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Grupo 3
Allan Gilmour Anderson Junior
RA 075959
Introdução
Dado que aerofólios são utilizados em várias aplicações, principalmente na indústria aeronáutica
(para criar sustentação) e na indústria automobilística (para criar downforce), e que sua performance afeta
em grande parte a performance geral da máquina aonde ele é aplicado, pretende-se compreender melhor o
desempenho dos principais fatores que afetam seu funcionamento: o coeficiente de sustentação (CL) e o
coeficiente de arrasto (CD), de acordo com a abordagem adotada no projeto do aerofólio.
Utilizando-se um aerofólio bidimensional NACA0012, o objetivo do trabalho foi realizar um
estudo sobre a variação do CL e do CD com o ângulo de ataque, a fim de encontrar-se um modelo de
simulação que chegasse o mais perto possível dos dados encontrados na bibliografia.
O aerofólio NACA0012 foi desenvolvido na década de 1930, pelo Comitê Nacional para
Aconselhamento sobre Aeronáutica (NACA, da sigla em inglês). Os aerofólios NACA de 4 dígitos têm
seu nome dado de acordo com suas características, onde a primeira casa representa a casa decimal do
abaulamento, o segundo dígito representa a primeira casa decimal do ponto da corda aonde ocorre
máxima distância da superfície à linha central e os últimos dois dígitos representam a porcentagem da
corda representada pela espessura. Resumidamente, num perfil NACA2412, temos um abaulamento de
0.2, distância máxima à linha central ocorrendo em 0.4 da corda, e uma espessura de 12% do
comprimento da corda (ANDERSON, 2008).
Segundo estas definições, nosso perfil NACA0012 define-se por um perfil sem abaulamento, e,
portanto, seguindo a linha central, com espessura de 12% do comprimento da corda.
Este perfil, devido a sua simetria, é bastante utilizado em experimentos e trabalhos acadêmicos, o
que garante resultados anteriores na literatura com os quais será possível comparar os resultados no
decorrer do trabalho.
Como dados de comparação do projeto final, utilizou-se os dados obtidos por Sheldahl(1981),
como será explicado mais a frente.
Objetivos
Modelo geral
Utilizou-se o cálculo do próprio PHOENICS para encontrar os valores dos coeficientes, pois
dessa maneira minimizou-se o trabalho de cálculo e minimizou-se a possibilidade de erro humano. Para o
ajuste dos parâmetros de cálculo destes coeficientes, obteve-se, através de KAMAL(2009), a informação
de que a área utilizada para o cálculo do CD deve ser a mesma que a utilizada para o cálculo do CL, fato
que mudou um pouco as perspectivas do que havia sido estudado durante o começo do projeto.
Na fase inicial do projeto, pretendia-se realizar as medidas através dos objetos Fine Grid (figura
1) e Null, a fim de se obter melhor refinamento de malha ao redor do aerofólio, no entanto, a utilização
destes objetos foi abolida no decorrer do projeto, por não gerarem bons resultados e proporcionarem alto
índice de discordâncias na convergência da simulação.
Método
Optou-se por refinar a malha de maneira bastante reforçada, a fim de, mesmo tendo um custo
computacional bastante grande, chegar ao modelo que mais se assemelha aos da bibliografia, e, a partir de
então, engrossar a malha até onde a diferença de resultado possa não ser significativa, chegando-se à
malha mais apropriada.
O trabalho foi feito, portanto, com uma malha 200x500.
Modelamento da entrada
Como, ainda assim não ocorreu convergência para o valor alvo, optou-se por tentar modelar os
parâmetros de um modelo e observar os resultados. O modelo escolhido foi o Sgsmod, e os resultados da
manipulação são demonstrados na tabela 2, onde S representa o valor da constante de Smagorinsky, e c
representa a constante de amortecimento da parede.
Chegou-se então à conclusão de que, não importa o quanto se mexa nestes parâmetros, não será
possível alcançar um resultado menor do que o do modelo laminar.
