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Introdução à Robótica
Introdução à Robótica
SENAI-SP, 2006
Trabalho organizado pela Escola SENAI “Almirante Tamandaré”, a partir dos conteúdos extraídos da
Intranet do Departamento Regional do SENAI-SP.
2ª edição, 2006
Equipe Responsável
Cód. 120.3.021/2
Sumário
Página 4 Prefácio
5 Histórico
8 Conceitos principais
11 Componentes de um robô
20 Tipos de juntas
32 Automação industrial
37 Intensidade de choque
38 Padrão de acidentes
64 Efetuadores
70 Navegador
73 Sistema de coordenadas
PREFÁCIO
Encontramos robôs sendo utilizados em vários segmentos de nossa sociedade: robôs que
prestam serviços de alta periculosidade ao homem como, por exemplo, para o desarmamento de
bombas; robôs para manuseio de produtos químicos e inflamáveis, com a finalidade da pesquisa
científica; robôs destinados a projetos educacionais, os chamados robôs didáticos, e até mesmo os
robôs destinados a executar o trabalho dos operários. Os robôs que foram instalados em nossas
fábricas, tornaram-se os principais responsáveis pela revolução da produção em série, agilizando o
processo produtivo e conferindo melhor e maior qualidade aos produtos.
O objetivo desta fase de estudo é familiarizar e facilitar a nossos alunos o convívio com esta
nova tecnologia, proporcionado os conhecimentos necessários ao trabalho seguro e consciente com
este ícone da tecnologia, o robô.
HISTÓRICO
Ainda que instintivamente relacionemos os robôs aos seres humanos, podemos afirmar que a
aparência de um robô industrial é muito diferente da do homem. Os robôs industriais foram
projetados tendo como referência apenas uma parte do corpo humano, o membro superior (braço),
capaz de executar diversos movimentos.
Uma definição mais completa é apresentada pela norma ISO (International Organization for
Standardization) 10218: "uma máquina manipuladora com vários graus de liberdade, controlada
automaticamente, reprogramável, multifuncional, que pode ter base fixa ou móvel, para utilização em
aplicações de automação industrial".
Porém, o termo robótica refere-se ao estudo e à utilização de robôs. O termo surgiu pela
primeira vez pelo cientista americano e escritor, Isaac Asimov que escreveu prodigiosamente sobre
uma vasta diversidade de disciplinas e objetos, ficando célebre pelos seus trabalhos de ficção
científica.
A palavra robótica foi usada pela primeira vez em uma pequena estória publicada em 1942.
Tomado como provável que os robôs viessem a ter inteligência, Isaac Asimov formulou três leis, às
quais acrescentou, posteriormente, uma quarta, a "lei zero".
As Leis da Robótica
Lei Zero: Um robô não pode causar mal à humanidade ou, por omissão, permitir que a
humanidade sofra algum mal, nem permitir que ela própria o faça.
Lei 1: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser
humano sofra algum mal.
Lei 2: Um robô deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto
nos casos que em tais ordens contrariem a Primeira Lei.
Lei 3: Um robô deve proteger sua própria existência, desde que tal proteção não entre em
conflito com a primeira e a segunda leis.
A robótica tem como objetivo a automatização de tarefas que podem ser executadas pelo
homem. Por sua vez, a palavra robô deriva do checo e significa trabalhador forçado. O termo, com a
atual interpretação, foi inventado pelo escritor Checoslovaco, Karel Capek, em 1920. De uma forma
simplista, um robô é uma máquina que, capaz de ações independentes, realiza uma dada tarefa, sem
ser continuamente supervisionado por um operador humano, em contraste com uma máquina
comandada à distância que necessita de alguém para controlar o seu movimento. É comum chamar
de autômato a todo o tipo de robô, tentando generalizar um nome que teve a sua origem em bonecos
mecânicos altamente sofisticados e implementados no século XVII.
É bem possível que algo que hoje vemos em filmes de ficção científica num futuro, quem sabe
próximo, poderemos ver na vida real.
Existem robôs para as mais variadas aplicações, desde os monotarefa aos multitarefa, dos
industriais aos domésticos, passando pelos militares e laboratoriais.
Os robôs industriais não se parecem com os humanos, mas devemos ter em mente que eles
deverão ser utilizados, não em substituição ao homem, mas como uma poderosa ferramenta para
auxiliá-lo nas atividades onde os riscos de vida e de agressão à saúde sejam presentes.
Objetivos da robótica
CONCEITOS PRINCIPAIS
Um corpo livre no espaço pode realizar 6 (seis) movimentos independentes entre si; assim,
dizemos que ele tem 6 (seis) graus de liberdade.
Par cinemático
É a união de dois elementos que estão em contato, permitindo o movimento relativo de ambas
as partes.
Se unirmos esse elemento (corpo livre) ao sistema de eixos (x, y, z), de acordo com as
características dessa união, o elemento poderá realizar 1, 2, 3, 4, ou 5 movimentos relacionados com
o elemento de fixação (ou o elemento A é restrito, ou ao elemento A foram proibidos 5, 4, 3, 2, ou
1 movimento).
Um corpo livre no espaço pode realizar 6 (seis) movimentos independentes entre si; assim,
dizemos que ele tem 6 (seis) graus de liberdade.
O número de graus de liberdade de um mecanismo espacial pode ser obtido pela equação:
Onde:
Cadeia cinemática
Sistema ferramenta
Exercícios
Identifique quantos graus de liberdade possui a cadeia cinemática e quais sistemas estão
envolvidos.
a)
Graus de liberdade = _____
Sistemas envolvidos:
b)
Graus de liberdade = _____
Sistemas envolvidos:
c)
Graus de liberdade = _____
Sistemas envolvidos:
COMPONENTES DE UM ROBÔ
Do ponto de vista macroscópico, um sistema robótico pode ser “explodido” em três grandes
componentes:
• Mecanismo
• Acionamento
• Sistema de controle
• braço;
• punho;
O braço determina o alcance do órgão terminal no espaço “euclidiano”, enquanto o punho, sua
orientação.
O órgão terminal é escolhido em função da tarefa a ser realizada pelo robô e pode ser:
• garra;
• tocha de solda;
• pistola de pintura.
