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ESTUDO DO TRABALHO

Ana Antunes

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EESTUDO DO TRABALHO

A organização do trabalho é a ciência que permite a optimização da produção, permitindo


realizar um determinado trabalho a um menor custo, num tempo mínimo, com um cansaço
mínimo e nas condições de segurança ideais.

"Existe sempre um método que permite um trabalho mais rápido e de melhor qualidade que
todos os outros."

É o "estudo dos tempos e dos movimentos".

➢ procurar o melhor método para efectuar um determinado trabalho, utilizando o melhor


possível o tempo disponível, permitindo assim um aumento de produtividade com um
investimento mínimo.

➢ determinar o tempo necessário para um operador qualificado realizar um certo


trabalho a um nível de rendimento bem definido. O conhecimento deste tempo
permitirá por outro lado planificar o trabalho e medir o nível de rendimento obtido.

TÉCNICAS DO ESTUDO DO TRABALHO

O estudo dos métodos consiste em registar, analisar e examinar de maneira critica e


sistemática os métodos existentes e previstos e de execução de um trabalho e seguidamente
aperfeiçoar e aplicar métodos de execução mais cómodos e mais eficazes.

A medida do trabalho é aplicação de certas técnicas que têm por fim determinar o conteúdo
de trabalho de uma dada tarefa (tempo que a execução desta, segundo uma norma de
rendimento bem definida, exige a um operário especializado).

O estudo dos métodos aplica-se na redução do conteúdo de trabalho da operação.

Enquanto que a medida do trabalho tem por fim a descoberta e a eliminação, total ou
parcial, dos tempos improdutivos.

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TÉCNICA FUNDAMENTAL DO ESTUDO DO TRABALHO

1. Escolher o trabalho ou o processo a estudar.

2. Registar por observação directa tudo o que se passa com a ajuda das técnicas de
registo mais apropriadas, a fim de que os dados se apresentem sob a forma mais
conveniente à análise.

3. Examinar e criticar os factos registados, verificando sistemática e sucessivamente o


objectivo do trabalho, o lugar onde é executado, a ordem que tem na execução, a
pessoa que o executa e a maneira como é executado.

4. Estabelecer o método mais económico, tendo em conta todas as circunstâncias.

5. Medir a quantidade de trabalho exigida pelo método escolhido e calcular um tempo


de referência para a sua execução.

6. Definir o novo método e o tempo calculado, de maneira a permitir sempre a sua


identificação.

7. Aplicar o novo método, que será de futuro o método normal com os tempos
estabelecidos.

8. Vigiar a aplicação do novo método por um controlo apropriado.

ESTUDO DOS MÉTODOS

O estudo dos métodos tem por fim:

- melhorar os processos e métodos de execução

- melhorara a implantação das fábricas, oficinas e postos de trabalho e a concepção


das instalações e do material

- economizar o esforço humano e diminuir toda a fadiga inútil

- melhorar a utilização do material, das máquinas e da mão-de-obra

- criar condições materiais de trabalho favoráveis

- eliminação de tempos mortos

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REGRAS DA ECONOMIA DE MOVIMENTOS

Utilização do corpo humano

1- Sempre que possível as duas mãos devem começar e terminar os movimentos ao


mesmo tempo.

2- As duas mãos não devem permanecer inactivas ao mesmo tempo, excepto nos
períodos de repouso.

3- Os movimentos dos braços devem fazer-se simultaneamente e em direcções opostas e


simétricas.

4- A quantidade de movimento deve ser reduzida ao mínimo sempre que é possível.

5- O trabalho deve ser estudado de maneira a permitir um ritmo fácil e natural.

Disposição do posto de trabalho

1- Todas as ferramentas e materiais devem ter um lugar bem determinado de modo a


facilitar a aquisição de um hábito.

2- Todos os materiais devem ser fornecidos antecipadamente, a fim de diminuir o tempo


de espera.

3- O nível de posicionamento das peças deve ser igual ou inferior ao do plano de


trabalho.

4- Deve-se utilizar a gravidade sempre que possível para a passagem do trabalho entre
postos.

5- A altura do posto de trabalho e cadeiras devem permitir uma boa posição e se possível
permitir trabalhar alternadamente sentado ou de pé.

6- O posto de trabalho deve ser bem iluminado.

7- A cor do posto de trabalho deve contrastar com a do trabalho a efectuar, de maneira a


reduzir a fadiga visual.

Concepção da ferramenta e dos materiais

1- O trabalho manual deve ser sempre substituído pela acção de meios mecânicos, na
medida do possível.

2- Sempre que possível devem pôr-se as ferramentas e os materiais em posição prévia.

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ANÁLISE DO PRODUTO

O bom conhecimento dos produtos a fabricar é obtido pela análise de fabrico, que tem como
princípio fornecer a “gama de fabrico” de cada modelo.

Deve proceder-se à:

- simplificação dos métodos de trabalho;


- normalização dos métodos.

A simplificação e a normalização asseguram a eficiência da produção industrial.

A análise do produto é o processo pelo qual, um determinado artigo é decomposto em todos


os componentes que o constituem.

