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Na cidade de Santana do Parnaíba, localizada na Zona Oeste da Região

Metropolitana de São Paulo, um dos principais produtos produzidos é o


chocolate, principalmente pelo fato de ter sido fundada no município, em 1991,
a fábrica Harald Chocolates.
O chocolate é considerado um tipo de alimento que se enquadra na
categoria de bem econômico material de consumo não durável, ou seja, é um
bem tangível com valor de mercado que visa atender necessidades humanas e
possuem um prazo determinado de durabilidade, principalmente levando-se em
conta que faz parte do segmento de produtos alimentícios (SILVA;
MARTINELLI, 2012).
De acordo com Silva e Martinelli (2012), o setor secundário do mercado
é aquele responsável por utilizar da matéria-prima natural advinda do setor
primário e transformá-la em um produto. A fabricação de chocolate faz parte do
setor secundário, já que é uma indústria de transformação das matérias-primas
geradas pelo setor primário, responsável pela extração do principal recurso
natural e fator de produção do chocolate: a amêndoa de cacau.
Na cidade de Santana de Parnaíba, a estrutura de mercado da indústria
do chocolate pode se apresentar, em sua maior parte, como um oligopólio, já
que há várias empresas concorrentes entre si, como a Cacau Show,
Kopenhagen, Fábrica de Chocolates Cajamar e outras de pequeno porte.
Essas empresas oferecem bens de consumo finais, isto é, suas lojas
comercializam produtos já acabados e prontos para consumo ou utilização do
cliente final (VASCONCELOS; GARCIA, 2014).
No caso da Fábrica Harald Chocolates, ela não concorre no mercado de
bens finais, pois a oferta maior é de bens intermediários, que são
“transformados ou agregados na produção de outros bens” (VASCONCELOS;
GARCIA, p.28). Nesse segmento de bens intermediários, a Harald possui o
monopólio de mercado da região. Conforme Costa (2016), a empresa “produz
chocolates para grandes empresas do setor de alimentação, como a Bauducco,
a Kibon e o McDonald’s. Além das vendas para mais de 7,5 mil fabricantes de
biscoitos, panificação, sorvetes e confeitaria.”.
O chocolate é um produto composto essencialmente do grão de cacau,
manteiga de cacau e açúcar, mas pode conter também leite, aromatizantes,
gordura, frutas etc (BORBA; FILHO, 2013). Isso faz com que a indústria de
produção de chocolate movimente principalmente o setor primário de marcado,
que é onde se encontram suas matérias-primas. Nesse sentido, destaca-se
que a amêndoa de cacau é o principal fator de produção do chocolate, porém,
a maior parte de sua extração natural no Brasil ocorre nos Estados da Bahia e
Pará.
A Harald Chocolates compra cerca de 20 mil toneladas de amêndoas de
cacau por ano. A maior parte era importada, entretanto, visando valorizar o
mercado interno e gerar uma identidade, a empresa passou a adquirir a
matéria-prima das cidades do Nordeste e Norte do país (Costa, 2016),
intensificando as relações entre esses mercados e gerando maior investimento
para as cidades e estados envolvidos. Em entrevista, o fundador Neugebauer,
afirmou que a intenção é “valorizar o produto nacional, dentro e fora do País”
(Costa, 2016), já que a empresa, além de atender ao mercado interno, exporta
para mais de 30 países e possuir destaque entre os produtores de chocolate na
América Latina (HARALD, 2020).
Outro fator relevante que interfere na economia de Santana de Parnaíba
por conta da produção de chocolate é a geração de empregos. As lojas que
vendem o chocolate para o cliente final absorvem uma menor parte de mão de
obra da cidade, por outro lado, segundo o portal de gastronomia do Estado de
São Paulo, Sabor à Vida (2017), a Harald Chocolates possui mais de 600
colaboradores e 90 representantes comerciais, além disso, por buscar a
matéria-prima em outros estados, gera captação de mais colaboradores para
distribuição e logística indiretamente.
Em 2015, a Harald foi incorporada pelo Fuji Oil, um grupo japonês de
manipulação de óleo, objetivando expandir sua linha de produtos (INVESTSP,
2016). Isso demonstra que o segmento de produção de mercado trouxe
investimentos do exterior para o Brasil, mais especificamente, para a cidade de
Santana de Parnaíba, que pode ser considerado um reconhecimento do
potencial produtivo do chocolate nacional.

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