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3 (OK) José Carlos Libâneo - Didática Objeto de Estudo PDF
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Resumo
O texto discute o objeto de estudo e os conceitos fundantes da didática face aos embates
correntes em relação ao seu campo disciplinar e investigativo. A partir de sua
identificação como mediação da unidade ensino-aprendizagem na relação com um saber
em situações pedagógicas contextualizadas, são extraídas derivações para o campo
investigativo e profissional.
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A análise dos percalços envolvendo a didática pode ser mais bem compreendida
desde uma determinada visão de seu campo disciplinar, delineado com base na teoria
histórico-cultural e em outras contribuições teóricas. Sua especificidade epistemológica
é o processo instrucional que orienta e assegura a unidade entre o aprender e o ensinar
na relação com um saber, em situações contextualizadas, nas quais o aluno é orientado
em sua atividade autônoma pelos adultos ou colegas, para apropriar-se dos produtos da
experiência humana na cultura e na ciência, visando o desenvolvimento humano. Este
processo é designado mediação didática, isto é, mediação das relações do aluno com os
objetos de conhecimento (aprendizagem), em contextos sociais e culturais concretos, em
que se articulam o ensino, a aprendizagem e o desenvolvimento.
Entre os elementos constitutivos dessa formulação, o primeiro é a unidade entre
ensino e aprendizagem, expressa na palavra russa obutchenie, cuja tradução literal é
instrução (PRESTES, 2010). Diferentemente do significado convencional no Brasil de
transmissão de conhecimento, de conotação pejorativa, a palavra se refere na língua
russa ao processo simultâneo de instrução, ensino, estudo, aprendizagem. A instrução,
assim, é a forma de organização do processo de apropriação, na qual está implicados o
ensino (o que o professor faz) e a aprendizagem (o que o aluno faz), ou seja, o ensinar
por meio da atuação de outra pessoa no processo de aprendizagem.
O segundo refere-se ao entendimento, na perspectiva histórico-cultural, de que a
aprendizagem envolve a apropriação pelo indivíduo da experiência social e histórica
expressa nos conhecimentos e modos de ação que, com a adequada orientação do
ensino, leva ao desenvolvimento mental, afetivo e moral dos alunos. Ou seja, no ensino
se lida com saberes e com a relação com os saberes.
O terceiro elemento diz respeito ao fato de que o processo de apropriação
envolve a formação de conceitos científicos para além dos conceitos empíricos, cuja
peculiaridade consiste em que a principal função da escola é atuar no desenvolvimento
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escolar não é o conteúdo em si nem o aluno. Uma visão da didática baseada nos saberes
a aprender se opõe a uma forte tradição escalonovista e de educação popular em nosso
país, assim como a uma visão tradicional. Os conteúdos devem ser vistos como o
conjunto de conhecimentos teóricos de uma disciplina, constituídos social e
historicamente, produtos do desenvolvimento mental humano, considerados importantes
para a formação geral dos alunos. Davydov escreve que “o ensino realiza seu papel
principal no desenvolvimento mental, antes de tudo, por meio do conteúdo do
conhecimento a ser assimilado” uma vez que, ainda segundo esse autor, os conteúdos
são os meios para a formação dos processos mentais. Por isso dizemos que a didática
ocupa-se dos processos de ensino e aprendizagem referentes ao ensino de conteúdos
específicos, em situações socioculturais concretas.
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