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0,80 € Fundado em 1870 por M. A. Tavares de Resende

Director Paulo Hugo Viveiros | Director Executivo Osvaldo Cabral

Diário Açores
Domingo, 27 de Junho de 2021 | Ano 152 | N.º 42.512

Ano
152º

O quotidiano mais antigo dos Açores

dos
Rubens Pavão Cristina do Canto Tavares Escrevem
nesta edição
o centro pastoral resiliência: pessoas,
de p. delgada
opinião//Pág. 5
equipas e organizações
opinião//Pág. 17

primeiras eleições regionais foram há 45 anos José Soares

uma viagem à história

Patrícia Carreiro
reportagem de
creusa raposo
Págs. 6 e 7

Há muita coisa a mudar no nosso sistema autonómico?

Dionísio Fernandes

Carlos Fontes prepara o seu primeiro álbum a solo

Aparelho de raio-x do Centro de Saúde da

Povoação avariado há mais de um ano antónio raposo//pág. 17
Chrys Chrystello

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Pois
Alevá!
opinião//pág. 19 religião//págs. 10 e 11
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@jornaisPT
2 OPINIÃO 27 de Junho 2021. www.diariodosacores.pt

45 anos das primeiras eleições regionais

Faz hoje 45 anos que se realizaram as primeiras eleições regionais nos Açores, que originaram o primeiro governo dos Açores e o pri-
meiro Parlamento regional. Sobre esta data histórica ouvimos os líderes dos grupos parlamentares da Região, colocando duas pergun-
tas: 1 - Que significado atribui à primeira eleição regional há 45 anos? ; 2 - 45 anos depois, há muita coisa a mudar no nosso sistema
autonómico? Não recebemos as respostas de todos. As que recebemos seguem-se nesta página e na seguinte.

Andreia Cardoso, PS
“Precisamos de aprofundar Autonomia moderna”
1 - Naturalmente, após um regi-
me ditatorial e repressivo de déca-
das, que marcaram os Açores por
um quase total abandono no meio
do Atlântico, a revolução de Abril
foi mais que bem-vinda. Após uma
revolução relativamente tranquila e
libertadora, as primeiras eleições re-
gionais marcaram o nascer de uma
nova era. Nessa ocasião votaram
perto de 110 mil Açorianos, que de-
cidiram livremente e em democracia
o seu futuro coletivo. Foi o início de
um percurso coletivo que ainda hoje
percorremos, em Democracia e Au-
tonomia.
2 - A Autonomia dos Açores é
uma das mais notáveis histórias de
sucesso da Democracia portuguesa.
Quatro décadas e meia volvidas so-
bre a sua consagração constitucional
e institucionalização efetiva, a nos-
sa Autonomia veio revelar-se como
o período de maior desenvolvimen-
to, de maior progresso e de maior e
mais substantiva coesão de toda a
nossa história.
A Autonomia é uma obra em pro-
gresso, está sempre em evolução, por
isso estamos permanentemente con-
frontados com desafios presentes e
futuros. Precisamos de aprofundar
uma Autonomia moderna, que de-
verá passar por maior interação e
colaboração entre o Estado e as au-
tonomias regionais, possibilitando
intervenções em novas áreas da nos-
sa vivência coletiva, eminentemente
políticas e não apenas administrati-
vas.
A qualidade da democracia, a
melhoria dos mecanismos de parti-
cipação política e o reforço dos ins-
trumentos de participação cidadã,
são exemplos onde é possível e dese-
jável fazer esse aprofundamento.

PedroNascimento Cabral, PSD

“Autonomia tem de ser progressiva”
1 - Um significado histórico mui-
to importante, uma vez que estas
eleições, realizadas em democra-
cia, representaram o primeiro acto
institucional da implantação da
Autonomia Constitucional dos Aço-
res, expressa na existência de ór-
gãos de governo próprio, que são a
Assembleia Legislativa e o Governo
Regional.
Na sequência destas eleições, o
Partido Social Democrata, que ven-
ceu com maioria absoluta, assumiu a
responsabilidade de formar o primei-
ro Governo Regional, presidido pelo
Dr. Mota Amaral, e de protagonizar
as primeiras transformações demo-
cráticas nos Açores, assentes na afir-
mação da nossa Autonomia, que ini-
ciava assim o seu percurso.
Com efeito, a partir da primeira
eleição regional, passamos a exercer
competências legislativas e execu-
tivas próprias, que foram concre-
tizadas sempre com o objectivo de
melhorar a qualidade de vida dos
cidadãos que vivem na Região Autó-
noma dos Açores e quem têm marca-
do a nossa História.
2 - A Autonomia dos Açores tem
de ser progressiva, porque tem de
acompanhar a evolução dos tempos.
Neste sentido, temos a obrigação de
trabalhar com empenho para elevar
a qualidade de vida dos açorianos
e fortalecer o nosso desígnio como
Povo que exige ser ouvido e respei-
tado em tudo o que determine a sua
condição de “ser e de estar” a meio
do Atlântico Norte.
Assim, é necessário apresentar
soluções que permitam gerar uma
Autonomia mais robusta, pronta
a responder aos desafios dos novos
tempos e que esteja ao serviço dos
reais interesses da Região Autóno-
ma dos Açores.
Defendemos, por isso, uma
actualização do nosso sistema
autonómico que deve contemplar,
entre outras importantes matérias,
a eliminação do cargo de Repre-
sentante da República; a redução
do número de deputados regionais;
o fim da proibição dos partidos re-
gionais; a possibilidade de listas
eleitorais abertas e listas subscritas
por cidadãos independentes para a
Assembleia Legislativa Regional; a
criação de um circulo eleitoral dos
Açores para o Parlamento Europeu;
a possibilidade do voto electrónico;
o princípio do primado do Direito
Regional; a primazia dos Açores na
gestão do nosso mar e espaço aéreo
e a concepção de um sistema fiscal
próprio.
Precisamos de uma nova ambi-
ção para as nossas Ilhas, que sirva os
nossos interesses e que permita, com
a nossa gestão, assente no conheci-
mento da nossa Terra e das nossas
Gentes, elevarmos para outros pata-
mares de desenvolvimento os Aço-
res.

António Lima, Bloco de Esquerda

“Momento marcante da nossa história autonómica”
1 - A primeira eleição regional foi
um momento marcante da nossa his-
tória autonómica. Foi o culminar do
processo iniciado com a revolução
de abril que permitiu a existência de
uma constituição democrática que
reconheceu como princípio constitu-
cional a autonomia. Ao mesmo tem-
po as primeiras eleições regionais
iniciaram um processo de moder-
nização dos Açores e de construção
da ideia de região autónoma. É certo
que os Açores, após estes 45 anos,
continuam com atrasos significati-
vos fruto de políticas que inúmeras
vezes procuraram manter as relações
sociais pré-existentes em vez de as
transformarem e que a Autonomia
não foi a solução para todos os pro-
blemas, mas é inegável e inestimável
o seu papel no desenvolvimento da
região.
2 - Como todos os sistemas po-
líticos, a autonomia constitucional
é passível de desenvolvimento. As
questões ligadas aos direitos sobre
o mar e sobre a utilização do nosso
território são talvez onde se jogam
os maiores interesses contraditórios
entre o poder central e a Autonomia
constitucional. Importa claramente
defender o nosso direito à decisão
sobre estas matérias. Por outro lado,
são muitos os campos ainda pouco
explorados na Autonomia e que im-
porta consolidar com desenvolvendo
legislação para melhorar a vida dos
açorianos e açorianas. A recente al-
teração à legislação laboral, através
da adaptação do Código do Trabalho
à Região, aprovada na ALRAA é um
desses exemplos.

@jornaisPT
 27 de Junho 2021 . www.diariodosacores.pt OPINIÃO 3

45 anos das primeiras eleições regionais

PedroNeves, PAN
“Aprimorar o nosso sistema autonómico”
1 - As primeiras eleições para a
Assembleia Regional dos Açores
marcam o início da edificação da
nossa autonomia. Representaram o
reconhecimento da nossa capacidade
de instituir um sistema de autogo-
verno, cunhado pela açorianidade.
Simbolizam a vontade do povo
açoriano, que, pela primeira vez na
história da democracia portuguesa,
foi convocado a manifestar-se nas
urnas para a eleição de deputados
regionais, representantes de todas
as ilhas que constituem o nosso ar-
quipélago, com o objectivo último
de instituir a nossa Autonomia. As
eleições regionais de 1976, que leva-
ram ao reconhecimento constitucio-
nal da nossa autonomia, permitiram
descentralizar o poder governativo,
e colocá-lo ao alcance e proximidade
dos açorianos e para os açorianos.
2 - Acreditamos que sim, que exis-
te a necessidade de mudar e aprimo-
rar o nosso sistema autonómico. A
criação da Comissão Eventual para o
Aprofundamento da Autonomia, da
qual fazemos parte, demonstra isso
mesmo: a necessidade de reflexão
sobre o caminho até agora percor-
rido, ações até aqui tomadas, mas
sobretudo o rumo e trajetória que
queremos trilhar e assumir daqui
em diante, com iniciativas concretas
já para o próximo ano. O Mar dos
Açores é uma das nossas maiores
riquezas e um dos nossos melhores
recursos, mas estamos nós, açoria-
nos, impossibilitados de o defender
e gerir de forma autodeterminada
na sua totalidade. E esta é uma mu-
dança necessária para a afirmação e
consolidação da nossa autonomia.
Para o PAN, a reforma autonómica
passará também pela alteração da lei
das finanças e pela transferência de
poderes na gestão da nossa Univer-
sidade, que assume uma estrutura
tripolar. A tutela deverá ser açoria-
na, na gerência da nossa academia.
E com o novo quadro político que
actualmente temos, que permite uma
maior representação não apenas par-
tidária, mas do próprio eleitorado,
que tem assumido uma participação
cada vez mais activa levando a que
a actuação legislativa e governativa
esteja a merecer a particular atenção
dos açorianos, é necessário passos
concretos e importantes, não só na
resolução dos problemas societais
mas no reforço da nossa autodeter-
minação como Região.

Carlos Furtado, Chega

“Autonomia é processo sempre em evolução”
1 - Em 1976 eu era apenas uma
criança, por isso não tenho obvia-
mente a leitura na primeira pessoa
sobre o assunto, mas comparando
o que terá sido estas primeiras elei-
ções regionais com a situação atual,
poderemos dizer que terá sido um
acontecimento muito emotivo para
os açorianos, na memória do povo
ainda estava muito presente os lon-
gos anos do “estado novo” e as restri-
ções do ponto de vista político e so-
cial que marcaram aqueles tempos.
A realização de eleições verdadeira-
mente livres e onde o que estava em
causa era a escolha sobre quem iria
comandar os destinos da região, terá
sido um momento incomparavel-
mente importante para a autonomia
e para a democracia.
2 - A autonomia deverá ser um
processo sempre em evolução, mas
que normalmente não é verdadeira-
mente pacifico, da mesma forma que
acontece nas nossas famílias, quan-
do os filhos crescem querem ter mais
autonomia, ao mesmo tempo que os
pais criam resistência a estas solici-
tações, muitas vezes no pressuposto
de alguma imaturidade (que poderá
não estar certo) isto é natural e te-
mos de saber lidar com isso.
Nos processos autonómicos é se-
melhante, a conquista de mais capa-
cidade autonómica deve acontecer
e o normal é que surja como reco-
nhecimentos da capacidade de gerir
a própria conceção de direitos, toda-
via temos assistido à resistência da
mãe pátria no pleno reconhecimen-
to da nossa autonomia, com alguns
episódios que causam incómodos em
assuntos muitas vezes simples, mas
que acabam por trazer ao de cima
sentimentos que em boa vivência já
nem deveriam existir.
Espera-se que a revisão do Es-
tatuto Politico-Administrativo da
Região Autónoma dos Açores, seja
um trabalho que, meticulosamente
executado, resulte num aumento das
competências dos Órgãos de Poder
Regional, a bem da nossa autonomia
e do próprio desenvolvimento admi-
nistrativo e económico dos Açores.

Catarina Cabeceiras, CDS

“Autonomia é uma construção permanente”
1 - Há 45 anos realizaram-se as
primeiras eleições legislativas re-
gionais nos Açores e na Madeira.
Pela primeira vez a população foi
chamada a escolher os seus repre-
sentantes no Parlamento Regional.
Este marco, decorrente da revolu-
ção de abril, foi um momento his-
tórico para a nossa Região, um ato
democrático da afirmação e confir-
mação do novo estatuto político dos
Açores.
A consagração da nossa Autono-
mia foi determinante para os Aço-
res e para os Açorianos, tendo re-
presentado um avanço significativo
nas nossas condições de vida e no
desenvolvimento da nossa Região.
Com este feito foi reconhecida a
identidade regional própria e ga-
rantida a capacidade de poder deci-
dir o melhor para as nossas gentes.
Neste dia, em que comemoramos
os 45 anos da realização das primei-
ras eleições legislativas regionais
nos Açores, é preciso saudar a co-
ragem e determinação de todos os
Açorianos que lutaram pela liber-
dade política e administrativa da
nossa Região.
2 - É natural que assim seja. Afi-
nal a Autonomia é uma construção
permanente e todo o processo polí-
tico se avalia pelos efeitos que esta
tem sobre a vida da sociedade. Por
vezes, são necessários anos para que
nos apercebamos do real impacto de
determinadas medidas.
45 anos depois, é urgente que
a Autonomia política produza re-
sultados que incrementem a auto-
nomia financeira. Temos de per-
seguir uma maior autosuficiência
e sustentabilidade e ser menos de-
pendentes de fatores exógenos.
45 anos depois, impõe-se que
a Região Autónoma dos Açores
afirme, junto da República Portu-
guesa e da Europa, a importância
geoestratégica, científica e econó-
mica do nosso arquipélago. Importa
dirigir as nossas maiores atenções
para os assuntos do Mar.
Po r o u t r o l a d o , a n o s s a A u -
tonomia tem de ser encarada
como um projeto verdadeira-
mente coletivo. Deve ser incen-
tivada a participação cívica dos
Açorianos, reforçada a transpa-
rência na ação política e com-
batida toda e qualquer forma
de afrontamento à unidade re-
gional.

