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Contabilidade Intermediária

Elcio Martens

Johny Henrique Magalhães Casado


INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR

Elcio Martens

● Doutorado em Engenharia de Produção - UNIMEP.

● Mestrado em Contabilidade Avançada - UNIMAR.

● Graduação em Ciência Contábeis - UEM.

Sobre o Autor

Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP, 2018);


área de concentração: Gestão e Estratégia, linha de pesquisa: Meio Ambiente, Energia e Produção
Limpa. Mestre em Contabilidade Avançada pela Universidade de Marília (UNIMAR, 1999).
Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (UEM, 1994).
Atualmente, é professor no bacharelado em Ciências Contábeis do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR). Tem experiência na área de Administração, com ênfase
em Controladoria, atuando principalmente nos seguintes temas: Administração Financeira;
Contabilidade e Análise de Custos; Sistemas de Informações Contábil-Gerencial; Contabilidade
Ambiental; e Contabilidade Societária.

Johny Henrique Magalhães Casado

• Mestrado em Ciências Contábeis - UEM.


• Pós-graduação em Gestão Pública - UEPG.
• Graduação em Ciências Contábeis - UEM.

Sobre o Autor

Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (UEM, 2019); pós-
graduado em Gestão Pública pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG, 2019); MBA
em Gestão Comercial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV, 2019); e graduado em Administração
pela Universidade Estadual de Maringá (UEM, 2008), em Comércio Exterior pelo Centro
Universitário de Maringá (UNICESUMAR, 2008) e em Ciências Contábeis pela Universidade
Estadual de Maringá (UEM, 2016).
INTRODUÇÃO DO LIVRO

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) ao estudo da disciplina de Contabilidade Intermediária.


Ao longo da disciplina, você conhecerá as regras e as normas relacionadas às operações
comerciais que são costumeiramente realizadas pelas empresas, bem como todas as funções que
um profissional da contabilidade deve cumprir para atender a essas normas e legislações.

Abordaremos também, ao longo deste livro, conceitos relacionados aos tipos de investimentos
que são realizados pelas empresas. Esses investimentos são muito importantes pois acabam
impactando o patrimônio da entidade, além de gerar uma série de obrigações contábeis e fiscais.

Operações relacionadas ao ativo circulante também serão tratadas neste livro, para isso, serão
apresentados diversos conceitos de suma importância para o entendimento de como as contas
relacionadas a ele se alteram e modificam ao longo do período. Ao fim do livro, serão abordadas
as principais demonstrações financeiras, que são elaboradas com o intuito de informar os usuários
a respeito das mudanças ocorridas em seu patrimônio.

É importante ressaltar que este livro não tem a intenção de esgotar os conhecimentos nele
apresentados, mas busca ser um guia que possibilite o entendido sobre o desenvolvimento e a
evolução da contabilidade nos dias atuais. Bons estudos!
UNIDADE I

Operações Mercantis
Elcio Martens

Johny Henrique Magalhães Casado


Introdução

Prezado(a) acadêmico(a), ao terminar os estudos desta unidade, você deverá ser capaz de
reconhecer e registrar operações comerciais de compra e venda, calcular os impostos incidentes
nas operações comerciais e registrá-los. Do mesmo modo, também deverá saber elaborar o custo
das mercadorias vendidas ou serviços prestados e identificar e realizar o controle dos estoques
pelo Inventário Periódico ou Permanente, assim como avaliar os estoques pelos métodos PEPS,
UEPS e MPM. Ao longo do capítulo, ainda serão abordados conceitos relacionados e
apresentados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, em especial sobre a cobrança de juros
e concessão de descontos que são ofertados pelas organizações, e como a organização deverá
realizar a contabilização desse tipo de operação.

A crescente informatização dos processos contábeis e fiscais, bem como o uso de documentos
fiscais eletrônicos, tem provocado grandes mudanças na forma como as organizações realizam
suas operações. Sendo assim, faz-se importante ressaltar tais condições e especificidades.

Para que esses objetivos sejam alcançados, é de extrema importância que você desenvolva
seus estudos com seriedade e dedicação, lendo as literaturas recomendadas e os capítulos dos
livros didáticos que forem referenciados neste guia. Bons estudos!

Fonte: melpomen / 123RF.


Empresas Comerciais

Como Operações Mercantis compreende-se as atividades de troca de mercadorias.


Podemos afirmar que é uma das atividades mais antigas praticadas pelos seres humanos,
a qual, por sua necessidade de expansão, tendo como uma das principais causas a situação
geográfica, contribuiu para grandes descobertas e para a ocupação de todos os continentes
do planeta Terra.

Entre os povos com maior desempenho na atividade comercial, os fenícios


certamente foram os que mais se destacaram, principalmente por sua situação geográfica,
pois, não tendo grandes extensões para a agricultura, tiveram de desenvolver habilidades
para o comércio, assim como os gregos e os romanos. Conhecer o setor tributário é de
grande importância para lidar com as operações comerciais que uma empresa pode
estabelecer. Entre as informações necessárias, está conhecer os impostos, suas respectivas
base de cálculos e seu fato gerador. Conhecer o ente da federação responsável pela
cobrança do imposto também é de fundamental importância para todos que atuam ou
pretendam atuar na área.

