Você está na página 1de 20

CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

Primeiro Semestre 2019


Quinto ano académico

Laboratório de operações unitárias II


RELATÓRIO
Prática no.2

Título: COLUNA DE DESTILAÇÃO CE 600


Turma_EQM9-M1
Equipa nº3
1. Constiuída por:
2. Dian Dasala-20151547
3. Mariana da Cunha-20151402
4. Giraúl Brito-20152351
5. Kátia Gáspar-20154315
6. Francisco José

Profº. Letícia Torres

Data de elaboração do RELATÓRIO 16 de Abril de 2019


Índice

RESUMO .................................................................................................................... 6

ABSTRACT ................................................................................................................. 7

I- INTRODUÇÃO .................................................................................................... 8

I.1 OBJECTIVOS ................................................................................................... 10

Objectivo geral: .................................................................................................. 10

Objectivos específicos: ...................................................................................... 10

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 11

III. MATERIAIS E MÉTODO .................................................................................. 13

III.1 Descrição do equipamento ............................................................................. 13

III.2 Procedimento Experimental ............................................................................ 14

IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 15

V. Conclusão ......................................................................................................... 18

V.1 Sugestões ....................................................................................................... 18

VI-BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 19

ANEXOS ................................................................................................................... 20
Índice de figuras

Fig.1. Coluna de destilação com refluxo. ............................................................................ 8

Fig.2. Equílibrio L-V em estágios ........................................................................................ 9

Fig.3. Planta de destilação de modelo UOP3CC (Armfield) suportada em uma estrutura de


aço tubular ........................................................................................................................ 11

Fig.4 e 5. Curva da fracção mássica de etanol em função do índice de refração ; Curva da


fracção mássica de etanol em função da densidade. Fonte (ARAÚJO et al, 2015, p.4) ... 12

Fig.6 e 7. Esquema e equipamento GUNT CE 600........................................................... 13

Fig.8. Gráfico da fração mássica de etanol vs o índice de refração da solução. ............... 15

Fig.9. Gráfico da fração mássica de etanol vs a densidade da solução. ........................... 15

Fig.10. Perfil de temperaturas ao longo da coluna de destilação. ..................................... 20

Fig.11. Densidade em função da fracção mássica de etanol (linhas) e da temperatura


(colunas) ........................................................................................................................... 20
Indice de tabelas

Tab.1. Frações mássicas de amostras retiradas do topo e da base da coluna......... 12

Tab.2. Densidades e índices de refração das soluções analíticas e fração mássica de


etanol em cada. ......................................................................................................... 15

Tab.3. Frações mássicas de etanol nas amostras de topo e de base ou fundo. ....... 16
SIMBOLOGIA E NOMENCLATURA
Símbolo Significado Unidade
n Índice de refração adimencional

XEtOH Fração mássica de %


etanol

d Densidade (massa g/ml


específica)
6

RESUMO

A destilação é um processo de separação fundamental em engenharia química, no que


toca garantia da pureza requerida de um determinado produto. Esta técnica usa como força
motriz a volatilidade relativa dos componentes, e é uma alternativa para a evaporação
quando a diferença de pontos de ebulição entre os seus componentes não é significativa.
Trata-se de uma operação bastante versátil, podendo se adaptar a diversas configurações:
como destilação contínua, batelada, com arraste de vapor, com retificação,
multicomponente, ou ainda com reação, como é o caso da destilação reactiva aplicada na
obtenção do biodiesel. Para a prática realizada foram preparadas 4 soluções analíticas de
concentração conhecida, que permitiram o traçado do gráfico de fração mássica de etanol
versus o índice de refração. Com a condição de refluxo nulo (sem retificação) e, através
das medições dos índices de refração e com apoio do gráfico de referência determinaram-
-se as frações mássicas de etanol no destilado e resíduo. A técnica de refratômetria
mostrou alta aplicabilidade para a avaliação da pureza das amostras, embora esteja
limitada, devido a imprecisão em concentrações superiores a 70%. Além disso as frações
de topo determinadas foram ligeriamente menores que as requeridas em uma destilação
simples, tendo sido maioritariamente justificadas pela condição de refluxo nulo e estado da
matéria prima utilizada.