Movimentação Soldagem
Pintura Paletização
O acionamento também é parte física do mecanismo, uma vez que as massas interferem na
dinâmica do manipulador.
Possibilita ainda o sincronismo com outros robôs e equipamentos periféricos (como por
exemplo, correia transportadora).
Velocidade de movimento
Nos robôs atuais esta capacidade de carga varia desde algumas gramas até aproximadamente
500 kg, dependendo do robô.
Precisão de movimento
a. Resolução espacial: É o menor incremento de movimento em que o robô pode dividir seu
volume de trabalho. É normalmente dependente da capacidade de
carga do robô, e varia desde alguns milímetros até alguns
centésimos de milímetro nos mais precisos.
• robô fixo Também chamado de Braço Mecânico, é montado sobre uma base a
qual lhe serve de sustentação física e de referência de movimentos. É o
tipo mais comum de Robô e o mais usado em aplicações industriais.
• robô humanóide Também chamado de andróide por seu aspecto humano: anda sobre
duas pernas (o que permite subir e descer escadas), possui dois braços
(o que permite manipular objetos da mesma maneira que o ser humano)
e tem dois sistemas de captação de imagem na parte frontal da cabeça
(o que lhe dá visão estéreo e o mesmo ponto de vista de um ser
humano). Por estas características pode substituir um ser humano sem
necessidade de adaptação do ambiente.
• robô articulado;
As articulações de um robô são formadas por uma série de vínculos e juntas a serem
estudadas a seguir.
TIPOS DE JUNTAS
Neste capítulo estudaremos o braço mecânico do robô, seus tipos de juntas e graus de
liberdade, seus tipos de articulações, sua área de trabalho (work envelope), e suas formas de
acionamento.
Todo robô possui uma base fixa e o primeiro vínculo está preso a esta base. A mobilidade dos
robôs depende se o braço do robô executa movimentos no espaço, transferindo objetos e
ferramentas de um ponto para outro, instruído pelo controlador e informado sobre o ambiente por
sensores. Na extremidade do braço existe um atuador usado pelo robô na execução de suas tarefas.
Todo braço de robô é composto de uma série de vínculos e juntas.
Tipos de juntas
• juntas deslizantes;
• juntas de rotação;
A maioria dos braços dos robôs são formadas pelas juntas deslizantes e de revolução, embora
alguns incluam o de bola e encaixe. A seguir será descrito cada um destes tipos de juntas.
Juntas deslizantes
Este tipo de junta permite o movimento linear entre dois vínculos. É composto de dois vínculos
alinhados um dentro do outro, onde um vínculo interno escorrega pelo externo, dando origem ao
movimento linear.
Juntas de rotação
Esta conexão permite movimentos de rotação entre dois vínculos. Os dois vínculos são unidos
por uma dobradiça comum, com uma parte podendo se mover num movimento cadenciado em
relação à outra parte. As juntas de rotação são utilizadas em muitas ferramentas e dispositivos, tal
como tesouras, limpadores de pára-brisa e quebra-nozes. Podem ser do tipo dobradiça ou eixo
rotativo.
Estas juntas são usadas em um pequeno número de robôs, devido à dificuldade de ativação.
De qualquer maneira, para se ter a performance de uma junta de encaixe esférico, muitos robôs
incluem três juntas rotacionais separadas, cujos eixos de movimentação se cruzam em um ponto.
A Figura b ilustra o seu equivalente constituído de três juntas de revolução em um único eixo.
Juntas esféricas existem no corpo humano, entre o ombro e antebraço, entre o fêmur e a bacia
e entre a bacia e as costas.
É usual classificar os robôs de acordo com o tipo de junta, ou mais exatamente, pelas 3 juntas
mais próximas da base do robô. Esta divisão em classes fornece informações sobre características
dos robôs em várias categorias importantes:
• espaço de trabalho;
• grau de rigidez;
• cartesiano;
• cilíndrico;
• esférico;
• articulação vertical.
O código usado para estas classificações consiste em três letras, referindo-se ao tipo de junta
(R = revolução, P = deslizante - do inglês prismatic) na ordem em que ocorrem, começando de junta
mais próxima à base.
Robô Cartesiano
O braço destes robôs têm três articulações deslizantes sendo codificado como PPP.
Os robôs cartesianos caracterizam pela pequena área de trabalho, mas com um elevado grau
de rigidez mecânica e são capazes de grande exatidão na localização do atuador. Seu controle é
simples devido ao movimento linear dos vínculos e devido ao momento de inércia da carga ser fixo
por toda a área de atuação.
Robôs Cilíndricos
Os braços destes robôs consistem de uma junta de revolução e duas juntas deslizantes, sendo
codificada como RPP.
A área de trabalho destes robôs são maiores que os robôs cartesianos, mas a rigidez
mecânica é ligeiramente inferior. O controle é um pouco mais complicado que o modelo cartesiano,
devido a vários momentos de inércia para diferentes pontos na área de trabalho e pela rotação da
junta da base.
Robôs Esféricos
Estes robôs possui duas juntas de revolução e uma deslizante, sendo codificado como RRP.
Estes robôs tem uma área de trabalho maior que os modelos cilíndricos, mas perde na rigidez
mecânica. Seu controle é ainda mais complicado devido os movimentos de rotação.
Caracterizam-se por possuir duas juntas de revolução e uma deslizante, sendo codificados
RRP.
A área de atuação deste tipo de robô é menor que no modelo esférico, sendo apropriados para
operações de montagem, devido ao movimento linear vertical do terceiro eixo.
Exemplo
Robô Scara.
Estes robôs caracterizam-se por possuir três juntas de revolução, sendo codificados por RRR.
Sua área de atuação é maior que qualquer tipo de robô, tendo uma baixa rigidez mecânica.
Seu controle é complicado e difícil, devido as três juntas de revolução e devido à variações no
momento de carga e momento de inércia.
Volume de trabalho
É o espaço dentro do qual o robô pode manipular a extremidade de seu punho (o efetuador).
Em hipótese alguma poderá haver funcionários nesta região enquanto o robô estiver em
funcionamento, evitando-se desta maneira acidentes. Alguns autores e fabricantes usam a expressão
‘Envelope de Trabalho’ para esta característica.