Operações de Empresas Comerciais LTDA. (tipos de entidades mercantis)

Para melhor compreendermos as operações comerciais, é necessário classificar as


entidades mercantis, quais sejam: (1) Entidades Mercantis Atacadistas e (2) Entidades
Mercantis Varejistas. Tal classificação pode ser melhor entendida quando observado o
perfil de sua clientela. A primeira classificação, por comercializar em grandes volumes,
terá como principais clientes entidades industriais e agrícolas, as quais consomem em
grandes volumes. As varejistas comercializam em volumes menos expressivos,
normalmente, para o consumidor final.

As operações realizadas por ambas são semelhantes e, como mencionado, o que


as diferenciam são o seu volume, as políticas de compras, políticas de financiamentos e
a natureza e o grau dos riscos assumidos. Marion (2012, p. 89) destaca, ainda, que:
Algumas empresas executam compra e venda “por conta própria”, outras “por
conta de terceiros”. São exemplos dessas últimas: as comissionadas, os
representantes e as representações e outros agentes auxiliares de comércio, que
têm algumas características jurídicas, administrativas e comerciais bastante
diferenciadas das entidades que operam “por conta própria”.

Quanto à forma, uma empresa pode ser constituída de diversas modos. Porém, o
foco do nosso estudo será a empresa limitada, pelo fato de que mais de 90% das empresas
brasileiras se incluem nesse formato. Nesse tipo de sociedade, suas responsabilidades
estão restritas ao valor de suas quotas, “mas todos respondem solidariamente pela
interação do capital social” (MARION, 2012, p. 92).

Ela é assim chamada porque conta com um número limitado de sócios, os quais
estão inscritos no contrato social, em que consta além de suas informações pessoais, sua
quota-participação, o percentual (%) de participação e suas atribuições na sociedade. A
gestão poderá normalmente estar a cargo de somente um dos sócios. Isso pode ocorrer
por um prazo definido ou de forma contínua, desde que esteja de acordo com o contrato
social da organização. Ou, ainda, pode ser exercida por um administrador, quando o
contrato permitir e for designado por unanimidade dos sócios, caso o capital ainda tenha
sido integralizado, ou por dois terços, no mínimo, após a integralização.

ATIVIDADES

1) A complexa carga tributária brasileira acaba impondo diversos desafios a


empresários e profissionais que lidam com o dia a dia dos negócios. Entre os
desafios, está compreender sobre qual ente da federação é competente por cobrar cada
um dos impostos. Nesse sentido, assinale a alternativa que indica corretamente o imposto
e o ente responsável pelo seu recolhimento.

a) IOF – Municipal e ICMS – Federal.

b) IRPJ – Federal e IPTU – Municipal.

c) ICMS – Municipal e ISS – Estadual.

d) CSLL – Estadual e ITR – Municipal.

e) ICMS – Federal e IOF – Estadual.


Operações Mercantis

Entende-se por operações mercantis aquelas praticadas constante e comumente


pelas entidades comerciais, tais como operações de compra e venda, devoluções de
compra ou de vendas, e todas as demais operações associadas a essas operações, ou seja,
que são necessárias para que as entidades possam realizá-las, ou que incidem sobre estas.
Nestas, devemos incluir os fretes e seguros, e tributos incidentes sobre a compra e venda
de mercadorias ou serviços. Essas operações alimentam a razão de ser das empresas
comerciais, pois são constituídas justamente para exercerem a intermediação mercantil
entre os atacadistas e/ou indústrias e o consumidor, aquele que adquire pequenas
quantidades para o seu consumo em curtos espaços de tempo.

Inventários: Periódico e Permanente

Os termos periódico e permanente, quando associados a inventário, são apenas


para definir de que forma foram realizados os registros dessas movimentações. Portanto,
os gestores devem se preocupar em realizar os registros de todas as compras e vendas,
bem como das devoluções de suas compras e de suas vendas. O registro de tais
movimentações proporciona variações nos valores de saldo e valores unitários. O termo
permanente quer dizer que a entidade procede constantemente ao registro dos fatos
(compra, venda, devoluções) à medida que ocorrem. Como exemplo, podemos citar um
supermercado, que, à medida que o(a) atendente de caixa confirma o pagamento,
automaticamente, são realizados os registros de movimentação no controle dos estoques
de cada uma das mercadorias lançadas. Esse processo é o que caracteriza o inventário
permanente.

O inventário periódico se dá de forma diferente e, atualmente, aplica-se mais às


entidades que não possuem um “sistema” (software) de controle de estoques e continuam
contratando serviço de contabilidade externo/terceirizado e não interligado. Dessa forma,
tais entidades realizam, ao longo do mês, operações de compra e venda, porém, somente
ao final do mês ou início do seguinte é que tomarão todos os documentos relativos a essas
movimentações e os levarão ao escritório de contabilidade para a efetivação dos registros.
Assim, realizam esse processo por períodos, ou seja, de tempos em tempos, no qual são
registradas as movimentações nos controles de estoques.
Uma das formas encontradas para diminuir a sonegação dos impostos é
informatizar processos e implementar processos eletrônicos. Entre esses processos, temos
a adoção da nota fiscal eletrônica como forma de torná-los mais transparentes e aumentar
a eficiência na arrecadação. A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) tem como definição ser um:

(...) documento de existência exclusivamente digital, emitido e


armazenado eletronicamente, com o intuito de documentar uma
operação de circulação de mercadorias ou prestação de serviços, no
campo de incidência do ICMS, cuja validade jurídica é garantida por
duas condições necessárias: a assinatura digital do emitente e a
Autorização de Uso fornecida pela administração tributária do
domicílio do contribuinte (MATO GROSSO, on-line).

