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ESCRAVIDÃO

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Autor: Sérgio Barcellos Ximenes.

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VOLTE AQUI, ESCRAVA FUJONA! 120 ANÚNCIOS DE FUGAS DE


ESCRAVAS

RESUMO

Tema: os anúncios de fugas de escravas publicados em periódicos nacionais no


século XIX.

Total de anúncios: 120, transcritos e atualizados, e acompanhados das imagens


originais.

Origem do artigo: livro digital Volte Aqui, Escravo Fujão! 500 Anúncios de Fugas
de Escravos, publicado na Amazon.

Aspecto único desses anúncios: ao contrário dos anúncios sobre compra, venda,
aluguel e leilão de pessoas negras, o anúncio de fuga revelava o nome do escravo fugido
e descrevia fisicamente a pessoa, dando-lhe uma identidade negada nos outros tipos de
anúncios.

Informação histórica revelada pelos anúncios: a fuga era uma prática disseminada
em todo o Brasil, pelo menos desde o início do século XIX; à menor oportunidade, os
escravos optavam pela liberdade, mesmo sem terem nenhuma noção do seu futuro.

__________________________________________

Apresentação

No Brasil, houve um tempo em que pessoas eram vendidas: meninos, meninas,


jovens e adultos.

*
Vende-se um molecote que terá 15 ou 16 anos, muito bom cozinheiro, humilde e
desembaraçado, não se duvida dar a contento [sob a condição de agradar], sendo para
casa capaz; [tratar] na Rua da Vala n.º 57; na mesma casa tem uma bonita mocamba
[mucama] sabendo lavar, cozinhar, com princípios de costura, e engomar, não tendo
defeitos ou manhas.

"Diário do Rio de Janeiro" (RJ), 7/6/1836, número 5, página 2, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/094170_01/18308

O abaixo assinado vende um escravo de 26 a 28 anos de idade, boa figura, mui


diligente, e hábil para qualquer serviço. Quem quiser comprá-lo, dirija-se ao anunciante
na Praia Grande. Maranhão, 18 de novembro de 1853.

Manoel Lopes de Castro.

"O Globo" (RJ), 23/11/1853, número 199, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/749974/714

Pessoas também eram compradas:


*

Precisa-se comprar um escravo boleeiro [encarregado de pôr arreios nas


cavalgaduras e conduzi-las], de boa presença e hábil no seu ofício, porém que não seja
vendido por vícios e cuja conduta seja afiançada pelo senhor. Quem o tiver anuncie por
esta folha.

"O Despertador" (RJ), 27/3/1838, número 1, página 4, primeira coluna.

http://memoria.bn.br/pdf/706701/per706701_1838_00001.pdf

Eram alugadas:

Precisa-se alugar uma preta que engome bem e lave, e dois pretos para todo o
serviço; [tratar] na Rua de Santo Antônio n.º 7.

Precisa-se alugar uma preta boa engomadeira; [tratar] na Rua do Príncipe dos
Cajueiros, n.º 94.

Na Rua do Cano n.º 62 aluga-se uma preta que lava, engoma e cozinha o ordinário,
para serviço de porta /a/dentro.

Aluga-se uma preta que lava, cozinha, engoma, cose um pouco, por 14$ réis; [tratar]
na Rua da Costa n.º 9; não se aluga para casa de comissão.

*
"Diário do Rio de Janeiro" (RJ), 20/5/1850, número 8355, página 4, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/094170_01/34502

Eram leiloadas:

RUA DO OUVIDOR N.º 90, HOJE QUINTA-FEIRA, 11 DO CORRENTE

LEILÃO DE ESCRAVOS, DE ORDEM E POR CONTA DE CREDORES

J. Bouis e Cardoso fazem leilão hoje em sua casa, dos escravos seguintes: uma
família composta de mãe e dois moleques; um moleque próprio para ofício, bonita
figura; uma bonita mucama, terá 24 anos.

Estes cinco escravos pertencentes todos ao mesmo dono serão vendidos pelo maior
preço que se puder.

Um preto bom padeiro, forte e robusto, avaliado em 400$ rs. [réis].

Um perfeito sapateiro de toda a obra, avaliado em 500$ rs. [réis].

Um preto de meia-idade, que fala francês e inglês.

Uma pardinha que sabe coser, marcar, bordar.

Depois destes vendidos, arrematar-se-ão moleques, mucamas, pretos da roça, e mais


[demais] escravos que estarão à vista dos compradores.

A venda e a saúde estão afiançados.

Também /haverá a venda/ de alguns relógios que ontem não foram vendidos, e serão
arrematados hoje pelo maior preço que se puder alcançar. Às 10 horas.
"Diário do Rio de Janeiro" (RJ), 11/1/1850, número 8298, página 3, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/094170_01/34269

E eram perseguidas quando buscavam a liberdade:

Fugiu no dia 21 do corrente mês um escravo de nome Sérvolo, crioulo, tendo o


defeito de não poder abrir bem as mãos, vestido de calças de riscado e camisa de
algodão; é magro e tem de idade 18 anos pouco mais ou menos. Consta que ele anda
sempre nos Cajueiros, Valongo e Gamboa, e quem o apreender e levar à Rua dos
Pescadores, n.º 48, ou ao Largo de Santa Rita n.º 213, será gratificado.
"O Despertador" (RJ), 27/3/1838, número 1, página 4, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/pdf/706701/per706701_1838_00001.pdf

Comprar, vender, alugar e leiloar pessoas transformou-se em negócio lucrativo.

No Escritório de Comissões e Agências, Rua da Cadeia n.º 45, recebem-se, para se


venderem por conta de seus donos, escravos de ambos os sexos, casas, chácaras e todos
os objetos de que seus donos queiram dispor, para o que se emprega a maior atividade.
No mesmo escritório se dá dinheiro a prêmio sobre joias de ouro, prata e brilhantes, ou
sobre hipotecas de propriedades, estando desembaraçadas e sendo situadas nesta Corte,
pelo que se levará um módico interesse [cobrança de juros].

"O Despertador" (RJ), 30/3/1838, número 4, página 4, terceira e quarta colunas.

http://memoria.bn.br/DocReader/706701x/16

*
O ideal capitalista "custo mínimo ─ lucro máximo" implicava até mesmo na
economia em "roupas" de escravos, como revela este anúncio:

Própria para escravos - Roupa feita, grossa, por preços diminutíssimos.

"Diário de Notícias" (RJ), 11/10/1870, número 60, página 3, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/369357/235

E já que o propósito era a exploração indiscriminada de pessoas, por que não ganhar
dinheiro, também, expondo-as ao ridículo social?

FENÔMENO

da natureza, mostra-se das 10 horas da manhã até as três da tarde, e das 5 até as 9 da
noite; negrinha monstro com 7 anos de idade e peso extraordinário, 320 rs. [réis] por
pessoa, na Rua do Ouvidor, n.º 150.

"Diário do Rio de Janeiro" (RJ), 20/12/1850, número 8298, página 4, terceira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/094170_01/35408

Quem pesquisa nos periódicos da Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional


encontra, sem querer, um número impressionante desses anúncios, muitas vezes
publicados em seção à parte.

Os anúncios de fugas de escravos, em especial, nos permitem chegar mais perto da


identidade de cada uma daquelas pessoas, porque somente neles havia uma descrição
física e, além disso, uma identificação: seus nomes (impostos pelos brasileiros). Daí a
escolha desse conteúdo para o livro digital e o post.

Esses anúncios revelam que os negros escravizados, ao contrário do sugerido por


uma leitura superficial do tema, agiam como pessoas normais: fugiam tão logo surgisse
a oportunidade de escapar da opressão, mesmo sem terem ideia de como sobreviveriam.
Todos estavam cientes de que a própria cor da pele, associada à circulação livre, seria
uma denúncia viva de sua condição de escravos fugidos ― mas, ainda assim, optavam
pelo risco da liberdade.

Nos periódicos brasileiros do século XIX estão registradas milhares de fugas, em


forma de anúncios de senhores que ofereciam recompensas a particulares e a capitães do
mato (ou "de campo"), encarregados de capturar os escravos fujões.

A expressão "fuga de escravos" pode levar o pensamento para "homens adultos",


mas a realidade era diferente: surpreende o número de idosos, mulheres, adolescentes e
até crianças que fugiam do cativeiro, seja no campo, seja na cidade, às vezes por
iniciativa solitária, às vezes em companhia.

Sim, crianças. Um exemplo.

No dia 28 do corrente desapareceu, pelas 6 horas da tarde, um moleque de nação


Benguela, por nome João, idade de 9 anos pouco mais ou menos, com os sinais
seguintes: baixo, gordo, vestido com uma camisa azul e calça branca; saiu com um
garrafão de azeite, o qual ele quebrou, e como sendo ainda criança, fugiu com medo e
não apareceu mais. Quem o tiver achado pode dirigir-se à Rua dos Ourives [atuais Ruas
Rodrigo e Silva e Miguel Couto] n.º 14, que receberá alvíssaras [a recompensa].

"Jornal do Commercio" (RJ), 30/9/1829, número 581, página 3, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_01/2326

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_01/2327

*
No contexto da escravidão brasileira, uma criança africana de apenas 9 anos já sabia
o que significava ser responsável pela quebra de um simples garrafão de azeite. E deve
ter pensado: "Prefiro fugir nessa terra estranha, de gente estranha e fala estranha, a
aguentar o castigo físico que certamente irei sofrer por causa desse erro".

Se você pensa que 9 anos é muito (pouco), repense.

Da Rua da Ajuda n.º 31 fugiu uma crioulinha de idade 5 anos, chamada Joana,
olhos redondos e vivos, muito falante, perninhas finas e tortas, pouco azevichada [preta
e lustrosa], com um vestidinho de chita verde riscada usado. Quem a noticiar receberá
de seu senhor, que mora na dita casa, as alvíssaras [a recompensa].

"O Volantim" (RJ), 4/10/1822, número 29, página 4, coluna 2.

http://memoria.bn.br/DocReader/700410/117

Não se fugia somente depois de conhecer a situação degradante do escravo no Brasil,


e de se chegar ao ponto de "basta!". Nos anúncios, o termo "boçal" significava "não
aculturado, por ser recém-chegado ao Brasil". A fuga dos "boçais" era comum, assim
como a dos "ladinos", os escravos já aculturados.

E não se fugia apenas uma vez. Exemplo.

DIONÍSIO

Fugiu no dia 14 do corrente março, da chácara do Pacaembu de Cima, o escravo


Dionísio, que tem estes sinais: idade 45 anos, crioulo, cor preta, desdentado, beiços
grossos, alto e delgado de corpo, tendo o olho direito vazado de um coice que levou,
cuja cicatriz é bem visível; é prático de todo serviço de olaria e de roça.
Foi da família Baruel, e é muito conhecido nesta cidade. Tem fala mansa e pausada,
modos humildes e bonitos, mas tem também mais de 30 fugidas.

Ardiloso e astuto, fugiu depois de haver feito um roubo de dinheiro com inteiro
abuso de confiança.

Gratifica-se convenientemente a quem o apreender e levar à chácara acima


mencionada ou o meter na cadeia.

S. Paulo, 10 de março de 1880.

"Correio Paulistano" (SP), 19/3/1880, número 6995, página 3, terceira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/090972_04/255

A cada fuga, o proprietário do escravo prometia pagar uma recompensa a particulares


que informassem sobre o paradeiro do fujão ou aos capitães de campo (ou "do mato"),
no momento de entrega do capturado. O valor econômico da prática da escravidão está
bem ilustrado pelo anúncio acima: valia a pena pagar mais de 30 recompensas em
dinheiro, sabendo que teria de pagar muitas outras, para garantir a exploração gratuita
da mão-de-obra de um negro.
Outro aspecto revelado por esses anúncios é a naturalidade com que as operações de
tráfico humano (compra, venda, leilão e aluguel de pessoas) eram encaradas pela
sociedade brasileira daquela época. Os donos dos principais jornais do país cuidavam da
satisfação desses interesses, sem que o procedimento diário interferisse em sua imagem
pública de cidadãos religiosos e de elevada índole moral.

O fator financeiro pesava mais que o fator humano. O liberalismo amoral da época é
ilustrado com perfeição por estes parágrafos raivosos do "Diário de Belém", em
resposta a uma crítica objetiva do "Jornal da Tarde", também de Belém (PA), focada na
contradição de um periódico que elogiava uma conferência contra a escravidão, mas
publicava diariamente anúncios sobre escravos:

O JORNAL DA TARDE em seu editorial trata da falta que se nota de prédios urbanos
para acomodar a população sempre crescente da nossa capital, e ocupa-se mais da
necessidade de fazer o governo vingar quanto antes a ideia da construção do novo
mercado projetado.

Em relação ao resumo que demos da conferência abolicionista do Sr. Paulino de


Brito, atira-nos este jornal uma pedrada, porque admitimos nas colunas do nosso 'Diário'
anúncios de compra e venda de escravos, ao passo que nos declaramos amantes da
liberdade. Toleirões!

Amamos a liberdade com o respeito que devemos ao direito de propriedade, por que
sempre pugnamos. Não é de hoje que estão franqueadas as colunas do nosso jornal para
anúncios tais, e portanto não se pode nos chamar de cínicos.

Cínico é o jornal mercenário da liberdade e que não respeita o direito alheio,


garantido pelas leis do país; nós, porém, somos sinceros porque somos independentes.
"Diário de Belém" (PA), 13/4/1882, número 82, página 2, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/222402/7054

Nos tempos atuais viraria um meme.