@jornaisPT
 4 REGIONAL
Dinheiros do REACT poderão chegar aos
Açores na próxima semana
O Governo da República já avan-
çou com um pedido de cerca de 80%
dos dois mil milhões de euros que
pode receber no âmbito de REACT.
A expectativa é a de que o dinheiro
chegue já na próxima semana e permi-
ta assim lançar novos concursos para
ajudar as empresas a adaptarem-se à
redução das emissões de CO2.
Grande parte das verbas do RE-
ACT, criado com o objectivo de am-
pliar as medidas de resposta à crise,
já está comprometido, porque o Go-
verno o utilizou para financiar uma
parte das vacinas contra a Covid-19,
a compra de serviços para realização
de testes rápidos de antigénio nos es-
tabelecimentos de ensino, em respos-
tas sociais de apoio à infância, para se
poderem retomar as actividades lec-
tivas presenciais, e na implementação
de programas de recuperação e con-
solidação das aprendizagens.
Além disso, os programas Apoiar
e Garantir Cultura também foram
parcialmente financiados com o RE-
ACT.
Só estes dois programas de apoio
usaram cerca de 700 milhões de euros
do bolo global.
Mas com o remanescente ainda vai
ser possível lançar novos concursos
para as empresas no âmbito da Ino-
vação Verde.
Estes apoios poderão ficar dispo-
níveis já a partir da próxima semana,
assim que a Comissão Europeia der
resposta ao pedido de Portugal.
Azores Digital Innovation Hub passa a ter acesso
à rede europeia
O Azores Digital Innovation Hub
(Azores DIH), coordenado pela Asso-
ciação Nonagon – Parque de Ciência e
Tecnologia de São Miguel, foi ontem
seleccionado para integrar a Rede
Nacional de Pólos de Inovação Digital
e está assim designado para acesso à
Rede Europeia de Digital Innovation
Hubs (EDIH).
Este passo constitui-se de extre-
ma importância para o AzoresDIH,
uma vez que é requisito obrigatório
para a obtenção do galardão de EDIH
e, consequentemente, para o acesso
a financiamento europeu, que trará
manifestas mais valias para o finan-
ciamento do Pólo de Inovação Digital
dos Açores e para todo o ecossistema
de inovação dos Açores.
Os projetos candidatos à Rede Na-
cional de Digital Innovation Hubs
(DIHs) foram analisados pela Agência
Nacional de Inovação e pelo IAPMEI –
Agência para a Competitividade e Ino-
vação, e posteriormente selecionados,
através do Despacho n.º 6269/2021,
de 25 de junho, do Ministro de Esta-
do da Economia e da Transição Digi-
tal, os 10 projetos considerados mais
promissores e adequados à estratégia
relativa ao Plano de Ação para a Tran-
27 de Junho 2021 . www.diariodosacores.pt
Este será um concurso para apoiar
os investimentos das PME em pro-
jectos inovadores que se insiram
maioritariamente nos domínios da
economia circular, transição climáti-
ca — para se adaptarem à redução das
emissões de carbono — e energia.
O REACT, que foi aprovado pela
Comissão a 18 de Novembro de 2020,
tem várias características que o dis-
tinguem dos outros apoios europeus.
Os Estados-membros têm “flexibi-
lidade total” para decidirem a divisão
dos recursos entre o Fundo Europeu
de Desenvolvimento Regional, o Fun-
do Social Europeu – incluindo a Ini-
ciativa para o Emprego dos Jovens, e
o Fundo de Auxílio Europeu às Pes-
soas mais Carenciadas; não existe
nenhuma repartição predeterminada
sição Digital que, após reconhecidos
como DIHs nacionais, podem vir a
constituir-se como DIHs Europeus.
O Azores Digital Innovation Hub,
com a Associação Nonagon e o Fun-
do Regional de Ciência e Tecnologia
como entidades promotoras, conta
com a Câmara de Comércio e Indús-
tria de Ponta Delgada, enquanto re-
presentante da Enterprise Europe Ne-
twork, a Escola de Novas Tecnologias
dos Açores, o Observatório de Turis-
mo dos Açores e a Universidade dos
Açores, como parceiros fundadores.
Este Pólo de Inovação Digital, co-
ordenado pela Associação Nonagon
- Parque de Ciência e Tecnologia de
São Miguel, tem como principal com-
petência promover, através da inova-
ção, a transformação digital junto de
start-ups, PMEs e das empresas em
geral, colocando a inovação no centro
da competitividade empresarial.
Pretende-se, com este Pólo, di-
namizar iniciativas em domínios de
competência do Programa Europa Di-
gital, nomeadamente em Inteligência
Artificial, Computação de Alto Ren-
dimento, Cibersegurança e Desenvol-
vimento de Competências Digitais.
O Azores Digital Innovation Hub,
@jornaisPT
por categoria de regiões, para que os
recursos possam ser dirigidos para
onde são mais necessários; e existe a
possibilidade de um cofinanciamento
da UE até 100% dos investimentos.
Além disso, são elegíveis todas as
despesas a partir de 1 de Fevereiro de
2020 e os dois mil milhões de euros
têm de ser executadas até 31 de De-
zembro de 2023, tal como todos os
fundos do Portugal 2020.
Por isso, as verbas do REACT vão
ser afectas aos programas operacionais
do PT 2020, no caso do Continente
ao Compete (o programa operacional
das empresas) e aos PO da Madeira e
Açores. Até aqui tem sido o Orçamen-
to do Estado que tem sido chamado a
antecipar estas verbas — o limite de-
finido é de 1,2 mil milhões de euros.
para além dos parceiros fundadores,
envolve um elevado número de par-
ceiros estratégicos, cujo expertise ro-
bustece a qualidade e diversidade dos
serviços a providenciar às empresas
açorianas, sendo desses exemplo o
INESTEC - Instituto de Engenharia de
Sistemas e Computadores, Tecnologia
e Ciência, o Centro Nacional de Ci-
bersegurança, a COTEC PORTUGAL
– Associação Empresarial para a Ino-
vação, o NEST – Centro de Inovação
do Turismo, a Associação Laboratório
Colaborativo em Transformação Di-
gital – DTx, o Digital Innovation Hub
das Canárias, o Ubiwhere – Research
and Development Software Company
e a Altice Labs, entre outros.
É também parte integrante do iS-
LANDIHs, consórcio insular de Di-
Mas só os investimentos no âmbito do
Plano de Recuperação e Resiliência já
consumiram mais de 900 milhões de
euros desta gaveta.
Verbas para o emprego
nos Açores
A Comissão esperava que as pri-
meiras propostas de alterações aos
programas e os novos programas
específicos para afectar os recursos
adicionais fossem entregues no pri-
meiro trimestre de 2021, mas Portu-
gal só aprovou a reprogramação do
Compete a 4 de Junho. Nessa mes-
ma data, a Comissão já aprovou a
reprogramação do PO Madeira que
vai receber 64 milhões de euros e de-
pois, previsivelmente em Outubro,
mais 15 milhões referentes a 2022.
No total, a Madeira terá 79 milhões
de euros do REACT.
Já o PO Açores lançou logo em
Janeiro um concurso (React-Empre-
go) para ajudar os açorianos que fi-
caram desempregados no âmbito da
pandemia e assegurar às suas famí-
lias, pelo menos, uma fonte de rendi-
mento. As candidaturas estendem-se
até 30 deste mês.
A Comissão Interministerial de Co-
ordenação do Acordo de Parceria es-
tima, no exercício de reprogramação,
que o Compete fique com 1.434 mi-
lhões de euros da primeira tranche de
1.774 milhões de euros para o conti-
nente.
gital Innovation Hubs, que pretende
tecer esforços conjuntos na identifica-
ção de oportunidades de colaboração
entre os diversos Digital Innovation
Hubs, com a finalidade de incentivar
a crescente digitalização e a tão dese-
jada transformação digital naqueles
territórios com características únicas,
como são as ilhas.
Os Pólos de Inovação Digital, co-
nhecidos como Digital Innovation
Hubs (DIH), são one-stopshops que
ajudam as empresas a tornarem-se
mais competitivas nos processos de
produção ou no desenvolvimento de
serviços, através do uso de tecnologias
digitais, fornecendo acesso a conheci-
mentos técnicos e a espaços para a ex-
perimentação, para que as empresas
possam “testar antes de investir”.
 27 de Junho 2021 . www.diariodosacores.pt OPINIÃO 5

O Centro Pastoral e Cultural

da Matriz de S. Sebastião
Rubens Pavão

A mensagem do Concilio Vaticano II felizmente que continua a ser um

ministério de comunhão desta Diocese e também das suas zonas pastorais,
ouvidorias, paróquias, de diferenciados órgãos de participação e de actualização
das nossas comunidades, pois em cada dia tem de ser dada uma resposta aos
novos problemas e realidades, de modo a continuarmos a ser um povo que, na
sua diversidade e harmonia, - como dizia S. João Paulo II– caminha para uma
«nova evangelização».
A função dos Centros Paroquiais e Sociais - a que não pode ser alheia a
Cultura - tem sido um factor essencial na divulgação dessa missão, ao congre-
gar famílias, leigos, catequese para crianças e adultos, obras sociais e situações
graves na paróquia, bem como o estudo do seu valioso património, quer no
âmbito da liturgia, quer nos domínios dahistória vida, ou das tradições.
Mas se recuarmos ao século XX – (1905/1957), observamos que os suces-
sivos priores / párocos e seus coadjutores que desenvolveram o seu múnus na
paróquia da Matriz de Ponta Delgada – e também nas de S. José e de S. Pedro
- foram muito influenciados pelo ministério episcopal imprimido na Diocese
pelos bispos D. José Correia Monteiro, D. Manuel Vieira Monteiro, D. Manuel
Damasceno da Costa e D. Guilherme da Cunha Guimarães, pois desde 1918 já
se fazia referência, através duma Instrução Pastoral, «à organização religiosa e
social das paróquias, de modo que fosse fermento de todo o apostolado, como:
Confrarias; Apostolado de Oração; Congregação das Filhas de Maria Imacu-
lada; Congregação da Doutrina Cristã; Conferências de S. Vicente de Paulo;
Associações de Juventude; Escolas Paroquiais; Círculo de Estudos; Sindicatos
e Cooperativa; Caixas de Socorros Mútuos; Instituições de Assistência Infan-
til; Acção Católica e Juventude Operária Católica».
Não sendo alheia a formação recebida no Seminário de Angra, desde o tem-
po do Cónego João Pereira Dâmaso que esta paróquia assumiu um papel de
relevo tanto no campo religioso, como social, de acção mútua e ainda de apoio
à juventude mais necessitada.
Numa notícia publicada neste jornal em 26 de Dezembro de 1922 dizia – se
que nas três paróquias da cidade se haviam estabelecido instituições piedosas
e caritativas e que « na Matriz, devido à iniciativa do seu inteligente Prior,
Padre João Pereira Dâmaso, existe a Conferência de S. Vicente de Paula, insti-
tuição que distribui esmolas em abundância pelos necessitados da ilha, que ali
vão implorar compaixão dos seus fundadores. Havia também o PãodeSanto-
António, cujos benéficos auxílios todos conhecem». E, existe um quadro, hoje
histórico, -duma bela pintura da autoria de Mestre Domingues Rebelo – que
representa o cónego Dâmaso a benzer os «pães de Santo António».
Foi seu sucessor, ainda como Prior, o Padre Francisco José Ferreira figura
muito popular e que era o confessor da «última hora», da cidade, nomeada- Ponta Delgada do Banco Nacional Ultramarino.
mente quando às 7 horas da manhã nos dias 13 de cada mês, minha mãe me Viera transferido da Fajã de Baixo e, com base na sua longa e diversificada
levava à Igreja Matriz, para cumprir aquele preceito e assistir a uma missa que vida como pároco, aliada à sua cultura humanista e religiosa tudo veio a con-
o senhor Padre José Joaquim Rebelo celebrava, antes de iniciar as aulas no tribuir para que continuasse a despertar no espírito da paróquia e nas activida-
Liceu. Até à sua morte o senhor Padre Ferreira foi presidente da Direcção do des, sobretudo comerciais que a envolvia, os mesmos dons do Concílio.
então Asilo de Infância Desvalida, numa missão educativa e cristã de apoio a Assim, desde logo, o «Centro» foi um ponto de especial referência, pois
raparigas. agrupando várias valências - e já com casa própria – revelou-se, como ainda
Recordo, também a prestigiosa figura do seu coadjutor, Padre Rebelo que, hoje, um desafio à Evangelização, às Obras Sociais e à Cultura.
como sacerdote e professor de muitas gerações, foi um dos grandes entusias- Por doença, o Padre Nemésio Medeiros – que já tinha sido seu atento co-
tas das Conferências Vicentinas, tanto na Igreja da Matriz, como no Liceu, adjutor - veio substituí-lo. E, desde sempre se tem afirmado como mais um
reunindo aí muitos alunos que se dispuseram participar nessa acção sócio - digno continuador daquela plêiade de sacerdotes que, num período que já se
caritativa. prolonga por quase dois séculos, se afirma como um timoneiro atento a estes
Seguiu-se o Padre Manuel dos Reis Câmara - que conheci por via de fa- novos e por vezes difíceis tempos que atravessámos.
miliares - e, naquele tempo, era tido como um orador sacro de apreciáveis A recuperação do CENTRO SOCIAL e CULTURAL, que hoje se inaugura,
recursos, desenvolvendo um trabalho apostólico que deixou as suas marcas. é prova do seu constante desvelo paroquial pois propõe-se queali funcione,
Mas, se foi acolhido por uns, foi esquecido por outros… e, de novo, foi obriga- com mais abrangência e segurança: acolhimento, catequese, preparação para
do pelo Prelado a rumar à Terceira para também dirigir um Orfanato ligado à os sacramentos de iniciação cristã, pastoral familiar, formação de leigos, en-
Igreja... contros de índole cultural, assembleia e conselho pastoral, espaço para refle-
Daí que em Setembro de 1957 o Bispo D. Manuel Afonso de Carvalho desig- xão pessoal e ainda biblioteca e arquivo. É como parafrasear Fernando Pessoa:
nou pároco da Matriz o Padre Artur Botelho de Paiva. Foi o que pode chamar- «Deus quer, o Homem sonha, a Obra acontece»!
se um Pastor doante - concílio, porquanto a sua experiência sacerdotal sempre E, as obras de Deus, não só acontecem como prosperam e triunfam «numa
se alicerçou na orientação de vários dos movimentos apostólicos diocesanos, visão mais integradora da vida, que compreenda a importância de valores
no aprofundamento das causas religiosas sociais e educativas, sobretudo a ní- como o dom, a gratuidade e a partilha e nos capacite para uma síntese mais
vel dos sacerdotes, da juventude e das vocações consagradas. equilibrada entre pessoa humana e comunidade, entre a vida material e vida
A sua acção ainda ficou – em pensamento -ficou ligada à aquisição do fu- espiritual», como testemunhou o Cardeal Tolentino Mendonça.
turo «Centro Paroquial e Social», pois entendia que seria o local próprio para Posso considerar-me, senhor Padre Nemésio, como um vosso «paroquiano
animar os movimentos paroquiais e juntar as famílias, como o Concílio previa por adopção», tal tem sido a minha ligação pastoral e cultural com a Igreja-
em termos de evangelização. Daí que foi no tempo do seu continuador, Monse- Mãe da Cidade. Por isso acompanho-o na alegria deste dia, em espírito de Fé
nhor José Ribeiro Martins que o «Centro» foi adquirido: um edifício histórico e também de futuro.
situado no coração da cidade e que anteriormente fora a sede da delegação em Parabéns!

