Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apostila Completa de Exercícios para o 1º Bimestre - 3001, 3002 e 3003 e 2eja Noite
Apostila Completa de Exercícios para o 1º Bimestre - 3001, 3002 e 3003 e 2eja Noite
ALEX GUIMARÃES
ALUNO(A):_____________________________________________ TURMA: 3001 A 3003/ 2EJA A e B NOITE
BIMESTRE I
ATIVIDADE AVALIATIVA 1
1) Preencha a cruzadinha com línguas originadas do latim.
P
O
R
T
U
G
U
Ê
S
Texto I
Um ato de criatividade pode gerar um modelo produtivo. Foi o que aconteceu com a palavra sambódromo, criativamente
formada com a terminação -(o)dromo (=corrida), que figura em hipódromo, autódromo, cartódromo, formas que designam
itens culturais da alta burguesia. Não demoraram a circular, a partir de então, formas populares como rangódromo, beijódromo,
camelódromo.
AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da língua portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008
Texto II
Existe coisa mais descabida do que chamar de sambódromo uma passarela para desfile de escolas de samba? Em grego,
-dromo quer dizer “ação de correr, lugar de corrida”, daí as palavras autódromo e hipódromo. É certo que, às vezes, durante
o desfile, a escola se atrasa e é obrigada a correr para não perder pontos, mas não se descoloca a velocidade de um cavalo
ou de um carro de Fórmula 1.
GULLAR, F. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 3 ago. 2012.
Há nas línguas mecanismos geradores de palavras. Embora o texto II apresente um julgamento de valor sobre a
formação da palavra sambódromo, o processo de formação dessa palavra reflete:
Na representação escrita da conversa telefônica entre a gerente do banco e o cliente, observa-se que a maneira de falar
da gerente foi alterada de repente devido:
7.
Os amigos F.V.S., 17 anos, M.J.S., 18 anos, e J.S., 20 anos, moradores de Bom Jesus, cidade paraibana na divisa com o Ceará, trabalham o
dia inteiro nas roças de milho e feijão. “Não ganhamos salário, é ‘de meia’. Metade da produção fica para o dono da terra e metade para a
gente.” (Folha de São Paulo, 1° jun. 2002)
Os jovens conversam com o repórter sobre sua relação de trabalho. Utilizam a expressão “é de meia” e, logo em seguida,
explicam o que isso significa. Ao dar a explicação, eles:
8.
I. A língua falada é mais solta, livre, espontânea e emotiva, pois reflete contato humano direto.
II. A língua escrita é mais disciplinada, obedece às normas gramaticais impostas pelo padrão culto, dela resultando um texto mais
bem elaborado.
III. A linguagem culta, eleita pela comunidade como a de maior prestígio, reflete um índice de cultura a que todos pretendem
chegar.
IV. A linguagem popular é usada no cotidiano, não obedece rigidamente às normas gramaticais.
Aí, galera
8. O texto mostra uma situação em que a linguagem usada é inadequada ao contexto. Considerando as diferenças entre língua
oral e língua escrita, assinale a opção que representa também uma inadequação da linguagem usada ao contexto:
a) “O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito.” (Um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai
passando.)
b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” (Um jovem que fala para um amigo.)
c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação.” (Alguém comenta em um reunião de trabalho.)
d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de secretária executiva desta conceituada empresa.” (Alguém
que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.)
e) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca
comida nos lares brasileiros.” (Um professor universitário em um congresso internacional.)
9. Em todas as alternativas há marcas de oralidade, isto é, expressões típicas da linguagem falada, exceto:
A)Se você ficar olhando pra ela feito bobo, a manga cai em cima de sua cabeça.
B)“Peraí, mãe. Acho que tô a ponto de desmaiar.”
C)As variações da língua de ordem geográfica são chamadas de regionalismos.
D)“Dizque um chega, logo dão terra pra ele cultivar... É lavoura de café...”
E)“Engraçadinho de uma figa! Como você se chama?”
10. “É bom quando a gente volta da escola, não tem nada de bom passando na TV normal, aí a gente pega e liga a TV a cabo,
que tem sempre alguma coisa boa pra ver.” (Sérgio Cleto Jr.)
11. “A gíria desceu o morro e já ganhou rótulo de linguagem urbana. A gíria é hoje o segundo idioma do brasileiro. Todas as
classes sociais a utilizam.” (Karme Rodrigues). Assinale a alternativa em que não se emprega o fenômeno linguístico tratado no
texto.