Um dos aspectos da dívida histórica dos brasileiros em relação aos africanos


traficados para o nosso país, e aqui mantidos como escravos, é a recuperação das
informações remanescentes sobre o maior número possível de indivíduos. E para esse
propósito os anúncios de fuga de escravos oferecem uma oportunidade única.

Minha parte nesse esforço é o livro digital Volte Aqui, Escravo Fujão! 500 Anúncios
de Fugas de Escravos, a primeira compilação publicada dessa categoria de fontes
primárias. Na obra são transcritos, em texto atualizado, 500 anúncios selecionados entre
os milhares disponíveis naqueles periódicos.
Cada texto de anúncio é acompanhado de informações sobre a fonte, além do link
para a imagem respectiva no jornal.

O livro já está disponível na livraria digital Amazon, por meio do link acima.

Com o propósito de mostrar um pouco dessa realidade histórica, foram escolhidos


para este post 120 anúncios de fugas de escravas, publicados de 1809 a 1888 em jornais
brasileiros, todos informando sobre a fuga e solicitando ajuda para restituí-las ao
cativeiro.

Abaixo, a minha homenagem a um grupo imenso de seres humanos que, levados à


força para um continente hostil, puseram seu anseio de reconexão com a experiência
fundamental de liberdade acima de qualquer outra necessidade pessoal, entre elas a de
sobrevivência.

Alguns dados sobre a escravidão no Brasil

. Período de duração do tráfico de escravos para o país: 1549-1850.

. Número de escravos no Brasil: 4,8 milhões.

. Número de nações africanas dos escravos: mais de 30.

. Extensão geográfica: do Rio Grande do Sul à Amazônia.

. Jornada de trabalho: cerca de 15 horas.

. Período médio da vida, a partir do cativeiro: de 10 a 20 anos.


. Maior castigo permitido pela lei: pena de morte.

. Proibição da pena de açoitamento a escravos: 1886.

Critérios de atualização

O texto dos anúncios foi atualizado, assim como a sua pontuação, visando ao rápido
entendimento do conteúdo. Esclarecimentos úteis aparecem entre colchetes — [...], e
acréscimos necessários aparecem entre barras — /.../.
OS ANÚNCIOS DE FUGAS DE ESCRAVAS: 1809-1888

1809

LUCIANA

Fugiu uma escrava ao coronel João Teixeira Malheiros em junho de 1809: chama-se
Luciana, é crioula muito fula [de cor tendente à amarelada] e feia, e tem barba. Quem a
achar, procure seu dono em umas casas de dois andares imediatas à Mãe dos Homens,
que terá suas alvíssaras [sua recompensa]. Não aparecendo, o dono quer tirar a Carta de
Excomunhão.

"Gazeta do Rio de Janeiro" (RJ), 13/12/1809, número 131, página 4.

http://memoria.bn.br/DocReader/749664/690

ROSA

Quem achar ou souber de uma escrava ainda boçal [não aculturada, por ser recém-
chegada ao Brasil], por nome Rosa, com uma camisa e saia branca, e o cós vermelho,
com um botão preto na orelha, alta, encorpada, e /que/ faltou no dia 24 do mês passado
saindo de casa com um barril novo a buscar água, fale com o Sargento-Mor José Ignácio
de Almeida na Rua da Guarda Velha n.º 18, que a quem a achar lhe dará alvíssaras [a
recompensa].

"Gazeta do Rio de Janeiro" (RJ), 8/3/1809, número 51, página 4.

http://memoria.bn.br/DocReader/749664/366
1813

GERTRUDES e FELÍCIA

Na noite de 4 do corrente fugiu uma negra ladina [aculturada] de nação Mina, por
nome Gertrudes, estatura comum, cara redonda com lanhos, muito bexigosa, beiços
grossos, e semblante pesado, e na noite seguinte igualmente fugiu uma cabra [mestiça]
por nome Felícia, ama de leite, estatura alta, olhos grandes amortecidos; levou cada uma
a sua trouxa de roupa de seu uso. Quem delas souber e quiser fazer a mercê, as mandará
entregar ou dar parte nas casas de 1º andar n.º 16 no Beco dos Ferreiros, defronte de um
Ferreiro, ao chegar à Rua da Quitanda, onde receberá boas alvíssaras [boa recompensa].
Julga-se que passariam para a Praia Grande.

"Gazeta do Rio de Janeiro" (RJ), 17/3/1813, número 22, página 4.

http://memoria.bn.br/DocReader/749664/2466
1819

MARIA E MARIA

No dia 15 de outubro de 1818 fugiu uma mulata por nome Maria, que representa
[aparenta] ter 40 anos, alta, bastante escura, e tem no rosto alguns panos [manchas
amareladas]; de nação Espanhola, levou em sua companhia uma filha do mesmo nome,
bastante clara e cabelo quase liso, que tem 18 meses. Quem dela tiver notícia dirija-se à
Rua da Alfândega, no armazém n.º 9, que se lhe recompensará o seu trabalho.

"Gazeta do Rio de Janeiro" (RJ), 20/2/1819, número 15, página 4.

http://memoria.bn.br/DocReader/749664/5333

MARIA E MARIA

Escravos fugidos em 18 de julho de 1819 a Horácio Messeri, padeiro na Rua dos


Ourives [atuais Ruas Rodrigo e Silva e Miguel Couto] n.º 55. — Maria, [de nação]
Libola, estatura ordinária, cabelos curtos, cara redonda, um pequeno sinal na face
esquerda, peitos grandes, vestida com saia de chita riscada de azul, e o corpo de
riscadinho de linho branco e azul. Maria, [de nação] Conga, [estatura] pouco mais que
ordinária, olhos grandes, cabelos compridos amarrados com um lenço encarnado com
pintas brancas, vestido de linha riscado de azul e branco. Aquela pessoa que as segurar e
conduzir à casa de seu Senhor receberá a quantia de 12:800.

"Gazeta do Rio de Janeiro" (RJ), 14/8/1819, número 65, página 4.

http://memoria.bn.br/DocReader/749664/5547
1820

JACINTA

Fugiu a 12 de dezembro de 1819 uma mulata por nome Jacinta, de idade de quarenta
a cinquenta anos, cara feia, cabelo crespo e curto, boca grande, beiços grossos,
desdentada, olhos de gato e pés largos, que sabe bem cozinhar. Quem tiver notícias dela
ou a achar, a levará à rua detrás do Hospício, sobrado n.º 30, lado esquerdo quase a
chegar à dos Ourives, que receberá duas doblas [antiga moeda portuguesa] de luvas.

"Gazeta do Rio de Janeiro" (RJ), 7/5/1820, número 43, página 4.

http://memoria.bn.br/DocReader/749664/5921
1821

CATERINA E CATERINA

Fugiram no dia 1º de julho de 1817 duas negras ambas chamadas Caterinas, uma de
nação Ganguela, outra Benguela; esta é muito bexigosa, e muito mais pelo nariz, gorda,
os peitos grandes, um pouco cambaia do pé esquerdo; e a Ganguela, mais magra, de
mediana estatura, bastantemente fula [de cor tendente à amarelada], nas costas tinha três
ou quatro sinais mais altos do que a pele. Toda pessoa que as trouxer ou der notícias
delas receberá o seu prêmio, e falará com D. Mariana Josefa Vitorina, que ao tempo que
elas fugiram morava na Rua do Lavradio, e ao presente mora na Rua do Piolho, n.º 15.

"Diário do Rio de Janeiro" (RJ), 23/7/1821, número 19, página 7.

http://memoria.bn.br/DocReader/094170_01/347

MARIA

A Luiza Maria do Nascimento fugiu há 4 anos pouco mais ou menos uma escrava
por nome Maria, nação Ganguela, gorda, estatura ordinária, e com um sinal grande no
peito de sua Nação, e um buraco muito grande na orelha. Quem dela souber, procure a
mesma Senhora na Rua do Lavradio indo do largo do Rocio à mão direita a segunda
casa n.º. [Faltou o número no anúncio.]

"Diário do Rio de Janeiro" (RJ), 23/7/1821, número 19, página 7.


http://memoria.bn.br/DocReader/094170_01/347
1822

CATERINA

No dia 25 de setembro fugiu uma negra de nação Libola, por nome Caterina; tem
dois dentes limados [pontiagudos, por terem sido cortados à navalha ou faca] adiante da
parte de cima, e uns poucos fora, debaixo e de cima; levou saia de chita azul pintada de
branco, tem uma belida [mancha na córnea] no olho esquerdo, sempre quando foge vai
lavar roupa, e esta última vez se apanhou no rio de Catumbi. Quem souber dela irá na
Rua da Ajuda n.º 161.

"O Volantim" (RJ), 3/10/1822, número 28, página 4, coluna 2.

http://memoria.bn.br/DocReader/700410/113

JOANA

Da Rua da Ajuda n.º 31 fugiu uma crioulinha de idade 5 anos, chamada Joana, olhos
redondos e vivos, muito falante, perninhas finas e tortas, pouco azevichada [preta e
lustrosa], com um vestidinho de chita verde riscada usado. Quem a noticiar receberá de
seu senhor, que mora na dita casa, as alvíssaras [a recompensa].
"O Volantim" (RJ), 4/10/1822, número 29, página 4, coluna 2.

http://memoria.bn.br/DocReader/700410/117
1825

MARIA

No dia 11 de abril fugiu uma negra de nome Maria, de nação Mina, idade 30 anos,
ladina [aculturada], estatura ordinária, lábios grandes, e prenha de 7 a 8 meses,
embrulhada em um cobertor. A sua laboração [atividade] era lavadeira. Esta fuga foi da
Praia do Flamengo. Quem dela tiver notícia, queira ter a bondade de mandar conduzi-la
à Rua da Candelária, n.º 42, que receberá boas alvíssaras [boa recompensa].

"Diário Mercantil" (RJ), 30/4/1825, número 143, página 2, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/706892/480
1828

FELÍCIA

Fugiu uma preta crioula de nome Felícia, de meia-idade, tafula [enfeitada]; um preto
de angola de idade 30 anos, nariz alto e seco, mau aspecto, cicatriz no cimo da cabeça,
pés e mãos grossos, e dentuço; um moleque alto, rosto cheio, dentes à mostra, cabelos
avermelhados, pés grossos com algumas cicatrizes de chagas de bobos. Por todos se
darão alvíssaras [a recompensa] a quem os trouxer ou indicar na casa n.º 110 em Mata
Cavalos.

"Jornal do Commercio" (RJ), 5/4/1828, número 152, página 4, primeira e segunda


colunas.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_01/743

JOANA

Joana, crioula de 30 anos, magra, alta, sem os dentes de frente, peitos caídos, e
cachimba [fumante de cachimbo], fugida no dia 9 do passado; à Rua de Hortas, sobrado
D. 34.

"Diário de Pernambuco" (PE), 1/12/1828, número 126, página 4, primeira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_01/506
1829

FRANCISCA JOSEFINA

Fugiu ao fim do mês de setembro, da praia do Flamengo ao pé da Glória, uma negra


de nome Francisca Josefina, que tem os sinais seguintes: é de nação Cassange, idade 18
a 20 anos, já ladina [aculturada], gorda, e catadura [aparência] regular, com uma ferida
nas pernas, vestida com um vestido de cassa [tecido leve e transparente] salpicado com
ramos de flor de rosa, um lenço no pescoço branco com uma flor azul na ponta. Quem
da mesma souber e der notícia na rua detrás do Hospício n.º 25 será recompensado.

"Jornal do Commercio" (RJ), 21/10/1829, número 626, página 3, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_01/2505

MARCELINA

Marcelina, crioula, baixa, representa [aparenta] ter 20 anos e levou saia de chita azul,
fugida em princípio do corrente mês do Engenho Megaípe de Baixo: os apreendedores
levem-na ao dito Engenho, ou a José Antônio Gomes Júnior, Rua da Cruz n.º 13, que é
seu senhor e promete proceder com o rigor da Lei a quem a tiver recolhida em casa.
"Diário de Pernambuco" (PE), 17/1/1829, número 13, página 4, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_01/619

TERESA

No mês de dezembro do ano passado desapareceu uma negra do gentio de Angola,


por nome Teresa, com os sinais seguintes: alta, meio fula [de cor tendente à amarelada],
as mãos e pés pequenas, nariz chato, dentes fechados, espigada do corpo, peitos
pequeninos, com uma brecha na cabeça, e consta que anda de nome mudado: os
apreendedores poderão pegá-la e levá-la na Camboa do Carmo n.º 13, que serão
generosamente gratificados do seu trabalho.

"Diário de Pernambuco" (PE), 16/3/1829, número 60, página 4, primeira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_01/791
1831

ANTÔNIA

Antônia, /de nação/ Sanga, 16 anos, alta, cheia, pés compridos e grossos, junta/s/ dos
mesmos grossas, braços, dedos, mãos e unhas compridos, cor preta, cara chata e
redonda, três talhinhos ao pé da fonte [têmpora], um R no braço; fugida a 16 de abril
com vestido branco de flores roxas: /entregue-a/ em casa de Manoel Alexandrino da
Silva Guimarães, princípio do Aterro da Boa Vista, casa n.º 12.