A Receita Estadual de cada uma das unidades da federação são as responsáveis


por regulamentar internamente a aplicação da NF-e entre as organizações (OLIVEIRA et
al., 2015). Em caso de grandes empresas que possuem filiais em vários estados, é
importante que o departamento fiscal esteja alinhado com todas as normativas dos estados
onde possui unidades, para que não deixe de cumprir nenhuma regra.

ATIVIDADES

2) O conceito de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) foi desenvolvido de forma integrada pelas
Secretarias de Fazenda dos Estados e Secretaria da Receita Federal do Brasil. Sendo
assim, a NF-e segue uma padronização geral nacional, mas também segue normas
estaduais. Assinale a alternativa que demonstra o principal imposto que está relacionado
ao processo de emissão de uma NF-e.

a) IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana.

b) ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.

c) ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza.

d) IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores.

e) IRPF – Imposto de Renda de Pessoa Física.


Tributos nas Operações de Compra ou de Venda de Mercadorias

O Brasil é um país com uma vasta gama de tributos e, entre eles, vários incidem
sobre as operações comerciais, tais como: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação (ICMS), que varia de uma Unidade Federativa para outra e, de um
produto ou serviço para o outro; e a definição das taxas, arrecadação e destinação é
responsabilidade de cada Unidade Federativa (estado). É de responsabilidade da União a
administração (arrecadação e aplicação) da Contribuição para Fins Sociais (Cofins); para
a indústria, há o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que também varia de
acordo com o produto; Programa de Integração Social (PIS), para as empresas de
serviços; e o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), que está sob a
responsabilidade do município.

Além dos impostos apresentados, há outros diversos que não foram mencionados
por não se aplicarem ao tema abordado neste livro. Vale destacar que, quanto à criação e
administração de impostos taxas e contribuições, compete à União, aos Estados,
Municípios e ao Distrito Federal. Como administradores, tanto podem alterar suas
alíquotas (majorando-as ou baixando-as) como suspendê-las temporariamente ou ainda
isentar determinados produtos por determinados períodos segundo seus interesses, por
exemplo, nos casos em que pretendem promover maior volume de vendas de um produto
ou segmento.

Base de Cálculo

No Brasil, é vedada a bitributação. Assim, a base de cálculo dos impostos é,


muitas vezes, diferente do valor total da nota; portanto, trataremos sucintamente da
apresentação de suas respectivas bases para cálculo.

1. IPI – o IPI, apesar de incidir sobre os produtos industrializados, é calculado a partir de


operações com mercadorias que são realizadas por empresas comerciais e, portanto, com
IPI destacado na nota fiscal. Sua base de cálculo é a mesma do ICMS na indústria, ou
seja, calcula-se o imposto sobre o valor total dos produtos e, após obtido o valor do IPI,
deve-se adicionar ao valor total dos produtos, obtendo, assim, o valor da nota fiscal total.
Na empresa comercial, o IPI incorpora-se ao valor do produto, pois ela não o recupera,
ou seja, não repassa pela venda.

2. ICMS – nas empresas comerciais, o imposto incide sobre o valor comercial do produto.
Sendo que, nos casos de cancelamento de vendas, automaticamente é cancela também o
imposto. E, nos casos de devolução, calcula-se também o imposto sobre a devolução,
deduzindo-o.

3. A base de cálculo do PIS/PASEP e do Cofins, no denominado regime de incidência


cumulativa, deverá ser repassada no mesmo formato do ICMS. O faturamento mensal da
organização corresponderá à totalidade das receitas que foram mensuradas no período.
Esse cálculo não considera, por exemplo, especificidades como a atividade da empresa,
ou, ainda, a classificação contábil adotada por esta.

De acordo com a Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, art. 3º, § 1º, podem ser
excluídos da base de cálculo:

Exclusões da Base de Cálculo

Para fins de determinação da base de cálculo, podem ser excluídos do


faturamento, quando o tenham integrado, os valores: (Lei nº 9.718, de 1998,
art. 3º, § 2º, com alterações da MP 2.158-35/2001; IN SRF nº 247, de 2002,
art. 23):

1. das receitas isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou


sujeitas à alíquota 0 (zero);

2. das vendas canceladas;

3. dos descontos incondicionais concedidos;

4. do IPI;

5. do ICMS, quando destacado em nota fiscal e cobrado pelo vendedor dos


bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário;

6. das reversões de provisões;

7. das recuperações de créditos baixados como perdas, que não representem


ingresso

de novas receitas;
8. dos resultados positivos da avaliação de investimentos pelo valor do
patrimônio líquido;

9. dos lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo


de aquisição, que tenham sido computados como receita;

10. das receitas não-operacionais, decorrentes da venda de bens do ativo


permanente.

Alíquotas

As alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, no regime de


incidência cumulativa, são, respectivamente, de sessenta e cinco centésimos
por cento (0,65%) e de três por cento (3%) (BRASIL, 1998, on-line).

Os regimes de tributação também contribuem para a incidência de tributos nas


operações comerciais, pois, de acordo com o regime, algumas empresas se apropriaram
ou não dos impostos pagos no ato da compra, quando da realização da venda de seus
produtos. Atualmente no Brasil, as empresas podem ser enquadradas nos seguintes
regimes de tributação: Lucro Real, Lucro Presumido e Simples Nacional. O regime do
Lucro Real é o responsável por realizar a apuração da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) e do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) a partir do lucro
contábil que foi auferido no período. Segundo Pêgas (2017, p. 324):

as empresas obrigadas a utilizar o lucro real são aquelas cuja receita total, no
ano-calendário anterior, seja superior a R$ 78 milhões ou proporcional ao
número de meses do período, quando inferior a 12 meses; instituições
financeiras e equiparadas, inclusive empresas de seguros privados,
capitalização, factoring e entidades de previdência privada aberta; que tiverem
lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; que, autorizadas
pela legislação tributária, usufruam benefícios fiscais relativos à isenção ou
redução de imposto; ou e.que no decorrer do ano-calendário tenham efetuado
pagamento mensal pelo regime de estimativa, inclusive mediante balanço ou
balancete de suspensão ou redução.

