Faculdade de Engenharia
3° Ano – II Semestre
Disciplina:
Construções em Terra
Tema:
Transporte Sólido
Discentes: Docente:
1.1.Metodologia
O tipo de pesquisa adoptado para a elaboração e desenvolvimento deste trabalho foi da
pesquisa bibliográfica em livros fundamentados nas áreas de construções em terra.
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1.2.Objectivos
1.2.1. Geral
Explorar sobre transporte sólido.
1.2.2. Específicos
Contextualizar termos relacionados ao transporte sólido;
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2.0.Transporte Sólido (Definição)
Assim sendo, as partículas mais finas e leves precisam de menos quantidade de energia
que as partículas mais pesadas para serem carreadas. Escoamentos muito velozes e
turbulentos possuem grande capacidade de carregamento, deslocando partículas finas e
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grossas, já com a diminuição da velocidade, o transporte de sedimentos se torna mais
selectivo. (Coelho, 2006).
Vulgarmente, para determinação do caudal sólido que passa numa secção de um rio, são
utilizadas as seguintes:
Esta ultima é a que tem conduzido a resultados mais realistas, para os cursos de
água em que se processam as medições, o objectivos de um programa de recolha de
amostras num rio, é portanto, conseguir um número suficiente de dados de
transporte sólido por arrastamento e em suspensão, de modo a definir o volume total
de sedimentos transportados e identificar as correlações existentes entre os caudais
liquido e sólido em diferentes circunstanciais.
De acordo com Coelho, (2006). Os estudos acerca da descarga sólida dos corpos
aquáticos são uma importante ferramenta para a caracterização dos mesmos, uma vez
que os sedimentos interferem directamente na qualidade e quantidade de água, pois,
como veículos de transporte de microrganismos, podem conter partículas tóxicas e,
sobretudo, intensificar o assoreamento dos rios, evidenciando importantes processos e
estágios de degradação do meio ambiente.
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humano (SILVA, 2003). Sendo assim é preciso observar esta situa de forma a prever e
tomar medidas, de forma a mendigar essas situações.
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3.0.Transporte sólido por arrastamento e em suspensão
Uma acção reciproca entre os escoamentos líquidos e sólidos, está condicionada por
parâmetros relativos ao canal (geometria), ao escoamento (profundidade, perdas de
carga), ao fluido (massa especifica, viscosidade), ao material do fundo (massa
especifica, dimensões, forma) e às forças de inércia (aceleração da gravidade), dá ao
mecanismo de transporte sólido um certo grau de complexidade que não é actualmente
susceptivel de uma representação matemática definida.
Na prática não é possível definir uma separação nítida entre as duas modalidades de
transporte, pois na realidade estabelece-se uma continuidade entre o material
transportado por arrastamento e em suspensão, reduzindo-se progressivamente a
concentração deste ultimo do fundo para a superfície.
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No final do século XIX iniciavam-se as primeiras tentativas para os estudos de
transporte sólido de forma sistemática. Estes estudos eram empíricos, e a partir da
observação do comportamento de um grande número de rios e canais procurava-se
estabelecer regras para o projecto de novos canais.
No século XX surgiu uma nova via para o estudo dos problemas fluviais, que se pode
chamar de via racional, por procurar estabelecer as leis físicas que determinam o
mecanismo do transporte sólido. A tendência actual, dentro da via racional, é começar
por estudar o problema analiticamente com base nos conhecimentos da mecânica dos
fluidos, e recorrer a ensaios laboratoriais para definir os coeficientes e as constantes que
intervém nas relações analíticas deduzidas. Sempre que possível procura.se uma
confirmação dos resultados através de observações em protótipos, as quais, contudo, em
relação aos problemas fluviais, são normalmente dispendiosas e demoradas. (Cardoso,
1998).
Modernamente a via racional procura lançar mão de uma nova ferramenta matemática
que são os processos estocásticos. Com o emprego de computadores os processos
estocásticos são um instrumento poderosos na elaboração e analise dos dados relativos
ao transporte sólido e por outro adaptam-se especialmente bem ao estabelecimento de
modelos matemáticos de fenómenos físicos aleatórios como são os do transporte sólido.
Outra ferramenta com grande perspectiva de sucesso nas medições de transporte sólido
são os radioisótopos. Através do uso de traçadores radioativos adequados, o estudo
qualitativo e quantitativo do transporte de sedimentos pode ser realizado com maior
precisão. (Coelho, 2006).
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muito difícil porque o tamanho, a forma, índice de refracção (tanto de partículas quanto
de líquido) e comprimento de onda de luz afecta sua dispersão na suspensão. Cor
também afecta a dispersão da luz, porque uma substância colorida absorve a luz em
certas bandas do espectro visível, alterando as características de ambas as luzes luz
transmitida, bem como luz espalhada, e portanto afectando a leitura de turbidez.