"Diário de Pernambuco" (PE), 11/5/1831, número 100, página 5, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_01/3287

JOANA

Joana, /de nação/ Angola, ladina, uma belida [mancha na córnea] no olho, dentes
limados [pontiagudos, por terem sido cortados à navalha ou faca], um peito maior que
outro, fugida no primeiro do corrente, com saia preta e pano da costa [espécie de xale ou
avental grande]: /entregue-a/ na Rua das Cruzes, casa D. 8.

"Diário de Pernambuco" (PE), 13/1/1831, número 9, página 4, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_01/2899

MARIA
Maria, Conga [de nação], 40 anos, alta, delgada, umbiguda, cara comprida, entorta a
boca quando fala, pronúncia cerrada, peitos caídos, pés grandes com rachaduras,
mariscadora [apanhadora de mariscos], fugida a 15 do corrente, com saia de estopinha e
camisa de hamburgo: /entregue-a/ ao pé da ribeira da Boa Vista, casa de José Francisco
de Paula.

"Diário de Pernambuco" (PE), 22/3/1831, número 64, página 4, primeira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_01/3123
1834

MARIA

Maria, preta fula [de cor tendente à amarelada], /de/ nação Angola, baixa, com uma
marca do pescoço, que representa [aparenta] ser /de/ chicotada, cara comprida, maçãs
do rosto um tanto levantadas, olhos fumacentos, dentes alvos, pés e mãos curtas, e os
dedos dos pés iguais; idade que representa [aparenta] ter trinta anos, voz muito pouco
fanhosa; fugida no dia 17 do corrente com camisa de madapolão [tecido branco e muito
consistente], saia de riscado azul de linho; /entregue-a/ à Rua da Alegria, do mesmo
lado da Professora Régia, em uma das casas novas, duas moradas antes da mesma
Professora, que será bem recompensado. A preta é natural que esteja para as bandas do
Mundo Novo, e mesmo no bairro da Boa Vista, ou no de Santo Antônio.

"Diário de Pernambuco" (PE), 19/4/1834, número 369, página 4, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_01/6756

TERESA

Teresa, de nação Congo, muito ladina [aculturada], baixa com falta de dentes na
frente, alguma coisa fula [negra de cor tendente à amarelada]; fugida em janeiro do ano
próximo passado, intitula-se forra [alforriada], por tal está recolhida em uma casa nesta
Praça, feita ama por ter bastantes habilidades; ignora-se a casa onde ela está; tem sido
vista na rua de noite, de saia e timão [casaco grosseiro] preto; roga-se à pessoa que a
tiver em sua casa por ignorância de seu estado de cativeiro, queira entregá-la ao senhor
Eusébio Pinto, o qual muito agradecerá, protestando [assegurando] não haver nada da
pessoa que a tiver em casa, pois que está certo ser por ignorância, e também oferece 30$
réis a quem levá-la à sua casa na Rua Nova, oficina de caldeireiro D. 17, ou nos
Afogados, segundo sobrado do lado direito ao passar da ponte.
"Diário de Pernambuco" (PE), 19/4/1834, número 369, página 4, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_01/6756
1836

JOSEFA E LUCRÉCIA

Do sítio da Ponte de Uchoa, em que está o doutor Monteiro, fugiram na manhã do


dia sábado último duas negras, uma de nome Josefa, de estatura um pouco alta, delgada
de corpo, com vestido de riscado escuro e pano azul fino, e outra de nome Lucrécia, de
estatura baixa, um pouco mais gorda que a primeira, de vestido de riscado de cor e pano
da costa [espécie de xale ou avental grande]. É provável que ambas levassem alguma
trouxa ou volume. Quem as descobrir ou achar, dirija-se ao mencionado doutor
Monteiro, que promete uma generosa recompensa.

"Diário de Pernambuco" (PE), 23/2/1836, número 43, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_01/8988
1837

SEVERIANA

Desapareceu desta cidade no dia 28 de novembro, uma negra de nome Severiana, de


nação Cassange, que representa [apresenta] ter 19 a 20 anos de idade, com os sinais
seguintes: altura pequena, tem no rosto do lado direito um risco preto à imitação de um
talho, corpo fino, as pernas um pouco cinzentas; /fugiu/ levando consigo um vestido
azul já usado e um pano da costa [espécie de xale ou avental grande] já velho; foi
encontrada depois de alguns dias junto a S. Lourenço em um comboio de matutos, que
escoteiros iam para cima. A pessoa que a apreender ou dela tiver notícia, dirija-se ao
Pátio do Carmo no primeiro andar por cima do violeiro, ou à casa da pólvora em Santa
Ana, que receberá de recompensa 20,000.

"Diário de Pernambuco" (PE), 16/12/1837, número 272, página 3, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_01/11204
1838

GRÁCIA

No dia 25 próximo do /mês/ passado fugiu uma negra, de nação Benguela, de nome
Grácia, alta e seca de corpo, com um dente na frente aberto, com as costas feridas de
castigo, e levou vestido branco de chamalote [tecido peludo], camisa de algodão da
terra, com um flandres [uma lata] de vender mel de engenho. Quem a pegar, leve-a às
Cinco Pontas, venda D. 10.

"Diário de Pernambuco" (PE), 3/12/1838, número 263, página 4, penúltima e última


colunas.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_01/12345

TERESA

Roga-se aos senhores subprefeitos desta e mais [demais] comarcas, e autoridades


policiais, pessoas particulares, que souberem ou virem uma escrava de nome Teresa,
/de/ nação Angola, idade de 28 a 30 anos, estatura proporcional, cabeça redonda, olhos
grandes, nariz chato; tem dois dentes da frente da mandíbula superior quebrados, peitos
escorridos e pequenos, braços grossos, mãos e pés pequenos e largos, os dedos dos pés
como das mãos curtos e grossos; foi escrava do tenente de artilharia Anacleto Lopes de
Santana, que a comprou a Jacinto José de Souza, morador em Maceió, cuja negra [a
qual] se supõe para ter lá ido, e foi depois comprada ao dito segundo tenente em 1837, e
desapareceu no dia 9 do próximo passado mês, mandem-na prender levá-la atrás da
Matriz da Boa Vista, segunda casa, /e/ entregá-la a Manoel Elias de Moura, que
recompensará.
"Diário de Pernambuco" (PE), 13/11/1838, número 207, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_01/12080
1839

MARIA BENEDITA

No dia doze de fevereiro desapareceu uma negrinha por nome Maria Benedita, do
caminho da Estância, de idade de doze a treze anos, magra, meia [meio] fula [de cor
tendente à amarelada], olhos grandes, nariz chato, boca grande, beiços grossos, dentes
feios, orelhas pequenas, tendo no pé de uma [orelha], uma marca de ferida, e no ombro
esquerdo um calombinho, e estão lhe saindo os peitos; é quebrada do [tem hérnia no]
umbigo, traz uma funda consigo, as mãos e os pés grandes e grossos. Quem a pegar,
leve-a à Typ. [Tipografia], que será generosamente recompensado.

"Diário de Pernambuco" (PE), 25/11/1839, número 258, página 3, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_01/13591
1840

BENEDITA

Fugiu no dia 11 do corrente uma escrava de nome Benedita, /de/ nação Rebolo, de
bonita figura, estatura regular, meia [meio] fula [negra de cor tendente à amarelada]; é
bem-feita de corpo, cabelo cortado rente, vestido de chita com palmas, pano da costa
[espécie de xale ou avental grande] usado com matame [recorte em ângulo na
extremidade de bordado] branco pela ponta, camisa de algodãozinho, vendendo azeite
de carrapato [óleo extraído da mamona] em um flandres [uma lata] dentro de um caixão
de pinho. Quem a pegar, leve a seu senhor Francisco José C. Leal na ponte de Uchoa,
estrada de Parnameirim, ou no Pátio de S. Pedro D. 15, que será gratificado.

"Diário de Pernambuco" (PE), 17/1/1840, número 13, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/52
1841

FRANCISCA

Fugiu na noite de segunda-feira 5 do corrente uma preta de nome Francisca, de nação


Angola, já idosa, com sinais seguintes: tem falta do todos os dentes de cima, estatura
regular, magra, cara comprida, tem as pernas tortas para dentro, levou um vestido de
chita preta com ramos brancos e xales de casimira encarnado. Quem dela der notícia e
levar à Rua da Misericórdia n.º 91, receberá boas alvíssaras [boa recompensa].

"Diário de Rio de Janeiro" (RJ), 5/1/1841, número 3, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/094170_01/23632

GERTRUDES

Fugiu da Rua de S. Francisco da Prainha, n.º 31, na noite de 15 do corrente, uma


preta da roça, de nome Gertrudes, já idosa, e que pouco fala, tendo uma belida [mancha
na córnea] em um dos olhos e uma grande costura que lhe atravessa quase todo o
pescoço; levou saia de picote e camisa de algodão muito suja. Quem a levar à dita casa
será recompensado do seu trabalho.

"Jornal do Commercio" (RJ), 18/3/1841, número 72, página 4, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_03/1658
1842

CATARINA

Fugiu no dia 2 do corrente uma preta de nome Catarina, de nação Moçambique;


levou vestido de riscado azul e desconfia-se que esteja acoitada [refugiada]; por isso se
protesta com todo o rigor das leis contra qualquer pessoa em poder de quem ela apareça,
pois a mesma preta roubou a seu senhor, e dá-se gratificação a quem a levar à Rua do
Hospício, n.º 298.

"Jornal do Commercio" (RJ), 10/2/1842, número 40, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_03/2906

ELEONORA

Fugiu no dia 4 do corrente, pelas 6 horas da manhã, uma escrava de nome Eleonora,
com os sinais seguintes: crioula fula [de cor tendente à amarelada] ou parda escura, com
os cabelos grandes e soltos, e o pé esquerdo inchado, e tem cicatrizes de chicotadas nas
costas; a qual levou no corpo um vestido de chita branca já usado e um xale de lã
vermelho e velho; levou mais, sobressalente, um vestido de cassa [tecido leve e
transparente] com listras vermelhas, e várias outras roupas. Quem a levar à Rua de S.
Antônio, n.º 31, receberá alvíssaras [a recompensa].

"Jornal do Commercio" (RJ), 3/1/1842, número 4, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_03/2754
1843

ENGRÁCIA

Fugiu no dia 22 de dezembro próximo passado, da Rua do Ingá n.º 20, em Niterói,
uma preta, de nome Engrácia, de nação Benguela ou Angola, muito preta, alta, pés
chatos, beiços grossos, boca rasgada, olhos grandes, cabelo cortado rente e com sinais
de ventosas sarjadas pelos braços e pelas costas; levou vestido de chita cor-de-rosa já
desbotado, de mangas curtas e guarnecido de renda, a qual [escrava] ginga quando anda.
Quem da mesma tiver notícia pode dirigir-se à dita rua, ou nesta cidade na Rua dos
Pescadores n.º 40, loja.

"Jornal do Commercio" (RJ), 3/1/1843, número 2, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_03/4142

MARIA

Fugiu uma negra de nome Maria, de nação Cassange, de 24 anos pouco mais ou
menos, corpo seco, altura regular; levou vestido, saia azul de lila [fazenda de lã, lustrosa
e fina] e pano preto. /Entregue-a/ Na Rua do Hospício, casa n.º 14.

"Diário de Pernambuco" (PE), 25/11/1843, número 57, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/3905

MARIA

Fugiu ao contramestre das obras da Matriz da Boa Vista, Frederico Schultz, no dia
22 do corrente, uma escrava de nome Maria, nação de Angola, idade 20 anos pouco
mais ou menos, baixa, grossa, e com bastantes espinhas no rosto; manqueja de uma
perna por causa de uma ferida; na ocasião da fuga levou um flandres [uma lata] com
azeite de carrapato [óleo extraído da mamona]. Quem a apreender e levar ao seu senhor,
na Rua da Conceição n.º 18, será generosamente recompensado.

"O Diário Novo" (PE), 28/4/1843, número 94, página 4, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/800449/904

RAQUEL

No dia 2 do corrente fugiu a D. Anna M. Gonçalves Nina uma escrava preta de nome
Raquel, de 50 anos pouco mais ou menos; levou saia de Maria segunda [Maria II, rainha
de Portugal, 1819-1853] roxa, e anda sempre com um lenço amarrado na cabeça. Quem
a levar à sua senhora ou dela der notícia na Travessa da Forca Velha, casa n.º [número
ausente], será recompensado.

"Publicador Maranhense" (MA), 3/1/1843, número 82, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/720089/300
1844

FELÍCIA

No dia 4 do corrente fugiu uma preta de nome Felícia, de 50 anos, crioula, muito
ladina [aculturada], tem cicatrizes de chicote nas costas, um aro de corrente na perna,
que talvez já tenha tirado; supõe-se andar pela Boa Vista ou Olinda. Quem a pegar, leve
à Travessa da Concórdia, sobrado n.º 5, que será gratificado.

"Diário de Pernambuco" (PE), 10/12/1844, número 276, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/5907
1845

ESCOLÁSTICA E FELICIANA

Fugiu na tarde do dia 20 do corrente uma preta crioula, de nome Escolástica, mais
conhecida como Cula, de idade de 18 a 19 anos; levou em sua companhia uma cabrinha
[mestiça] de idade de 13 para 14 anos, de nome Feliciana, ambas com os seguintes
sinais; a primeira, de estatura ordinária, beiços grossos, olhos grandes, com um sinal no
dedo polegar da mão direita, pés apalhetados [achatados] e cheios de cravos, e não anda
senão de sapatos; a segunda, beiços grossos, fala tata [?], e vêm lhe saindo agora os
peitos. Quem as pegar, leve ao convento do Carmo ao Padre Fr. Tomás, ou na Rua da
Alegria, casa n.º 40, que será gratificado.