V=L*L*L
Os robôs cilíndricos alcançam qualquer ponto em um cilindro de altura L e raio 2L, exceto os
pontos do cilindro interno de raio L e altura L.
V = 9,42 * L * L * L
Os robôs esféricos alcançam qualquer ponto de uma esfera de raio 2L, exceto a esfera interna
de raio L.
V = 29,32 * L * L * L
V = 12,56 * L * L * L
Os robôs de articulação vertical alcançam qualquer ponto de uma esfera de raio 2L.
V = 33,51 * L * L * L
Dessa forma, os robôs possuem um aumento progressivo na sua área de atuação, indo do
cartesiano até o de articulação vertical. Então, a razão entre a área relativa aos casos extremos é:
Vav / Vc = 33,51
Isto significa que a área de trabalho de um robô com articulação vertical com 2 vínculos de
tamanho L é 33,51 vezes maior que a área de trabalho do robô cartesiano com 3 vínculos de
tamanho L.
Nas figuras abaixo, podemos observar os volumes que podem ser alcançados pelos diferentes
tipos de robôs abordados.
A coluna da esquerda esquematiza o movimento das três juntas mais próximas à base, a
coluna central mostra a vista lateral e a coluna da direita esquematiza o volume de trabalho de cada
tipo de robô.
a) Cartesiano
b) Cilíndrico
c) Esférico
d) Articulação horizontal
e) Articulação vertical
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
Pode-se definir a automação como uma tecnologia que utiliza sistemas mecânicos, elétricos e
computacionais na operação e no controle da produção.
A robótica já foi definida como a tecnologia que utiliza sistemas mecânicos que, controlados
por circuito eletrônicos mediante programação, executam tarefas que imitam movimentos humanos.
Um sistema de automação pode ter robôs trabalhando sozinhos ou junto a seres humanos,
como também pode ser um processo automático, em que não existem robôs.
Volume de produção muito elevado com pequena variedade, onde máquinas funcionam
sem a intervenção humana.
• Programável:
Similar a fixa, porém, o processo pode ser reprogramável para executar a mesma tarefa de
outra maneira. Tem como característica o baixo volume de produção e uma grande
variedade de produtos a serem fabricados. Exemplo: Um CNC que movimenta a máquina.
• Flexível:
Na verdade robôs industriais são máquinas que devem estar em constante observação. Dentre
as máquinas até então criadas pelo ser humano, talvez seja a que mais necessite de gerenciamento
de segurança e de controle.
Enquanto trabalhamos com algum medo nos manuseios, ainda nos preocupamos com a
segurança, mas quando nos familiarizamos com a máquina, passamos a cometer imprudências.
Além disso, robôs industriais são máquinas extremamente caras, e por isso o operador não gosta de
parar a máquina e aproveita-la de forma ininterrupta. São essas desatenções que levam o ser
humano a tomar atitudes que comprometem a segurança. Quando por exemplo, uma peça é
derrubada por um robô, o operador tenta afasta-la sem parar a máquina. Um procedimento de risco
como esse pode passar até sem problemas na primeira ocorrência , mas certamente provocará um
acidente após algumas tentativas.
A garantia de uma operação segura de um robô industrial depende do quão bem ele é
utilizado. O elemento principal para a operação segura é o próprio usuário. Assim, você usuário,
como peça principal, deverá saber claramente os procedimentos de uma operação correta dos robôs
e conduzir o trabalho obedecendo rigorosamente esses procedimentos. Além disso, é muito
importante que sejam informados ao fabricante dos robôs os requisitos reais do ambiente de trabalho.
A maioria dos problemas de segurança pode ser tecnicamente resolvido pelo fabricante, onde
existem especialistas aptos a oferecer novas soluções.
Para isso, é importante, antes de tudo, entender o funcionamento dos robôs industriais. Sem
dúvida, eles são máquinas bastante complexas. Entretanto, os pontos que devem ser observados
sob os olhos da segurança não são tão complexos assim.
O robô industrial é uma máquina útil, que possui características bastante singulares
comparativamente às máquinas convencionais. Este fato implica aspectos importantes no tocante à
segurança.
• sendo mais potente, será capaz de manipular objetos mais pesados (alta capacidade de
carga);
• sendo mais veloz, poderá concluir os processos mais rapidamente (alta produtividade);
• quanto maior grau de liberdade tiver, maior variedade de serviços será capaz de executar
(alta flexibilidade);
• quanto maior o robô, maior será a área de trabalho, oferecendo um grau de risco
proporcionalmente maior.
• quanto maior a potência do robô e sua capacidade de operação, maiores serão os riscos de
acidentes.
Risco de colisão
INTENSIDADE DE CHOQUE
Qual a intensidade do choque que um operador sofre numa colisão com um manipulador?
Como isso não pode ser verificado na prática, foram realizados testes com corpos de prova
semelhantes aos empregados em ensaios de acidentes automobilísticos. Ao submeter o corpo de
prova a um choque em alta velocidade contra o manipulador de um robô tipo hidráulico de grande
porte, detectou-se uma aceleração de choque de 200G. No caso de um robô tipo elétrico de porte
médio, foram atingidos valores elevados, como 90G. Se o ser humano for submetido a uma
aceleração de 100G, mesmo que instantaneamente, poderá ser fatal, conclui-se, então, o quão
potente e perigoso é o manipulador de um robô.
PADRÃO DE ACIDENTES
Quando o operador responsável retorna ao local, aciona o botão de operação sem perceber
a presença dessa pessoa na área de ação, prensando o treinando.
Um robô, para descarte de item defeituoso que surge em uma correia transportadora, deixa
cair uma peça. Percebendo isso, o operador tenta retirar a peça entrando na área de ação
sem antes paralisar o robô. O operador acaba prensado entre a correia transportadora e o
manipulador.
3. O operador, sem perceber que a máquina automática estava em operação, entra na linha
de produção automática sem nenhuma proteção. É atacado por um movimento de uma
direção não perceptiva, sofrendo um acidente.