Palavras-chave: Destilação; GUNT CE 600; Fração mássica; Refratômetria;


7

ABSTRACT

Distillation is a fundamental separation process in chemical engineering, which guarantees


the required purity of a given product. This technique uses as the driving force the relative
volatility of the components and is an alternative for evaporation when the difference in
boiling points between its components is not significant. It is a very versatile operation and
can be adapted to different configurations: continuous distillation, batching, steam
traversing, rectifying, multicomponent, or even reacting, as is the case of reactive distillation
applied to obtain biodiesel. For the practice, 4 analytical solutions of known concentration
were prepared, which allowed the plotting of the ethanol mass fraction plot versus the
refractive index. With the condition of null reflux (without rectification), the mass fractions of
ethanol in the distillate and residue were determined through the measurements of the
refractive indices and with the support of the reference graph. The refractometry technique
showed high applicability for the evaluation of the purity of the samples, although it is limited
due to imprecision in concentrations higher than 70%. In addition, the determined top
fractions were slightly smaller than those required in a simple distillation, and were mostly
justified by the zero reflux condition and the state of the raw material used.

Keywords: Distillation; GUNT CE 600; Mass fraction; Refratometry;


8

I- INTRODUÇÃO

A destilação é um método de separação preferencialmente aplicado para soluções


cujos componentes apresentam uma volatilidade relativa considerável. Pois, o requisito
básico para separar uma mixtura em seus componentes por este método, é que a
composição do vapor seja distinta da composição do líquido com o qual está em equilibrio
no ponto de bolha.(GEANLOPLIS, 1998)
A destilação destaca-se como o método mais amplamente usado de para atingir este
objetivo (separação multicomponente) sendo a operação chave em qualquer refinaria de
petróleo. (RICHARDSON et al, 2002)
Em função da configuração para operação, a destilação pode sofrer várias
denominações, tendo como destaque: destilação simples, destilação a vácuo, destilação
por arraste de vapor, destilação instantânea (Flash) e destilação fraccionada ou ainda
destilação com refluxo (retificação). Quanto ao regime independentemente da configuração
pode ser contínua ou batelada.
Em colunas deste genéro, os aspectos de
projeto essenciais são a razão de reluxo
operacional e o número de pratos e / ou estágios
de equilíbrio, calculados mediante o emprego de
métodos como Mchabe-Thiele e Ponchon
Savarit que empregam respectivamente apenas
balanço de massa e balanço de massa
associado ao balanço de energia. Em colunas
de retificação sob uma especifca razão de
refluxo uma quantidade é re-introduzida no topo
da coluna, que incrementará o contacto vapor-
líquido.(HENLEY; SEADER)

Fig.1. Coluna de destilação com refluxo.


Fonte: Richardson et al (2002)
9

Nessa coluna ocorrem pelo raciocínio de Geankoplis (1998, p.722) :

...uma série de etapas de vaporização instantânea, de maneira que os produtos


gasosos e líquidos de cada etapa fluam em contracorrente. O líquido de uma etapa
se conduz ou flui a etapa inferior e o vapor de uma etapa flui para cima em direção
a etapa superior. Por conseguinte, em cada etapa entra uma corrente de vapor
Vn+1 e uma corrente Líquida Ln, que se mixturam e alcançam seu equilíbrio, e
desta etapa sai uma corrente de vapor e uma corrente de líquido em equilíbrio.

Fig.2. Equílibrio L-V em estágios

Para a procedimento adoptado na aula experimental, a coluna do equipamento GUNT


CE 600 Equipamento de Retificação Continua foi operada sem refluxo, isto é, foi usada
uma configuração de destilação simples. Com uma destilação convencional ou simples, é
possível obter uma solução no máximo de 95,6% de etanol em termos mássicos. (
MCCABE et. al, 1993). Entretanto, torna-se de difícil obtenção uma pureza a partir de 90%
em peso de álcool com esta operação unitária, devido à proximidade do ponto de
azeotropia. No entanto, independentemente do tipo de destilação empregada, é
preponderante avaliar a eficácia do processo de separação, o que pode ser realizado pela
avaliação da pureza do produto de topo por exemplo. Para tal, é feito uso de um aparelho
que meça o índice de refração. (refratometro)
O índice de refração é uma propriedade física que pode ser utilizada na caracterização
e identificação da pureza de líquidos, sendo definido como a razão entre a velocidade da
luz no vácuo e na substância analisada devido a interação de ondas eletromagnéticas com
a matéria (Singh, 2002, apud GALVÃO et al 2015)
Uma vez que o índice de refração de uma mistura varia com a concentração de cada
componente a medida deste índice pode fornecer a informação da quantidade de
determinada espécie na solução. Para tanto, utiliza-se um refratômetro, o qual é baseado
na medida do ângulo limite (ângulo crítico,  ) numa reflexão total. ( Perry et. al, 1997 apud
ARAUJO et al 2015)
Baseando-nos neste índice de refração foram elaborados gráficos de índice de
refração das amostras retiradas no topo e fundo, versus fracção mássica e massa
específica versus fracção mássica de etanol
10