"Diário de Pernambuco" (PE), 26/3/1845, número 66, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/6226

FRANCISCA

Desapareceu no dia 2 do corrente a preta Francisca, crioula, de 18 anos, com a testa


acarneirada, falta de unha no dedo apontador [indicador] da mão direita, uma cicatriz no
ombro esquerdo; levou vestido branco de cambraia e pano da Costa [espécie de xale ou
avental grande]. Quem a pegar, leve ao Pátio de S. Pedro n.º 9, que será gratificado.
"Diário de Pernambuco" (PE), 9/1/1845, número 6, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/5979

LIBÂNIA

Fugiu no dia 11 do corrente a preta Libânia, de estatura regular, com falta de dentes
na frente, cor bem preta, bem ladina [aculturada]; levou vestido já velho de chita
encarnada e sem pano. Quem a pegar, leve ao Aterro dos Afogados, n. 39.

"Diário de Pernambuco" (PE), 25/9/1845, número 245, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/6842
1846

CATARINA

Fugiu a preta Catarina, de nação Cassange, baixa, cor um pouco fula [tendente à
amarelada]; tem falta de um dente na frente, peitos pequenos, pés curtos e grossos;
bebia aguardente e deve representar [aparentar] hoje 28 anos, e talvez tenha filhos.
Quem a pegar ou queira dar notícias, dirija-se a José Luiz Pereira, morador na Rua
Nova desta cidade, que gratificará generosamente.

"Diário de Pernambuco" (PE), 14/1/1846, número 10, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/7220

DOMINGAS

Fugiu no dia 21 do corrente, às 6 horas e meia da tarde, uma parda, de nome


Domingas, de 40 anos, pouco mais ou menos, estatura regular, delgada de corpo, cara
comprida, dentes pretos de fumar cachimbo; levou saia velha, pano da Costa [espécie de
xale ou avental grande]; desconfia-se estar acoitada [abrigada], para fugir para o sertão
em algum comboio, se não saiu imediatamente. Quem a pegar, leve ao Corregedor-do-
Bispo, ao major Mayer.

"Diário de Pernambuco" (PE), 24/11/1846, número 264, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/docreader/029033_02/8392

FORTUNA

Fugiu do sítio do Sr. Duboureq uma preta de nome Fortuna, de nação Mocambique,
pertencente ao Sr. Vicente Tomás dos Santos, a qual tem os sinais seguintes: de bonita
figura, de idade de 18 anos, bem falante, beiço superior furado; tem uns calombinhos de
carne desde a ponta do nariz até a testa, modo de sua nação. Quem a pegar, leve ao dito
sítio, ou no princípio do Aterro dos Afogados, n.º 31.

"Diário de Pernambuco" (PE), 6/6/1846, número 83, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/7752
1847

BENEDITA

No dia 25 do corrente fugiu ou furtaram uma preta crioula de nome Benedita, baixa,
boca grande e beiços grossos, com vestido de riscado roxo, cabeção de algodãozinho.
Quem a pegar, leve-a à Rua do Colégio n.º 6, que será bem recompensado.

"Diário de Pernambuco" (PE), 30/3/1847, número 72, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/8847

MARCIANA

Fugiu no dia 18 do corrente uma negrinha, de nome Marciana, de 12 a 14 anos, com


uma queimadura na face esquerda, uma impigem [erupção cutânea que produz crostas
amareladas] na direita, e uma outra queimadura na perna direita; levou vestido roxo e
pano da Costa [espécie de xale ou avental grande]; tem cabelo cortado. Quem a pegar,
leve ao Passeio Público, fábrica de chapéus de sol, que será generosamente
recompensado.

"Diário de Pernambuco" (PE), 28/1/1847, número 22, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/8616

MARIANA

No dia 27 de setembro próximo passado, fugiu uma preta de nome Mariana, /de/
nação Mina, que foi escrava de uma preta também Mina, de nome Delfina, que vende
quitanda no Largo do Capim. Quem a apreender e levar à Rua Formosa n.º 61 será
gratificado.
"Diário de Rio de Janeiro" (RJ), 4/10/1847, número 7616, página 4, terceira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/094170_01/31516

ÚRSULA

Fugiu no dia 2 do /mês/ próximo passado uma preta, de nome Úrsula, de 30 anos,
alta e seca /de corpo/; levou vestido de ganga azul [tecido forte de algodão], saia de lila
[fazenda de lã, lustrosa e fina] preta e pano da Costa [espécie de xale ou avental
grande]. Quem a pegar, leve à Rua Bela, n.º 17.

"Diário de Pernambuco" (PE), 3/8/1847, número 171, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/9327
1848

JOSEFA

Desapareceu no dia 29 de agosto, desta praça, uma preta de meia-idade, de nome


Josefa, de altura regular, cheia do corpo; tem o umbigo um pouco grande que é muito
visível; levou vestido de ganga [tecido forte de algodão] azul e pano da Costa [espécie
de xale ou avental grande]; andava vendendo em um tabuleiro milho, arroz de casca,
duas peças de louça de barro, um balainho com goma de engomar, um prato branco com
banha. Esta escrava costuma fugir para o mato, lugares do Pão-do-Alho e Nazaré. Roga-
se às autoridades policiais e capitães de campo que a apreendam e levem-na à venda do
Mondego, no bairro da Boa Vista, n.º 61, que serão bem recompensados.

"Diário de Pernambuco" (PE), 16/9/1848, número 206, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/10803

LUIZA

Fugiu no dia 11 do corrente uma preta de nome Luiza, crioula, de 40 anos pouco
mais ou menos, cor fula [tendente à amarelada]; levou vestido amarelo de chita com
flores encarnadas; tem o rosto comprido, testa larga, olhos fundos, nariz comprido, boca
grande, falta de dentes na frente, juntamente uma fístula debaixo do queixo, por causa
dos mesmos dentes; é baixa e grossa do corpo, barriga grande, pernas arqueadas no
andar. Roga-se às autoridades policiais e capitães de campo que a apreendam e levem-
na à Rua da Cadeia de S. Antônio, n.º 21, primeiro andar.
"Diário de Pernambuco" (PE), 18/3/1848, número 64, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/10191

MARIA JOAQUINA

Fugiu uma preta de nação Monjola, de nome Maria Joaquina, com ferro ao pescoço,
e tem o dedo mínimo do pé sobre o outro. Quem a apreender e levar à Rua de S. José n.º
2 será gratificado.

"Diário de Rio de Janeiro" (RJ), 12/1/1848, número 7697, página 4, terceira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/094170_01/31839

TEODORA

Fugiu no dia 5 do corrente uma moleca de 9 a 10 anos, crioula, de nome Teodora;


levou vestido de chita, com campo [fundo] roxo; julga-se ter sido seduzida [persuadida
a fugir] por uma crioula forra [alforriada], que seguiu para a cidade de Goiana. Quem a
pegar, leve à Rua do Livramento, n.º 32, que será bom recompensado.

"Diário de Pernambuco" (PE), 12/4/1848, número 84, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/10271
1849

ADRIANA

Fugiu em dias do mês passado uma cabra [mestiça] pertencente ao abaixo assinado,
de nome Adriana, de 30 anos pouco mais ou menos; tem no ombro direito ou esquerdo
umas cicatrizes de bobas [pequenos inchaços] que teve; tem um dos dedos pequenos do
pé direito de menos, proveniente da mesma moléstia; com falta de dentes na frente; tem
sido vista por mais de uma vez na praia de S. Francisco para o Rio Doce, em Olinda.
Roga-se às autoridades policiais, capitães de campo, que a apreendam e levem-na à Rua
Larga do Rosário, n.º 38, primeiro andar, que serão gratificados. — Caetano Estelita
Cavalcante Pessoa.

"Diário de Pernambuco" (PE), 12/9/1849, número 202, página 8, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/12020

EUFROSINA

Fugiu no dia 24 do corrente uma mulatinha de nome Eufrosina, de 22 anos, estatura


regular, rosto redondo, nariz pequeno, cabelos pretos crespos e quase estirados; tem o
dedo grande da mão direita duro que não o fecha igual com os outros, /e/ peitos grandes;
levou vestido de chita já usado, pano da Costa [espécie de xale ou avental grande], ou
xale, argolas de ouro nas orelhas, sapatos nos pés, e uma trouxa de roupa da mesma.
Quem a pegar, leve-a a Rua Estreita do Rosário, n.º 19.
"Diário de Pernambuco" (PE), 29/1/1849, número 23, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/11238

JOANA

Fugiu no dia 25 do /mês/ passado a escrava Joana; representa [aparenta] ter 40 anos,
tem o rosto comprido e meio fechado, saiu com tenção [propósito] de procurar senhor;
levou vestido de chita azul e outro branco com dois babados, contas azuis no pescoço,
brincos encarnados e outros de ouro francês, /e/ pano da Costa [espécie de xale ou
avental grande]. Quem a pegar, leve-a ao Aterro da Boa Vista, n.º 14, que será
gratificado.

"Diário de Pernambuco" (PE), 2/1/1849, número 1, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/11150

JOANA

Fugiu no dia 27 do /mês/ passado, do sítio do Diburque, uma preta crioula do sertão,
do nome Joana, de 20 anos, estatura regular, cara achatada, cor um tanto fula [tendente à
amarelada]; levou vestido de chita preta com pintas brancas já usado; costuma trazer em
um dos dedos um anel de metal amarelo, e no braço esquerdo uma marca, por ter sido
sangrada há poucos dias. Esta preta já tinha fugido no dia 24 do corrente, conduzindo
um par de sapatões de couro de lustro e outras obras para senhora, e foi pegada no dia
26 na Rua Larga do Rosário, dizendo que andava vendendo pastéis, não trazendo as
obras que conduzia. Quem a pegar, leve-a ao referido sítio, ou no Passeio Público, casa
de bilhar, que será recompensado.
"Diário de Pernambuco" (PE), 2/1/1849, número 1, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/11150

PAULA

Paula, parda, de 20 anos, bem disposta, de bonita figura, com uns panos [manchas
amareladas] na pele do pescoço e também pelos peitos, cabelos cacheados, cor natural
do pardo; anda calçada; tem visos [aparência] de forra [alforriada]; é natural de
Cururipe, e lá foi vendida a Constantino Gomes de Carvalho, de Porto Calvo, que a
vendeu a Antônio Leal de Barros, seu legítimo senhor; fugiu a 18 da setembro do ano
passado, seduzida [persuadida a fugir] por um embarcadiço [marinheiro] de nome
Cosme Duarte Ribeiro, que foi para o Aracati em um barco de José Manoel Martins; o
dito Ribeira é filho da Paraíba, acaboclado e muito queimado do sol. Quem a pegar,
leve-a ao Passo de Camaragibe, a Antônio Leal de Barros, ou a esta praça, a Manuel
Inácio de Oliveira.

"Diário de Pernambuco" (PE), 8/5/1849, número 102, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_02/11578
1850

APOLÔNIA

ATENÇÃO

Fugiu da Rua do Fogo n.º 65 uma escrava, preta, rapariga, crioula, de nome
Apolônia, estatura regular, magra; levou vestido branco de dois babados, com uma saia
de lã por cima muito suja, e lenço branco amarrado na cabeça. Quem a apreender e levar
ao número acima será gratificado: protestando-se com [prometendo aplicar] todo o rigor
das leis contra quem a tiver acoitada [abrigada], para o que logo que ela apareça se
meterá em confissão [revele a sua localização].

"Diário de Rio de Janeiro" (RJ), 8/1/1850, número 8295, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/094170_01/34258

CLAUDINA

Fugiu no dia 2 do corrente, pelas 6 horas da tarde, uma preta de nome Claudina,
nação Moçambique, escrava de D. Joaquina Angélica dos Santos, moradora na Travessa
de Catumbi n.º 1 E, com os sinais seguintes: estatura regular, parece ter de idade 40 e
tantos anos, tem o beiço superior furado, é muito embusteira, fala com muito
desembaraço, tem bastante ardileza para poder iludir, e para isso levou uma grande
trouxa de roupa. Protesta-se com [Promete-se aplicar] o rigor da lei contra quem lhe der
couto [abrigo], e pelo contrário será bem gratificado quem levá-la ao número acima.
"Diário de Rio de Janeiro" (RJ), 4/7/1850, número 8437, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/094170_01/34836

JOSEFA

Fugiu no dia primeiro do corrente a escrava Josefa, de 15 anos pouco mais ou menos;
é baixa, com cara comprida, cabelo cortado quase rente; levou vestido azul com listras e
roto nos peitos. Quem a pegar, leve-a à Rua Larga do Rosário, no terreiro andar do
sobrado por cima da loja do Sr. Tomás de Aquino.

"Diário de Pernambuco" (PE), 28/8/1850, número 30, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/120

MARIA CAJUEIRA

Sábado, 21 do corrente, fugiu uma preta de nação Calabar, de mais de 50 anos, de


nome Maria Cajueira, baixa, cara redonda, pernas alguma coisa arqueadas, boca alguma
coisa torta de beber [fumar] cachimbo; quando anda é sacudida; é muito faladeira; levou
vestido de chita de ramos encarnados, pano da Costa [espécie de xale ou avental grande]
azul e branco; /tem/ braços e pernas fouveiras [com vitiligo]; andava vendendo feijão de
coco. Roga-se a todas as autoridades policiais e capitães de campo que a apreendam e
levem-na a Trempe, sobrado n.º 1, que tem venda por baixo, que serão gratificados.

