A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces.
Aristóteles
Os Códigos regem os atos praticados no exercício de uma determinada
profissão. Os códigos de ética, por si só, não tornam melhores os profissionais, mas representam uma luz e uma pista para o seu comportamento, nomeadamente no que diz respeito à educação existindo, para efeito, legislação concreta que norteia o desempenho profissional e ético dos educadores (Decreto Lei nº 15/2007, de 19 de Janeiro). A ética norteia qualquer sociedade em geral permitindo que a mesma funcione, de forma normalizada e regrada, tendo os cidadãos um papel ativo no cumprimento desses códigos. A sociedade contemporânea carateriza-se, cada vez mais, pela generalização a toda a população dos vários níveis de educação e ensino. Assim sendo, as tarefas dos docentes tornam-se mais complexas e diferenciadas, exigindo uma concretização mais objetiva e tendo como principal critério a qualidade, traduzida no desempenho do docente face à escola e face à sociedade em geral. O docente, no exercício da sua profissão, promove a educação integral de todas as pessoas com a máxima isenção, fomentando a integração de todos os discentes e respeitando os diferentes ritmos de aprendizagem e individualidade de cada um, como cidadão e como membro da comunidade educativa em particular. Assim sendo, é a este nível que a escola em geral e os docentes em particular se implicam eticamente na sua profissão, contribuindo ativamente para a superação da crise de valores tão atual e que afeta não só a escola, mas a sociedade em geral. É este o verdadeiro sentido de “educar” , do latim educare! A ética e os valores também se ensinam e num contexto tão particular e individualizado como a escola, são inúmeras as situações que implicam a sua aplicação, desde os deveres de respeitar o outro e ser respeitado, às normas de conduta que orientam os alunos dentro e fora da sala de aula. O professor assume um papel ativo, na busca constante da melhoria do seu desempenho e da atualização dos seus conhecimentos, posicionando-se de forma critica, responsável e criativa na resolução de conflitos por via do diálogo. A vida da escola, seja na sala de aula, seja nas reuniões de professores, nos encontros com os pais, no trabalho dos alunos respira ética. Cabe ao professor incentivar o espirito crítico de modo a fomentar nos seus alunos, nos colegas, pais e outros membros da comunidade educativa a reflexão sobre o correto e incorreto, o justo e injusto para que, cada um, como membro de uma escola e de uma sociedade, faça as suas opções da forma eticamente mais correta e desempenhe, da melhor forma, o seu papel de cidadão ativo à luz de valores como a integridade, a responsabilidade, a cooperação, o respeito por si e pelos outros. Por exemplo, quando definimos com uma turma ou conjunto de alunos normas de conduta como saber ouvir e escutar a opinião dos outros, não interromper o outro, respeitar as diferenças estamos a atuar na definição de códigos de conduta e a educar cidadãos para os valores em sociedade que, cada vez mais, parecem estar ausentes. Por outro lado, a atuação em grupo facilita a capacidade de reflexão de cada aluno, individualmente considerado, fomentando a construção da sua individualidade passo a passo e a sua capacidade critica para resolver novas situações, através do diálogo e de situações reais quotidianas. Conscientemente, o professor como ser social e com regras de conduta próprias influencia, direta ou indiretamente, os seus alunos, colegas e outros elementos. “Ricardo Marín declara, a partir de Aristóteles, o carácter fundamentalmente social do ser humano. Assim, diz, “os valores não escapam a esta nossa condição.” (J.M.Barros Dias, p.151) Para J.M.de Barros Dias, “ o papel do professor consiste em auxiliar os alunos a alcançar posturas axiológicas morais, por meio de um conjunto de técnicas, de entre as quais sobressaem os diálogos, as folhas de valores, as frases inacabadas e as perguntas esclarecedoras, sendo também de considerar o role-playing ou a simulação ” (p.146). Em suma, só ao homem, no papel de educador neste contexto, é permitido ser educável e trabalhar educativamente; logo, não há educação sem valores e a educação cumpre a sua função de realizar o homem, o aluno, o colega de profissão, o pai, o encarregado de educação como valor que, posteriormente, cada um terá a possibilidade de cultivar e fazer crescer em sociedade, como cidadão, desafiando a atual crise de valores de que tanto se fala mas que, igualmente, se combate através da educação e do educador. BIBLIOGRAFIA: