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Leitura de Apoio - Hormônios PDF
Leitura de Apoio - Hormônios PDF
Introdução
Os hormônios podem ser divididos em quatro grupos, baseados na sua estrutura química,
forma de síntese e armazenagem, solubilidade, meia-vida, forma de transporte, receptores na
célula e mecanismo de ação:
Peptídeos
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Seminário apresentado pelo aluno Carlos Alberto Brigoni e Silva na disciplina BIOQUIMICA DO TECIDO
ANIMAL, no Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, no primeiro semestre de 2010. Professor responsável pela disciplina: Félix H. D.
González.
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Esteróides
Produzidos a partir do colesterol, nos tecidos esteroidogênicos das adrenais, gônadas,
placenta. Nas adrenais são produzidos os glicocorticóides (cortisol, corticosterona e cortisona), e
os mineralocorticóides (aldosterona). As gônadas produzem os andrógenos (testosterona),
estrógeno e progesterona. A placenta, durante a gestação é uma fonte de estrógeno e
progesterona. Neste grupo está incluída a vitamina D3 ativa (1,25-dihidroxi-colecalciferol).
Aminas
Produzidos pela medula adrenal, algumas células nervosas, e a tireóide. Tem as
catecolaminas e as iodotironinas. Os mecanismos de ação das catecolaminas são similares aos
peptídeos. As iodotironinas têm o seu mecanismo similar aos hormônios esteroidais.
Eicosanóides
São produzidos exclusivamente na membrana plasmática das células de quase todos os
tecidos e podem ser considerados como segundos mensageiros intrecelulares. São derivados do
ácido araquidônico, liberado por fosfolipídeos originados da ação das fosofolipases, ativadas
por estímulos hormonais. O ácido araquidônico é formado essencialmente por ácidos graxos,
principalmente o ácido linoléico. Os eicosanóides incluem as prostaglandinas, os leucotrienos e
os tromboxanos.
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A secreção hormonal pode obedecer a estímulos, estabelecendo ciclos ou ritmos de vários
tipos, tais como ritmo circadiano (diário), ultradiano (horas), circalunar (mensal). Alguns
hormônios, não entram na circulação sanguínea, mas podem ir até a célula-alvo por difusão
passiva, como algumas prostaglandinas. Os hormônios esteróides e tireoideanos, são
transportados pelo sangue, mediante proteínas específicas, e isso limita sua difusão através dos
tecidos, mas os protege da degradação enzimática. Os hormônios devem estar na forma livre
para poderem, entrar nas células-alvo, tendo um equilíbrio na forma livre e forma unida.
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hipotalâmicos são liberados, obedecendo a uma regulação negativa, podendo exercer um efeito
positivo (liberador), ou negativo (inibidor).
Os hormônios também podem ser liberados através de controle do sistema nervoso. Um
exemplo seria o efeito da luz sobre a atividade reprodutiva em algumas espécies, como ovinos,
eqüinos, aves. O número de horas de exposição à luz influencia no hipotálamo, modificando a
secreção dos hormônios hipofisários gonadotrópicos, mediante a ação da melatonina, que é um
hormônio produzido pela glândula pineal.
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B. Os hormônios que podem atravessar a membrana plasmática das células-alvo têm os seus
receptores localizados no núcleo celular. Os hormônios devem atravessar a membrana
plasmática e o citosol até chegar ao núcleo. A interação hormônio-receptor altera diretamente a
transcrição de genes específicos, o que requer tempo para síntese de RNAm no núcleo e a
subsequente síntese de proteínas nos ribossomos. Os hormônios são transportados ligados a
proteínas específicas, e os esteroides e hormônios tireoideanos, utilizam este mecanismo e o
tempo de ação é de horas e até dias.
Os “segundos mensageiros”
Os segundos mensageiros são substâncias que tem suas concentrações elevadas dentro
das células em resposta a um hormônio primário, com a função de transmitir o sinal
primário hormonal e traduzi-lo em alterações metabólicas dentro da célula-alvo. Como
exemplos de segundos mensageiros, têm AMPc, GMPc, cálcio, proteínas-quinases,
derivados do fosfatidil-inositol e a ação hormonal mediada por receptores nucleares.
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AMPc
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Figura 3. Mecanismo de ação regulado pelo AMPc.
GMPc
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dos níveis do GMPc é estimulado pelo fluxo de Ca+ no interior da célula, porque possivelmente
esse íon é ativador da guanilciclase. O GMPc, assim como o AMPc, é hidrolisado por
fosfodiesterases específicas.
Cálcio
Derivados do fosfatidil-inositol
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Figura 4. Mecanismo de ação regulado pelo cálcio.
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Ação hormonal mediada por receptores nucleares
A ação de hormônios, mediados por receptores nucleares, ocorre quando, após atravessarem
a membrana plasmática por difusão simples, pois são constituídos de moléculas lipofílicas,
entram no citosol e alcançam o núcleo (Figura 5).
O complexo formado da união hormônio-receptor ativado, se une a regiões específicas do
DNA para ativar ou inativar genes específicos, afetando a transcrição e a produção do mRNA
respectivo. Existe um elemento sensível a hormônio (HRE) na região regulatória do DNA, perto
do elemento promotor que regula a freqüência da iniciação da transcrição, de forma similar aos
genes facilitadores (enhancers). O RNAm é depois traduzido nos ribossomos para produzir a
proteína específica que causa a resposta metabólica.
As sequências de DNA dos HRE, aos quais se une o complexo hormônio receptor, são
similares em comprimento, porém diferentes em sequência para os hormônios esteroidais. Para
cada receptor, há uma sequência-consenso, à qual se une o complexo hormônio receptor.
Cada sequência-consenso de HRE consiste de duas sequências de seis nucleotídeos, que
podem estar vizinhas entre si ou separadas por três nucleotídeos. A habilidade de determinado
gene em alterar a expressão de um gene em determinada célula depende da sequência exata de
HRE e sua posição relativa no gene, bem como da quantidade de HREs associados ao gene.
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Referências bibliográficas
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