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ISSN: 1679-3390
lucileal@ffclrp.usp.br
Associação Brasileira de Orientação
Profissional
Brasil
RESUMO
Esse artigo teórico busca apresentar aspectos pertinentes à Teoria Sócio-cognitiva, mais especificamente
os que dizem respeito às crenças de auto-eficácia. São abordadas as fontes de auto-eficácia (experiências
pessoais, aprendizagem vicária, persuasão verbal e indicadores fisiológicos), os processos cognitivos
para a formação dessas crenças, e os vieses de interpretação que podem levar a crenças disfuncionais.
Adicionalmente, é feito um resumo sobre a aplicação dessa teoria no desenvolvimento de carreira, com
vistas a refletir sobre outros mecanismos sócio-cognitivos como as expectativas de resultado e os interesses
vocacionais. Algumas pesquisas são citadas a título de ilustração da aplicação de alguns pressupostos
teóricos à Orientação Profissional.
Palavras-chave: teoria sócio-cognitiva; crenças de auto-eficácia; desenvolvimento de carreira; orientação
vocacional.
Auto-eficácia: alguns aspectos do seu funcio- dependem amplamente do seu julgamento de quão
namento bem serão capazes de agir em dadas situações.
Esse artigo tem como objetivo descrever Aqueles que se julgam altamente eficazes irão
aspectos referentes às crenças de auto-eficácia, esperar resultados favoráveis das suas ações,
com destaque às contribuições de Bandura (1986, enquanto os indivíduos com baixa auto-eficácia
1997) e apresentar brevemente a Teoria Sócio- esperarão performances medíocres e, conseqüen-
Cognitiva do Desenvolvimento de Carreira (TS- temente, resultados negativos. A noção ressaltada
CDC), que é um desdobramento da primeira, bem é que as pessoas tendem a ver os resultados de
como a aplicação dela ao contexto vocacional. suas ações como contingentes à adequação de sua
A Teoria Sócio-Cognitiva (TSC) compreen- performance. Sendo assim, elas baseiam-se nos
de que a pessoa, nas suas ações, é tanto produto julgamentos de auto-eficácia para tomar decisões
como produtor dos sistemas sociais. Nesse sen- sobre quais cursos de ação irão realizar.
tido, essa teoria enfatiza que as pessoas podem Bandura (1997) e posteriormente Pajares
exercer influência sobre suas ações, assinalando (2002), um de seus colaboradores, postulam que
que a maior parte do comportamento humano é as crenças de eficácia são formadas por meio do
determinada por fatores interativos. Desse modo, processamento cognitivo, que abarca processos
as pessoas contribuem para o que acontece com referentes à atenção, memória e integração de
elas, mas não determinam os eventos que ocorrem informações. Em outras palavras, no dia-a-dia,
(Bandura, 1986). alguns eventos que ocorrem com as pessoas são
Para Bandura (1986, 1997), dentre os me- notados (processos de atenção), podem passar por
canismos pelos quais a pessoa exerce influência processos de retenção de informação (memória) e
sobre suas ações, o mais central refere-se às ser interpretados de maneira variada. Esses auto-
crenças de auto-eficácia, que são definidas como res argumentam que a habilidade de discernir, dar
a confiança na capacidade pessoal para organizar peso e integrar fontes relevantes de informação
e executar certas ações. Essas crenças são muito de eficácia aumenta com o desenvolvimento das
importantes, uma vez que influenciam as escolhas habilidades cognitivas para o processamento de
dos cursos de ação que são realizados, o quanto informação.
de esforço empenharão em seus objetivos, por Mais especialmente, é preciso que haja um
quanto tempo irão perseverar em face de obstá- nível suficiente de habilidades meta-cognitivas
culos e fracassos, sua resiliência à adversidade, os de auto-reflexão para ponderar a adequação de
padrões de pensamento de auto-impedimento ou suas próprias avaliações. Em termos práticos,
de auto-suporte, o quanto de estresse e depressão isso requer um conhecimento dos tipos de habi-
vivenciam com demandas do ambiente e, por fim, lidades exigidas para as diferentes atividades e o
o nível de realização que alcançam. autoconhecimento das capacidades. Desse modo,
Como conseqüência, a menos que as pessoas as auto-avaliações podem ser testadas quanto ao
acreditem que podem obter os resultados deseja- seu nível de adequação, por meio da comparação
dos por meio de suas ações, como por exemplo, do nível de semelhança entre elas e as conquistas
um desempenho adequado, têm pouco incentivo reais. Nesse sentido, bons ajustes corroboram a
para agir. Desse modo, reforça-se a noção de auto-avaliação, enquanto ajustes pobres fazem
que as pessoas envolvem-se nas atividades que questionar a capacidade de julgar com maior pre-
acreditam ser capazes de executar e nas quais cisão o que uma pessoa pode fazer, ou seja, quanto
antevêem resultados positivos. Vale destacar que, mais a auto-avaliação se aproxima do que a pessoa
nesse texto, crenças de auto-eficácia e de eficácia realmente é capaz de fazer ou das habilidades que
pessoal são usadas como sinônimos. efetivamente possui, melhor o ajuste.