A)Aladarque Cândido dos Santos, enfermeiro, apresentou-se como voluntário para a missão de paz. Não tinha nada a ver com o
pato e morreu em terra estrangeira envergando o uniforme brasileiro.
B)Uma vez um passageiro me viu na cabine, não se conteve e disse: “Como você se parece com a Carolina Ferraz!”
C)Chega de nhenhenhém e blablablá, vamos trabalhar.
D)Há muitos projetos econômicos visando às classes menos favorecidas, mas no final quem dança é o pobre.
E)Cara, se, tipo assim, seu filho escrever como fala, ele tá ferrado.
14. Assinale a única alternativa em que não ocorre o emprego de expressões coloquiais.
A)“Nós, enquanto isso, continuaríamos condenados a dar duro oito horas por dia...”
B)“...após seis meses, todo aposentado sobe pelas paredes e implora para voltar a trabalhar.”
C)“Os americanos, ano após ano, trabalham seis horas a mais em relação ao ano anterior.”
D)A gente achava tudo um horror.
E)Me informaram que o pessoal conseguiu se arranjar.
15.
“Delivery Um povo com vergonha
Até para telepizza Da própria língua.
É um exagero. Já está entregue.”
Há quem negue? Luís Fernando Veríssimo
a) O título dado pelo autor está adequado, tendo em vista o conteúdo do poema? Justifique sua resposta.
b) O exagero que o autor vê no emprego da palavra “delivery” se aplicaria também à “telepizza”? Justifique sua resposta.
16.
Até quando?
I. Não adianta olhar pro céu V. Não adianta olhar pro chão
II. Com muita fé e pouca luta VI. Virar a cara pra não ver
III. Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer VII. Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque
Jesus
IV. E muita greve, você pode, você deve, pode crer
VIII. Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).
Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).
a) caráter atual, pelo uso de linguagem própria da c) tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
internet.
d) espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
b) cunho apelativo, pela predominância de imagens
metafóricas. e) originalidade, pela concisão da linguagem.
O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa
Nós fumos não encontremos ninguém Mas você devia ter ponhado um recado na porta
Nós voltermos com uma baita de uma reiva
Da outra vez nós num vai mais Um recado assim ói: "Ói, turma, num deu pra esperá
Nós não semos tatu! Aduvido que isso, num faz mar, num tem importância,
Assinado em cruz porque não sei escrever"
No outro dia encontremo com o Arnesto
Que pediu desculpas mais nós não aceitemos Arnesto.
A música composta por Adoniran Barbosa e Alocin é um claro exemplo do emprego da norma popular, uma das
variedades linguísticas do português brasileiro. Sobre a norma popular ou coloquial, é correto afirmar, exceto:
a) Tipo de variação linguística encontrada entre os falantes com menor poder aquisitivo e com menor exposição ao
conhecimento escolar. Denota uma ineficiência linguística por parte do falante, configurando-se como um erro a ser evitado
na comunicação.
b) A norma popular é uma variação linguística muito utilizada em situações informais de comunicação. Nela observa-se a
presença de regionalismos, marcas de oralidade, gírias e jargões próprios de uma determinada comunidade linguística.
c) As normas padrão e popular são variações linguísticas importantes, cada uma cumpre um papel específico na comunicação
de acordo com o contexto. É preciso que o falante adeque-se de acordo com os níveis de formalidade exigidos no momento
da fala e da escrita.
d) Embora seja importante, a norma popular tem validade como forma de comunicação, devendo ser evitada em situações que
exijam maior formalidade linguística.
18. Assinale a alternativa em que o(s) termo(s) em negrito do fragmento citado NÃO contém (êm) traço(s) da função emotiva da
linguagem.
a) Os poemas (infelizmente!) não estão nos rótulos de embalagens nem junto aos frascos de remédio.
b) A leitura ganha contornos de “cobaia de laboratório” quando sai de sua significação e cai no ambiente artificial e na situação
inventada.
c) Outras leituras significativas são o rótulo de um produto que se vai comprar, os preços do bem de consumo, o tíquete do
cinema, as placas do ponto de ônibus (...)
d) Ler e escrever são condutas da vida em sociedade. Não são ratinhos mortos (...) prontinhos para ser desmontados e
montados, picadinhos (...)