O regime do Lucro Presumido é o regime de tributação que mais simples em


relação ao Lucro Real. Segundo ele, o cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido (CSLL) e do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) são fixos. Conforme
Pêgas:
O lucro presumido é uma forma de tributação que utiliza apenas as
receitas da empresa para apuração do resultado tributável de IR e
CSLL. Com isso, esses tributos são calculados por um resultado
estimado, encontrado pela aplicação de percentuais definidos em lei.
O cálculo de IR e CSLL pelo lucro presumido tem um grau de
simplicidade bem maior em comparação com o cálculo pelo lucro real.
O lucro presumido não representa uma forma de tributação obrigatória,
podendo o contribuinte, se assim desejar, ser tributado pelo lucro real,
mesmo com valor de receita bem reduzido. (2017, p. 323)

Ainda poderão optar pelo Lucro Presumido as empresas que tenham auferido
receita bruta anual igual ou inferior a R$ 78.000.000,00, ou parcela proporcional ao
número de meses de atividade no ano-calendário anterior, respeitando-se as demais
situações previstas na legislação em vigor – art. 14 da Lei nº 9.718/1998 e Lei nº
12.814/2013 (BRASIL, 1998, 2013).

O Simples Nacional é um regime tributário criado para auxiliar as pequenas e


médias empresas, que são as maiores e principais empregadoras do país. Como forma de
incentivar que novas empresas surjam, o governo federal criou o Simples Nacional para
garantir benefícios a elas. O empresário enquadrado como Microempreendedor
Individual (MEI pode ainda exercer atividades ligadas à industrialização,
comercialização e prestação de serviços, podendo ser inclusive no âmbito rural. O MEI
pode ainda possuir um único empregado, que deve receber um salário mínimo ou o piso
salarial da categoria profissional. Ele também somente pode se beneficiar das condições
do MEI se a sua atividade for enquadrada como uma das permitidas pelo sistema do
Simples Nacional.

REFLITA

O Simples Nacional é importante para que os pequenos empresários possam impactar


positivamente na geração de negócios e também na oferta de emprego. Sendo assim, todos
os profissionais da contabilidade devem estar atentos sobre a importância do pequeno
empreendedor para a economia nacional.
A simplificação do Simples Nacional pode ser observada a seguir. Os valores e as
alíquotas dos principais impostos são aplicados em uma crescente, como parcialmente
apresentado na Tabela 1.1.

Tipos de empresa Receita Bruta Total em 12 Alíquota Parcela a deduzir


meses

Empresas de comércio Até R$ 180.000,00 4% 0


(lojas em geral) – Anexo I
De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% R$ 5.940,00

De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% R$ 13.860,00

De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% R$ 22.500,00

De 1.800.000,01 a 14,30% R$ 87.300,00


3.600.000,00

De 3.600.000,01 a 19% R$ 378.000,00


4.800.000,00

Empresas fábricas/ Até R$ 180.000,00 4,50% 0


indústrias e empresas
industriais – Anexo II De 180.000,01 a 360.000,00 7,80% R$ 5.940,00

De 360.000,01 a 720.000,00 10% R$ 13.860,00

De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,20% R$ 22.500,00

De 1.800.000,01 a 14,70% R$ 85.500,00


3.600.000,00

De 3.600.000,01 a 30% 720.000,00


4.800.000,00

Empresas que oferecem Até R$ 180.000,00 6% 0


serviços de instalação de
reparos e de manutenção – De 180.000,01 a 360.000,00 11,20% R$ 9.360,00

Anexo III
De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% R$: 17.640,00
De 720.000,01 a 1.800.000,00 16% R$ 35.640,00

De 1.800.000,01 a 21% R$ 125.640,00


3.600.000,00

De 3.600.000,01 a 33% R$ 648.000,00


4.800.000,00

Empresas que fornecem Até R$: 180.000,00 4,50% 0


serviços de limpeza,
vigilância, obras, De 180.000,01 a 360.000,00 9% R$ 8.100,00

construção de imóveis –
De 360.000,01 a 720.000,00 10,20% R$ 12.420,00
Anexo IV

De 720.000,01 a 1.800.000,00 14% R$ 39.780,00

De 1.800.000,01 a 22% R$ 183.780,00


3.600.000,00

De 3.600.000,01 a 33% R$: 826.000,00


4.800.000,00

Empresas que fornecem Até R$ 180.000,00 15,50% 0


serviços de auditoria,
jornalismo, tecnologia, De 180.000,01 a 360.000,00 18% R$ 4.500,00

publicidade – Anexo V
De 360.000,01 a 720.000,00 19,50% R$ 9.900,00

De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% R$ 17.100,00

De 1.800.000,01 a 23% R$ 62.100,00


3.600.000,00

De 3.600.000,01 a 30,50% R$ 540.000,00


4.800.000,00

Tabela 1.1 - Alíquotas do Simples Nacional e percentuais


Fonte: Brasil (2016, on-line).
A entrada de novos setores na lei do Simples Nacional ocorre constantemente. Por
isso, o profissional da contabilidade deve estar atendo a todas as modificações legais.
Assim, ele poderá orientar melhor seus clientes em relação a setores e alíquotas possíveis
no Simples Nacional.