Bandura (1997) aponta que os tipos de re- Vale destacar que o processamento cognitivo
sultados que as pessoas antecipam às suas ações não ocorre durante todo o tempo em que a pes-
soa realiza ações, pois nas atividades habituais auto-eficácia mais funcionais são provavelmente
as pessoas não re-avaliam continuamente suas os que excedem levemente a capacidade da pes-
habilidades, uma vez que isso envolveria tempo soa. Sob essa perspectiva, as pessoas realizam
excessivo gasto em pensamento auto-referente ações com tarefas consideradas desafiantes e
redundante. As ocorrências só se tornam instru- assim ganham motivação para o progressivo de-
tivas por meio da apreciação cognitiva. Assim, senvolvimento dessas capacidades. A percepção
há uma diferença entre a gama total de eventos acurada das próprias capacidades leva à escolha
que ocorrem na vida do sujeito e da informação de ações com alta probabilidade de sucesso. Ní-
provida, e aquelas informações que são selecio- veis excessivamente altos de auto-eficácia podem
nadas, que recebem peso e que são integradas fazer com que as pessoas realizem atividades que
aos julgamentos de auto-eficácia (Bandura, 1986, ultrapassam muito seu nível de habilidade e, em
1997; Pajares, 2002). conseqüência, elas se envolvam em situações de
O processamento cognitivo pode ocorrer de muita dificuldade, diminuindo sua credibilidade
maneira imprecisa, tal como acontece em situa- e sofrendo fracassos desnecessários. Contra-
ções novas, nas quais as pessoas têm informação riamente, níveis muito baixos de auto-eficácia
insuficiente sobre sua performance e, então, fazem com que as pessoas não desenvolvam suas
precisam fazer inferências sobre sua capacidade potencialidades e se privem de experiências re-
baseando-se em outras situações. Também pode compensadoras, pois duvidam da sua capacidade
ocorrer que fatores pessoais (e.g.: viés de aten- e evitam uma possível frustração de não conseguir
ção, de memória ou interpretação) distorçam os realizar certas atividades.
processos de auto-avaliação, levando a uma per- Outro aspecto relevante a ser destacado é o
cepção pouco precisa dos sucessos ou fracassos nível de desafio ou de dificuldade percebida nas
(Bandura, 1997; Pajares, 2002). atividades. O valor autodiagnóstico dos sucessos
Os vieses de atenção e interpretação das in- ou fracassos para julgar a auto-eficácia dependerá
formações de eficácia são importantes para manter da dificuldade percebida da tarefa, de tal modo
a estabilidade das crenças, mesmo que em alguns que ter sucesso em uma tarefa considerada fácil é
casos levem as pessoas a interpretações impreci- redundante com o que a pessoa já sabe e, portanto,
sas. Se não houvesse esse efeito de manutenção não requer uma reavaliação da eficácia. Porém,
das crenças, a percepção das pessoas sobre si ter sucesso em tarefas difíceis fornece nova in-
mesmas mudaria continuamente a cada sucesso formação sobre a capacidade em questão, o que
ou fracasso momentâneo. O aspecto negativo da pode elevar a crença de eficácia pessoal nesse
estabilidade das crenças é que quando alguém domínio. Para Bandura (1997), objetivos muito
possui uma percepção de si muito incoerente com difíceis ou remotos podem diminuir o significa-
a realidade, torna-se necessária uma intervenção do de ganhos progressivos modestos, ao mesmo
para que haja maior consistência entre a auto- tempo em que não promovem o aumento da auto-
avaliação e as características reais da pessoa. eficácia. Lent e Brown (2006) sugerem que, ao
Essa situação pode ser observada quando, por planejar intervenções que visem a modificar as
exemplo, alguém que possui percepção de fraca crenças de auto-eficácia, o nível de dificuldade
auto-eficácia, empenha-se para alcançar um de- da tarefa deve ter gradações ou ainda, distintos
terminado objetivo, tem sucesso na tarefa, porém padrões de performance, a fim de manter a pessoa
concentra sua atenção nos aspectos negativos da motivada quanto ao desenvolvimento da crença
sua performance, mantendo assim uma percepção de competência na atividade.
de fraca auto-eficácia (Bandura, 1997). Bandura (1997) defende que, se a pessoa per-
Bandura (1997) e Lent e Brown (2006), ao cebe-se como altamente eficaz em uma atividade
aplicarem a TSC ao contexto do desenvolvimento que apresenta pouco desafio, essa situação deverá
de carreira, propuseram que os julgamentos de gerar pouco interesse. Os desafios motivam as
Bandura (1986) aponta que essa é a fonte te- bida. A extensão em que as avaliações de eficácia
oricamente considerada como a de maior influên- são afetadas por experiências pessoais depende,
cia, uma vez que é baseada em uma experiência de entre outros fatores, da dificuldade da tarefa, da
sucesso autêntica. O autor destaca que o sucesso quantidade de esforço despendido, da quantidade
em dadas ações tende a aumentar ou fortalecer de ajuda externa recebida, das circunstâncias sob
as apreciações sobre a eficácia pessoal, enquanto as quais se age e do padrão temporal dos sucessos
o fracasso repetido tende a diminuir a crença de e fracassos.