I.1 OBJECTIVOS

Objectivo geral: Realizar a destilação contínua de uma mixtura binária de etanol/água


no equipamento GUNT CE 600 Equipamento de Retificação Continua sem refluxo.

Objectivos específicos:
➢ Familiarizar com os procedimentos de manuseio do refratômetro;
➢ Elaborar gráficos de entre índice de refração, massa específica (densidade) e
fracção mássica de etanol;
➢ Utilizar as técnicas de refratometria para avaliar a pureza dos produtos e
consequentemente a eficiência da destilação;
11

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este relatório teve como crucial base de comparação o trabalho elaborado por
estudantes da Universidade Federal de Campina Grande ( Brazil) onde foi avaliado o
comportamento de uma unidade de destilação, em escala piloto.

Tendo sido conduzida a operação em batelada, e com o auxílio de softwares


específicos foi providenciada a coleta de dados em tempo real. No procedimento
de operação utilizando, diferentes estados estacionários foram alcançados com o
auxílio de um controlador PI. (ARAÚJO et al, 2015, p.2)

A unidade de destilação utilizada pode ser visualizada na


figura ao lado. Esta consistia de uma coluna de destilação e
demais equipamentos necessários suportados em uma estrutura
de aço tubular, cuja altura total não excede 2,5 m. A unidade de
destilação é constituída basicamente por duas colunas de pratos
perfurados com 4 estágios cada, separadas por uma seção de
alimentação central. Um painel de controle realiza a comunicação
da unidade com um computador e também permite a leitura e
controle de variáveis. Um controlador PID externo de modelo
PCT20H foi utilizado para controle da carga térmica do
refervedor. A análise da fração mássica de etanol dos produtos
de topo e base foi realizada por meio de técnicas baseadas na
densidade e no índice de refração. (ARAÚJO et al, 2015)
Fig.3. Planta de destilação de modelo
UOP3CC (Armfield) suportada em
uma estrutura de aço tubular
Fonte: (ARAÚJO et al, 2015)

Por meio de 15 soluções preparadas (de pureza analitica de etanol) procedeu-se


gradativamente a obtenção de mixturas com fracções mássicas conhecidas. Em seguida
foram registrados os valores de suas densidades e índices de refração (média de uma
triplicata)e foram então traçados os seguintes gráficos: (ARAÚJO et al, 2015)
12

Fig.4 e 5. Curva da fracção mássica de etanol em função do índice de refração ; Curva da fracção
mássica de etanol em função da densidade. Fonte (ARAÚJO et al, 2015, p.4)

Tendo em vista a região de maior confiabilidade (na relação entre fração mássica e
índice de refração) é indicado que o índice de refração seja utilizado
preferencialmente para concentrações inferiores a 70%. Em amostras em que altas
concentrações são esperadas (produto de topo, por exemplo), tal medida pode ser
utilizada apenas como uma direção, porém imprecisa. (ARAÚJO et al, 2015, p.4)

Tendo sido utilizada como alimentação uma solução de 26,54% em massa de etanol,
iniciou-se a coleta de dados com o supervisório e, foram obtidos os seguines resultados:
Tab.1. Frações mássicas de amostras retiradas do topo e da base da coluna.
Amostra XEtOHI XEtOHII Legenda
A T-86,89% B-20,33% T-89,94% B-21,04% T- Topo
B T-89,67% B-21,06% T-93,29% B-21,54% B- Base
C T-89,44% B-20,38% T-88,26% B-22,04% XEtOHI-densidade vs X
D T-89,78% B-19,40% T-87,05% B-21,54% XEtOHII-indice de R. vs X
Fonte: Adaptado (ARAÚJO et al, 2015)

Experimentalmente, comprovou-se a existência de dois pontos para cada índice de


refração em composições superiores a 70% em massa. Além disso, determinação
da fração mássica de amostras retiradas do topo e da base através uma das
técnicas apresentou uma região de aplicabilidade limitada. Por fim, o produto de
topo obtido, alcançou uma composição próxima ao limite estabelecido pelo ponto
de azeotropia da solução água-etanol, evidenciando a eficácia do equipamento no
processo de separação (ARAÚJO et al, 2015, p.6)
13

III. MATERIAIS E MÉTODO

III.1 Descrição do equipamento

Fig.6 e 7. Esquema e equipamento GUNT CE 600.