I. Resolvi estabelecer-me aqui na minha terra, município de Viçosa, Alagoas, e logo planeei adquirir a propriedade S. Bernardo,
onde trabalhei, no eito, com salário de cinco tostões.
II. Uma semana depois, à tardinha, eu, que ali estava aboletado desde meio-dia, tomava café e conversava, bastante satisfeito.
III. João Nogueira queria o romance em língua de Camões, com períodos formados de trás para diante.
IV. Já viram como perdemos tempo em padecimentos inúteis? Não era melhor que fôssemos como os bois? Bois com
inteligência. Haverá estupidez maior que atormentar-se um vivente por gosto? Será? Não será? Para que isso? Procurar
dissabores! Será? Não será?
V. Foi assim que sempre se fez. [respondeu Azevedo Gondim] A literatura é a literatura, seu Paulo. A gente discute, briga, trata de
negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se eu fosse escrever como falo, ninguém me lia.
Assinale a alternativa em que ambas as passagens demonstram o exercício de metalinguagem em São Bernardo:
20. (PUC/SP-2001)
A Questão é Começar
Coçar e comer é só começar. Conversar e escrever também. Na fala, antes de iniciar, mesmo numa livre conversação, é
necessário quebrar o gelo. Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde, como vai?” já não funcionam para engatar
conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol. No escrever também poderia ser assim, e deveria haver
para a escrita algo como conversa vadia, com que se divaga até encontrar assunto para um discurso encadeado. Mas, à diferença
da conversa falada, nos ensinaram a escrever e na lamentável forma mecânica que supunha texto prévio, mensagem já
elaborada. Escrevia-se o que antes se pensara. Agora entendo o contrário: escrever para pensar, uma outra forma de conversar.
Assim fomos “alfabetizados”, em obediência a certos rituais. Fomos induzidos a, desde o início, escrever bonito e certo. Era
preciso ter um começo, um desenvolvimento e um fim predeterminados. Isso estragava, porque bitolava, o começo e todo o resto.
Tentaremos agora (quem? eu e você, leitor) conversando entender como necessitamos nos reeducar para fazer do escrever um
ato inaugural; não apenas transcrição do que tínhamos em mente, do que já foi pensado ou dito, mas inauguração do próprio
pensar. “Pare aí”, me diz você. “O escrevente escreve antes, o leitor lê depois.” “Não!”, lhe respondo, “Não consigo escrever sem
pensar em você por perto, espiando o que escrevo. Não me deixe falando sozinho.”
Pois é; escrever é isso aí: iniciar uma conversa com interlocutores invisíveis, imprevisíveis, virtuais apenas, sequer imaginados de
carne e ossos, mas sempre ativamente presentes. Depois é espichar conversas e novos interlocutores surgem, entram na roda,
puxam assuntos. Termina-se sabe Deus onde.
(MARQUES, M.O. Escrever é Preciso, Ijuí, Ed. UNIJUÍ, 1997, p. 13).
Observe a seguinte afirmação feita pelo autor: “Em nossa civilização apressada, o “bom dia”, o “boa tarde” já não funcionam para
engatar conversa. Qualquer assunto servindo, fala-se do tempo ou de futebol.” Ela faz referência à função da linguagem cuja meta
é “quebrar o gelo”. Indique a alternativa que explicita essa função.
ATIVIDADE AVALIATIVA 3
21.
O canto do guerreiro
Aqui na floresta Quem há, como eu sou?
Dos ventos batida, Façanhas de bravos Quem vibra o tacape
Não geram escravos, Com mais valentia?
Que estimem a vida Quem golpes daria
Sem guerra e lidar. Fatais, como eu dou?
— Ouvi-me, Guerreiros, — Guerreiros, ouvi-me;
— Ouvi meu cantar. — Quem há, como eu sou?
Valente na guerra,
(Gonçalves Dias.)
Macunaíma (Epílogo)
Acabou-se a história e morreu a vitória.
Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia
mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos,
tudo era solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra não sabia
nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do Herói?
(Mário de Andrade.)
a) a função da linguagem centrada no receptor está ausente tanto no primeiro quanto no segundo texto.
b) a linguagem utilizada no primeiro texto é coloquial, enquanto, no segundo, predomina a linguagem formal.
c) há, em cada um dos textos, a utilização de pelo menos uma palavra de origem indígena.
d) a função da linguagem, no primeiro texto, centra-se na forma de organização da linguagem e, no segundo, no relato de
informações reais.
e) a função da linguagem centrada na primeira pessoa, predominante no segundo texto, está ausente no primeiro.
