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No texto básico que iremos examinar, Jesus diz que o Pai “procura”
verdadeiros adoradores (Jo 4:23). É dessa forma que Jesus resume a atividade
salvífica do Pai. Qual o interesse do Pai na pregação do evangelho? O que Ele
intenta fazer por meio do seu Filho? Qual é o fim último da encarnação, da
expiação e de toda a redenção? É o Pai buscando adoradores! Que forma
inusitada e não habitual de Deus se dirigir a pecadores! No entanto, é assim.
Robert G. Rayburn ressalta que “Em nenhum lugar nas Escrituras lemos que
Deus tenha buscado qualquer coisa dos pecadores”. A Bíblia não nos diz que
Deus busca testemunhas, servos ou contribuintes. Ele busca adoradores.
Rayburn continua, “não é sem motivo que a única vez na Escritura onde a
palavra buscar é usada como atividade de Deus, é em conexão com a busca
de verdadeiros adoradores”.1
Carlos M. N. Eire, em seu aclamado War Against the Idols (Guerra contra os
ídolos), relembra à nossa geração aquilo que os antigos historiadores já
haviam percebido. “O foco central do Protestantismo Reformado foi a
interpretação da adoração (…)”. Distinguindo os luteranos dos zuinglianos, ele
diz:
O mesmo pode ser dito das obras de Heinrich Bullinger (sucessor de Zuínglio
em Zurique), Martin Bucer em Estrasburgo, William Farel em Neuchatel, e mais
tarde João Calvino em Genebra. A Reforma se espalhou com esses homens
pregando contra a adoração medieval idólatra, e o povo respondeu com sua
fúria iconoclasta. Vitrais eram quebrados, relíquias eram profanadas, estátuas
despedaçadas, altares danificados e igrejas lavadas e caiadas novamente.
Farel, diz Eire, “usava as imagens e a missa como tema dos seus sermões
para dar curso à Reforma”.4 Em Genebra durante os primeiros anos da
Reforma, “o foco da atenção não era o assunto da justificação, mas as missas
e as imagens e tudo que dizia respeito aos seus abusos”.5 Ambos, Farel e
Calvino descreveram suas conversões, não como sendo salvos das obras de
injustiça prioritariamente, mas da idolatria. Como os tessalonissences, eles
tinham “deixado os ídolos para servirem ao Deus vivo” (1Ts 1:9).
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1 O Come Let Us Worship, pp. 15, 16.
2 Let The Nations Be Glad, the Supremacy of God in Missions, Grand Rapids:
Baker Books, 1993.
3 Carlos M. N. Eire, War Against the Idols (Cambridge: Cambridge University
Press, 1986), pp. 2, 85.
4 Ibid., p.119.
5 Ibid., p.143.
6 Ibid., p.126; (também encontrado na Selected Works of John Calvin, vol. 1,
p.126)
7 Robert W. Godfrey, “Calvin and the Worship of God” (manuscrito não
publicado, s.d.).
8 Carlos M. N. Eire, War Agaisnt the Idols, pp. 232, 233.
9 Ibid., p. 232.
10 Publicado pela Editora Os Puritanos – Diretório de Culto de Westminster
Fonte:
http://2timoteo316.blogspot.com.br/2012/08/ha-algo-mais-importante-do-
que.html