@jornaisPT
6 REPORTAGEM
45º aniversário das primeiras eleiçõ
“A Autonomia conquistada pelo Povo açoriano, no seg
novidade. Pode mesmo sem exagero dizer-se que se vive
deitando-se abaixo o que estava em vigor para c
por Creusa Raposo
As eleições legislativas regionais
nos Açores também designadas por
eleições para a Assembleia Legislativa
da Região Autónoma dos Açores, re-
alizaram-se pela primeira vez a 27 de
Junho de 1976.
Nos termos da Constituição da Re-
pública Portuguesa, a Assembleia
Legislativa de cada uma das Regiões
Autónomas é “(…) eleita por sufrágio
universal, directo e secreto, de harmo-
nia com o princípio da representação
proporcional (…)”, segundo o nº 2 do
artigo 231º da Constituição da Repú-
blica Portuguesa.
O número de deputados e a sua re-
partição por círculos eleitorais são
elaborados no Estatuto Político-Admi-
nistrativo e na Lei Eleitoral, diplomas
especiais a executar nos termos do arti-
go 226.º da Constituição Portuguesa.
No seu actual enquadramento, a
Assembleia Legislativa é eleita para
mandatos de quatro anos, sendo os de-
putados eleitos por 10 círculos eleito-
rais (um por cada uma das 9 ilhas dos
Açores e um círculo regional de com-
pensação).
Actos Eleitorais
O número de deputados, o núme-
ro de círculos eleitorais e a reparti-
ção dos deputados pelos círculos são
matérias que desde 1976 têm sido
regulamentadas por dois diplomas: o
Estatuto Político-Administrativo da
Região Autónoma dos Açores e a Lei
Eleitoral para a Assembleia Regional
dos Açores.
Dada a natureza do Estatuto Po-
lítico-Administrativo da Região Au-
tónoma dos Açores, consagrado na
Constituição da República Portugue-
sa desde 1976, as normas estatutárias
prevalecem sobre a Lei Eleitoral nas
matérias por ela regulamentadas.
Nesses casos, a Lei Eleitoral faz a
sua transposição e procede ao desen-
volvimento daquelas normas.
O Estatuto Provisório da Região
Autónoma dos Açores foi aprovado
pelo Decreto-Lei n.º 318-B/76, de 30
de Abril o qual no seu artigo 7.º fixou
os círculos eleitorais e a forma de cal-
cular o número de deputados a eleger
em cada um desses círculos.
No mesmo suplemento do Di-
ário da República foi publicado o
Decreto-Lei n.º 318-C/76, também
de 30 de Abril que com as altera-
ções introduzidas pelo Decreto-Lei
n.º 427-E/76, de 1 de Junho viria a
27 de Junho 2021 . www.diariodosacores.pt
Vendilhão pelas ruas de Ponta Delgada em plena campanha eleitoral de 1976
Fonte: António Elisabete Raposo.
regular as primeiras eleições para o
Parlamento açoriano.
A solução para a determinação e
distribuição do número de deputados
constante do Estatuto Provisório foi
transcrita para o artigo 2.º deste di-
ploma: “Haverá nove círculos eleito-
rais, correspondentes a cada uma das
ilhas do território eleitoral e designa-
dos pelo respectivo nome” e “cada um
dos círculos referidos no número an-
terior elegerá dois deputados, e mais
um por cada 7.500 eleitores recense-
ados ou fracção superior a 1.000”.
Da aplicação destas normas resul-
tou um Parlamento com 43 deputa-
Demografia Eleitoral
dos.
A vitória do
Partido Popular Democrata
A 27 de Junho de 1976 ocorreram
as eleições que deram a vitória ao
@jornaisPT
PPD/PSD liderado por João Bosco
Mota Amaral.
A abstenção foi de 32,49%, ou
seja, dos 162.677 eleitores recensea-
dos votaram 109.826.
Os partidos e coligações que
concorreram às eleições para a
Assembleia legislativa da Região Au-
tónoma dos Açores em 1976 foram os
seguintes:
• MRPP - Movimento Reorga-
nizativo do Partido do Proletariado;
• PCP - Partido Comunista Por-
tuguês;
• CDS - Partido do Centro De-
mocrático Social;
• PPD – Partido Popular De-
mocrático;
• PS – Partido Socialista;
• MES - Movimento de Esquer-
da Socialista.
Conseguiram eleger deputados
apenas 3 partidos: PPD, PS e CDS.
(1976
O primeiro de ideologia social-de-
mocrata tinha como líder João Bos-
co Mota Amaral e o segundo apre-
sentava uma ideologia de socialismo
democrático, através do líder Jaime
Gama.
João Bosco Mota Amaral, que li-
derou os primórdios da Autonomia
pelo PSD/Açores, até ter deixado o
Executivo em 1995, teve uma rele-
vante participação.
“A Autonomia conquistada pelo
Povo açoriano, no seguimento da
Revolução do 25 de Abril, foi uma
grande novidade. Pode mesmo sem
exagero dizer-se que se viveu então
nas nossas Ilhas um momento revo-
lucionário, deitando-se abaixo o que
estava em vigor – a escassa autono-
mia administrativa dos três distri-
tos autónomos e as suas instituições,
Democracia
Δημοκρατία (em grego)
e dēmokratía (em
latim) têm origem nas
palavras “demos”
e “kratos”, respec-
tivamente, traduzido
para Português como
“povo” e “poder”.
empobrecidas e caducas por falta de
verdadeira base democrática – para
construir algo de diferente e deveras
motivador”, redigiu no prefácio da
obra “A Vontade dos Açorianos – Os
órgãos de governo próprio da Região
Autónoma dos Açores (1976-2020)”,
da autoria de José Maria de Medeiros
Andrade.
João Bosco Mota Amaral relembra
ainda que “ (…) quem esteve na pri-
meira linha da luta nesses anos de
brasa, não esquece as divergências
existentes entre os que se agarravam
às fórmulas antigas, que desejavam
certamente vivificar com algum lus-
tro democrático, e os que propugna-
vam um verdadeiro corte radical com

ões legislativas regionais nos Açores
-2021)
guimento da Revolução do 25 de Abril, foi uma grande
eu então nas nossas Ilhas um momento revolucionário,
construir algo de diferente e deveras motivador.”
“O presidente do
governo regional é
o político açoriano
com maior responsa-
bilidade executiva.
Geralmente, é o líder
do partido mais vota-
do, que forma e diri-
ge o governo, condu-
zindo internamente
a implementação das
competências regio-
nais e representando
externamente a pró-
pria Região nos pla-
nos nacional e inter-
nacional.” (José Andrade,
em entrevista a 4 de Julho de
2020)
as soluções do passado e a adesão
entusiástica a algo verdadeiramente
novo (…)”, ortografou o antigo Pre-
sidente.
Nestes 45 anos nota-se um apa-
rente desinteresse na participação
eleitoral evidenciado pelos açorianos
de uma maneira geral se tivermos em
conta a abstenção de todas as eleições
legislativas. Por exemplo, em 1980 a
abstenção foi apenas de 23% e em
2016 foi de 59%.
Estes valores demonstram que a
abstenção foi aumentando de forma
considerável. Assim, em cada dez
açorianos, seis não votaram.
José Andrade, que se tem dedicado
ao estudo da Autonomia nos Açores,
acredita que “a abstenção eleitoral é
a grande nódoa dessa caminhada po-
lítica que os Açores fizeram ao longo
dos últimos anos e para que ela não
continue a agravar-se daqui para a
frente, como até agora, é preciso que
toda a gente se consciencialize de que
temos que remar todos para o mesmo
lado.”
27 de Junho 2021 . www.diariodosacores.pt REPORTAGEM 7
A consagração cons-
titucional da Região
Autónoma dos Açores
em 1976 e a criação dos
seus órgãos legislativo
e executivo concederam
aos açorianos a lide-
rança política
da sua própria terra.
a opinião de cada um e esta expressa-
se através do voto. Eu julgo que este é
o grande desafio que se coloca a todos
os políticos para os próximos 50 anos
da autonomia dos Açores”, concluiu
o autor, aquando do lançamento da
Capa do jornal Diário dos Açores de 28 de Junho de 1976
obra sobre a Autonomia Açoriana.”
No fundo, refere José Andrade,
“(...) os destinos da nossa terra, o fu-
“Este deve ser o desafio suprapar- e coerente na vida de cada um de turo da nossa Região está nas nossas
tidário, que convoque todos os par- nós. mãos e à distância de um voto”.
tidos políticos, para encontrar me- A Autonomia é fruto da acção de
lhores soluções, porque não podemos “(…) pessoas certamente muito bem
continuar a escolher o nosso governo intencionadas que deram de si o me- A Região Autónoma
com apenas 40% dos eleitores inscri- lhor em épocas próprias com as difi-
tos.”, referiu o antigo deputado regio- culdades também delas próprias, mas dos Açores insere-se no
nal. certo é que não conseguimos todos
A Autonomia precisa e merece, juntos cativar o cidadão eleitoral para
quadro constitucional da
segundo José Andrade “(...) de maior que ele se sinta suficientemente mo-
organização nacional da
cumprimento por parte dos cidadãos tivado como parte interessada e inte-
eleitores açorianos para ela ser cada ressante de um projecto que tem de República Portuguesa.
vez mais sentida, vivida, consequente ser colectivo, que não pode dispensar
O Governo da Região
Resultados por Ilha tem competências espe-
cíficas e distintas do
governo da República.
Apenas são directamen-
te aplicadas na Região
as competências exclu-
sivas da República,
em matérias como a
Defesa, a Administração
Interna, os Negócios
Estrangeiros.
jornal@diariodosacores.pt
@jornaisPT
8 OPINIÃO/REGIONAL/PUBLICIDADE 27 de Junho 2021 . www.diariodosacores.pt

Daniel Bastos é o novo embaixador

da Fundação “Nova Era Jean Pina”

José Soares

Ensaio
Independência O escritor e historiador Daniel Bastos,
que ao longo dos últimos anos tem publi-
francês e nacional, assume como princi-
pal missão a promoção de uma cultura e

ou soberania?
cado vários livros no domínio da História
e Emigração, cujas sessões de apresenta-
ção o têm colocado em contacto estreito
com as comunidades portuguesas, cola-
borador regular do Diário dos Açores, é o
No planeta que nos é dado existir, as conceções criadas pela razão novo embaixador da Fundação Nova Era
humana sujeitam-se e deturpam-se segundo os padrões culturais e in- Jean Pina.
teresses dos mais variados. A Fundação Nova Era Jean Pina,
Com o andar e progresso dos tempos, entrou-se no século XXI com constituída em 2019, por um dos mais
a criação do conceito de ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO, dinâmicos e beneméritos empresários
saído da necessidade internacional de evitar conflitos como os da pri- portugueses em França, João Pina, admi-
meira e segundas guerras mundiais, bem como condenar todo o tipo nistrador do Grupo Pina Jean, sedeado
de abusos criados pelos governos ditatoriais ou toda a espécie de situ-
nos arredores de Paris, um grupo empre-
ações autocratas.
O Estado de Direito Democrático é o resultado de: O Estado de sarial com actividades em áreas como a
Direito – “todos se submetem ao princípio da legalidade (todos estão construção civil, limpeza e reciclagem de
sujeitos às leis)” – e ao Estado Democrático – “todo o poder emana do resíduos, que tem dinamizado relevan-
povo”. tes iniciativas de ação social no território
Assim e pelos diversos acordos internacionais subscritos pela maio-
ria das nações, os respetivos governos submetem-se ao princípio de Publicidade
rede de solidariedade nas Comunidades
Portuguesas.
Sob o lema “Solidariedade em Movi-
mento”, e sustentando que “a solidarieda-
de não tem fronteiras”, a Fundação Nova
Era Jean Pina, que tem vários membros
dos seus órgãos sociais espalhados pela
França, Bélgica, Estados Unidos da Amé-
rica e Brasil, visa com o convite endereça-
do ao escritor e historiador Daniel Bastos
para embaixador da instituição, reforçar
no seio da Diáspora, a promoção, apoio
e desenvolvimento de projectos de so-
lidariedade em prol das pessoas mais
desfavorecidas ou vulneráveis, como ido-
sos, crianças institucionalizadas e desem-
pregados.

que o conceito clássico de independência territorial ou geográfica é

substancialmente balizado pelos direitos à suprema vontade dos po-
vos habitantes.
Como resultado complementar, o aparecimento da “Declaração Uni-
versal dos Direitos Humanos”, adotada e proclamada pela Assembleia
Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro
1948, veio relembrar às nações a Primazia Humana, suplantando des-
ta forma todos os interesses económicos e geográficos geradores dos
maiores conflitos belicistas.
Os estados democráticos mais avançados nessa linha de pensamen-
to, enveredaram pelo caminho da ação igualitária na Educação, na
Justiça Social e em tudo que respeitasse a primazia do ser humano.
De muitos outros direitos inerentes à Carta Magna acima mencio-
nada, está o chamado Direito de Resistência:
“O Direito de Resistência é o direito, afirmado de diferentes formas
ao longo da história, que qualquer pessoa tem de resistir ou insurgir
contra qualquer fator que ameace a sua sobrevivência ou que repre-
sente uma violência a valores éticos ou morais humanistas. O direito
de resistência já era praticado na China antiga e foi usado para justi-
ficar várias rebeliões, como a Revolução Francesa e a Revolução Ame-
ricana (guerra da Independência dos Estados Unidos).”
Este é um conceito que, sobretudo os ex-impérios colonialistas que
terminaram no século XX, evitam muitas vezes confrontar, dado o
ainda curto espaço de tempo histórico das inúmeras independências a
que foram obrigados a conceder.
A Catalunha, a Galiza, o País Basco, as Ilhas Canárias (na soberana
Espanha) bem como os Açores e a Madeira (cuja Constituição portu-
guesa proíbe a existência de partidos regionais e mantém uma auto-
nomia espartilhada e muito pouco democrática). Ou ainda o Reino
Unido, com a Inglaterra como força soberana, que mantém a Ilha da
Irlanda militarmente dividida e uma Escócia debaixo de férrea pres-
são, alegando em todos os casos a primitiva e ultrapassada formulação
“Uno e Indivisível”.
E como as noções do Direito Internacional continuarão a fazer o
seu imparável caminho, a História se curvará diante do cada vez mais
acentuado Direito dos Povos à autodeterminação, direito natural que
o futuro próximo regularizará, bem como as muitas injustiças que res-
tam saldar nesse campo.