"Diário de Pernambuco" (PE), 39/9/1850, número 220, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/892
1851

MARIA

Fugiu da Rua de Mata Cavalos n.º 42 uma escrava parda, de nome Maria, estatura
regular, idade 39 anos, tem uma perna bastante inchada, é muito faladeira e astuciosa,
por isso que costuma dizer que anda fazendo compras. Quem a levar ao n.º acima será
gratificado, e protesta-se com todo o rigor da lei contra quem a tiver acoitada [abrigada].

"Diário de Rio de Janeiro" (RJ), 14/11/1851, número 8817, página 4, segunda


coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/094170_01/36372

MARIA

Fugiu no dia 7 do corrente uma escrava de nação Rebolo por nome Maria, idade 18 a
20 anos, estatura baixa, bem-feita de corpo, rosto redondo, muito ladina [aculturada]
que parece crioula, cor bem preta, com uma marca de ferro da nação no braço direito, e
umas de chicote já antigas junto ao pescoço; levou pano da Costa [espécie de xale ou
avental grande] já desbotado. Roga-se a quem a pegar de levá-la no Forte do Matos,
Rua do Cordoniz, na quina [esquina] da Moeda, primeiro andar, que será recompensado.
"Diário de Pernambuco" (PE), 15/1/1851, número 1, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/1236
1852

ARCANJA

Fugiu ou foi seduzida [persuadida a fugir] no dia 10 do corrente uma pardinha de


nome Arcanja, de 12 anos de idade, com os sinais seguintes: — cabelos cortados rente,
olhos meio vesgos e pequenos; levou vestido de chita com listras brancas e cor de café,
com ramagens encarnadas; esta escrava veio remetida da cidade de Vitória ao Sr. Luiz
Gomes Silvério: portanto, roga-se às autoridades policiais, capitães de campo e pessoas
particulares que a prendam e levem-na à Rua da Cadeira do Recife n.º 17, segundo
andar, que receberá 50,000 rs. [réis] de gratificação, e protesta-se com [promete-se
aplicar] todo o rigor de lei contra quem a tiver acoitado [abrigado] em sua casa.

"Diário de Pernambuco" (PE), 13/3/1852, número 60, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/2612

BALBINA E JOSEFA

Fugiram da Rua do Rosário n.º 58, das 7 para as 8 horas da noite de 5 do corrente,
duas escravas, sendo uma parda, de nome Balbina, representando [aparentando] 25 anos
de idade, de regular figura; e uma preta crioula, de nome Josefa , de 25 anos, magra e
feia de cara. Supõe-se terem fugido em companhia de dois escravos companheiros delas
que foram vendidos ao Sr, Francisco José da Rocha, no Largo de S. Francisco de Paula
n.º 10, sendo um pardo de nome Tibúrcio, de 18 anos, e um preto de nome Vitorino, de
25 anos, os quais desapareceram na mesma ocasião, e todos tinham vindo da Bahia e
Pernambuco a [há] um mês. Gratifica-se a quem deles der notícia ou levá-los à Rua do
Rosário n.º 58, ou ao Largo de S. Francisco de Paula n.º 10.
"Diário de Rio de Janeiro" (RJ), 14/6/1852, número 9011, página 4, terceira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/094170_01/37156
1853

DOMINGAS

Tendo no dia 25 do corrente, às 4 horas da tarde, saído a passear a escrava


Domingas, de nação Baca, de idade de 30 anos, pouco mais ou menos, cheia do corpo,
estatura regular, levando vestido de cambraia roxa de quadros brancos com dois
babados, brincos do ouro nas orelhas, colar no pescoço e anelão no dedo, pano da Costa
[espécie de xale ou avental grande] fino com listras encarnadas e franjas brancas, até o
presente não voltou a casa: não se supõe que fugisse, pois não houve motivo para isso, e
nem ela é dada a estas faltas, porém julga-se /que/ tenha acontecido algum sinistro.
Consta que ontem mesmo fora vista na Rua do Hospício, pelo que se pede às
autoridades competentes toda a vigilância a respeito, com especialidade ao Ilmo. Sr.
subdelegado do bairro da Boa Vista. Qualquer notícia poderá ser dada na Rua da Praia,
armazém n.º 54, pelo que se ficará muito obrigado, ou se gratificará bem o seu trabalho.

"Diário de Pernambuco" (PE), 30/5/1853, número 1, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/4036
1854

ALEXANDRINA

Fugiu na sexta-feira 9 do corrente, às 11 horas da manhã, uma preta crioula de nome


Alexandrina, de idade 18 a 20 anos; é baixa, tem debaixo do lado direito do queixo três
costuras de glândulas que se rasgaram, sendo uma delas mais saliente; foi escrava da Sr.
padre-mestre Capistrano. Quem a pegar e levar à Rua do Crespo n.º 10 será
generosamente recompensado.

"Diário de Pernambuco" (PE), 11/1/1854, número 139, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/5325

ÂNGELA

Ao meio-dia de 27 de março do corrente ano desapareceu da casa do abaixo assinado


a sua escrava, crioula, de nome Ângela, de idade 30 anos, pouco mais ou menos, com os
sinais seguintes: cor bastante preta, cabelos crescidos na frente, e costuma abrir ao meio,
faltam-lhe 2 dentes da frente na parte de cima; levou vestido de cassa roxeada de flores
grandes, e mais uma pequena trouxa com roupa. Esta escrava foi pelo mesmo abaixo
assinado comprada em 10 de fevereiro próximo passado ao Sr, José da Silva Loyo, o
qual a vendeu por conta e ordem do Ilmo. Sr. capitão Antônio Maria de Castro Delgado:
consta que costuma andar fardada de soldado do quarto [quartel] de artilharia em
Olinda, e que fora vista em Santo Amaro e suas vizinhanças estes dias. Recomenda-se
às pessoas que dela tenham notícia, levá-la ou mandá-la à loja de ferragens da Rua da
Cadeia do Recife n.º 56 A, que se gratificará generosamente.
"Diário de Pernambuco" (PE), 13/4/1854, número 85, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/5108

CATARINA

Desapareceu no dia 16 do corrente, pelas 3 horas da tarde, do sítio do padre-mestre


João Capistrano de Mendonça, na Capunga, uma moleca, crioula, de nome Catarina;
representa [aparenta] ter de idade 10 para 11 anos: levou vestido de chita branca com
ramagens azuis, no pé direito falta-lhe o dedo grande; levou, mais, um panacum [grande
cesto]; desconfia-se ter sido furtada. Quem a pegar ou dela der notícia será
generosamente recompensado: [entregue-a] na Rua Nova, sobrado n.º 51.
"Diário de Pernambuco" (PE), 21/6/1854, número 141, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/5333

LUIZA

Em 20 de fevereiro último fugiu ao abaixo assinado a sua escrava de nome Luiza,


preta, crioula, idade 35 a 40 anos, estatura regular, magra, levando vestido preto;
costumava lavar roupa nas quintas do Caminho Grande e Apicum.

Esta escrava tocou à mulher do anunciante, por falecimento de seu pai, o Sr. Joaquim
Gonçalves de Faria, da cidade de Alcântara: é natural de Pericumã, onde tem mãe e
parentes; e por isso talvez para ali se tenha refugiado. Quem a capturar e entregar a seu
senhor, nesta cidade /no/ Largo de Santo Antônio, casa n.º 2, e em Alcântara ao Sr. João
Vidal de Souza, será devidamente recompensado. Maranhão, 28 de abril de 1851.

Manoel Francisco de Azevedo.


"Publicador Maranhense", 5/5/1854, número 1527-1528, página 8, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/720089/5639

MARIA JOAQUINA

Fugiu do engenho Sibiró do Cavalcante a escrava Maria Joaquina, parda, de idade de


25 a 30 anos, baixa, cheia do corpo, bastante tagarela, a qual costuma fugir para esta
cidade, e por isso tinha uma pega [argola] de ferro. Os apreendedores conduzam/-na/ ao
referido engenho, ou nesta cidade na Rua da Praia de Santa Rita n.º 37, aonde [onde]
serão bem recompensados.
"O Liberal Pernambucano" (PE), 20/5/1854, número 483, página 4, primeira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/705403/1953
1855

DEODATA

Fugiu no dia 25 de janeiro de 1855, pelas 8 horas da manhã, a escrava Deodata, alta,
retinta, fala grossa, com uma cicatriz ao pé de um dos peitos, cuja escrava [a qual]
estava depositada em mão do abaixo assinado, por execução que move Antônio
Gonçalves Lamarão ao casal do finado José Francisco da Silva; este escrava tem o
marido no Itapecuru em poder de Joaquim José Nunes Paes, e este tem pretendido
comprá-la, ao qual há dias disse o abaixo assinado que depois das férias se trataria de
pô-la em praça [vender em leilão]. Não houve motivo algum para esta fuga, pelo que se
julga que terá ido reunir-se ao marido. Protesta-se [promete-se buscar indenização] por
todas as perdas e danos contra quem porventura a tiver seduzido [persuadido a fugir] e
acoutar [abrigar]; e oferece-se boa gratificação a quem apanhar e entregá-la nesta
cidade, em casa do abaixo assinado, e na Vila do Rosário a Antônio Dorcelino
Bernardes. Maranhão, 26 de janeiro de 1855.

Antônio da Cunha Sobrinho.


"Publicador Maranhense", 30/1/1855, número 1630, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/720089/6044

ROSALINA

Desapareceu no dia 21 de junho do corrente ano a preta Rosalina, de idade 35 anos,


de nação Benguela, bastante alta, grossa do corpo; está grávida, tem no braço esquerdo
a marca P e R. Ela dirá quem é sua senhora, a qual pagará bem.
"Diário de Pernambuco" (PE), 13/7/1855, número 160, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/6640

TERESA

Na quarta-feira de trevas [dia da Semana Santa em que é lembrada a oferta de traição


de Judas] desapareceu de casa do major Antônio da Silva Gusmão, Rua Imperial n.º 64,
a sua escrava Teresa; representa [aparenta] ter 60 anos, pouco mais ou menos, baixa, um
pouco reforçada [robusta], cabelos brancos, testa estreita, olhos um pouco apertados,
nádegas muito salientes, que parece/m/ trazer panos para fazê-las aparecer, porém são
naturais; tem em um dos lados das costas bastantes calombos, e em um dos pés o dedo
junto ao mínimo trepado por cima dos outros; levou vestido de chita cor de café com
flores miúdas. Quem a pegar, leve-a à indicada casa, que será generosamente
recompensado.

"Diário de Pernambuco" (PE), 30/4/1855, número 8, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/6387
1856

ANA

Desapareceu no dia 17 do corrente, da casa do advogado Francisco Carlos Brandão,


na Rua do Colégio n.º 16, uma sua escrava de nome Ana, cabra [mestiça], de idade de
16 anos, pouco mais ou menos, a qual tem sido vista nesta cidade e nos arrabaldes.
Roga-se a quem a conhecer que a faça prender e conduzir à casa do dito seu senhor, e
aos capitães de campo e outras pessoas que vivem de prender escravos fugidos,
promete-se uma boa gratificação. Os sinais da referida escrava são os seguintes: pálida,
tendo algumas marcas de bexiga [varíola] no rosto, boa estatura, seca do corpo, fala um
pouco gaga, e bem vestida.

"Diário de Pernambuco" (PE), 29/1/1856, número 24, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/7304
1857

ANTÔNIA

50$ de gratificação.

Fugiu da Rua do Passeio n. 36, no dia 3 do corrente, a parda de cor escura de nome
Antônia, natural da Bahia, alta, bastante gorda, dentes claros e separados, a qual levou
uma grande trouxa de roupa e algumas peças de importância, seduzida [persuadida] pelo
pardo de nome Miguel, também natural da Bahia, que se inculca [faz passar por] seu
primo. Protesta-se [Promete-se agir] contra quem a tiver recolhido, com todo o rigor da
lei: muito se recomenda aos Srs. pedestres a captura da mesma, prometendo-se a quantia
supra a quem a levar à casa acima.

"Jornal do Commercio" (RJ), 14/6/1857, número 162, página 3, primeira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_04/11488

RITA

Fugiu no dia 2 do corrente a escrava de nação Moçambique e de nome Rita, a qual


tem os sinais seguintes: baixa, olhos afumaçados [enfumaçados], com sinais de sua
nação sobre o nariz, com um defeito em um dos dedos da mão direita, proveniente de
um panarício [inflamação por fungo na ponta do dedo], pés pequenos, cor bastante
preta, a qual foi escrava de José Rodrigues Pereira, morador no lugar da Torre, e tem
sido vista na Casa Forte, Poço /da Panela/, e na Torre em um mocambo [quilombo]
aonde [onde] mora um preto da Costa [a nação]; levou vestido cor de café e pano da
Costa [espécie de xale ou avental grande] com listra encarnada, e mais uma trouxa com
diversas roupas. A pessoa que a pegar, leve-a à Rua do Sebo, casa térrea com sótão n.º
17, que será generosamente paga.
"Diário de Pernambuco" (PE), 19/2/1857, número 40, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/8590
1858

ISABEL

150$000.

