interesse coletivo ou geral
no caput não compreende as informações
por eles produzidas ou custodiadas.
referentes a projetos de pesquisa e
desenvolvimento científicos ou tecnológicos

70
§ 1º Na divulgação das informações a II - possibilitar a gravação de relatórios
que se refere o caput, deverão constar, no em diversos formatos eletrônicos, inclusive
mínimo: abertos e não proprietários, tais como
planilhas e texto, de modo a facilitar a análise
I - registro das competências e estrutura das informações;
organizacional, endereços e telefones das
respectivas unidades e horários de III - possibilitar o acesso automatizado
atendimento ao público; por sistemas externos em formatos abertos,
estruturados e legíveis por máquina;
II - registros de quaisquer repasses ou
transferências de recursos financeiros; IV - divulgar em detalhes os formatos
utilizados para estruturação da informação;
III - registros das despesas;
V - garantir a autenticidade e a
IV - informações concernentes a integridade das informações disponíveis para
procedimentos licitatórios, inclusive os acesso;
respectivos editais e resultados, bem como a
todos os contratos celebrados; VI - manter atualizadas as informações
disponíveis para acesso;
V - dados gerais para o
acompanhamento de programas, ações, VII - indicar local e instruções que
projetos e obras de órgãos e entidades; e permitam ao interessado comunicar-se, por
via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou
VI - respostas a perguntas mais entidade detentora do sítio; e
frequentes da sociedade.
VIII - adotar as medidas necessárias para
§ 2º Para cumprimento do disposto garantir a acessibilidade de conteúdo para
no caput, os órgãos e entidades públicas pessoas com deficiência, nos termos do art.
deverão utilizar todos os meios e 17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de
instrumentos legítimos de que dispuserem, 2000, e do art. 9º da Convenção sobre os
sendo obrigatória a divulgação em sítios Direitos das Pessoas com Deficiência,
oficiais da rede mundial de computadores aprovada pelo Decreto Legislativo nº 186, de
(internet). 9 de julho de 2008.

§ 3º Os sítios de que trata o § 2º § 4º Os Municípios com população de


deverão, na forma de regulamento, atender, até 10.000 (dez mil) habitantes ficam
entre outros, aos seguintes requisitos: dispensados da divulgação obrigatória na
internet a que se refere o § 2º , mantida a
I - conter ferramenta de pesquisa de obrigatoriedade de divulgação, em tempo
conteúdo que permita o acesso à informação real, de informações relativas à execução
de forma objetiva, transparente, clara e em orçamentária e financeira, nos critérios e
linguagem de fácil compreensão; prazos previstos no art. 73-B da Lei

71
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 requerente não pode conter exigências que
(Lei de Responsabilidade Fiscal). inviabilizem a solicitação.

Art. 9º O acesso a informações públicas § 2º Os órgãos e entidades do poder


será assegurado mediante: público devem viabilizar alternativa de
encaminhamento de pedidos de acesso por
I - criação de serviço de informações ao meio de seus sítios oficiais na internet.
cidadão, nos órgãos e entidades do poder
público, em local com condições apropriadas § 3º São vedadas quaisquer exigências
para: relativas aos motivos determinantes da
solicitação de informações de interesse
a) atender e orientar o público quanto público.
ao acesso a informações;
Art. 11. O órgão ou entidade pública
b) informar sobre a tramitação de deverá autorizar ou conceder o acesso
documentos nas suas respectivas unidades; imediato à informação disponível.

c) protocolizar documentos e § 1º Não sendo possível conceder o


requerimentos de acesso a informações; e acesso imediato, na forma disposta
no caput, o órgão ou entidade que receber o
II - realização de audiências ou consultas pedido deverá, em prazo não superior a 20
públicas, incentivo à participação popular ou (vinte) dias:
a outras formas de divulgação.
I - comunicar a data, local e modo para
CAPÍTULO III se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou
obter a certidão;
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À
INFORMAÇÃO II - indicar as razões de fato ou de direito
da recusa, total ou parcial, do acesso
Seção I
pretendido; ou
Do Pedido de Acesso
III - comunicar que não possui a
informação, indicar, se for do seu
Art. 10. Qualquer interessado poderá
conhecimento, o órgão ou a entidade que a
apresentar pedido de acesso a informações
detém, ou, ainda, remeter o requerimento a
aos órgãos e entidades referidos no art. 1º
esse órgão ou entidade, cientificando o
desta Lei, por qualquer meio legítimo,
interessado da remessa de seu pedido de
devendo o pedido conter a identificação do
informação.
requerente e a especificação da informação
requerida.
§ 2º O prazo referido no § 1º poderá ser
prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante
§ 1º Para o acesso a informações de
justificativa expressa, da qual será cientificado
interesse público, a identificação do
o requerente.

72
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da Parágrafo único. Estará isento de
proteção das informações e do cumprimento ressarcir os custos previstos no caput todo
da legislação aplicável, o órgão ou entidade aquele cuja situação econômica não lhe
poderá oferecer meios para que o próprio permita fazê-lo sem prejuízo do sustento
requerente possa pesquisar a informação de próprio ou da família, declarada nos termos
que necessitar. da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983.

§ 4º Quando não for autorizado o acesso Art. 13. Quando se tratar de acesso à
por se tratar de informação total ou informação contida em documento cuja
parcialmente sigilosa, o requerente deverá manipulação possa prejudicar sua
ser informado sobre a possibilidade de integridade, deverá ser oferecida a consulta
recurso, prazos e condições para sua de cópia, com certificação de que esta
interposição, devendo, ainda, ser-lhe confere com o original.
indicada a autoridade competente para sua
apreciação. Parágrafo único. Na impossibilidade de
obtenção de cópias, o interessado poderá
§ 5º A informação armazenada em solicitar que, a suas expensas e sob
formato digital será fornecida nesse formato, supervisão de servidor público, a reprodução
caso haja anuência do requerente. seja feita por outro meio que não ponha em
risco a conservação do documento original.
§ 6º Caso a informação solicitada esteja
disponível ao público em formato impresso, Art. 14. É direito do requerente obter o
eletrônico ou em qualquer outro meio de inteiro teor de decisão de negativa de acesso,
acesso universal, serão informados ao por certidão ou cópia.
requerente, por escrito, o lugar e a forma pela
qual se poderá consultar, obter ou reproduzir Seção II
a referida informação, procedimento esse
que desonerará o órgão ou entidade pública Dos Recursos
da obrigação de seu fornecimento direto,
Art. 15. No caso de indeferimento de
salvo se o requerente declarar não dispor de
acesso a informações ou às razões da
meios para realizar por si mesmo tais
negativa do acesso, poderá o interessado
procedimentos.
interpor recurso contra a decisão no prazo de
Art. 12. O serviço de busca e 10 (dez) dias a contar da sua ciência.
fornecimento da informação é gratuito, salvo
Parágrafo único. O recurso será dirigido
nas hipóteses de reprodução de documentos
à autoridade hierarquicamente superior à que
pelo órgão ou entidade pública consultada,
exarou a decisão impugnada, que deverá se
situação em que poderá ser cobrado
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
exclusivamente o valor necessário ao
ressarcimento do custo dos serviços e dos
Art. 16. Negado o acesso a informação
materiais utilizados.
pelos órgãos ou entidades do Poder
Executivo Federal, o requerente poderá

73
recorrer à Controladoria-Geral da União, que protocolado em órgão da administração
deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: pública federal, poderá o requerente recorrer
ao Ministro de Estado da área, sem prejuízo
I - o acesso à informação não classificada das competências da Comissão Mista de
como sigilosa for negado; Reavaliação de Informações, previstas no art.
35, e do disposto no art. 16.
II - a decisão de negativa de acesso à
informação total ou parcialmente classificada § 1º O recurso previsto neste artigo
como sigilosa não indicar a autoridade somente poderá ser dirigido às autoridades
classificadora ou a hierarquicamente superior mencionadas depois de submetido à
a quem possa ser dirigido pedido de acesso apreciação de pelo menos uma autoridade
ou desclassificação; hierarquicamente superior à autoridade que
exarou a decisão impugnada e, no caso das
III - os procedimentos de classificação de Forças Armadas, ao respectivo Comando.
informação sigilosa estabelecidos nesta Lei
não tiverem sido observados; e § 2º Indeferido o recurso previsto
no caput que tenha como objeto a
IV - estiverem sendo descumpridos desclassificação de informação secreta ou
prazos ou outros procedimentos previstos ultrassecreta, caberá recurso à Comissão
nesta Lei. Mista de Reavaliação de Informações prevista
no art. 35.
§ 1º O recurso previsto neste artigo
somente poderá ser dirigido à Controladoria- Art. 18. Os procedimentos de revisão de
Geral da União depois de submetido à decisões denegatórias proferidas no recurso
apreciação de pelo menos uma autoridade previsto no art. 15 e de revisão de
hierarquicamente superior àquela que exarou classificação de documentos sigilosos serão
a decisão impugnada, que deliberará no objeto de regulamentação própria dos
prazo de 5 (cinco) dias. Poderes Legislativo e Judiciário e do
Ministério Público, em seus respectivos
§ 2º Verificada a procedência das razões
âmbitos, assegurado ao solicitante, em
do recurso, a Controladoria-Geral da União
qualquer caso, o direito de ser informado
determinará ao órgão ou entidade que adote
sobre o andamento de seu pedido.
as providências necessárias para dar
cumprimento ao disposto nesta Lei. Art. 19. (VETADO).

§ 3º Negado o acesso à informação pela § 1º (VETADO).


Controladoria-Geral da União, poderá ser
interposto recurso à Comissão Mista de § 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do
Reavaliação de Informações, a que se refere o Ministério Público informarão ao Conselho
art. 35. Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional
do Ministério Público, respectivamente, as
Art. 17. No caso de indeferimento de decisões que, em grau de recurso, negarem
pedido de desclassificação de informação acesso a informações de interesse público.

74
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no I - pôr em risco a defesa e a soberania
que couber, a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro nacionais ou a integridade do território
de 1999, ao procedimento de que trata este nacional;
Capítulo.
II - prejudicar ou pôr em risco a
CAPÍTULO IV condução de negociações ou as relações
internacionais do País, ou as que tenham sido
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À fornecidas em caráter sigiloso por outros
INFORMAÇÃO Estados e organismos internacionais;

Seção I III - pôr em risco a vida, a segurança ou


a saúde da população;
Disposições Gerais
IV - oferecer elevado risco à estabilidade
Art. 21. Não poderá ser negado acesso financeira, econômica ou monetária do País;
à informação necessária à tutela judicial ou
administrativa de direitos fundamentais. V - prejudicar ou causar risco a planos ou
operações estratégicos das Forças Armadas;
Parágrafo único. As informações ou
documentos que versem sobre condutas que VI - prejudicar ou causar risco a projetos
impliquem violação dos direitos humanos de pesquisa e desenvolvimento científico ou
praticada por agentes públicos ou a mando tecnológico, assim como a sistemas, bens,
de autoridades públicas não poderão ser instalações ou áreas de interesse estratégico
objeto de restrição de acesso. nacional;

Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui VII - pôr em risco a segurança de
as demais hipóteses legais de sigilo e de instituições ou de altas autoridades nacionais
segredo de justiça nem as hipóteses de ou estrangeiras e seus familiares; ou
segredo industrial decorrentes da exploração
direta de atividade econômica pelo Estado ou VIII - comprometer atividades de
por pessoa física ou entidade privada que inteligência, bem como de investigação ou
tenha qualquer vínculo com o poder público. fiscalização em andamento, relacionadas com
a prevenção ou repressão de infrações.
Seção II
Art. 24. A informação em poder dos
Da Classificação da Informação quanto órgãos e entidades públicas, observado o seu
ao Grau e Prazos de Sigilo teor e em razão de sua imprescindibilidade à
segurança da sociedade ou do Estado,
Art. 23. São consideradas poderá ser classificada como ultrassecreta,
imprescindíveis à segurança da sociedade ou secreta ou reservada.
do Estado e, portanto, passíveis de
classificação as informações cuja divulgação § 1º Os prazos máximos de restrição de
ou acesso irrestrito possam: acesso à informação, conforme a classificação

75
prevista no caput, vigoram a partir da data de Da Proteção e do Controle de
sua produção e são os seguintes: Informações Sigilosas

I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; Art. 25. É dever do Estado controlar o


acesso e a divulgação de informações
II - secreta: 15 (quinze) anos; e sigilosas produzidas por seus órgãos e
entidades, assegurando a sua
III - reservada: 5 (cinco) anos. proteção. (Regulamento)

§ 2º As informações que puderem § 1º O acesso, a divulgação e o


colocar em risco a segurança do Presidente e tratamento de informação classificada como
Vice-Presidente da República e respectivos sigilosa ficarão restritos a pessoas que
cônjuges e filhos(as) serão classificadas como tenham necessidade de conhecê-la e que
reservadas e ficarão sob sigilo até o término sejam devidamente credenciadas na forma do
do mandato em exercício ou do último regulamento, sem prejuízo das atribuições
mandato, em caso de reeleição. dos agentes públicos autorizados por lei.

§ 3º Alternativamente aos prazos § 2º O acesso à informação classificada


previstos no § 1º , poderá ser estabelecida como sigilosa cria a obrigação para aquele
como termo final de restrição de acesso a que a obteve de resguardar o sigilo.
ocorrência de determinado evento, desde
que este ocorra antes do transcurso do prazo § 3º Regulamento disporá sobre
máximo de classificação. procedimentos e medidas a serem adotados
para o tratamento de informação sigilosa, de
§ 4º Transcorrido o prazo de modo a protegê-la contra perda, alteração
classificação ou consumado o evento que indevida, acesso, transmissão e divulgação
defina o seu termo final, a informação tornar- não autorizados.
se-á, automaticamente, de acesso público.
Art. 26. As autoridades públicas
§ 5º Para a classificação da informação adotarão as providências necessárias para
em determinado grau de sigilo, deverá ser que o pessoal a elas subordinado
observado o interesse público da informação hierarquicamente conheça as normas e
e utilizado o critério menos restritivo possível, observe as medidas e procedimentos de
considerados: segurança para tratamento de informações
sigilosas.
I - a gravidade do risco ou dano à
segurança da sociedade e do Estado; e Parágrafo único. A pessoa física ou
entidade privada que, em razão de qualquer
II - o prazo máximo de restrição de
vínculo com o poder público, executar
acesso ou o evento que defina seu termo
atividades de tratamento de informações
final.
sigilosas adotará as providências necessárias
para que seus empregados, prepostos ou
Seção III
representantes observem as medidas e

76
procedimentos de segurança das § 1º A competência prevista nos incisos
informações resultantes da aplicação desta I e II, no que se refere à classificação como
Lei. ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada
pela autoridade responsável a agente
Seção IV público, inclusive em missão no exterior,
vedada a subdelegação.
Dos Procedimentos de Classificação,
Reclassificação e Desclassificação § 2º A classificação de informação no
grau de sigilo ultrassecreto pelas autoridades
Art. 27. A classificação do sigilo de previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I
informações no âmbito da administração deverá ser ratificada pelos respectivos
pública federal é de Ministros de Estado, no prazo previsto em
competência: (Regulamento) regulamento.

I - no grau de ultrassecreto, das § 3º A autoridade ou outro agente


seguintes autoridades: público que classificar informação como
ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de
a) Presidente da República;
que trata o art. 28 à Comissão Mista de
Reavaliação de Informações, a que se refere o
b) Vice-Presidente da República;
art. 35, no prazo previsto em regulamento.
c) Ministros de Estado e autoridades
Art. 28. A classificação de informação
com as mesmas prerrogativas;
em qualquer grau de sigilo deverá ser
d) Comandantes da Marinha, do formalizada em decisão que conterá, no
Exército e da Aeronáutica; e mínimo, os seguintes elementos:

e) Chefes de Missões Diplomáticas e I - assunto sobre o qual versa a


Consulares permanentes no exterior; informação;

II - no grau de secreto, das autoridades II - fundamento da classificação,


referidas no inciso I, dos titulares de observados os critérios estabelecidos no art.
autarquias, fundações ou empresas públicas e 24;
sociedades de economia mista; e
III - indicação do prazo de sigilo,
III - no grau de reservado, das contado em anos, meses ou dias, ou do
autoridades referidas nos incisos I e II e das evento que defina o seu termo final, conforme
que exerçam funções de direção, comando limites previstos no art. 24; e
ou chefia, nível DAS 101.5, ou superior, do
IV - identificação da autoridade que a
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores,
classificou.
ou de hierarquia equivalente, de acordo com
regulamentação específica de cada órgão ou
entidade, observado o disposto nesta Lei.

77
Parágrafo único. A decisão referida III - relatório estatístico contendo a
no caput será mantida no mesmo grau de quantidade de pedidos de informação
sigilo da informação classificada. recebidos, atendidos e indeferidos, bem
como informações genéricas sobre os
Art. 29. A classificação das informações solicitantes.
será reavaliada pela autoridade classificadora
ou por autoridade hierarquicamente superior, § 1º Os órgãos e entidades deverão
mediante provocação ou de ofício, nos manter exemplar da publicação prevista
termos e prazos previstos em regulamento, no caput para consulta pública em suas
com vistas à sua desclassificação ou à redução sedes.
do prazo de sigilo, observado o disposto no
art. 24. (Regulamento) § 2º Os órgãos e entidades manterão
extrato com a lista de informações
§ 1º O regulamento a que se refere classificadas, acompanhadas da data, do grau
o caput deverá considerar as peculiaridades de sigilo e dos fundamentos da classificação.
das informações produzidas no exterior por
autoridades ou agentes públicos. Seção V

§ 2º Na reavaliação a que se refere Das Informações Pessoais


o caput, deverão ser examinadas a
permanência dos motivos do sigilo e a Art. 31. O tratamento das informações
possibilidade de danos decorrentes do pessoais deve ser feito de forma transparente
acesso ou da divulgação da informação. e com respeito à intimidade, vida privada,
honra e imagem das pessoas, bem como às
§ 3º Na hipótese de redução do prazo liberdades e garantias individuais.
de sigilo da informação, o novo prazo de
restrição manterá como termo inicial a data § 1º As informações pessoais, a que se
da sua produção. refere este artigo, relativas à intimidade, vida
privada, honra e imagem:
Art. 30. A autoridade máxima de cada
órgão ou entidade publicará, anualmente, em I - terão seu acesso restrito,
sítio à disposição na internet e destinado à independentemente de classificação de sigilo
veiculação de dados e informações e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a
administrativas, nos termos de regulamento: contar da sua data de produção, a agentes
públicos legalmente autorizados e à pessoa a
I - rol das informações que tenham sido que elas se referirem; e
desclassificadas nos últimos 12 (doze) meses;
II - poderão ter autorizada sua
II - rol de documentos classificados em divulgação ou acesso por terceiros diante de
cada grau de sigilo, com identificação para previsão legal ou consentimento expresso da
referência futura; pessoa a que elas se referirem.

78
§ 2º Aquele que obtiver acesso às Art. 32. Constituem condutas ilícitas que
informações de que trata este artigo será ensejam responsabilidade do agente público
responsabilizado por seu uso indevido. ou militar:

§ 3º O consentimento referido no inciso I - recusar-se a fornecer informação


II do § 1º não será exigido quando as requerida nos termos desta Lei, retardar
informações forem necessárias: deliberadamente o seu fornecimento ou
fornecê-la intencionalmente de forma
I - à prevenção e diagnóstico médico, incorreta, incompleta ou imprecisa;
quando a pessoa estiver física ou legalmente
incapaz, e para utilização única e II - utilizar indevidamente, bem como
exclusivamente para o tratamento médico; subtrair, destruir, inutilizar, desfigurar, alterar
ou ocultar, total ou parcialmente, informação
II - à realização de estatísticas e que se encontre sob sua guarda ou a que
pesquisas científicas de evidente interesse tenha acesso ou conhecimento em razão do
público ou geral, previstos em lei, sendo exercício das atribuições de cargo, emprego
vedada a identificação da pessoa a que as ou função pública;
informações se referirem;
III - agir com dolo ou má-fé na análise
III - ao cumprimento de ordem judicial; das solicitações de acesso à informação;

IV - à defesa de direitos humanos; ou IV - divulgar ou permitir a divulgação ou


acessar ou permitir acesso indevido à
V - à proteção do interesse público e informação sigilosa ou informação pessoal;
geral preponderante.
V - impor sigilo à informação para obter
§ 4º A restrição de acesso à informação proveito pessoal ou de terceiro, ou para fins
relativa à vida privada, honra e imagem de de ocultação de ato ilegal cometido por si ou
pessoa não poderá ser invocada com o intuito por outrem;
de prejudicar processo de apuração de
irregularidades em que o titular das VI - ocultar da revisão de autoridade
informações estiver envolvido, bem como em superior competente informação sigilosa para
ações voltadas para a recuperação de fatos beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo de
históricos de maior relevância. terceiros; e

§ 5º Regulamento disporá sobre os VII - destruir ou subtrair, por qualquer


procedimentos para tratamento de meio, documentos concernentes a possíveis
informação pessoal. violações de direitos humanos por parte de
agentes do Estado.
CAPÍTULO V
§ 1º Atendido o princípio do
DAS RESPONSABILIDADES contraditório, da ampla defesa e do devido

79
processo legal, as condutas descritas pública, até que seja promovida a reabilitação
no caput serão consideradas: perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade.
I - para fins dos regulamentos
disciplinares das Forças Armadas, § 1º As sanções previstas nos incisos I, III
transgressões militares médias ou graves, e IV poderão ser aplicadas juntamente com a
segundo os critérios neles estabelecidos, do inciso II, assegurado o direito de defesa do
desde que não tipificadas em lei como crime interessado, no respectivo processo, no prazo
ou contravenção penal; ou de 10 (dez) dias.

II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, § 2º A reabilitação referida no inciso V


de 11 de dezembro de 1990, e suas será autorizada somente quando o
alterações, infrações administrativas, que interessado efetivar o ressarcimento ao órgão
deverão ser apenadas, no mínimo, com ou entidade dos prejuízos resultantes e após
suspensão, segundo os critérios nela decorrido o prazo da sanção aplicada com
estabelecidos. base no inciso IV.

§ 2º Pelas condutas descritas § 3º A aplicação da sanção prevista no


no caput, poderá o militar ou agente público inciso V é de competência exclusiva da
responder, também, por improbidade autoridade máxima do órgão ou entidade
administrativa, conforme o disposto nas Leis pública, facultada a defesa do interessado, no
nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, e 8.429, de respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias
2 de junho de 1992. da abertura de vista.

Art. 33. A pessoa física ou entidade Art. 34. Os órgãos e entidades públicas
privada que detiver informações em virtude respondem diretamente pelos danos
de vínculo de qualquer natureza com o poder causados em decorrência da divulgação não
público e deixar de observar o disposto nesta autorizada ou utilização indevida de
Lei estará sujeita às seguintes sanções: informações sigilosas ou informações
pessoais, cabendo a apuração de
I - advertência; responsabilidade funcional nos casos de dolo
ou culpa, assegurado o respectivo direito de
II - multa; regresso.

III - rescisão do vínculo com o poder Parágrafo único. O disposto neste artigo
público; aplica-se à pessoa física ou entidade privada
que, em virtude de vínculo de qualquer
IV - suspensão temporária de participar
natureza com órgãos ou entidades, tenha
em licitação e impedimento de contratar com
acesso a informação sigilosa ou pessoal e a
a administração pública por prazo não
submeta a tratamento indevido.
superior a 2 (dois) anos; e
CAPÍTULO VI
V - declaração de inidoneidade para
licitar ou contratar com a administração

80
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS implicará a desclassificação automática das
informações.
Art. 35. (VETADO).
§ 5º Regulamento disporá sobre a
§ 1º É instituída a Comissão Mista de composição, organização e funcionamento da
Reavaliação de Informações, que decidirá, no Comissão Mista de Reavaliação de
âmbito da administração pública federal, Informações, observado o mandato de 2
sobre o tratamento e a classificação de (dois) anos para seus integrantes e demais
informações sigilosas e terá competência disposições desta Lei. (Regulamento)
para:
Art. 36. O tratamento de informação
I - requisitar da autoridade que sigilosa resultante de tratados, acordos ou
classificar informação como ultrassecreta e atos internacionais atenderá às normas e
secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial recomendações constantes desses
ou integral da informação; instrumentos.

II - rever a classificação de informações Art. 37. É instituído, no âmbito do


ultrassecretas ou secretas, de ofício ou Gabinete de Segurança Institucional da
mediante provocação de pessoa interessada, Presidência da República, o Núcleo de
observado o disposto no art. 7º e demais Segurança e Credenciamento (NSC), que tem
dispositivos desta Lei; e por objetivos: (Regulamento)

III - prorrogar o prazo de sigilo de I - promover e propor a regulamentação


informação classificada como ultrassecreta, do credenciamento de segurança de pessoas
sempre por prazo determinado, enquanto o físicas, empresas, órgãos e entidades para
seu acesso ou divulgação puder ocasionar tratamento de informações sigilosas; e
ameaça externa à soberania nacional ou à
integridade do território nacional ou grave II - garantir a segurança de informações
risco às relações internacionais do País, sigilosas, inclusive aquelas provenientes de
observado o prazo previsto no § 1º do art. 24. países ou organizações internacionais com os
quais a República Federativa do Brasil tenha
§ 2º O prazo referido no inciso III é firmado tratado, acordo, contrato ou
limitado a uma única renovação. qualquer outro ato internacional, sem
prejuízo das atribuições do Ministério das
§ 3º A revisão de ofício a que se refere o Relações Exteriores e dos demais órgãos
inciso II do § 1º deverá ocorrer, no máximo, a competentes.
cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação
prevista no art. 39, quando se tratar de Parágrafo único. Regulamento disporá
documentos ultrassecretos ou secretos. sobre a composição, organização e
funcionamento do NSC.
§ 4º A não deliberação sobre a revisão
pela Comissão Mista de Reavaliação de Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei
Informações nos prazos previstos no § 3º nº 9.507, de 12 de novembro de 1997, em

81
relação à informação de pessoa, física ou I - assegurar o cumprimento das normas
jurídica, constante de registro ou banco de relativas ao acesso a informação, de forma
dados de entidades governamentais ou de eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;
caráter público.
II - monitorar a implementação do
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas disposto nesta Lei e apresentar relatórios
deverão proceder à reavaliação das periódicos sobre o seu cumprimento;
informações classificadas como ultrassecretas
e secretas no prazo máximo de 2 (dois) anos, III - recomendar as medidas
contado do termo inicial de vigência desta indispensáveis à implementação e ao
Lei. aperfeiçoamento das normas e
procedimentos necessários ao correto
§ 1º A restrição de acesso a informações, cumprimento do disposto nesta Lei; e
em razão da reavaliação prevista
no caput, deverá observar os prazos e IV - orientar as respectivas unidades no
condições previstos nesta Lei. que se refere ao cumprimento do disposto
nesta Lei e seus regulamentos.
§ 2º No âmbito da administração pública
federal, a reavaliação prevista Art. 41. O Poder Executivo Federal
no caput poderá ser revista, a qualquer designará órgão da administração pública
tempo, pela Comissão Mista de Reavaliação federal responsável:
de Informações, observados os termos desta
Lei. I - pela promoção de campanha de
abrangência nacional de fomento à cultura da
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo transparência na administração pública e
de reavaliação previsto no caput, será conscientização do direito fundamental de
mantida a classificação da informação nos acesso à informação;
termos da legislação precedente.
II - pelo treinamento de agentes
§ 4º As informações classificadas como públicos no que se refere ao desenvolvimento
secretas e ultrassecretas não reavaliadas no de práticas relacionadas à transparência na
prazo previsto no caput serão consideradas, administração pública;
automaticamente, de acesso público.
III - pelo monitoramento da aplicação da
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, lei no âmbito da administração pública
a contar da vigência desta Lei, o dirigente federal, concentrando e consolidando a
máximo de cada órgão ou entidade da publicação de informações estatísticas
administração pública federal direta e indireta relacionadas no art. 30;
designará autoridade que lhe seja
diretamente subordinada para, no âmbito do IV - pelo encaminhamento ao Congresso
respectivo órgão ou entidade, exercer as Nacional de relatório anual com informações
seguintes atribuições: atinentes à implementação desta Lei.

82
Art. 42. O Poder Executivo estabelecidas nesta Lei, definir regras
regulamentará o disposto nesta Lei no prazo específicas, especialmente quanto ao
de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data disposto no art. 9º e na Seção II do Capítulo
de sua publicação. III.

Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no Art. 46. Revogam-se:


8.112, de 11 de dezembro de 1990, passa a
vigorar com a seguinte redação: I - a Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005
;e
“Art. 116.
................................................................... II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8
de janeiro de 1991.
..................................................................
.......................... Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180
(cento e oitenta) dias após a data de sua
VI - levar as irregularidades de que tiver publicação.
ciência em razão do cargo ao conhecimento
da autoridade superior ou, quando houver Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º
suspeita de envolvimento desta, ao da Independência e 123º da República.
conhecimento de outra autoridade
competente para apuração;

.................................................................. JORNALISMO
...............” (NR)
DECRETO Nº 83.284, DE 13
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei
nº 8.112, de 1990, passa a vigorar acrescido
DE MARÇO DE 1979 –
do seguinte art. 126-A: Regulamentação da
profissão de jornalista
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser
responsabilizado civil, penal ou Dá nova regulamentação ao Decreto-Lei nº
administrativamente por dar ciência à 972, de 17 de outubro de 1969, que dispõe
autoridade superior ou, quando houver sobre o exercício da profissão de jornalista,
suspeita de envolvimento desta, a outra em decorrência das alterações introduzidas
autoridade competente para apuração de pela Lei nº 6.612, de 7 de dezembro de 1978.
informação concernente à prática de crimes
ou improbidade de que tenha conhecimento, O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando da
ainda que em decorrência do exercício de atribuição que lhe confere o art. 81, Item III,
cargo, emprego ou função pública.” da Constituição,

Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito


DECRETA:
Federal e aos Municípios, em legislação
Art 1º É livre, em todo território nacional, o
própria, obedecidas as normas gerais
exercício da profissão de Jornalista, aos que

83
satisfizerem as condições estabelecidas neste ou a distribuição de noticiário, com
Decreto. funcionamento efetivo, idoneidade financeira
e registro legal.
Art 2º A profissão de Jornalista compreende, § 1º Equipara-se à empresa jornalística a
privativamente, o exercício habitual e seção ou serviço de empresa de radiodifusão,
remunerado de qualquer das seguintes televisão ou divulgação cinematográfica, ou
atividades: de agências de publicidade ou de notícias,
I - redação, condensação, titulação, onde sejam exercidas as atividades previstas
interpretação, correção ou coordenação de no artigo 2º.
matéria a ser divulgada, contenha ou não § 2º A entidade pública ou privada não
comentário; jornalística sob cuja responsabilidade se
II - comentário ou crônica, por meio de editar publicação destinada a circulação
quaisquer veículos de comunicação; externa está obrigada ao cumprimento deste
III - entrevista, inquérito ou reportagem, decreto, relativamente aos jornalistas que
escrita ou falada; contratar.
IV - planejamento, organização, direção e
eventual execução de serviços técnicos de Art 4º O exercício da profissão de jornalista
Jornalismo, como os de arquivo, ilustração ou requer prévio registro no órgão regional do
distribuição gráfica de matéria a ser Ministério do Trabalho, que se fará mediante
divulgada; a apresentação de:
V - planejamento, organização e I - prova de nacionalidade brasileira;
administração técnica dos serviços de que II - prova de que não está denunciado ou
trata o item I; condenado pela prática de ilícito penal;
VI - ensino de técnicas de Jornalismo; III - diploma de curso de nível superior de
VII - coleta de notícias ou informações e seu Jornalismo ou de Comunicação Social,
preparo para divulgação; habilitação Jornalismo, fornecido por
VIII - revisão de originais de matéria estabelecimento de ensino reconhecido na
jornalítica, com vistas à correção redacional e forma da lei, para as funções relacionadas nos
à adequação da linguagem; itens I a VII do artigo 11;
IX - organização e conservação de arquivo IV - Carteira de Trabalho e Previdência Social.
jornaIístico e pesquisa dos respectivos dados Parágrafo único. Aos profissionais registrados
para elaboração de notícias; exclusivamente para o exercício das funções
X - execução da distribuição gráfica de texto, relacionadas nos itens VIII a XI do artigo 2º, é
fotografia ou ilustração de caráter jornalístico, vedado o exercício das funções constantes
para fins de divulgação; dos itens I a VII do mesmo artigo.
XI - execução de desenhos artísticos ou
técnicos de caráter jornalístico, para fins de Art 5º O Ministério do Trabalho concederá,
divulgação. desde que satisfeitas as exigências constantes
deste decreto, registro especial ao:
Art 3º Considera-se empresa jornalística, para I - colaborador, assim entendido aquele que,
os efeitos deste decreto, aquela que tenha mediante remuneração e sem relação de
como atividade a edição de jornal ou revista, emprego, produz trabalho de natureza

84
técnica, científica ou cultural, relacionado qual conste a função a ser exercida e o salário
com a sua especialização, para ser divulgado correspondente;
com o nome e qualificação do autor; IV - diploma de curso de nível superior ou
II - funcionário público titular de cargo cujas certificado de ensino de 2º grau fornecido por
atribuições legais coincidam com as estabelecimento de ensino reconhecido na
mencionadas no artigo 2º; forma da lei, para as funções relacionadas nos
III - provisionado. itens I a VII do artigo 11.
Parágrafo único. O registro de que tratam os V - declaração, fornecida pela entidade
itens I e II deste artigo não implica o sindical representativa da categoria
reconhecimento de quaisquer direitos que profissional, com base territorial abrangendo
decorram da condição de empregado, nem, o município no qual o provisionado irá
no caso do item II, os resultantes do exercício desempenhar suas funções, de que não há
privado e autônomo da profissão. jornalista associado do Sindicato, domiciliado
naquela município, disponível para
Art 6º Para o registro especial de colaborador contratação;
é necessário a apresentação de: VI - Carteira de Trabalho e Previdência Social.
I - prova de nacionalidade brasileira; § 1º A declaração de que trata o item V
II - prova de que não está denunciado ou deverá ser fornecida pelo Sindicato, ao
condenado pela prática de ilícito penal; interessado, no prazo de 3 dias úteis.
III - declaração de empresa jornalística, ou § 2º Caso exista profissional domiciliado no
que a ela seja equiparada, informando do seu município, disponível para contratação, o
interesse pelo registro de colaborador do Sindicato comunicará tal fato ao Ministério do
candidato, onde conste a sua especialização, Trabalho, no mesmo prazo de 3 dias, a contar
remuneração contratada e pseudônimo, se do pedido de fornecimento da declaração de
houver. que trata o item V.
§ 3º Caso o Sindicato não forneça a
Art 7º Para o registro especial de funcionário declaração de que trata a item V, no prazo
público titular de cargo cujas atribuições mencionado no §1º, o interessado poderá
legais coincidam com as mencionadas no instruir seu pedido de registro com o
artigo 2º, é necessário a apresentação de ato protocolo de apresentação do requerimento
de nomeação ou contratação para cargo ou ao Sindicato.
emprego com aquelas atribuições, além do § 4º Na hipótese prevista no parágrafo
cumprimento do que estabelece o artigo 4º. anterior o Ministério do Trabalho concederá
ao Sindicato prazo não superior a 3 dias para
Art 8º Para o registro especial de se manifestar sobre o fornecimento da
provisionado é necessário a apresentação declaração, caso não tenha ocorrido o fato
de: constante do § 2º.
I - prova de nacionalidade brasileira; § 5º O registro especial de provisionado terá
II - prova de que não está denunciado ou caráter temporário, com duração máxima de
condenado pela prática de ilícito penal; três anos, renovável somente com a
III - declaração, fornecida pela empresa apresentação de toda documentação prevista
jornalística ou que a ela seja equiparada, da neste artigo.

85
Art 11. As funções desempenhadas pelos
Art 9º Será efetuado, no Ministério do jornalistas, como empregados, serão assim
Trabalho, registro dos diretores de empresas classificadas:
jornalísticas que, não sendo Jornalista, I - Redator: aquele que, além das
respondem pelas respectivas publicações, incumbências de redação comum, tem o
para o que é necessário a apresentação de: encargo de redigir editoriais, crônicas ou
I - prova de nacionalidade brasileira; comentários;
II - prova de que não está denunciado ou II - Noticiarista: aquele que tem o encargo de
condenado pela prática de ilícito penal; redigir matérias de caráter informativo,
III - prova de registro civil ou comercial da desprovidas de apreciações ou comentários,
empresa jornalística, com o inteiro teor do preparando-as ou redigindo-as para
seu ato constitutivo; divulgação;
IV - prova de depósito do título da publicação III - Repórter: aquele que cumpre a
ou da agência de notícias no órgão determinação de colher notícias ou
competente do Ministério.da Indústria e do informações, preparando ou redigindo
Comércio; matéria para divulgação;
V - 30 exemplares do jornal; ou 12 exemplares IV - Repórter de Setor: aquele que tem o
da revista; ou 30 recortes ou cópias de encargo de colher notícias ou informações
noticiário, com datas diferentes de sua sobre assuntos predeterminados,
divulgação. preparando-as ou redigindo-as para
§ 1º Tratando-se de empresa nova, o divulgação;
Ministério do Trabalho efetuará registro V - Rádio Repórter: aquele a quem cabe a
provisório, com validade por 2 anos, difusão oral de acontecimento ou entrevista
tornando-se definitivo após a comprovação pelo rádio ou pela televisão, no instante ou no
constante do item V deste artigo. local em que ocorram, assim como o
§ 2º Não será admitida renovação ou comentário ou crônica, pelos mesmos
prorrogação do prazo de validade do registro veículos;
provisório previsto no parágrafo anterior. VI - Arquivista-Pesquisador: aquele que tem a
incumbência de organizar e conservar cultural
Art 10. Será efetuado no Ministério do e tecnicamente o arquivo redatorial,
Trabalho registro especial do diretor de procedendo à pesquisa dos respectivos
empresa não jornalística sob cuja dados para a elaboração de notícias;
responsabilidade se editar publicação VII - Revisor: aquele que tem o encargo de
destinada à circulação externa ou interna, rever as provas tipográficas de matéria
para o que se exigirá a apresentação de: jornalística;
I - prova de nacionalidade brasileira; VIII - Ilustrador: aquele que tem a seu cargo
II - prova de que não está denunciado ou criar ou executar desenhos artísticos ou
condenado pela prática de ilícito penal; técnicos de caráter jornalístico;
III - prova de depósito do título da publicação IX - Repórter Fotográfico: aquele a quem
no órgão competente do Ministério da cabe registrar fotograficamente quaisquer
Indústria e do Comércio. fatos ou assuntos de interesse jornalítisco;

86
X - Repórter Cinematográfico: aquele a quem oficial, por três vezes consecutivas e dentro
cabe registrar cinematograficamente de um interstício de dois anos, a relação dos
quaisquer fatos ou assuntos de interesse jornalistas cujos registros pretende trancar.
jornalístico; § 3º Os órgãos do Ministério do Trabalho
XI - Diagramador: aquele a quem compete prestarão aos sindicatos representativos da
planejar e executar a distribuição gráfica de categoria profissional, as informações que
matérias, fotografias ou ilustrações de caráter lhes forem solicitadas, especialmente quanto
jornalístico, para fins de publicação. ao registro de admissões e dispensas nas
Parágrafo único. Os Sindicatos serão ouvidos empresas jornalísticas, realizando as
sobre o exato enquadramento de cada inspeções que se tornarem necessárias para a
profissional. verificação do exercício da profissão de
jornalista.
Art 12. Serão privativas de jornalista as § 4º O exercício da atividade em empresa não
funções pertinentes às atividades descritas no jornalística, mencionada no artigo 3º, § 2º,
artigo 2º, tais como Editor, Secretário, não constituirá prova suficiente de
Subsecretário, Chefe de Reportagem e Chefe permanência na profissão se a publicação e
de Revisão. seu responsável não tiverem registro nos
termos deste decreto.
Art 13. Não haverá incompatibilidade entre o § 5º O registro trancado suspende a
exercício da profissão de jornalista e o de titularidade e o exercício das prerrogativas
qualquer outra função remunerada ainda que profissionais, mas pode ser revalidado
pública, respeitadas a proibição de acumular mediante apresentação dos documentos
cargos e as demais restrições de lei. mencionados nos itens II e III do artigo 4º.

Art 14. Será passível de trancamento o Art 15. O salário de jornalista não poderá ser
registro profissional do jornalista que, sem ajustado nos contratos individuais de
motivo legal, deixar de exercer a profissão trabalho, para a jornada normal de 5 horas,
por mais de 2 anos. em base inferior à do salário estipulado, para
§ 1º Não incide na cominação deste artigo o a respectiva função em acordo ou convenção
afastamento decorrente de: coletiva de trabalho, ou sentença normativa
a) suspensão ou interrupção do contrato de da Justiça do Trabalho.
trabalho; Parágrafo único. Em negociação ou dissídio
b) aposentadoria como jornalista; coletivo poderão os Sindicatos de Jornalistas
c) viagem ou bolsa de estudo, para reclamar o estabelecimento de critérios de
aperfeiçoamento profissional; remuneração adicional pela divulgação de
d) desemprego, apurado na forma da Lei nº trabalho produzido por jornalista em mais de
4.923, de 23 de dezembro, de 1965. um veículo de comunicação coletiva.
§ 2º O trancamento será da competência do
órgão regional do Ministério do Trabalho, de Art 16. A admissão de provisionado, para
ofício ou a requerimento da entidade sindical exercer funções relacionadas nos itens I a VII
representativa da categoria profissional, do artigo 11, será permitida nos municípios
cabendo a esta fazer publicar, em órgão onde não exista curso de jornalismo

87
reconhecido na forma da lei e não conferirão, por si só, direito ao registro
comprovadamente, não haja jornalista profissional.
domiciliado, associado do sindicato
representativo da categoria profissional, Art 21. Este decreto entra em vigor na data
disponível para contratação. da sua publicação, revogadas as disposições
Parágrafo único. O provisionado nos termos em contrário, especialmente os Decretos nºs
deste artigo poderá exercer suas atividades 65.912, de 19 de dezembro de 1969 e 68.629,
somente no município para a qual foi de 18 de maio de 1971.
registrado.
Brasília, em 13 de março de 1979; 158º da
Art 17. Os atuais portadores de registro Independência e 91º da República.
especial de provisionado poderão exercer
suas atividades no Estado onde foram
Código de Ética dos
contratados.
Jornalistas Brasileiros –
Art 18. A fiscalização do cumprimento dos FENAJ
dispositivos deste decreto se fará na forma do Capítulo I - Do direito à informação
artigo 626 da Consolidação das Leis do
Trabalho, sendo aplicável aos infratores multa Art. 1º O Código de Ética dos Jornalistas
variável de 1 a 10 vezes o maior valor de Brasileiros tem como base o direito
referência fixado de acordo com o artigo 2º, fundamental do cidadão à informação, que
parágrafo único, da Lei nº 6.205, de 29 de abrange seu o direito de informar, de ser
abril de 1975. informado e de ter acesso à informação.
Parágrafo único. Aos sindicatos
representativos da categoria profissional Art. 2º Como o acesso à informação de
incumbe representar às autoridades relevante interesse público é um direito
competentes acerca do exercício irregular da fundamental, os jornalistas não podem
profissão de jornalista. admitir que ele seja impedido por nenhum
tipo de interesse, razão por que:
Art 19. Constitui fraude a prestação de I - a divulgação da informação precisa e
serviços profissionais gratuitos, ou com correta é dever dos meios de comunicação e
pagamentos simbólicos, sob pretexto de deve ser cumprida independentemente de
estágio, bolsa de estudo, bolsa de sua natureza jurídica - se pública, estatal ou
complementação, convênio ou qualquer privada - e da linha política de seus
outra modalidade, em desrespeito à proprietários e/ou diretores.
legislação trabalhista e a este regulamento. II - a produção e a divulgação da informação
devem se pautar pela veracidade dos fatos e
Art 20. O disposto neste decreto não impede ter por finalidade o interesse público;
a conclusão dos estágios comprovadamente III - a liberdade de imprensa, direito e
iniciados antes da vigência da Lei nº 6.612, de pressuposto do exercício do jornalismo,
7 de dezembro de 1978, os quais, entretanto, implica compromisso com a responsabilidade
social inerente à profissão;

88
IV - a prestação de informações pelas VIII - respeitar o direito à intimidade, à
organizações públicas e privadas, incluindo as privacidade, à honra e à imagem do cidadão;
nãogovernamentais, é uma obrigação social. IX - respeitar o direito autoral e intelectual do
V - a obstrução direta ou indireta à livre jornalista em todas as suas formas;
divulgação da informação, a aplicação de X - defender os princípios constitucionais e
censura e a indução à autocensura são delitos legais, base do estado democrático de
contra a sociedade, devendo ser denunciadas direito;
à comissão de ética competente, garantido o XI - defender os direitos do cidadão,
sigilo do denunciante. contribuindo para a promoção das garantias
individuais e coletivas, em especial as das
Capítulo II - Da conduta profissional do crianças, dos adolescentes, das mulheres, dos
jornalista idosos, dos negros e das minorias;
Art. 3º O exercício da profissão de jornalista é XII - respeitar as entidades representativas e
uma atividade de natureza social, estando democráticas da categoria;
sempre subordinado ao presente Código de XIII - denunciar as práticas de assédio moral
Ética. no trabalho às autoridades e, quando for o
caso, à comissão de ética competente;
Art. 4º O compromisso fundamental do XIV - combater a prática de perseguição ou
jornalista é com a verdade no relato dos fatos, discriminação por motivos sociais,
razão pela qual ele deve pautar seu trabalho econômicos, políticos, religiosos, de gênero,
pela precisa apuração e pela sua correta raciais, de orientação sexual, condição física
divulgação. ou mental, ou de qualquer outra natureza.

Art. 5º É direito do jornalista resguardar o Art. 7º O jornalista não pode:


sigilo da fonte. I - aceitar ou oferecer trabalho remunerado
em desacordo com o piso salarial, a carga
Art. 6º É dever do jornalista: horária legal ou tabela fixada por sua
I - opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à entidade de classe, nem contribuir ativa ou
opressão, bem como defender os princípios passivamente para a precarização das
expressos na Declaração Universal dos condições de trabalho;
Direitos Humanos; II - submeter-se a diretrizes contrárias à
II - divulgar os fatos e as informações de precisa apuração dos acontecimentos e à
interesse público; correta divulgação da informação;
III - lutar pela liberdade de pensamento e de III - impedir a manifestação de opiniões
expressão; divergentes ou o livre debate de idéias;
IV - defender o livre exercício da profissão; IV - expor pessoas ameaçadas, exploradas ou
V - valorizar, honrar e dignificar a profissão; sob risco de vida, sendo vedada a sua
VI - não colocar em risco a integridade das identificação, mesmo que parcial, pela voz,
fontes e dos profissionais com quem trabalha; traços físicos, indicação de locais de trabalho
VII - combater e denunciar todas as formas de ou residência, ou quaisquer outros sinais;
corrupção, em especial quando exercidas V - usar o jornalismo para incitar a violência, a
com o objetivo de controlar a informação; intolerância, o arbítrio e o crime;

89
VI - realizar cobertura jornalística para o meio III - obtidas de maneira inadequada, por
de comunicação em que trabalha sobre exemplo, com o uso de identidades falsas,
organizações públicas, privadas ou não- câmeras escondidas ou microfones ocultos,
governamentais, da qual seja assessor, salvo em casos de incontestável interesse
empregado, prestador de serviço ou público e quando esgotadas todas as outras
proprietário, nem utilizar o referido veículo possibilidades de apuração;
para defender os interesses dessas
instituições ou de autoridades a elas Art. 12. O jornalista deve:
relacionadas; I - ressalvadas as especificidades da assessoria
VII - permitir o exercício da profissão por de imprensa, ouvir sempre, antes da
pessoas não-habilitadas; divulgação dos fatos, o maior número de
VIII - assumir a responsabilidade por pessoas e instituições envolvidas em uma
publicações, imagens e textos de cuja cobertura jornalística, principalmente aquelas
produção não tenha participado; que são objeto de acusações não
IX - valer-se da condição de jornalista para suficientemente demonstradas ou verificadas;
obter vantagens pessoais. II - buscar provas que fundamentem as
informações de interesse público;
Capítulo III - Da responsabilidade III - tratar com respeito todas as pessoas
profissional do jornalista mencionadas nas informações que divulgar;
IV - informar claramente à sociedade quando
Art. 8º O jornalista é responsável por toda a suas matérias tiverem caráter publicitário ou
informação que divulga, desde que seu decorrerem de patrocínios ou promoções;
trabalho não tenha sido alterado por V - rejeitar alterações nas imagens captadas
terceiros, caso em que a responsabilidade que deturpem a realidade, sempre
pela alteração será de seu autor. informando ao público o eventual uso de
recursos de fotomontagem, edição de
Art 9º A presunção de inocência é um dos imagem, reconstituição de áudio ou
fundamentos da atividade jornalística. quaisquer outras manipulações;
VI - promover a retificação das informações
Art. 10. A opinião manifestada em meios de que se revelem falsas ou inexatas e defender
informação deve ser exercida com o direito de resposta às pessoas ou
responsabilidade. organizações envolvidas ou mencionadas em
matérias de sua autoria ou por cuja
Art. 11. O jornalista não pode divulgar publicação foi o responsável;
informações: VII - defender a soberania nacional em seus
I - visando o interesse pessoal ou buscando aspectos político, econômico, social e
vantagem econômica; cultural;
II - de caráter mórbido, sensacionalista ou VIII - preservar a língua e a cultura do Brasil,
contrário aos valores humanos, respeitando a diversidade e as identidades
especialmente em cobertura de crimes e culturais; IX - manter relações de respeito e
acidentes; solidariedade no ambiente de trabalho;

90
X - prestar solidariedade aos colegas que § 2º As comissões de ética são órgãos
sofrem perseguição ou agressão em independentes, eleitas por voto direto,
conseqüência de sua atividade profissional. secreto e universal dos jornalistas. Serão
escolhidas junto com as direções dos
Capítulo IV - Das relações profissionais sindicatos e da Federação Nacional dos
Jornalistas (FENAJ), respectivamente. Terão
Art. 13. A cláusula de consciência é um direito mandatos coincidentes, porém serão votadas
do jornalista, podendo o profissional se em processo separado e não possuirão
recusar a executar quaisquer tarefas em vínculo com os cargos daquelas diretorias.
desacordo com os princípios deste Código de § 3º A Comissão Nacional de Ética será
Ética ou que agridam as suas convicções. responsável pela elaboração de seu
Parágrafo único. Esta disposição não pode ser regimento interno e, ouvidos os sindicatos,
usada como argumento, motivo ou desculpa do regimento interno das comissões de ética
para que o jornalista deixe de ouvir pessoas dos sindicatos.
com opiniões divergentes das suas.
Art. 16. Compete à Comissão Nacional de
Art. 14. O jornalista não deve: Ética:
I - acumular funções jornalísticas ou obrigar I - julgar, em segunda e última instância, os
outro profissional a fazê-lo, quando isso recursos contra decisões de competência das
implicar substituição ou supressão de cargos comissões de ética dos sindicatos;
na mesma empresa. Quando, por razões II - tomar iniciativa referente a questões de
justificadas, vier a exercer mais de uma função âmbito nacional que firam a ética jornalística;
na mesma empresa, o jornalista deve receber III - fazer denúncias públicas sobre casos de
a remuneração correspondente ao trabalho desrespeito aos princípios deste Código;
extra; IV - receber representação de competência
II - ameaçar, intimidar ou praticar assédio da primeira instância quando ali houver
moral e/ou sexual contra outro profissional, incompatibilidade ou impedimento legal e
devendo denunciar tais práticas à comissão em casos especiais definidos no Regimento
de ética competente; Interno;
III - criar empecilho à legítima e democrática V - processar e julgar, originariamente,
organização da categoria. denúncias de transgressão ao Código de
Ética cometidas por jornalistas integrantes da
Capítulo V - Da aplicação do Código de diretoria e do Conselho Fiscal da FENAJ, da
Ética e disposições finais Comissão Nacional de Ética e das comissões
de ética dos sindicatos;
Art. 15. As transgressões ao presente Código VI - recomendar à diretoria da FENAJ o
de Ética serão apuradas, apreciadas e encaminhamento ao Ministério Público dos
julgadas pelas comissões de ética dos casos em que a violação ao Código de Ética
sindicatos e, em segunda instância, pela também possa configurar crime,
Comissão Nacional de Ética. contravenção ou dano à categoria ou à
§ 1º As referidas comissões serão constituídas coletividade.
por cinco membros.

91
Art. 17. Os jornalistas que descumprirem o comunidade, com as fontes de informação e
presente Código de Ética estão sujeitos às entre jornalistas. Do Direito à informação
penalidades de observação, advertência,
suspensão e exclusão do quadro social do Art. 1° – O acesso à informação pública é um
sindicato e à publicação da decisão da direito inerente à condição de vida em
comissão de ética em veículo de ampla sociedade, que não pode ser impedido por
circulação. nenhum tipo de interesse.
Parágrafo único - Os não-filiados aos Art. 2° – A divulgação da informação, precisa e
sindicatos de jornalistas estão sujeitos às correta, é dever dos meios de divulgação
penalidades de observação, advertência,
pública, independente da natureza de sua
impedimento temporário e impedimento
propriedade.
definitivo de ingresso no quadro social do
sindicato e à publicação da decisão da Art. 3° – A informação divulgada pelos meios
comissão de ética em veículo de ampla de comunicação pública se pautará pela real
circulação. ocorrência dos fatos e terá por finalidade o
interesse social e coletivo.
Art. 18. O exercício da representação de
modo abusivo, temerário, de má-fé, com Art. 4° – A apresentação de informações pelas
notória intenção de prejudicar o instituições públicas, privadas e particulares,
representado, sujeita o autor à advertência cujas atividades produzam efeito na vida em
pública e às punições previstas neste Código, sociedade, é uma obrigação social.
sem prejuízo da remessa do caso ao
Art. 5° – A obstrução direta ou indireta à livre
Ministério Público.
divulgação da informação e a aplicação de
censura ou autocensura são um delito contra
Art. 19. Qualquer modificação neste Código
a sociedade.
só poderá ser feita em congresso nacional de
jornalistas mediante proposta subscrita por, Da Conduta Profissional do Jornalista
no mínimo, dez delegações representantes
de sindicatos de jornalistas. Art. 6° – O exercício da profissão de jornalista
é uma atividade de natureza social e de
Vitória, 04 de agosto de 2007. Federação finalidade pública, subordinado ao presente
Nacional dos Jornalistas Código de Ética.

Art. 7° – O compromisso fundamental do


Código de Ética dos jornalista é com a verdade dos fatos, e seu
Jornalistas Brasileiros – ABI trabalho se pauta pela precisa apuração dos
acontecimentos e sua correta divulgação.
O Congresso Nacional dos Jornalistas
Profissionais aprova o presente CÓDIGO DE Art. 8° – Sempre que considerar correto e
ÉTICA: necessário, o jornalista resguardará a origem
e a identidade de suas fontes de informação.
O Código de Ética dos Jornalistas que fixa as
normas a que deverá subordinar-se a atuação Art. 9° – É dever do jornalista:
do profissional nas suas relações com a

92
– Divulgar todos os fatos que sejam de Art. 12 – Em todos os seus direitos e
interesse público; responsabilidades, o jornalista terá apoio e
– Lutar pela liberdade de pensamento e respaldo das entidades representativas da
expressão; categoria.
– Defender o livre exercício da profissão;
– Valorizar, honrar e dignificar a profissão; Art. 13 – O jornalista deve evitar a divulgação
– Opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à dos fatos: – Com interesse de favorecimento
opressão, bem como defender os princípios pessoal ou vantagens econômicas; – De
expressos na Declaração Universal dos caráter mórbido e contrários aos valores
Direitos do Homem; humanos.
– Combater e denunciar todas as formas de
Art. 14 – O jornalista deve: – Ouvir sempre,
corrupção, em especial quando exercida com antes da divulgação dos fatos, todas as
o objetivo de controlar a informação; pessoas objeto de acusações não
– Respeitar o direito à privacidade do
comprovadas, feitas por terceiros e não
cidadão; suficientemente demostradas ou verificadas;
– Prestigiar as entidades representativas e – Tratar com respeito todas as pessoas
democráticas da categoria;
mencionadas nas informações que divulgar.
Art. 10 – O jornalista não pode:
Art. 15 – O Jornalista deve permitir o direito
– Aceitar oferta de trabalho remunerado em de resposta às pessoas envolvidas ou
desacordo com o piso salarial da categoria ou mencionadas em sua matéria, quando ficar
com tabela fixada pela sua entidade de demonstrada a existência de equívocos ou
classe; incorreções.
– Submeter-se a diretrizes contrárias à Art. 16 – O jornalista deve pugnar pelo
divulgação correta da informação;
exercício da soberania nacional, em seus
– Frustar a manifestação de opiniões
aspectos político, econômico e social, e pela
divergentes ou impedir o livre debate; prevalência da vontade da maioria da
– Concordar com a prática de perseguição ou sociedade, respeitados os direitos das
discriminação por motivos sociais, políticos,
minorias.
religiosos, raciais, de sexo e de orientação
sexual; Art. 17 – O jornalista deve preservar a língua e
– Exercer cobertura jornalística, pelo órgão a cultura nacionais. Aplicação do Código de
em que trabalha, em instituições públicas e Ética
privadas onde seja funcionário, assessor ou
empregado. Da Responsabilidade Art. 18 – As transgressões ao presente Código
Profissional do Jornalista de Ética serão apuradas e apreciadas pela
Comissão de Ética.
Art. 11 – O jornalista é responsável por toda a
informação que divulga, desde que seu 1° – A Comissão de Ética será eleita em
trabalho não tenha sido alterado por Assembléia Geral da categoria, por voto
terceiros. secreto, especialmente convocada para este
fim.