@jornaisPT
 Junho 2021 . www.diariodosacores.pt PUBLICIDADE 9

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10 RELIGIÃO 27 de Junho 2021 . www.diariodosacores.pt

por: pe. Norberto Brum

Director Diocesano da Pastoral Juvenil

Desde o seu acto

criador que Deus tem
um projecto para
a humanidade, um
projecto para todos e
cada um de nós: a vida e a vida em pleni-
tude e em abundância, uma vida que vai
muito para além do meramente humano,
efémero e material, uma vida que, com
Ele, se eleva à condição de terna e eterna!
Mais que Senhor do tempo e da história,
o nosso Deus é Senhor da Vida e de Vida! XIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Tudo o que arruína, corrompe, diminui e
destrói a vida não vem, nem pode vir de
Deus, pois Ele nunca poderia contradizer Ano B
o seu plano criador!
1ª Leitura lho, restaurada na sua dignidade,
Jesus afirma-Se como “a Vida” e, tal
Sabedoria 1, 13-15; 2,23-24 restabelecida na sociedade que
como o Pai, actua em seu favor devol-
«Foi pela inveja do Diabo excluía o seu mal. Este “sê cura-
vendo-lhe dignidade, beleza e grandeza.
que a morte entrou no mundo» da” aparece também como uma
A quem não leva uma existência plena-
constatação: é a sua fé que a sal-
mente humana, basta um toque! A quem
2ª Leitura vou, e Jesus alegra-Se por isso. A
experimenta sinais e formas de “morte”,
2 Coríntios 8, 7.9.13-15 cura é consequência da fé, que é
basta a palavra de ordem: “Eu te ordeno:
«Aliviai com a vossa abun- sempre fonte de vida e de felici-
levanta-te”. Quantos “toques” no manto
dância a indigência dos irmãos dade.
de Jesus ficam por dar! Quantas vezes
pobres» À menina adormecida, Jesus
preferimos o “repouso” anestesiante e
ordena: “Levanta-te”. Este se-
paralisante a ouvir a ordem de “levan-
Evangelho gundo imperativo do Evangelho
tar”!
São Marcos 5,21-43 deste dia é dinâmico e traduz
Custa-nos levantar! Custa-nos aban-
«Menina, Eu te ordeno: Le- perfeitamente este louco desejo
donar o quentinho e o «bembom» em
vanta-te» nos dois episódios que assinalam de Deus em ver o homem vivo, o
que, não poucas vezes, nos envolvemos
a defesa da vida: Ele cura, Ele seu amor incondicional pela vida.
e onde experimentamos aparentes tran-
A Palavra que nos é ofereci- levanta. Ele torna livres todas as “Adormecida”, no “sono da mor-
quilidades, curas miraculosas que não
da neste Domingo celebra a vida pessoas, dá-lhes toda a dignida- te”… um estado do qual Deus nos
passam de “banha da cobra”.E agora
mais forte que a morte, celebra de e capacidade para viver plena- quer fazer sair, um estado do qual
estamos tão bem como daqui a pouco
Deus apaixonado pela vida. mente. Jesus nos salva. “Eu te ordeno: le-
estamos tão mal!
Deus ama a vida! Ele quer ape- O Reino de Deus é a vida. Jesus vanta-te”. A palavra evoca a res-
Se há sinais de morte, de fragilidade
nas a vida! “Deus criou o homem percorre o país para o anunciar e surreição, o novo surgir da vida, o
e debilidade na vida e na história da hu-
para ser incorruptível”, como nos o estabelecer. Ele fala e age. A sua amor divino que nos coloca de pé.
manidade, mais sinais existem de vida,
diz a primeira leitura. Pelo seu Fi- fama espalha-se, porque uma for- Jesus pede ao pai da jovem ape-
aliás, o próprio Deus inscreveu no mais
lho, salva-nos da morte: eis por- ça brota d’Ele, é a força da Res- nas uma coisa: “basta que tenhas
íntimo de cada ser humano esta fome in-
que Lhe damos graças em cada surreição, o Espírito de vida. fé”. E quanto a nós, acreditamos
saciável de vida… de mais vida, mas, ao
Eucaristia. Na sua vida terrena, “Sê curada”. O imperativo verdadeiramente?
que por vezes parece, a par dos avanços
Jesus sempre defendeu a vida. de Jesus tem algo de afectuoso A transformação da nossa vida
da vida, a par da criação de soluções e de
O Evangelho de hoje relata- para com a mulher do Evange- vem-nos pela fé!
mais qualidade de vida, surgem novas
formas de morte. O homem que “produz”
a vida, produz simultaneamente a morte!
E não faltam formas de morte, de mui-
tos modos e feitios! E eis que o Messias
Mestre continua percorrendo os cami-
nhos de uma humanidade ferida, febril e
abatida, quase que sem cura e alternati-
vas, pronto a devolver aquela esperança
perdida, aquele remédio que tarde em
chegar, aquela voz que faz emergir a vida
da própria morte. Há quem lhe chame de
“toque terapêutico”, sim, porque todos os
“toques” em Jesus são terapêuticos mas,
mais que tocar, nem que seja na ponta
do manto, como a mulher do Evangelho,
importa é deixar-se tocar.Deixar-se tocar
pela própria Vida que Se faz vida em cada … Este nosso suplemento “Afetos” completa, hoje, reconhecer o incansável trabalho, nomeadamente
um de nós mediante uma Palavra procla- a sua 175ª edição? Tendo o seu início já no longín- nos seus sempre interpelativos e desafiadores edi-
mada, um Pão e Vinho partilhados “para quo ano de 2017, o suplemento “Afetos” publicado toriais, do Director Diocesano do Serviço de Apoio
remissão dos pecados”, um Perdão admi- todos os Domingos no Jornal Diário dos Açores, da à Pastoral Juvenil, Padre Norberto Brum, e a co-
nistrado sacramentalmente! responsabilidade do Serviço Diocesano de Apoio à ordenadora deste suplemento, a jornalista Olivé-
Diz a sabedoria popular que “porco Pastoral Juvenil da Diocese de Angra atinge, neste ria Santos, por produzir, editar e tornar possível a
não é o que se suja, mas o que não se lava”. Domingo, a sua 175ª edição. concretização deste nosso Afetos.Um agradecimen-
Morto é aquele que não crê que o Messias Com periodicidade semanal e extensão de 2 pá- to, também, especial a todos aqueles que, nestas
de Deus tem o poder de devolver a vida! ginas, o “Afetos”, tal como o seu propósito inicial, 175 edições, mostraram disponibilidade, abertura
Morto é aquele que prefere a comodidade procurou, sempre, ser sinónimo de “presença, ter- e presença para darem testemunho evangelizador
de um leito à ousadia de erguer-se e ca- nura… sentimento” junto dos seus assíduos leitores, nas diversas secções do Afetos.
minhar: há muitos vivos mortos e muitos com especial destaque para os jovens açorianos. Ao Assim, e de forma a retemperar forças, nesta
mortos vivos! longo destes quase 4 anos de existência, o “Afetos” época estival, o Afetos irá de férias durante os me-
“A tua fé te salvou: vai”. cresceu, evoluiu, reinventou-se, procurou ser ino- ses de Julho e Agosto, voltando à nossa companhia
Basta confiar, saber esperar… e Ele vador, trazendo não só notícias, testemunhos, pen- em Setembro. Até lá, desejamosa todos os jovens
agirá! Afinal Ele é mesmo a Ressurreição samentos e curiosidades, mas, também, a Palavra açorianos e restantes leitores e seguidores, umas fé-
e a vida” e quem quer vida sou tem mes- de Deus e a sua interpretação. rias repletas de descanso, saúde e do amor de Deus,
mo de… vivê-Lo! Na realização deste trabalho estiveram e estão combustível que alimenta a concretização de todos
envolvidas muitas pessoas, sendo de inteira justiça os sonhos! Até setembro!

@jornaisPT
 27 de Junho 2021 . www.diariodosacores.pt RELIGIÃO 11

Três novos sacerdotes

para a Igreja Diocesana
A partir da tarde deste Domingo, a Diocese de Angra rem a alegria do Evangelho vivido e convivido” escreve sente.
conta com mais três sacerdotes, os três naturais de São o prelado diocesano. “Em plena caminhada sinodal, aprofundando a mis-
Miguel: Jorge Sousa, de Ponta Garça, João Silva, dos “Nesta hora de graça que interpela, convoco todos os são evangelizadora da Igreja diocesana e comprometi-
Mosteirose António Santos, das Furnas. Os novos sa- jovens da diocese a lançarem o olhar em Jesus Cristo, dos na preparação das Jornadas Mundiais da Juventu-
cerdotes frequentaram o Seminário de Angra e haviam a deixarem-se fascinar pela Sua beleza e ternura e, sem de, Lisboa 2023, convido todos os jovens a libertarem
sido ordenados diáconos a 8 de Dezembro último. medos, a responderem ao chamamento que Ele des- os sonhos que levam dentro de si, a darem espaço nas
A celebração da Ordenação decorre na tarde deste perta em cada um”, enfatiza ainda. suas vidas a Jesus Cristo e com força e coragem, própria
Domingo, na Igreja de São José, em Ponta Delgada, D. João Lavrador lembra o apelo do Papa São João dos jovens, deixarem-se abraçar pela ternura de Jesus
sendo presidida por D. João Lavrador, bispo diocesano, Paulo II aos jovens açorianos, durante a passagem pe- de Nazaré que chama e envia para tornarem presente
celebração que, embora sendo um grande aconteci- los Açores a 11 de Maio de 1991, e volta a exortá-los a neste mundo a Boa Notícia que se experimenta na co-
mento eclesial e diocesano, devido às restrições impos- renovarem o “ardor da evangelização” no tempo pre- munhão com Cristo”, afirma.
tas pela pandemia, é reservada à família e convidados.
A propósito destas ordenações sacerdotais, o Bispo
de Angra publicou uma Nota Pastoral na qual lembra
que o exemplo destes três jovens deve contagiar “o ar-
dor evangelizador” da Igreja diocesana. “Este facto
“deve despertar” a alegria de todos os diocesanos que
devem “assumir o compromisso” que deriva “da desco-
berta vocacional de cada baptizado”.
“Perante a celebração tão significativa e profunda
como é a ordenação sacerdotal, a comunidade cristã e
cada baptizado não poderão ficar em meros espectado-
res”, alerta D. João Lavrador.
O bispo de Angra destaca que esta é uma oportu-
nidade para o “envolvimento” de todos os diocesanos
e para o “compromisso” na missão evangelizadora da
Igreja: “Apelo a todos os baptizados e sobretudo aos jo-
vens a contemplarem a Jesus Cristo presente na nossa
história e descobrirem não só os enormes desafios que
nos são lançados na fidelidade ao Evangelho, mas na
beleza da hora que vivemos a necessitar de cristãos, e
entre eles, sacerdotes, totalmente imersos em Deus e
sintonizando com os problemas, sofrimentos, esperan-
ças e alegrias dos homens de hoje, para testemunha-

Festejar vivendo a santidade

Chegamos a esta época do ano e logo nos vem à ideia
as festas dosSantos Populares. Mesmo com todas as res-
trições atuais, não esquecemos a alegria da festa, a opor-
tunidade de convívio, temporariamente adiado, o reen-
contro esperado e o tempo para descontrair e estar com
os irmãos.
Celebramos os Santos Populares, aqueles por quem
sentimos um carinho especial, pela alegria e animação
que nos proporcionam as festas. Toda esta tradição, a
que chamamos de religiosidade popular, dá-nos a ideia
de uma celebração verdadeira daqueles que entregaram
a sua vida a Jesus, sem restrições ou condições.É verdade
que esta celebração permite-nos recordar as suas vidas e
o seu testemunho. E será suficiente?
Como cristão convictos, não nos podemos deixar ficar aprender daqueles que vivem ao nosso lado, na mesma deixadas para que cozinhemos e as façamos melhor. As-
por aqui. Precisamos de ir mais além. realidade que nós, e por vezes em situações ainda mais sim deverá ser para nós o exemplo que nos foi deixado.
Em primeiro lugar, vamos parar e olhar com atenção desafiantes. E para que não se ignore a importância da festa, faça-
para a vida destes santos. Perceber como, na sua época e Assim, vamos conseguir perceber o que é ser santo mos gestos de santidade na própria festa. Quantas vezes
com todas as restrições e contratempos que enfrentaram, hoje em dia. O que é preciso dar. Como nos podemos en- sabemos de quem está mais sozinho, triste, e não damos
foram capazes de deixar transparecer a forma apaixona- tregar e fazer a diferença, às vezes com tão pouco para a mão? Pois, porque não ir à festa com estas pessoas?
da com que viveram a Fé. Aprender com o exemplo que nós, que será o muito para os irmãos. Um trabalho diá- Levá-las connosco. Isto também pode ser a santidade a
nos deixaram, a capacidade de dizer sim, mesmo quando rio que não precisa ser anunciado, pois como diz o nosso fazer-se presente na festa. Novamente, um gesto simples
tudo à volta parece conduzir a um não. É o prescindir do guia da Fé, “não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua pode fazer toda a diferença na vida do irmão.
caminho mais fácil para seguir o caminho mais Feliz. direita” Mt 6, 3. Não existem receitas milagrosas, indicações precisas,
Esta aprendizagem deverá levar-nos a um segun- O desafio é recentrarmos a nossa atenção. Vamos manuais detalhados. Há sim um coração que precisa ser
do passo, perceber quem são os santos dos nossos dias. festejar a santidade e fazer a santidade presente na fes- amolecido, trabalhado, posto em missão, o nosso cora-
À nossa volta, tantas pessoas que ainda hoje abraçam a ta. Festejar a santidade seguindo o exemplo que nos foi ção. Com esta entregamos vamos cumprir a mensagem
Fé com entusiasmo, mesmo que no silêncio, sendo ver- deixado por Santo António, São João, São Pedro e tantos que Jesus nos deixouno evangelho de São João “o que
dadeiros mensageiros, afinal são “belos os pés que anun- outros santos. Fazer do festejo uma ação concreta. glorifica meu Pai é que deis fruto em abundância”.
ciam a paz”, como ouvimos no cântico. Se nos for difícil Se pensarmos bem, e se for mais fácil percebermos, O desafio está novamente lançado. Vamos agarrá-lo?
perceber e interiorizar a entrega noutros tempos, que ninguém nos deixou receitas para apenas as lermos e
julgamos serem mais fáceis que os nossos, que saibamos alegrarmo-nos pelas capacidades dos outros. Foram-nos Luís Toste