auto-eficácia, especialmente quando ocorre cedo Mais especificamente, conseguir fazer uma
no curso dos eventos e quando não refletem falta tarefa fácil pouco acrescenta no que alguém sabe
de esforço ou circunstâncias externas adversas. sobre sua capacidade, enquanto realizar uma ta-
O peso dado a novas experiências depende refa difícil fornece nova informação de eficácia,
da natureza e da força das auto-percepções pré- podendo aumentá-la. O sucesso atingido com aju-
existentes com as quais as experiências mais da externa, em geral, tem menor valor de eficácia
recentes devem ser integradas. Depois de ter um pois se pode creditar o sucesso a fatores externos
senso forte de auto-eficácia por meio do sucesso ao invés da capacidade pessoal. Do mesmo modo,
repetido, o fracasso ocasional provavelmente terá uma performance pobre sob uma situação adversa
pouco efeito no julgamento da própria capacida- terá um efeito menor na percepção de auto-efi-
de. As pessoas que são seguras das suas capaci- cácia, do que se ocorresse em condições ótimas.
dades tendem a levar em consideração fatores Assim, o foco desta teoria é que a apreciação
situacionais, esforço insuficiente ou estratégias cognitiva dos eventos que ocorrem com uma
inadequadas como causas para os fracassos iso- pessoa determinam o valor dado às conquistas e
lados (Bandura, 1997). fracassos (Bandura, 1986).
O autor salienta ainda que muitos fatores A auto-eficácia é afetada não apenas pela
podem afetar o nível de performance que têm forma de interpretação dos sucessos e fracassos,
pouco a ver com a capacidade da pessoa, o que mas também pelos vieses no auto-monitoramento
implica em uma pessoa poder ter sucesso em uma das performances. Cada ação envolve alguma
atividade, em função de um fator externo, inde- variação na qualidade da performance. Muitos
pendente da sua habilidade, ou fracassar quando fatores contribuem para essa diferença, incluindo
estiver frente a uma situação muito adversa. Desse alterações de atenção, físicas e estados emo-
modo, destaca-se que a relação entre sucesso e cionais, mudanças no processo de pensamento,
fracasso versus aumento ou diminuição da auto- influências contextuais e demandas situacionais.
eficácia não ocorre de maneira linear, uma vez que Essa variabilidade permite alguma liberdade so-
o que será levado em consideração pelo sujeito é bre a observação e recordação das boas ou más
a maneira como interpretou um evento, e não o performances. As pessoas que seletivamente
evento em si. Assim, as mudanças na auto-eficácia lembram-se das suas piores performances mais
resultam do processamento cognitivo de uma in- provavelmente subestimarão sua capacidade,
formação sobre o desempenho. Esse pressuposto apesar de poderem processar a informação cor-
sugere que o mesmo nível de sucesso em uma retamente. Nesses casos, o problema está na
dada atividade pode aumentar, diminuir ou manter memória e atenção enviesadas, ao invés de estar
inalterada a auto-eficácia, dependendo de como as nos julgamentos inferenciais sobre as causas dos
diversas contribuições pessoais e situacionais são sucessos e fracassos. O auto-monitoramento se-
interpretadas e do valor atribuído a esses eventos letivo pode fortalecer as crenças de auto-eficácia
pelo próprio sujeito. se os sucessos são especialmente notados e recor-
Em síntese, Bandura (1997) e Lent e Brown dados ou diminuí-la quando a pessoa lembra-se
(2006) acrescentam que não há uma equivalência dos aspectos negativos da performance, mesmo
simples entre a performance e a capacidade perce- quando obtém sucesso. Conforme já explicitado,
vieses de atenção e memória usadas no auto- cumprir uma prova). No entanto, para a maioria
monitoramento podem gerar crenças e atitudes das atividades, não há uma medida absoluta de
disfuncionais, o que deve que ser distinguido, adequação. Assim, as pessoas precisam comparar
por meio do diagnóstico clínico, por exemplo, suas habilidades de modo mais subjetivo, em rela-
de dificuldades no processamento cognitivo das ção às conquistas dos outros (Bandura, 1997).