22.
Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá. Não tem como disfarçar: esta é
uma típica manhã de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem
respondidos na secretária eletrônica. Recados chatos. Contas para pagar que venceram ontem. Estou nervoso. Estou zangado.
CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).
Nos textos em geral, é comum a manifestação simultânea de várias funções da linguagem, com o predomínio,
entretanto, de uma sobre as outras. No fragmento da crônica Desabafo, a função da linguagem predominante é a
emotiva ou expressiva, pois
Quando o Chico Buarque escreveu o verso acima, ainda não tinha o “que você nem leu”. A palavra Neruda - prêmio
Nobel, chileno, de esquerda - era proibida no Brasil. Na sala da Censura Federal o nosso poeta negociou a proibição. E a música
foi liberada quando ele acrescentou o “que você nem leu”, pois ficava parecendo que ninguém dava bola para o Neruda no Brasil.
Como eram burros os censores da ditadura militar! E coloca burro nisso!!! Mas a frase me veio à cabeça agora, porque eu gosto
demais dela. Imagine a cena. No meio de uma separação, um dos cônjuges (me desculpe a palavra) me solta esta: me devolva o
Neruda que você nem leu! Pense nisso.
Pois eu pensei exatamente nisso quando comecei a escrever esta crônica, que não tem nada a ver com o Chico,
nem com o Neruda e, muito menos, com os militares. É que eu estou aqui para dizer um tchau. Um tchau breve porque, se me
aceitarem - você e o diretor da revista -, eu volto daqui a dois anos. Vou até ali escrever uma novela na Globo (o patrão vai
continuar o mesmo) e depois eu volto.
Mas aí você vai dizer assim: pó, escrever duas crônicas por mês, fora a novela, o cara não consegue? O que é uma
crônica? Uma página e meia. Portanto, três páginas por mês e o cara me vem com esse papo de Neruda? Preguiçoso, no
mínimo.
Quando faço umas palestras por aí, sempre me perguntam o que é necessário para se tornar um escritor. E eu
sempre respondo: talento e sorte. Entre os 10 e 20 anos, recebia na minha casa O Cruzeiro, Manchete e o jornal Última Hora. E lá
dentro eu lia (me invejem): Paulo Mendes Campos, Rubem Braga, Fernando Sabino, Millôr Fernandes, Nelson Rodrigues,
Stanislaw Ponte Preta, Carlos Heitor Cony. E pensava, adolescentemente: quando eu crescer, vou ser cronista.
Bem ou mal, consegui meu espaço. E agora, ao pedir de volta o livro chileno, fico pensando em como eu me sentiria
se, um dia, um desses aí acima escrevesse que iria dar um tempo. Eu matava o cara! Isso não se faz com o leitor (desculpe,
minha amiga, não estou me colocando no mesmo nível deles, não!) E deixo aqui uns versinhos do Neruda para as minhas leitoras
de 30 e 40 anos (e para todas):
Escuchas otras voces en mi voz dolorida Todo lo ocupas tú, todo lo ocupas
Llanto de viejas bocas, sangre de viejas súplicas, Voy haciendo de todas un collar infinito
Amame, compañera. No me abandones. Sigueme, Para tus blancas manos, suaves como las uvas.
Sigueme, compañera, en esa ola de angústia. Desculpe o mau jeito: tchau!
Pero se van tiñendo con tu amor mis palabras
(Prata, Mario. Revista Época. São Paulo. Editora Globo, Nº - 324, 02 de agosto de 2004, p. 99)
I - “Imagine a cena”.
II - “Sou um homem de sorte”.
III - “O que é uma crônica? Uma página e meia. Portanto, três páginas por mês e o cara me vem com esse papo de Neruda?”.
24.
Observe, ao lado, esta gravura de Escher: Na linguagem verbal, exemplos de aproveitamento de recursos equivalentes
aos da gravura de Escher encontram-se, com frequência,
a) nos jornais, quando o repórter registra uma ocorrência que lhe parece extremamente intrigante.
b) nos textos publicitários, quando se comparam dois produtos que têm a mesma utilidade.
c) na prosa científica, quando o autor descreve com isenção e distanciamento a experiência de que trata.
d) na literatura, quando o escritor se vale das palavras para expor procedimentos construtivos do discurso.
e) nos manuais de instrução, quando se organiza com clareza uma determinada sequência de operações.