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14 OPINIÃO 27 de Junho 2021 . www.diariodosacores.pt
O sucesso do 34º colóquio
da lusofonia
Chrys Chrystello
Nem as mais severas restrições anunciadas na véspera do evento impedi-
ram o sucesso do 34º colóquio da lusofonia, e mesmo com o corte do tercei-
ro dia conseguimos realizar um evento presencial. O colóquio começou no
dia de Camões e das Comunidades, Ponta Delgada apresta a candida-
tura a capital europeia da cultura 2027 e esperamos que este 34º coló-
quio já sirva de aperitivo. É esta a nossa lusofonia que desde 2006 se
conjuga com a partilha e divulgação da rica e universal açorianidade
literária.
Os colóquios da lusofonia celebram 20 anos em 2021, tendo começado no
Porto, empenharam-se em descentralizar e realizaram eventos em cidades,
vilas e freguesias: 8 anos em Bragança, 5 na Ribeira Grande, 4 em Belmon-
te, 3 na Lagoa, 2 em Vila do Porto, em Santa Cruz da Graciosa e em Seia, 1
na Madalena do Pico, Montalegre, Fundão, Brasil, Macau e Galiza e final-
mente em Ponta Delgada, pois, o Presidente Bolieiro em 2019 teve a visão,
quando liderava o município, de nos convidar a realizar aqui um evento.
Prevíramos 50 oradores e cito uma trintenaque a pandemia não permitiu
tivessem vindo na data prevista de outubro 2020 e não estão agora connosco
neste dia 10 de junho 2021: Álamo Oliveira, Alexandre Banhos, Alexandre
Quintanilha, António Callixto, António Dias Figueiredo, Conceição Andrade,
Diana Zimbron, Diniz Borges, Eduardo Bettencourt Pinto, Esmeralda Cabral,
Francisco Madruga, Helena e Tiago Anacleto-Matias, José António Salcedo,
José Carlos Teixeira, Katharine Baker, Luciano Pereira, Luís Filipe Sar-
mento, Luís Gaivão, Maria de Lourdes Crispim, Maria Helena Ançã, Men-
do Henriques, Moisés Lemos Martins, Norberto Ávila, Raul Gaião, Richard
Zimler, Santana Castilho, Sérgio Ávila, Susana Antunes, Terry Costa, Victor
Rui Dores, Vilca Merízio, Dom Ximenes Belo. Nestes últimos dias, devido a
um acidente o amigo e Presidente da Câmara de Belmonte, Dr António Dias
da Rocha fraturou um pé e também não pôde estar aqui connosco. Tínha-
mos concebido um colóquio memorável, como este também será, apesar de
termos sido obrigados a reduzi-lo em dimensão e participação, em especial
com o anúncio no primeiro dia de que seria reduzido a dois dias. Temos
esperança de no próximo ano podermos trazer a maioria destes ausentes a
um novo colóquio em Ponta Delgada para se concretizar o originalmente
delineado.
Nem nos sonhos mais delirantes imaginei em 2001 ao preparar o 1º co-
lóquio que chegaríamos ao 34º com tantas parcerias e intercâmbios como
aqueles que já foram ou vão ser firmados entre Belmonte e os Açores, com
as autarquias de Ponta Delgada, Madalena do Pico e Santa Cruz da Gracio-
sa, nomeadamente a inclusão de Ponta Delgada na Rota das Judiarias e daí
a presença cá de uma dele-gação do município de Belmonte que teve vários
encontros institucionais e entregou pó do sarcófago dos Cabrais (Gonçalo
Velho e Pedro Álvares) em Belmonte à Escola do Mar do Colégio do Casta-
nhei-ro, numa cerimónia solene cheia de significado.
Havíamos escolhido o prolífico autor ONÉSIMO TEOTÓNIO ALMEIDA
para homenagear em 2020 e assim o fizemos agora. No ambicioso projeto
da atual Presidente da Câmara, ele preside à Comissão de Honra da can-
didatura Ponta Delgada | Açores a Capital Europeia da Cultura 2027, na
qual humil-demente me encontro incluído em representação dos Colóquios.
Onésimo não pôde estar presencial-mente mas sim por vídeo conferência
na homenagem que – anualmente - desde 2008 os colóquios fazem a au-
tores açorianos, como já fizemos a Álamo Oliveira, Caetano Valadão Serpa,
Cristóvão De Aguiar, Daniel De Sá, Dias de Melo, Eduardo Bettencourt Pin-
to, Emanuel Félix, Fernando Aires, Eduíno de Jesus, Judite Jorge, Norberto
Ávila, Susana Margarido, Urbano Bettencourt, Victor Rui Dores, Vasco Pe-
reira Da Costa entre outros.
Além do homenageado Onésimo, estiveram neste 34º colóquio o cientista
Félix Rodrigues, o escritor e humorista Luís Filipe Borges (esse corisco mal-
amanhado), o escritor Aníbal Pires, o incansável José Andrade (atual Diretor
Regional das Comunidades), o historiador Sérgio Rezendes, o crítico lite-
rário Vamberto Freitas, o decano dos escritores Eduíno de Jesus (que apre-
sentou o seu último livro), Urbano Bettencourt, Maria João Ruivo, Pedro
Almeida Maia, Pedro Paulo Câmara, Carolina Cordeiro, Helena Chrystello,
Conceição Medeiros, José de Almeida Mello, Rolf Kemmler,dentre uma vin-
tena de oradores a que se juntou ainda a Secretária Regional da Educação,
Dra. Sofia Ribeiro, por videoconferência.
Houve duas sessões de poesia de Aníbal Pires e de Chrys Chrystello e
sessões de música por Ana Paula Andrade (nossa pianista residente desde
2008) com alunos do Conservatório Regional de Ponta Delgada e com um
jovem aluno flautista da Escola de Música de Belmonte (António Costa de
12 anos) além da Viola da Terra com o Trio Origens (Rafael e César Carva-
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lho, Carolina Constância) que nos acompanha desde 2009, tudo transmiti-
do em três plataformas digitais com a projeção de vários vídeos da ilha nos
intervalos.
Agradeço a visão do Presidente Bolieiro que em 2019 fruto de diligências
iniciadas no seio destes colóquios em 2018, se deslocou à terra de Pedro
Álvares Cabral, para a geminação do Museu Judaico de Belmonte e da Si-
nagoga de Ponta Delgada e tomou contacto com o peculiar ambiente destes
colóquios, nos quais apostou para Ponta Delgada 2020 e que a pandemia
atrasou um ano.
Agradeço, igualmente, à Presidente Maria José Lemos Duarte e à sua
equipa de incansáveis e laboriosos membros (José de Almeida Mello, Luísa
Margarida Pimentel, André Borges, Nuno Engrácio e outros com o apoio
da equipa de som e imagem composta por Tiago Rosas, Pedro Cimbron e
Bruno Duarte), que, apesar de todas as contrariedades pandémicas conse-
guiram criar condições para a realização deste colóquio presencial (trans-
mitido em linha para todo o mundo) pondo termo a mais de um ano de
encontros virtuais nas Tertúlias “Saudades dos Colóquios” ao sábado.
Maria José Duarte assinou um Memorando com a AICL para aqui termos
novo evento (o 36º colóquio) em 2022.
O Presidente do Governo Regional dos Açores considerou, em Dia de
Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que a Lusofonia é
“identidade de ser” e elo de aproximação entre povos e culturas. “Este modo
de ser e estar que a Lusofonia representa identifica-nos e aproxima-nos”,
considerou o governante.
José Manuel Bolieiro falou na sessão de abertura do 34.º Colóquio da
Lusofonia, promovido pela Associação Internacional de Colóquios da
Lusofonia (AICL), em Ponta Delgada. O “mundo sem geografia” que é a
Lusofonia foi enaltecido pelo Presidente do Governo, que deixou uma sau-
dação a todos os lusófonos, “seja qual for o vocábulo que de forma específica
possam utilizar na sua língua”.
O Governo dos Açores, prosseguiu, “estará ao lado” da AICL para “todas as
realizações de futuro”, asseverou ainda o Presidente do Governo. Iniciativas
como esta “valem pela qualidade que representam” na literatura e também
na “identidade lusófona”, até porque “transportam para o presente todo o
legado poético” e “inspiram novas gerações a darem valor e a conhecerem
aqueles que deram raiz à Açorianidade, Portugalidade e Lusofonia”. José
Manuel Bolieiro elogiou ainda a “resiliência” da AICL, presidida por Chrys
Chrystello, elogiando ainda a “simbólica data” de arranque do colóquio des-
te ano e o “inspirador lugar” do mesmo: o Centro de Estudos Natália Cor-
reia, na Fajã de Baixo.
Cremos que juntos, podemos fazer a diferença, congregados em torno de
uma ideia abstrata e utópica, a união pela mesma Língua. Lembro que os
“COLÓQUIOS DA LUSOFONIA”, são um movimento cultural e cívico
com o objetivo de promover a Investigação Científica para reforço dos laços
entre os lusofalantes – no plano linguístico, cultural, social, económico e
político - na defesa, preservação, ensino e divulgação da língua portuguesa
e todas as suas variantes, em qualquer país, região ou comunidade. Os va-
lores essenciais da cultura. e literatura açoriana ocupam sempre lugar de
destaque em todos os nossos colóquios desde 2006, pois temos sempre uma
enorme comitiva de autores açorianos presentes em todos os eventos levan-
do mais longe a riqueza peculiar da sua escrita, de que traduzimos excertos
em 15 línguas e deles editamos já 5 volumes em antologias didáticas, estan-
do mais uma prestes a ser lançada ainda em 2021.
A nossa noção de LUSOFONIA abarca os que falam, escrevem e traba-
lham a língua, independentemente da cor, credo, religião ou nacionalidade. A
Lusofonia é uma capela sistina inacabada; é comer vatapá e goiabada, um pas-
tel de bacalhau ou cachupa, regados com a timorense tuaka ao ritmo do samba
ou marrabenta; voltar a Goa com Paulo Varela Gomes, andar descalço no Bi-
lene com as Vozes anoitecidas de Mia Couto, ler No país de Tchiloli da Olinda
Beja, rever os musseques da Luuanda com Luandino Vieira, curtir a morabe-
za cabo-verdiana ao som De boca a barlavento de Corsino Fontes, ouvir patuá
no Teatro D. Pedro IV na obra de Henrique de Senna-Fernandes e na poesia
de Camilo Pessanha; saborear a bebinca timorense em plena Areia Branca ao
som das palavras de Francisco Borja da Costa e Fernando Sylvan, atravessar
a açoriana Atlântida com mil e um autores telúricos, reencontrar em Salvador
da Bahia a ginga africana, os sabores do mufete de especiarias da Amazónia,
aprender candomblé e venerar Iemanjá, visitar as igrejas e casas coloridas de
Ouro Preto, Olinda, Mariana, Paraty, Diamantina, e sentir algo que não se ex-
plica em Malaca, nos burghers do Sri Lanka, em Korlai ou no bairro dos Tugus
em Jacarta.
 27 de Junho 2021 . www.diariodosacores.pt OPINIÃO 15

Communicare: tornar comum

Patrícia Carreiro*
Há muito, muito tempo, foi estipulado que um ca-
sal deveria ser composto por um homem e por uma
mulher e que estes dois seres haveriam de ser pai e
mãe.
Mais tarde se percebeu que aquele casal não tinha
que ser obrigatoriamente transformado em pai e mãe
e, mais tarde ainda, se viu que uma criança pode ter
dois pais ou duas mães. Confuso, talvez, mas desde há
muito tempo também se percebeu que ter convencio-
nalmente um pai e uma mãe não é sinónimo de feli-
cidade.
Quantos casos não conhecemos de pais rotulados
como normais que maltratam os filhos, física e psico-
logicamente, sem serem punidos por isso?
Falando de modelos parentais, hoje destaco um li-
vro que li há pouco tempo com a minha filha da autora
Isabel Ricardo. De nome O dragão trapalhão, editado
pela Minotauro, esta história tem tanto de simples
como de belo.
Há um ovo de dragão que fica perdido e todos os
animais da floresta começam a ficar preocupados com
o que vai acontecer quando aquilo explodir. No entan-
to, há um casal de rouxinóis que não tem medo do que
dali possa sair, cuidando com frequência do ovo que
está claramente perdido. É de realçar que este casal já
tem vários filhos, que – como os pais – cantam alto e
a bom som!
Ora, um dia o ovo eclode, claro, e de lá sai um dra-
gão bebé que se apressa a designar a rouxinol-fêmea
de mãe. E qual não é o espanto de todos os outros ani-
mais quando percebem que aqueles minorcas adotam
o dragão como seu, que – apesar de bebé – é grande!
Claro que ele é diferente dos irmãos, que cantam,
Como devem ser os
nossos pais?
e dos pais e claro que ele só pode ser trapalhão, por-
que está num ambiente diferente do seu habitat na-
tural. Mas o mais interessante é que nem o tamanho
minúsculo dos pais daquele dragão nem a diferença
abismal que existe entre eles se revelou suficiente para
que aquela fosse uma relação falhada. Muito pelo con-
trário!
Com esta história, consegui perceber e exemplificar
à minha filha que não é o tamanho que impõe respeito
nem que educa e que muito menos são as semelhan-
ças físicas que nos unem.
Além disso, consegui demonstrar à minha filha que
na diferença pode muito bem residir a nossa melhor
e maior vontade de entreajuda, exatamente porque se
percebe a dificuldade do outro.
É que o Lorenzo, o dragão trapalhão, tenta a todo o
custo ser como os irmãos, tenta cantar, simplesmente,
mas da boca só lhe sai fogo, um fogo tão intenso que
até a ele assusta.
Seja como for, os seus pais aceitam-no como ele é e
às tantas nem lhes faz diferença que ele cante ou não.
Esta é uma história sobre a felicidade. Uma histó-
ria sobre o aceitar o outro, coisa que muitas vezes não
sabemos fazer! E talvez cada vez menos!
Se ao menos todos nós pudéssemos sentir a felici-
dade da inclusão que aquele dragãozinho sentiu, tal-
vez tivéssemos um mundo mais feliz e unido.
Se ao menos todos nós pudéssemos dar oportuni-
dades a quem é diferente de nós, talvez neste momen-
to não tivéssemos tantos problemas na Humanidade
por resolver.
Se ao menos nós quiséssemos, e isso faria toda a
diferença!

Os inconvenientes
“O inconveniente costuma fazer comentários
Dionísio Fernandes
rudes, sem ligar a mínima para
os sentimentos dos outros”
Cada vez mais me interesso por pessoas que demonstram comportmen-
tos de sensibilidade, por um lado e, por outro, afasto-me daquelas inconve-
nientes, das desagradáveis.
Umas perguntam como estás e as outras até te dizem como deves estar e
o que deves fazer.
As pessoas inconvenientes são invasivas, sem muita noção de intimidade.
Talvez porque se achem o melhor amigo de todos, quando, na verdade, os
outros preferiam que, de vez em quando elas desaparecem durante algum
tempo.
Reclamam de tudo e de todos, pois afinal, são donas da razão, ou andam
lá perto. Por isso têm opinião sobre tudo e quase sempre a querer expor o
que pensam, mesmo quando ela não é pedida.
Riem, ou falam alto, em qualquer situação, e até muito, alto, sem muita
noção do colectivo, achando-se, assim, livres, ou mais livres que os outros.
E, nesta “onda”, debitam uma espécie de humor, totalmente sem graça, sem
reconhecer os sorrisos amarelos ou forçados, ao seu redor.
Falam muito de si e mal ouvem os outros. Uma espécie de necessidade
de dar realce a alguma auto-afirmação que, para além de ser chato, ainda é
algo super arrogante.
O incoveniente costuma fazer comentários rudes, sem ligar a mínima
para os sentimentos dos outros. Geralmente, ele tem má postura e má en-
tonação de voz, troca aperto de mão frouxos, evita o contato visual e tem
pouca elegância social. Resumindo: pessoas do tipo inconveniente ignoram
os sentimentos dos outros ao revelar, de modo inesperado, tudo o que lhes
passa pela cabeça. Ser inconveniente é um montão de coisas, e entre elas, é
dizer a coisa errada, na hora errada. Mesmo quando são inteligentes e efi-
cientes no trabalho, não possuem o menor sentido de respeito ou cortesia.
Para mim, e creio que para muitos, é preciso muita paciência e elegância,
para continuar sendo educado na presença de gente inconveniente.
Haja saúde