informações (Bandura, 1997). A aprendizagem vicária, enquanto fonte de
Outra fonte de auto-eficácia é a aprendizagem influência para as crenças de eficácia, geralmen-
vicária. Esse é o fator que gera as crenças de efi- te é mais fraca que as experiências pessoais, no
cácia por meio da observação de outras pessoas entanto, pode produzir mudanças significativas
realizando certas ações (Pajares, 2002). Observar e duradouras por meio do seu efeito indireto na
outras pessoas semelhantes terem sucesso em suas melhora das performances. As pessoas que são
ações pode elevar a auto-eficácia dos observado- convencidas por uma informação vicária da sua
res, por meio da informação inferencial de que ineficácia são inclinadas a se comportar de formas
eles também são capazes de agir com sucesso ineficazes o que, de fato, tende a gerar evidência
em situações comparáveis. Quando os observa- confirmatória comportamental da sua inabili-
dores acreditam que são similares à pessoa que dade. Por outro lado, influências modeladoras
realiza a ação em um domínio específico, eles se que aumentam a auto-eficácia podem diminuir
convencem de que, se outros semelhantes podem o impacto de experiências pessoais de fracasso,
fazer algo com sucesso, eles também devem ser por meio da sustentação das tentativas de perfor-
capazes de ao menos alcançar certa melhora na mance, mesmo frente ao fracasso (Bandura, 1997;
sua performance naquele âmbito. Do mesmo Pajares, 2002).
modo, quando o observador vê outros similares A similaridade com um modelo, qualquer
terem fracasso em uma dada ação, apesar do alto pessoa que o observador acredita possuir um
esforço, esse evento pode diminuir a crença sobre nível adequado de desempenho na atividade em
suas próprias capacidades e fazer com que seus questão, é um fator que aumenta a relevância da
esforços se enfraqueçam para aquele domínio informação de performance para a percepção dos
específico (Bandura, 1997). observadores sobre sua própria eficácia. Quanto
Algumas condições podem tornar as pessoas maior a similaridade assumida com o modelo,
mais sensíveis a essa fonte, tais como o grau de mais persuasivos os sucessos e fracassos desse.
incerteza sobre sua própria capacidade; quando a Com relação a um nível supostamente ideal
pessoa teve pouca experiência prévia para basear de comparação, as pessoas que têm habilidade
as avaliações sobre sua competência e a falta de similar ou levemente mais alta provêem infor-
conhecimento direto sobre suas próprias capaci- mação comparativa mais útil para a aferição da
dades (Lent & Brown, 2006). Vale notar que os capacidade de uma pessoa (Bandura, 1997; Lent
efeitos da informação vicária também depende- & Brown, 2006).
rão do critério pelo qual a habilidade é avaliada. Os autores acrescentam que a referência
Atividades que produzem informações externas para a comparação com outros pode tomar for-
claras sobre o nível de desempenho provêem uma mas diferentes para as distintas atividades. Em
base factual para o julgamento da capacidade de alguns casos há dados normativos (de grupos
uma pessoa. Desse modo, as habilidades pessoais representativos) sobre performances em uma
são mais facilmente julgadas nas atividades que dada atividade. Mais freqüentemente, as pessoas
produzem indicadores objetivos e independentes se comparam com companheiros em situações
sobre sua adequação (por exemplo: ao nadar em similares, colegas de classe, companheiros de
situações de treino ou de competição, as pessoas trabalho, concorrentes ou pessoas em cenários
podem comparar seu rendimento com o de outros, parecidos, que buscam a mesma coisa. A avalia-
tomando como referência o tempo necessário para ção da auto-eficácia irá variar substancialmente
dependendo do talento daqueles escolhidos para regularmente nos associamos, seja por preferência
a comparação social. ou por imposição, determinam os tipos de compe-
Em geral, o sucesso modelado por outros tência, atitudes e orientações motivacionais que
similares aumenta a auto-eficácia, enquanto o serão repetidamente observadas. Num âmbito
fracasso destes, diminui. Ao julgar a eficácia pes- mais amplo, o autor sugere que a forma como uma
soal por meio da comparação social, o observador sociedade é estruturada e diferenciada em termos
pode se basear tanto na performance passada do de idade, gênero e linhas socioeconômicas deter-
modelo como nos atributos deste, que são presu- mina os tipos de modelos a que os seus membros
mivelmente preditivos da habilidade em questão. têm pronto acesso (Bandura, 1997).
Quando se compara a partir da similaridade com A fonte da persuasão verbal diz respei-
as características do modelo, muitas vezes usam- to às persuasões sociais recebidas, que servem
se aspectos que não são relevantes para predizer como meio adicional de fortalecer as crenças
a performance (Lent e cols., 1991). Com relação das pessoas de que elas possuem as capacidades
à prática de esportes, por exemplo, pode-se ter para atingir o que buscam (Pajares, 2002). É mais
a mesma idade ou sexo de um modelo, mas isso fácil manter um senso de eficácia, especialmente
não necessariamente significa nível semelhante de quando se lida com dificuldades, quando outros
habilidade para a prática da atividade (Bandura, significativos expressam fé na capacidade pessoal,
1986). do que quando eles expressam dúvida. É impor-
Outra forma de influência da informação tante destacar ainda, que a persuasão verbal não é
vicária é quando um modelo competente ensina construída como uma breve e limitada informação
ao observador estratégias de ação efetivas para verbal. Durante os anos de formação, modelos
lidar com situações desafiadoras ou ameaçadoras. significativos na vida das pessoas têm um papel
Essa situação é especialmente importante quando central no estímulo da crença no potencial e no
um baixo nível de eficácia percebida está ligado poder de controlar a direção de suas vidas (Ban-
a uma habilidade deficiente. A influência de um dura, 1997).