Sequência de operações - são designadas todas as operações nas suas etapas principais:

- preparação
- montagem
- acabamentos

MEDIDA DO TRABALHO

As principais técnicas usadas na Medida do Trabalho são:

➢ O estudo dos tempos por cronometragem.

➢ As normas de tempos predeterminados.

➢ A amostragem de trabalho.

O estudo dos tempos é uma das técnicas de medida do trabalho, que permite registar os
tempos e os factores de actividade, para os elementos de uma dada tarefa, executada em
determinadas condições, e analisar os dados recolhidos a fim de se obter o tempo necessário
para executar essa tarefa a um nível de rendimento bem definido.

OBJECTIVOS DA CRONOMETRAGEM

➢ Determinar o tempo e a produção a fornecer

➢ Conhecer o custo de fabricação de um artigo e também o seu preço de venda.

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➢ Medir a actividade e o rendimento de um indivíduo.

➢ Medir a actividade e o rendimento de um grupo.

➢ Equilibrar os grupos de montagem.

➢ Determinar as necessidades de material e o investimento necessário.

O MÉTODO FUNDAMENTAL DA MEDIDA DO TRABALHO

1. Escolher o trabalho a estudar.

2. Registar todos os dados relativos às condições em que o trabalho é efectuado, aos


métodos e aos elementos de actividade.

3. Medir o tempo de cada elemento, repetindo a operação um numero de ciclos


suficientemente grande para ter a certeza de obter um valor representativo.

4. Examinar de maneira critica os dados registados e os tempos elementares, de modo a


distinguir bem os tempos elementares improdutivos e elementos produtivos. Examinar
os tempos registados para cada elemento e determinar, para cada um deles, um tempo
representativo.

5. Determinar para a operação um tempo que permita fixar com realismo a norma de
rendimento e que contenha necessidades pessoais, imprevistos, etc.

6. Definir com precisão as séries de actividades e os métodos de trabalho para que o


tempo foi determinado e tomar este tempo como norma aplicável a estas actividades e
a estes métodos.

DECOMPOSIÇÃO DO TRABALHO

A- Tempos cíclicos - são os tempos que se repetem a cada ciclo de trabalho.

1- Antes da operação

2- Durante a operação

3- Após a operação

B- Os tempos frequências - são todos os tempos cuja frequência é independente


do ciclo de trabalho.

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JULGAMENTO DA ACTIVIDADE

Definição:

O julgamento da actividade é a comparação entre a cadência de trabalho de um executante,


em relação à ideia que um observador faz da cadência correspondente à actividade de
referência ou actividade normal de execução

Actividade normal ou de referência corresponde ao valor 100, na escala de avaliação


percentual.
A actividade de referência pode ser definida como o ritmo de trabalho de um executante
médio, bem treinado e qualificado, trabalhando sob o controlo de quadros qualificados, mas
sem o estímulo de uma remuneração ao rendimento. Este ritmo de actividade deve ser
mantido dia após dia sem fadiga nem física nem mental, e é caracterizado por exigir do
indivíduo não mais que um esforço razoável e normal.

Escalas do julgamento do ritmo

ESCALAS DESCRIÇÃO Velocidade de marcha


comparável
60-80 75-100 100-133 0-100 (Km/h)
0 0 0 0 Actividade nula 0
Muito lenta; movimentos inábeis e
40 50 67 50 hesitantes; o executante parece não 3,2
se interessar pela sua tarefa
Compassada sem pressa; parece
60 75 100 75 lenta, mas sem qualquer 4,8
desperdício deliberado de tempo
durante a observação.
Gestos vivos e precisos de um
80 100 133 100 trabalhador qualificado médio 6,4
remunerado à peça; as normas
prescritas de qualidade e precisão
são atingidas sem hesitação.
Muito rápida; o executante
100 125 167 125 demonstra uma segurança, destreza 8
e coordenação de movimentos
muito superior à de um trabalhador
médio experiente.
Excepcionalmente rápida; a
120 150 200 150 actividade exige um esforço e 9,6
concentração intensos e não poderá
provavelmente ser mantida durante
muito tempo; só alguns
trabalhadores excepcionais podem
atingir

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CORREÇÕES, COMPLEMENTOS OU COEFICIENTES

Um complemento de repouso é um complemento que é acrescentado ao tempo normal, para


dar ao trabalhador a possibilidade de se recompor dos efeitos fisiológicos e psicológicos da
realização de uma determinada tarefa, em dadas condições e a fim de ter em conta as suas
necessidades pessoais.
A amplitude dos complementos depende da natureza do trabalho.

➢ Necessidades fisiológicas compreende o tempo necessário para que o operador


recupere o seu bem-estar fisiológico, através das idas à casa de banho, beber água, etc.

➢ Correcções de base para fadiga aplicam-se para compensar a energia despendida na


execução do trabalho e para aliviar a monotonia.

DETERMINAÇÃO DO TEMPO PADRÃO

O Tempo Padrão é igual ao tempo normal acrescido dos complementos.

TP = TN + % coeficientes

Através do estudo de movimentos e do estudo dos tempos, determina-se o Tempo Padrão,


numa operadora qualificada, e devidamente treinada, com experiência, para assim se saber o
tempo que deveria ser gasto, na execução de uma determinada tarefa.

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