Dá-se a quantia acima a quem apreender e levar a seu senhor, ao Beco dos Ferreiros
n.º 7, 2.º andar, uma escrava de nome Isabel, de nação Benguela, cujos sinais são os
seguintes: estatura ordinária, bem-feita de corpo, orelhas pequenas, os dois dentes
superiores da frente muito deteriorados, fala descansada, olhos avermelhados, olhar
sorrateiro e marcas de ventosas nas espáduas: anda fugida desde novembro de 1856,
costuma mudar de nome e dizer que é forra [alforriada]: veio em 1855 de Santa
Catarina, onde era escrava de D. Antônia Coelho do Espíndola, e consta que tem estado
em Petrópolis e na /Serra da/ Estrela.

"Jornal do Commercio" (RJ), 10/11/1858, número 309, página 3, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_04/13620

JOAQUINA

Desapareceu da Rua da Aurora uma preta de nome Joaquina, crioula, de idade 40


anos, pouco mais ou menos, fula [de cor negra tendente à amarelada], alta, magra; tem
falta de alguns dentes na frente, no andar é apressada, pés grandes, beiços grossos,
muito ladina [aculturada] e viva; supõe-se achar-se refugiada nesta cidade, ou no bairro
de S. José ou em Fora de Portas. Roga-se às autoridades policiais e aos capitães de
campo que a apreendam e levem à casa do Exmo. Sr. Barão da Boa Vista, que serão
generosamente gratificados.
"Diário de Pernambuco" (PE), 2/1/1858, número 1, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/9663
1859

CAROLINA

Fugiu no dia 10 do corrente uma mulatinha de nome Carolina, idade 14 anos,


levando vestido e camisa de chita preta, e tem no dedo polegar da mão direita um sinal
de panarício [inflamação por fungo na ponta do dedo]; protesta-se [promete-se tratar]
com todo o rigor da lei contra quem a tiver acoitado [abrigado], e gratifica-se a quem a
levar na estrada de S. Jerônimo, em casa do comandante Catramby.

"Diário do Comércio" (PA), 7/5/1859, número 100, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/717665/84

JOAQUINA

No mês de janeiro do corrente ano fugiu do engenho Trapiche do Calmo uma escrava
crioula de nome Joaquina, que representa [aparenta] ter 40 anos, pouco mais ou menos,
alta, magra, fula [de cor tendente à amarelada], cabeça rapada, tem falta de dentes na
frente, tem uma cicatriz na testa, proveniente de uma pancada de chicote, mal vestida,
inculca-se [faz-se passar por] lavadeira, fala muito desembaraçada e anda de timão
[casaco grosseiro] para não ser reconhecida; costuma acoitar-se [esconder-se] em Fora
de Portas, Boa Vista, e dizem que ela anda por Nazaré. Quem a apreender ou der notícia
será generosamente recompensado, levando no engenho Trapiche do Exmo. Sr.
Visconde da Boa Vista, ou na Rua Nova em casa do Sr. Sebastião Lopes Guimarães,
defronte da Conceição dos Militares.
"Diário de Pernambuco" (PE), 18/2/1859, número 39, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_03/11019

LEOCÁDIA

Fugiu em 29 do /mês/ próximo passado, do doutor Joaquim Batista Moreira, morador


na travessa das Mercês, uma sua escrava de nome Leocádia, com os sinais seguintes:
cor preta, de idade 24 anos pouco mais ou menos, estatura ordinária, olhos grandes, com
falta de dentes principalmente os da frente, bastante viva e faladora, e em estado de
gravidez, sendo além disso conhecida nesta cidade por haver pertencido ao casal do
finado Santarém. Pede-se, portanto, às autoridades policiais ou a quem possa capturar
(que será generosamente gratificado), de levá-la à casa acima mencionada, protestando-
se [prometendo-se tratar] desde já com rigor da lei contra quem lhe der couto [abrigo].

"Diário do Comércio" (PA), 4/1/1859, número 2, página 4, última coluna.


http://memoria.bn.br/DocReader/717665/8
1860

ODORICA

Fugiu às sete para oito horas da noite do dia 10 do corrente mês, da casa de Manoel
José da Silva Braga, a escrava crioula de nome Odorica, /que/ é conhecida por
Dorica, pertencente à Sra. Isabel Raimunda dos Santos Pinheiro, que a havia comprado
a 24 de setembro do ano passado ao corretor Bento Alves Rodrigues Tupinambá. Dita
escrava é bem moça, de estatura regular, está grávida, tem bastantes panos [manchas
amarelas] pelos peitos e costas, e saiu de casa com um vestido de chita desbotado,
parecendo de fazenda branca, e levando uma argola de ouro na orelha esquerda. Ela é
natural da Província do Maranhão, de onde viera, como afirma o vendedor, e não sabia
ainda as ruas desta cidade [São Luís]. Consta que, ou fora para casa do mesmo
vendedor, ou para casa de um moço estudante que mora no Pátio do Carmo, e que [o
qual] tem um escravo de nome Xisto, porque a dita escrava assim o manifestava. No
entanto, não se tendo certeza, pede-se ao Sr. Dr. chefe de polícia e mais [demais]
autoridades a captura da dita escrava, e qualquer particular que a apreender, queira levar
na casa do mesmo Sr. Braga na Rua Imperial n.º 67, primeiro andar, ou na Rua do
Imperador, sobrado n.º 23, primeiro andar, que será generosamente recompensado, e
desde já a dona da dita escrava protesta proceder criminal e civilmente contra quem a
tiver homiziado [abrigado ilegalmente] em seu poder.
"Publicador Maranhense" (MA), 16/1/1860, número 83, página 7, penúltima coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_04/303
1861

LUIZA

No dia 13 de dezembro próximo passado ausentou-se de casa de seus senhores a


preta Luzia, de quarenta e tantos anos, de nação Angola, estatura regular, dentes
limados [pontiagudos, por terem sido cortados à navalha ou faca], sinais de barba por
baixo do queixo, e as pontas dos dedos das mãos bastante grossas; esta preta é muito
prosista, quando se ausenta diz que vai a recado de seu senhor, e costuma também
vender frutas e a ocultar-se pelas bandas da Rua do Caldeireiro por [em] casa dos pretos
da mesma nação. Roga-se, portanto, às autoridades policiais e capitães do campo a /sua/
apreensão, e levar [levá-la] ao cais de Apolo D. 55, que se gratificará com generosidade.

"Diário de Pernambuco" (PE), 9/1/1861, número 7, página 7, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_04/3081

MARIA JOAQUINA

Atenção e muita atenção.

Acha-se fugida a mulata Maria, muito conhecida por Maria Joaquina, sendo bastante
alta, cabelos cacheados e falta de dentes na frente; ainda ontem foi vista em uma casa no
Forte do Matos, e por isso roga-se a todas as autoridades policiais a captura, e aos
comandantes de vapores e capitães de embarcações que tenham a bondade de examinar
os escravos que a seu bordo forem para outra província, ou como passageiros ou como
cativos de passageiros, e mandarem entregar [entregá-la] na Rua da Imperatriz n.º 21,
que se lhe ficará obrigado, e toda e qualquer pessoa que a pegar, leve-a à mesma casa,
que generosamente se gratificará.
"Diário de Pernambuco" (PE), 30/12/1861, número 301, página 7, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_04/5438
1862

MARIA

PRETA FUGIDA

Fugiu no dia 2, da Rua do Lavradio, a preta de nome Maria, de nação Mina, com os
seguintes sinais: beiços grossos, a unha do dedo polegar de uma das mãos bastante
grossa, levou vestido cor-de-rosa. Consta que anda vendendo quitanda por Mata-Porcos
[atual Rua Estácio de Sá], Rio Comprido e S. Cristóvão, aonde [onde] há três dias foi
vista a fazer compras em uma venda, e diz estar alugada neste bairro. Já tem sido por
outras vezes presa. Roga-se aos Srs. pedestres, se a apreenderem, da levá-la à Rua dos
Ourives [atuais Ruas Rodrigo e Silva e Miguel Couto] n.º 56, e não à Rua do Lavradio.

"Jornal do Commercio" (RJ), 18/2/1862, número 49, página 3, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_05/3326
1863

CRISPINA

Preta fugida.

Fugiu ao abaixo assinado, à [há] cerca de 9 dias, sua escrava de nome Crispina, preta,
crioula, idade 19 anos. Tem os seguintes sinais: é de estatura regular, olhos grandes, e
magra, Esta negra pertenceu outrora ao finado padre Frederico Nolasco de Almeida
Santos, e tem sido vista a divagar [vagar] pela cidade.

Maranhão, 21 de janeiro de 1862.

José Monteiro da Silva.

"Publicador Maranhense", 10/2/1863, número 32, página 4, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/720089/13950

DELMIRA

Fugiu no dia 20 de fevereiro próximo passado a escrava Delmira, preta, baixa e seca
do corpo, cabelos grandes e ordinariamente arrepiados; tem falta de dentes na parte
superior da frente, é demasiado apressada no andar, e a fala bastante afinada; levou
vestido de chita preta e xales de merinó [tecido de lã de carneiro] liso, da mesma cor,
tudo novo, mas sujo; também levou consigo um banquinho e um tabuleiro com bolos,
por ocasião de ir vender no pátio da alfândega. Protesta-se [Promete-se usar a lei] contra
quem a tiver em seu poder, por seu valor e diários [despesas diárias]: no entretanto,
roga-se aos capitães de campo e agentes policiais a apreensão de dita escrava, e sua
entrega no terceiro andar do sobrado n.º 8 da Rua do Cabugá. Outrossim, roga-se aos
mestres de barcaças que, além de não lhe darem passagem, efetuem sua apreensão e
entrega na mesma casa supra/citada/, aonde [onde] serão gratificados.
"Diário de Pernambuco" (PE), 3/3/1863, número 50, página 7, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_04/8307
1864

DAMIANA

Damiana, crioula, cor fula [tendente à amarelada], alta, seca, tem a cara descarnada,
vício de tomar tabaco, anda de vestido de algodão de listra e de chita encarnada cabocla,
xale de ganga [tecido forte de algodão] encarnada de palmas amarelas, é falante e
representa [aparenta] menos de 34 anos, quando a sua idade é de 36, fugiu no dia 9 do
corrente mês. Roga-se, portanto, às autoridades policiais e capitães de campo que a
apreendam e façam conduzir a seu senhor no Brejo da Madre de Deus, no sítio
denominado Coelho, ou na vila, e ser entregue ao capitão Geminiano do Rego Maciel,
que serão generosamente recompensados, e na Praça de Pernambuco aos Srs.
Magalhães da Silva Irmãos.

"Diário de Pernambuco" (PE), 31/10/1864, número 251, página 7, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_04/12338

JOAQUINA

Atenção à paga [recompensa].

Fugiu a escrava crioula Joaquina, cor fula [negra de cor tendente à amarelada], alta,
magra, pés grandes e apalhetados [achatados], tem alguns cabelos brancos que os pinta,
inculca-se forra [alforriada], é muito faladeira e se sujeita alugada em casas particulares
para engomar durante o tempo de fugida, que não é a primeira vez que a faz; disfarça-se
de diversos modos, às vezes de timão [casaco grosseiro] e saia preta e outras de vestido
e balão; é encontrada constantemente já no bairro do Recife, S. José e Boa Vista, e
ultimamente foi vista passar pela Rua Augusta, e supõe-se que está morando em algum
casebre por detrás desta rua. Roga-se às autoridades policiais dos bairros do Recife, S.
José e Boa Vista, ou outra qualquer pessoa que a encontrar, /que a/ apreendam e
apresentem ao seu senhor, Visconde de Boa Vista, em seu palacete /na/ Rua da Aurora.

"Diário de Pernambuco" (PE), 22/10/1864, número 243, página 7, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_04/12282
1865

CLAUDINA

No dia 31 de outubro fugiu a escrava Claudina, parda, alta e magra, que pertenceu ao
Sr. Amaral, empregado na repartição do selo; esta escrava foi no dia 1 do corrente
queixar-se ao Sr. Delegado por ter sido castigada. Quem a pegar e entregar na Rua da
Cadeia, n.º 62, será bem gratificado.

"Jornal do Recife" (RJ), 12/12/1865, número 287, página 3, terceira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/705110/1976

JOANA

Ausentou-se em 29 de dezembro passado, do engenho Utinga de Cima, no Cabo, a


mulatinha Joana, de 14 anos prováveis, comprada a 26 dias, no Recife, a José Firmino
de Medeiros por procuração de sua avó Josefa Maria dos Prazeres, moradores ambos no
Brejo da Madre de Deus; tem os sinais seguintes: cor alvacenta, manchas no rosto,
cabelo carapinho e ruço, com uma cicatriz na testa, corpo regular, com todos os dentes.
sem peitos, as pernas finas, vestígios antigos de chicote no corpo, padece de bobas
[pequenos inchaços] nas partes ocultas, a fala as vezes é viciosa. Roga-se às autoridades
a sua captura, e a qualquer particular, podendo ser remetida para o referido engenho, ou
a João José de Carvalho Moraes Finto, Rua do Queimado n.º 13, que serão gratificados.
"Diário de Pernambuco" (PE), 20/1/1865, número 16, página 7, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_04/12874

MARIA

Há um mês que fugiu a escrava preta Maria com os sinais seguintes: preta, baixa,
falta de dentes na frente, muito regrista [faladora e intrometida], anda muito sacudida e
tem um sinal em cima de um ombro, encarnado, levou quase toda a sua roupa,
constando de vestidos de chita, camisas de algodãozinho, e lençóis, uma coberta
pequena de chita, julga-se estar acoitada [abrigada] aqui no Recife, o abaixo assinado
protesta [promete acionar a Justiça] contra quem a tiver acoitado ou seduzido
[persuadido] para esta fuga, assim como roga às autoridades policiais e capitães de
campo a captura de dita escrava e levá-la à Rua Nova da Santa Rita n.º 55, segundo
andar, ou à Rua da Praia n.º 78, armazém, que serão generosamente recompensados.