93
2° – A Comissão de Ética terá cinco membros 1° – A audiência deve ser convocada por
com mandato coincidente com o da diretoria escrito, pela Comissão de Ética, mediante
do Sindicato. sistema que comprove o recebimento da
respectiva notificação, e realizar-se-á no
Art. 19 – Os jornalistas que descumprirem o prazo de dez dias a contar da data de
presente Código de Ética ficam sujeitos vencimento do mesmo.
gradativamente às seguintes penalidades, a 2 ° – O jornalista poderá apresentar resposta
serem aplicadas pela Comissão de Ética: escrita no prazo do parágrafo anterior ou
– Aos associados do Sindicato, de apresentar suas razões oralmente, no ato da
audiência.
observação, advertência, suspensão e
3° – A não observância, pelo jornalista, dos
exclusão do quadro social do sindicato;
– Aos não associados, de observação pública, prazos neste artigo, implicará a aceitação dos
impedimento temporário e impedimento termos da representação.
definitivo de ingresso no quadro social do Art. 23 – Havendo ou não resposta, a
Sindicato. Comissão de Ética encaminhará sua decisão
Parágrafo Único – As penas máximas (exclusão às partes envolvidas, no prazo mínimo de dez
dias, contados da data marcada para a
do quadro social, para os sindicalizados, e
audiência.
impedimento definitivo de ingresso no
quadro social para os não sindicalizados), só Art. 24 – Os jornalistas atingidos pelas penas
poderão ser aplicadas após referendo da de advertência e suspensão podem recorrer à
Assembléia Geral especialmente convocada Assembléia Geral, no prazo máximo de dez
para este fim. dias corridos, a contar do recebimento da
Art. 20 – Por iniciativa de qualquer cidadão, notificação. Parágrafo Único – fica
assegurado ao autor da representação o
jornalista ou não, ou instituição atingida,
direito de recorrer à Assembléia Geral, no
poderá ser dirigida representação escrita e
identificada à Comissão de Ética, para que prazo de dez dias, a contar do recebimento
seja apurada a existência de transgressão da notificação, caso não concorde com a
decisão da Comissão de Ética.
cometida por jornalista.
Art. 25 – A notória intenção de prejudicar o
Art. 21 – Recebida a representação, a
Comissão de Ética decidirá sua aceitação jornalista, manifesta no caso de
representação sem o necessáriofundamento,
fundamentada ou, se notadamente incabível,
será objeto de censura pública contra o seu
determinará seu arquivamento, tornando
pública sua decisão, se necessário. autor.

Art. 22 – A aplicação da penalidade deve ser Art. 26 – O presente Código de Ética entrará
em vigor após homologação em Assembléia
precedida de prévia audiência do jornalista,
Geral de jornalistas, especialmente
objeto de representação, sob pena de
nulidade. convocada para este fim.

Art. 27 – Qualquer modificação deste Código


somente poderá ser feita em Congresso

94
Nacional de Jornalista, mediante proposição aos seus vários públicos e à comunidade em
subscrita no mínimo por 10 delegações geral. A evolução também impulsiona o
representantes de Sindicatos de Jornalistas. jornalista a buscar qualificação e competência
para agir com sucesso num segmento cada
vez mais competitivo. Esse profissional deve
se superar e dominar conhecimentos sobre
Manual de Assessoria de outras áreas e, principalmente, deve
Imprensa – FENAJ – 4ª conhecer tudo sobre todos os meios de
Edição comunicação.
O antigo modelo de assessor de
APRESENTAÇÃO
imprensa já não sobrevive. Atualmente as
Quando o Manual de Assessoria foi
fronteiras do corporativismo estão se
editado pela primeira vez, em 1985, os livros
rompendo, dando espaço a uma atuação mais
da área de comunicação que se dedicavam ao
abrangente. O universo do jornalista é a
segmento de assessoria eram escassos. Ele
comunicação em seus inúmeros segmentos e
chegou como única referência baseada nas
esta mudança de perfil desperta análise e
reflexões dos profissionais atuantes na área.
discussão entre a categoria.
O manual sistematizou e organizou
Resultado de deliberação do ENJAC –
nacionalmente o trabalho e atendeu as
Encontro Nacional dos Jornalistas em
expectativas dos jornalistas que trabalhavam
Assessoria de Comunicação, realizado em
em Assessorias de Imprensa.
maio de 1999, em Belo Horizonte, o agora
Proposto pelo Encontro de Jornalistas
“Manual dos Jornalistas em Assessoria de
em Assessorias de Imprensa de São Paulo
Comunicação” reafirma a tradição de ser a
(1984) e abraçado pelo ENJAI – Encontro
expressão de um trabalho coletivo. Seu
Nacional dos Jornalistas em Assessoria de
conteúdo traz a valiosa colaboração de
Imprensa do mesmo ano, o Manual de AI
colegas de todo o País. Esperamos que esta
tornou-se a “bíblia” dos jornalistas de
quarta versão do Manual seja o ponto de
assessoria. Passados mais de 20 anos,
partida para uma articulação mais abrangente
chegamos à terceira (quarta) edição revisada,
e estimuladora da unicidade de ações no
ampliada e atualizada dentro das
segmento de assessoria e que inicie uma fase
possibilidades de um mercado que cresce
de maior valorização e visibilidade dos
aceleradamente.
profissionais de comunicação.
O segmento cresceu e os jornalistas
Departamento de Mobilização em
em assessorias passaram a exercer atividades
Assessoria de Imprensa
multimídias (utilizando recursos do jornal, da
televisão, rádio, Internet...). Hoje, a tendência
INTRODUÇÃO
do mercado de trabalho sugere a atuação
O segmento de assessoria está
com outros setores, desenvolvendo um
definitivamente consolidado no mercado de
processo de comunicação integrada.
comunicação, constituindo-se na área que
Esse novo comportamento é fruto da
mais emprega jornalistas. É um momento
própria transformação da sociedade que
marcante na história da profissão num tempo
exige o amadurecimento de nossas
de profundas modificações nas relações de
organizações e impõe que se dê satisfação

95
trabalho. E as oportunidades estão aí, Ser um profissional multimídia sim. Ser usado
surgindo a cada dia com inovação e como escravo da tecnologia, acumulando
criatividade. funções, não.
Os assessores de comunicação vêm
conquistando espaço como autônomos, História no Mundo
empregados ou donos de seu próprio Foi o jornalista americano chamado Ivy
negócio. Neste quadro de grandes Lee quem em 1906, inventou essa atividade
alterações, há enormes desafios. Um deles é especializada. Ele abandonou o jornalismo
o que exige do jornalista o comportamento para estabelecer o primeiro escritório de
do empresário planejador de sua atividade e assessoria de comunicação do mundo, em
do valor de seu trabalho. Outro desafio é a Nova Iorque. Ele o fez para prestar serviço ao
conscientização dos colegas que constituíram mais impopular homem de negócios dos
empresas e empregam outros jornalistas. A Estados Unidos: John Rockefeller. Acusado
inserção no mundo capitalista como de aspirar ao monopólio, de mover luta sem
empregador não isenta o jornalista da quartel às pequenas e médias empresas, de
obrigação de cumprir com as leis e assegurar combater sem olhar a meios, numa palavra,
os direitos pelos quais ele sempre lutou. de ser feroz, impiedoso e sanguinário.
Por mais significativas que sejam as O serviço que Ivy Lee prestaria era de
mudanças políticas, econômicas, sociais ou conseguir que o velho barão do capitalismo
tecnológicas, nada pode afetar seu selvagem, de odiado, passasse a ser
compromisso ético, sua responsabilidade venerado pela opinião pública. Isso se chama
social e a preservação de sua auto-estima. As mudança de imagem. E a primeira coisa que
entidades sindicais lembram que para entrar aquele jornalista fez foi se comunicar, com
ou se manter nesse mercado não se deve transparência e rapidez sobre todos os
vender ou comprar força de trabalho a negócios que envolviam Rockefeller. E
qualquer preço. Ao contrário, a produção conseguiu mudar a imagem do barão dos
intelectual tem de ser valorizada para ser negócios depois de continuadas ações de
reconhecida. envio de informações freqüentes à imprensa
É difícil negar que o progresso se dá da época entre outras iniciativas.
numa velocidade maior que o aprimoramento
das estruturas das entidades representativas História no Brasil
dos jornalistas. A realidade do mercado nem O ressurgimento do processo
sempre é a que sonhamos para nossa democrático e o seu fortalecimento no Brasil,
categoria. A Federação Nacional dos após a queda do regime militar, fizeram com
Jornalistas (FENAJ), através deste Manual e que o profissional de comunicação obtivesse
de outras iniciativas procura estimular o maior importância no contexto social, pois a
reposicionamento do profissional neste novo sociedade passou a exigir respostas às suas
quadro econômico e social. Ao mesmo tempo indagações.
em que admitimos ser irreversível a Diante de tantas mudanças, empresas
convivência commídias como a Internet, não públicas e privadas não podem mais
é possível perder de vista o cuidado com a permanecer na penumbra, sem prestar contas
qualidade de vida e condições de trabalho. de seus atos aos cidadãos brasileiros. E é

96
nesse contexto que o jornalista que atua em Um século após o advento da
assessoria de imprensa passa a exercer um contratação de Ivy Lee como responsável pela
papel essencial, pois é ele o profissional comunicação de Rockfeller nos Estados
capacitado a preencher as lacunas entre os Unidos, o Brasil é a grande referência como
poderes públicos, a iniciativa privada e o centro produtor do pensamento e das
terceiro setor com os meios de comunicação técnicas empregadas pelo jornalista no
e, conseqüentemente com a própria exercício da assessoria.
sociedade. O assessor de imprensa atua É difícil imaginar os veículos de
como interlocutor entre esses segmentos, comunicação sem o apoio das assessorias na
que, agora não mais podem se abster de oferta de informação qualificada e essa
informar e responder aos anseios da situação estratégica ao mesmo tempo em
sociedade. que propicia respeito e boas perspectivas
Embora a tarefa de conceituar essa emite um alerta. Há que se incorporar aos
função seja de competência de estudiosos, produtos e serviços das assessorias a geração
este Manual pretende esclarecer e contribuir de conteúdo dentro dos parâmetros
para que a função de assessor de imprensa, jornalísticos para alimentar, inclusive, novas
exercida exclusivamente por um jornalista, mídias como a Internet. Esse é apenas um
profissional diplomado (Decreto lei nº item entre as possibilidades de produtos e
83.284/1979), de forma reconhecida e serviços.
valorizada pela sociedade brasileira. Por conta do enorme potencial do
segmento é que os olhos do mundo estão
CONJUNTURA – O QUE O FUTURO voltados para o mercado brasileiro. Não é por
RESERVA outra razão que empresas multinacionais têm
O segmento de assessoria de efetivado parceria com agências de
comunicação conquistou no Brasil o status de comunicação brasileiras e o resultado indica
atividade econômica e atingiu maturidade e um futuro promissor.
desenvolvimento que servem de modelo em Cabe ao jornalista assessor apurar os
nível internacional. Empresários ou líderes de sentidos para estar sempre adaptado a uma
quaisquer áreas onde seja preciso dar conjuntura que se modifica na velocidade
satisfação ao público correm risco de com que circula a informação neste momento
insucesso, caso não entendam que uma de incessantes inovações tecnológicas.
estrutura de assessoria de comunicação é
fundamental para sua atividade. CONCEITOS
Especialistas como Gaudêncio O que é Assessoria de Imprensa
Torquato do Rego, Wilson da Costa Bueno, Serviço prestado a instituições públicas
Manoel Chaparro e Boanerges Lopes e privadas, que se concentra no envio
asseguram que recriamos a assessoria de freqüente de informações jornalísticas, dessas
imprensa, emprestamos ao segmento organizações, para os veículos de
contornos modernos, incorporando comunicação em geral. Esses veículos são os
nomenclaturas surgidas em decorrência da jornais diários; revistas semanais, revistas
dinâmica da economia e da sociedade. mensais, revistas especializadas, emissoras de

97
rádio, agências de notícias, sites, portais de sociedade junto aos seus mais diversos
notícias e emissoras de tevê. públicos.
Um trabalho continuado de Assessoria Nesse sentido as organizações podem
de Imprensa permitirá à empresa criar um contar com equipes de assessorias de
vínculo de confiança com os veículos de comunicação internas ou terceirizadas, cujas
comunicação e sedimentar sua imagem de funções são:
forma positiva na sociedade. Nesse sentido, • criar um plano de comunicação
no Brasil, quem costuma coordenar esse tipo (estabelecer a importância deste
de serviço são profissionais formados em instrumento tanto no relacionamento
jornalismo. Eles é que determinam o que é ou com a imprensa como os demais
não notícia para ser enviado para a imprensa. públicos internos e externos);
Caso algum veículo de comunicação se • colaborar para a compreensão da
interesse pelo assunto divulgado pela sociedade do papel da organização;
assessoria de imprensa utilizará o texto para • estabelecer uma imagem
publicar notas ou agendar entrevistas. Tanto comprometida com os seus públicos;
a publicação de notas, como o agendamento • criar canais de comunicação internos e
de entrevistas e a publicação posterior de externos que divulguem os valores da
informações, são gratuitas. Chamamos de organização e suas atividades;
mídia espontânea. Não se paga por essa • detectar o que numa organização é de
publicação. Se Paga para a assessoria interesse público e o que pode ser
trabalhar de forma a conseguir esse aproveitado como material jornalístico;
resultado. • desenvolver uma relação de confiança
com os veículos de comunicação;
O que é Assessoria de Comunicação • avaliar freqüentemente a atuação da
A ampliação das atividades das equipe de comunicação, visando
Assessorias de Imprensa nos últimos anos alcance de resultados positivos;
levou o profissional jornalista a atuar em áreas • criar instrumentos que permitam
estratégicas das empresas, tornando-se um mensurar os resultados das ações
gestor de comunicação. E isso privilegiou a desenvolvidas, tanto junto à imprensa
integração de outros profissionais – relações como aos demais públicos;
públicas, propaganda e publicidade – numa • preparar as fontes de imprensa das
equipe multifuncional e eficiente. organizações para que atendam às
Ao jornalista têm-se aberto demandas da equipe de comunicação
oportunidades de atuar como estrategista na de forma eficiente e ágil.
elaboração de planos de comunicação mais
abrangentes. Esses planos devem privilegiar PERFIL DO PROFISSIONAL
uma comunicação eficiente não apenas junto Ao assessor de comunicação compete
à imprensa, mas posicionando as facilitar a relação entre o seu cliente –
organizações de forma a estabelecer uma empresa, pessoa física, entidades e
interlocução com ética e responsabilidade instituições - e os formadores de opinião. No
social, comprometida com os valores da leque de atividades do assessor há
destinatários definidos conforme a área de

98
atuação. Ele pode coordenar ações de há mais como se privar de estabelecer
Relações Públicas, Imprensa, Publicidade e canais de comunicação eficientes,
Propaganda e mais recentemente tem sob pena de se perder mercado,
incorporado ações de cunho institucional credibilidade e estar fadado ao insucesso.
identificadas pela assimilação de estratégias Para as organizações sérias e
de marketing. comprometidas, o instrumento de
Embora o mercado de trabalho sinalize comunicação é o que permitirá seu
para a comunicação integrada, perdura o reconhecimento perante a sociedade,
modelo em que os profissionais de Relações principalmente neste novo milênio em que o
Públicas e Publicidade e Propaganda têm mundo globalizado elevou a informação a um
áreas específicas sob seu comando, assim produto de grande valor.
como é função do Jornalista o Um assessor eficiente facilita a relação
relacionamento direto com a Imprensa. entre o seu cliente - empresa, pessoa física,
O futuro que se desenha no mundo entidades e instituições e os veículos de
moderno da comunicação social dá alertas comunicação. Cabe a esse profissional
bem nítidos para as chances de o jornalista orientar seu assessorado sobre o que pode
obter êxito em funções estratégicas nas ser notícia, o que interessa aos veículos e à
organizações em geral (vide o capítulo sociedade, o que não interessa e o que deve,
Apresentação). No entanto, as ações do ou não, ser divulgado.
jornalista-assessor terão maior chance de A quem contrata seus serviços, o
sucesso, quando o assessorado estiver bem assessor deve explicar o funcionamento e a
orientado sobre como os veículos de característica de cada veículo de
comunicação funcionam, como os jornalistas comunicação e as peculiaridades de cada
atuam e quais as características de cada mídia. Deve atuar como um consultor estando
mídia. atento às oportunidades e sugerindo
alternativas compatíveis com as necessidades
Nas relações assessorado-imprensa- dos assessorados.
cliente o que vale é a credibilidade baseada O assessor de imprensa deve ter
na ética e no pressuposto de que para o consciência de que sua credibilidade
jornalista de redação a matéria-prima de seu depende de um bom relacionamento com os
trabalho é a informação com alto potencial de jornalistas dos veículos de comunicação,
se transformar em notícia. pautando-se sempre pela transparência e por
A conquista da confiança entre eles se uma postura de colaboração. Essa atitude
consolida quando o assessorado ganha status pode valorizar a informação que o assessor de
de excelente fonte de informação. E essa imprensa está divulgando, podendo ampliar
relação da conquista de confiança também se os espaços de mídia espontânea.
estende para os demais públicos afins. Com o
advento do Código do Consumidor, da ÁREAS DE ATUAÇÃO
criação dos Serviços de Atendimento ao Nas médias e grandes corporações a
Consumidor e da figura do área de Comunicação Social abrange três
Ombudsman/Ouvidor, novas tecnologias de profissionais. São eles jornalistas, publicitários
informação (Internet, ipod, celulares etc), não e relações públicas.

99
Um destes profissionais pode ser o • Preparação de textos de apoio,
responsável pela área de comunicação das sinopses, súmulas e artigos;
empresas, instituições ou entidades. No • organização do mailling de jornalistas;
entanto, dentro do leque da Comunicação • clipping de notícias (impressos,
teremos os serviços de Assessoria de Internet e eletrônicos)
Imprensa que devem ser coordenados e • arquivo do material jornalístico
executados exclusivamente por jornalistas • participação na definição de
habilitados. Da mesma forma, as áreas de estratégias de comunicação.
Relações Públicas e de Publicidade e O Assessor de imprensa precisa de uma
Propaganda. Todos devem estar integrados estrutura de apoio para envio de releases (fax,
para desenvolver um trabalho de Internet, e-mail), fotografia (repórter
comunicação eficiente e produtivo nas fotográfico), acompanhamento dos serviços
empresas, entidades ou instituições em que de diagramação, ilustração, filmagem,
atuam. pesquisa etc.
Organograma de uma empresa,
instituição, entidade com o Departamento de ASSESSORIA DE IMPRENSA É FUNÇÃO DE
Comunicação JORNALISTA PROFISSIONAL
Presidência A delimitação das atividades dos
Assessoria de Comunicação profissionais de Jornalismo e de Relações
Publicidade e Assessoria de Relações Públicas, embora claramente definida por lei,
Propaganda Imprensa Públicas tem sido objeto de constante discussão,
sobretudo nas estruturas de assessoria de
comunicação. A confusão, a inversão e a
A atuação de um setor de marketing
junto aos de Publicidade e Propaganda, superposição de atribuições, que acabam
configurando o exercício ilegal da profissão,
Assessoria de Imprensa e Relações Públicas já
seja pelos jornalistas, seja pelos relações
vem se tornando rotina nas assessorias de
comunicação. públicas, não pode ser combatida de outra
forma, senão através da informação.
Estão sob a responsabilidade da
Carecem dessa informação – e da
Assessoria de Imprensa, função a ser
justificativa legal – também os próprios
exercida privativa e exclusivamente por
profissionais das duas categorias, mas,
jornalistas habilitados, a seguintes funções:
principalmente, empresas, instituições,
• elaboração de press-releases,
entidades e outros possíveis contratantes dos
sugestões de pauta e press-kits;
serviços de assessoria de comunicação.
• relacionamento formal e informal com
A título de ilustração, justificativa e
os pauteiros, repórteres e editores da
embasamento da presente argumentação,
mídia;
reproduzimos a seguir alguns tópicos da
• acompanhamento de entrevistas de
legislação que regulamenta a profissão de
suas fontes;
jornalista.
• organização de coletivas;
• edição de jornais, revistas, sites de
REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE
notícia e material jornalístico para
JORNALISTA
vídeos;

100
Decreto n.º 83284 de 13 de março de 1979 - revisão de originais de matérias
Exercício da Profissão II jornalísticas, com vista à correção
Dá nova regulamentação ao Decreto-lei n.º redacional e à adequada da linguagem;
972, de - organização e conservação de arquivo
17 de outubro de 1969, que dispõe sobre o jornalístico e pesquisa dos respectivos
exercício da profissão de jornalista, em dados para elaboração de notícias;
decorrência das alterações introduzidas pela - execução de distribuição gráfica de texto,
Lei nº. 6.612, de 7 de dezembro de 1978. fotografia ou ilustração de caráter
jornalístico, para fins de divulgação;
O presidente da República, usando da (*) ENTENDA-SE LITERALMENTE RELEASE
atribuição que lhe confere o Art. 81, item III, Ainda que a legislação, à época, não fizesse
da Constituição, decreta: menção ao termo assessoria de imprensa, a
Art. 1o. - É livre, em todo território nacional, descrição das funções de exercício privativo
o exercício da profissão de Jornalista, aos que dos jornalistas profissionais, conforme
satisfizerem as condições estabelecidas neste assinalado acima, não deixa dúvidas de que
Decreto. as rotinas do assessor de imprensa competem
Art. 2o. - A profissão de Jornalista exclusivamente aos profissionais diplomados
compreende, privativamente, o exercício em jornalismo.
habitual e remunerado de qualquer das
seguintes atividades: PRODUTOS E SERVIÇOS
- redação, condensação, titulação, Proposta/sugestão de Pauta - Informe
interpretação, correção ou coordenação de sucinto enviado aos veículos de comunicação
matéria a ser divulgada, contenha ou não a respeito de determinado assunto de
comentário; interesse para o veículo e à sociedade.
- comentário ou crônica, por meio de Release – Ferramenta que a Assessoria usa
quaisquer veículos de comunicação; para organizar as informações que está
- entrevista, inquérito ou reportagem, divulgando. Trata-se de um texto, cuja
escrita ou falada; essência é a informação.
- planejamento, organização, direção e Mailling-list de Jornalistas - Listagem
eventual execução de serviços técnicos de atualizada com nome, editoria, fax, telefone,
Jornalismo, como os de arquivo, ilustração e-mail de jornalistas.
ou distribuição gráfica de matéria a ser Contato com a Imprensa - Normalmente
divulgada; feito por telefone para aprofundar
(*) ENTENDA-SE TAMBÉM RELEASE informações enviadas por e-mail ou confirmar
- planejamento, organização e presenças em coletivas, marcar encontros
administração técnica dos serviços de que com assessorado etc.
trata o item I; Pasta de Imprensa (Press Kit) – Textos e
- ensino de técnica de jornalismo; fotos para subsidiar os jornalistas de redação
- coleta de notícias ou informações e seu com informações, normalmente usadas em
preparo para divulgação; entrevistas coletivas, individuais ou feiras e
eventos.

101
Entrevista Exclusiva – São oferecidas a um Sites - O jornalista deve atuar na definição do
único veículo de comunicação. A iniciativa conteúdo e atuar na “edição das páginas”,
costuma valorizar a informação e conquistar assim como na aprovação do design do site
espaços mais qualificados de mídia feito por profissionais especializados.
espontânea. Jornais e Revistas – Esses produtos são de
Entrevista Coletiva – Convocada quando o cunho jornalístico e voltados para o segmento
assessorado tem informações importantes no qual o Assessor de Imprensa atua e que
para todos os veículos. Só deve ser serão distribuídos para um público específico.
organizada quando o assunto for muito Esses veículos informam as ações da
relevante para o setor representado e/ou de entidade/empresa e os conceitos e opiniões
interesse público. afeitos ao público leitor.
Clipping Impresso, Clipping Eletrônico e em
Tempo Real (on- line) - Levantamento das DICAS PARA QUEM PRETENDE
matérias publicadas nos veículos de CONTRATAR UMA ASSESSORIA
comunicação. Organizados a partir da leitura, A informação de qualidade costuma
acompanhamento e seleção das notícias que ser uma ferramenta fundamental para
interessam ao assessorado. todo e qualquer veículo de comunicação.
Súmulas - Relação dos assuntos divulgados Nesse sentido, o preparo das
indexada por: veículo, título da matéria e fontes/empresas/instituições para produzir
página (quando impresso), programa e informação qualificada, passa
horário (TV ou rádio), endereço eletrônico obrigatoriamente pela contratação de um
(Internet). jornalista. Esse profissional que compreende
Sinopse - Resumo das notícias veiculadas nos e conhece as peculiaridades das redações e
Jornais e Revistas de maior circulação. sabe captar o que é de interesse dos veículos
Também se faz resumo de publicações e da sociedade, poderá atuar de forma
específicas da área de interesse do eficiente para projetar a importância do
assessorado. trabalho de determinada
Análise - O assessor faz a sua leitura do fonte/empresa/instituição.
material coletado, analisando o teor do que O que é necessário saber:
foi publicado.
Textos Técnicos e Científicos - Cabe ao A Assessoria de Imprensa não é
jornalista somente a revisão – e adequação da departamento de vendas. Sua função não é
linguagem, quando for o caso - em conjunto vender produtos, mas sedimentar marcas e
com os profissionais técnicos da área idéias.
responsável pela elaboração. Assessor não é “lobista”. Não há
Vídeos e Filmes Institucionais - O assessor garantias de que o assessor consiga espaços
deve definir o conteúdo das peças junto com na mídia. Ele não deve fazer pressão junto aos
o assessorado e organizar o briefing a ser colegas de redação.
passado para o produtor. Deve, ainda, Editorial é diferente de publicidade.
acompanhar e aprovar o roteiro e a edição da O espaço editorial não tem preço (editorial de
peça. moda, beleza, lançamentos), por essa razão
Discurso – Pesquisa, redação e revisão. tem mais credibilidade do que a publicidade.