Um torno de controle numérico, por exemplo, somente irá parar depois de concluir o
processo de torneamento. Um robô transportador somente pára depois de colocar a peça
acabada sobre a correia transportadora. Se o operador desconhece o comportamento da
parada tipo bloqueio, há grandes riscos de sofrer acidentes.
4. Durante uma parada momentânea da máquina automática (em espera), o operador detecta
um problema e resolve repará-lo, achando que a máquina está em repouso; quando é
atingido por uma parte móvel, sofre o acidente.
Devido a uma falha no processo, o operador percebe que todas as máquinas ficaram
paralisadas e sobe na correia transportadora para remover a peça defeituosa com as duas
mãos. Quando a peça é removida, a chave de limite de carga (limit switch) do robô,
acoplada à correia transportadora, é acionada e o operador fica comprimido pelas costas,
entre o braço do robô e a correia transportadora.
Durante a limpeza diária, o operador abre a porta e entra na área cercada do robô. Devido a
uma falha na chave de segurança, o robô não é paralisado e causa o acidente.
Mesmo circundando a área de ação do robô com uma cerca de segurança, deve-se
confirmar a paralisação do robô, antes da aproximação do operador. Para isso, geralmente
se instala uma chave de segurança ligada a abertura da porta num modo interlock, de modo
que o robô sempre seja paralisado assim que a porta for aberta,. A implementação deve ser
de tal modo que a paralisação do robô seja garantida mesmo em casos de falha na chave
de segurança, assim como, no uso de fitas adesivas para desativação da chave.
Podemos afirmar, portanto, que os acidentes imprevistos com robôs industriais decorrem do
seguinte fato:
“Durante a paralisação dos robôs industriais, operadores penetram na área de ação dos robôs
e sofrem acidentes provocados pelo movimento do braço, ocasionados por alguma razão
imprevista”.
Também o “National Bureau of Standards”, órgão responsável por normas, define 3 níveis de
segurança em sistemas robóticos ralacionados com a área de ação:
Os sistemas do primeiro nível são utilizados para acusar que o perímetro de segurança da
célula de trabalho foi violado sem considerar a localização do indivíduo.
Os sistemas do segundo nível são projetados para detectar a presença de indivíduos entre a
célula de trabalho e o limite do volume de trabalho do robô. A exata definição desta região dependerá
do “layout” da célula e da estratégia utilizada para garantir a segurança do indivíduo.
Sensores de pressão no piso, são utilizados para detectar a presença de indivíduos nos níveis 1
ou 2. Os sensores ópticos são mais apropriados para os sistemas de nível 1.
Para o nível 3, sensores de proximidade podem ser instalados no braço do robô. A figura
abaixo ilustra estes três níveis de sensores.
Um pequeno erro humano pode acabar num grave acidente causado pelo robô. Entretanto,
não sendo possível eliminar totalmente as falhas humanas, torna-se necessário e importante
incorporar dispositivos de segurança no controlador para que o robô seja paralisado quando for
detectada a entrada do operador na área de ação.
Para sua implementação, utilizam-se dispositivos de segurança junto ás portas como sensores
ópticos, esteiras de segurança e os sensores ópticos do tipo scanner.
Entretanto, se o próprio dispositivo de segurança vier a falhar, a presença humana não poderá
ser detectada o que incorrerá num acidente. Uma vez que mesmo os dispositivos de segurança são
susceptíveis a falha, é importante projetar o sistema de tal forma que o robô seja paralisado mesmo
na falha de um dos dispositivos de segurança. Um sistema de segurança à prova de falhas (Fail
Safe) é primordial para a segurança no trabalho.
Sensor
Sensor óptico
óptico
Scanner
Scan
Tapete de
segurança
A norma de segurança ISO 10218 de Janeiro de 1992 prevê que se o trabalho for executado
dentro de uma célula, próxima a área de trabalho de um robô deve-se observar:
• o programador deve levar consigo a unidade de programação, para evitar que outras
pessoas assumam o controle do robô.
Além dos riscos de colisão, por ser um equipamento com alimentação elétrica, também oferece
riscos de choques elétricos associados com as partes energizadas, tais como:
• nas conexões das ferramentas que por ventura possuam alimentação de alta tensão como
pinça de solda, tocha para solda a arco.
• Botões de emergência:
São botões de comando dos operadores, que bloqueiam imediatamente o robô caso sejam
acionados. Existem nos painéis de comando da célula, no painel de comando do robô, na
unidade de programação e em alguns casos em pontos estratégicos da célula.
Esses botões param o robô e são utilizados somente durante a programação do mesmo.
Quando robô esta sendo programado, ele roda no modo manual, obedecendo aos
comandos da unidade de programação. Para o trabalho com segurança no teste inicial,
a velocidade de robô deverá ser reduzida. As seguintes funcionalidades também são
imprescindíveis:
2. A velocidade máxima no modo de operação manual não deve ser superior a uma
velocidade segura de operação.
3. Para cada uma das articulações (eixos), deve existir um botão correspondente de
comando (por exemplo, um único botão de comando não deve permitir o controle de
dois motores).
Uma vez que existe uma infinidade de diferenças no uso de robôs, é importante elaborar
normas (padrões, procedimentos) relativas às operações seguras para cada ambiente de trabalho. O
check list de segurança, quando da introdução do robô, é igualmente importante. O conteúdo das
normas deverá ser cuidadosamente discutido entre o grupo de operadores e dos supervisores de
segurança.
Caso venha a ocorrer uma situação não prevista no manual de regulamento de operação, ou
que fora esquecido apesar de registrado, a operação deverá ser interrompida até que se confirme a
condição de segurança, seguindo as orientações do supervisor de segurança.
Exemplo de “check list” para operação e manutenção de células robotizadas Sim Não
Consultou uma norma de segurança do padrão ISO 10.218 / ANSI/RIA R15.06-
1
1999?
2 Aplicou a norma ao projeto desenvolvido?
3 Estipulou no projeto os diferentes níveis de acesso para operação da célula?
Programou o treinamento dos colaboradores para desenvolvimento das
4
competências necessárias?
5 Respeitou as normas de segurança?
Somente trabalhar na área de operação do robô junto a um companheiro de
6
equipe. Você está acompanhado?