Antônio da Silva Ramos.


"Diário de Pernambuco" (PE), 15/7/1865, número 160, página 7, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_04/14027
1866

JANUÁRIA

Fugiu no dia 12 de novembro de 1865 uma escrava crioula de nome Januária, de


idade 45 anos, pouco mais ou menos, boa estatura, corpo grosso, rosto redondo, nariz
bastante chato, beiços e feições grossas, orelhas grossas e acabanadas [viradas para
dentro], cabeça grande, com o semblante carrancudo, braços, mãos, pernas e pés
grossos, principalmente os pés que os tem inchados por sofrer de reumatismo; tem o
umbigo bastante estufado, e o andar é moderado; levou vestido de chita escura e camisa
de madapolão [tecido branco e muito consistente], e xale de lã de riscadinho. Roga-se a
qualquer pessoa, capitães de campo e empregados de polícia a /sua/ apreensão, que pela
entrega a seu senhor, na Rua das Cruzes n.º 32, gratificará generosamente.

"Diário de Pernambuco" (PE), 3/1/1866, número 2, página 7, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_04/15169
1867

HERCULANA

A escrava Herculana

100$000

De gratificação à pessoa que descobrir e entregar a seu senhor a escrava Herculana,


mulata clara, cabelos pretos, de trinta e cinco anos pouco mais ou menos, foi escrava do
Sr. tenente-coronel João de Sá Cavalcanti, do engenho Tabu, depois do Sr. João Simões
de Almeida, estabelecido na Rua do Vigário desta cidade, tendo passado à Sra. D. Clara
Fenton, moradora no Chacon (Casa Forte), que a vendeu ainda ao anunciante, por
intervenção do Sr. João Patriota.

Acha-se fugida ou oculta desde princípios do corrente ano; se alguém a quiser, a


dona faz negócio porque não quer possuí-la, podendo, pois, quem souber dela e quiser
comprá-la, dirija-se à Rua do Hospício n.º 11, onde se dará a gratificação acima a quem
der notícia exata e sendo [se for] encontrada.

"Diário de Pernambuco" (PE), 3/8/1867, número 176, página 7, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_04/18995
1868

HIPÓLITA

Fugiu desta cidade no dia 25 do corrente, à noite, da casa de Madame Rochat, onde
se achava alugada, a escrava de nome Hipólita, pertencente a D. Francisca de Moraes
Pinto. São seus sinais os seguintes: mulata pouco clara e muito embaciada, cheia de
corpo, 18 anos de idade, bons dentes, seios muito caídos, baixa, e muito desenvolta.

Desconfia-se ter tomado a direção de Jacareí, antes de ontem [anteontem] pela


madrugada, tendo deixado umas roupas que usava na beira do Tamanduateí. Quem a
prender e entregar à sua senhora, residente na ponte do Acu, esquina da Rua Formosa,
será gratificado.

S. Paulo, 8 de dezembro de 1867.

"Diário de S. Paulo" (SP), 1/1/1868, número 712, página 3, penúltima coluna.


http://memoria.bn.br/DocReader/709557/2747

SABINA

Do engenho Penanduba continua a estar fugida há cerca de um ano a escrava de


nome Sabina, com os sinais seguintes: crioula, baixa, grossa, cara redonda e bexigosa
[com marcas de varíola], testa batida e com uma cicatriz, cor fula [tendente à
amarelada], seios grandes, mãos pequenas e pernas arqueadas, representa [aparenta] ter
25 anos de idade, achava-se grávida quando fugiu, e mais alguns sinais que não se
recorde; consta que está servindo de ama em alguma casa desta cidade a título de forra
[na condição de alforriada], pois foi vista há poucos dias na ribeira de Santo Antônio.
Quem a apreender, leve-a ao referido engenho ou à Rua do Ouro n.º 10, que será
recompensado generosamente.

"Diário de Pernambuco" (PE), 11/1/1868, número 8, página 7, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_04/20073
1869

ANA

Fugiu da casa de seu senhor, na povoação do Monteiro, a parda Anna de 16 anos de


idade, pouco mais ou menos, estatura regular, olhos castanhos, testa estreita, cabelos
corridos, que usa enrolar pela parte de trás e levantar na frente; tem alguns sinais de
bexiga [marcas de varíola] no rosto: vestia na ocasião da fuga um vestido de chita novo
com listras roxas e brancas, e levou sapatos de marroquim. Foi vista em Apipucos e
depois no Poço e Caldeireiro; desconfia-se que esteja acoitada [abrigada], e desde já se
protesta [promete] proceder com todo o rigor da lei contra quem a houver homiziado
[escondido ilegalmente]. Pede-se às autoridades policiais e a qualquer pessoa que a
apreender ou puder informar alguma coisa a seu respeito, de participar no largo do
Corpo Santo n.º 19.

"Diário de Pernambuco" (PE), 22/4/1869, número 8, página 7, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_04/23117
*

HENRIQUETA

Fugiu da cidade do Itu a escrava Henriqueta, de 30 anos de idade, bem preta; tem
olhos pequenos e vivos, alguma falta de dentes, altura mediana, fina de corpo, e pés
muito pequenos. Quando se lhe faz qualquer pergunta, responde "sim senhor" ou "não
senhor", acompanhando com a cabeça e com os olhos fitos em quem lhe fala, como que
desconfiada. Supõe-se ter seguido para as bandas de Minas, de onde é filha. Quem dela
souber, dirija-se ao Sr. Manoel Joaquim Antunes Russo, morador em Itu, onde receberá
boa gratificação.

"Diário de S. Paulo" (SP), 26/6/1869, número 1144, página 3, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/709557/4426
1870

MARIA E ANA

Continuam fugidas as escravas pardas de nome Maria e Ana, que se ausentaram em


14 de janeiro último da casa de seu senhor na povoação do Monteiro. A primeira de 25
/anos/ de idade, pouco mais ou menos, estatura baixa, grossa do corpo, nariz chato, cara
larga, testa estreita, e beiços finos, cabelo carapinhado. Ana de 16 anos de idade,
estatura regular, cabelos cacheados, que usa levantar na frente, nariz chato, cara larga,
testa estreita, cor pálida, um pouco surda do ouvido direito; levaram ambas vestidos
brancos, e costumam andar calçadas. Devem estar acoitadas [abrigadas], e desde já
protesta-se [promete-se] proceder com todo o rigor da lei contra quem as houver
homiziado [escondido ilegalmente]. Quem as apreender ou der notícia no Largo do
Corpo Santo n.º 19 será bem recompensado.

"Diário de Pernambuco" (PE), 29/3/1870, número 70, página 7, última coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_05/559
1871

IFIGÊNIA

Fugiu do abaixo assinado, de seu sitio, sito [situado] no lugar denominado Capivari,
município de Jundiaí, no sábado 5 do corrente, a escrava Ifigênia, idade 23 anos mais ou
menos, preta, crioula; tem poucos dentes na frente e esses podres, tem um dedo de uma
das mãos destroncado, e lobinho [cisto subcutâneo] nas costas de outra; /de estatura/
regular, mais tocada a [próxima de] baixa.

Supõe-se que ela se acha nesta cidade, visto que ela aqui tem a mãe; crê-se mesmo
que seja provável estar em sua companhia.

Quem a prender ou der notícias certas, nesta cidade ao Sr. Lindoro José Branco, em
Jundiaí a Joaquim Leite Penteado ou em Campinas a D. Leocádia Branco de Oliveira,
será generosamente gratificado; assim como se procederá com todo /o/ rigor da lei
contra quem a tiver acoitado [abrigado].

S. Paulo, 11 de agosto de 1871.

Gabriel Teixeira de Barros.

"Diário de S. Paulo" (SP), 12/8/1871, número 1753, página 3, primeira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/709557/6823
1872

LUIZA

Fugiu no dia 13 do corrente a escrava por nome Luiza, idade 22 anos, cor meio fula
[negra tendente à amarelada], olhos vivos, cabelos ralos e agarrados, beiçuda, bons
dentes, nariz chato, está com uma brecha na testa, estatura baixa e corpulenta, pés
redondos, dedos curtos e grossos; ela gosta da bebida, e consta ter-se retirado com uma
senhora para Campinas.

"Diário de S. Paulo" (SP), 27/10/1872, número 2109, página 3, segunda coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/709557/8249

TERESA

Anda fugida desde o dia 6 do corrente a preta Teresa, de nação Angola, idade 40
anos, mais ou menos, com os sinais seguintes: baixa, corpo regular, fala bem, olhos
espertos, com sinais de castigo nas costas, tem falta de alguns dentes na frente, já tem
estado mais de uma vez na /casa de/ correção. Quem a levar à Rua da Uruguaiana n.º
186 receberá de gratificação 20$000.
"Jornal do Commercio" (RJ), 30/1/1872, número 162, página 5, penúltima coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_06/4949
1873

JOAQUINA

Da casa n.º 28 da Rua do Imperador, em Campinas, fugiu, há um mês, pouco mais ou


menos, a escrava de nome Joaquina, cujos sinais são os seguintes: 26 a 28 anos, estatura
regular, cor fula [negra tendente à amarelada], dentes salientes, faltando um de cima,
pisa alto (prova de que foi bichenta = vítima de bicho no pé), tem nos olhos coisa que
parece miopia, e duas cicatrizes nas costas, provenientes de bernes que pilhou [apanhou]
em outra fugida [fuga], pois não é a primeira vez que foge; tem uma perna mais fina que
a outra, e na mais grossa tem uns caroços acima do tornozelo. Quem a apreender e
entregá-la à sua senhora, D. Antônia Maria de Freitas, na casa acima, ou depositá-la na
cadeia de Campinas, será generosamente gratificado.

"Diário de S. Paulo" (SP), 13/7/1873, número 2316, página 3, terceira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/709557/9073
1874

MARIA

100$ de gratificação

Engenho Santos Mendes

Fugiu no dia 20 de dezembro, do engenho Santos Mendes, comarca de Nazaré,


freguesia de Tracunhaém, a escrava Maria, crioula, 60 anos de idade pouco mais ou
menos, baixa, grossa [corpulenta], cor preta, rosto alquebrado, pés secos e espalmados,
dedos curtos, cabelos brancos, canelas finas; tem dois sinais cabeludos no queixo, e é
bem ladina [aculturada]. A pessoa que entregar essa escrava ou a seu dono, que é o
senhor do engenho Santo Mendes, Laurentino Gomes-da Cunha P. Beltrão, ou no
Recife, Largo do Corpo Santo n.º 9, 1.º andar, será recompensada com a quantia de
100$000.

Recife, 20 de dezembro de 1873.

"Jornal do Recife" (RJ), 22/1/1874, número 17, página 3, penúltima coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/705110/8744
1875

MARIA

50$000

Ausentou-se da casa do abaixo assinado, no dia 20 de dezembro de 1874, a preta de


nome Maria, idade 37 anos, natural da Bahia, tendo os sinais seguintes: cor fula [negra
tendente à amarelada], baixa (7 palmos), corpo seco, cabelo carapinho, rosto comprido,
boca regular, nariz um pouco afilado, dentes perfeitos, faltando um na parte de cima, a
perna esquerda mais grossa que a direita, tendo duas marcas de feridas cicatrizadas, uma
junto do tornozelo e outra ao pé do joelho; é malfeita de pés e mãos e tem os dedos
curtos, tem nos braços feridas cicatrizadas da vacina, usa de trunfa [arrumação de
cabelo comprido] na cabeça ou traz /a cabeça/ sempre coberta para encobrir o defeito
das orelhas que têm, na parte superior de cada uma, /uma/ cicatriz, que parece
[parecendo] estar encolhida; levou vestido de chita escuro com listras brancas e xale
amarelo com barra roxa; muda o nome quando foge, diz ser livre e costuma trazer /um/
rosário no pescoço.

Pede-se a todas as autoridades policiais, capitães de campo ou a qualquer pessoa que


a apreender, leve-a à Rua da Aurora n.º 169, que será recompensado com a quantia
acima.

Outrossim, declara que desde já protesta [promete ir à Justiça para] haver os [exigir
os valores dos] serviços da mesma escrava, da pessoa que a tiver oculta.

Recife, 10 de janeiro de 1875.

João Atanásio Botelho.


"Jornal do Recife" (RJ), 15/1/1875, número 11, página 4, penúltima coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/705110/10185
1876

DOMINGAS

Fugiu no dia 17 corrente a preta Domingas, já velha e de cabelos brancos; levou saia
de chita preta por baixo de outra de chita clara, paletó de baeta [tecido felpudo e grosso]
azul e xale de xadrez de lã, tem a perna esquerda um pouco inchada, andou ao ganho
[oferecendo-se para serviços] pela Gamboa, vendendo água, e também costuma varrer
café pela Rua Municipal e imediações. Quem a apreender e levá-la à Rua da Gamboa n.º
189 será gratificado; protesta-se [promete-se agir] com todo o rigor da lei contra quem a
tiver acoitada [abrigada].