1. Condensador de produto topo 5. Válvulas (taxa de refluxo) 7. 9. Tanque de produtos de fundo


1. 2. Tanque de separação de fases
3. 6. Bandejas de peneira ou coluna
8. 10. Tanque de alimentação
3. Medidores de fluxo de água de empacotada 11. Cabine de distribuição com
resfriamento 4. 7. Tocadores de calor inferiores monitores e controles
2. 4. Evaporadores 5. 8. Bombas de alimentação 12. Tanque de produto de topo
6. 9. 13. Bomba de jato de água

A destilação é utilizada para separar misturas líquidas constituídas por líquidos


individuais solúveis uns nos outros. A rectificação refere-se à destilação em contrafluxo.
Etanol/água é recomendado como a mistura líquida para o CE 600. Ele é introduzido na
coluna. Evapora parcialmente no caminho para o fundo da coluna, onde é aquecido até a
ebulição. O vapor misturado produzido desloca-se então para cima na coluna. O vapor
misturado contém uma concentração mais elevada do componente com o ponto de
ebulição mais baixo (etanol). Deixa o topo da coluna e é condensado utilizando um
condensador e um tanque de separação de fases. Parte deste condensado é recolhida num
depósito como produto, enquanto o resto seria reentroduzido na coluna.
14

Aqui, ao descer, o condensado é submetido a mais aquecimento e troca de material


com o vapor misturado ascendente. Esta troca faz com que a fase de vapor se torne mais
rica em etanol e a fase líquida se torne mais rica em água. A fase líquida move-se para o
fundo e pode ser recolhida em dois tanques.
Um permutador de calor permite que a alimentação seja pré-aquecida pelo produto
de fundo levado para longe da coluna. Uma coluna de bandeja de peneiração e uma coluna
de enchimento estão disponíveis. A coluna da bandeja de peneiração tem três conexões
em diferentes alturas para a alimentação. A coluna embalada é preenchida com anéis
Raschig. A taxa de refluxo é ajustada usando válvulas.
Os valores medidos relevantes são registados pelos sensores, exibidos e podem ser
processados num PC. O software também permite controlar a temperatura no topo da
coluna ou no fundo da coluna (evaporador).1

III.2 Procedimento Experimental

2ª–Parte
1. Preparação da solução em uma proporção de 2:1 , sendo 910 ml de etanol e 1820
ml de água.
2. Vazou-se a solução preparada para o evaporador.
3. Ligou-se o equipamento sem o refluxo activado.
4. Após ligado o equipimento fez-se a coleta de amostras de 2 em 2 minutos sendo no
topo (2) e no fundo (6).
5. As amostras obtidas foram submetidas a medição do indice de refração, sendo antes
submetidas ao banho maria até a temperatura de 20ºC.
15

IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Relativamente as quatro soluções de concentração conhecida, fez-se o uso da tabela


(localizada nos anexos) disponibilizada pelo manual do equipamento de Retificação
contínua- CE600 para a determinação da fracção mássica de etanol por interpolação em
cada uma das solução em função da temperatura (27ºC) e das respectivas densidades
determinadas. Após a aquisição dos índices de refração, foram elaborados os seguintes
gráficos e tabelas:

Tab.2. Densidades e índices de refração das Fração mássica vs índice de refração


soluções analíticas e fração mássica de etanol
em cada. 100
Solução XEtOH Fracção mássica de etanol (%) 80

(% de etanol) (%) n d (g/ml) 60


40
25 13.28 1.346 0.975 y = 80471x2 - 215358x + 144096
20 R² = 0.9978
50 32.39 1.355 0.945
0
75 49.17 1.361 0.91 1.345 1.350 1.355 1.360 1.365 1.370
Indice de refracção
100 67.33 1.365 0.868
Fonte: Autor (2019)
Fig.8. Gráfico da fração mássica de etanol vs o
índice de refração da solução.
Fonte: Autor (2019)
Fracção mássica vs densidade
Estes gráficos permitem prever a variação
80
Fracção mássica de etanol (%)