7 O robô encontra-se em modo de operação manual?
8 O robô esta totalmente parado?
Verificou a existência de outros equipamentos atuando em modo automático na
9
célula? 10. Travou mecanicamente os componentes perigosos?
Sinalizou o local em manutenção, para evitar que alguém coloque o robô ou a
10
célula em movimento?
Movimentação
• paletização.
Produção
• montagem de peças;
• acabamento superficial;
• empacotamento.
Controle de qualidade
Abastecimento de prensas
Características da tarefa:
• barulho elevado;
• atividade monótona.
Manipulação de Moldes
Características da tarefa:
Características da tarefa:
• otimização do tempo;
Solda Ponto
Características da tarefa:
• atividade monótona;
• perigo (faíscas);
• barulho elevado.
Solda Elétrica
Características da tarefa:
• atividade monótona;
• barulho elevado.
Pintura Spray
Características da tarefa:
Montagem
Características da tarefa:
• troca automática do atuador final, para lidar com peças de tamanhos e formas variadas;
Acabamento
Características da tarefa:
• atividade monótona;
• perigo (poeira).
Em determinadas aplicações, a trajetória percorrida pelo robô durante a atividade deve ser
analisada e levada em consideração.
Exemplos de aplicação
Pintura
Solda
Paletização
Embalagem
EFETUADORES
A empresa que instala o robô poderá realizar ela mesma os serviços de engenharia ou
contratar os serviços de uma empresa especializada.
Existe uma ampla variedade de órgão terminais necessários para a realização de várias
tarefas, e podem ser divididos em duas categorias principais:
• garras;
• ferramentas.
Garras
As garras são efetuadores destinados a pegar e segurar objetos para seu deslocamento dentro
do espaço de trabalho do manipulador.
Podem ser pequenos e frágeis, como é o caso de componentes eletrônicos que são montados
numa placa pelo robô, ou pesados e robustos, como carros que são colocados de uma parte para
outra de uma linha de produção.
Garra de 3 membros
É similar a garra de dois membros, mas permite maior segurança ao manipular os objetos, que
podem ser esféricos ou triangulares.
A figura abaixo apresenta uma garra de três membros, cujos dedos são retráteis, constituídos
por várias conexões.
Possui dois dedos com depressões circulares capazes de agarrar objetos cilíndricos de
diversos tamanhos.
Uma desvantagem evidente desta garra é a sua limitação de abertura, que impossibilita a
manipulação de objetos maiores que a sua abertura total.
A figura a seguir ilustra uma garra para objetos cilíndricos de até 3 diâmetros diferentes.
Para manipularmos um objeto frágil, sem danificá-lo, os dedos da garra devem exercer um
grau de força controlado que não se concentrasse em apenas um ponto do objeto.
Muitas garras têm sido projetadas com esta finalidade, das quais uma é ilustrada a seguir, na
qual temos dois dedos flexíveis que se curvam para dentro quando inflados pelo ar, que é aplicado de
forma controlada, cuja expressão determina a força com que o objeto é agarrado.
Garra de juntas
Para pegar um objeto, as juntas dos dedos envolvem este objeto e seguram firmemente.
Quanto menor o tamanho das juntas dos dedos, maior é a firmeza e a capacidade de manipular
objetos irregulares.
São órgãos terminais empregados para apanhar peças delicadas, como no caso de peças
injetadas em termoplásticos (injetoras). São ligadas a uma bomba de vácuo através de uma
eletroválvula. Quando a eletroválvula é acionada, o ar é puxado pela bomba, criando um vazio na
ventosa que adere a peça. É necessário que as peças a serem manuseadas estejam limpas, lisas e
planas, condições necessárias para formar um vácuo perfeito entre o objeto e as ventosas.
Garras magnéticas
São similares em seu formato às garras a vácuo e são um meio razoável para manipular
materiais ferromagnéticos. Assim como, no caso das garras a vácuo, as peças a serem transportadas
pelas garras magnéticas devem apresentar pelo menos uma superfície limpa.
Ferramentas
Em muitas aplicações, o robô é utilizado para manipular uma ferramenta, ao invés de uma
peça.
O uso de uma garra permite que as ferramentas sejam trocadas durante o ciclo de trabalho,
facilitando o manuseio de várias ferramentas.
Na maioria das aplicações de robôs nas quais uma ferramenta é manipulada, a ferramenta é
presa diretamente no punho do robô, sendo nesses casos, a ferramenta o órgão terminal.
Como desvantagens, esse tipo de alternador possui o acréscimo de peso ao braço do robô,
custo elevado e desperdício de tempo na troca de garras.
NAVEGADOR
Generalidades
No lado direito do navegador é mostrado o conteúdo do diretório atual na forma de uma lista de
arquivos.
SISTEMAS DE COORDENADAS
Para o deslocamento do robô, seja por meio das teclas de movimento ou por meio do “Space-
Mouse” têm-se que escolher um dos sistemas de coordenadas.
No sistema de coordenadas com especificação do eixo, todos os eixos do robô poderão ser
deslocados nas direções positiva ou negativa dos eixos.
A movimentação dos eixos poderá ser realizada por meio das teclas de movimentação ou por
meio do “space-mouse” conforme mostrado na figura abaixo.
O ponto zero do sistema de referencia mantem-se na sua posição enquanto o robô executa os
movimentos, isto é, não se movimenta juntamente com o robô.
A movimentação dos eixos poderá ser realizada por meio das teclas de movimentação ou por
meio do “space-mouse” conforme mostrado na figura abaixo.
Com a escolha desse sistema o robô se movimentará paralelamente aos eixos da peça ou
dispositivo.
A movimentação dos eixos poderá ser realizada por meio das teclas de movimentação ou por
meio do “space-mouse” conforme mostrado na figura abaixo.
Locais de identificação
KR C1
KR C3
No KR C3, o número de série encontra-se no lado direito, em cima dos drives do computador.
O KUKA Control Panel constitui a interface entre o homem e a maquina (IHM) e destina-se à
operação simplificada da unidade de comando do robô. Todos os elementos necessários para a
programação e operação do sistema do robô encontram-se instalados diretamente no KCP, exceto o
interruptor principal.