modelo, que, nesse caso, pode ser chamado de Lent e cols. (1991) e Lent, Brown e Hackett
mentor, pode alterar a percepção da dificuldade da (1994) afirmam que nesse modo de influência,
tarefa e tornar a percepção dos desafios como mais tenta-se convencer as pessoas de que elas têm
manejáveis do que os observadores originalmente as habilidades necessárias para alcançar o que
acreditavam (Bandura, 1986). buscam, bem como, tenta-se convencer as pes-
Bandura (1997) aponta que as influências soas da sua pouca habilidade para a atividade em
modeladoras funcionam não apenas como questão. A informação de eficácia por persuasão
simples parâmetros sociais de comparação. As é freqüentemente dada no feedback avaliativo, de
pessoas buscam ativamente modelos que pos- tal maneira que aumente ou que diminua a auto-
suam as competências a que elas aspiram. Por eficácia. A persuasão social isoladamente pode ter
meio do seu comportamento e das suas formas um poder limitado no aumento da auto-eficácia
de pensamento expressas, modelos competentes permanente ou duradoura, mas ainda assim, pode
transmitem conhecimento e ensinam aos obser- contribuir para performance de sucesso, se a área
vadores habilidades efetivas, além de estratégias considerada está dentro de limites realistas. Em
para lidar com as demandas ambientais. Por fim, contrapartida, a persuasão da ineficácia pode di-
a aquisição de estratégias efetivas aprimora a minuir o esforço e gerar a esquiva de atividades
performance e, conseqüentemente, aumenta a desafiadoras, o que pode ser considerado um
crença de auto-eficácia. modo de restringir os comportamentos e de criar
Em acréscimo, a maior parte da modelação uma confirmação empírica para a autodesvalori-
(modeling) psicológica ocorre nas redes de con- zação. No entanto, muitas vezes as pessoas são
tato do dia-a-dia, ou seja, as pessoas com quem persuadidas a tentar coisas que elas antes evita-
vam ou a persistir em tarefas que estavam prontas em curto prazo. O nível ótimo de disparidade será
para desistir, para posteriormente descobrir que muito menor em um nível temporalmente próxi-
realmente eram capazes de realizar aquilo. mo de funcionamento que para o futuro (Bandura,
As pessoas que são convencidas de que 1997; Pajares, 2002).
possuem capacidade para realizar determinadas Esses autores sugerem que é mais provável
tarefas provavelmente mobilizarão maior esforço que se acredite em um comentário encorajador
sustentado que se tiverem dúvidas e basearem-se quando esses são moderadamente acima do que
nas deficiências pessoais quando as dificuldades uma pessoa pode fazer naquele momento. Nesse
aparecerem. Ao se esforçar o suficiente para ter nível de discrepância, melhores performances
sucesso, elas promovem o desenvolvimento de são alcançáveis por uma melhor seleção de es-
habilidades e adicionalmente, um aumento nas tratégias e por esforço extra. O nível ótimo de
crenças de auto-eficácia. Assim, a persuasão disparidade também varia se performances de-
verbal tem um efeito maior naquelas pessoas que ficientes refletem déficits básicos de habilidades
têm alguma razão para acreditar que produzirão ou uso ineficiente das habilidades pré-existentes.
algum resultado por meio das suas ações (Ban- No caso do mau uso de habilidade, a persuasão
dura, 1986, 1997). verbal pode trazer ganhos na performance ao
Algumas pessoas tornam-se especialmente convencer a pessoa de que ela tem o necessário
suscetíveis a essa fonte uma vez que nem sempre para ter sucesso. Já no caso da falta de habilidades
possuem conhecimento suficiente para se auto- básicas, a persuasão verbal sozinha não substitui
avaliar ou condições para utilizar adequadamente o desenvolvimento delas.