@jornaisPT
 16 INFORMAÇÕES 27 de Junho 2021 . www.diariodosacores.pt

INFORMAÇÕES DE UTILIDADE PÚBLICA

FARMÁCIAS MUSEUS MOVIMENTO AÉREO MOVIMENTO MARÍTIMO TABELA DAS MARÉS

Ponta Delgada – Farmácia Moderna Ponta Delgada
Azores Airlines NAVIOS DA MONTE BRASIL – Em
Largo de Camões 15-19 Museu Carlos Machado Chegada a Ponta Delgada de: 04:09 - Preia-mar
TRANSINSULAR viagem de Lisboa para
Telefone: 296305780 Inverno (de 1 de outubro a 31 de março) Bermudas: 19:25 10:11 - Baixa-mar
Terça a domingo, das 9h30 às 17h Boston: 06:10 Ponta Delgada chegando
Verão (de 1 de abril a 30 de setembro) Funchal: 06:20
16:28 - Preia-mar
Ribeira Grande - Farmácia Central amanhã
Rua S. Francisco 19-23 Terça a domingo, das 10h às 17h30 Lisboa: 07:25, 15:00, 20:30 22:54 - Baixa-mar
Porto: 14:00, 23:35
MONTE DA GUIA – Em
Telefone: 296473135 Museu Hebraico Sahar Hassamaim de Ponta
Delgada - Portas do Céu (Sinagoga) viagem de Ponta Delgada para Lisboa chegando
HOSPITAIS Segunda a Sexta, das 13h00 às 16h30 Partida de Ponta Delgada para: amanhã
TEATRO MICAELENSE
Museu Militar dos Açores Bermudas: 08:15
Ponta Delgada - 296 203 000 PONTA DO SOL – Em viagem de Leixões para Praia
Boston: 17:20
Nordeste - 296 488 318 - 296 488 319
De 2ª a 6ª feira das 10h00 às 18h00
Funchal: 20:10 da Vitória chegando amanhã SEM EVENTOS
Sábado e Domingo das 10h00 às 13h30 e
Vila Franca - 296 539 420
das 14h00 às 18h00
Lisboa: 14:55, 21:25 MARGARETHE – Em Ponta Delgada EM AGENDA
R. Grande - 296 472 128 - 296 472727 Porto: 08:25, 18:00 S. JORGE – Nas Velas largando para Ponta Del-
Encerrado aos feriados
Povoação - 296 585 197 - 296 585 155
Amanhã gada COLISEU MICAELENSE
Ribeira Grande
POLÍCIA Museu Municipal
Chegada a Ponta Delgada de:
Funchal: 06:20 Amanhã SEM EVENTOS
Ponta Delgada - 296 282 022, Museu “Casa do Arcano” Lisboa: 07:25, 15:00, 20:30
MONTE BRASIL – Em Ponta Delgada largando
296 205 500 e 296 629 630 Museu da Emigração Açoriana Porto: 14:00 AGENDADOS
Trânsito - 296 284 327 Museu Vivo do Franciscanismo para Praia da Vitória
R. Grande 296 472 120, 296 473 410 Casa Lena Gal Partida de Ponta Delgada para: MONTE DA GUIA – Em Lisboa largando para
Lagoa - 296 960 410 Funchal: 20:10 ASSOCIAÇÃO DE TÁXIS
Aberto de 2ª a 6ª - 09.00/17.00H Leixões
Vila Franca - 296 539 312 Lisboa: 07:30, 14:55, 20:00 DE SÃO MIGUEL
Furnas - 296 549 040, 296 540 042 Museu Municipal do Nordeste Porto: 08:25 PONTA DO SOL – Na Praia da Vitória largando
Povoação - 296 550 000, 296 550 001, 296 Aberto de 2.ª a 6.ª das 09h00 para Ponta Delgada
550 005 e 296 550 006 às 12h00 e das 13h00 às 16h00 Air Açores
Chegada a Ponta Delgada de:
MARGARETHE – Em Ponta Delgada
Nordeste - 296 488 115, 296 480 110,
296 480 112 e 296 480 118 Flores: 16:40 S. JORGE – Em Ponta Delgada
Maia - 296 442 444, 296 442 996 SERVIÇOS CULTURAIS Horta: 12:05, 20:10
R. Peixe - 296 491 163, 296492033 Pico: 18:15, 19:20
Capelas - 296 298 742, 296 989 433 Povoação São Jorge: 17:25
Santa Maria - 296 820 110, Santa Maria: 07:55, 20:10 INSULAR - Em via-
Biblioteca: Terceira: 07:40, 10:55, 12:45, 14:40, 16:10, gem para Leixões
296 820 111, 296 820 112 e 296 820 110
De Segunda a Sexta das 09h00 às 17h00 19:05, 20:35 (INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE
Museu do Trigo REBECCA S - Em PÚBLICA)
GNR De Segunda a Sexta das 09h00 às 17h00 viagem para Praia da
Partida de Ponta Delgada para:
Largo Dr. Manuel Carreiro, 9504-514 Ponta Delgada
Sábados, Domingos e Feriados 11h00 às 16h00 Flores: 13:30 Vitória chegando amanhã Central 296 30 25 30
TelFixo: 296 306 580 / Fax: 296 306 598 Horta: 07:30, 17:55 296 20 50 50
Horário de Funcionamento
Email: ct.acr@gnr.pt Pico: 14:00, 17:10
São Jorge: 15:10 Amanhã
Ribeira Grande
POLÍCIA MUNICIPAL Santa Maria: 06:30, 18:45 INSULAR - Em viagem para Leixões chegando TÁXIS
Centro Comunitário e de Juventude Terceira: 07:00, 08:10, 08:45, 12:15, 13:15, amanhã
Rua Manuel da Ponte, n.º 34 de Rabo de Peixe 15:25, 20:40
REBECCA S - Em Praia da Vitória largando para
9500 – 085 Ponta Delgada Teatro Ribeiragrandense
Tel. 296 304403/91 7570841 Horário da 2ª a 6ª das 9h às 17h Amanhã Ponta Delgada
Fax: 296 304401 Chegada a Ponta Delgada de:
E-Mail: policiamunicipal@mpdelgada.pt Flores: 17:05
MISSAS Graciosa: 16:05
Horta: 13:25, 17:10, 20:05 CORVO- Em viagem de
BOMBEIROS Semana - 08.00 – Santuário Senhor Santo Cristo Pico: 10:20, 19:20
NAVIOS
Lisboa para Ponta Del-
DA MUTUALISTA
Ponta Delgada - Urgência 296 301 301 dos Milagres; 09.00 - Santuário Senhor Santo São Jorge: 16:40 AÇOREANA gada
Normal 296 301 313 Cristo dos Milagres; 12.30 – Igreja Paroquial Santa Maria: 07:55, 15:15, 20:25
Terceira: 07:40, 11:30, 13:05, 13:20, 18:30, FURNAS - Em Viana do
Ginetes - 296950950 da Matriz (São Sebastião); 18.00 – Igreja 19:40 Castelo
Nordeste - 296488111
Vila Franca - 296539900
Imaculado Coração de Maria e Igreja Paroquial
de São José; 18.30 – Igreja Paroquial da Matriz Partida de Ponta Delgada para:
296 38 2000
Ribeira Grande: 296 472318, Amanhã
296 470100
(São Sebastião); 19.00 – Igreja Paroquial de São
Pedro, Igreja de Nossa Senhora de Fátima, Igreja
Flores: 13:55
Graciosa: 14:00 CORVO - Em Ponta Delgada, saindo às 23 hrs
96 29 59 255
Lomba da Maia - 296446017, 296446175
Povoação - 296 550050, 296 550052 de Nossa Senhora da Oliveira - Fajã de Cima (de
Horta: 08:40, 10:50, 17:50
Pico: 08:00, 17:10
para Lisboa 91 82 52 777
Centro de Enfermagem Bombeiros de terça feira à sexta feira) e Igreja Paroquial de São Jorge: 14:25 FURNAS - Em Viana do Castelo
Ponta Delgada Santa Clara (de terça feira à sexta feira) Santa Maria: 06:30, 13:50, 19:00 JOGOS SANTA CASA
Todos os dias das 17h00 – 20h00 Terceira: 07:15, 07:30, 09:00, 13:35, 16:35, Euromilhões
Incluindo Sábados, Domingos e Feriados Sábado - 08.00 – Santuário Senhor Santo 20:05
BAÍA DOS ANJOS: Em Próximo sorteio Sexta-feira
Cristo dos Milagres; 12.30 - Igreja Paroquial
TAP Ponta Delgada € 54.000.000
MARINHA da Matriz (São Sebastião); 16.00 – Igreja Nª
Chegada a Ponta Delgada de: Último sorteio 22/06/2021
Sra. Das Mercês (Bairros Novos); 17.00 – Transporte Marítimo 6 24 26 27 41 + 3 8
Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Ma- Lisboa: 12h15
Clínica do Bom Jesus (Suspensa); 17.30 – Igreja Parece Machado, Lda Amanhã
rítimo (MRCC Delgada) Imaculado Coração Maria (S. Pedro); 18.00 – BAÍA DOS ANJOS: Em
Partida de Ponta Delgada para: M1lhão
Tel. 296 281 777 Igreja Paroquial de S. JOSÉ e Igreja Paroquial Lisboa: 12h55 Ponta Delgada Próximo sorteio sexta-feira
Polícia Marítima de Ponta Delgada (PM Delgada) de Santa Clara; 19.00 - Igreja Paroquial de São € 1.000.000
Tel. 296 205 246 Pedro, Igreja Nossa Senhora Fátima e Igreja de Último sorteio 18/06/2021
PORTO DE ABRIGO Nossa Senhora da Oliveira - Fajã de Cima CINEMA RJP 35585

Estação Costeira Porto de Abrigo Domingo - 08.00 – Santuário Senhor Santo Cristo CINEPLACE PARQUE ATLÂNTICO Totoloto
Tel. 296 718 086 dos Milagres; 09.00 - Santuário Senhor Santo Próximo sorteio Sábado
Cristo dos Milagres; 09.30 – Clínica Do Bom 1º prémio não disponível
GABINETE DE APOIO À VÍTIMA Jesus (Suspensa); 10.00 – Igreja Matriz e Igreja Sala 2 O Amor é uma Aventura 2D Último sorteio 19/06/2021
Imaculado Coração de Maria (S. Pedro) e Igreja Mulher Maravilha 1984 21:30 9 15 23 27 48 + 6
296 285 399 (número regional) Paroquial Santa Clara; 10.30 – Casa de Saúde
707 20 00 77 (número único) 15:10, 18:10, 21:00
Nª Sra. Conceição e Hospital Divino Espírito Sala 4 Lotaria clássica
apav.pontadelgada@apav.pt
Santo (Suspensa); 11.00 – Igreja Paroquial São Sala 3 Vic o Viking: A Espada Mágica 2D (VP) Próxima extração 28/06/2021
2.ª a 6.ª das 9:30 às 12:00 e das 13:00
às 17:30 Pedro e Igreja Paroquial de São José; 11:30 - Trolls: Tour Mundial 2D (VP) 16:00, 18:20 € 600.000
Igreja de Nossa Senhora da Oliveira - Fajã de Última extração 21/06/2021
16:20
BIBLIOTECAS Cima; 12.00 – Igreja Matriz, Santuário Santo Sem Saída 2D
1º Prémio 48811
Ponta Delgada Cristo e Igreja Nossa Senhora Fátima; 12.15 O Mundo Secreto dos Dragões 2D (VP) 21:40
De 2.ª a 6.ª das 9h00 às 19h00 – Ermida de São Gonçalo (São Pedro)*; 17.00 Lotaria popular
Sábado das 14h00 às 19h00 18:30 Próxima extração 24/06/2021
Biblioteca Municipal Ernesto do Canto – Igreja Paroquial da Matriz (São Sebastião);
€ 75.000
Rua Ernesto do Canto s/n 9500-313 18.00 – Igreja Paroquial São José **; 19.00 –
Tel: 296 286 879; Fax: 296 281 139
Última extração 17/06/2021
Igreja Paroquial São Pedro
Email: biblioteca@mpdelgada.pt 1º Prémio 85633
Horário: 2ª a 6ª feira das 10h00 às 18h00 Centro Municipal de Cultura de Ponta Delgada
Horário de verão (durante as férias escola- * Não há no mês de Agosto Totobola
res): 2ª a 6ª feira das 8h30 às 16h3 ** Nos meses de Julho e Agosto não haverá Horário das Exposições
Próximo concurso Domingo
Ribeira Grande Eucaristia Dominical às 18h, na Igreja de São € 102.000
Arquivo Municipal; Biblioteca Municipal José. Esta será retomada no 1º Domingo do mês 2.ª feira a 6.ª feira: das 9h00 Sábados: das 14h00 às 17h00
Último concurso 20/06/2021
De 2ª a 6ª feira das 9h00 às 17h00 de Setembro. às 17h00 X11 12X 1X1 X11X 2

151 Internet: http://www.diariodosacores.pt

Diário dos Açores

ANOS

Director: Paulo Hugo Viveiros E-mail geral: jornal@diariodosacores.pt

Director Executivo: Osvaldo Cabral Publicidade: publicidade@diariodosacores.pt
Redacção: Rita Frias, Creusa Raposo
Paginação: João Sousa, Flávio Cordeiro Preço avulso: 0.60 Euros – Assinatura mensal: 12 Euros - IVA incluído
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Editor: Empresa Diário dos Açores - Rua Dr. João Francisco de Sousa, nº 16 - 9500-187 Ponta Delgada Fotografia: Pedro Monteiro
São Miguel - Açores Serviços Administrativos: Lúcia Moreira Governo dos Açores
Membro
Registo na ERC n.º 100552 – NIPC: 512003300 Impressão: Gráfica Açoreana, Lda. Rua Dr. João Francisco de Sousa nº. 16, 9500-187 Ponta Delgada Honorário Esta publicação tem o apoio do
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Estatuto Editorial disponível na página da internet em www.diariodosacores.pt
da Câmara Municipal de Ponta Delgada