Pagina Space
mouse
Parada
Display
Programa
para frente Teclas de
movimento
Programa
para trás Entrada
de dados
Ligar acionamentos
Botão de emergência
Desligar acionamentos
Automático Automático
externo
O display do KUKA Control Panel está dividido em várias áreas que cumprem tarefas diversas.
Durante sua utilização estas são adaptadas de forma dinâmica às diversas necessidades.
Dessas áreas fazem parte a barra de menukeys, a barra de statuskeys e a linha de softkeys,
além da janela de programação, dos formulários inline, das janelas de estado e de mensagens, bem
como de uma barra de estado.
Para uma maior visualização do painel de operação, podem ser alterados tanto o brilho como
também o contraste do display LCD.
Inicialmente, a função deslocamento manual deverá estar desligada, uma vez que somente
assim será possível alterar o brilho e o contraste. A statuskey (modo de deslocamento) encontra-se
no lado esquerdo do display, na parte de cima. A duas statuskey do lado direito do display destinam-
se a definição do brilho e do contraste.
contraste
brilho
Teclas de função
Barras de statuskeys
As barras de statuskey mostram as funções alteráveis que se encontram nos lados direito e
esquerdo da área gráfica.
modo de velocidade de
movimentação execução do
pelo space mouse programa
modo de
deslocamento
passo a passo modo "eixo
dominante"
sistema de
coordenada
"axis"
tecla do cursor
modo de
movimentação
por tecla modo de
movimentação
modo de por incrementos
posicionamento
contínuo
sistema de
coordenada
cartesiano
teclas de
configuração de
garras velocidade de
deslocamento do robô
(modo manual)
Linha de softkeys
Por meio da linha de softkeys, que se adapta dinamicamente, são disponibilizadas as funções
que poderão ser selecionadas. Esta linha esta posicionada na parte inferior do display.
softkeys
Janela de programação
janela de programação
Janela de estado
A janela de estado é utilizada para a visualização das entradas e saídas, bem como na
medição da ferramenta.
As teclas do cursor "↓" e "↑" permitem o deslocamento de um campo de entrada para outro.
Neste caso, a janela de estado está sendo utilizada para visualização dos contadores.
Janela de mensagens
Possibilita ao operador a visualização das mensagens. A leitura das mensagens por parte do
operador é de extrema importância, pois tornará mais fácil a intervenção em caso de necessidade.
janela de mensagens
Estado do sistema
Na linha de estado, também chamada de barra de estado, são indicadas, de forma resumida,
as informações a respeito dos estados de serviço relevantes, tais como, por exemplo, as indicações
sobre o estado de um programa.
Mensagens
Mensagens de confirmação
Nos robôs KUKA da série KR15 em diante, os procedimentos de ajuste dos eixos é realizado
por meio de uma unidade eletrônica de ajuste (UEA), que garante exatidão de alguns centésimo de
milímetros entre o ponto zero mecânico, definido pelo fabricante, e o incremento de cada um dos
sistemas de posicionamento existente nos eixos do robô.
Neste caso, o procedimento de ajuste dos eixos, quando realizado de forma a obedecer
rigorosamente a etapa descrita pelo fabricante, garantirá exatidão no alcance dos pontos de
interpolação programados. Caso haja, por exemplo, a necessidade de transferência do programa de
determinado robô para outro, com as mesmas características, será possível à reprodução exata de
movimentos no segundo robô, conforme programação feita no primeiro. Além disso, se houver a
necessidade de substituir o robô por outro, por motivo de manutenção, por exemplo, teremos a
certeza de exatidão na repetição dos pontos previamente programados.
Nota: O ajuste dos eixos (primeiro ajuste ou fixar posição do robô), também chamado de
masterização, geralmente é realizado uma única vez, logo após a instalação do
equipamento e, sem nenhuma ferramenta presa à flange do robô.
No caso de ocorrer a perda do ajuste, devido a substituição de alguns dos motores ou por
outro motivo qualquer, deve-se repetir o procedimento de ajuste.
Se ocorrer a perda do ajuste, somente poderemos mover os eixos do robô por meio do sistema
de coordenada eixo a eixo (Axis System).
Para proceder ao ajuste do robô, será necessário levar seus eixos a uma posição
mecanicamente definida, chamada posição de “zero mecânico”. Esta posição representa uma
atribuição ao ângulo de acionamento dos eixos e é definida por um entalhe de referência ou por uma
marca gravada no mecanismo.
Se o robô se encontrar nesta posição de zero mecânico, o contador de incrementos para cada
eixo é colocado no valor correspondente ao ângulo do eixo. Para que haja exatidão no deslocamento
à posição de zero mecânico é utilizado um relógio de medida ou um comparador eletrônico (UEA).
No caso dos minirobôs (serie KR3), o ajuste deve ser feito tomando-se como referência as
marcações existentes nos respectivos eixos.
Observação
O ajuste do robô deverá ser feito sempre sob as mesmas condições de temperatura, a fim de
excluir imprecisões provocadas por uma dilatação térmica.
Isso significa que o ajuste deverá ser realizado sempre com o robô no estado “frio” ou, sempre
no estado “quente” de operação.
Nota A perda do ajuste dos eixos pode ocorrer mediante colisões, queda súbita de energia,
rompimento do cabo ou por insuficiência de carga na bateria.
No tipo de robô KR3, o ajuste deve ser feito exclusivamente por meio do nônio que se encontra
em todos os seus eixos.
O ajuste e o menu de ajuste são totalmente diferentes dos das versões KRC1 e KRC2.
Primeiramente devemos nos certificar de que o robô encontra-se no modo “T1” e no modo de
deslocamento manual.
Esta instrução destina-se ao primeiro ajuste do KR3. Uma vez que o fabricante geralmente
fornece, em regra, apenas robôs com o primeiro ajuste já realizado, este passo geralmente não é
necessário, exceto nos casos de substituição do motor ou encoder, onde a realização deste passo
torna-se fundamental.
Desloque o eixo a ajustar até a posição de ajuste, fazendo coincidir com o nônio. Depois,
pressione a tecla “ajustar”. A entrada do respectivo eixo será removida da janela de estado.