essas informações. Nessas situações, a opinião Por fim, a fonte dos indicadores fisiológicos
de outros que possuem competência avaliativa atua quando as pessoas avaliam sua confiança
torna-se fundamental. Mais especialmente, a para realizar certas ações pelo seu estado emo-
persuasão verbal deve ser avaliada em termos de cional ao executar certos cursos de ação (Pajares,
quem persuade, sua credibilidade e o quanto eles 2002). Para julgar suas capacidades, as pessoas
sabem sobre a natureza das atividades. O impacto baseiam-se parcialmente em informação somática
da persuasão será tão forte quanto a confiança do oferecida pelos estados fisiológicos e emocio-
observador na pessoa que o persuade. As pessoas nais. Os indicadores somáticos de auto-eficácia
são inclinadas a acreditar nas avaliações de outros são especialmente relevantes em domínios que
que são hábeis naquela atividade, que têm acesso envolvem conquistas físicas, funcionamento
a preditores objetivos das conquistas de perfor- saudável e coping com estressores. As pessoas
mance ou que possuem grande conhecimento freqüentemente “lêem” sua ativação fisiológica
alcançado, observando e comparando vários as- em situações estressantes ou que demandam
pirantes diferentes e suas conquistas posteriores. muito como sinais de vulnerabilidade (Bandura,
No entanto, mesmo pessoas com crédito para 1986, 1997).
julgar podem fazer avaliações imprecisas se não Essa fonte é especialmente sensível aos fato-
conhecerem as demandas específicas da tarefa ou res selecionados pela atenção e pelo significado
a circunstância em que ocorre (Bandura, 1986, dado a eles. Por exemplo, oradores que atribuem
1997). seu suor aos desconfortos da sala, lêem sua reação
As avaliações sociais variam no quão discre- fisiológica de forma bem diferente daqueles que
pantes são das crenças das próprias pessoas sobre percebem seu suor como reação de estresse ge-
suas capacidades. O nível ótimo de disparidade irá rada pelo fracasso pessoal (Bandura, 1986, 1997;
depender da proximidade temporal dos objetivos Pajares, 2002). Ainda, os autores apontam que
e da natureza da atividade. As avaliações sociais um baixo senso de auto-eficácia provavelmente
que diferem muito do julgamento pessoal podem aumenta a sensibilidade a estados corporais de
ser acreditáveis para um futuro distante, mas não emoção nos domínios de funcionamento em que
as pessoas não confiam nas suas capacidades de a reação fisiológica. Do mesmo modo que para
coping. as outras fontes de informação, o impacto na
O processo de julgamento da reação fisioló- auto-eficácia dependerá dos fatores situacionais
gica é complicado pelo fato de que não é a reação que são observados e do significado dado a eles.
em si, mas sim seu nível que têm maior peso no Os fatores contextuais salientes, ao diminuir o
julgamento das capacidades. Como uma regra foco da atenção, determinam fortemente como
geral, níveis moderados de reação fisiológica a expressão fisiológica será julgada. Resumida-
facilitam a disposição das habilidades, enquanto mente, aqueles que se percebem como ineficazes
níveis altos de reações não o fazem. Essa regra são especialmente suscetíveis a julgar mal suas
é especialmente útil em atividades complexas emoções, considerando-as como sinais das suas
que requerem organização intrincada e execução deficiências de coping (Bandura, 1997; Pajares,
precisa, nas quais as pessoas tornam-se mais vul- 2002; Lent & Brown, 2006).
neráveis ao enfraquecimento das crenças de auto- Os autores argumentam que as pessoas va-
eficácia pelos altos níveis de ativação emocional riam em suas crenças sobre as fontes que originam
(Bandura, 1986, 1997). suas expressões emocionais e sobre como esses
Bandura (1986, 1997) sugere que o nível estímulos afetarão sua performance. A informação
ótimo de reação fisiológica depende não apenas somática ocorre em um contexto no qual estão
da natureza da tarefa, mas também das inferências presentes outros indicadores diagnósticos de auto-
causais sobre a reação. Aquelas pessoas inclinadas eficácia. Esses, por sua vez, incluem experiências
a ver suas reações fisiológicas como indicadores prévias de sucesso, geração de credibilidade para
de inadequação pessoal são mais prováveis de a própria capacidade em comparação a outros e
sofrer uma diminuição na sua percepção de auto- feedback de pessoas significativas para o domí-
eficácia que aquelas que vêem suas reações como nio em questão. Em áreas de funcionamento que
reações transitórias, comuns frente a situações de se baseiam fortemente nos recursos físicos (por
tensão, que mesmo os mais experientes naquele exemplo: para esportistas profissionais), os indi-
domínio vivenciam. cadores fisiológicos têm uma contribuição única
O autor acredita que o estado de humor tam- como informação de eficácia para o julgamento
bém afeta o processamento cognitivo das reações da capacidade física de uma pessoa.