Matematicamente, a turbidez pode ser definida como o logaritmo natural da diminuição
da intensidade luminosa, quando um raio de luz passa por um meio de espessura
(Valencia, 2005)
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1. Características da camada de carregamento do leito :
Determine a concentração de referência C e a espessura da camada carga de leito
δs. Deve observe que a concentração de sedimentos na camada de carregamento do leito
tem um valor limite de 0,65 (Chanson, 2002).
2. Distribuição de velocidade:
Dependendo do tipo de fluxo, a distribuição da velocidade é determinada, para é
necessário primeiro determinar a velocidade na superfície livre (Vmax), o factor de atrito
de Darcy (f) e o coeficiente.
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grossos, como a areia. Na carga sólida do leito encontra-se material mais grosso, areia e
pedregulhos.
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Tabela 1: Métodos de medição da descarga sólida em suspensão.
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Onde, CFSS é a concentração média dos sedimentos
finos em suspensão (mg.L-1); mf é a massa final
do filtro mais amostra (mg); mi a massa inicial do
filtro (mg) e V
é o volume filtrado (L).
O transporte fluvial específico médio (TE), definido como o transporte fluvial total por
unidade de área da bacia de drenagem (t.km-2.a-1), foi calculado de acordo com a
Equação 4:
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acima do movimento longitudinal do fluxo, enquanto o transporte de convecção pode
ser definido como aprisionamento de sedimentos de vórtice em escala muito grande, por
exemplo, em quedas de leito, tanques tampão e saliências hidráulicas. (Chanson, 2002).
Quando as partículas de sedimento são mais pesadas do que a água, a concentração de
sedimento é maior perto do leito e a difusão turbulenta produz um movimento de
partículas para áreas de concentração mais baixa. Um equilíbrio médio ao longo do
tempo entre liquidação e fluxos difusivos é deduzido da equação da continuidade para a
matéria sedimentar 4 : onde é a concentração local de sedimentos a uma distância
medida perpendicular ao leito do canal, é a difusividade do sedimento (ou coeficiente de
mistura de sedimentos, ou coeficiente de difusão de sedimentos), e é a velocidade
assentamento da partícula.
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Segundo Almeida, (2007). Na prática, é interessante conhecer as condições que
determinam o início do transporte sólido num fundo móvel. 0 início de transporte,
sobretudo se o material de fundo não tiver granulometria uniforme, como sucede
sempre nos canais naturais, dá-se de uma forma progressiva. Assim, à medida que
aumenta a velocidade do escoamento ou a tensão tangencial no fundo, começam a
mover-se primeiro alguns grãos com menores dimensões ou mais expostos às
solicitações do escoamento e só algum tempo depois se verifica um transporte
generalizado. Esta circunstância torna de certo modo controversa e subjetiva a definição
de início de arrastamento. LANE, em 1953, propôs a definição da tensão tangencial
crítica como sendo o valor obtido na extrapolação da curva de variação da vazão sólida
versus tensão tangencial, onde o caudal sólido se anula.
A primeira Investigação com objetivo de definir condições de início de arrastamento foi
conduzida por SHIELDS, 1936, que definiu experimentalmente uma relação entre os
parâmetros:
e
Onde:
tensão tangencial
diâmetro da partícula
velocidade de atrito
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0 que equivale a dizer que nos escoamentos naturais (Re «> 500) se verifica uma
proporcionalidade entre tensão tangencial crítica e a dimensão do material. WHITE,
1940, define também uma relação do mesmo tipo:
d
Onde:
Cw » coeficiente que depende da densidade, forma de arrumação das partículas e das
propriedades do fluido.
Meyer-peter e Muller, 1948, a partir da sua fórmula de transporte sólido, mostrou que é
possível, com qs = 0, obter uma expressão com a mesma forma de , fazendo Cw =
0,047.
Egiazaroff, 1957, definiu uma relação análoga de Shields, considerando Cw = 0,06 para
Re> 200. Para valores de Re < 200, considerou ser preferível substituir a curva contínua
de Shields por duas curvas (duas rectas em coordenadas semilogarítmicas) que se
encontram num ponto correspondente a Re =15.
Bonnefille ,1963, também definiu uma variação do mesmo tipo, admitindo duas rectas
em coordenadas logarítmicas intersectando-se para Re = 12.
Finalmente Chabert E Chauvin, l963, com base num grande número de ensaios
realizados com materiais de pesos específicos diferentes, definiram também uma curva
nas coordenadas adoptadas por Shields, e com o mesmo andamento geral, mas fazendo
Cw = 0,04 para Re> 100.
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do repouso e por ordem sucessiva de ocorrência, à medida que a velocidade aumenta
podem distinguir-se as seguintes configurações ou regimes de fundo: leito plano, rugas,
dunas, transição e anti-dunas.