70 da fração mássica com base em duas


60
50
y = -499.37x + 502.21 variáveis: densidade e índice de refração.
R² = 0.9922
40
Tal pode ser realizado graficamente ou
30
20 ainda mediante o emprego das equações
10
0 linear e polinomial representadas nos
0.86 0.88 0.9 0.92 0.94 0.96 0.98 1
gráficos. uma vez que a qualidade do ajuste
Densidade (g/ml)
é favorável.
Fig.9. Gráfico da fração mássica de etanol vs a
densidade da solução. Fonte: Autor (2019)
16

Em seguida apresentamos os resultados da medição dos índices de refração das


amostras de topo e base em intervalos de 2 min, bem como os valores das respectivas
frações mássicas, mediante a equação: XEtOH= 80471 ∗ 𝑛2 − 215358 ∗ 𝑛 + 144096 ; …eq.1
e ainda, os perfis de temperatura ao longo da coluna poderão ser observados nos anexos:

Tab.3. Frações mássicas de etanol nas amostras de topo e de base ou fundo.


Amostra n (Topo) XEtOH (Topo) n (Base) XEtOH (Base)
1 1.361 51.885 1.340 10.008
2 1.366 72.317 1.337 9.819
3 1.366 72.317 1.336 10.078
4 1.366 72.317 1.335 10.498
Fonte: Autor (2019)

Os resultados das frações foram razoávelmente satisfatórios atendendo a


configuração adoptada para a prática de uma coluna operando sem refluxo. Com base na
equação 1 torna-se claro que para uma deterimada fração mássica, podem existir dois
valores do índice de refração, no entanto a aproximação quadrática é a mais adequada
após a regressão, o que restringe o uso de uma equação linear que resultaria em um ajuste
de menor qualidade. Ainda assim, a utilização do índice de refração para carecterização da
pureza de uma amostra, é uma metodologia rápida e precisa (dentro da faixa de
aplicabilidade); pois em amostras contendo altas concentrações, (produto de topo, por
exemplo), tal medida pode ser utilizada apenas como uma direção, porém imprecisa.

Foi ainda possível verificar a através das frações o princípio de uma destilação em se
obter um destilado mais rico no componente mais volátil a passo que no resíduo acontece
o inverso, sendo neste caso constituído na sua maioria por água.

No entanto para um processo de destilação resultados obtidos para o produto de topo


(destilado) são ligeiramente baixo, estando afastados do valor de 90% (limite de azeotrópia)
em massa de etanol, o que pela análise feita possa ser justificado pelas seguintes
hipóteses:
17

Refluxo Nulo

Como já foi mencionado nos cápitulos anteriores, o refluxo representa a porção


(líquida) do vapor que entra condensador, que retorna a coluna de destilação. Este líquido
por sua vez pelo conceito de coluna da retificação ele se desloca por gravidade
verticalmente para baixo, e em contra-corrente, o que promove um maior contacto líquido-
vapor que resultará em um enriquecimento do componente mais volátil no vapor ao longo
da coluna e consequentemente no destilado. No caso de um refluxo nulo tal enriquecimento
não acontece, e desta forma menor será a fração mássica do componente mais volátil no
topo, devido uma ligeira porção que pelo facto uma fraca troca térmica e material
concentrou-se no produto de fundo indesejávelmente.

Origem da solução pura de etanol utilizada para a preparação das quatro


soluções de composição conhecida.

Caso solução de etanol (segundo o informado ) utilizada para o preparo das 4


soluções estivesse comprometida de modos que a concentração fosse inferior aos 100%
de etanol, implicaria frações mal calculadas em consideração aos índices de refração
medidos. Ou seja, um determinado índice de refração estaria associado a uma “falsa”
fração mássica o que por conseguinte levaria a elaboração incorreta do gráfico de
referência (figura 6). Com isto, as frações das amostras de topo e base também estariam
associadas a erros.