ATIVIDADES

3) A EFD ICMS-IPI envolve obrigações das organizações que necessitam realizar um


conjunto de registros de apuração de impostos, referente às operações e prestações
praticadas pelo contribuinte. Nesse sentido, assinale a alternativa que indica os
responsáveis por apresentar a EFD ICMS-IPI.

a) Organizações que sejam contribuintes do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas
(IRPJ) e também da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

b) Contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e


também do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

c) Pessoas físicas que sejam contribuintes do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF)
e pessoas jurídicas que sejam contribuintes do Imposto sobre a Renda das Pessoas
Jurídicas (IRPJ).

d) Organizações que sejam contribuintes da Contribuição para o Financiamento da


Seguridade Social (Cofins) e também da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL).

e) Contribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e


pessoas jurídicas que sejam contribuintes do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas
(IRPJ).
Transações de Compra e Venda

Considerando as atividades operacionais, temos que as entidades precisam


adquirir as mercadorias para que possam comercializá-las. Essas mercadorias ficarão
estocadas para atender às demandas dos seus diversos clientes (consumidores finais) ou
aguardando a necessidade para sua utilização quando da prestação de serviços a seus
clientes.

Objetivando melhor desempenho da entidade, é necessário o estabelecimento de


políticas de compras, definindo: as fontes de recursos a serem utilizadas – próprios ou de
terceiros; as quantidades: adquiridas, mantidas em estoque ao final e vendidas de cada
produto; e as condições que a empresa pretende pagar suas compras – se totalmente à
vista, se totalmente a prazo, ou se parcialmente à vista e a prazo e em que prazos,
respeitando-se as condições propostas por seus fornecedores – e vendas, discriminando
as condições para comercializar seus produtos, se à vista ou a prazo, e o número de
parcelas – caso a prazo.

FIQUE POR DENTRO

A composição da base de cálculo de algumas empresas é repleta de especificidades. Isso


ocorre por muitas empresas demandarem interpretações específicas, devido aos setores
dos quais sua atividade econômica faz parte. O setor de construção civil é um dos que
mais possuem especificidade. Portanto, consultem o link a seguir e bons estudos!

Fique por dentro acessando o link disponível em:


https://receita.economia.gov.br/orientacao/tributaria/declaracoes-e-demonstrativos/ecf-
escrituracao-contabil-fiscal/perguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2018-
arquivos/perguntas-e-respostas-pessoa-juridica-2018.pdf/view. Acesso em: 22 jul. 2020.

Essas informações são de grande importância para a contabilidade, uma vez que
esta é responsável pela geração de informações que subsidiarão os gestores na tomada de
decisões, contribuindo para o bom desempenho organizacional. Também são necessárias
para que se possa registrar cada um dos fatos ocorridos na entidade. Esses registros são
os responsáveis por alimentarem o sistema da entidade, por meio do qual é possível
consultar os saldos de estoques, os valores financeiros e demais informações necessárias
para realizar a projeção de caixa da organização.

Dessa forma, apresentaremos alguns exemplos dessas operações e suas


respectivas contabilizações ou registros contábeis. Observamos que os registros para o
inventário permanente, o qual veremos em tópico específico, devem ser realizados à
medida que os fatos vão ocorrendo. Portanto, serão registrados em ordem cronológica (de
data). E, à medida que vão ocorrendo, estarão, de certo modo, também em “ordem
cronológica por hora” de ocorrência. Com esses procedimentos e com o uso de softwares
de contabilidade, “automaticamente” ter-se-ão todos os recursos para a obtenção dos
Livros Diário e Razão, os quais são essenciais para o cumprimento das obrigações fiscais.

Considere que a empresa Refrigerando Paraná Ltda. comercializa a varejo apenas


dois produtos (para fins didáticos tomaremos apenas um modelo de cada produto). Para
os exemplos dados, utilizaremos os percentuais dos tributos. Conforme foram
apresentados neste livro e baseados na legislação de forma ampla, observamos que, em
se tratando de exercício profissional, será necessário conhecer as especificidades da
entidade onde você estiver atuando. Em caso de entidades sob o Regime de Tributação
Simplificado (Simples Nacional), estas não se creditarão dos impostos recuperáveis
(como ICMS, PIS etc.) adiantados no ato da compra pelo fato de estarem
pagando/recolhendo à base de taxas reduzidas sobre o faturamento, conforme Tabela 1.2.

1.1 ATIVO CIRCULANTE ………………………..…………………… 300.000,00


1.1.1 DISPONÍVEL ……………………………………………………. 300.000,00
1.1.1.01 Caixa ………………………………………………………….. 29.446,00
1.1.1.02 Banco da Praça …………………………………………….. 270.554,00
1.1.2 CRÉDITOS
1.1.2.01 Duplicatas a receber
1.1.2.02 ( - ) Perdas Estimadas p/ Crédito de Liquidação Duvidosa
1.1.3 ESTOQUES
1.1.3.01 Mercadorias para revenda
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE………………………………...… 1.100.000,00
1.2.3 IMOBILIZADO …………………………………………….… 1.100.000,00
1.2.3.01 Terrenos ………………………………………………….…. 450.000,00
1.2.3.02 Edificações …………………………………………………. 650.000,00
1.2.3.15 (-) Depreciação Acumulada de Edifícios

ATIVO ………………………………………………………………. 1.4000.000,00

Tabela 1.2 - Balanço patrimonial inicial


Fonte: Elaborada pelo autor.