"Jornal do Commercio" (RJ), 28/9/1876, número 270, página 6, primeira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_06/14294

JOAQUINA

No dia 21 de abril último fugiu a escrava Joaquina, a qual tem os sinais seguintes:
crioula, cor bem preta, estatura regular, rosto comprido e seco, falta de dentes na
mandíbula superior, pés grossos, andar apressado, idade de 40 anos, pouco mais ou
menos, pelo que já tem algum cabelo branco, fala bem desembaraçada, e usa de ditos
chulos, tais como tibe, vôtes, etc.; levou vestido casaquinho de chita de quadros
encarnados e xale de merinó [tecido de lã de carneiro] todo azul; até 4 do corrente mês
foi vista na povoação da Boa Viagem, dizendo que andava procurando quem a
comprasse. Tinha ela muito desejo de ir para Água Presa, onde tem uma filha escrava de
nome Paulina; assim, pois, é provável que para lá tenha seguido. Roga-se às autoridades
policiais e capitães de campo que apreendam a dita escrava e a façam conduzir à Rua da
Mangueira da Boa Vista n.º 5, onde se gratificará.
"Diário de Pernambuco" (PE), 15/5/1876, número 110, página 6, terceira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_05/15163

LUIZA

Fugiu do engenho Patos, da vila de Bom Jardim, província de Pernambuco, a escrava


Luiza, com idade de 20 anos no mês de junho de 1864, tendo os sinais seguintes:
crioula, preta, cabelos carapinhos, nariz curto e redondo, olhos regulares e boca bem
regular, dentes limados [pontiagudos, por terem sido cortados à navalha ou faca], cara
redonda, tamanho regular, pés pequenos e em roda do pé um pouco /de/ foveiro
[descamação da pele]; costumava ter bichos, de modo que pelo andar se conhece ter
sido cambada, e nas costas ainda deve ter marcas de chicote. A mesma escrava se supõe
andar por esta praça, e por uma ocasião já anunciei por esta imprensa, e pela segunda
vez repito, garantindo àquele que a pegar e conduzi-la ao dito engenho que será
generosamente recompensado, e tem de se lhe ficar assaz reconhecido [agradecido].
"Diário de Pernambuco" (PE), 15/12/1876, número 286, página 6, penúltima coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/029033_05/16571
1877

LIBÂNIA

Fugiu no dia 26 de maio do corrente ano, da casa do seu senhor, morador à Rua de
Paissandu n.º 34, placa, a sua escrava Libânia, de 17 a 18 anos, com os sinais seguintes:
cor preta, altura regular, nariz chato, beiços grossos, bons dentes, separados na frente,
figura feia, tendo uma perna inchada; levou saia de cassa azul desbotada e já velha,
paletó de xadrez cor de vinho, roubando 20$ da mesma casa. Supõe-se ter sido seduzida
e estar oculta; quem a levar à dita casa será gratificado.

"Jornal do Commercio" (RJ), 29/5/1877, número 148, página 8, terceira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_06/15980
1878

AQUILINA

Na madrugada do dia 17 do corrente fugiu da casa de seu senhor, na povoação de S.


Lourenço da Mata, a escrava Aquilina, alta, cheia do corpo, cor um tanto fula [negra
tendente à amarelada] e sem dentes na frente, restando-lhe somente alguns muito
arruinados; levou toda a roupa que possuía, que consta de um vestido novo de cambraia
Vitória, alguns ditos [vestidos] de chita usados, um dito [vestido] novo, um pouco
escuro e de grandes palmas, um lençol e um cobertor de algodão, um xale verde de
merinó [tecido de lã de carneiro] liso já usado, um dito [xale] de algodão, campo
[fundo] branco com listras amarelas, e sapatos de couro branco.

Conduziu consigo uma filhinha ingênua de 6 anos, de nome Maria, muito robustas e
de bonita presença, tendo já dois dentes novos na frente e o umbigo um pouco estufado.
Protesta-se [Promete-se ir à Justiça] desde já contra quem a acoitar [abrigar], assim
como contra quem se aproveitar dos seus serviços.

Roga-se a quem a apreender /que/ vá entregá-la aos Srs. Andrade, Lopes & C.
[Companhia], Rua Duque de Caxias n.º 52, que será recompensado.

"Jornal do Recife" (RJ), 23/2/1878, número 19, página 3, quarta coluna.


http://memoria.bn.br/DocReader/705110/13811
1879

JOSEFA

ESCRAVA FUGIDA

DE BORDO DO PAQUETE ESPÍRITO SANTO

GRATIFICAÇÃO 50$

De bordo do paquete Espírito Santo, chegado a este porto em 24 de dezembro do ano


próximo passado, por ocasião do desembarque, entre passageiros, escravos e praças
vindas do Norte, desapareceu a escrava Josefa, cujos sinais extraímos do passaporte que
está na secretaria da polícia, e são eles os seguintes: Josefa, de cor preta, rosto comprido
cabelos carapinhos, olhos negros, nariz chato, boca regular e idade 14 anos. Chamamos
a atenção dos Srs. pedestres para a captura de referida escrava, e protestamos
[prometemos agir] com o maior rigor da lei contra os que a tiverem acoutado
[abrigado]: Rua da Candelária, n.º 33.

"Jornal do Commercio" (RJ), 28/5/1879, número 15, página 4, penúltima coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_06/20100

JOSEFA E FRANCISCA

Fugidas ainda

Continuam fugidas as escravas Josefa e Francisca, a primeira mulata clara, alta; corta
os cabelos como homem, é /um/ tanto sardenta, fala alguma coisa gaga, idade 28 anos,
tem um sinal preto ao lado do queixo, e levou em companhia uma filhinha de 3 para 4
anos, por nome Maria; esta filha é branca, tem os cabelos louros e anelados. Fugiu no
dia 24 do agosto do ano passado a segunda, cabocla, baixa, magra, idade 45 anos mais
ou menos, esta é muito conhecida aqui na cidade por ser vendedeira [vendedora] de rua,
e tem um filho por nome Abdon, praça do 9.º batalhão que está preso na Fortaleza do
Brum, para onde se suspeita que ela ande, visto ser muito amante deste filho.

Gratifica-se com 150$ a quem apreender ou der notícias certas de ditas escravas ao
abaixo assinado, à Rua do Visconde de Goiana n.º 74, antiga Rua do Sebo.

Recife, 20 de abril de 1879.

Joaquim Pinto Lapa Sobrinho.

"Jornal do Recife" (RJ), 16/7/1879, número 161, página 3, quinta coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/705110/15592
1880

CAETANA

Fugiu no dia 7 de fevereiro a escrava Caetana, parda ou preta fula [tendente à


amarelada], estatura regular, testa pequena, cabelos de preta, bons dentes, fala bem e
desembaraçada, procurando sempre termos retóricos, muito amiga de cantar em italiano,
tem 18 anos, é bem-parecida, fuma cigarro e charuto, tem sobre o peito esquerdo um
coração com uma seta atravessada, e em uma das mãos entre o dedo polegar e o
indicador tem cinco sinais, e outro no rosto do lado esquerdo; todos estes sinais, coração
e seta são feitos com tinta azul escura; intitula-se livre e anda calçada; levou chinelas de
tapete, saia nova de chita roxa, paletó branco, lencinho de lã escarlate no pescoço; além
disto, uma saia e paletó de riscado escuro: foi escrava de D. Maria Pimenta de Oliveira,
e é hoje de Matias Teixeira da Cunha, que protesta pela diária de 1$200 rs. de quem lhe
der couto [abrigo], além de proceder criminalmente. Quem a levar à Rua do Rosário n.º
66 ou entregá-la em qualquer prisão, receberá do anunciante 200$000.

"Jornal do Commercio" (RJ), 23/4/1880, número 113, página 5, penúltima coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_07/665
1882

ISABEL

Há 15 dias fugiu da abaixo assinada a sua escrava Isabel, mulatinha de 11 anos de


idade e que vendia doce em sua companhia, pelo que é bem conhecida nesta cidade.

Pede-se às autoridades a sua captura, o gratifico a quem dela me der notícias, na Rua
Formosa, junto ao armazém de móveis do Sr. Salgado. Procederá [Acionará a Justiça]
contra quem a tiver acoitado [abrigado]. — Belém, 23 do janeiro de 1882. —Vitória
Maria da Encarnação Faria.

"Diário de Belém" (PA), 14/4/1882, número 29, página 4, penúltima coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/222402/6844
1883

BENEDITA

Desapareceu hoje, 13 do corrente, às 6 horas da manhã, da casa da Rua do Hospício


n.º 154, a escrava Benedita, de 16 anos de idade, parda, cabelos encarapinhados, beiços
grossos, nariz chato, pés longos e chatos, passos largos; traja vestido cor-de-rosa e diz-
se forra [alforriada]. Quem a apreender e levar à casa acima terá 50$ de gratificação.
Seu senhor protesta [promete agir] com todo o rigor da lei contra quem a tiver acoitada
[abrigada]. Rio, 13 de fevereiro de 1883.

"Jornal do Commercio" (RJ), 14/2/1883, número 45, página 4, quinta coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_07/7424
1885

MARIA INÁCIA

Fugiu no dia 12 do corrente, do poder do capitão Caetano José Dias de Andrade, a


sua escrava de nome Maria Inácia; crioula, baixa, olha um pouco vesga, com uma
cicatriz na cara proveniente de uma cortadura, dentes abertos, pés curtos; levou vestida
uma saia de iaiá de ouro e camisa branca.

Quem a levar a seu senhor em Itapuã, ou em casa do senhor Manoel Firmino


Nogueira no Jogo do Carneiro, será recompensado. — Itapuã, 26 de fevereiro de 1885.

"Gazeta da Bahia" (BA), 27/2/1885, número 45, página 3, terceira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/213454/6563
1886

VIRGÍNIA

Fugiu da casa do seu senhor, a Conceição do Boqueirão, freguesia de Santo Antônio,


a escrava Virgínia, mulata. Consta que está para o lado da Vitória e que foi seduzida
[persuadida a fugir]. Protesto a quem tiver acoitado [dado refúgio], e gratifico a quem
trouxer a seu senhor. Bahia, 2 de abril de 1886. — João Simões F. de Souza.

"Gazeta da Bahia" (BA), 15/4/1886, número 83, página 3, quinta coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/213454/7826
1887

ARMINDA

Depois de estar fugida pouco mais ou menos ano e meio, e de ter aparecido em 14 de
dezembro próximo passado, tornou a fugir das Laranjeiras, onde estava alugada, a
escrava Arminda, de 25 a 26 anos, parda clara, cabelos lisos e cortados, rosto cheio e
curto, olhos, nariz e boca pequenos, baixa e cheia do corpo, e está nos primeiros meses
de gravidez. Desconfia-se que anda por Cascadura, Todos os Santos, Niterói, Rio
Comprido, Catete etc., e intitula-se livre. Quem levá-la à Rua do Livramento n.º 111
será generosamente gratificado, e protesta-se [promete-se agir] com todo o rigor da lei
contra quem lhe der couto [abrigo].

"Jornal do Commercio" (RJ), 26/1/1887, número 26, página 5, terceira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_07/17096

MARIA DO Ó

À POLÍCIA

Desapareceu no dia 22 de novembro próximo passado, do colégio da Rua de Santana,


pertencente à Exma. Sra. D. Ana Pinto, a ingênua Maria do Ó, idade 10 anos, sinais de
bexiga [varíola] pelo rosto e cor fula [negra tendente à amarelada]. É muito
desembaraçada, pertencente ao Sr. capitão José Paulo de Azevedo Sodré, morador em
Maricá, fazenda do Coqueiro. Gratifica-se quem levá-la à Rua da Misericórdia n.º 60.
"Jornal do Commercio" (RJ), 11/12/1887, número 345, página 5, terceira coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_07/19272
1888

TURÍBIA

TURÍBIA

Escrava fugida

Continha fugida desde 7 de julho próximo passado a escrava Turíbia, propriedade de


Manoel Antônio Mendes, levando em sua companhia um filho do cor parda, hoje de 7
meses de idade; intitula-se livre e está pelos lados de Santa Luzia, onde mora o seu
sedutor, português e carroceiro com quem vive amancebada. Protesta-se [Promete-se
agir] com todo o rigor da lei contra quem a tiver acoitada [abrigada], e gratifica-se a
quem a levar à Rua Saldanha Marinho n.º 13 B, ou à Rua do Senado n.º 21.

"Jornal do Commercio" (RJ), 14/1/1888, número 14, página 4, penúltima coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_07/19513

LOURENÇA

[Observação: aparentemente, este é o último anúncio de fuga de escravos publicado


nos periódicos brasileiros, apenas 20 dias antes da assinatura da Lei Áurea.]

ESCRAVA FUGIDA

Lourença, fugiu ontem da Rua do Senado n.º 19, onde se achava alugada, com os
seguintes sinais: de cor pardo-escura, idade 20 anos, baixa e gorda, bons dentes. Quem
der notícias certas na Rua da Misericórdia n.º. 128, ou a seu senhor João Antunes C.
Benjamim no Rio Bonito, será bem gratificado, e incorrerá nas penas da lei quem
acoitá-la [abrigá-la], e /terá/ de pagar 1$ diários.
"Jornal do Commercio" (RJ), 23/4/1888, número 114, página 5, quinta coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_07/20160

O anúncio foi repetido no dia seguinte.

"Jornal do Commercio" (RJ), 24/4/1888, número 115, página 5, penúltima coluna.

http://memoria.bn.br/DocReader/364568_07/20166

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