fisiológicas. Se pensamentos tristes imediatamen-
te levam a pensamentos de fracassos passados, as Conceitos básicos da Teoria Sócio-Cognitiva
crenças de auto-eficácia tendem a ser diminuídas, do Desenvolvimento da Carreira
enquanto que se os humores positivos ativam Tendo descrito o funcionamento e a formação
pensamentos de conquistas, isso tende a aumentar das crenças de auto-eficácia, é válido apresentar,
a auto-eficácia. A título de ilustração, do mesmo ainda que brevemente, uma aplicação do estudo
modo, as reações de estresse ao autocontrole ine- da auto-eficácia no contexto de carreira. Mais
ficaz intensificam o estresse em razão da emoção especialmente, será abordada a Teoria Sócio-
antecipada. Ao ter pensamentos aversivos sobre Cognitiva do Desenvolvimento da Carreira (TS-
sua inaptidão ou reações de estresse, as pessoas CDC), que estuda o processo mediante o qual
criam níveis elevados de estresse, que produzem as pessoas formam seus interesses acadêmicos e
as disfunções que eles temiam. Porém, assinala- profissionais, realizam escolhas nesses âmbitos e
se que essa é a fonte que possui menor influência alcançam diferentes níveis de sucesso na escola e
na construção ou alteração das crenças de auto- no trabalho. Os primeiros trabalhos datam da dé-
eficácia (Bandura, 1986,1997). cada de 1980 (Hackett & Betz, 1981), tendo sido
As atividades freqüentemente são realizadas iniciados nos Estados Unidos e, posteriormente,
em situações que contêm vários eventos evocati- adotados por pesquisadores em diferentes culturas
vos, o que cria ambigüidade sobre o que causou (Matsui, 1994; Fouad, Smith & Enochs, 1997;
Flores & O’Brien, 2002; Leong & Hardin, 2002; No início das pesquisas da TSCDC, seus pre-
Koumoundourou, 2004). No Brasil, podem-se cursores (Hackett & Betz, 1981) forneceram um
citar estudos sobre a auto-eficácia associada ao modelo causal do desenvolvimento de carreira no
mundo do trabalho, baseados nessa perspectiva qual o construto da auto-eficácia era considerado
teórica, como o de Vieira, Soares e Polydoro como um dos principais mediadores na predição
(2006) e o de Nunes (2007). de desempenho acadêmico e da escolha profissio-
A TSCDC entende a transição entre a escola nal. Os pesquisadores sustentavam que o que faz
e o trabalho como um processo que ocorre ao a diferença na escolha de uma carreira não são
longo dos anos e não como um evento isolado. as habilidades possuídas, mas sim como os estu-
Essa transição é incluída em uma estrutura maior dantes as percebem e as usam, reforçando assim
de desenvolvimento de carreira, e considera-se a importância da auto-eficácia nesse processo.
necessário passar por uma série de tarefas (por Lent e cols. (1994) acrescentaram aspectos
exemplo: exploração de carreira, formação da essenciais a essa formulação teórica. Esses auto-
habilidade de tomada de decisão, entre outras) res estudaram, entre outros construtos relevantes
para se obter sucesso nesta transição. Mais no processo de escolha profissional, os interesses
recentemente, Lent, Hackett e Brown (2004) vocacionais, que são definidos como padrões de
argumentaram que as tentativas de compreender gostos, aversões e indiferenças acerca de ativi-
e facilitar este processo deveriam começar no dades e ocupações relacionadas a uma carreira.
Ensino Fundamental, assumindo uma perspecti- Defende-se que as crenças de auto-eficácia e as
va ainda mais ampla. Essa abordagem baseia-se expectativas de resultado precedem a formação
na Teoria Social Cognitiva de Bandura (1986), dos interesses, atuando de forma direta sobre eles.
conforme mencionado, que, por sua vez, enfatiza Mais especificamente, o interesse sustentado ao
as variáveis cognitivas pessoais (auto-eficácia, longo do tempo por determinadas atividades é
expectativas de resultado e metas) e a interação desenvolvido naqueles domínios em que as pes-
destas com outras importantes variáveis pessoais soas consideram-se eficazes e nas quais antecipam
e ambientais (gênero, raça, apoios e obstáculos resultados positivos. As percepções de eficácia
sociais), dentro do contexto do desenvolvimento e expectativa positiva acerca das recompensas
de carreira das pessoas. futuras (intrínsecas ou extrínsecas) por um lado,
Concordando com a definição de Bandura geram os interesses por atividades e estimulam
(1986, 1997), Lent e cols. (1994) indicam que a intenções de continuar se comprometendo com
auto-eficácia refere-se à confiança de uma pessoa elas. Por outro lado, aquelas situações vinculadas
em suas habilidades para realizar com sucesso a crenças de eficácia e expectativas de resultado
uma tarefa ou um grupo de tarefas específicas, negativas provocam desgosto e esquiva da ativi-
sendo uma variável que ajuda a explicar se dade, gerando exclusões das opções de carreira
um indivíduo terá iniciativa, perseverança e se ligadas a essas crenças.