@jornaisPT

António Raposo*
1 – Raios X.
2 – O físico alemão Wilhelm Conrad Rontgen
descobriu os Rx em 1895. Esta radiação eletro-
magnética dos Rx foi assim designada em virtu-
de de ser desconhecida da comunidade científica
da época.
3 – Os Rx são muito utilizados na medicina.
As radiografias “simples” são a sua principal
utilização em especial para o estudo dos ossos
(fraturas, luxações, artroses, tumores, etc.), mas
também servem para avaliar outras estruturas
sendo muito popular o Rx do tórax para estudo
dos pulmões e até do tamanho do coração.
4 – Em todo o mundo cada vez mais pessoas
sobrevivem ao cancro em virtude dos tratamen-
tos com os Rx. É a chamada Radioterapia. A
base deste tratamento foi descoberta pela Mada-
me Marie Curie, há mais de 100 anos, após a des-
coberta do rádio. Marie Curie ganhou o prémio
Nobel da física em 1903 e da química em 1911,
sendo até hoje a única mulher que ganhou dois
prémios Nobel em áreas distintas. A Radiote-
rapia é uma técnica minimamente invasiva que
pode ser utilizada de forma isolada ou em con-
junto com outras técnicas, tais como a cirurgia e
a quimioterapia. A radiação penetra nas células
malignas e destrói a sua capacidade de multipli-
cação. É assim que se consegue a destruição do
cancro localizado. Em França a Radioterapia de-
signa-se de Curieterapia em homenagem a esta
grande mulher da história. Os médicos especia-
listas em tratamentos do cancro através da Ra-
dioterapia designam-se de radio oncologistas.
5 – A tomografia axial computorizada, cuja
abreviatura de Tac é muito conhecida, é uma
Resiliência: Pessoas,
Cristina do Canto Tavares
Equipas e Organizações
Passado mais de 1 ano de Covid-19 em Portugal,
o cansaço pandémico parece explicar o desânimo e a
falta de persistência na adoção de comportamentos
considerados protetores relativos ao risco de contágio
por SARS-COV2.
Mas então que “super-poder” poderá nos servir
de alento para chegarmos física e mentalmente sãos
ao final desta maratona? A resposta parece residir na
resiliência.
Como um elástico que, à medida que é esticado, se
deforma até um certo limite, sem rebentar, retornan-
do à forma inicial quando deixamos de esticá-lo é fre-
quentemente utilizado, para descrever a forma como
as pessoas respondem às frustrações e aos problemas
que ocorrem na sua vida, e como recuperam desses
embates de modo a saírem mais fortalecidas perante
as adversidades. Como podemos, então, aprender ou
cultivar a resiliência?
27 de Junho 2021. www.diariodosacores.pt
Conselhos de Médico (202)
Raios X
versão mais sofisticada dos Rx comuns. Na Tac
existe um processo de computador que faz com
que a imagem tenha três dimensões, resultando
assim uma alta resolução e uma quantidade de
pormenores muito maior.
6 – Sendo uma radiação ionizante eletromag-
nética (êh pá, já faltavam as palavras “compli-
cadinhas”) tem vários efeitos secundários, em
especial se não for feita com as devidas regras
de proteção e por pessoal altamente qualificado,
como são os médicos radiologistas e os técnicos
de imagiologia. Antigamente os riscos de fazer
muitos Rx eram maiores em virtude da radia-
ção nessa altura ser muito mais elevada. Uma
das principais preocupações prende-se com as
grávidas, em especial no primeiro trimestre da
gravidez, pois pode provocar doenças graves nos
fetos.
7 – A Mamografia utiliza também as radia-
ções de Rx. É um exame muito importante para o
despiste de cancro da mama. Existem idades em
que as mulheres devem fazer uma mamografia
“de rotina”. A OMS recomenda a primeira
mamografia de rastreio aos 40 anos. A Tomo-
densitometria Óssea Bifotónica (TDO) (êh pá,
isto é que é bem “complicadinho”. Experimente
dizer tudo de seguida…) também utiliza os RX
mas através de uma técnica com uma radiação
extremamente baixa. Este exame serve avaliar a
densidade mineral óssea, para fazer o diagnós-
tico de osteoporose ou de osteopénia (quando a
perda de massa óssea é só ligeira).
8 - Quando se pretende fazer uma avaliação
pormenorizada de um qualquer “problema” di-
zemos que vai ser feito um estudo ao Rx… Os
Das características das pessoas mais resilientes des-
tacamos: Auto-estima elevada; Aptidões cognitivas e
de comunicação; Capacidade de sociabilidade e de
estabelecimento de vínculos afetivos; Estabelecimen-
to de compromissos com base em expectativas claras,
positivas, estimulantes e adaptadas; Flexibilidade de
adaptação às mudanças; Iniciativa e criatividade para
resolver situações adversas; Bom sentido de humor;
Ter um projeto de vida.
Quando alargamos a análise ao contexto social, ve-
rificamos que as equipas resilientes desenvolvem uma
forte aceitação da realidade e estão preparadas para
suportar e sobreviver a dificuldades extremas.
No âmbito organizacional os fortes sistemas de va-
lores que fornecem maneiras de interpretar e dar sig-
nificado aos acontecimentos nas empresas e institui-
ções torna-as mais resistentes perante perturbações,
deixando espaço para a criatividade das pessoas fluir.
@jornaisPT
OPINIÃO 17
políticos têm muito o hábito de dizer que vai ser
feita uma avaliação ao Rx!
9 – A descoberta dos Rx foi um grande feito
para a humanidade, no entanto a sua utilização
obedece a critérios rigorosos.
Nota 1 – Tac é a abreviatura de tomografia
axial computorizada, o que significa que em por-
tuguês se deve dizer: “vou fazer uma Tac” e não
um Tac, porque tomografia é feminino. Não se
esqueça …uma Tac. Mas não se admire se dizia
errado até hoje. Muitos médicos também dizem
errado!
Nota 2 – A semana passada escrevi sobre a
forma como esta pandemia pode ter “tafulho”.
Esqueci-me de dizer que não se pode fazer as
coisas de uma forma “atafulhada” e depois espe-
rar que tenha tafulho.
Nota 3 – Ao senhor Vice Presidente do Go-
verno, Dr. Artur Lima, quero dizer que continuo
à espera dos 3 anos de antecipação da reforma
para todos os açorianos. Eu não me esqueci
da sua promessa. Espero que Vossa Excelência
também não se esqueça.
Nota 4 – O aparelho de Rx do Centro de Saú-
de da Povoação está avariado há mais de um
ano…!!! Não se compreende não se poder fazer
um “simples” Rx em proximidade. Isto tem cau-
sado um grande transtorno à população deste
concelho. Como o senhor Presidente do Gover-
no, Dr. José Manuel Bolieiro, é natural da Po-
voação, espero que possa resolver este assunto
rapidamente.
*Médico fisiatra
e especialista em medicina desportiva
No mesmo sentido, os recursos alocados ao processo
de resiliência são os fatores mais importantes para o
resultado da adaptação.
A boa notícia é que a resiliência é o nosso músculo
psicológico – algo que todos temos, em alguma medi-
da –, e que pode e precisa ser desenvolvido ao longo
da vida. E como qualquer músculo, deixa-nos mais
fortes, mais aptos para suportar maiores esforços e
torna-nos progressivamente mais eficientes.
Aqui ficam alguns recursos disponibilizados pela
OPP facilitadores do desenvolvimento desta compe-
tência essencial para conquistarmos a próxima meta.
https://eusinto.me/bem-estar-e-saude-psicologica e
https://maisprodutividade.org
Fique bem, pela sua saúde e a de todos os Açoria-
nos!
Um conselho da Delegação Regional dos Açores
da Ordem dos Psicólogos Portugueses.
 18 TELEVISÃO 27 de Junho 2021 . www.diariodosacores.pt

20:15 - Got Talent Portugal - RTP1 13:20 - Somos Portugal - TVI

signos
Astrólogo Luís Moniz
site:http://meiodoceu-com-sapo-pt.webnode.pt

CARNEIRO BALANÇA
(21/03 a 20/04) (23/09 a 23/10)

A relação amorosa deve ser examinada Ocasião favorável para renovar a sua
com coragem e compreensão. De qual- vida romântica. Se está disponível, não
07:40 Rumos 05:00 Todas as Pala- 06:00 Euronews 04:30 Camilo, O Presi- 04:45 Os Batanetes quer forma, cabe a si tomar iniciativas tenha medo de iniciar um romance que
08:10 Biosfera 07:00 Espaço Zig Zag dente compatíveis com os seus sentimentos. lhe possa proporcionar alegrias.
vras Vários momen-
08:40 Zig Zag Além dos
08:55 Zig Zag 05:30 Zig Zag 12:55 Degrassi: A
destinos da tos de humor,
08:58 Zig Zag TOURO ESCORPIÃO
07:00 Bom Dia Turma Seguinte Junta, Camilo
09:30 Eucaristia Domi- compostos por (21/04 a 20/05) (24/10 a 21/11)
nical Portugal Fim de T2 - Ep. 4 dirige também
10:30 RTP3 / RTP Aço- os Bombeiros sketches hilarian- A vida evolui de acordo com a sua von-
Semana 13:20 Degrassi: A Está capaz de tomar decisões arrojadas.
res Voluntários; bem
09:30 Eucaristia Domi- tes, são sinónimo tade. Daqui em diante, seguramente, vai A sua perspicácia vai ajudar-lhe a en-
16:00 Notícias do Turma Seguinte como o Fanecas
Atlântico Sport, sendo líder de muitas conseguir vivenciar muita estabilidade contrar os meios essenciais para conse-
nical T2 - Ep. 5
16:30 Consulta Externa da Associação em termos afetivos e materiais. guir alcançar os seus objetivos.
17:20 Músicas d´África 10:30 Elvas, Patrimó- 13:40 Folha de Sala gargalhadas na
dos Aplicados da
17:49 Eurodeputados nio Da Humani- Sueca, do Grupo companhia dos
13:45 Ciclismo: Volta
18:22 Príncipes do
dade (Manhã) dos Amigos da GÉMEOS SAGITÁRIO
Nada A França 2021 ‘Batanetes’.
Malha, da Liga (21/05 a 20/06) (22/11 a 20/12)
18:56 Volta ao Mundo 11:59 Jornal da Tarde
(EM DIRECTO) dos Industriais 05:00 Curious George
19:10 Bem-vindos a
13:15 Elvas, Patrimó- de Fanecas de O diálogo pode resolver todas as questões
Beirais 16:00 Caminhos 05:23 Todos Iguais A vida afetiva depende imenso da sua
20:00 Telejornal Aço- nio Da Humani- Cima, da Rádio relacionadas com um membro da sua fa- habilidade de dar carinho ao outro ele-
res 16:25 70x7 Central de Fa- 05:56 O Bando Dos
dade (Tarde) mília, mas não tenha receio de defender mento do par, de maneira a conseguir
20:38 Noite de Dança 16:55 Nicolas Le Floch necas de Cima,
18:59 Telejornal Quatro os seus legítimos interesses. efetivamente consolidar a relação.
21:44 A Mãe do Senhor do Movimento
Ministro T4 - Ep. 3
20:15 Got Talent Por- Aeroporto em Fa- 06:45 Diário Da Manhã
22:54 Teorias da Cons- 17:50 As Caraíbas necas e da Frente
piração tugal 09:00 Querido, Mudei CARANGUEJO CAPRICÓRNIO
Escondidas com Unida TGV, em (21/06 a 22/07) (21/12 a 19/01)
23:23 No Ar 23:15 Got Talent Por- A Casa!
23:48 Acende a Luz Fanecas.
Joanna Lumley: A conjuntura permite-lhe resolver defi- A harmonia nos seus relacionamentos
Para Eu Te “Ou- tugal - Semifina- 05:15 Marvel Aven- 10:00 Missa
vir” listas
de Havana ao gers: Pantera nitivamente certas dificuldades presentes passa pelo desenvolvimento de compor-
00:00 Notícias do Negra T1 - Ep. 1 11:30 Mesa Nacional no seu relacionamento. Porém, precisa de tamentos flexíveis e conscientes. Procu-
Haiti - Ep. 2
Atlântico 00:30 Euro 2020 - Os 05:45 Uma Aventura
18:40 Pietro Mennea, 12:00 Jornal Da Uma adotar uma atitude firme. re criticar com argumentos lógicos.
00:30 Consulta Externa Dias do Euro T2 - Ep. 9
00:52 Eurodeputados A Flecha Do Sul 07:00 Uma Aventura 13:20 Somos Portugal
01:20 Músicas d´África Ao fim do dia,
T2 - Ep. 10 18:57 Jornal Das 8 LEÃO AQUÁRIO
02:22 Volta ao Mundo Alexandre Santos - Ep. 2
08:00 Olhá SIC! (23/07 a 22/08) (20/01 a 19/02)
02:37 Príncipes do 20:25 Folha de Sala 20:45 All Together
leva a até si as 11:00 Vida Selvagem
Nada
03:11 Bem-vindos a notícias da selec- 20:30 Jornal 2 12:00 Primeiro Jornal Now Momento indicado para fazer uma in- Durante este período de crescimento,
Beirais 20:45 Página 2
13:15 Fama Show T3 - trospeção, que lhe possibilite entender transmita sempre uma imagem de forte
ção nacional, o Ep. 25 22:45 Mulheres - Ep.
04:00 Telejornal Aço- o rumo a trilhar. No entanto, faça op- segurança pessoal em todos os contatos
res resumo dos jogos 21:00 Paris Polícia 14:00 Domingão 84 ções coerentes com os seus valores. que de facto venha a estabelecer.
04:34 Noite de Dança e as melhores 1900 T1 - Ep. 1 19:00 Jornal Da Noite
05:38 A Mãe do Senhor 20:45 Quem Quer 00:00 Diário do Euro
Ministro imagens do dia. 22:00 Pianomania! - Namorar Com O 00:30 Jovem Adulta
06:17 No Ar 00:45 Noites do Euro Daniil Trifonov Agricultor? T4 - VIRGEM PEIXES
06:47 Acende a Luz Ep. 5 02:15 Fascínios - Ep. (23/08 a 22/09) (20/02 a 20/03)
Para Eu Te “Ou- 02:15 Janela Indiscre- 23:50 Cinemax T10 -
00:00 Com A Casa Às 80
vir” ta Ep. 25 Costas Altura propícia para desenvolver as suas Novos acontecimentos impulsionam trans-
06:58 Faça Chuva Faça 03:15 TV Shop
Sol 03:15 Televendas 00:50 Euronews 02:00 Televendas atividades profissionais com confiança e formações otimistas na sua vida. Aproveite
persistência. É tempo de mostrar as suas essa energia para efetivamente construir
Qualquer alteração à programação que publicamos é da responsabilidade das respectivas estações verdadeiras capacidades. um futuro mais próspero.

ESTATUTO EDITORIAL
Previsão do estado do tempo nos Açores O Diário dos Açores é um jornal
centenário de edição diária, de informa-
ção regional, independente, livre e regi-
do por critérios de rigor.
O Diário dos Açores assume os
princípios fundadores da Civilização
Ocidental, perseguindo o ideal europeu.
O Diário dos Açores orienta-se pe-
los valores da democracia, da liberdade
e do pluralismo.
O Diário dos Açores quer contri-
buir para uma opinião pública informa-
da e interveniente. Valoriza a discussão
franca, considerando que a existência de
uma opinião pública informada é a base
essencial para o exercício dinâmico da
democracia.
O Diário dos Açores dirige-se a um
público de todos os meios sociais e de
todas as profissões.
O Diário dos Açores procurará fór-
mulas atrativas e pertinentes de apresen-
tação da informação, mas dispensando o
Informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera sensacionalismo.
Centro Centro O Diário dos Açores acompanha
Frente fria Frente quente Frente Oclusa Frente Estacionária de Alta Pressão de Baixa Pressão o processo de mudanças tecnológicas e
está atento à inovação, promovendo a
GRUPO OCIDENTAL GRUPO CENTRAL GRUPO ORIENTAL interação com os seus leitores.
O Diário dos Açores assume o
Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros fracos. Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros em Períodos de céu muito nublado com abertas. Aguaceiros em compromisso de dar cumprimento rigo-
Vento oeste bonançoso (10/20 km/h), rodando gradualmente geral fracos geral fracos. roso aos princípios deontológicos e éti-
para sul. Vento sudoeste bonançoso (10/20 km/h), rodando para sul. Vento sudoeste bonançoso a moderado (10/30 km/h), rodando cos respeitantes à actividade jornalística,
ESTADO DO MAR ESTADO DO MAR para sul. fazendo valer os Direitos inerentes ao
Mar de pequena vaga. ESTADO DO MAR livre exercício da prática informativa
Mar de pequena vaga.
Mar de pequena vaga a cavado. num Estado de Direito Democrático,
Ondas noroeste de 1 a 2 metros. Ondas do quadrante sul de 1 a 2 metros.
Ondas sudoeste de 1 a 2 metros. sendo veículo de transmissão de opi-
nião, desde que tal expressão não viole o
cumprimento rigoroso de normas legais
aplicáveis à comunicação social.

