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I – INTRODUÇÃO

A experiência consiste na extracção e na cromatografia em camada


fina (TLC) do limoneno, um óleo essencial que será extraído do
limão Taiti. A extracção irá decorrer em três sistemas diferentes de
eluição. Será ainda realizado testes de identificação qualitativa de
limoneno e carvona com bromo, ácido sulfúrico e 2,4-
dinitrofenilhidrazina.

1. Objectivos
Gerais
 Fazer a extracção de monoterpenos da casca de citrinos.
 Isolar por métodos cromatográficos e caracterizar por métodos químicos os
monoterpenos extraídos.

Específicos

 Extrair limoneno da casca de limão Taiti,


 Aplicar a técnica de TLC na separação de limoneno e/ou carvona,
 Identificar limoneno e carvona através de testes qualitativos com bromo, ácido
sulfúrico e 2,4-dinitrofenilhidrazina.

2. Resumo Teórico

A extracção é uma técnica usada para separar um determinado composto de uma mistura.

Os óleos essenciais (OEs) cítricos são obtidos normalmente por prensagem das suas cascas ou
por extracção em solventes orgânicos, possuem um vasto número de aplicações terapêuticas e
industriais, sendo muito importantes na economia mundial dos derivados de cítricos. O limoneno
é uma monoterpeno que ocorre em cascas de frutas cítricas, e tem também um forte cheiro
genérico da citricultura.
Figura 1: Estrutura de Limoneno

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O limoneno apresenta dois isómeros configuracionais (estereoisómeros),
nomeadamente: R-(+)-limoneno, óleo essencial da laranja e S-(+)-
limoneno, óleo essencial do limão.

R-(+)-limoneno S-(-)-limoneno

Figura 2: estrutura dos estereoisómeros S e R de limoneno

Na química orgânica, a TLC é utilizada, principalmente, como uma ferramenta eficaz de análise
qualitativa para avaliação da pureza de uma amostra simples, avaliação do número de
componentes de uma mistura, determinação da identidade de uma amostra por comparação com
um padrão, identificação de uma ou mais substâncias presentes em uma mistura por comparação
com padrões, monitoramento do progresso de uma reacção química, entre outras.

II – PARTE EXPERIMENTAL

Tabela 1: Materiais e reagentes usados durante o trabalho experimental


Materiais Reagentes
Raspadeira Papel de filtro H2SO4
Uma proveta Um funil Hexano
Três vidros de relógio Conta gotas Tolueno
Uma balança analítica Tubo capilar Diclorometano
Três copos de 50ml Três Chapas de TLC Água destilada
Uma vareta de vidro Três erlenmeyer de 50ml Amostra (casca e
Espectrómetro UV polpa de limão Taiti)

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A. Procedimentos Experimentais
1) Com ajuda de uma raspadeira retirou-se a casca e a polpa branca de limão Taiti para um
papel de filtro e depois pesou-se (num outro papel) 30gramas que foi posteriormente
repartida em três porções de 10g.
2) Enumerou-se os copos de 1 a 3. Adicionou-se para cada um dos três copos de 50ml os 10
gramas da amostra repartida e 25ml de hexano (copo 1), 25ml de tolueno (copo 2) e 25ml
de diclorometano (copo 3). Com ajuda de uma vareta de vidro agitou-se a mistura e
deixou-se repousar por uns minutos.
3) Com um papel de filtro e funil filtrou-se as misturas nos três erlenmeyer de 50mL .
4) Preparou-se 3 câmaras de eluição com os respectivos solventes e 3 placas de TCL no
qual, com um capilar, aplicou-se as amostras (placa 1: misturas de copo 1 e 2; placa 2:
misturas de copo 2 e 3 e placa 3: misturas de copo 3 e 1).
5) Colocou-se as três placas de TLC nas câmaras de eluição com os respectivos eluentes
(hexano, tolueno e diclorometano respectivamente) com a extremidade próxima do ponto
de aplicação da amostra a ser imersa na fase móvel. Após a eluição deixou-se as placas
secarem como mostra as figuras abaixo.

Figura 3: Câmaras Cromatográficas


Figura 4: placas de TLC após a eluição das amostras

6) Levou-se as placas da figura 4 a um espectrofotómetro UV de modo a visualizar as


manchas.

B. Testes de Identificação Qualitativa de Limoneno e Carvona

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Durante a experiencia só foi-nos possível realizar o teste de identificação com ácido sulfúrico,
deste modo, com a adição da placa de TLC em H 2SO4 observou-se a aparição de uma mancha
alaranjada na placa.