102
No editorial a opinião é a do jornalista, o que repórter e é ele quem decide o que será
isenta a empresa de suspeita de publicado.
autopromoção e valorização.
Cargo de Confiança – Assessoria de Preparando a fonte para entrevistas
Imprensa lida com informações. Portanto, Entrevistas à imprensa precisam ser
precisa saber tudo que se passa na preparadas quando a empresa ou instituição
empresa/instituição. Contrate um jornalista tem algum fato a comunicar à opinião pública.
de sua confiança. Para a entrevista ser bem conduzida, e não
Contrato de Trabalho – É usual o fugir a seus objetivos, procure adotar os
pagamento mensal para serviços de seguintes procedimentos:
Assessoria de Imprensa. Pode-se, também,
contratar por “jobs”. Em ambos os casos a
orientação é que seja feito um contrato de • Prepare-se previamente. Se possível,
trabalho detalhando período e tarefas. É faça uma simulação conduzida pelo
aconselhável a contratação dos serviços por jornalista que o assessora. Evite
um mínimo de seis meses, para que se surpresas. A assessoria deve
alcance resultados satisfatórios. providenciar materiais como tabelas,
Mídia Training – A empresa que fotos e gráficos, para apoiar a
conhece o funcionamento da mídia tem informação que pretende divulgar;
melhores condições de atendê-la com • Prepare-se com números e
eficiência. Por isso, deve solicitar um documentos, se necessário. A
treinamento específico sobre o assunto (mídia assessoria pode apoiar na organização
training). desse material, além de verificar
Repórter não é inimigo – Algumas possíveis erros de português;
fontes demonstram constrangimento e medo • Coloque-se à disposição do repórter
em atender a imprensa. Se a situação é ou para complementar alguma
não de crise, a melhor maneira de atender à informação necessária após a
imprensa é ser autêntico, transparente e entrevista.
objetivo. Oriente-se com seu Assessor de
Imprensa antes de falar ao repórter. Atendendo a imprensa em situações de
Disponibilidade para com a imprensa crise
– Não adianta contratar uma Assessoria se a • Não fugir da imprensa. Antecipe-se à
fonte não tem tempo para atender as própria iniciativa da imprensa em
solicitações da imprensa e de seu Assessor. O descobrir o que ocorreu;
processo de comunicação exige antes de • Faça um completo levantamento da
tudo, tempo e dedicação. situação, preparando-se com dados,
Erro comum - Jamais peça ao repórter números e informações atualizadas;
que o entrevistou para ler o texto antes de ser • A assessoria de comunicação deve
publicado. Também não exija que o assessor preparar um texto informativo
faça isso. A partir do momento em que a descrevendo o fato ocorrido e
entrevista foi concedida, a informação é do enfatizando as providências da
empresa. O texto deve ter, no máximo,

103
duas páginas e ser entregue aos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço
repórteres; saber que o CONGRESSO NACIONAL
• Evite o uso de palavras alarmistas ou decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
negativas. Não amplie o efeito CAPÍTULO I
negativo da ocorrência com suas Definições
palavras. Art 1º São Publicitários aquêles que, em
caráter regular e permanente, exerçam
Como se preparar para as entrevistas funções de natureza técnica da especialidade,
coletivas nas Agências de Propaganda, nos veículos de
• Entrevistado deve ser pontual. A divulgação, ou em quaisquer emprêsas nas
assessoria deve escolher bem o local quais se produza propaganda.
onde será realizada a entrevista, além
de antecipar, de forma geral, o assunto Art 2º Consideram-se Agenciadores de
que vai ser tratado na coletiva; Propaganda os profissionais que, vinculados
• Evite coletivas no final do dia, a não ser aos veículos da divulgação, a êles
que o tema tratado tenha surgido no encaminhem propaganda por conta de
meio da tarde, e seja de urgência, terceiros.
impossível de deixar para o dia
seguinte. Art 3º A Agência de Propaganda é
• Por questão de tempo os profissionais pessoa jurídica, ... VETADO ..., e
de rádio e TV podem pedir para gravar especializada na arte e técnica publicitária,
logo a entrevista. Atenda ao pedido, que, através de especialistas, estuda,
mesmo que o pessoal de jornal concebe, executa e distribui propaganda aos
proteste. Considere que os repórteres veículos de divulgação, por ordem e conta de
de jornal têm mais tempo para clientes anunciantes, com o objetivo de
trabalhar a notícia, além do que promover a venda de produtos e serviços,
precisam sempre de mais detalhes. difundir idéias ou informar o público a
respeito de organizações ou instituições
colocadas a serviço dêsse mesmo público.
PUBLICIDADE E Art 4º São veículos de divulgação, para
PROPAGANDA os efeitos desta Lei, quaisquer meios de
comunicação visual ou auditiva capazes de
LEI Nº 4.680, DE 18 DE transmitir mensagens de propaganda ao
JUNHO DE 1985 – público, desde que reconhecidos pelas
Regulamentação da entidades e órgãos de classe, assim
considerados as associações civis locais e
profissão de publicitário
regionais de propaganda bem como os
sindicatos de publicitários.
Dispõe sobre o exercício da profissão de
Publicitário e de Agenciador de Propaganda Art 5º Compreende-se por propaganda
e dá outras providências. qualquer forma remunerada de difusão de

104
idéias, mercadorias ou serviços, por parte de obrigatório no prazo de 120 (cento e vinte)
um anunciante identificado. dias para aquêles que já se encontrem no
exercício da profissão. (Revogado pela
CAPÍTULO II Medida Provisória nº 905, de 2019)
Da Profissão de Publicitário Parágrafo único. Para o citado registro, o
Serviço de Identificação Profissional do
Art 6º A designação profissional de Ministério do Trabalho exigirá os seguintes
Publicitário será privativa dos que se documentos: (Revogado pela Medida
enquadram nas disposições da presente Lei. Provisória nº 905, de 2019)
§ 1º Os auxiliares que, nas Agências de a) 1 - diploma de uma escola ou curso de
Propaganda e outras organizações de propaganda; (Revogado pela Medida
propaganda, não colaborarem, diretamente, Provisória nº 905, de 2019)
no planejamento, execução, produção e 2 - ou atestado de freqüência, na
distribuição da propaganda terão a qualidade de estudante; (Revogado pela
designação profissional correspondente às Medida Provisória nº 905, de 2019)
suas funções específicas. 3 - ou, ainda, atestado do
§ 2º Nos casos em que profissionais de empregador; (Revogado pela Medida
outras categorias exerçam funções nas Provisória nº 905, de 2019)
Agências de Propaganda, tais profissionais b) carteira profissional e prova de
conservarão os privilégios que a Lei lhes pagamento do Impôsto Sindical, se já no
concede em suas respectivas categorias exercício da profissão. (Revogado pela
profissionais. Medida Provisória nº 905, de 2019)
§ 3º Para efeitos de recolhimento do
Impôsto Sindical, os jornalistas registrados CAPÍTULO III
como redatores, revisores e desenhistas, que Da profissão de Agenciador de Propaganda
exerçam suas funções em Agências de
Propaganda e outras emprêsas nas quais se Art 9º O exercício da profissão de
execute propaganda, poderão optar entre o Agenciador de Propaganda sòmente será
recolhimento para o sindicato de sua facultado aos que estiverem devidamente
categoria profissional ou para o Sindicato dos identificados e inscritos nos serviços de
Publicitários. identificação profissional do Departamento
Nacional do Trabalho
Art 7º A remuneração dos Publicitários ...VETADO ... (Revogado pela Medida
não Agenciadores será baseada nas normas Provisória nº 905, de 2019)
que regem os contratos comuns de trabalho,
assegurando-se-lhes todos os benefícios de Art 10. Para o registro de que trata o
caráter social e previdenciário outorgados artigo anterior, os interessados deverão
pelas Leis do Trabalho. apresentar: (Revogado pela Medida
Provisória nº 905, de 2019)
Art 8º O registro da profissão de a) prova de exercício efetivo da
Publicitário ficará instituído com a profissão, durante, pelo menos, doze meses,
promulgação da presente Lei e tornar-se-á na forma de Carteira Profissional anotada

105
pelo empregador, ou prova de recebimento veículos de divulgação sôbre os preços
de remuneração pela propaganda estabelecidos em tabela.
encaminhada a veículos de divulgação, Parágrafo único. Não será concedida
durante igual período; (Revogado pela nenhuma comissão ou desconto sôbre a
Medida Provisória nº 905, de 2019) propaganda encaminhada diretamente aos
b) atestado de capacitação profissional, veículos de divulgação por qualquer pessoa
concedido por entidades de física ou jurídica que não se enquadre na
classe; (Revogado pela Medida Provisória classificação de Agenciador de Propaganda
nº 905, de 2019) ou Agências de Propaganda, como definidos
c) prova de pagamento do Impôsto na presente Lei.
Sindical. (Revogado pela Medida Provisória
nº 905, de 2019) Art 12. Não será permitido aos veículos
§ 1º Para os fins da comprovação exigida de divulgação descontarem da remuneração
pela alínea a dêste artigo, será facultado aos dos Agenciadores de Propaganda, no todo
Agenciadores de Propaganda ainda não ou em parte, os débitos não saldados por
registrada ... VETADO... encaminharem anunciantes, desde que sua propaganda
propaganda aos veículos, desde que tenha sido formal e prèviamente aceita pela
comprovem sua filiação ao sindicato de direção comercial do veículo da divulgação.
classe. (Revogado pela Medida Provisória
nº 905, de 2019) Art 13. Os veículos de divulgação
§ 2º O sindicato da classe manterá um poderão manter a seu serviço Representantes
registro dos Agenciadores de Propaganda, a (Contatos) junto a anunciantes e Agências de
que se refere o parágrafo anterior, para o fim Propaganda, mediante remuneração fixa.
de lhes permitir o exercício preparatório da Parágrafo único. A função de
profissão sòmente no decurso de doze Representantes (Contato) poderá ser
meses, improrrogáveis. (Revogado pela exercida por Agenciador de Propaganda,
Medida Provisória nº 905, de 2019) sem prejuízo de pagamento de comissões, se
§ 3º O registro da profissão de assim convier às partes.
Agenciador de Propaganda tornar-se-á
obrigatório no prazo de 120 (certo e vinte) Art 14. Ficam assegurados aos
dias para aquêles que já se encontram no Agenciadores de Propaganda, registrados
exercício dessa atividade. (Revogado pela em qualquer veículo de divulgação, todos os
Medida Provisória nº 905, de 2019) benefícios de caráter social e previdenciário
outorgados pelas Leis do Trabalho.
CAPÍTULO IV
Das Comissões e Descontos devidos aos CAPÍTULO V
Agenciadores e às Agências de Propaganda Da fiscalização e Penalidades

Art 11. A comissão, que constitui a Art 15. A fiscalização dos dispositivos
remuneração dos Agenciadores de desta Lei será exercida pelo Departamento
Propaganda, bem como o desconto devido às Nacional do Trabalho, ... VETADO ...
Agências de Propaganda serão fixados pelos Delegacias... VETADO ... Regionais, assim

106
como pelos sindicatos e associações de classe outubro de 1957, na cidade do Rio de
das categorias interessadas, que deverão Janeiro.
representar às autoridades a respeito de Art18. ... VETADO ...
quaisquer infrações. Art 19. ... VETADO ...

Art 16. As infrações ao disposto nesta Lei Art 20. A presente Lei, regulamentada
serão punidas pelo órgão oficial fiscalizador pelo Ministério do Trabalho dentro de 30
com as seguintes penas, sem prejuízo das (trinta) dias de sua publicação, entra em vigor
medidas judiciais adequadas e seus efeitos na data dessa publicação.
como de direito:
a) multa, nos casos de infração a Art 21. Revogam-se as disposições em
qualquer dispositivo, a qual variará entre o contrário.
valor da décima parte do salário-mínimo
vigente na região e o máximo Brasília, 18 de junho de 1965; 144º da
correspondente a dez vêzes o mesmo salário- Independência e 77º da República
mínimo;
b) se a infração fôr a do parágrafo único
Código Brasileiro de Auto-
do art. 11, serão multadas ambas as partes, à regulamentação Publicitária
base de 10 (dez) a 50% (cinqüenta por cento) e Anexos
sôbre o valor do negócio publicitário O III Congresso Brasileiro de
realizado. Propaganda realizado em São Paulo em 1978,
Parágrafo único. Das penalidades aprovou por aclamação o CÓDIGO
aplicadas, caberá sempre recurso, no prazo BRASILEIRO DE AUTO-REGULAMENTAÇÃO
de 10 (dez) dias, ... VETADO ... PUBLICITÁRIA.

Art. 16. As infrações ao disposto nesta O Código resultou de um demorado e


Lei acarretarão a aplicação da multa prevista extenuante trabalho de um grupo de
no inciso I do caput do art. 634-A da publicitários que, por mais de um ano,
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada estudou e pesquisou a ética da Propaganda
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de no Brasil e no Exterior.
1943. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 905, de 2019) O objetivo - segundo a exposição de
motivos de Mauro Salles, 1º Relator da
CAPÍTULO VI Comissão Interassociativa da Publicidade
Disposições Gerais Brasileira, depois reiterado por Caio A.
Domingues, 2º Relator - era encontrar uma
Art 17. A atividade publicitária nacional alternativa entre dois extremos: "a ausência
será regida pelos princípios e normas do total de regulamentação, que permite
Código de Ética dos Profissionais da práticas desordenadas em prejuízo da sadia
Propaganda, instituído pelo I Congresso competição entre anunciantes e agredindo os
Brasileiro de Propaganda, realizado em justos direitos do consumidor, e o outro
extremo, que é o de se delegar totalmente a

107
função regulamentar aos governantes, cujas Janeiro e cujos termos foram adotados pelo
estruturas executivas e legais nem sempre Brasil e 250 entidades de mais de 40 países;
demonstram entender a função, o valor e as
sutilezas da publicidade comercial (...), o que - as diretrizes da Associação
chamamos hoje de Auto-regulamentação é o Internacional de Propaganda (IAA -
caminho do meio que cada vez mais tem International Advertising Association) e seus
seguidores e que, na teoria tanto quanto na Congressos Mundiais, especialmente as que
prática, mostra crescentes vantagens sobre os constam de seu estudo "Effective Advertising
sistemas utópicos de liberdade total ou do Self Regulation", publicado em 1974, e as
total controle governamental". recomendações do XXV Congresso Mundial
de Propaganda realizado em Buenos Aires
Mais adiante, o Relator afirmava: em 1976;
"A Auto-regulamentação que se traduz
no anteprojeto pressupõe uma atividade - as diretrizes do I Congresso Brasileiro
voluntária da indústria da propaganda, a de Propaganda (Rio de Janeiro, outubro de
partir de uma conscientização para a 1957), e as normas consubstanciadas no
necessidade da autodisciplina que abrange Código de Ética dos Profissionais de
quatro pontos básicos: Propaganda então aprovadas;
a. estabelece as regras éticas para a indústria
publicitária; - os termos da instrução nº 1 da
b. permite uma ação efetiva para antecipar a Febrasp, assinada em 23 de abril de 1968,
controvérsia; recomendando a criação de Comissões de
c. estabelece esquema de solução de queixas Ética nas entidades publicitárias;
e disputas fora do apelo ao Poder Público;
d. garante a solução pronta, veloz e objetiva - as recomendações do II Congresso
das queixas, das reclamações e das disputas." Brasileiro de Propaganda (São Paulo,
fevereiro de 1969), especialmente no que
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO toca ao autopoliciamento das agências e
anunciantes;
Considerando:
- as diretrizes da legislação publicitária - as recomendações do I Encontro
do País, especialmente capituladas na Lei nº Nacional de Anunciantes, promovido pela
4.680, de 18 de junho de 1965, e no Decreto ABA - Associação Brasileira de Anunciantes
nº 57.690, de 1º de fevereiro de 1966; (São Paulo, dezembro de 1974);

- as recomendações das Câmaras de - as recomendações feitas na I


Comércio Internacionais (ICC - International Conferência Internacional de Anunciantes
Chamber of Commerce) e as diretrizes do (Rio de Janeiro, maio de 1975);
Código Internacional da Prática Publicitária,
editado originalmente em 1937 e revisto em - as recomendações do simpósio
1949, 1955 e 1966 e, finalmente, em 1973 realizado pela Comissão de Comunicações da
durante o Congresso realizado no Rio de

108
Câmara dos Deputados (Brasília, junho/julho Jack Kapeller. Central de Outdoor. (a) Carlos
75); Alberto Nanô.

- os caminhos apontados pelas SEÇÃO 1 - Preâmbulo


lideranças do setor publicitário e pelas
autoridades nos debates do II Encontro Artigo 1º
Brasileiro de Mídia, realizado em São Paulo Todo anúncio deve ser respeitador e
em setembro de 1976; e conformar-se às leis do país; deve, ainda, ser
honesto e verdadeiro.
- as sugestões do I Seminário Brasileiro
de Propaganda (Gramado, outubro de 1976); Artigo 2º
Todo anúncio deve ser preparado com o
Considerando que a publicidade deve devido senso de responsabilidade social,
ser confiável no conteúdo e honesta na evitando acentuar, de forma depreciativa,
apresentação, pois é da confiança pública diferenciações sociais decorrentes do maior
que depende do seu êxito; ou menor poder aquisitivo dos grupos a que
se destina ou que possa eventualmente
Considerando, ainda, que as peças de atingir.
publicidade e, de forma geral, a atividade
publicitária se acham naturalmente Artigo 3º
subordinadas ao império da lei e devem Todo anúncio deve ter presente a
reger-se pelo princípio da legalidade; responsabilidade do Anunciante, da Agência
de Publicidade e do Veículo de Divulgação
Considerando, finalmente, que as junto ao Consumidor.
repercussões sociais da atividade publicitária
reclamam a espontânea adoção de normas Artigo 4º
éticas mais específicas, as entidades abaixo Todo anúncio deve respeitar os princípios de
assinadas, representativas do mercado leal concorrência geralmente aceitos no
brasileiro de publicidade, instituem pelo mundo dos negócios.
presente instrumento, este Código Brasileiro
de Auto-Regulamentação Publicitária. São Artigo 5º
Paulo, 05 de maio de 1980. ABAP - Nenhum anúncio deve denegrir a atividade
Associação Brasileira das Agências de publicitária ou desmerecer a confiança do
Propaganda. (a) Petrônio Cunha Corrêa. ABA público nos serviços que a publicidade presta
- Associação Brasileira de Anunciantes. (a) à economia como um todo e ao público em
Luiz Fernando Furquim de Campos. ANJ - particular.
Associação Nacional de Jornais. (a) Roberto
Marinho. ABERT - Associação Brasileira de Artigo 6º
Emissoras de Rádio e Televisão. (a) Carlos Toda publicidade deve estar em consonância
Cordeiro de Mello. ANER - Associação com os objetivos do desenvolvimento
Nacional de Editores de Revistas. (a) Pedro econômico, da educação e da cultura
nacionais.

109
também o que hoje se convenciona chamar
Artigo 7º de "merchandising" através da Televisão.
De vez que a publicidade exerce forte
influência de ordem cultural sobre grandes Artigo 11
massas da população, este Código A propaganda política não é, igualmente,
recomenda que os anúncios sejam criados e capitulada neste Código, nem deve competir
produzidos por Agências e Profissionais às empresas a que se destinam as presentes
sediados no País - salvo impossibilidade normas, salvo quando promovida
devidamente comprovada e, ainda, que toda ostensivamente e sob direta responsabilidade
publicidade seja agenciada por empresa aqui de partido político devidamente
estabelecida. reconhecido.

SEÇÃO 2 - Objetivos Artigo 12


A publicidade governamental, bem como a
de empresas subsidiárias, autarquias,
Artigo 8º empresas públicas, departamentos,
O principal objetivo deste Código é a entidades paraestatais, sociedades de
regulamentação das normas éticas aplicáveis economia mista e agentes oficiais da União,
à publicidade comercial, assim entendida dos Estados, dos Territórios, dos Municípios e
como toda atividade destinada a estimular o do Distrito Federal, salvo proibição legal,
consumo de bens e serviços, bem como deve se conformar a este Código da mesma
promover instituições, conceitos ou idéias. forma que a publicidade realizada pela
iniciativa privada.
Artigo 9º
A atividade publicitária de que trata este Artigo 13
Código será sempre ostensiva, com indicação A publicidade de causas, instituições sociais,
clara da marca, da firma ou da entidade fundações ou de quaisquer outras atividades
patrocinadora de qualquer anúncio ou ou entidades sem fins lucrativos também será
campanha. regida por este Código, em tudo que lhe
couber.
Parágrafo único
Ficam excetuadas do preceito acima as SEÇÃO 3 - Interpretação
campanhas em fase de "teaser" (mensagens
que visam criar expectativa ou curiosidade,
sobretudo em torno de produtos a serem Artigo 14
lançados). Este Código deve ser aplicado no espírito
tanto quanto na letra.
Artigo 10
Não são capituladas neste Código as Artigo 15
atividades de Relações Públicas e "Publicity" Os padrões éticos de conduta estabelecidos
- que são distintas da publicidade comercial - neste Código devem ser respeitados por
porém todas as normas aqui contidas regulam quantos estão envolvidos na atividade

110
publicitária, sejam Anunciantes, Agências de b. a palavra produto inclui bens, serviços,
Publicidade, Veículos de Divulgação, sejam facilidades, instituições, conceitos ou idéias
Publicitários, Jornalistas e outros Profissionais que sejam promovidos pela publicidade;
de Comunicação participantes do processo c. a palavra consumidor refere-se a toda
publicitário. pessoa que possa ser atingida pelo anúncio
seja como consumidor final, público
Artigo 16 intermediário ou usuário.
Embora concebido essencialmente como
instrumento de autodisciplina da atividade CAPÍTULO II - PRINCÍPIOS GERAIS
publicitária, este Código é também destinado
ao uso das autoridades e Tribunais como SEÇÃO 1 - Respeitabilidade
documento de referência e fonte subsidiária
no contexto da legislação da propaganda e Artigo 19
de outras leis, decretos, portarias, normas ou Toda atividade publicitária deve caracterizar-
instruções que direta ou indiretamente se pelo respeito à dignidade da pessoa
afetem ou sejam afetadas pelo anúncio. humana, à intimidade, ao interesse social, às
instituições e símbolos nacionais, às
Artigo 17 autoridades constituídas e ao núcleo familiar.
Ao aferir a conformidade de uma campanha
ou anúncio aos termos deste Código, o teste Artigo 20
primordial deve ser o impacto provável do Nenhum anúncio deve favorecer ou estimular
anúncio, como um todo, sobre aqueles que qualquer espécie de ofensa ou discriminação
irão vê-lo ou ouvi-lo. A partir dessa análise racial, social, política, religiosa ou de
global é que se examinará detalhadamente nacionalidade.
cada parte do conteúdo visual, verbal ou oral
do anúncio, bem como a natureza do meio Artigo 21
utilizado para sua veiculação. Os anúncios não devem conter nada que
possa induzir a atividades criminosas ou
Artigo 18 ilegais - ou que pareça favorecer, enaltecer ou
Para os efeitos deste Código: estimular tais atividades.
a. a palavra anúncio é aplicada em seu
sentido lato, abrangendo qualquer espécie SEÇÃO 2 - Decência
de publicidade, seja qual for o meio que a
veicule. Embalagens, rótulos, folhetos e Artigo 22
material de ponto-de-venda são, para esse Os anúncios não devem conter afirmações ou
efeito, formas de publicidade. A apresentações visuais ou auditivas que
palavra anúncio só abrange, todavia, a ofendam os padrões de decência que
publicidade realizada em espaço ou tempo prevaleçam entre aqueles que a publicidade
pagos pelo Anunciante; poderá atingir.

SEÇÃO 3 - Honestidade

111
O anúncio não deverá conter informação de
Artigo 23 texto ou apresentação visual que direta ou
Os anúncios devem ser realizados de forma a indiretamente, por implicação, omissão,
não abusar da confiança do consumidor, não exagero ou ambigüidade, leve o Consumidor
explorar sua falta de experiência ou de a engano quanto ao produto anunciado,
conhecimento e não se beneficiar de sua quanto ao Anunciante ou seus concorrentes,
credulidade. nem tampouco quanto a:
a. natureza do produto (natural ou artificial);
SEÇÃO 4 - Medo, Superstição, Violência b. procedência (nacional ou estrangeira);
c. composição;
Artigo 24 d. finalidade.
Os anúncios não devem apoiar-se no medo
sem que haja motivo socialmente relevante § 3º - Valor, Preço, Condições
ou razão plausível. O anúncio deverá ser claro quanto a:
a. valor ou preço total a ser pago pelo
Artigo 25 produto, evitando comparações irrealistas ou
Os anúncios não devem explorar qualquer exageradas com outros produtos ou outros
espécie de superstição. preços; alegada a sua redução, o Anunciante
deverá poder comprová-la mediante anúncio
Artigo 26 ou documento que evidencie o preço
Os anúncios não devem conter nada que anterior;
possa conduzir à violência. b. entrada, prestações, peculiaridades do
crédito, taxas ou despesas previstas nas
SEÇÃO 5 - Apresentação Verdadeira operações a prazo;
c. condições de entrega, troca ou eventual
Artigo 27 reposição do produto;
O anúncio deve conter uma apresentação d. condições e limitações da garantia
verdadeira do produto oferecido, conforme oferecida.
disposto nos artigos seguintes desta Seção,
onde estão enumerados alguns aspectos que § 4º - Uso da Palavra "Grátis"
merecem especial atenção. a. O uso da palavra "grátis" ou expressão de
idêntico significado só será admitido no
§ 1º - Descrições anúncio quando não houver realmente
No anúncio, todas as descrições, alegações e nenhum custo para o Consumidor com
comparações que se relacionem com fatos ou relação ao prometido gratuitamente;
dados objetivos devem ser comprobatórias, b. nos casos que envolverem pagamento de
cabendo aos Anunciantes e Agências qualquer quantia ou despesas postais, de
fornecer as comprovações, quando frete ou de entrega ou, ainda, algum imposto,
solicitadas. é indispensável que o Consumidor seja
esclarecido.
§ 2º - Alegações
§ 5º - Uso de Expressões Vendedoras

112
O uso de expressões como "direto do seguirá os preceitos e as diretrizes da
fabricante", "preço de atacado", "sem Associação Brasileira de Normas Técnicas -
entrada" e outras de igual teor não devem ABNT e do Instituto Nacional de Metrologia,
levar o consumidor a engano e só serão Normalização e Qualidade Industrial -
admitidas quando o Anunciante ou a Agência INMETRO.
puderem comprovar a alegação.
§ 7º - Pesquisas e Estatísticas
§ 6º - Nomenclatura, Linguagem, "Clima" a. o anúncio não se referirá a pesquisa ou
a. O anúncio adotará o vernáculo estatística que não tenha fonte identificável e
gramaticalmente correto, limitando o uso de responsável;
gíria e de palavras e expressões estrangeiras, b. o uso de dados parciais de pesquisa ou
salvo quando absolutamente necessárias para estatística não deve levar a conclusões
transmitir a informação ou o "clima" distorcidas ou opostas àquelas a que se
pretendido. Todavia, esta recomendação não chegaria pelo exame do total da referência.
invalida certos conceitos universalmente
adotados na criação dos anúncios e § 8º - Informação Científica
campanhas. O primeiro deles é que a O anúncio só utilizará informação científica
publicidade não se faz apenas com fatos e pertinente e defensável, expressa de forma
idéias, mas também com palavras e imagens; clara até para leigos.
logo, as liberdades semânticas da criação
publicitária são fundamentais. O segundo é § 9º - Testemunhais
que a publicidade, para se comunicar com o a. O anúncio abrigará apenas depoimentos
público, tem que fazer uso daquela personalizados e genuínos, ligados à
linguagem que o Poeta já qualificou como experiência passada ou presente de quem
"Língua errada do povo / Língua certa do presta o depoimento, ou daquele a quem o
povo / Porque ele é que fala gostoso / o depoente personificar;
Português no Brasil"; b. o testemunho utilizado deve ser sempre
b. na publicidade veiculada pelo Rádio e pela comprovável;
Televisão, devem os Anunciantes, Agências e c. quando se usam modelos sem
Veículos zelar pela boa pronúncia da língua personalização, permite-se o depoimento
portuguesa, evitando agravar os vícios de como "licença publicitária" que, em nenhuma
prosódia que tanto já estão contribuindo para hipótese, se procurará confundir com um
desfigurar o legado que recebemos de testemunhal;
nossos antepassados; d. o uso de modelos trajados com uniformes,
c. todo anúncio deve ser criado em função do fardas ou vestimentas características de uma
contexto sócio-cultural brasileiro, limitando- profissão não deverá induzir o Consumidor a
se o mais possível a utilização ou transposição erro e será sempre limitado pelas normas
de contextos culturais estrangeiros; éticas da profissão retratada;
d. o anúncio não utilizará o calão; e. o uso de sósias depende de autorização da
e. nas descrições técnicas do produto, o pessoa retratada ou imitada e não deverá
anúncio adotará a nomenclatura oficial do induzir a confusão.
setor respectivo e, sempre que possível,

113
SEÇÃO 6 - Identificação Publicitária c. sem a prévia concordância do Veículo de
comunicação e dos demais titulares dos
Artigo 28 direitos envolvidos.
O anúncio deve ser claramente distinguido
como tal, seja qual for a sua forma ou meio de SEÇÃO 7 - Propaganda Comparativa
veiculação.
Artigo 32
Artigo 29 Tendo em vista as modernas tendências
O Anunciante será sempre facilmente mundiais - e atendidas as normas pertinentes
identificável, seja pela marca do produto, seja do Código da Propriedade Industrial (Lei nº
pelo nome do fabricante, fornecedor ou 5.772, de 21 de dezembro de 1971) - a
distribuidor, exceção feita ao previsto no publicidade comparativa será aceita,
parágrafo único do artigo 9º. É recomendado, contanto que respeite os seguintes princípios
também, que as Agências se identifiquem nos e limites:
anúncios impressos veiculados sob sua a. seu objetivo maior seja o esclarecimento,
responsabilidade. se não mesmo a defesa do consumidor;
b. tenha por princípio básico a objetividade
Artigo 30 na comparação, posto que dados subjetivos,
A peça jornalística sob a forma de de fundo psicológico ou emocional não
reportagem, artigo, nota, texto-legenda ou constituem uma base válida de comparação
qualquer outra que se veicule mediante perante o Consumidor;
pagamento, deve ser apropriadamente c. a comparação alegada ou realizada seja
identificada para que se distinga das matérias passível de comprovação;
editoriais e não confunda o Consumidor. d. em se tratando de bens de consumo a
comparação seja feita com modelos
Artigo 31 fabricados no mesmo ano, sendo condenável
Este Código condena os proveitos o confronto entre produtos de épocas
publicitários indevidos e ilegítimos, obtidos diferentes, a menos que se trate de referência
por meio de "carona" e/ou "emboscada", para demonstrar evolução, o que, nesse caso,
mediante invasão do espaço editorial ou deve ser caracterizado;
comercial de veículo de comunicação. e. não se estabeleça confusão entre produtos
e marcas concorrentes;
Parágrafo único f. não se caracterize concorrência desleal,
Consideram-se indevidos e ilegítimos os denegrimento à imagem do produto ou à
proveitos publicitários obtidos: marca de outra empresa;
a. mediante o emprego de qualquer artifício g. não se utilize injustificadamente a imagem
ou ardil; corporativa ou o prestígio de terceiros;
b. sem amparo em contrato regular celebrado h. quando se fizer uma comparação entre
entre as partes legítimas, dispondo sobre produtos cujo preço não é de igual nível, tal
objeto lícito; circunstância deve ser claramente indicada
pelo anúncio.