Reset encoder
Esta instrução ajusta o robô, o que pressupõe que já tenha sido realizado os procedimentos do
primeiro ajuste (Fixar posição do robô). Para esse efeito, utiliza-se a opção “reset encoder”.
Comutação
Esta instrução destina-se ao ajuste entre o motor e o encoder, sendo necessária em caso de
substituição do encoder ou do motor.
Observação: Esta instrução somente deverá ser executada pelo serviço de assistência do
fabricante ou por pessoal especialmente treinado.
Observação: No caso da utilização desta instrução deve-se após a escolha do respectivo eixo
a ser comutado deslocá-lo para uma posição neutra referente a força da
gravidade.
Esta função possibilita o desajuste dos eixos individualmente. No caso de dúvidas quanto ao
ajuste de algum dos eixos, pode-se desajustar o eixo que gerou a duvida e repetir o ajuste.
A seguir, é aberta uma janela onde são indicados os eixos ajustados. Quando todos os eixos
estiverem desajustados será emitido uma mensagem “Não há eixos a ajustar”.
O ajuste dos eixos dos robôs com capacidade nominal acima de 15 Kg, pode ser feito com um
relógio comparador ou por meio da unidade eletrônica de ajuste (UEA). Embora o procedimento de
ajuste com relógio ofereça considerável exatidão, existe ainda a possibilidade de erros oriundos da
dificuldade de visualização por parte do operador, assim como também por paralaxe.
Em virtude do apresentado acima, a maioria dos usuários de robôs utiliza a unidade eletrônica
de ajuste (UEA), para executar o esse procedimento.
4. Será aberta uma janela mostrando a seqüência de eixos que deverão ser ajustados.
5. Para realizar o ajuste, reduza a velocidade de deslocamento para 1%. Desloque o eixo a
ser ajustado na direção negativa do eixo, passando a marcação de pré-ajuste. Observe o
ponteiro do mostrador do relógio. No ponto mais baixo do entalhe de medição, ou seja, no
momento em que o ponteiro mostrar um movimento abrupto de inversão, aperte a tecla
correspondente ao eixo a ser ajustado.
Durante o deslocamento de ajuste com o UEA, o eixo a ser ajustado é deslocado pelo próprio
programa, com uma velocidade programada, de “+” para “-“. No momento em que o UEA detecta o
ponto mais baixo do entalhe de medição, a unidade de comando pára o movimento do robô e
memoriza esse ponto. Dessa forma, será eliminada qualquer possibilidade de erro.
3. Estabeleça a ligação do cabo da UEA até a base do robô, na conexão do RDW (X31)
MEDIÇÃO DA FERRAMENTA
Sistema de referência
Origem do
sistema de
referência
O ponto estabelecido pela calibração da ferramenta será a referência para sua movimentação,
permitindo movimentos precisos no percurso de uma trajetória.
O número de posições a serem gravadas irá variar conforme as possibilidades oferecidas pelo
fabricante.
A calibração de uma ferramenta varia, como vimos, de fabricante para fabricante. No próximo
capitulo, será descrito o método de calibração de ferramenta usado para os robôs KUKA.
Ferramenta calibrada
A calibração permite que o robô identifique a ferramenta e não mais o flange como sendo sua
extremidade. Quando as dimensões da ferramenta são registradas corretamente, o TCP é
automaticamente calculado e registrado no arquivo ferramenta. A calibração de ferramenta exige
duas operações:
Na flange do robô existe um ponto de referencia chamado de "Tool Center Point" (TCP) cuja
tradução significa ponto central da ferramenta.
Sabemos que o robô necessita, para executar determinada tarefa, ter fixado em sua flange
uma ferramenta cujo tipo depende unicamente da aplicação a que se destina.
Esta orientação é possível devido a existência dos "resolvers" em cada um dos eixos do robô,
possibilitando a constante localização dos ângulos dos eixos.
Observação
Com base nas distâncias conhecidas entre os eixos do robô, a unidade de comando poderá
calcular, com a ajuda da geometria, a posição do centro da flange e sua orientação no espaço. A
posição do ponto central da flange é descrita através da sua distância em relação ao sistema de
coordenada universal.
Existem três métodos que poderão ser empregados no caso da medição da ferramenta:
• XYZ- Referência;
• introdução numérica.
O método mais utilizado é o "XYZ-4 pontos" devido ao fato de permitir ao controlador efetuar os
cálculos necessários à conclusão da medição. Neste caso o operador se isenta das imprecisões que
poderão ocorrer como, por exemplo, as imprecisões oriundas por erros de digitação.
Observação
O método XYZ 4 pontos é utilizado nos robôs da marca KUKA. Para as demais marcas de
robôs deve-se seguir criteriosamente as recomendações do fabricante.
Com o método de "4 pontos", a ferramenta é deslocada, com o TCP escolhido, a um ponto de
referência, procedendo este deslocamento a partir de quatro direções diferentes.
Com base nas várias posições e orientações da flange do robô, é então calculada a posição do
TCP (Tool Center Point), ponto central da ferramenta.
Para a execução do método XYZ-4 pontos, monte primeiramente a ferramenta a ser medida na
flange do robô. A seguir, procure um ponto de referência adequado.
Essa referência poderá ser um ponto marcante de uma peça ou a ponta de um espigão de
referencia.
Através do menu “Ent.-Serviço” escolha a opção Medição e, a seguir, escolha a opção XYZ-4
pontos. Em seguida, siga a rotina de execução.
Atenção
XYZ - Referência
Com este método, são comparados os valores do TCP de uma ferramenta a ser medida com
outra ferramenta conhecida, realizando-se um deslocamento até um ponto de referência.
A seguir, a ferramenta que se pretende medir é montada na flange do robô. Em seguida, esta
ferramenta é deslocada até o ponto de referência, a partir de uma direção qualquer.
Com base nas várias posições e orientações da flange do robô e nas dimensões conhecidas
da ferramenta anteriormente utilizada, a unidade de comando poderá calcular as dimensões da
ferramenta que se pretende medir.
Atenção
Introdução Numérica
Pode ser utilizado quando a ferramenta as ser utilizada têm as mesmas dimensões da
ferramenta anterior ou no caso da ferramenta ter sido previamente medida por um sistema de
medição tridimensional.