C. Interpretação dos Resultados

A coloração alaranjada na placa de TLC resultante da imersão desta na solução diluída de ácido
sulfúrico indica a existência de um produto de oxidação de limonenos, a carvona segundo a
reacção abaixo:

O O
H2SO4

OH

III – EXERCÍCIOS

1. a) Tabela de mistura de solventes

Tabela 2: Mistura de solventes e extremos de polaridade máxima e mínima

Mistura de solventes Proporção Polaridade


Clorofórmio – Benzeno 50:50 3,4
Clorofórmio – Benzeno 75:25 3,75
Benzeno – Acetato de etilo 90:10 2,87
Benzeno – Acetato de etilo 95:5 2,785
Tolueno – Acetato de etilo 93:7 2,54
Clorofórmio – Etanol – Ácido acético 94:5:1
4,176

b) A polaridade da mistura clorofórmio – benzeno 3:1, equivale a 0,15 e este valor é


relativamente menor em relação ao de benzeno puro que corresponde a 2,7. Este facto pode ser
explicado com auxílio da tabela acima, no entanto, pode-se observar (no caso da mistura
clorofórmio – benzeno) que o aumento da proporção entre estes dois solventes aumenta
significativamente a polaridade da mistura.

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2. Estrutura de limoneno, número de unidades isoprénicas, polaridade e seu carbono quiral.

Tabela 3: Representação da estrutura de limoneno, centro quiral, número de unidades isoprénicas e polaridade

Estrutura de limoneno Unidades Isoprénicas Quiralidade e Polaridade

A molécula de limoneno apresenta


duas unidades isoprénicas (C10) A molécula do limoneno é apolar

3) Interpretação dos principais sinais dos espectros IV, RMN e MS de limoneno:

Principais Sinais de Espectro de Massa (MS) de Limoneno:

(b)

(a) (c)

(d)
Espectro 1: Representação de espectro de massa de limoneno

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F

Figura 5: Representação esquemática dos principais fragmentos de massa de limoneno

 No espectro acima estão representados os principais sinais dos fragmentos de massa de


limoneno. Relacionando o espectro acima e a figura 5, tem-se:
 Pico (a): corresponde a massa molecular dos fragmentos (1),
 Pico (b): corresponde a massa molecular do fragmento (2),
 Pico (c): corresponde a massa molecular do fragmento (3),
 Pico (d): corresponde a massa molecular da estrutura de limoneno.

Principais Sinais de Espectro RMN 13C de Limoneno:

Figura 6: Representação de espectro de RMN 13C de limoneno

Tabela 4: Caracterização dos sinais no espectro de RMN 13C

Sinais Caracterização
21,5 CH3 alifático
22 CH3 alifático

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28,1 CH2 alifático
31 CH2 alifático
31,1 CH2 alifático
41,1 CH alifático
107,5 CH2 etileno
119,9 CH etileno
133,9 C etileno
149,1 C etileno

Figura 7: Representação dos sinais de 13C na estrutura de limoneno

Principais Sinais de Espectro Infravermelho de Limoneno:

Tipos de ligação Região de absorção (cm-1)


C C 1300 – 800
C C 1900 - 1500
C H 3800 - 2700

 O limoneno não apresenta nenhum sinal no espectro ultravioleta (UV), pois este não
contém na sua estrutura ligações duplas conjugadas.

Conclusão

Nesta experiência foi-nos possível atingir os objectivos preconizados identificando a carvona


através de um teste químico que envolve a reacção da carvona com o acido sulfúrico diluído,
pois caso não houvesse carvona na placa de TLC não teria ocorrido a mudança de coloração na
placa. Pelo facto de não se ter feito outros testes de identificação de limoneno e sendo esta uma
substância incolor, a visualização das suas manchas só nos foi possível mediante a exposição a
luz ultravioleta do espectrofotómetro.

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Referência Bibliográfica

1) Anónimo 1, Os Óleos Essenciais Das Frutas Cítricas


http://www.ungaro.com.br/ungaroportugues/dicas_comp.php?cod_dica=11, consultado
no dia 29.03.2011
2) Anónimo 2, Limoneno (solvente ou perfume),
http://www.gluon.com.br/blog/2008/11/08/limoneno-solvente-perfume/, consultado no
dia 29.03.2011
3) Custódia Fonseca, Química Orgânica I (prática), http://w3.ualg.pt/~cfonseca/Quimica
%20Org%20I/2007_2008/Q_OI_prat.pdf, consultado no dia 29.03.2011
4) ROBALO, Paula, et all., Protocolos dos Trabalhos Práticos - Módulo de Química 1,
http://pwp.net.ipl.pt/deq.isel/li01/LI01_Protocolos_Q1.pdf, consultado no dia 29.03.2011
5) SILVA, Rosaly S., et. all., Óleo Essencial de Limão no Ensino da Cromatografia em
Camada Delgada, http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2009/vol32n8/41-ED09026.pdf,
consultado no dia 29.03.2011
6) BARBOSA, Sandro L., et. all., Síntese e Avaliação da Atividade Fitotóxica de Derivados
da Carvona, http://sec.sbq.org.br/cdrom/30ra/resumos/T1733-1.pdf, consultado no dia
29.03.2011

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