Apresentamos o Balanço Patrimonial inicial da empresa e, após o registro dos


eventos dados no exemplo, será elaborado um novo, com as operações do período.

2. PASSIVO CIRCULANTE ………………………………………….. -


2.2 OBRIGAÇÕES OPERACIONAIS
2.1.1.01 Fornecedores
2.1.1.02 Empréstimos Bancários
2.1.1.03 Financiamentos

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ……………………………………..… 1.400.000,00


2.3.1 CAPITAL SOCIAL …………………………………………….. 1.400,000,00
2.3.1.01 Capital Social Subscrito ………………………………….. 2.000.000,00
2.3.1.02 (-) Capital Social a Integralizar ………………………...… (600.000,00)
PASSIVO …………………………………………………………..… 1.400.000,00

Tabela 1.3 - Balanço patrimonial inicial


Fonte: Elaborada pelo autor.

A seguir, veremos a adoção do inventário periódico.

A. Adotando-se o inventário periódico

No inventário periódico, as compras são registradas de período em período, em


função do seu baixo volume de operações e porque, normalmente, sua contabilidade é
feita por escritórios terceirizados. Portanto, nesse momento, muito daquilo que está sendo
registrado como compras já foi vendido. O profissional da contabilidade então efetuará
os registros não se preocupando com um rigoroso nível de controle dos estoques.
No entanto, preocupando-se, principalmente, em cumprir com as obrigações fiscais, pois,
como recebe a documentação de um período, normalmente mensal, não há como manter
a qualidade das informações. Assim, as movimentações de entradas são registradas pelo
total das notas de entradas que tiverem recebido naquele período.

Exemplo: Foram adquiridas 250 unidades do seguinte produto: Climatizador


(quente/frio/umidificador, 3 velocidades e controle remoto – 110w) no estado de São
Paulo por R$ 230,00 cada, com parcelas iguais, entrada + duas parcelas.

Incide:

IMPOSTOS: IPI de 10%, ICMS de 12%, PIS 1,65% e COFINS de 7,6%.

FRETE: R$ 1.375,00, com ICMS de 12%, pagamento à vista.

São comercializados (vendidos) por R$ 679,90 (UN.), em 4 parcelas, com


incidência de ICMS de 18%, PIS 1,65% e, Cofins de 7,6%.

Compra 250 unid. x 230,00 57.500,00

IPI 57.500,00 x 10% 5.750,00

ICMS 57.500,00 x 12% (6.900,00)

PIS 57.500,00 x 1,65% (948,75)

COFINS 57.500,00 x 7,6% (4.370,00)

TOTAL 51.031,25
Tabela 1.4 - Compra
Fonte: Elaborada pelo autor.

Veja na tabela a seguir os lançamentos de registro da compra:

D 1.1.3.01 - Mercadorias para Revenda 63.250,00 63.250,00


C 2.1.1.01 - Fornecedores

D 1.1.2.05 - ICMS a recuperar 6.900,00 6.900,00


C 3.3.1.06 - ICMS s/ compras
1
D 1.1.2.09 - PIS a recuperar 948,75 948,75
C 3.3.1.07 - PIS s/ compras

D 1.1.2.11 - COFINS a recuperar 4.370,00 4.370,00


C 3.3.1.08 - COFINS s/compras
Tabela 1.5 - Lançamentos: registro da compra
Fonte: Elaborada pelo autor.
Na sequência, observe a tabela de lançamentos de frete:

D 3.3.1.03 - Frete s/ compras 1.375,00 1.375,00


C 1.1.1.01 - Caixa
2
D 1.1.2.05 - ICMS a recuperar 165,00 165,00
C 3.3.1.10 0 ICMS s/frete de compras
Tabela 1.6 - Lançamentos: frete
Fonte: Elaborada pelo autor.

A correta realização dos lançamentos referentes aos impostos é de grande


importância para que a organização possa emitir, ao fim do período, as suas
demonstrações contábeis com dados que fielmente representem a situação da
organização.

Devolução de Compras

Considerando que a responsabilidade do frete sobre a devolução de compras é do


fornecedor quando por defeito na produção, ou da transportadora por avaria no transporte
e que a empresa está devolvendo três unidades que chegaram com defeito de fabricação,
temos:

Cálculos:

R$ 230,00/unid. + 10% IPI = R$ 253,00/unid. X 3 unid. = R$ 759,00 (Produto + 10%


de IPI); portanto, a base de cálculo dos tributos é = R$ 690,00.

Devol. de compra 3 unid. x 230,00 (690,00)

IPI 690,000 x 10% (69,00)

ICMS 690,00 x 12% 82,80

PIS 690,00 x 1,65% 11,39

COFINS 690,00 x 7,6% 52,44

TOTAL 612,38
Tabela 1.7 - Devolução de compra
Fonte: Elaborada pelo autor.
Na próxima tabela, observe os lançamentos de registro da devolução da compra:

D 2.1.1.01 - Fornecedores 759,00 759,00


C 3.3.1.09 - Devolução de compras

D 3.3.1.05 - ICMS s/ devolução de compras 82,80 82,80


C 1.1.2.05 - ICMS a recuperar
3
D 3.3.1.14 - PIS s/ devolução de compras 11,39 11,39
C 1.1.2.09 - PIS a recuperar

D 3.3.1.15 - COFINS s/devolução de compras 52,44 52,44


C 1.1.2.11 - COFINS a recuperar
Tabela 1.8 - Lançamentos: registro da devolução da compra
Fonte: Elaborada pelo autor.