Após a medição da ferramenta, por qualquer um dos métodos descritos anteriormente, pode-se
proceder a execução da “orientação da ferramenta”, com o intuito de facilitar a movimentação do TCP
durante a gravação dos pontos a ser interpolados.
Para proceder a orientação da ferramenta podemos fazer uso do método ABC-2 pontos por se
tratar do mais largamente utilizado.
Orientação da ferramenta
Em seguida, terá de ser deslocado um ponto na ferramenta, situado no lado oposto ao do TCP,
(contrariamente à direção de trabalho) para o ponto de referência ao qual foi feito o deslocamento
anterior.
Atenção
”Conjunto completo de instruções que controla um computador para executar uma tarefa
específica.”
Antes de ser feita a programação, deve-se ter o cuidado na definição de alguns pontos
importantes:
É importante definir com antecedência o que será feito. Várias são as tarefas que um robô
pode realizar: abrir e fechar uma garra, movimentar peças, soldar componentes, realizar carga e
descarga em uma esteira, etc.
Além de determinar a tarefa que será feita, faz-se necessário definir o caminho que o robô
seguirá, ao deslocar-se. Isso se torna possível mediante o planejamento da trajetória.
1. o robô é concebido junto a linha de produção e com os outros equipamentos, fazendo parte
do planejamento inicial ou;
Linguagem de programação
Várias são as maneiras de fazer com que o robô realize determinada tarefa. Uma das mais
fáceis é instruí-lo por meio de um algoritmo.
Entende-se por algoritmo como um conjunto predeterminado e bem definido de regras básicas
para a solução de um problema, em um número finito de passos. O algoritmo também é conhecido
simplesmente como uma equação genérica.
Exemplo de algoritmo:
• Armazene em C
• Fim
1. Programação On-line
Por meio desse método insere-se o programa no controlados por meio do teach pendant
(KCP). Ou seja, o operador conduz manualmente o robô, fazendo-o realizar uma seqüência
desejada de movimentos em uma trajetória predeterminada. Dessa forma, o operador guia
o robô durante o processo de ensino (teching), levando-o a “aprender” e fazendo com que o
Observação:
2. Programação Off-line:
• maior capabilidade;
Movimento "PTP” (Point to Point) é o melhor caminho entre dois pontos determinados.
Este movimento é definido pelo controlador do robô que
escolhe o melhor caminho, através do controle racional
de suas juntas.
Ao prever o movimento "PTP", num determinado ponto da trajetória, deverá ser observado se o
movimento do robô será realizado dentro de uma área segura. Como o movimento "PTP" fica sob a
responsabilidade do controlador do robô, a execução deste movimento deve prever a área possível
de movimentação do robô e esta movimentação deverá ocorrer dentro de uma área que não coloque
em risco a segurança.
A comunicação dos movimentos que se deseja que o robô execute é feita por meio de uma
linguagem de programação. Há várias linguagens de programação e cada uma tem uma sintaxe
particular. Isto quer dizer que cada linguagem se expressa através de comandos ou símbolos
específicos. Nesta unidade, o foco será dado pela linguagem KRL usada nos robôs KUKA padrão
KR.
• PTP Vel = 50% (movimento "joint" com velocidade de 50% da velocidade máxima
possível)
Observe que nos movimentos linear e circular usamos apenas V para indicar a velocidade e,
no caso de movimento "joint", é representada pelo símbolo %.
Exemplo:
Aplicando o que foi apresentado até aqui, vamos atribuir uma velocidade de 350mm /Seg. para
os movimentos lineares e circulares e de 50% para o movimento "PTP".
Assim, de uma forma simplificada, para este conjunto de movimentos a programação será:
INI
Neste tipo de movimento, o posicionamento do sistema do robô realiza-se pelo caminho mais
rápido entre dois pontos. Porém, devido ao início simultâneo de movimento em todos os eixos,
os mesmos terão de ser sincronizados, o que torna o trajeto do robô não previsível.
Com a utilização desta instrução, o movimento decorre numa trajetória definida pelo sistema de
controle do robô. Para considerar efeitos dinâmicos e evitar colisões, na proximidade de
obstáculos, esta trajetória deve ser executada com baixa velocidade de programa.
O movimento PTP poderá ser efetuado com parada exata ou com posicionamento aproximado.
É feito o deslocamento ao ponto de destino com a parada na posição exata deste ponto.
Onde:
Para qualquer tipo de movimento escolhido poderemos, caso necessário, alterar os parâmetros
referentes à ferramenta e também à aceleração dos motores e distância de aproximação.
Com um movimento linear, os eixos do robô são sincronizados de tal modo que o ponto de
referência da ferramenta ou da peça é movido em direção ao ponto de destino, ao longo de
uma reta. Os movimentos lineares são utilizados quando o deslocamento a um ponto necessita
de um trajeto exato, com uma velocidade previamente definida.
Onde:
Por meio dessa instrução, o ponto de referência da ferramenta ou da peça movimenta-se para
o ponto destino descrevendo um arco. O trajeto é descrito pelos pontos de início, auxiliar e de
destino. Como o ponto de início é considerado o ponto de destino da instrução de movimento
anterior, atingindo com parada exata. A orientação se altera uniformemente durante todo o
trajeto. Os movimentos circulares são usados quando se pretende realizar processos de
trabalho com uma velocidade pré-definida, em um trajeto circular. Os pontos de início, auxiliar
e de destino se encontram todos no mesmo plano no espaço. Para que a unidade de controle
do robô possa determinar esse nível, de forma precisa, estes pontos deverão ser programados
o mais distanciado possível entre si.
Somente o ponto de referência segue o trajeto programado, a ferramenta poderá alterar sua
orientação durante o movimento.
O movimento circular também poderá ser programado com parada exata ou com aproximação
de posicionamento, semelhante aos movimentos PTP e LIN.
Onde:
Com os conteúdos abordados até agora, poderemos efetuar programas de movimento fazendo
uso do controlador C3 da família de robôs KUKA KR3.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FESTO didatic. Introdução à robótica. São Paulo, Apostila da Festo Didatic, código BSP70.