114
SEÇÃO 8 - Segurança e Acidentes reconhecidos mas não envolvam um contexto
difamatório, ofensivo ou humilhante;
Artigo 33 b. à propaganda de livros, filmes, programas
Este Código condena os anúncios que: de Rádio e Televisão e atividades
a. manifestem descaso pela segurança, semelhantes em que as pessoas retratadas
sobretudo quando neles figurarem jovens e sejam autores ou participantes.
crianças ou quando a estes for endereçada a
mensagem; SEÇÃO 10 - Poluição e Ecologia
b. estimulem o uso perigoso do produto
oferecido; Artigo 36
c. deixem de mencionar cuidados especiais Não podendo a publicidade ficar alheia às
para a prevenção de acidentes, quando tais atuais e prementes preocupações de toda a
cuidados forem essenciais ao uso do produto; Humanidade com os problemas relacionados
d. deixem de mencionar a responsabilidade com qualidade de vida e a proteção do meio
de terceiros, quando tal menção for essencial; ambiente, serão vigorosamente combatidos
e. deixem de especificar cuidados especiais os anúncios que direta ou indiretamente
no tocante ao uso do produto por crianças, estimulem:
velhos e pessoas doentes, caso tais cuidados a. a poluição do ar, das águas, das matas e
sejam essenciais. dos demais recursos naturais;
b. a poluição do ambiente urbano;
SEÇÃO 9 - Proteção da Intimidade c. a depredação da fauna, da flora e dos
demais recursos naturais;
Artigo 34 d. a poluição visual dos campos e da cidade;
Este Código condena a publicidade que: e. a poluição sonora;
a. faça uso de imagens ou citações de pessoas f. o desperdício de recursos naturais.
vivas, a menos que tenha sido obtida sua
prévia e expressa autorização; SEÇÃO 11 - Crianças e Jovens
b. ofenda as convicções religiosas e outras
suscetibilidades daqueles que descendam ou Artigo 37
sejam de qualquer outra forma relacionados No anúncio dirigido à criança e ao jovem:
com pessoas já falecidas cuja imagem ou a. dar-se-á sempre atenção especial às
referência figure no anúncio; características psicológicas da audiência-alvo;
c. revele desrespeito à dignidade da pessoa b. respeitar-se-á especialmente a
humana e à instituição da família; ingenuidade e a credulidade, a inexperiência
d. desrespeite a propriedade privada e seus e o sentimento de lealdade dos menores;
limites. c. não se ofenderá moralmente o menor;
d. não se admitirá que o anúncio torne
Artigo 35 implícita uma inferioridade do menor, caso
As normas acima não se aplicam: este não consuma o produto oferecido;
a. a fotografias de grandes grupos ou e. não se permitirá que a influência do menor,
multidões em que os indivíduos possam ser estimulada pelo anúncio, leve-o a constranger
seus responsáveis ou importunar terceiros, ou

115
o arraste a uma posição socialmente casos em que a imitação é comprovadamente
condenável; um deliberado e evidente artifício criativo.
f. o uso de menores em anúncios obedecerá
sempre a cuidados especiais que evitem Artigo 42
distorções psicológicas nos modelos e Será igualmente condenado o anúncio que
impeçam a promoção de comportamentos configure uma confusão proposital com
socialmente condenáveis; qualquer peça de criação anterior.
g. qualquer situação publicitária que envolva
a presença de menores deve ter a segurança Artigo 43
como primeira preocupação e as boas O anúncio não poderá infringir as marcas,
maneiras como segunda preocupação. apelos, conceitos e direitos de terceiros,
mesmo aqueles empregados fora do país,
SEÇÃO 12 - Direito Autoral e Plágio reconhecidamente relacionados ou
associados a outro Anunciante.
Artigo 38
Em toda a atividade publicitária serão Parágrafo único
respeitados os direitos autorais nela Este Código condena a publicidade que faça
envolvidos, inclusive os dos intérpretes e os uso do símbolo oficial e do nome do
de reprodução. Conselho Nacional de Auto-Regulamentação
Publicitária - Conar, exceto em anúncios da
Artigo 39 própria entidade.
O anúncio não utilizará música de fundo,
"vinhetas", ou trechos de composições de CAPÍTULO III - CATEGORIAS ESPECIAIS DE
autores nacionais ou estrangeiros sem o ANÚNCIOS
devido respeito aos respectivos direitos
autorais, a não ser no caso de músicas que Artigo 44
sejam ou se tenham tornado de domínio Pela sua importância econômica ou social,
público, de acordo com a legislação pelo seu volume, pelas suas repercussões no
específica, respeitados os direitos de indivíduo ou na sociedade, determinadas
gravação. categorias de anúncios devem estar sujeitas a
cuidados especiais e regras específicas, além
Artigo 40 das normas gerais previstas neste Código.
É condenado o uso desrespeitoso da música Essas regras específicas figuram mais adiante
folclórica, dos folguedos e temas populares como "Anexos" a este Código e, alguns
que constituem parte integrante do casos, resultaram da valiosa colaboração de
patrimônio cultural do país. Associações de Classe que prontamente se
identificaram com o espírito do presente
Artigo 41 Código. São eles, pela ordem:
Este Código protege a criatividade e a Anexo A - Bebidas Alcoólicas;
originalidade e condena o anúncio que tenha Anexo B - Educação, Cursos, Ensino;
por base o plágio ou imitação, ressalvados os Anexo C - Empregos e Oportunidades;
Anexo D - Imóveis: Venda e Aluguel;

116
Anexo E - Investimentos, Empréstimos e b. a Agência deve ter o máximo cuidado na
Mercado de Capitais; elaboração do anúncio, de modo a habilitar o
Anexo F - Lojas e Varejo; Cliente Anunciante a cumprir sua
Anexo G - Médicos, Dentistas, Veterinários, responsabilidade, com ele respondendo
Parteiras, Massagistas, Enfermeiros, Serviços solidariamente pela obediência aos preceitos
Hospitalares, Paramédicos, Para-hospitalares, deste Código;
Produtos Protéticos, Dietéticos, Tratamento e c. este Código recomenda aos veículos que,
Dietas; como medida preventiva, estabeleçam um
Anexo H - Produtos Alimentícios; sistema de controle na recepção de anúncios.
Anexo I - Produtos Farmacêuticos Populares; Poderá o veículo:
Anexo J - Produtos de Fumo; c.1) recusar o anúncio,
Anexo K - Produtos Inibidores de Fumo; independentemente de decisão do
Anexo L - Profissionais Liberais; Conselho Nacional de Auto-
Anexo M - Reembolso Postal ou Vendas pelo Regulamentação Publicitária - Conar,
Correio; quando entender que o seu conteúdo
Anexo N - Turismo, Viagens, Excursões, fere, flagrantemente, princípios deste
Hotelaria; Código, devendo, nesta hipótese,
Anexo O - Veículos Motorizados; comunicar sua decisão ao Conselho
Anexo P - Vinhos e Cervejas; Superior do Conar que, se for o caso,
Anexo Q - Testemunhais, Atestados, determinará a instauração do processo
Endossos; ético;
Anexo R - Defensivos Agrícolas; c.2) recusar anúncio que fira a sua linha
Anexo S - Armas de Fogo. editorial, jornalística ou de
programação;
Parágrafo único - Pretendendo ser este c.3) recusar anúncio sem identificação
Código um instrumento dinâmico e do patrocinador, salvo o caso de
permanentemente atualizado, essas campanha que se enquadre no
categorias especiais poderão ser ampliadas parágrafo único do artigo 9º ("teaser");
mediante o acréscimo de novos Anexos. c.4) recusar anúncio de polêmica ou
denúncia sem expressa autorização de
CAPÍTULO IV - AS RESPONSABILIDADES fonte conhecida que responda pela
autoria da peça;
Artigo 45 - A responsabilidade pela d. o controle na recepção de anúncios,
observância das normas de conduta preconizado na letra "c" deste artigo,
estabelecidas neste Código cabe ao deverá adotar maiores precauções em
Anunciante e a sua Agência, bem como ao relação à peça apresentada sem a
Veículo, ressalvadas no caso deste último as intermediação de Agência que, por
circunstâncias específicas que serão ignorância ou má-fé do Anunciante,
abordadas mais adiante, neste Artigo: poderá transgredir princípios deste
a. o Anunciante assumirá responsabilidade Código;
total por sua publicidade; e. a responsabilidade do Veículo será
equiparada à do Anunciante sempre

117
que a veiculação do anúncio contrariar Artigo 50 - Os infratores das normas
os termos de recomendação que lhe estabelecidas neste Código e seus Anexos
tenha sido comunicada oficialmente estarão sujeitos às seguintes penalidades:
pelo Conselho Nacional de Auto- a. advertência;
Regulamentação Publicitária - Conar. b. recomendação de alteração ou correção
do anúncio;
Artigo 46 - Os diretores de qualquer pessoa c. recomendação aos Veículos no sentido de
empregada numa firma, companhia ou que sustem a divulgação do anúncio;
instituição que tomem parte no d. divulgação da posição do Conar com
planejamento, criação, execução e veiculação relação ao Anunciante, à Agência e ao
de um anúncio respondem, perante as Veículo, através de Veículos de comunicação,
normas deste Código, na medida de seus em face do não-acatamento das medidas e
respectivos poderes decisórios. providências preconizadas.
§ 1º - Compete privativamente ao Conselho
Artigo 47 - A responsabilidade na de Ética do Conar apreciar e julgar as
observância das normas deste Código infrações aos dispositivos deste Código e
abrange o anúncio no seu conteúdo e forma seus Anexos e, ao Conselho Superior do
totais, inclusive testemunhos e declarações Conar, cumprir e fazer cumprir as decisões
ou apresentações visuais que tenham origem emanadas do Conselho de Ética em processo
em outras fontes. O fato de o conteúdo ou regular.
forma serem originários, no todo ou em parte, § 2º - Compete privativamente ao Conselho
de outras fontes, não desobriga da Superior do Conar alterar as disposições
observância deste Código. deste Código, bem como alterar, suprimir e
acrescentar-lhe Anexos.
Artigo 48 - Um anúncio enganador não pode
ser defendido com base no fato de o ANEXOS - CATEGORIAS ESPECIAIS
Anunciante, ou alguém agindo por ele, ter DE ANÚNCIOS
posteriormente fornecido ao Consumidor as
informações corretas. O Anunciante terá, ANEXO "A"
entretanto, "a priori", o crédito de boa-fé. Bebidas Alcoólicas
Considera-se bebida alcoólica, para os
Artigo 49 - Nenhum Anunciante, Agência, fins deste Código, aquela que como tal
Editor, proprietário ou agente de um veículo for classificada perante as normas e
publicitário deve promover a publicação de regulamentos oficiais a que se
qualquer anúncio que tenha sido reprovado subordina o seu licenciamento. Neste
pelo Conselho Nacional de Auto- Código faz-se a necessária distinção
Regulamentação Publicitária - Conar, criado entre bebidas de baixo teor alcoólico,
para o funcionamento deste Código. como é o caso dos Vinhos e das
Cervejas (objeto do Anexo P) e as
CAPÍTULO V - INFRAÇÕES E PENALIDADES bebidas de alto teor alcoólico, sejam
elas fermentadas, destiladas ou
retificadas. As normas específicas que

118
se seguem tratam apenas destas com a condução de veículos
últimas, complementam as normas automotores;
gerais deste Código e não excluem o d. os anúncios não devem encorajar o
atendimento de legislação específica. consumo excessivo ou irresponsável
nem induzir ao consumo em locais ou
A publicidade submetida a este situações ilegais, perigosas, impróprias
Anexo: ou socialmente condenáveis. Assim,
são reprováveis os anúncios que se
1. Não será dirigida a menores de utilizem do teor alcoólico da bebida
idade. Assim: como seu tema principal.
a. crianças não devem figurar nos 3. Não associará a imagem dos
anúncios; produtos a:
b. os anúncios não devem ser a. desempenho saudável de qualquer
endereçados a menores de idade nem atividade;
tampouco encorajá-los a beber. b. sexualidade;
Qualquer pessoa que apareça no c. imagens ou idéias de maior êxito
anúncio deverá ser e parecer maior de profissional, social ou sexual.
18 anos; 4. A propaganda de bebidas
c. o planejamento de mídia será alcoólicas, adicionalmente:
cuidadoso quanto ao público-alvo. O a. não se utilizará de trajes de esportes
anúncio não deve ser inserido em olímpicos para a promoção/divulgação
qualquer publicação, programação ou de suas marcas;
websites dirigidos basicamente a b. na publicidade estática em estádios,
menores de idade; naquela que se utiliza de veículos de
d. na Internet, cujo acesso é facultado competição como suporte e na
a todas as faixas etárias, deverá ser instalada em outros locais públicos de
estruturada com cuidados especiais, reunião, somente poderá identificar a
merecendo interpretação restritiva de marca ou o slogan do produto, sem
todas as normas aplicáveis à espécie. recomendação de seu consumo;
2. Não induzirá ao consumo abusivo e c. no Rádio, TV, inclusive por
irresponsável. Assim: assinatura, e Cinema, todas as
a. a propaganda não deve tornar a mensagens com duração igual ou
bebida um desafio nem, tampouco, superior a 15 segundos deverão conter
menosprezar aqueles que não bebem; preceitos de moderação,
b. a propaganda não deve dar a recomendando o consumo
impressão de que a bebida está sendo responsável, nos moldes da frase
recomendada por seu efeito "Evite o Consumo Excessivo de
intoxicante; Álcool";
c. as situações apresentadas na d. frases com o mesmo sentido
propaganda jamais devem associar deverão constar, de forma visível e
positivamente o consumo de bebida destacada, na rotulagem dos produtos
e nos anúncios inseridos em

119
publicações, websites e outdoors. Tais refrigeradores, luminosos etc.), sem
frases serão dispensadas em outros recomendação de consumo do
equipamentos de publicidade exterior, produto.
e dos relacionados na alínea "b" acima,
se a mensagem não contiver
recomendação de consumo do ANEXO "B"
produto. Educação, Cursos, Ensino
5. Horários de veiculação: Além de atender às provisões gerais
5.1. No Rádio e TV, inclusive por deste Código, a publicidade a que se
assinatura: refere este Anexo observará as
a. os comerciais e mensagens de outra seguintes recomendações:
natureza, inclusive o chamado 1. Não deverá afirmar ou induzir o
merchandising, só serão transmitidos público a crer que um estabelecimento
no período compreendido entre 21:30 ou curso é oficializado, reconhecido,
e 06:00 horas (hora local), exceção feita autorizado, aprovado, ou que tenha
aos eventos especiais patrocinados, sua situação legal definida, a menos
cuja determinação de horário que o Anunciante esteja em condição
independa do controle do Veículo ou de comprová-lo.
do Anunciante; 2. Tendo em vista que nem todos os
b. no caso de "chamadas" para estabelecimentos e cursos que podem
programações patrocinadas, será ser anunciados estão sujeitos a
permitida, em qualquer horário, a autorização de funcionamento e
simples identificação do produto, fiscalização das autoridades de ensino,
marca e fabricante, acompanhada recomenda-se aos Anunciantes que
apenas de slogan ou frase tenham a sua situação legal definida,
promocional, desde que estes não que facilitem a sua identificação,
firam os preceitos e o espírito do informando em sua publicidade o
presente Código. nome da escola ou curso e o respectivo
ato oficial de autorização ou
5.2. Em Cinemas, Teatros e Salões os reconhecimento.
anúncios serão veiculados a partir das 3. Para ser aceito como documento
22:00 horas, ou em qualquer horário, válido, capaz de possibilitar ao seu
quando o espetáculo for portador o prosseguimento de seus
recomendável apenas para maiores de estudos, a legislação em vigor
18 anos. estabelece determinados requisitos a
5.3. A publicidade em pontos-de- serem atendidos pelo estabelecimento
venda não deverá ser estruturada de ou curso para a emissão de diplomas
forma a influenciar menores de 18 anos ou certificados. Assim sendo, os
e conterá a advertência de que o anúncios não deverão insinuar, sugerir
produto se destina exclusivamente a ou afirmar que os diplomas ou
público adulto, exceto em certificados prometidos tenham valor
equipamentos de serviço (mesas, mais amplo do que efetivamente

120
tiverem. De igual forma deverá ficar ofícios ou matérias que conduzam a
claro no anúncio quando o aluno exames profissionais ou técnicos não
estiver obrigado a submeter-se a poderá oferecer empregos ou
exame de avaliação e/ou prova de oportunidades irreais de remuneração,
assiduidade para validar o curso. a menos que o Anunciante assuma, no
4. Não deverá afirmar ou induzir o mesmo anúncio e com clareza, total
Consumidor a crer que a inscrição ou responsabilidade.
matrícula no curso lhe proporcionará 12. O anúncio de curso de instrução ou
um emprego, a menos que o preparação para concursos públicos ou
Anunciante assuma, no mesmo exames vestibulares não poderá
anúncio e com clareza, total prometer a aprovação do candidato
responsabilidade. nos concursos ou exames.
5. Não se permitirá que o anúncio 13. O anúncio de curso por
prometa benefícios exagerados correspondência ou à distância, além
quanto à conquista de títulos, tais das recomendações contidas nos
como promessas de "doutoramento" demais itens deste Anexo, atenderá ao
quando, na verdade, o curso é de seguinte:
"bacharelado". a. tornará explícito que o curso é
6. Não se permitirão promessas de ministrado por correspondência ou à
sucesso ou promoção garantida na distância e de nenhum modo procurará
carreira profissional do aluno, a não ser confundi-lo com curso por freqüência;
que tais fatos sejam comprováveis. b. deverá divulgar nos anúncios
7. Não se admitirão alegações impressos o nome do Anunciante (ou o
inverídicas sobre o nível do curso título do estabelecimento) e o
anunciado, como é o caso da frase "em respectivo endereço completo, que
nível de pós-graduação" para designar não poderá se restringir ao número da
simples cursos de extensão cultural. caixa postal. Quando contiver cupom
8. O anúncio de curso ou cursinho que ou similar, o endereço completo
exigir freqüência do aluno deverá deverá figurar também no corpo do
explicitar o tempo de sua duração. anúncio.
9. O anúncio que fizer menção a preço,
deverá indicar claramente o total a ser ANEXO "C"
pago pelo aluno. Empregos e Oportunidades
10. A utilização de testemunhas e a Os anúncios referentes a empregos e
publicação de listas de aprovação em oportunidades, geralmente publicados
concursos e exames vestibulares estão pela imprensa diária na forma de
sujeitas a comprovação, de acordo Classificados, obedecerão às normas
com as provisões deste Código, no gerais deste Código, com especial
que toca a "Testemunhais" (Cap. II, atenção para os seguintes aspectos
Seção 5, art. 27, § 9º). específicos:
11. O anúncio de curso de instrução ou 1. Não deverão enganar o consumidor
de preparação para o aprendizado de com alegações exageradas quanto à

121
natureza do serviço, ao nível de vendedor no ato da reserva do
remuneração e às condições do imóvel; entrada é o montante que o
ambiente de trabalho. comprador paga ao vendedor até o
2. Não deverão fornecer descrições e ato da escritura de promessa de
títulos falsos para a ocupação compra e venda.
oferecida (exemplo: não se deve 2. Não se deve confundir propositada
anunciar o cargo de "relações e maliciosamente prestação
públicas" quando o que se oferece, na de poupança com prestação relativa à
realidade, é um emprego de amortização do financiamento.
vendedor). Parágrafo único: Poupança é o
3. Não deverão conter qualquer pagamento facilitado em parcelas e
restrição quanto a sexo, idade, estado prestações mensais, originário de
civil, nacionalidade, raça, cor ou recursos próprios do comprador e
religião. realizado até o habite-se do imóvel;
4. Não deverão utilizar títulos de à poupança sucedem-se as prestações
profissões devidamente reconhecidas correspondentes à amortização do
como engodo para esconder a financiamento após o habite-se.
verdadeira condição de trabalho. 3. Caso o preço seja citado, deve ele
ser específico do imóvel oferecido e
ANEXO "D" referir-se ao seu valor total; e quando
Imóveis: Venda e Aluguel o imóvel for destinado a público de
Além de obedecer aos preceitos gerais baixo ou médio poder aquisitivo,
deste Código, a publicidade de devem ser mencionadas as despesas
imóveis, seja de venda, aluguel ou de aquisição a cargo do comprador.
"leasing", deverá atender às normas 4. Na hipótese de locação ou
deste Anexo. Essas normas específicas "leasing", o anúncio deverá deixar
somente se aplicam aos anúncios de claro se existirão (ou não), para o
maiores dimensões, particularmente locatário, ônus de qualquer natureza,
os de lançamento, delas ficando decorrentes da transação.
excetuados os anúncios "reminder" 5. Tratando-se de imóvel novo, o nome
(recordatórios), de pequeno espaço e do vendedor ou imobiliária deve
os Classificados, bem como a constar do anúncio, recomendando-se
propaganda feita pela Televisão e pelo que nele figurem também o nome da
Rádio: construtora e do incorporador e, ainda,
1. Não se deve confundir propositada o do órgão financiador.
e maliciosamente sinal com entrada, 6. Quando o anúncio fornecer o valor
dessa forma induzindo o Consumidor a do imóvel em dinheiro, deve ser
erro de julgamento quanto ao real especificado o preço total, poupança,
valor do imóvel e suas próprias parcelas intermediárias e números de
condições para adquiri-lo. prestações, sempre com os respectivos
Parágrafo único: Sinal é a parcela valores.
inicial que o comprador dá ao

122
7. Deverá ser igualmente especificada se indicar claramente o valor do imóvel
a área comum, dela se distinguindo segundo a localização dos lotes.
claramente a área útil, evitando-se 13. Quando o Anunciante for empresa
expressões como "área real de ou corretor autônomo, é obrigatória a
construção", que não são inclusão, no anúncio, dos respectivos
suficientemente claras. números de registro (CRECI, etc.).
8. Quando for mencionado o material 14. O anúncio deve explicitar o estado
a ser empregado na construção, deve do imóvel ou a situação da construção,
ser especificada a natureza, o tipo e, se bem como o prazo de entrega.
possível, a marca. 15. Fotografias e ilustrações que
9. Se o anúncio fornecer a localização porventura figurem nos anúncios
do imóvel, deve tal indicação ser feita devem reproduzir fielmente o imóvel e
segundo a designação oficial. o local onde se situa, não devendo
Parágrafo único: Considera-se induzir o Consumidor a erro de
designação oficial, para os efeitos do julgamento.
presente Código:
a. no caso de imóveis rurais, o Estado,
o Município, o Distrito e a ANEXO "E"
Circunscrição; Investimentos, Empréstimos e
b. no caso de imóveis urbanos, o Bairro Mercado de Capitais
e a Circunscrição Imobiliária. Além de obedecer às normas gerais
10. No caso de financiamento pelo deste Código, os anúncios que versem
"Sistema BNH", deverá ser claramente sobre Investimentos, Empréstimos e
indicada a renda mensal exigida do Mercado de Capitais deverão
comprador para a aquisição do imóvel. obedecer às seguintes disposições
11. Em áreas de loteamento deve ser específicas:
fornecida a distância, em quilômetros, 1. Direito de Informação
do centro da cidade mais próxima, a Respeitar o direito de informação dos
metragem do lote e as condições de investidores, acionistas, aplicadores
pagamento, delas constando o valor individuais e institucionais, terceiros
da entrada, parcelas intermediárias e que negociam com valores mobiliários,
prestações. instituições públicas e organismos
12. No caso de apartamentos, bem internacionais - observando
como de salas e andares para escrupulosamente a necessidade de
escritórios, quando as unidades lhes serem oferecidos todos os
tiverem preços diferentes por andar, esclarecimentos para uma decisão
deve esse fato ser mencionado e o criteriosa e consciente - conforme
preço citado identificar o que está preceitua a legislação sobre a matéria
sendo oferecido. (Lei nº 4.728/65 e Lei nº 6.404/76).
Parágrafo único: Os preceitos acima 2. Sigilo Resguardar, sem prejuízo do
aplicam-se aos loteamentos, devendo- item anterior, o sigilo inerente à coisa

123
financeira, cuidando para que não seja 6. Regulamentações Específicas Sem
violada a privacidade dos investidores. embargo das disposições deste
3. Projeções ou Estimativas de Código e em conformidade com ele, as
Resultados Caso os anúncios empresas integrantes do Sistema
contenham projeção ou estimativas de Financeiro Nacional poderão atender a
resultados futuros (rendimentos, recomendações sobre atividades
rentabilidade, valorização ou publicitárias emanadas de seus órgãos
quaisquer outros), sob a forma de de representação institucional, se e
índice ou percentual, deverão: quando as campanhas específicas
a. esclarecer em que bases foi recomendarem procedimentos
realizada a projeção ou estimativa; comuns e uniformidade no processo
b. explicitar se foi considerada ou não de comunicação em benefício da
a tributação ou impostos pertinentes, melhor orientação e informação do
se houve ou não reaproveitamento de público investidor.
lucros gerados no período analisado,
se foram ou não deduzidos incentivos ANEXO "F"
fiscais e, principalmente, se a projeção Lojas e Varejo
ou estimativa foi feita a partir de Na Publicidade de Varejo:
resultados pretéritos cuja repetição 1. Em caso de oferta de produtos com
possa ser incerta ou improvável no venda a crédito, deve ser mencionado,
futuro. além do preço à vista, o número de
4. Propaganda pagamentos, os valores da entrada e
Comparativa Respeitar as mesmas da prestação e o valor total do
bases e condições de comparação financiamento.
quanto a prazos, garantias, liquidez, 2. Quando for mencionada redução de
resgate e critérios de cálculo de preços, deve o anúncio explicitar
rentabilidade ou outros benefícios ambos os valores, ou seja, o antigo e o
produzidos pelos bens ou serviços novo. Fica suprida esta exigência
anunciados. quando a redução for em números
5. Educação e Orientação do relativos (percentual) e não absolutos.
Investidor Considerando a 3. Deve ficar explícito nos anúncios:
necessidade do contínuo 3.1. Quando a oferta envolver
aprimoramento do mercado financeiro produtos descontinuados ou sem
e de capitais mediante a melhoria dos garantia do fabricante.
níveis de informação e educação dos 3.2. Quando se tratar de produtos que
investidores, os anúncios deverão: não estejam em estado de novo, como
a. valorizar o conteúdo informativo e por exemplo, pontas de estoque,
educacional de suas mensagens; saldos, etc.
b. evitar proposições que ajam no 3.3. Quando o produto requer
sentido da desinformação ou da instalação técnica especializada que
confusão dos investidores. onera significativamente a compra.

124
4. Em se tratando de bem durável b. atividades proibidas nos respectivos
originalmente com garantia do códigos de ética profissional.
fabricante e que esteja sendo 3. A propaganda de serviços
oferecido sem ela, tal circunstância hospitalares e assemelhados deve,
deverá ficar clara no anúncio. obrigatoriamente, mencionar a direção
5. Na propaganda de vendas a crédito, responsável.
são condenáveis as alegações 4. A propaganda de tratamentos
exageradas sobre facilidades no clínicos e cirúrgicos (p. ex.
processo de abertura de crédito. emagrecimento, plástica) será regida
pelos seguintes princípios:
ANEXO "G" a. deve, antes de mais nada, estar de
Médicos, Dentistas, Veterinários, acordo com a disciplina dos órgãos de
Parteiras, Massagistas, Enfermeiros, fiscalização profissional e
Serviços Hospitalares, Paramédicos, governamentais competentes;
Para-hospitalares, Produtos b. precisa mencionar a direção médica
Protéticos e Tratamentos responsável;
c. deve dar uma descrição clara e
A publicidade submetida a este adequada do caráter do tratamento;
Anexo: d. não pode conter testemunhais
1. A publicidade submetida a este prestados por leigos;
Anexo não poderá anunciar: e. não pode conter promessa de cura
a. a cura de doenças para as quais ou de recompensa para aqueles que
ainda não exista tratamento não obtiverem êxito com a utilização
apropriado, de acordo com os do tratamento.
conhecimentos científicos
comprovados; ANEXO "H"
b. métodos de tratamentos e Produtos Alimentícios
diagnósticos ainda não consagrados Além de atender aos preceitos gerais
cientificamente; deste Código, os anúncios de
c. especialidade ainda não admitida produtos alimentícios:
para o respectivo ensino profissional; 1. Devem se restringir às normas de
d. a oferta de diagnóstico e/ou seu licenciamento pelas autoridades
tratamento à distância; competentes.
e. produtos protéticos que requeiram 2. Não devem associar o produto
exames e diagnósticos de médicos alimentício a produtos fármaco-
especialistas. medicinais ou dietéticos.
2. A propaganda dos profissionais a 3. Devem deixar bem claro, na
que se refere este Anexo não pode embalagem, a qualidade, natureza e
anunciar: tipo de alimento e o emprego de
a. o exercício de mais de duas aditivos ou preservativos artificiais,
especialidades; quando for o caso.

125
4. Devem deixar expressos, quando a. entende-se por embalagem todo
possível, o valor nutricional e calórico invólucro, recipiente ou qualquer
do produto anunciado. forma de acondicionamento, removível
5. Devem indicar claramente, na ou não, destinado a cobrir, empacotar,
embalagem, se se trata de produto envasar, proteger ou manter,
natural ou artificial. especificamente ou não, os produtos
de que trata este Anexo;
ANEXO "I" b. entende-se por rotulagem qualquer
Produtos Farmacêuticos Isentos de identificação por palavras ou
Prescrição ilustrações presentes na embalagem.
A publicidade dos produtos
submetidos a este Anexo observará as 2. A publicidade de medicamentos
normas específicas que se seguem, as populares:
quais complementam as normas gerais
deste Código. Para os efeitos deste a. não deverá conter nenhuma
Anexo, são considerados produtos afirmação quanto à ação do produto
farmacêuticos isentos de prescrição, que não seja baseada em evidência
também conhecidos como clínica ou científica;
medicamentos populares ou OTC - b. não deverá ser feita de modo a
over the counter -, aqueles cuja venda, sugerir cura ou prevenção de qualquer
nos termos da lei, está dispensada da doença que exija tratamento sob
apresentação de receita emitida por supervisão médica;
Médicos e Cirurgiões-Dentistas. c. não deverá ser feita de modo a
resultar em uso diferente das ações
Anexo "I" A publicidade dos produtos terapêuticas constantes da
submetidos a este Anexo observará as documentação aprovada pela
normas específicas que se seguem, as Autoridade Sanitária;
quais complementam as normas gerais d. não oferecerá ao consumidor
deste Código. Para os efeitos deste prêmios, participação em concursos ou
Anexo, são considerados produtos recursos semelhantes que o induzam
farmacêuticos isentos de prescrição, ao uso desnecessário de
também conhecidos como medicamentos;
medicamentos populares ou OTC - e. deve evitar qualquer inferência
over the counter -, aqueles cuja venda, associada ao uso excessivo do
nos termos da lei, está dispensada da produto;
apresentação de receita emitida por f. não deverá ser feita de modo a
Médicos e Cirurgiões-Dentistas. induzir ao uso de produtos por
1. A embalagem, rotulagem e crianças, sem supervisão dos pais ou
publicidade de medicamentos responsáveis a quem, aliás, a
populares deverão estar em mensagem se dirigirá com
conformidade com a legislação exclusividade;
pertinente:

126
g. não deverá encorajar o Consumidor outro benefício, de qualquer natureza,
a cometer excessos físicos, pela compra de um medicamento em
gastronômicos ou etílicos; função de uma possível ineficácia;
h. não deverá mostrar personagem na n. a publicidade de produto dietético
dependência do uso contínuo de deve submeter-se ao disposto neste
medicamentos como solução simplista Anexo e, no que couber, nos Anexos
para problemas emocionais ou estados "G" e "H". Não deverá incluir ou
de humor; mencionar indicações ou expressões,
i. não deverá levar o Consumidor a erro mesmo subjetivas, de qualquer ação
quanto ao conteúdo, tamanho de terapêutica.
embalagem, aparência, usos, rapidez 3. A referência a estudos, quer
de alívio ou ações terapêuticas do científicos ou de consumo, deverá
produto e sua classificação sempre ser baseada em pesquisas
(similar/genérico); feitas e interpretadas corretamente.
j. deverá ser cuidadosa e verdadeira 4. Qualquer endosso ou atestado, bem
quanto ao uso da palavra escrita ou como a simples referência a
falada bem como de efeitos visuais. A profissionais, instituições de ensino ou
escolha de palavras deverá pesquisa e estabelecimentos de saúde,
corresponder a seu significado como deverá ser suportada por
geralmente compreendido pelo documentação hábil, exigível a
grande público; qualquer tempo.
k. não deverá conter afirmações ou 5. A publicidade de medicamentos
dramatizações que provoquem medo não oferecerá a obtenção de
ou apreensão no Consumidor, de que diagnóstico à distância.
ele esteja, ou possa vir, sem 6. Não conterá afirmações injuriosas às
tratamento, a sofrer de alguma doença atividades dos profissionais de saúde
séria; ou ao valor de cuidados ou
l. deve enfatizar os usos e ações do tratamentos destes.
produto em questão. Comparações 7. Quando oferecer a venda do
injuriosas com concorrentes não serão produto por meio de telefone ou
toleradas. Qualquer comparação endereço eletrônico, deverá explicitar
somente será admitida quando a razão social e o endereço físico do
facilmente perceptível pelo anunciante a fim de facilitar ação
Consumidor ou baseada em evidência fiscalizatória e reclamações.
clínica ou científica. Não deverão ser
usados jargões científicos com dados ANEXO "J"
irrelevantes ou estatísticas de validade Produtos de Fumo
duvidosa ou limitada, que possam
sugerir uma base científica que o A publicidade submetida a este
produto não tenha; Anexo observará o seguinte:
m. não deverá conter qualquer oferta 1. Não sugerirá que os produtos
de devolução de dinheiro pago ou possuam propriedades calmantes ou

127
estimulantes, que reduzam a fadiga, a 8. Em Rádio e Televisão, inclusive por
tensão ou produzam qualquer efeito assinatura, serão atendidos
similar. especialmente os seguintes requisitos:
2. Não associará o produto a idéias ou a. a publicidade será veiculada no
imagens de maior êxito na sexualidade horário compreendido entre 22:00 e
das pessoas, insinuando o aumento da 06:00 horas (hora local), exceção feita
virilidade ou feminilidade dos aos eventos especiais patrocinados
fumantes. cuja determinação de horário
3. Não sugerirá ou promoverá o independa do controle do Veículo ou
consumo exagerado ou irresponsável, do Anunciante;
a indução ao bem-estar ou à saúde, b. as chamadas e caracterização de
bem como o consumo em locais ou patrocínio dos produtos de fumo, para
situações perigosas ou ilegais. eventos alheios à programação normal
4. Não associará o uso do produto à ou rotineira das emissoras de Rádio e
prática de esportes olímpicos e nem se Televisão, inclusive por assinatura,
utilizará de trajes de esportes poderão ser feitas atendendo ao
olímpicos para promoção/divulgação disposto na alínea "a" acima;
de suas marcas. c. não se admitirá a propaganda
4.1. Na publicidade estática em indireta contratada, também
estádios, naquela que se utiliza de denominada merchandising, em
veículos de competição como suporte qualquer horário.
e na instalada em outros locais 9. As mensagens publicitárias em
públicos de reunião, somente poderá sessões comerciais de Cinemas,
identificar a marca ou slogan do Teatros e Salões só serão veiculadas
produto, sem recomendação de seu após as 22:00 horas e em sessões de
consumo. filmes recomendáveis para maiores de
5. Não fará qualquer apelo dirigido 18 anos.
especificamente a menores de 18 anos 10. Os equipamentos fixos de
e qualquer pessoa que, fumando ou publicidade exterior deverão ser
não, apareça em anúncio regido por colocados, no mínimo, a 200 metros de
este Anexo, deverá ser e parecer maior distância da entrada principal de
de 25 anos. estabelecimentos escolares de
6. Não empregará imperativos que primeiro e segundo graus.
induzam diretamente ao consumo. 11. O envio de publicidade por mala
7. O planejamento de mídia será direta ou telemarketing só poderá ser
cuidadoso quanto ao público-alvo. O feito para fumantes maiores de 18
anúncio não deve ser inserido em anos, que tenham manifestado desejo
qualquer publicação, programação ou de receber a correspondência.
websites dirigidos basicamente a 12. Na publicidade e nas publicações
menores de idade. O material de institucionais e legais, bem como nos
ponto-de-venda deverá refletir anúncios classificados de empresas
idênticos cuidados. produtoras de derivados de fumo, não

128
haverá obrigatoriedade de inserção de públicos intermediários (sobretudo o
advertência, conforme facultado por varejista) que podem facultar ao
lei, desde que as referidas peças não Consumidor a chance de ver e, em
visem a promoção de marcas de alguns casos, experimentar o produto
produtos destinados ao público antes da compra. Nas vendas pelo
consumidor. reembolso postal a decisão de compra
13. Na Internet, cujo acesso é é feita em geral por Consumidores
facultado a todas as faixas etárias, a colocados à distância dos grandes
publicidade deverá ser estruturada centros urbanos e apenas com base
com cuidados especiais, merecendo nas informações fornecidas pelo
interpretação restritiva de todas as vendedor em anúncios, folhetos e
normas aplicáveis à espécie. prospectos enviados pelo Correio
(mala direta). Por essas razões:
1. A primeira obrigação de qualquer
ANEXO "K" peça publicitária que visa à venda por
Produtos Inibidores de Fumo reembolso postal é a de fornecer
Não será aceita a propaganda de informações precisas e claras sobre o
qualquer produto que se proponha a produto oferecido, pois será
inibir o hábito de fumar sem que o exclusivamente com base nesses
Anunciante torne claro que o produto dados que o Consumidor irá fazer sua
oferece apenas uma ajuda e que o decisão de compra sem sequer ver o
êxito de sua aplicação dependerá de produto anunciado.
força de vontade de quem o utilizar. 2. Entre as informações acima devem
figurar - além daquelas atinentes às
ANEXO "L" virtualidades do produto oferecido -
Profissionais Liberais uma descrição objetiva do mesmo, o
Os anúncios de profissionais liberais, seu preço e condições de pagamento,
com profissão definida e prazo de entrega, condições de
regulamentada em lei, terão que perecimento do produto (quando for o
conter o nome do Anunciante, seu caso), condições de devolução (se
título profissional, sua especialidade, forem oferecidas), garantias e
seu endereço e o número de seu facilidades de serviço e manutenção
registro na respectiva Ordem ou pós-venda.
Conselho. 3. A razão social do Anunciante bem
como o seu endereço completo devem
ANEXO "M" figurar no anúncio. Quando o anúncio
Reembolso Postal ou Vendas pelo contiver um cupom, o endereço não
Correio poderá figurar apenas nesse cupom.
A propaganda que objetiva vendas 4. A razão social do Anunciante deve
pelo reembolso postal é uma forma figurar com destaque no endereço que
muito especial de comunicação é fornecido pela propaganda e, nesse
publicitária, posto que dispensa os endereço, o Anunciante deve ter

129
condições para atender a consultas h. condições de cancelamento.
dos Consumidores e, ainda, condições
de mostrar e demonstrar o produto ANEXO "O"
anunciado mesmo na forma de Veículos Motorizados
modelos ou amostras. Na propaganda de automóveis,
caminhões, ônibus e tratores:
ANEXO "N" 1. Não se permitirá a divulgação de
Turismo, Viagens, Excursões, dados de desempenho que
Hotelaria correspondam a condições de uso
Além de atender às provisões gerais atípicas para a maioria dos
deste Código, a propaganda de Consumidores - a não ser quando tais
Turismo, Viagens, Excursões e condições forem claramente
Hotelaria: especificadas.
Deverá ser concebida de tal forma que 2. Não se permitirá que o anúncio
se evitem desapontamentos para o contenha sugestões de utilização do
Consumidor. Portanto, no caso veículo que possam pôr em risco a
particular de Excursões, o material segurança pessoal do usuário e de
publicitário - sejam anúncios, sejam terceiros, tais como ultrapassagens
folhetos e prospectos - deve fornecer não permitidas em estradas, excesso
dados precisos no tocante aos de velocidade, não-utilização de
seguintes aspectos: acessórios de segurança, desrespeito à
a. a firma ou organização responsável sinalização, desrespeito aos pedestres
pela Excursão; e às normas de trânsito de uma forma
b. o meio de transporte, nome da geral.
empresa transportadora, tipo ou classe 3. Também não serão permitidos
de avião, dados sobre o navio ou outro anúncios que induzam o usuário a
meio de transporte; desrespeitar, quando na direção de
c. destinos e itinerários: veículos motorizados, as regras de
d. duração exata da Excursão e o silêncio e de higiene das vias públicas,
tempo de permanência em cada bem como do respeito aos recursos
localidade; naturais e ecológicos, quando em
e. o tipo e o padrão das acomodações viagem.
de Hotel e as refeições porventura 4. Os anúncios não deverão induzir a
incluídas no preço-pacote; erro quanto às características
f. quaisquer benefícios incluídos, tais específicas do veículo, tais como
como passeios, etc.; consumo, velocidade, desempenho,
g. o preço total da Excursão - pelo conforto e segurança.
menos em seus limites máximo e
mínimo - com indicação precisa do que ANEXO "P"
está ou não incluído (traslados de e Vinhos e Cervejas
para aeroportos e hotéis, A publicidade submetida a este
carregadores, gorjetas, etc.); Anexo:

130
1. Não deve ser endereçada a menores a. desempenho saudável de qualquer
de idade nem tampouco encorajá-los a atividade;
beber. Assim: b. sexualidade;
a. crianças não devem figurar nos c. imagens ou idéias de maior êxito
anúncios. Qualquer pessoa que profissional, social ou sexual.
apareça no anúncio deverá ser e 4. A propaganda de vinhos e cervejas,
parecer maior de 18 anos de idade; adicionalmente:
b. o planejamento de mídia será a. não se utilizará de trajes de esportes
cuidadoso quanto ao público-alvo. O olímpicos para a promoção/divulgação
anúncio não deve ser inserido em de suas marcas;
qualquer publicação, programação ou b. na publicidade estática em estádios,
websites dirigidos basicamente a naquela que se utiliza de veículos de
menores de idade; competição como suporte e na
c. na Internet, cujo acesso é facultado instalada em outros locais públicos de
a todas as faixas etárias, deverá ser reunião, somente poderá identificar a
estruturada com cuidados especiais, marca ou o slogan do produto, sem
merecendo interpretação restritiva de recomendação de seu consumo;
todas as normas aplicáveis à espécie. c. no Rádio, TV, inclusive por
2. Não induzirá ao consumo abusivo e assinatura, e Cinema, todas as
irresponsável. Assim: mensagens com duração igual ou
a. a propaganda não deve tornar a superior a 15 segundos deverão conter
bebida um desafio nem, tampouco, preceitos de moderação,
menosprezar aqueles que não bebem; recomendando o consumo
b. a propaganda não deve dar a responsável, nos moldes da frase
impressão de que a bebida está sendo "Evite o Consumo Excessivo de
recomendada por seu efeito Álcool";
intoxicante; d. frases com o mesmo sentido
c. as situações apresentadas na deverão constar, de forma visível e
propaganda jamais devem associar destacada, na rotulagem dos produtos
positivamente o consumo de bebida e nos anúncios inseridos em
com a condução de veículos publicações, websites e outdoors. Tais
automotores; frases serão dispensadas em outros
d. os anúncios não devem encorajar o equipamentos de publicidade exterior,
consumo excessivo ou irresponsável e dos relacionados na alínea "b" acima,
nem induzir ao consumo em locais ou se a mensagem não contiver
situações ilegais, perigosas, impróprias recomendação de consumo do
ou socialmente condenáveis. Assim, produto;
são reprováveis os anúncios que se e. a publicidade em pontos-de-venda
utilizem do teor alcoólico da bebida não deverá ser estruturada de forma a
como seu tema principal. influenciar menores de 18 anos e
3. Não associará a imagem dos conterá a advertência de que o
produtos a: produto se destina exclusivamente a

131
público adulto, exceto em instituídas no corpo do Código (artigo
equipamentos de serviço (mesas, 27, § 9º):
refrigeradores, luminosos etc.), sem 1. Testemunhal de Especialista/Perito
recomendação de consumo do 1.1. O anúncio deverá sempre nomear
produto. o depoente e apresentar com
fidelidade a sua qualificação
ANEXO "Q" profissional ou técnica.
Testemunhais, Atestados, Endossos 1.2. O produto anunciado deverá ter
Testemunhal é o depoimento, endosso estrita correlação com a especialidade
ou atestado através do qual pessoa ou do depoente.
entidade diferente do Anunciante 1.3. O anúncio que se apoiar em
exprime opinião, ou reflete observação testemunho isolado de especialista ou
e experiência própria a respeito de um perito não deverá causar a impressão
produto. De acordo com esta de que ele reflita o consenso da
definição, o testemunhal pode ser categoria profissional, da entidade ou
classificado como: da associação a que, eventualmente,
1. Testemunhal de especialista/perito: pertença.
é o prestado por depoente que 1.4. O testemunho prestado por
domina conhecimento específico ou profissional estará limitado pelas
possui formação profissional ou normas legais e éticas que disciplinam
experiência superior ao da média das a respectiva categoria.
pessoas. 2. Testemunhal de Pessoa Famosa
2. Testemunhal de pessoa famosa: é o 2.1. O anúncio que abrigar o
prestado por pessoa cuja imagem, voz depoimento de pessoa famosa deverá,
ou qualquer outra peculiaridade a mais do que qualquer outro, observar
torne facilmente reconhecida pelo rigorosamente as recomendações do
público. Código.
3. Testemunhal de pessoa comum ou 2.2. O anúncio apoiado em
Consumidor: é o prestado por quem testemunhal de pessoa famosa não
não possua conhecimentos especiais deverá ser estruturado de forma a
ou técnicos a respeito do produto inibir o senso crítico do Consumidor
anunciado. em relação ao produto.
4. Atestado ou endosso: é o emitido 2.3. Não será aceito o anúncio que
por pessoa jurídica, refletindo a sua atribuir o sucesso ou fama da
posição oficial. testemunha ao uso do produto, a
Por se reconhecer no testemunhal, em menos que isso possa ser comprovado.
qualquer de suas modalidades, técnica 2.4. O Anunciante que recorrer ao
capaz de conferir maior força de testemunhal de pessoa famosa deverá,
comunicação, persuasão e sob pena de ver-se privado da
credibilidade à mensagem publicitária, presunção de boa-fé, ter presente a
este Anexo introduz as seguintes sua responsabilidade para com o
recomendações especiais, além das já público.

132
3. Testemunhal de Pessoa Comum ou 6.1. O Anunciante, ou a sua Agência de
Consumidor Propaganda, deverá obter autorização
3.1. Sempre que um Consumidor for escrita da testemunha antes de
identificado, seu nome e sobrenome proceder à veiculação. Essa
devem ser verdadeiros. autorização poderá ser exigida pelos
3.2. Os modelos profissionais, os Veículos.
empregados do Anunciante ou das 6.2. Anunciantes concorrentes deverão
Agências de Propaganda não deverão abster-se da utilização do testemunhal
se fazer passar por Consumidor de uma mesma pessoa ou entidade,
comum. sempre que dela possa redundar
3.3. O testemunho de Consumidor confusão para o Consumidor.
ficará limitado à experiência pessoal
com o produto, não podendo alcançar ANEXO "R"
assuntos de natureza técnica ou Defensivos Agrícolas
científica a respeito dos quais não Além de obedecer às normas gerais
possua capacitação ou habilitação deste Código, em especial as inscritas
profissional compatível. em sua Seção 10 - Poluição e Ecologia,
4. Atestado ou Endosso os anúncios de defensivos agrícolas
4.1. O atestado ou endosso emitido deverão observar as recomendações
por pessoa jurídica deverá refletir a sua específicas a seguir dispostas:
posição oficial a respeito do assunto. 1. O anúncio de defensivo agrícola:
4.2. Aplicam-se ao atestado ou 1.1. Não poderá ser veiculado se o
endosso as recomendações deste produto não estiver regularmente
Anexo, em especial as atinentes ao registrado no órgão competente do
testemunhal de especialistas/peritos. Serviço Público Federal.
5.Normas Relacionadas com a 1.2. Não descuidará do público a que
Obtenção e Validade dos se destina, respeitando sempre o uso
Testemunhais adequado do produto.
5.1. Todo Anunciante, ou sua Agência, 1.3. Não poderá conter mensagem
estará obrigado a que exceda os termos do registro. Não
comprovar/demonstrar a veracidade omitirá ou minimizará - seja por texto,
do testemunhal, sempre que isto lhe imagem ou sugestão - a toxicidade e a
for solicitado. ação sobre o meio ambiente. Apontará
5.2. O testemunhal obtido mediante sempre os cuidados e indicações
câmera oculta só poderá ser veiculado específicos, determinados pela
com a autorização expressa da autoridade competente.
testemunha ou de seus responsáveis. É 1.4. Não conterá expressões como
aceitável que essa autorização seja "inofensivo", "não tóxico", "inócuo"
obtida através de remuneração. ou equivalente, salvo se o fizer de
6.Normas Relacionadas com a forma qualificada e comprovável.
Divulgação de Testemunhos e 1.5. Não exibirá pessoas em cenário de
Atestados aplicação sem que se apresentem

133
convenientemente protegidas por recomenda-se que o anúncio seja
indumentária e acessórios preciso, claro e, sobretudo,
tecnicamente recomendáveis. responsável. Essa responsabilidade é
1.6. Não deverá, sob qualquer reforçada pela certeza de que o uso
pretexto, utilizar modelo infantil ou inadequado do produto afeta não
que aparente ser menor de idade. apenas a pessoa que decide sua
1.7. Sujeito, nos termos da legislação aplicação, mas transcende a outras, se
federal, a receituário, deverá conter prolonga pelo meio ambiente e pode
necessariamente a indicação "consulte alcançar, mesmo, a economia do país.
um agrônomo".
1.8. Não deverá associar o produto, ANEXO "S"
por texto, imagem ou sugestão, a Armas de Fogo
qualquer outro que se destine à A publicidade de arma de fogo de uso
alimentação ou saúde, ressalvadas as civil atenderá, além dos princípios
propostas institucionais. estabelecidos no Código, às seguintes
2. Sendo os defensivos agrícolas recomendações especiais:
reconhecidamente classificados como 1. O anúncio deverá deixar claro que a
bens de produção, sua publicidade aquisição do produto dependerá de
deverá sempre que possível: registro concedido por autoridade
2.1. Ser informativa e didática, competente:
evitando-se seja tratada como de bem a. essa exigência não deve ser
de consumo. apresentada como mera formalidade;
2.2. Estimular o bom uso do solo e a b. o anúncio não deverá divulgar
defesa do meio ambiente. facilidades de registro.
3. Tendo em vista que em nosso país a 2. O anúncio não deverá ser
comunicação dos Anunciantes com o emocional. Assim sendo:
homem do campo se opera, a. não exibirá situações dramáticas e
costumeiramente, através de contato nem se valerá de notícias que induzam
com agrônomos, vendedores, o consumidor à convicção de que o
representantes de cooperativas, etc., produto é a única defesa ao seu
recomenda-se que toda peça alcance;
publicitária distribuída diretamente ao b. não deverá provocar o temor
usuário (prospectos, volantes, popular;
calendários, manuais, etc.) atenda aos c. não apresentará o possuidor de
princípios estabelecidos neste Anexo. arma de fogo em situação de
4. As recomendações do Código e superioridade em relação a perigos ou
deste Anexo deverão ser observadas, pessoas;
com igual rigor, na propaganda de d. não exibirá crianças ou menores de
produtos destinados a pequenas idade;
hortas, pomares e plantações urbanas. e. não se valerá de testemunhal, a não
5. Tendo em vista que a mensagem se ser de educadores, técnicos,
destina ao homem do campo, autoridades especializadas, esportistas

134
e caçadores, formulado no sentido de III - O profissional de propaganda, para atingir
alertar e educar o Consumidor; aqueles fins, jamais induzirá o povo ao erro;
f. não oferecerá facilidades ou brindes jamais lançará mão da inverdade; jamais
para aquisição do produto. disseminará a desonestidade e o vício.
3. O anúncio deverá ainda:
a. cingir-se à apresentação do modelo, IV - No desempenho do seu mister, o
suas características e preço; profissional de propaganda agirá sempre com
b. evidenciar que a utilização do honestidade e de votamento com seus
produto exige treinamento e equilíbrio comitentes, de modo a bem servir a eles e à
emocional; sociedade.
c. colocar em relevo o risco, para a
comunidade, da guarda do produto V - Nas relações entre os seus colegas, o
em lugar inseguro. profissional de propaganda pautará sua
4. O anúncio não será veiculado em conduta pela estrita observância das
publicação dirigida ao público infanto- definições, normas e recomendações relativas
juvenil. à ética da profissão, restringindo sua
5. O anúncio só poderá ser veiculado atividade profissional ao setor da sua escolha,
pela Televisão no período das 23h às assim elevando, pelo respeito mútuo, pela
6h. lealdade e pela nobreza da atitude, o nível da
sua profissão no País.

Código de Ética dos I – Definições


Profissionais de Propaganda 1. São considerados profissionais de
– APP propaganda somente os componentes,
empregados e colaboradores das entidades
Introdução mencionadas nos artigos 2, 3, 4, 5 e 6 destas
definições, e cuja função seja exercida no
I - A propaganda é a técnica de criar opinião setor de propaganda da entidade.
pública favorável a um determinado produto,
serviço, instituição ou ideia, visando a orientar 2. O anunciante, também chamado cliente, é
o comportamento humano das massas num a entidade, firma, sociedade ou indivíduo que
determinado sentido. utiliza a propaganda.

II - O profissional de propaganda, cônscio do 3. Agência de Propaganda é a firma


poder que a aplicação de sua técnica lhe põe organizada para exercer as funções definidas
nas mãos, compromete-se a não utilizá-la pela ABAP e que realiza a propaganda para o
senão em campanhas que visem ao maior cliente e promove negócios para os veículos
consumo dos bons produtos, à maior de propaganda, que a reconhecem como tal
utilização dos bons serviços, ao progresso das e a ela pagam comissão.
boas instituições e à difusão de ideias sadias.
4. Veículos de propaganda são os jornais,
revistas, estações de rádio e TV, exibidores de

135
cartazes e outras entidades que recebem reconhecimento como tal poderá ser
autorizações e divulgam a propaganda aos cancelado por infração deste dispositivo.
preços fixados em suas tabelas.
11. Aos veículos de propaganda fica
5. Representantes de veículos são naturalmente reservado o direito de dar ou
organizações especializadas ou indivíduos não crédito à agência, não sendo lícito,
que tratam dos interesses dos seus porém, negar-lhe a comissão e recusar-lhe a
representados, em geral sediados em outras divulgação do anúncio quando pago à vista.
praças, dos quais recebem remuneração e Excetuem-se os casos em que a matéria não
para os quais também contratam se enquadre dentro da ética ou quando a
propaganda. agência tenha deixado de ser reconhecida
pelo veículo, do que lhe deve ser dado aviso
6. Corretor é o indivíduo registrado no veículo com 90 dias de antecedência.
onde funciona como intermediário da
publicidade remunerada, estando sujeito à 12. A comissão percebida pelo corretor não
disciplina e à hierarquia do veículo. é, necessariamente, a mesma concedida às
agências que dão “del credere” efetivo e
7. Publicidade remunerada pode ser ou não fazem as cobranças das notas dos veículos
propaganda. aos anunciantes.