@jornaisPT

PANDEMIA
Lisboa está a arder como costuma di-
zer a gente nova, com aumento de in-
fetados e a coisa está preta! Agora o bi-
cho é outro, mas pior, já se viu que vem
sempre pior que o anterior! Há quem
se admire de ainda não haver medica-
mento para esta maldita pandemia, ou
as farmacêuticas não têm interesse ou
então os cientistas ainda estão a estudar
as variantes das vacinas , que são um
ótimo negócio! Há sempre males que
servem de bem! Finalmente vão come-
çar a vacinar o pessoal de São Miguel
a toda a força, que já não é sem tem-
po! E esta história de se poder jantar
na Lagoa ou na Vila Franca e desertifi-
car Ponta Delgada, é uma história mal
contada que as Autoridades da Saúde
têm de rever com juízo e ponderação!
E por que será que todos os dias no bo-
letim oficial da pandemia vem sempre
o número 33 referente às pessoas que
morreram? Com franqueza, até lembra
a idade da Gilda, que Deus lá tem!
BANDEIRAS
Compadre Feliciano ficou admirado
ao passar nas Portas do Mar, quando
reparou que finalmente estavam iça-
das as bandeiras na entrada mais no-
bre, frente às Portas da Cidade! Afinal
sempre chegam ao Poder os reparos
feitos pelos cidadãos! Tarde é o que
nunca chega!
CENTRO CULTURAL E PASTORAL
Foi ontem pelas 10 da manhã que se
iniciou o programa da cerimónia de
inauguração do novo Centro Cultural
e Pastoral da Matriz de São Sebastião
de Ponta Delgada, depois da profunda
remodelação que sofreu em toda a sua
área.
Presidiu à cerimónia o bispo dos Aço-
res, dom João Lavrador conjuntamen-
te com o Presidente do governo dos
Açores, José Manuel Bolieiro e esti-
veram presentes o vice presidente da
Câmara, o Ouvidor de Ponta Delgada,
monsenhor Constância, o presidente
da Junta de Freguesia, representantes
do Conselho Pastoral e Organismos
e Movimentos da Paróquia e técni-
cos ligados à obra. O bispo diocesano
procedeu à benção do novo edifício
remodelado. Seguiu-se a Sessão onde
intervieram o prior da Matriz, padre
Nemésio Medeiros, o representante
da Câmara, vereador Pedro Furtado,
o presidente Bolieiro e o bispo dom
João Lavrador e na ocasião foi entoa-
do o hino do padroeiro São Sebastião.
Foram visitadas as novas instalações
nos diversos andares até à cave, apro-
veitada para encontros de formação e
de reflexão. Seguiu-se a celebração da
27 de Junho 2021 . www.diariodosacores.pt OPINIÃO/REGIONAL 19
poupança combinada com a EDA! Ela
Câmara de Lagoa
não queria acreditar, vendo tantos assinala Dia
gastos no seu concelho como noutros
, que até poderiam esperar mais uns Internacional
anos! E até já lhe esgota a paciência! sem Sacos de Plástico
Missa de Ação de Graças na Igreja Ma-
triz. De parabéns está o prior da Ma- A Câmara Municipal de Lagoa,
SANTUÁRIO através do CEFAL - Centro de Educa-
triz, padre Nemésio Medeiros e seus
No Domingo último tia Lurdes foi, ção e Formação Ambiental de Lagoa,
colaboradores e a comunidade pela
a meio da tarde, ao Santuário do Se- irá assinalar, no dia 3 de Julho, o Dia
avultada obra agora empreendida.
nhor Santo Cristo dos Milagres, que Internacional sem Sacos de Plástico,
até há pouco tempo estava encerrado com uma acção de sensibilização nas
aos sábados e domingos à tarde. Sob zonas balneares galardoadas do con-
PLANTAÇÕES celho de Lagoa.
o olhar atento de um jovem voluntá-
Os Serviços de Estradas e os que per- A iniciativa terá lugar no Complexo
rio da Irmandade, inúmeros devotos
tencem aos Municípios gostam mui- Municipal de Piscinas, pelas 15 horas,
entravam e saíam depois de visitarem
to de plantar flores e arbustos nas na Zona Balnear da Baixa D´Areia,
a veneranda Imagem que se encontra pelas 15h30 e na Zona Balnear da
rotundas e nas saídas de ruas, cami-
no Coro Baixo da Igreja da Esperan- Caloura, pelas 16h30.
nhos ou estradas! Esquecem-se de
ça, que A acolhe há centenas de anos. Os veraneantes e banhistas recebe-
avaliar a visibilidade para os veículos
Louvável iniciativa que tia Lurdes não rão, simbolicamente, um saco de pano,
que transitam nessas saídas e então é
se cansou de repetir às amigas e à sua como alternativa ao uso dos sacos de
ver agapantos, estrelícias, e outros ar- plástico, com a mensagem “milhares
vizinhança.
bustos verdes, viçosos e floridos, mas de animais marinhos morrem, anual-
que naqueles locais incomodam os mente, por asfixia e ingestão de sacos
condutores e podem causar acidentes! de plástico”.
AMIANTO
Um bom capataz ou um bom chefe O Dia Internacional sem Sacos de
O deputado Joaquim Machado, em
antigamente costumava resolver estas Plástico é assinalado, anualmente, a 3
intervenção no Parlamento Açoriano, de Julho, e tem o intuito de chamar a
questões que os dirigentes não tinham
apelou para a retirada do amianto das atenção para a redução do seu consu-
tempo para isso! Será que hoje há
nossas escolas. Mas essa porcaria ain- mo excessivo, minimizando o impacto
chefes à altura?
da está a contaminar os nossos filhos no ambiente e consciencializando
nas nossas escolas?!? Que raio de ne- a comunidade para as alternativas
gligência foi essa? existentes.
LIXO De salientar que, esta actividade
Eram 22.30 horas de um domingo de incorpora o tema anual “Recupera-
Junho e tio Ramiro reparou, com toda ção de Ecossistemas”, do programa
SCHULZ
a atenção, que junto dos contentores Bandeira Azul, sendo que, a mesma
Como diz o professor Doutor João
do Município de um Largo histórico se encontra inserida na Blue Flag Med
Gonçalves, o afundamento daquele na- Week 2021, que tem o objectivo de
da cidade encontrava-se um cidadão a
vio nas nossas águas, além duma mal- sensibilizar para a problemática do
verificar como estavam os contentores
dade, é burrice ambiental! Aleluia… lixo marinho e para a importância do
depois da recolha e a fotografar por
mar e do trabalho e empenho de todos
causa das dúvidas! Interpelado por tio
na sua recuperação e conservação.
Ramiro, o servidor da Câmara disse O Programa Bandeira Azul, tal
RDP/A
ser o encarregado dos Serviços de Hi- como os restantes programas da
Não será possível, em vez de emitir
giene (e Lixo) e que fazia aquela visto- Foundation for Environmental Edu-
constantemente música estrangeira,
ria com frequência! Tio Ramiro ficou cation (FEE), procura envolver cida-
mandar para o ar o riquíssimo patri-
embasbacado e elogiou a tarefa, acres- dãos, governantes, turistas e banhistas
mónio musical açoriano? Deixem os
centando que as pessoas, por norma, incentivando-os a agir activamente.
estrangeiros tratarem deles. Dêem- De acordo com os seus responsáveis,
só sabem criticar!
nos do que é nosso. “estar consciente, por si só, não é uma
solução para as ilhas de lixo que flu-
tuam nos oceanos. Agir para salvar o
BORRALHO
ALRA planeta também é fundamental”.
A Canada do Borralho, no Pópulo, não De lembrar ainda que, está previs-
Têm dado um exemplo de maturidade
tem saída mas tem merecido especial to, para o mesmo dia, o hasteamento
política os nossos deputados ao apro-
atenção da Junta de Freguesia do Li- da Bandeira Azul, na Zona Balnear da
varem por unanimidade propostas
vramento. Agora falta apenas a PSP Baixa D´Areia.
vindas de vários quadrantes políticos.
passar por lá, de vez em quando, para
Dão o exemplo de que, sobre as cegas
verificar a razão porque param por lá
disciplinas partidárias, a lógica e a ra-
viaturas com gente durante o serão. É
zão devem prevalecer. Bem hajam!
que por ali moram famílias com crian-
ças! Só isso!
FRASES DA SEMANA
(comigo) “Ponta Delgada será a capital
ILUMINAÇÃO PÚBLICA
do Atlântico!”, André Viveiros
Comadre Clotilde, que entrou na casa
dos oitenta ainda com vigor, detesta a
“A situação que se vive no Estabele-
escuridão e sempre ouviu que o escuro
cimento Prisional de Ponta Delgada,
é má conselheiro e, pior ainda, para as
que teve como último desenvolvimen-
pessoas medrosas que não têm medo
to a necessidade de transferência de
apenas de ladroeira. E ainda está por
60 reclusos, dos quais 30 já terão sido
saber por que razão já não colocaram os
transferidos para a Madeira, é insus-
braços de iluminação pública retirados
tentável”, Isabel Almeida Rodrigues
no tempo da Tróika, de má memória!
Intrometida como é, tia Clotilde inda-
“Há, de facto, uma debilidade” em
gou-se com um vereador do seu con-
“termos de recursos humanos” que é
celho, que encontrou na rua quando
“muito evidente” no único hospital
foi à farmácia fornecer-se para o mês e
público da ilha de São Miguel.” Luís
não é que ele respondeu que se trata de
Garcia, Presidente da ALRA
@jornaisPT

Última
Diário Açores Ano
146º
dos
Edição de 27 de Junho de 2021
Artur Lima enaltece papel da Casa
dos Açores do Norte
O Vice-presidente do Governo Re-
gional dos Açores, Artur Lima, visitou as
instalações da Casa dos Açores do Norte,
onde teve a oportunidade de reconhecer
o importante trabalho desenvolvido pela
aquela Casa, seja na promoção de activi-
dades socioculturais que reforcem a ima-
gem dos Açores no norte do país, seja no
apoio social dado aos doentes deslocados
Açorianos.
Durante a sua visita, Artur Lima, em
representação da Vice-presidência do
Governo, assinou um acordo de coope-
ração de igualdade de oportunidades
com o Presidente da Casa dos Açores do
Norte, Ponciano Oliveira, que tem como
propósito garantir o “apoio financeiro
para assegurar o acolhimento, informar,
orientar e acompanhar o doente deslo-
cado na região do Porto e norte do país,
por necessidade clínica”. O acordo, que
tem por objecto o “desenvolvimento de
uma resposta de apoio psico-social dos
André Viveiros defende “uma nova vida”
para Ponta Delgada
O candidato do Partido Socialista à Câ-
mara Municipal de Ponta Delgada, André
Viveiros, comprometeu-se a trazer “Uma
Nova Vida” para o Concelho, assente numa
visão “exigente, ambiciosa e progressista”.
Garantindo ter como único objectivo
“servir Ponta Delgada”, André Viveiros,
que falava no lançamento da candidatura
autárquica do PS ao maior município dos
Açores, assegurou vir a ser “um Presiden-
te de Câmara a tempo inteiro, dedicado
e preocupado com as preocupações dos
nossos munícipes”. Com uma candidatura
assente em seis eixos fundamentais, o can-
didato destacou, em primeiro lugar, ambi-
cionar um Concelho coeso e solidário, “que
cuide das nossas famílias, dos mais jovens
aos mais idosos, sem deixar ninguém para
trás”.
Mas também um Concelho que seja
moderno e amigo do investimento, “que
apoie as nossas empresas, a inovação,
o empreendedorismo e a força de gerar
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doentes e acompanhantes em situação
de fragilidade” que estejam desloca-
dos na cidade do Porto, estabelece que
a Vice-presidência do Governo, através
da Direcção Regional da Solidariedade
Social, deve “assegurar o pagamento de
uma comparticipação financeira até ao
montante de 16.130,03 euros, relativo a
despesas de pessoal e funcionamento”.
Segundo o Vice-presidente do Go-
verno, a Casa dos Açores do Norte tem
prestado um serviço fulcral aos doentes
mudança”, defendendo, nesta matéria,
a necessidade de relançar a centralidade
da Universidade como parceiro estraté-
gico do município. Para André Viveiros,
e neste campo de investimento, há ainda
que relançar o Turismo, “re-qualificando a
hotelaria, o alojamento, a restauração e o
nosso comércio local”, e valorizar a Cultu-
ra, o património e a gastronomia do con-
celho.
André Viveiros, que defendeu um Con-
celho qualificado, moderno e inteligente,
“que promova a reabilitação urbana do
nosso edificado, mas também a qualidade
de vida dos que nele habitam, trabalham
ou nos visitam”, quer ainda um Concelho
de Cultura, “que apoie os promotores e os
criadores”, comprometendo-se a executar
uma política para o Concelho que valorize
o património, e transformando a cidade
numa capital da Cultura. Para o candidato
Socialista, há ainda que promover as polí-
ticas necessárias para um desenvolvimento
@jornaisPT
açorianos que se deslocam à cidade do
Porto, disponibilizando apoio ao nível
social e psicológico tanto aos doentes,
como aos seus acompanhantes.
Para o governante, nas situações em
que se verificam deslocações por doen-
ça, existem implicações ao nível familiar,
profissional, económico e emocional,
pelo que o papel do Executivo regional
deve ser o de desenvolver e melhorar as
respostas sociais que atenuem o desgas-
te emocional e colmatem as dificuldades
sentidas pelos doentes e respectivas fa-
mílias ao nível, por exemplo, do aloja-
mento.
Segundo dados remetidos pela Casa
dos Açores do Norte, desde 2012 – ano
em que esta instituição começou a pres-
tar este serviço – já foram acompanhados
e apoiados cerca de 1.000 doentes mais
os seus acompanhantes, que se deslocam
à cidade do Porto para realizarem trata-
mentos, consultas e cirurgias.
sustentado e sustentável, que se centre na
eficiência dos sistemas de abastecimento
de água, pelo fomento efectivo de todas as
formas de economia circular, mas também
pelo desenvolvimento de um novo sistema
de mobilidade.
Por último, André Viveiros destacou
a importância de se alcançar um Conce-
lho de todos e para todos, que promova
o desenvolvimento integrado de todas as
freguesias, mas que proporcione também
uma melhor qualidade de vida a todos
os cidadãos. Nesse sentido, e apelando à
envolvência de todos os democratas que
acreditam na construção de uma socieda-
de livre, participada e cada vez mais justa,
o candidato do PS à Câmara Municipal
de Ponta Delgada, André Viveiros, com-
prometeu-se a “contactar de perto com as
pessoas e as instituições do nosso Conce-
lho e a apresentar as ideias que temos para
construirmos, juntos, um futuro melhor
para todos”.
Árbitra socorre dois
jovens futebolistas
no mesmo dia
Uma árbitra do distrito de Aveiro
socorreu dois jogadores, em dois jogos
diferentes, no passado Sábado. Um
dos jovens estava com dificuldades
respiratórias convulsões, o outro so-
freu paragens cardio-respiratórias em
campo.
Eunice Mortágua é árbitra há 25
anos. Pela primeira vez na carreira
teve de ajudar a socorrer dois jovens
jogadores no mesmo dia.
Ministro da Saúde
britânico admite ter
violado distanciamento
O Ministro da Saúde britâni-
co, Matt Hancock, pediu desculpas
por ter “desrespeitado as regras de
distanciamento social” durante uma
relação adúltera com uma assessora,
mas recusou demitir-se.
“Admito ter violado as regras de
distanciamento social nestas circuns-
tâncias. Desiludi as pessoas e peço
desculpa”, disse, num comunicado, ci-
tado pela imprensa britânica. Porém,
mostrou-se determinado em continu-
ar “focado a trabalhar para tirar o país
desta pandemia”, pedindo respeito
pela privacidade da família “neste as-
sunto privado”.
Kremlin lamenta que
UE recuse ideia
de uma cimeira
com Putin
As relações entre a UE e a Rússia
têm-se deteriorado constantemente
desde a anexação da Crimeia e o início
do conflito com a Ucrânia, em 2014.
Nenhuma cimeira foi realizada desde
essa data. O Kremlin disse ter tomado
conhecimento “com pesar” da rejeição
da União Europeia à ideia da França e
Alemanha relançarem o diálogo com
a Rússia, através de uma cimeira com
o Presidente russo, Vladimir Putin.