Assim que a velocidade do escoamento atinge o valor crítico de início de transporte, as
partículas do fundo começam a deslocar-se, mantendo-se o leito plano durante algum
tempo. Se a velocidade aumentar formam-se, no fundo, as configurações chamadas
rugas, que são ondulações relativamente regulares com uma altura da ordem de
centímetros. Se o material do fundo for fino, as rugas formam-se em geral muito
rapidamente logo que se inicia o movimento do material.
Para materiais de diâmetros maiores, com dimensões da ordem de 1mm ou mais, não se
formam normalmente rugas, mantendo-se o leito piano durante mais tempo até se dar o
aparecimento de dunas. As dunas são ondulações mais irregulares do que as rugas com
altura da ordem dos decímetros e comprimento de onda da ordem dos metros, das
dezenas ou mesmo centenas de metros.
Às vezes designam-se por bancos as dunas de grandes dimensões. As dunas exibem
geralmente um talude de montante suave e em talude de jusante áspero com inclinação
correspondente ao ângulo de talude natural do material. Os comprimentos das cristas
das dunas são geralmente da mesma ordem de grandeza do seu comprimento de onda.
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0 transporte sólido por arrastamento numa determinada secção de um escoamento
depende das características hidráulicas do próprio escoamento, das propriedades do
fluido e das propriedades dos sedimentos. Tem sido proposta muitas fórmulas de
transporte sólido, correlacionando-se o caudal sólido com parâmetros do escoamento,
do fluido e do material de fundo. (Almeida, 2007).
Na realidade, muitas das fórmulas não diferem essencialmente na sua estrutura e, se nas
aplicações se depara por vezes com uma surpreendente diversidade de resultados, isso
pode atribuir-se sobretudo ao facto de as várias expressões só serem válidas dentro das
condições experimentais que serviram de base ao seu estabelecimento. Além disso, as
fórmulas são em geral estabelecidas apenas com base em ensaios laboratoriais e, mesmo
quando é tentada uma comparação com resultados da natureza, esta nunca é
absolutamente confiável, dada a dificuldade que existe em medir o caudal sólido em
escoamentos naturais. (Almeida, 2007).
Onde:
gs= Caudal sólido em kgf/s.m;
g= Caudal liquido em kgf/s.m;
d= Diâmetro médio em mm;
s= Declividade do caudal em m/m.
Meyer - Peter e Muller, 1948, com base em extensos e acurados estudos experimentais,
propuseram a seguinte fórmula de transporte solido:
( ) ( )
√
Onde:
d = Diâmetro médio da mistura;
Rh= Raio hidráulico;
(K/Xʹ)2/3S = Declividade da linha de energia corrigida;
K = Coeficiente de rugosidade global de Strickler;
Kʹ = Coeficiente de rugosidade correspondente às partículas de fundo.
Esta fórmula corresponde à modificação de uma outra proposta anteriormente por
Meyer - Peter et alli, em 1934, e apresenta como principal inovação a separação dos
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efeitos da rugosidade superficial e de forma e a consequente introdução do factor
Einstein, 1950, estabeleceu uma fórmula de transporte sólido, baseando-se por um lado
na separação dos efeitos das resistências de forma e superficial, como fizeram Meyer -
Peter e Muller, e por outro num conceito de probabilidade de movimento. Através das
observações experimentais, Einstein concluiu que:
Existe uma intensa e estável troca de partículas entre o material do leito em
repouso e o do leito em movimento;
Os movimentos das partículas ocorrem em passos rápidos, entremeados de
longos períodos de repouso;
Em média, os passos dados pelas partículas carreadas são constantes, e
aparentemente independem do estádio do escoamento liquido, sólido ou da
composição granulométrica;
A variação do transporte sólido é atribuída à mudança nos intervalos de tempo
em que as partículas permanecem em repouso e à espessura da camada móvel.
(Coelho, 2006).
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5.0.Conclusão
O desenvolvimento deste trabalho incidiu sobre os fenómenos de transporte sólido em
canais fluviais. Foi explicado diversos conteúdos de transporte sólido, a importância do
estudo de transporte sólido e o seu impacto no solo. Contudo, conclui-se que os
sedimentos transportados em meio líquido ou no leito do rio provocam diversos
problemas que interferem directamente nas condições normais de equilíbrio do meio
ambiente, prejudicando a fauna e flora do ecossistema, além de afectar aspectos
económicos e sociais.
Por isso torna-se necessária explorar-se e conhecer o transporte, pois descarga sólida
dos corpos aquáticos são uma importante ferramenta para a caracterização dos mesmos,
uma vez que os sedimentos interferem directamente na qualidade e quantidade de água,
pois, como veículos de transporte de microrganismos, podem conter partículas tóxicas
e, sobretudo, intensificar o assoreamento dos rios, evidenciando importantes processos e
estágios de degradação do meio ambiente.
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6.0.Referências Bibliográficas
Almeida, D. W. (2007). Estudo de correlacoes de Velocidade de Sedimentação.
4º PDPETRO.
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