Com esta conclusão, criou-se a hipótese de que possivelmente poderia-se estar em uma região de
Reynolds aonde o fluxo ao redor do aerofólio ainda é laminar, ou em uma região de transição entre
laminar e turbulento. Como estava sendo adotado Reynolds de 700000 (V=36.02 m/s), resolveu-se
explorar a região de Reynolds mais elevado possível encontrada na bibliografia, Re=5000000 (V=257.33
m/s). Os resultados desta hipótese encontram-se na tabela 3.
Mais uma vez deparou-se com resultados bastante diferentes dos resultados bibliográficos, então
resolveu-se adotar o caminho inverso, explorar regiões de Reynolds mais baixas. Mais uma vez
utilizando-se da bibliografia, optou-se por explorar as regiões onde Re=360000 (V=18.53 m/s) e
Re=160000 (V=8.23 m/s). Os resultados seguem nas tabelas 4 e 5.
Portanto, chegou-se à conclusão de que os valores alcançados são os valores mais próximos
possíveis dos valores bibliográficos que podem ser alcançados por este tipo de modelamento. Isso se deve
à precisão com que o programa deve modelar o objeto (pixel por pixel?) e à malha utilizada.
Provavelmente, um modelo por BFC deve atingir resultados mais próximos aos bibliográficos.
Considerando-se que estes dados para CD são apenas cerca de 4 vezes os valores encontrados na
bibliografia, e que estes valores já foram superiores a 10 vezes, pode-se dizer que foi alcançado grande
avanço, e que, provavelmente chegou-se ao limite deste tipo de modelamento com esta malha.
Portanto, resolveu-se adotar o número de Reynolds utilizado para o teste dos modelos de
turbulência, Re=700000 para avaliação e comparação com a bibliografia.
Ajuste da malha
Alargando-se a malha, foi possível encontrar um valor que acarretasse menor custo
computacional sem grande variação nos resultados dos coeficientes. Mantendo-se ΔCD na terceira casa
decimal, e ΔCL < 0.01, obteve-se uma malha 90x225, demonstrada na figura 6.
Figura 6. Malha final.
Resultados
Uma vez definido todo o modelamento final, foram obtidos os seguintes resultados:
Conclusão
Infelizmente, devido às limitações de tempo e método utilizado, não foi possível alcançar os
valores obtidos na literatura. No entanto, este foi o trabalho que chegou mais perto de tal, e que contém
uma documentação não duvidosa, de que o autor obteve conhecimento.
A solução do Phoenics não convergiu, no entanto, isso se deve a erros acumulados próximos às
fronteiras do domínio, o que valida os resultados próximos ao aerofólio, onde é a região de interesse.
Como o método foi explorado à exaustão, não se tem idéias de trabalhos que possam ser
desenvolvidos a partir deste, de forma a alcançar maior precisão, portanto recomenda-se outros métodos
como o BFC por exemplo.
O trabalho, no entanto, proporcionou maior conhecimento sobre CFD, e de sua implementação no
programa Phoenics, a compreensão do CFD sendo fundamental para pessoas da área de fluidos e energia,
ou que desejam aprender um pouco mais sobre ela.
Bibliografia
ANDERSON Jr., J.D. Introduction to flight, 6a. ed., McGraw-Hill, Boston, 2008.
MCCROSKEY, W.J., A critical assessment of Wind tunnel results for the NACA0012 airfoil,
NASA, California, 1987.
SEIFERT, A., PACK, L.G., Oscillatory excitation of unsteady compressible flows over airfoils at
flight Reynolds numbers, NASA, Langley, 1999.
SHELDAHL, R.E., KLIMAS, P.C., Aerodynamic Characteristics of Seven Airfoil Sections
Through180 Degrees Angle of Attack for Use in Aerodynamic Analysis of Vertical Axis Wind Turbines,
Sandia National Laboratories, Albuquerque, 1981. Disponível em:
<http://www.cyberiad.net/library/airfoils/foildata/n0012cd.htm> e
<http://www.cyberiad.net/library/airfoils/foildata/n0012cl.htm>. Acessado em: 27 de junho de 2012.