25.
Texto IV:
Texto V:
26.
O telefone tocou.
— Alô? Quem fala?
— Como? Com quem deseja falar?
— Quero falar com o sr. Samuel Cardoso.
— É ele mesmo. Quem fala, por obséquio?
— Não se lembra mais da minha voz, seu Samuel?
Faça um esforço.
— Lamento muito, minha senhora, mas não me lembro. Pode dizer-me de quem se trata?
(ANDRADE, C. D. Contos de aprendiz. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.)
Pela insistência em manter o contato entre o emissor e o receptor, predomina no texto a função
a) metalinguística. d) emotiva.
b) fática. e) conativa.
c) referencial.
27.
A metalinguagem, presente no poema de Tristan Tzara, também é encontrada de modo mais evidente em:
b)
c)
d)
e)
27.
Disparidades raciais
Fator decisivo para a superação do sistema colonial, o fim do trabalho escravo foi seguido pela criação do mito da democracia
racial no Brasil. Nutriu-se, desde então, a falsa ideia de que haveria no país um convívio cordial entre as diversas etnias.
Aos poucos, porém, pôde-se ver que a coexistência pouco hostil entre brancos e negros, por exemplo, mascarava a manutenção
de uma descomunal desigualdade socioeconômica entre os dois grupos e não advinha de uma suposta divisão igualitária de
oportunidades.
O cruzamento de alguns dados do último censo do IBGE relativos ao Rio de Janeiro permite dimensionar algumas dessas
inequívocas diferenças. Em 91, o analfabetismo no Estado era 2,5 vezes maior entre negros do que entre brancos, e quase 60%
da população negra com mais de 10 anos não havia conseguido ultrapassar a 4ª. série do 1º. grau, contra 39% dos brancos. Os
números relativos ao ensino superior confirmam a cruel seletividade imposta pelo fator socioeconômico: até aquele ano, 12% dos
brancos haviam concluído o 3º. Grau, contra só 2,5% dos negros.
É inegável que a discrepância racial vem diminuindo ao longo do século: o analfabetismo no Rio de Janeiro era muito maior entre
negros com mais de 70 anos do que entre os de menos de 40 anos. Essa queda, porém, ainda não se traduziu numa proporcional
equalização de oportunidades.
Considerando que o Rio de Janeiro é uma das unidades mais desenvolvidas do país e com acentuada tradição urbana, parece
inevitável extrapolar para outras regiões a inquietação resultante desses dados.
Considerando as funções que a linguagem pode desempenhar, reconhecemos que, no texto acima, predomina a função:
28.
Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e ainda sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o significado.
Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo dizer: antipodático, sengraçante imprizido;
ou talvez, vicedito: indivíduo pedante, importuno agudo, falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de
palavra inventada, e, como adiante se verá, embirrando o hipotrélico em não tolerar neologismos, começa ele por se negar
nominalmente a própria existência.
(ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001) (fragmento).
Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depreende-se a predominância de uma das funções da
a) metalinguística, pois o trecho tem como propósito essencial usar a língua portuguesa para explicar a própria língua, por isso a
utilização de vários sinônimos e definições.
b) referencial, pois o trecho tem como principal objetivo discorrer sobre um fato que não diz respeito ao escritor ou ao leitor, por
isso o predomínio da terceira pessoa.
c) fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de estabelecimento de conexão com o leitor, por isso o emprego dos termos
“sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”.
d) poética, pois o trecho trata da criação de palavras novas, necessária para textos em prosa, por isso o emprego de “hipotrélico”.
e) expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a subjetividade do autor, por isso o uso do advérbio de dúvida “talvez”.
29. A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas
ecossistemas, que podem ser uma tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua
reprodução, crescimento e migrações.
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
30.
Predomina no texto a função da linguagem:
Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas, a) fática, porque o autor procura testar o canal de
O vento varria os frutos, comunicação.
O vento varria as flores... b) metalinguística, porque há explicação do significado das
E a minha vida ficava expressões.
Cada vez mais cheia c) conativa, uma vez que o leitor é provocado a participar de
De frutos, de flores, de folhas. uma ação.
[...] d) referencial, já que são apresentadas informações sobre
acontecimentos e fatos reais.
O vento varria os sonhos e) poética, pois chama-se a atenção para a elaboração
E varria as amizades... especial e artística da estrutura do texto.
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.