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Daniel Conegero
O episódio da pergunta sobre a questão do tributo cobrado por César, era uma
dessas ocasiões. Os fariseus enviaram a Jesus alguns de seus discípulos. Esses
homens ainda estavam acompanhados por discípulos dos herodianos – que eram
os partidários da casa de Herodes. Esses dois grupos eram completamente opostos.
Os fariseus advogavam ser os mais zelosos com a Lei de Deus. Já os herodianos
não tinham interesse pela Palavra do Senhor; eles se preocupavam mesmo era com
seus interesses políticos.
Em comum, os dois grupos tinham um forte desejo de acabar com Jesus. Os
ensinos e a pessoa de Jesus Cristo ameaçavam tanto o sistema cultivado pelos
fariseus quanto o modo de vida dos herodianos. A identificação de Jesus como um
verdadeiro herdeiro da casa real de Davi era um problema para os herodianos; bem
como a reivindicação de que Jesus de fato era o Messias anunciado nas Escrituras
pelos profetas, também era visto como uma ameaça blasfema pelos fariseus.
Contudo, a união de fariseus e herodianos naquele contexto tinha ainda um
objetivo extremamente estratégico. No pensamento deles, a resposta da pergunta
que fariam a Jesus o colocaria em oposição a um dos dois grupos; e também
poderia minar sua popularidade junto do povo.
Então eles lhe perguntaram se Ele pensava que o pagamento de impostos a César,
por parte dos judeus, era legítimo ou não. O imposto citado por eles era um tributo
que devia ser pago ao tesouro imperial por cada homem adulto da Judeia.
Se Jesus respondesse simplesmente que o pagamento era lícito, Ele ficaria numa
posição complicada diante do povo que não estava satisfeito com o domínio
estrangeiro sobre Judá. Além disso, como o imperador romano reivindicava honras
e títulos divinos, os fariseus teriam um bom motivo para acusar Jesus de aprovar
um comportamento blasfemo. Por outro lado, se Jesus dissesse que o pagamento
do imposto não era lícito, Ele poderia ser acusado pelos herodianos de traição
contra o Império.