Os lançamentos referentes aos impostos e que incidem sobre as devoluções das


mercadorias são de fundamental importância para que a organização possa ter o valor
exato de como as devoluções influenciam de fato em suas operações.

Venda de Mercadorias

Considere a venda a partir dos dois tipos de inventários, temos então: admitindo-
se que a empresa tenha vendido 15 unidades ao preço de R$ 679,90 cada e incide sobre
esse valor 18% de ICMS, 1,65% de PIS e 7,6% de Cofins e que a empresa comercializa
100% a prazo. Para a realização do serviço, a empresa contratou uma transportadora que
cobrou R$ 350,00 para a realização da entrega, com pagamento imediato após
confirmação de recebimento pelo cliente.

Cálculo:

Valor da Venda 15 unid. x 679,79 10.198,50

ICMS 10.198,50 x 18% 1.835,73

PIS 10.198,50 x 1,65% 168,28

COFINS 10.198,50 x 7,6% 775,09


Tabela 1.9 - Venda de mercadorias e impostos
Fonte: Elaborada pelo autor.
Veja os lançamentos de registro da venda:

D 1.1.2.01 - Duplicatas a Receber 10.198,50 10.198,50


C 3.1.2.02 - Venda de Mercadorias a Prazo

D 3.2.1.03 - ICMS sobre vendas 1.835,73 1.835,73


C 2.1.1.16 - ICMS a recolher
4
D 3.2.1.04 - PIS sobre vendas 168,28 168,28
C 2.1.1.12 - PIS a recolher

D 3.2.1.05 - COFINS sobre vendas 775,09 775,09


C 2.1.1.11 - COFINS a recolher
Tabela 1.10 - Lançamentos: registro da venda
Fonte: Elaborada pelo autor.

E, agora, os lançamentos de despesa da venda (entrega da mercadoria):

D 3.4.1.02 - Fretes e Carretos 350,00 350,00


5
C 1.1.1.02.001 - Banco da Praça S/A

Tabela 1.11 - Lançamentos: despesa da venda (entrega da mercadoria)


Fonte: Elaborada pelo autor.

A seguir veremos a devolução de vendas. Vamos lá?

Devolução de vendas

Considerando que foram devolvidas duas (2) das unidades comercializadas,


temos:

R$ 679,90 x 2 = R$ 1.359,80, que será a base de cálculo para os tributos incidentes sobre
a venda.

Valor da Venda 2 unid. x 679,79 1.359,80

ICMS 1.359,80 x 18% 244,76

PIS 1.359,80 x 1,65% 22,44

COFINS 1.359,80 x 7,6% 103,34


Tabela 1.12 - Impostos incidentes sobre venda de mercadorias
Fonte: Elaborada pelo autor.
Veja a seguir os lançamentos de registro da devolução de vendas:

D 3.2.1.01 - Devolução de vendas 1.359,80 1.359,80


C 1.1.2.01 - Duplicatas a receber

D 2.1.1.16 - ICMS a recolher 244,76 244,76


C 3.2.1.03 - ICMS s/ vendas
6
D 2.1.1.12 - PIS a recolher 22,44 22,44
C 3.2.1.04 - PIS s/ vendas

D 2.1.1.11 - COFINS a recolher 103,34 103,34


C 3.2.1.05 - COFINS s/ vendas
Tabela 1.13 - Lançamentos: registro da devolução de vendas
Fonte: Elaborada pelo autor.

A seguir veremos o CMV, que se refere ao custo das mercadorias vendidas.

Custo das Mercadorias Vendidas (CMV)

Quando da apuração do Custo das Mercadorias Vendidas (CMV), pode-se obtê-


lo de duas formas. Uma pela aplicação da fórmula CMV = EI + C – EF e a outra com o
uso da estrutura da DRE, conforme demonstrado a seguir. Vale lembrar que a primeira é
utilizada para os casos mais simples, com poucos elementos, enquanto que para os demais
casos, a estrutura da DRE se torna mais prática e interessante.

3.3.1 Custo das Mercadorias Vendidas 2.717,31


3.3.1.01 (+) Estoque Inicial 0,00
3.3.1.02 (+) Compra de Mercadorias 63.250,00
3.3.1.03 (+) Frete sobre compras 1.375,00
3.3.1.05 (+) ICMS s/ devolução de compras 82,80
3.3.1.15 (+) PIS s/ devolução de compras 11,39
3.3.1.16 (+) COFINS s/devolução de compras 52,44 6.900,00
3.3.1.06 (-) ICMS s/compras 948,75
3.3.1.07 (-) PIS s/compras 4.370,00
3.3.1.08 (-) COFINS s/compras 759,00
3.3.1.09 (-) Devolução de compras 165,00
3.3.1.10 (-) ICMS s/frete 48.911,57
3.3.1.16 (-) Estoques final

Tabela 1.14 - Cálculo do CMV


Fonte: Elaborada pelo autor.
Após realizadas as operações do período, a Demonstração de Resultado do
Período (DRE) e o Balanço Patrimonial da empresa ficarão da seguinte forma:

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

3.1 RECEITAS OPERACIONAIS 10.198,50


3.1.2 Receita Bruta de Vendas 10.198,50
3.1.2.02 Vendas a prazo 10.198,50
3.2 Deduções da Receita Bruta
3.2.1 Deduções da Receita Bruta
3.2.1.01 Devoluções de Vendas (3.768,36)
3.2.1.03 ICMS sobre vendas 1.359,80
3.2.1.04 PIS sobre vendas 1.590,97
3.2.1.05 COFINS sobre vendas 145,84
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 671,75 6.430,14

3.3.1 CMV – Custo das Mercadorias Vendidas (2.717,31)

(=) LUCRO BRUTO (ou RCM, RBM) 3.712,83

3.4 DESPESAS OPERACIONAIS (350,00)

3.4.1.02 Fretes e Carretos 350,00

3.9.1 (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO 3.362,83


Tabela 1.15 - DRE do período
Fonte: Elaborada pelo autor.