8. Comissão é a retribuição, pelos veículos, do 13. Todo trabalho profissional de propaganda


trabalho profissional, devida exclusivamente faz jus à paga respectiva nas bases
às agências e aos corretores de propaganda. combinadas, na falta destas prevalecendo o
A comissão destina-se à manutenção das preço comum para trabalhos similares. Em
agências e dos corretores de propaganda e caso de dúvida, poderá ser o preço avaliado
não poderá ser transferida aos anunciantes. por três profissionais indicados, a pedido,
pelo presidente da ABP ou suas similares
II – Normas estaduais. É proscrita por desleal a prestação
9. Os veículos de propaganda reconhecem a de serviços profissionais gratuitos ou por
necessidade de manter os corretores e as preços inferiores aos da concorrência, a
agências como fontes de negócios e qualquer título, excetuados, naturalmente, os
progresso dos seus empreendimentos e, por casos em que o beneficiário seja entidade
isso, a eles reservam o pagamento da incapaz de remunerá-los e cujos fins sejam de
comissão, com exclusão de quaisquer outros inegável proveito social coletivo.
indivíduos ou entidades.
14. Os veículos faturarão sempre em nome
10. A tabela de preços dos veículos é pública dos anunciantes, enviando as notas às
e igual para todos os compradores, dentro de agências por eles responsáveis para
iguais condições, incumbindo ao veículo cobrança.
observá-la e fazê-la observada por todos os
seus agentes ou prepostos, cujo 15. Com o objetivo de incentivar a produção
de ideias novas, de que tanto necessita a

136
propaganda, presumese sempre que a ideia especificações técnicas ou o uso do tempo
pertence à empresa criadora e não pode ser contratado pelo anunciante, não devendo
explorada sem que esta dela se beneficie. este, de forma alguma pretender influir na
opinião do veículo. As obrigações mútuas são
16. É imoral deturpar ou apresentar de de caráter estritamente comercial.
maneira capciosa elementos de pesquisa ou 22. É taxativamente considerada imoral a
estatísticas. Recomenda-se também que, alegação do volume de verbas de
sempre que tais dados sejam utilizados como propaganda a fim de obter mudança de
elemento fundamental de persuasão, atitudes dos veículos, influenciar decisões ou
mencione-se sua fonte de origem. conseguir vantagens não obtidas por outrem
em igualdade de condições.
17. O plágio ou a simples imitação de outra
propaganda é prática condenada e vedada ao III – Recomendações
profissional. 23. O profissional de propaganda que
trabalha para uma determinada entidade não
18. O profissional de propaganda deve deve emprestar sua colaboração a outra
conhecer a legislação relativa a seu campo de empresa que, por vezes, está competindo
atividade, e como tal é responsável pelas com aquela que lhe paga o salário e lhe
infrações que, por negligência ou omissão enseja a oportunidade de progredir na
intencional, o cliente possa cometer na profissão.
execução do plano de propaganda que
sugeriu e recomendou. 24. Todos os profissionais de propaganda se
comprometem, nos limites de sua
19. O profissional de propaganda respeita as competência, a assegurar, por suas ações, por
campanhas de seus competidores, sua autoridade e influência, o cumprimento
procurando jamais destruí-las por atos ou deste Código, devendo empenhar-se pela
impedir a sua divulgação. Nos textos que usa, neutralização dos menos escrupulosos que
exalta as vantagens de seus temas, sem que comprometem a seriedade da profissão.
isso envolva críticas ou ataques diretos ao 25. É imoral, por prejudicar o povo, qualquer
competidor. fixação de verbas de propaganda imposta por
convênios, entre anunciantes, indicada direta
20. A propaganda é sempre ostensiva. A ou indiretamente pelos sindicatos,
mistificação e o engodo que, escondendo a associações, cartéis ou pelos governos
propaganda, decepcionam e confundem o federal, estadual ou municipal. Outrossim, a
público são expressamente repudiados pelos firma representante ou vendedor que receber
profissionais de propaganda. verbas, porcentagens ou bonificações para
propaganda não poderá, sem quebra de
honestidade comercial, deixar de aplicá-las
21. A obrigação do veículo para com o em propaganda, quer dando-lhes outro
anunciante limita-se exclusivamente à destino ou simplesmente incorporando-as
divulgação da matéria autorizada no espaço aos seus lucros.
determinado de acordo com as

137
26. É imoral a utilização de ideias, planos ou princípios e normas orientadoras da atividade
material de uma agência de propaganda por publicitária nacional;
parte do cliente que porventura dela venha a
se desligar, quer tal utilização seja feita Segundo – Para atender às exigências éticas
diretamente ou por intermédio de terceiros, de um novo tempo iniciado com a revolução
sem consentimento prévio da agência nos meios e formas de comunicação social,
criadora. sem prejuízo do acatamento aos princípios
que nasceram dos anseios de
27. A utilização da propaganda deve ser comportamento datados da metade do
incentivada, pois ideal seria que todas as século passado, resolveram discutir e aprovar
ideias, todos os serviços e todos os produtos nova e complementar norma orientadora de
fossem simultaneamente apregoados em comportamento ético, que se fundamenta
todos os pontos do País, na mais livre nos seguintes pontos:
concorrência, para a mais livre escolha de
todos os cidadãos. • A publicidade é parte legítima da
comunicação social, estando sob o abrigo do
capítulo V da Constituição da República
28. Recomenda-se que as associações de Federativa do Brasil, gozando, como tal, das
propaganda em cada cidade do País tomem proteções relativas à livre expressão do
a iniciativa de instituir comissão local de ética pensamento e mantida, por cláusula pétrea, a
de propaganda, a qual terá como salvo de qualquer tipo de censura prévia;
orientadores de suas normas os princípios
estabelecidos neste Código. (outubro, 1957) • Comprometem-se os profissionais de
propaganda, como contribuição ao estado
Normas de orientação ética do profissional democrático de direito, a adotar como norma
de propaganda de comportamento o cumprimento da
O Conselho de Administração e a Diretoria legislação que rege a sua atividade e respeitar
Executiva da Associação dos Profissionais de a liberdade de mercado, acatando, ainda,
Propaganda, reunidos em Reunião Mensal tudo o que a autorregulamentação fixar como
Ordinária, aprovaram, por unanimidade, o base ética das relações entre as partes
que se segue como documento orientador do envolvidas na atividade profissional e a
comportamento ético-profissional a ser população, a quem se destina todo o trabalho
seguido pelos profissionais de propaganda da publicidade;
em agências de publicidade, veículos de
comunicação e empresas anunciantes: • Rejeitam qualquer ato ou fato que
comprometa ou desmoralize a publicidade de
Primeiro – Reconhecem os profissionais da bens de serviços e de ideias. O publicitário
publicidade e comprometem-se a acatar o exerce atividade profissional sob a presunção
Código de Ética dos Profissionais de da boa-fé do receptor das mensagens
Propaganda aprovado em congresso da transmitidas por todas as formas e meios de
categoria realizado em outubro de 1957 e comunicação, sendo dever individual
transformado, pelo art. 17 da lei 4.680/65, em

138
defender a verdade na formulação de peças aos seus semelhantes com o produto do seu
e na forma de sua veiculação; trabalho ou com atitudes individuais ou
corporativas das quais participe;
• Os profissionais de propaganda devem
sempre observar e respeitar as práticas • Os profissionais de publicidade defendem a
comerciais dos veículos de comunicação, os liberdade de mercado condenando toda
quais poderão recusar ou suspender a forma de restrição, inclusive a governamental,
veiculação de qualquer mensagem que colida por entenderem que o cidadão que recebe
com as normas legais e de mensagens, escolhe bens e serviços ou opta
autorregulamentação publicitária, com seus por aderir a ideias livremente formuladas é o
princípios e valores ou sua orientação senhor do seu destino e o grande
editorial, empresarial e comercial; empreendedor do desenvolvimento
econômico que gera bem-estar social;
• Os profissionais de publicidade têm
consciência dos riscos e perigos de práticas • Têm o dever de, como compromisso da
antiecológicas, sendo compromisso atividade que exercem, contribuir para o
individual de cada um lutar pela entendimento entre os homens, começando
sustentabilidade e recusar-se a praticar pelo respeito à língua portuguesa, que torna
qualquer ato que possa resultar em prejuízos todos próximos e solidários na busca efetiva
ao meio ambiente e às espécies de uma da felicidade que começa pela paz social;
maneira geral;
• Os publicitários defendem o uso contínuo
• Consideram-se os profissionais de de pesquisas que balizem o trabalho que
publicidade como integrantes ativos nos realizam e permitam o entendimento dos
esforços de compliance, pelos quais os fenômenos sociais, condenando, no entanto,
ambientes de trabalho e as relações qualquer uso inapropriado de tais pesquisas,
negociais, especialmente com entes públicos, especialmente no campo político;
protejam-se de toda forma de corrupção e
desvio de condutas éticas; • Defendem, para sanar disputas e eliminar
conflitos profissionais, o uso da arbitragem
• Condenam os profissionais de publicidade privada exercida por pessoas qualificadas e
toda forma de mistificação no trabalho que dominem, por conhecimento, os
publicitário, que deve ser claro e identificado meandros da atividade publicitária;
como tal, respeitador dos usos e costumes
prevalentes e livre de todo o tipo de • Os publicitários entendem que o respeito à
induzimento; propriedade intelectual na atividade que
exercem é fundamental e indispensável,
• A publicidade deve ser livre de toda forma condenando qualquer tipo de uso ou
de discriminação, seja de gênero, opção apropriação indevida neste campo, da mesma
sexual, cor, raça ou condição econômica, forma que condenam os acordos predatórios
devendo ser compromisso do publicitário na contratação de serviços, por serem sempre
atuar de forma a não constranger ou humilhar

139
desrespeitosos aos profissionais e danosos ao
LEI Nº 12.232, DE 29 DE ABRIL
mercado;
DE 2010 – Licitação e
• Condenam os profissionais de publicidade contratação de serviços de
toda forma de egoísmo funcional, publicidade pela
defendendo que todos os que exercem a Administração Pública
atividade tenham direitos iguais de
aprimoramento profissional e promoção, de
Dispõe sobre as normas gerais para licitação
acordo com os méritos pessoais;
e contratação pela administração pública de
serviços de publicidade prestados por
• Condenam, ainda, pelos danos que causam
intermédio de agências de propaganda e dá
às pessoas e às empresas nas quais exercem
outras providências.
atividade, todas as formas de assédio moral e
sexual, recomendando que todos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço
mantenham-se atentos na defesa dos direitos saber que o Congresso Nacional decreta e eu
de crianças, adolescentes e de todas as sanciono a seguinte Lei:
minorias;
CAPÍTULO I
• O documento ora aprovado foi gestado
como ação complementar ao Código de Ética DISPOSIÇÕES GERAIS
quase centenário, devendo servir de ponte
para o tempo da comunicação eletrônica que Art. 1o Esta Lei estabelece normas
ampliou a voz da população e não deve servir gerais sobre licitações e contratações pela
como instrumento de isolamento dos administração pública de serviços de
homens; publicidade prestados necessariamente por
intermédio de agências de propaganda, no
• Para os profissionais de propaganda, tudo e âmbito da União, dos Estados, do Distrito
todos no País devem estar condicionados ao Federal e dos Municípios.
integral respeito às liberdades fundamentais,
sendo a primeira delas a de expressão, sob § 1o Subordinam-se ao disposto nesta
qualquer forma e meio; Lei os órgãos do Poder Executivo, Legislativo
e Judiciário, as pessoas da administração
• Finalmente, é recomendado aos indireta e todas as entidades controladas
profissionais de propaganda, para que atuem direta ou indiretamente pelos entes referidos
de acordo com o tempo em que vivemos, a no caput deste artigo.
prática solidária de convivência profissional,
§ 2o As Leis nos 4.680, de 18 de junho
com participação ativa nas entidades que
de 1965, e 8.666, de 21 de junho de 1993,
tratam de assuntos de interesse individual e
serão aplicadas aos procedimentos
coletivo de todos aqueles que exercem
licitatórios e aos contratos regidos por esta
atividade de comunicação.
Lei, de forma complementar.

140
Art. 2o Para fins desta Lei, considera-se de eventos festivos de qualquer natureza, as
serviços de publicidade o conjunto de quais serão contratadas por meio de
atividades realizadas integradamente que procedimentos licitatórios próprios,
tenham por objetivo o estudo, o respeitado o disposto na legislação em vigor.
planejamento, a conceituação, a concepção,
a criação, a execução interna, a intermediação § 3o Na contratação dos serviços de
e a supervisão da execução externa e a publicidade, faculta-se a adjudicação do
distribuição de publicidade aos veículos e objeto da licitação a mais de uma agência de
demais meios de divulgação, com o objetivo propaganda, sem a segregação em itens ou
de promover a venda de bens ou serviços de contas publicitárias, mediante justificativa no
qualquer natureza, difundir ideias ou informar processo de licitação.
o público em geral.
§ 4o Para a execução das ações de
§ 1o Nas contratações de serviços de comunicação publicitária realizadas no
publicidade, poderão ser incluídos como âmbito dos contratos decorrentes das
atividades complementares os serviços licitações previstas no § 3o deste artigo, o
especializados pertinentes: órgão ou a entidade deverá,
obrigatoriamente, instituir procedimento de
I - ao planejamento e à execução de seleção interna entre as contratadas, cuja
pesquisas e de outros instrumentos de metodologia será aprovada pela
avaliação e de geração de conhecimento administração e publicada na imprensa
sobre o mercado, o público-alvo, os meios de oficial.
divulgação nos quais serão difundidas as
peças e ações publicitárias ou sobre os Art. 3o As pesquisas e avaliações
resultados das campanhas realizadas, previstas no inciso I do § 1o do art. 2o desta
respeitado o disposto no art. 3o desta Lei; Lei terão a finalidade específica de aferir o
desenvolvimento estratégico, a criação e a
II - à produção e à execução técnica das veiculação e de possibilitar a mensuração dos
peças e projetos publicitários criados; resultados das campanhas publicitárias
realizadas em decorrência da execução do
III - à criação e ao desenvolvimento de contrato.
formas inovadoras de comunicação
publicitária, em consonância com novas Parágrafo único. É vedada a inclusão
tecnologias, visando à expansão dos efeitos nas pesquisas e avaliações de matéria
das mensagens e das ações publicitárias. estranha ou que não guarde pertinência
temática com a ação publicitária ou com o
§ 2o Os contratos de serviços de objeto do contrato de prestação de serviços
publicidade terão por objeto somente as de publicidade.
atividades previstas no caput e no § 1o deste
artigo, vedada a inclusão de quaisquer outras Art. 4o Os serviços de publicidade
atividades, em especial as de assessoria de previstos nesta Lei serão contratados em
imprensa, comunicação e relações públicas agências de propaganda cujas atividades
ou as que tenham por finalidade a realização sejam disciplinadas pela Lei no 4.680, de 18

141
de junho de 1965, e que tenham obtido I - os documentos de habilitação serão
certificado de qualificação técnica de apresentados apenas pelos licitantes
funcionamento. classificados no julgamento final das
propostas, nos termos do inciso XI do art. 11
§ 1o O certificado de qualificação desta Lei;
técnica de funcionamento previsto
no caput deste artigo poderá ser obtido II - as informações suficientes para que
perante o Conselho Executivo das Normas- os interessados elaborem propostas serão
Padrão - CENP, entidade sem fins lucrativos, estabelecidas em um briefing, de forma
integrado e gerido por entidades nacionais precisa, clara e objetiva;
que representam veículos, anunciantes e
agências, ou por entidade equivalente, III - a proposta técnica será composta de
legalmente reconhecida como fiscalizadora e um plano de comunicação publicitária,
certificadora das condições técnicas de pertinente às informações expressas
agências de propaganda. no briefing, e de um conjunto de informações
referentes ao proponente;
§ 2o A agência contratada nos termos
desta Lei só poderá reservar e comprar IV - o plano de comunicação publicitária
espaço ou tempo publicitário de veículos de previsto no inciso III deste artigo será
divulgação, por conta e por ordem dos seus apresentado em 2 (duas) vias, uma sem a
clientes, se previamente os identificar e tiver identificação de sua autoria e outra com a
sido por eles expressamente autorizada. identificação;

CAPÍTULO II V - a proposta de preço conterá


quesitos representativos das formas de
DOS PROCEDIMENTOS remuneração vigentes no mercado
LICITATÓRIOS publicitário;

Art. 5o As licitações previstas nesta Lei VI - o julgamento das propostas técnicas


serão processadas pelos órgãos e entidades e de preços e o julgamento final do certame
responsáveis pela contratação, respeitadas as serão realizados exclusivamente com base
modalidades definidas no art. 22 da Lei no nos critérios especificados no instrumento
8.666, de 21 de junho de 1993, adotando-se convocatório;
como obrigatórios os tipos “melhor técnica”
ou “técnica e preço”. VII - a subcomissão técnica prevista no §
1 do art. 10 desta Lei reavaliará a pontuação
o

Art. 6o A elaboração do instrumento atribuída a um quesito sempre que a


convocatório das licitações previstas nesta Lei diferença entre a maior e a menor pontuação
obedecerá às exigências do art. 40 da Lei no for superior a 20% (vinte por cento) da
8.666, de 21 de junho de 1993, com exceção pontuação máxima do quesito, com o fim de
das previstas nos incisos I e II do seu § 2o, e às restabelecer o equilíbrio das pontuações
seguintes: atribuídas, de conformidade com os critérios

142
objetivos postos no instrumento XIII - será vedada a aposição ao
convocatório; invólucro destinado às informações de que
trata o art. 8o desta Lei, assim como dos
VIII - serão fixados critérios objetivos e documentos nele contidos, de informação,
automáticos de identificação da proposta marca, sinal, etiqueta ou qualquer outro
mais vantajosa para a administração, no caso elemento que identifique a autoria do plano
de empate na soma de pontos das propostas de comunicação publicitária, em qualquer
técnicas, nas licitações do tipo “melhor momento anterior à abertura dos invólucros
técnica”; de que trata o § 2o do art. 9o desta Lei;

IX - o formato para apresentação pelos XIV - será desclassificado o licitante que


proponentes do plano de comunicação descumprir o disposto nos incisos XII e XIII
publicitária será padronizado quanto a seu deste artigo e demais disposições do
tamanho, a fontes tipográficas, a instrumento convocatório.
espaçamento de parágrafos, a quantidades e
formas dos exemplos de peças e a outros § 1o No caso do inciso VII deste artigo,
aspectos pertinentes, observada a exceção persistindo a diferença de pontuação prevista
prevista no inciso XI deste artigo; após a reavaliação do quesito, os membros da
subcomissão técnica, autores das pontuações
X - para apresentação pelos consideradas destoantes, deverão registrar
proponentes do conjunto de informações de em ata as razões que os levaram a manter a
que trata o art. 8o desta Lei, poderão ser pontuação atribuída ao quesito reavaliado,
fixados o número máximo de páginas de que será assinada por todos os membros da
texto, o número de peças e trabalhos subcomissão e passará a compor o processo
elaborados para seus clientes e as datas a da licitação.
partir das quais devam ter sido elaborados os
trabalhos, e veiculadas, distribuídas, exibidas § 2o Se houver desclassificação de
ou expostas as peças; alguma proposta técnica por
descumprimento de disposições do
XI - na elaboração das tabelas, planilhas instrumento convocatório, ainda assim será
e gráficos integrantes do plano de mídia e atribuída pontuação a seus quesitos, a ser
não mídia, os proponentes poderão utilizar as lançada em planilhas que ficarão
fontes tipográficas que julgarem mais acondicionadas em invólucro fechado e
adequadas para sua apresentação; rubricado no fecho pelos membros da
subcomissão técnica prevista no § 1o do art.
XII - será vedada a aposição, a qualquer 10 desta Lei, até que expirem os prazos para
parte da via não identificada do plano de interposição de recursos relativos a essa fase
comunicação publicitária, de marca, sinal ou da licitação, exceto nos casos em que o
palavra que possibilite a identificação do seu descumprimento resulte na identificação do
proponente antes da abertura do invólucro proponente antes da abertura do invólucro
de que trata o § 2o do art. 9o desta Lei; de que trata o § 2o do art. 9o desta Lei.

143
Art. 7o O plano de comunicação será composto de quesitos destinados a
publicitária de que trata o inciso III do art. avaliar a capacidade de atendimento do
6o desta Lei será composto dos seguintes proponente e o nível dos trabalhos por ele
quesitos: realizados para seus clientes.

I - raciocínio básico, sob a forma de Art. 9o As propostas de preços serão


texto, que apresentará um diagnóstico das apresentadas em 1 (um) invólucro e as
necessidades de comunicação publicitária do propostas técnicas em 3 (três) invólucros
órgão ou entidade responsável pela licitação, distintos, destinados um para a via não
a compreensão do proponente sobre o identificada do plano de comunicação
objeto da licitação e os desafios de publicitária, um para a via identificada do
comunicação a serem enfrentados; plano de comunicação publicitária e outro
para as demais informações integrantes da
II - estratégia de comunicação proposta técnica.
publicitária, sob a forma de texto, que
indicará e defenderá as linhas gerais da § 1o O invólucro destinado à
proposta para suprir o desafio e alcançar os apresentação da via não identificada do plano
resultados e metas de comunicação de comunicação publicitária será padronizado
desejadas pelo órgão ou entidade e fornecido previamente pelo órgão ou
responsável pela licitação; entidade responsável pela licitação, sem
nenhum tipo de identificação.
III - ideia criativa, sob a forma de
exemplos de peças publicitárias, que § 2o A via identificada do plano de
corresponderão à resposta criativa do comunicação publicitária terá o mesmo teor
proponente aos desafios e metas por ele da via não identificada, sem os exemplos de
explicitados na estratégia de comunicação peças referentes à ideia criativa.
publicitária;
Art. 10. As licitações previstas nesta Lei
IV - estratégia de mídia e não mídia, em serão processadas e julgadas por comissão
que o proponente explicitará e justificará a permanente ou especial, com exceção da
estratégia e as táticas recomendadas, em análise e julgamento das propostas técnicas.
consonância com a estratégia de
comunicação publicitária por ela sugerida e § 1o As propostas técnicas serão
em função da verba disponível indicada no analisadas e julgadas por subcomissão
instrumento convocatório, apresentada sob a técnica, constituída por, pelo menos, 3 (três)
forma de textos, tabelas, gráficos, planilhas e membros que sejam formados em
por quadro resumo que identificará as peças comunicação, publicidade ou marketing ou
a serem veiculadas ou distribuídas e suas que atuem em uma dessas áreas, sendo que,
respectivas quantidades, inserções e custos pelo menos, 1/3 (um terço) deles não
nominais de produção e de veiculação. poderão manter nenhum vínculo funcional ou
contratual, direto ou indireto, com o órgão ou
Art. 8o O conjunto de informações a a entidade responsável pela licitação.
que se refere o inciso III do art. 6o desta Lei

144
§ 2o A escolha dos membros da impedido ou suspeito, antes da decisão da
subcomissão técnica dar-se-á por sorteio, em autoridade competente.
sessão pública, entre os nomes de uma
relação que terá, no mínimo, o triplo do § 7o A abstenção do impugnado ou o
número de integrantes da subcomissão, acolhimento da impugnação, mediante
previamente cadastrados, e será composta decisão fundamentada da autoridade
por, pelo menos, 1/3 (um terço) de competente, implicará, se necessário, a
profissionais que não mantenham nenhum elaboração e a publicação de nova lista, sem
vínculo funcional ou contratual, direto ou o nome impugnado, respeitado o disposto
indireto, com o órgão ou entidade neste artigo.
responsável pela licitação.
§ 8o A sessão pública será realizada
§ 3o Nas contratações de valor após a decisão motivada da impugnação, em
estimado em até 10 (dez) vezes o limite data previamente designada, garantidos o
previsto na alínea a do inciso II do art. 23 da cumprimento do prazo mínimo previsto no §
Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, a 4o deste artigo e a possibilidade de
relação prevista no § 2o deste artigo terá, no fiscalização do sorteio por qualquer
mínimo, o dobro do número de integrantes interessado.
da subcomissão técnica e será composta por,
pelo menos, 1/3 (um terço) de profissionais § 9o O sorteio será processado de
que não mantenham nenhum vínculo modo a garantir o preenchimento das vagas
funcional ou contratual, direto ou indireto, da subcomissão técnica, de acordo com a
com o órgão ou entidade responsável pela proporcionalidade do número de membros
licitação. que mantenham ou não vínculo com o órgão
ou entidade responsável pela licitação, nos
§ 4o A relação dos nomes referidos nos termos dos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo.
§§ 2o e 3o deste artigo será publicada na
imprensa oficial, em prazo não inferior a 10 § 10. Nas licitações previstas nesta Lei,
(dez) dias da data em que será realizada a quando processadas sob a modalidade de
sessão pública marcada para o sorteio. convite, a subcomissão técnica,
excepcionalmente, nas pequenas unidades
§ 5o Para os fins do cumprimento do administrativas e sempre que for
disposto nesta Lei, até 48 (quarenta e oito) comprovadamente impossível o
horas antes da sessão pública destinada ao cumprimento do disposto neste artigo, será
sorteio, qualquer interessado poderá substituída pela comissão permanente de
impugnar pessoa integrante da relação a que licitação ou, inexistindo esta, por servidor
se referem os §§ 2o, 3o e 4o deste artigo, formalmente designado pela autoridade
mediante fundamentos jurídicos plausíveis. competente, que deverá possuir
conhecimentos na área de comunicação,
§ 6o Admitida a impugnação, o publicidade ou marketing.
impugnado terá o direito de abster-se de
atuar na subcomissão técnica, declarando-se Art. 11. Os invólucros com as propostas
técnicas e de preços serão entregues à

145
comissão permanente ou especial na data, IV - elaboração de ata de julgamento do
local e horário determinados no instrumento plano de comunicação publicitária e
convocatório. encaminhamento à comissão permanente ou
especial, juntamente com as propostas, as
§ 1o Os integrantes da subcomissão planilhas com as pontuações e a justificativa
técnica não poderão participar da sessão de escrita das razões que as fundamentaram em
recebimento e abertura dos invólucros com as cada caso;
propostas técnicas e de preços.
V - análise individualizada e julgamento
§ 2o Os invólucros padronizados com a dos quesitos referentes às informações de
via não identificada do plano de comunicação que trata o art. 8o desta Lei, desclassificando-
publicitária só serão recebidos pela comissão se as que desatenderem quaisquer das
permanente ou especial se não apresentarem exigências legais ou estabelecidas no
marca, sinal, etiqueta ou qualquer outro instrumento convocatório;
elemento capaz de identificar a licitante.
VI - elaboração de ata de julgamento
§ 3o A comissão permanente ou dos quesitos mencionados no inciso V deste
especial não lançará nenhum código, sinal ou artigo e encaminhamento à comissão
marca nos invólucros padronizados nem nos permanente ou especial, juntamente com as
documentos que compõem a via não propostas, as planilhas com as pontuações e
identificada do plano de comunicação a justificativa escrita das razões que as
publicitária. fundamentaram em cada caso;

§ 4o O processamento e o julgamento VII - realização de sessão pública para


da licitação obedecerão ao seguinte apuração do resultado geral das propostas
procedimento: técnicas, com os seguintes procedimentos:

I - abertura dos 2 (dois) invólucros com a) abertura dos invólucros com a via
a via não identificada do plano de identificada do plano de comunicação
comunicação e com as informações de que publicitária;
trata o art. 8o desta Lei, em sessão pública,
pela comissão permanente ou especial; b) cotejo entre as vias identificadas e
não identificadas do plano de comunicação
II - encaminhamento das propostas publicitária, para identificação de sua autoria;
técnicas à subcomissão técnica para análise e
julgamento; c) elaboração de planilha geral com as
pontuações atribuídas a cada um dos
III - análise individualizada e julgamento quesitos de cada proposta técnica;
do plano de comunicação publicitária,
desclassificando-se as que desatenderem as d) proclamação do resultado do
exigências legais ou estabelecidas no julgamento geral da proposta técnica,
instrumento convocatório, observado o registrando-se em ata as propostas
disposto no inciso XIV do art. 6o desta Lei; desclassificadas e a ordem de classificação;

146
VIII - publicação do resultado do XIV - reconhecida a habilitação dos
julgamento da proposta técnica, com a licitantes, na forma dos incisos XI, XII e XIII
indicação dos proponentes desclassificados e deste artigo, será homologado o
da ordem de classificação organizada pelo procedimento e adjudicado o objeto licitado,
nome dos licitantes, abrindo-se prazo para observado o disposto no § 3o do art. 2o desta
interposição de recurso, conforme disposto Lei.
na alínea b do inciso I do art. 109 da Lei
no 8.666, de 21 de junho de 1993; Art. 12. O descumprimento, por parte
de agente do órgão ou entidade responsável
IX - abertura dos invólucros com as pela licitação, dos dispositivos desta Lei
propostas de preços, em sessão pública, destinados a garantir o julgamento do plano
obedecendo-se ao previsto nos de comunicação publicitária sem o
incisos II, III e IV do § 1º do art. 46 da Lei nº conhecimento de sua autoria, até a abertura
8.666, de 21 de junho de 1993, nas licitações dos invólucros de que trata a alínea a do
do tipo “melhor técnica”, e ao disposto no § inciso VII do § 4o do art. 11 desta Lei,
2º do art. 46 da mesma Lei, nas licitações do implicará a anulação do certame, sem
tipo “técnica e preço”; prejuízo da apuração de eventual
responsabilidade administrativa, civil ou
X - publicação do resultado do criminal dos envolvidos na irregularidade.
julgamento final das propostas, abrindo-se
prazo para interposição de recurso, conforme CAPÍTULO III
disposto na alínea b do inciso I do art. 109 da
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993; DOS CONTRATOS DE SERVIÇOS DE

XI - convocação dos licitantes PUBLICIDADE E DA SUA EXECUÇÃO


classificados no julgamento final das
propostas para apresentação dos Art. 13. A definição do objeto do
documentos de habilitação; contrato de serviços previstos nesta Lei e das
cláusulas que o integram dar-se-á em estrita
XII - recebimento e abertura do vinculação ao estabelecido no instrumento
invólucro com os documentos de habilitação convocatório da licitação e aos termos da
dos licitantes previstos no inciso XI deste legislação em vigor.
artigo, em sessão pública, para análise da sua
conformidade com as condições Parágrafo único. A execução do
estabelecidas na legislação em vigor e no contrato dar-se-á em total conformidade com
instrumento convocatório; os termos e condições estabelecidas na
licitação e no respectivo instrumento
XIII - decisão quanto à habilitação ou contratual.
inabilitação dos licitantes previstos no inciso
XI deste artigo e abertura do prazo para Art. 14. Somente pessoas físicas ou
interposição de recurso, nos termos da alínea jurídicas previamente cadastradas pelo
a do inciso I do art. 109 da Lei nº 8.666, de 21 contratante poderão fornecer ao contratado
de junho de 1993; bens ou serviços especializados relacionados

147
com as atividades complementares da ou por intermédio de agência de
execução do objeto do contrato, nos termos propaganda, incluídos os eventuais
do § 1o do art. 2o desta Lei. descontos e as bonificações na forma de
tempo, espaço ou reaplicações que tenham
§ 1o O fornecimento de bens ou sido concedidos pelo veículo de divulgação.
serviços especializados na conformidade do
previsto no caput deste artigo exigirá sempre Art. 16. As informações sobre a
a apresentação pelo contratado ao execução do contrato, com os nomes dos
contratante de 3 (três) orçamentos obtidos fornecedores de serviços especializados e
entre pessoas que atuem no mercado do veículos, serão divulgadas em sítio próprio
ramo do fornecimento pretendido. aberto para o contrato na rede mundial de
computadores, garantido o livre acesso às
§ 2o No caso do § 1o deste artigo, o informações por quaisquer interessados.
contratado procederá à coleta de orçamentos
de fornecedores em envelopes fechados, que Parágrafo único. As informações sobre
serão abertos em sessão pública, convocada valores pagos serão divulgadas pelos totais
e realizada sob fiscalização do contratante, de cada tipo de serviço de fornecedores e de
sempre que o fornecimento de bens ou cada meio de divulgação.
serviços tiver valor superior a 0,5% (cinco
décimos por cento) do valor global do Art. 17. As agências contratadas
contrato. deverão, durante o período de, no mínimo, 5
(cinco) anos após a extinção do contrato,
§ 3o O fornecimento de bens ou manter acervo comprobatório da totalidade
serviços de valor igual ou inferior a 20% (vinte dos serviços prestados e das peças
por cento) do limite previsto na alínea a do publicitárias produzidas.
inciso II do art. 23 da Lei no 8.666, de 21 de
junho de 1993, está dispensado do CAPÍTULO IV
procedimento previsto no § 2o deste artigo.
DISPOSIÇÕES FINAIS E
Art. 15. Os custos e as despesas de TRANSITÓRIAS
veiculação apresentados ao contratante para
pagamento deverão ser acompanhados da Art. 18. É facultativa a concessão de
demonstração do valor devido ao veículo, de planos de incentivo por veículo de divulgação
sua tabela de preços, da descrição dos e sua aceitação por agência de propaganda,
descontos negociados e dos pedidos de e os frutos deles resultantes constituem, para
inserção correspondentes, bem como de todos os fins de direito, receita própria da
relatório de checagem de veiculação, a cargo agência e não estão compreendidos na
de empresa independente, sempre que obrigação estabelecida no parágrafo único
possível. do art. 15 desta Lei.