Erro de operador na leitura dos índices de refração

A incorreta leitura dos índices de refração das quatro soluções também acarretaria
erros na elaboração do gráfico (figura 6) e como consequência na conversão dos dados
dos índices das amostras em frações.
18

V. Conclusão

Conseguimos nos familiarizar com mais um equipamento do Laboratório de


Operações Unitárias, nomeadamente GUNT CE 600.
Através da destilação em escala piloto foi possivel nos familiarizar com técnica de
destilação em uma escala mais próxima a industrial, como não só, evidenciar de modo
prático o comportamento dos perfis de temperatura ao longo da coluna, e a influência da
razão de refluxo na eficácia do processo.
Introduzimos com sucesso em nosso conhecimento os procedimentos de manuseio
do refratômetro, para determinação dos índices de refração de amostras. Além disso
comprovamos a aplicabilidade desta técnica para caracterização ou avaliação da pureza
dos produtos que, por sua vez, está intimamente associada a eficiência do processo.
Embora possua suas vantagens, a técnica de refratômetria é meio imprecisa para análise
de concentrações altas (como acontece no destilado) estando limitada por frações
mássicas de 70%.
De um modo geral os valores das frações calculados foram relativamente baixos aos
esperados quando comparados ao trabalho argumentado no Capitulo II. Tendo sido
justificadas tas variações devido:
Refluxo nulo;
Estado da solução de etanol utilizada como Matéria Prima;
Erro de operador;

V.1 Sugestões

Para futuras práticas associadas a tal equipamento deixamos as seguintes sugestões:


1. A medição das densidades das 4 amostras de topo e da base, permitiria o cálculo
das respetivas frações por meio do gráfico fração versus densidade (figura7) o que
introduziria uma base de comparação com o método baseado no refratômetro;
2. Uma prática associada a determinação do número de estágios necessários para
uma determinada alimentação e frações de destilado e resíduo, que permitisse a
aplicação do método Poncho-Savarit para o projeto de colunas seria bastante benéfica.
19

VI-BIBLIOGRAFIA

1. ARAUJO, W. R; OLIVEIRA, R. C.; ARAUJO, C. V.; BRITO, R.; JÚNIOR, H.,


Operação De Destilação Etanol-Água Conduzida Em Uma Coluna De Destilação Piloto.
Revista Conepetro. Salvador. Maio,2015. V.19, p.536.
2. FOUST, A. S. Princípios das Operações Unitárias. 2ªed. Rio de Janeiro: LTC, 1982.V1
3. GALVÃO, A. C; ROBAZZA, W. D; DA SILVA, I. R; DE ALMEIDA, C. M. Estudo do
índice de refração de soluções líquidas binárias formadas por álcool e água em diferentes
temperaturas. Ciência e Natura. Santa Maria. 4, Set-Dez, 2015. V.37, p641-650
4. GEANKOPLIS, C. J. Procesos De Transporte Y Operaciones Unitarias. 3ªed.
México: Compañía editorial continental, S.A. de C.V, 1998.
5. GOMIDE, R. Operações Unitárias: separações mecânicas. São Paulo: Edição do
Autor, 1980.
6. HENLEY, E. J; SEADER, J. D. Equilibrium-Stage Separation Operations in Chemical
Engineering. 1ªed. New York: John Wiley & Sons-Inc, 1981.
7. MCCABE, W.; SMITH, J.; HARRIOTT, P. Operações Unitárias em Engenharia
Química. 5ª. ed. Singapura: McGraw-Hill Book Co, 1993.
8. MCCABE, W.; SMITH, J.; PETER, H. Operações Unitarias em Engenharia Química.
4ª. ed. [S.l.]: McGraw-Hill Inc, 1985.
9. RICHARDSON, J. F; HARKER, J.; BACKHURST, J. Chemical Engeneering. 5ª. ed.
Londres: Copyright Lincensing Agency Ltd, v. II, 2002.
10. WALAS, S. M., Chemical Process Equipment-Selection and Design. 1ª ed.
Washington: Butterworth-Heinernam, 1990
20

ANEXOS

Perfil de temperaturas ao longo da coluna


100
T3- evaporador

80 T4-prato 1

Temperatura (ºC)
60 T6 - Prato 3

40 T8 - Prato 5

20
T 10 - Prato 7
0
0 1 2 3 4 5 6 7 T 12 -Topo
Tempo (min)
Fig.10. Perfil de temperaturas ao longo da coluna de destilação.
Fonte : Autor (2019)

Fig.11. Densidade em função da fracção mássica de etanol (linhas) e da temperatura (colunas)


Fonte: GUNT HUMBERG (2009)

Você também pode gostar