conseguirá ter êxito em um determinado curso Especificamente quanto ao desenvolvimento
de ação. Já as expectativas de resultado são as dos interesses, inicialmente a auto-eficácia e as
crenças pessoais acerca dos possíveis resultados expectativas de resultado são formadas por meio
das ações, ou seja, as conseqüências imaginadas das experiências do sujeito (fontes de auto-eficá-
de certos atos. As metas se relacionam com a de- cia e das expectativas de resultado). Esses dois
terminação pessoal de se comprometer com uma fatores, conjuntamente, influenciam a formação
dada atividade para alcançar um resultado futuro. dos interesses, uma vez que é mais provável que
Nessa mesma direção, a seleção das metas orienta o sujeito se interesse pelas atividades nas quais
os comportamentos futuros e constitui-se como se considera eficaz e nas quais antecipa resulta-
um elemento crítico, mediante o qual as pessoas dos favoráveis. O próximo elemento do modelo
exercem controle pessoal sobre suas ações. (formação de metas/objetivos) é influenciado
tanto pela auto-eficácia, como pelas expectati- Mais especificamente sobre as possibilidades
vas de resultado e interesses. Essas informações de uso da investigação da auto-eficácia em Orien-
são integradas e é feita uma avaliação sobre os tação Profissional, Betz e Borgen (2000) afirmam
aspectos que serão priorizados na escolha de ati- que esse construto funciona como um mediador do
vidades com que o indivíduo se envolverá. Por comportamento de escolha, que pode ser observado
fim, a seleção das atividades nas quais a pessoa por meio dos comportamentos de aproximação
irá se engajar gera certo desempenho ou certos versus evitação de atividades, da qualidade do
resultados, que são avaliados e que retroalimen- desempenho na atividade e na persistência face a
tam as fontes das crenças de auto-eficácia e as obstáculos. Vale destacar que o comportamento
expectativas de resultado. Desse modo, pode-se de aproximação é especialmente importante no
observar a associação entre os construtos e, ao contexto de decisão de carreira, pois se refere às
mesmo tempo, a sua diferença. atividades, cursos ou ocupações que o sujeito quer
Lent e cols. (1994) argumentam a neces- tentar ou irá perseguir. Por outro lado, as ações
sidade de considerar fatores moderadores, que de evitação provavelmente ocorrem quando há
enfraquecem ou fortalecem as relações entre os crenças fracas de auto-eficácia, que levariam à
interesses e as escolhas profissionais, tais como eliminação de opções de carreira. Além disso,
os sociais, físicos, educativos e financeiros. Esses concordando com as proposições de Lent e cols.
podem determinar que a ocupação preferida por (1994), os autores salientam o efeito indireto da
um indivíduo seja trocada por outra mais facil- auto-eficácia na escolha de carreira, por meio da li-
mente alcançável ou aceitável para seu sistema mitação do desenvolvimento dos interesses, já que,
de apoio. Assim, esses autores indicam que a em alguns casos, podem gerar a evitação de novas
escolha ocupacional pode ser guiada pela acessi- experiências e oportunidades de aprendizagem.
bilidade das ocupações concretas (por exemplo: Desse modo, é possível observar que a análise
que trabalho está disponível?), pela auto-eficácia da auto-eficácia dentro do contexto de interven-
(por exemplo: eu posso realizar esse trabalho?) ção em orientação profissional e educacional é
e pelas expectativas de resultados (por exemplo: relevante por algumas razões. Uma delas é que
que benefícios eu terei com esse trabalho? o que a observação das atividades em que o sujeito
ocorrerá se eu não optar por esse trabalho?), mais apresenta crenças fortes de auto-eficácia, aliadas
que pelos interesses vocacionais. a expectativas de resultado positivas e interesses
Dessa forma, a auto-eficácia e as expectativas congruentes, pode sugerir possíveis caminhos
de resultado possuem influência direta e indireta para a decisão profissional. Por outro lado, a
(por meio dos interesses) sobre os comporta- análise das atividades em que o sujeito possui
mentos de escolha. Tendo em vista o exposto, interesse, porém em que há uma crença fraca de
destaca-se a importância de analisar os construtos eficácia pessoal poderá ser um foco para a inter-
supra-citados em processos de orientação profis- venção do psicólogo, no sentido de verificar a
sional, de forma a obter uma visão mais global dos existência de vieses de interpretação dos eventos
elementos envolvidos em processos de decisão de ou ainda pela comparação entre as habilidades
carreira. No Brasil, o estudo de Teixeira e Gomes reais e as crenças de auto-eficácia. Por fim, um
(2005) já apontou que a auto-eficácia é um dos fator relevante que pode ser alvo de intervenção é
indicadores que contribui de maneira significativa a situação em que as pessoas possuem uma crença
na previsão da decisão de carreira em estudantes fraca de auto-eficácia associada a questões de
no final do curso universitário, sugerindo o po- gênero ou sócio-econômicas, ou seja, é possível
tencial de investigação desse construto em fases trabalhar no sentido de fortalecer a auto-eficácia
mais avançadas do desenvolvimento de carreira, de pessoas que evitam atividades ou profissões
e não apenas relacionado à primeira escolha por achar que elas não são adequadas para alguém
profissional. do seu gênero ou status sócio-econômico.
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Sobre a autora
Maiana Farias Oliveira Nunes é psicóloga pela Faculdade Ruy Barbosa, Mestre e Doutoranda
em Psicologia na Universidade São Francisco, Itatiba-SP, bolsista CAPES.