Parágrafo único. Pertencem ao § 1o A equação econômico-financeira


contratante as vantagens obtidas em definida na licitação e no contrato não se
negociação de compra de mídia diretamente altera em razão da vigência ou não de planos

148
de incentivo referidos no caput deste artigo, contratação, às licitações já abertas, aos
cujos frutos estão expressamente excluídos contratos em fase de execução e aos efeitos
dela. pendentes dos contratos já encerrados na
data de sua publicação.
§ 2o As agências de propaganda não
poderão, em nenhum caso, sobrepor os Art. 21. Serão discriminadas em
planos de incentivo aos interesses dos categorias de programação específicas no
contratantes, preterindo veículos de projeto e na lei orçamentária anual as
divulgação que não os concedam ou dotações orçamentárias destinadas às
priorizando os que os ofereçam, devendo despesas com publicidade institucional e com
sempre conduzir-se na orientação da escolha publicidade de utilidade pública, inclusive
desses veículos de acordo com pesquisas e quando for produzida ou veiculada por órgão
dados técnicos comprovados. ou entidade integrante da administração
pública.
§ 3o O desrespeito ao disposto no §
2o deste artigo constituirá grave violação aos Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data
deveres contratuais por parte da agência da sua publicação.
contratada e a submeterá a processo
administrativo em que, uma vez comprovado Brasília, 29 de abril de 2010; 189o da
o comportamento injustificado, implicará a Independência e 122o da República.
aplicação das sanções previstas no caput do
art. 87 da Lei no 8.666, de 21 de junho de
1993.

Art. 19. Para fins de interpretação da RELAÇÕES PÚBLICAS


legislação de regência, valores
correspondentes ao desconto-padrão de LEI Nº 5.337, DE 11 DE
agência pela concepção, execução e DEZEMBRO DE 1967 – A
distribuição de propaganda, por ordem e
profissão de Relações
conta de clientes anunciantes, constituem
receita da agência de publicidade e, em Públicas
consequência, o veículo de divulgação não
pode, para quaisquer fins, faturar e
Disciplina a Profissão de Relações Públicas e
contabilizar tais valores como receita própria,
dá outras providências.
inclusive quando o repasse do desconto-
padrão à agência de publicidade for
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
efetivado por meio de veículo de divulgação.
Faço saber que o CONGRESSO NACIONAL
decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Parágrafo único. (VETADO)

Art. 20. O disposto nesta Lei será


aplicado subsidiariamente às empresas que CAPÍTULO I
possuem regulamento próprio de Definição

149
CAPÍTULO III
Art. 1º A designação de "Profissional de Do registro da Profissão e de sua
Relações Pública" passa a ser privativa: fiscalização

dos bacharéis formados nos Art. 3º O registro do profissional de


a)
respectivos cursos de nível superior; Relações Públicas fica instituído com a
dos que houverem concluído curso presente Lei, e tornar-se-á obrigatório no
similar no estrangeiro, em prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da
b) estabelecimento legalmente sua publicação, para aquêles que já se
reconhecido após a revalidação do encontram no exercício da profissão.
respectivo diploma no Brasil;
dos que exerçam a profissão, de Parágrafo único. O registro referido neste
c) acôrdo com o art. 6º do Capítulo IV artigo será feito pelo Serviço de Identificação
da presente Lei. Profissional do Ministério do Trabalho e
Previdência Social, mediante comprovante ou
comprovantes portados pelos profissionais
nas hipóteses das letras "a" a "c" do art. 1º.
CAPÍTULO II
Das atividades profissionais Art. 4º A fiscalização do exercício
profissional será feita pelo Ministério do
Art. 2º Consideram-se atividades Trabalho e Previdência Social.
específicas de Relações Públicas as que dizem
respeito: Art. 5º A fiscalização do disposto no art. 2º
alínea "e" ficará a cargo do Ministério da
a informação de caráter institucional Educação e Cultura.
a) entre a entidade e o público, através
dos meios de comunicação;
a coordenação e planejamento de CAPÍTULO IV
b) pesquisas da opinião pública, para Disposições gerais
fins institucionais;
a planejamento e supervisão da Art. 6º Fica assegurado o registro de que
c) utilização dos meios audio-visuais, trata o art. 3º da presente Lei às pessoas que
para fins institucionais; já venham exercendo funções de Relações
a planejamento e execução de Públicas, como atividade principal e em
d) caráter permanente, pelo prazo mínimo de 24
campanhas de opinião pública;
ao ensino das técnicas de Relações meses, conforme declaração do empregador
Públicas, de acôrdo com as normas e comprovação de recebimento salarial
e) proveniente dessa atividade, em entidades
a serem estabelecidas, na
regulamentação da presente Lei. públicas ou privadas que comprovem a
existência do setor especializado, e ainda que
sejam sócios titulares da ABRP - Associação
Brasileira de Relações Públicas, por idêntico

150
período. data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Art. 7º A presente Lei será regulamentada
pelo Executivo dentro de 90 (noventa) dias de Brasília, 26 de setembro de 1968; 147º da
sua publicação. Independência e 80º da República.

Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de A. COSTA E SILVA


sua publicação. Jarbas G. Passarinho

Art. 9º Revogam-se as disposições em


contrário.
REGULAMENTO DA LEI Nº 5.377, DE 11 DE
DEZEMBRO DE 1967, QUE DISCIPLINA
Brasília, 11 de dezembro de 1967; 146º da
O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DE
Independência e 79º da República.
RELAÇÕES PÚBLICAS.

TÍTULO I
Da Profissão de Relações Públicas
DECRETO Nº 63.283, DE 26
DE SETEMBRO DE 1968 – CAPÍTULO I
Regulamento da profissão Do Profissional de Relações Públicas
de Relações Públicas
Art. 1º. A atividade e o esfôrço deliberado,
planificado e contínuo para esclarecer e
Aprova o Regulamento da Profissão de
manter compreensão mútua entre uma
Relações Públicas de que trata a Lei nº 5.377,
instituição pública ou privada e os grupos e
de 11 de dezembro de 1967.
pessoas a que esteja direta ou indiretamente
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da ligada, constituem o objeto geral da profissão
atribuição que lhe confere o artigo 83, item II, liberal ou assalariada de Relações Públicas.
da Constituição e tendo em vista o que
determina a Lei nº 5.377, de 11 de dezembro Art. 2º. A designação de Profissional de
de 1967, Relações Públicas e o exercício das
respectivas atividades passam a ser
DECRETA: privativos:

Art. 1º. Fica aprovado o Regulamento que dos que, a partir da vigência da
disciplina o exercício da Profissão de Relações presente lei, venha ser diplomados
Públicas e sua fiscalização, anexo ao presente a) em Cursos de Relações Públicas, de
Decreto assinado pelo Ministro do Trabalho e nível superior, reconhecidos pelo
Previdência Social. Conselho Federal de Educação;
dos que, antes da vigência da
Art. 2º. Êste Decreto entrará em vigor na b) presente lei, sendo possuidores de
diplomas de nível universitário,

151
tenham concluído cursos regulares na posição da entidade perante a
de Relações Públicas, em opinião pública;
estabelecimentos de ensino, cujos ao planejamento e execução de
e)
curriculos venham a ser campanhas de opinião pública;
homologados pelo Conselho à consultoria externa de Relações
Federal de Educação; f) Públicas junto a dirigentes de
dos diplomados no Exterior em instituições;
cursos regulares de Relações ao ensino de disciplinas específicas
Públicas, após a revalidação do ou de técnicas de Relações Públicas,
c) diploma nos têrmos da legislação g) oficialmente estabelecido.
vigente, e ressalvados os amparados
através de convênios.

CAPÍTULO III
CAPÍTULO II Do exercício profissional
Do campo e da atividade profissional
Art. 5º. O exercício em órgãos da
Art. 3º. A profissão de Relações Públicas, administração pública, em entidades privadas
observadas as condições previstas neste ou de economia mista de cargos, emprêgos
Regulamento, poderá ser exercida, como ou funções, ainda que de direção, chefia,
atividade liberal assalariada ou de magistério, assessoramento, secretariado e as de
nas entidades de direito público ou privado, magistério, cujas atribuições envolvam,
tendo por fim o estudo ou aplicação de principalmente conhecimentos inerentes às
técnicas de política social destinada à técnicas de Relações Públicas, é privativo do
intercomunicação de indivíduos, instituições profissional dessa especialidade,
ou coletividade. devidamente registrado no Ministério do
Trabalho e Previdência Social.
Art. 4º. Consideram-se atividades
específicas de Relações Públicas as que dizem § 1º A apresentação de diploma de
respeito: Relações Públicas, embora passe a ser
obrigatória para o provimento de cargo
à orientação de dirigentes de público federal, estadual ou municipal, da
instituições públicas ou privadas na administração direta ou indireta, não
a)
formulação de políticas de Relações dispensa a prestação de concurso, quando a
Públicas; lei o exija.
à promoção de maior integração da
b)
instituição na comunidade; § 2º O disposto in fine neste artigo se
à informação e a orientação da aplica por igual, aos profissionais liberais e
c) opinião sôbre objetivos elevados de aos que exercem a atividade em Escritórios,
uma instituição; Consultorias ou Agências de Relações
ao assessoramento na solução de Públicas legalmente autorizados a funcionar
d)
problemas institucionais que influam no País.

152
§ 3º Para os profissionais liberais que
§ 3º A falta de registro profissional torna exerçam a atividade individualmente ou em
ilegal o exercício da Profissão de Relações Escritórios, Agências ou Consultorias, e, bem
Públicas. assim, em funções de magistério será
necessário a apresentação de documentos
comprobatórios que atestem a realização de
trabalhos definidos no artigo 4º dêste
TÍTULO II Regulamento.
Da organização profissional
Art. 7º. Nos casos dos parágrafos do artigo
CAPÍTULO I anterior, será sempre necessário a
Do registro profissional comprovação do exercício profissional pelo
prazo mínimo de 24 (vinte e quatro) meses
Art. 6º. A inscrição profissional de anterior à vigência desta lei.
Relações Públicas será feita pelo Serviço de
Identificação Profissional do Ministério do Art. 8º. Do competente livro de registro
Trabalho e Previdência Social, mediante a deverão constar, obrigatòriamente:
apresentação de títulos, diplomas ou
certificados registrados pelo Ministério da denominação do estabelecimento
Educação e Cultura para as hipóteses das a) de ensino em que se diplomou o
alíneas "a", "b" e "c" do art. 2º. interessado;
número de registro no Ministério da
§ 1º No caso do art. 13 o registro b)
Educação e Cultura;
profissional fica condicionado à apresentação indicação do dispositivo dêste
de Carteira Profissional anotado, ou Regulamento que fundamentou o
comprovante de recebimento salarial, ou, pedido de inscrição, em se tratando
ainda de declaração do empregador de que c)
de não diplomados.
o interessado exerce a atividade em caráter
principal ou permanente, para os profissionais
sujeitos ao regime da Consolidação das Leis
do Trabalho.
CAPÍTULO II
Da carteira profissional
§ 2º Em se tratando de funcionário
público, autárquico ou de sociedade de
Art. 9º. A todo profissional, registrado na
economia mista, será necessário a
forma dêste Regulamento, o Ministério do
apresentação de título de nomeação, portaria
Trabalho e Previdência Social fornecerá
ou ato oficial devidamente averbado ou,
Carteira Profissional, de acôrdo com o
ainda declaração formal de Diretor ou Chefe
modêlo em uso, na qual deverá ser anotado o
de Serviço de Pessoal de que o interessado
número da respectivo inscrição no setor
exerce a atividade, em caráter principal ou
competente dêsse órgão.
permanente, em setor especializado em
Relações Públicas.

153
CAPÍTULO III conhecedora ou praticante dos métodos de
Da jurisdição Relações Públicas, portadora de diploma de
curso superior.
Art. 10. Os portadores da Carteira
Profissional de Relações Públicas poderão Art. 13. O disposto no caput do art. 2º se
desempenhar suas atividades no Distrito aplica, também aos que comprovarem o
Federal, Territórios, Estados e Municípios, exercício de atividade de Relações Públicas
quer em caráter liberal quer assalariado. em caráter principal ou permanente, pelo
prazo mínimo de 24 (vinte e quatro) meses até
Art. 11. A fiscalização do exercício da 12 de dezembro de 1967, e, a qualquer
Profissão de Relações Públicas, em todo o tempo, a qualidade de sócios titulares da
território nacional, será feita pelo Ministério Associação Brasileira de Relações Públicas -
do Trabalho e Previdência Social, ao qual ABRP por idêntico período.
compete:
Art. 14. As exigências do art. 5º não
propugnar por uma adequada prejudicarão a situação dos atuais ocupantes
compreensão dos problemas de de cargos, emprêgos e funções da espécie,
a)
Relações Públicas e sua racional no Serviço Público e nas entidades privadas,
solução; enquanto os exercerem.
orientar e disciplinar o exercício da
Profissão de Relações Públicas, sem Art. 15. O presente Regulamento entrará
b) prejuízo da competência específica em vigor na data de sua publicação,
do Ministério da Educação e revogadas as disposições em contrário.
Cultura; e
dirimir as dúvidas suscitadas pelo Brasília, 26 de setembro de 1968.
exercício da Profissão de Relações
c) Públicas, e por êste Regulamento
em decorrência de casos omissos.

Código de Ética dos


CAPÍTULO I Profissionais de Relações
Dos praticantes Públicas – CONFERP - 2001

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Art. 12. No caso de insuficiência de
1. Somente pode intitular-se profissional
Profissionais de Relações Públicas,
de Relações Públicas e, nesta
comprovada por falta de inscrição em
qualidade, exercer a profissão no
recrutamento ou seleção pública, poderão os
Brasil, a pessoa física ou jurídica
órgãos públicos, bem como quaisquer
legalmente credenciada nos termos da
emprêsas privadas, solicitar ao Ministério do
Lei em vigor;
Trabalho e Previdência Social, licença para o
2. profissional de Relações Públicas
exercício dessa Profissão por pessoa
baseia seu trabalho no respeito aos

154
princípios da “Declaração Universal inconscientes que, privando a pessoa
dos Direitos do Homem”; do seu livre arbítrio, lhe tirem a
3. profissional de Relações Públicas, em responsabilidade de seus atos.
seu trabalho individual ou em sua 2. Desviar para atendimento particular
equipe, procurará sempre desenvolver próprio, com finalidade lucrativa,
o sentido de sua responsabilidade clientes que tenha atendido em virtude
profissional, através do de sua função técnica em organizações
aperfeiçoamento de seus diversas.
conhecimentos e procedimentos 3. Acumpliciar-se com pessoas que
éticos, pela melhoria constante de sua exerçam ilegalmente a profissão de
competência científica e técnica e no Relações Públicas.
efetivo compromisso com a sociedade 4. Disseminar informações falsas ou
brasileira; enganosas ou permitir a difusão de
4. profissional de Relações Públicas deve notícias que não possam ser
empenhar-se para criar estruturas e comprovadas por meio de fatos
canais de comunicação que favoreçam conhecidos e demonstráveis.
o diálogo e a livre circulação de 5. Admitir práticas que possam levar a
informações. corromper ou a comprometer a
integridade dos canais de
SEÇÃO I – DAS RESPONSABILIDADES comunicação ou o exercício da
GERAIS profissão.
Artigo 1º – São deveres fundamentais do 6. Divulgar informações inverídicas da
profissional de Relações Públicas: organização que representa.
1. Esforçar-se para obter eficiência
máxima em seus serviços, procurando SEÇÃO II – DAS RELAÇÕES COM O
sempre se atualizar nos estudos da EMPREGADOR
Comunicação Social e de outras áreas
de conhecimento; Artigo 3º – O profissional de Relações
2. Assumir responsabilidade somente por Públicas, ao ingressar em uma organização
tarefas para as quais esteja capacitado, como empregado, deve considerar os
reconhecendo suas limitações e objetivos, a filosofia e os padrões gerais
renunciando a trabalho que possa ser desta, tornando-se interdito o contrato de
por elas prejudicado; trabalho sempre que normas, políticas e
3. colaborar com os cursos de formação costumes até vigentes contrariem sua
de profissionais em Relações Públicas, consciência profissional, bem como os
notadamente ao aconselhamento e princípios e regras deste código.
orientação aos futuros profissionais.
SEÇÃO III – DAS RELAÇÕES COM O
Artigo 2º – Ao profissional de Relações CLIENTE
Públicas é vedado:
1. Utilizar qualquer método, meio ou Artigo 4º – Define-se como cliente à pessoa,
técnica para criar motivações entidade ou organização a quem o

155
profissional de Relações Públicas – como circunstâncias que atinjam a dignidade da
profissional liberal ou empresa de Relações profissão e os princípios e normas do
Públicas – presta serviços profissionais. presente Código.

Artigo 5º – São deveres do profissional de SEÇÃO IV – DOS HONORÁRIOS


Relações Públicas, nas suas relações como PROFISSIONAIS
clientes:
1. Dar ao cliente informações Artigo 8º – Os honorários e salários devem ser
concernentes ao trabalho a ser fixados por escrito, antes do início do
realizado, definindo bem seus trabalho a ser realizado, levando-se em
compromissos e responsabilidades consideração, entre outros:
profissionais, a fim de que ele possa 1. Vulto, dificuldade, complexidade,
decidir-se pela aceitação ou recusa da pressão de tempo e relevância dos
proposta dos serviços profissionais; trabalhos a executar;
2. Esclarecer ao cliente, no caso de 2. Necessidade de ficar impedido ou
atendimento em equipe, a definição e proibido de realizar outros trabalhos
qualificação profissional dos demais paralelos;
membros desta , seus papéis e suas 3. As vantagens que, do trabalho, se
responsabilidades; beneficiará o cliente;
3. Limitar o número de seus clientes às 4. A forma e as condições de reajuste;
condições de trabalho eficiente; 5. fato de se tratar de um cliente
4. Sugerir ao cliente serviços de outros eventual, temporário ou permanente;
colegas sempre que se impuser à 6. A necessidade de locomoção na
necessidade de prosseguimento dos própria cidade ou para outras cidades
serviços prestados, e estes, por do Estado ou do País.
motivos ponderáveis, não puderam ser
continuados por quem as assumiu Artigo 9º – O profissional de Relações
inicialmente; Públicas só poderá promover publicamente, a
5. Entrar em entendimentos com seu divulgação de seus serviços com exatidão e
substituto comunicando-lhe as dignidade, limitando-se a informar,
informações necessárias à boa objetivamente, suas habilidades,
continuidade dos trabalhos, quando se qualificações e condições de atendimento.
caracterizar a situação mencionada no
item anterior. Artigo 10º – Na fixação dos valores deve se
levar em conta o caráter social da profissão.
Artigo 6º – É vedado ao profissional de Em casos de entidades filantrópicas ou
Relações Públicas atender clientes representativas de movimentos comunitários,
concorrentes, sem prévia autorização das o profissional deve contribuir sem visar lucro
partes atendidas. pessoal, com as atribuições específicas de
Relações Públicas, comunicando ao
Artigo 7º – Não deve o profissional de CONRERP de sua Região as ações por ele
Relações Públicas aceitar contrato em praticadas.

156
finalidade a defesa da dignidade e dos
SEÇÃO V – DAS RELAÇÕES COM OS direitos profissionais, a difusão e o
COLEGAS aprimoramento das Relações Públicas e da
Comunicação Social, a harmonia e a coesão
Artigo 11º – O profissional das Relações de sua categoria social.
Públicas deve ter para com seus colegas a
consideração e a solidariedade que Artigo 17º – O profissional de Relações
fortaleçam a harmonia e o bom conceito da Públicas deverá apoiar as iniciativas e os
classe. movimentos legítimos de defesa dos
interesses da classe, tendo participação
Artigo 12º – O profissional de Relações efetiva através de seus órgãos
Públicas não atenderá cliente que esteja representativos.
sendo assistido por outro colega, salvo nas
seguintes condições: Artigo 18º – O profissional de Relações
1. a pedido desse colega; Públicas deverá cumprir com as suas
2. quando informado, seguramente, da obrigações junto às entidades de classe, às
interrupção definitiva do atendimento quais se associar espontaneamente ou por
prestado pelo colega. força de Lei, inclusive no que se refere ao
pagamento de anuidades, taxas e
Artigo 13º – O profissional de Relações emolumentos legalmente estabelecidos.
Públicas não pleiteará para si emprego, cargo
ou função que esteja sendo exercido por SEÇÃO VII – DAS RELAÇÕES COM A
outro profissional de Relações Públicas. JUSTIÇA

Artigo 14º – O profissional de Relações Artigo 19º – O profissional de Relações


Públicas não deverá, em função do espírito de Públicas, no exercício legal da profissão, pode
solidariedade, ser conivente com erro, ser nomeado perito para esclarecer a Justiça
contravenção penal ou infração a este Código em matéria de sua competência. Parágrafo
de Ética praticado por outro colega. Único: O profissional de Relações Públicas
deve escusar-se de funcionar em perícia que
Artigo 15º – A crítica a trabalhos escape à sua competência ou por motivos de
desenvolvidos por colegas deverá ser sempre força maior, desde que dê a devida
objetiva, construtiva, comprovável e de consideração à autoridade que o nomeou.
inteira responsabilidade de seu autor,
respeitando sua honra e dignidade. Artigo 20º – O profissional de Relações
Públicas tem por obrigação servir
SEÇÃO VI – DAS RELAÇÕES COM imparcialmente à Justiça, mesmo quando um
ENTIDADES DE CLASSE colega for parte envolvida na questão.

Artigo 16º – O profissional de Relações Artigo 21º – O profissional de Relações


Públicas deverá prestigiar as entidades Públicas deverá agir com absoluta isenção,
profissionais e científicas que tenham por limitando-se à exposição do que tiver

157
conhecimento através da análise e tomar todas as precauções para que, servindo
observação do material apresentado e não à autoridade que o designou, não venha a
ultrapassando, no parecer, a esfera de suas expor indevida e desnecessariamente ações
atribuições. do caso em análise.

Artigo 22º – O profissional de Relações Artigo 27º – A quebra de sigilo é necessária


Públicas deverá levar ao conhecimento da quando se tratar de fato delituoso, previsto
autoridade que o nomeou a impossibilidade em lei, e a gravidade de suas conseqüências,
de formular parecer conclusivo, face à recusa para os públicos envolvidos de conseqüência
do profissional em julgamento, em fornecer- de denunciar o fato.
lhe dados necessários à análise.
SEÇÃO IX – DAS RELAÇÕES POLÍTICAS E
Artigo 23º – É vedado ao profissional de DO EXERCÍCIO DO LOBBY
Relações Públicas:
1. Ser perito do cliente seu; Artigo 28º – Defender a livre manifestação do
2. Funcionar em perícia em que sejam pensamento, a democratização e a
parte parente até o segundo grau, ou popularização das informações e o
afim, amigo ou inimigo e concorrente aprimoramento de novas técnicas de debates
de cliente seu; é função obrigatória do profissional de
3. Valer-se do cargo que exerce, ou dos Relações Públicas.
laços de parentesco ou amizade para
pleitear ser nomeado perito. Artigo 29º – No exercício de Lobby o
profissional de Relações Públicas deve se ater
SEÇÃO VIII – DO SIGILO PROFISSIONAL às áreas de sua competência, obedecendo às
normas que regem as matérias emanadas
Artigo 24º – O profissional de Relações pelo Congresso Nacional, pelas Assembléias
Públicas guardará sigilo das ações que lhe Legislativas Estaduais e pelas Câmaras
forem confiadas em razão de seu ofício e não Municipais.
poderá ser obrigado à revelação de seus
assuntos que possam ser lesivos a seus Artigo 30º – É vedado ao profissional de
clientes, empregadores ou ferir a sua lealdade Relações Públicas utilizar-se de métodos ou
para com eles em funções que venham a processos escusos, para forçar quem quer
exercer posteriormente. que seja a aprovar matéria controversa ou
projetos, ações e planejamentos, que
Artigo 25º – Quando o profissional de favoreçam os seus propósitos.
Relações Públicas faz parte de uma equipe, o
cliente deverá ser informado de que seus SEÇÃO X – DA OBSERVÂNCIA,
membros poderão ter acesso a material APLICAÇÃO E VIGÊNCIA DO CÓDIGO DE
referente aos projetos e ações. ÉTICA

Artigo 26º – Nos casos de perícia, o


profissional de Relações Públicas deverá

158
Artigo 31º – Cumprir e fazer cumprir este
código é dever de todos os profissionais de “O código de Ética dos Profissionais de
Relações Públicas. Relações Públicas, continua em vigor nos
termos do Art. 80 da RN 14/87, de 14 de
Artigo 32º – O Conselho Federal e os dezembro de 1987, com alterações
Regionais de profissionais de Relações introduzidas pelo art. 108 da RN 49/03 de 22
Públicas manterão Comissão de Ética para: de março de 2003”.
1. Assessorar na aplicação do Código;
2. Julgar as infrações cometidas e casos
LEI Nº 7.197, DE 14 DE JUNHO
omissos, ad referendum de seus
respectivos plenários.
DE 1984 – Dia Nacional das
Relações Públicas
Artigo 33º – As normas deste Código são
aplicadas às pessoas físicas e jurídicas, que Institui o "Dia Nacional das Relações
exerçam a atividade profissional de Relações Públicas".
Públicas.
Faço saber que o CONGRESSO
Artigo 34º – As infrações a este Código de NACIONAL decretou, o PRESIDENTE DA
Ética profissional poderão acarretar REPÚBLICA nos termos do § 2º do art. 59, da
penalidades várias, desde multa até cassação Constituição Federal, sancionou, e eu,
de Registro Profissional. LOMANTO JÚNIOR, 1º VICE-PRESIDENTE
do SENADO FEDERAL, no exercício da
Artigo 35º – Cabe ao profissional de Relações PRESIDÊNCIA, nos termos do § 5º do art. 59
Públicas denunciar aos seus Conselhos da Constituição Federal, promulgo a seguinte
Regionais qualquer pessoa que esteja Lei:
exercendo a profissão sem respectivo
registro, infringindo a legislação ou os artigos Art. 1º Fica instituído o dia dois de
deste Código. dezembro como o "Dia das Relações
Pública".
Artigo 36º – Cabe ao profissional de Relações
Públicas docentes, supervisores, esclarecer, Art. 2º Na data estabelecida no artigo
informar e orientar os estudantes quanto aos anterior, as associações e entidades ligadas à
princípios e normas contidas neste Código. atividade de relações públicas farão, em todo
o País, promoções que de qualquer modo
Artigo 37º – Compete ao Conselho Federal assinalam e festejam o transcurso da
formar jurisprudência quanto aos casos efeméride,
omissos, ouvindo os Regionais, e fazê-la
incorporar a este Código. Art. 3º É declarado Patrono das Relações
Públicas, Eduardo Pinheiro Lobo, nascido em
Artigo 38º – O presente Código entrará em Penedo, Estado de Alagoas, em 1876, e
vigor em todo o território nacional a partir de falecido em São Paulo, a 15 de fevereiro de
sua publicação no Diário Oficial da União. 1933.

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Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de
sua publicação.

Art. 5º Revogam-se as disposições em


contrário.

SENADO FEDERAL, E, 14 DE JUNHO DE


1984

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