As vendas realizadas pela entidade no período possuem inúmeros reflexos nos


processos internos desta, sendo que os valores de entrada e saída de recursos acabam
impactando diretamente na demonstração dos resultados do exercício.

Em relação às fichas de estoques, pelos três métodos de apuração seriam assim


apresentadas:
A. Método PEPS – Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair

Entradas Saídas Saldos


Data
Q. $ $ Q. $ Unit. $ Total Q. $ Unit. $ Total
Unit. Total

Venda 2 - 200 200 485,2143 97.042,86 35 485,2143 16.982,50


Unid

Dev. vds (5) 485,2143 (2.426,07) 40 485,2143 19.408,57

CMV (PEPS) 695 331.601,21

Ajuste a valor de mercado (2.408,57)

40 425,0000 17.000,00
Tabela 1.16 - Ficha de controle de estoques PEPS
Fonte: Elaborada pelo autor.

B. Método UEPS – Último a Entrar, Primeiro a Sair

Entradas Saídas Saldos


Data
Q. $ $ Q. $ Unit. $ Total Q. $ Unit. $ Total
Unit. Total

Dev. venda 2 (5) 465,8400 (2.329,20) 40 465,5400 18.633,60

CMV (PEPS) 695 332,376,19

Ajuste a valor de mercado (1.633,60)

40 425,0000 17.000,00
Tabela 1.17 - Ficha de controle de estoques PEPS
Fonte: Elaborada pelo autor.
C. Método MPM – Média Ponderada Móvel

Entradas Saídas Saldos


Data
Q. $ Unit. $ Total Q. $ Unit. $ Total Q. $ Unit. $ Total

(5) 477,5643 (2.387,82) 40 477,5643 19.102,57

CMV (PEPS) 695 331.907,21

Ajuste a valor de mercado (2.102,57)

40 425,0000 17.000,00

Tabela 1.18 - Ficha de controle de estoques PEPS


Fonte: Elaborada pelo autor.

Os valores finais não se alteram, o que se observa é que em cada método os valores
se movimentam de maneira diferente na ficha de controle de estoque.

Contas Transitórias

Contas transitórias são usadas para compensar lançamentos de reconciliação na


contabilidade. Entre as contas mais comuns, podemos elencar as contas relacionadas ao
ICMS, PIS e Cofins.

ICMS, PIS e Cofins

Como visto em nosso exemplo prático, foi utilizado o regime NÃO


CUMULATIVO, o qual, na hora da compra, nos dá o direito de recuperar o crédito dos
impostos ou, em outras palavras, compensar os tributos recuperáveis. É importante
lembrar que em se tratando desses impostos, podemos encontrar três tipos de natureza de
contas diferentes, descritos a seguir.

● A recolher.

Contas de natureza credora classificada no Passivo Circulante, representando uma


obrigação (dívida) a ser paga.
2.1.1.09 COFINS a recolher

2.1.1.10 PIS a recolher

2.1.1.14 ICMS a recolher

● A recuperar.

Contas de natureza devedora classificada no Ativo Circulante, representando um


direito de crédito.

1.1.2.05 ICMS a recuperar

1.1.2.09 PIS a recuperar

1.1.2.11 COFINS a recuperar

● Sobre a venda.

Contas de natureza credora classificada nas Contas de Resultado (DRE),


representando uma obrigação que deve ser deduzida sempre que ocorrer uma venda.

3.2.1.03 ICMS sobre as vendas

3.2.1.04 PIS sobre as vendas

3.2.1.05 COFINS sobre as vendas

D 2.1.1.16 - ICMS a recolher 1.590,97 1.590,97


C 1.1.2.05 - ICMS a recuperar

D 2.1.1.12 - PIS a recolher 145,84 145,84


7
C 1.1.2.09 - PIS a recuperar

D 2.1.1.11 - COFINS a recolher 671,75 671,75


C 1.1.2.11 - COFINS a recuperar
Tabela 1.19 - Lançamento: encerramento das contas transitórias (tributos recuperáveis)

Fonte: Elaborada pelo autor.


Lançamentos de Encerramento do Exercício

O resultado do exercício da entidade trata-se de uma importante etapa da


contabilização das operações da entidade, pois ela é responsável por apresentar o saldo
no período, podendo ser positivo, no caso de lucro, ou negativo em caso de prejuízo.
Concluídos os lançamentos e a apuração, chegaremos ao nosso balanço patrimonial de
encerramento, com os saldos atualizados.

BALANÇO PATRIMONIAL DE ENCERRAMENTO

1.1 ATIVO CIRCULANTE …………………………………………….. 365.853,83


1.1.1 DISPONÍVEL ……………………………………………………. 298.275,00
1.1.1.01 Caixa …………………………………………………………… 28.071,00
1.1.1.02 Banco da Praça ……………………………………………... 270.204,00
1.1.2 CRÉDITOS ……………………………………………………..… 18.667,26
1.1.2.01 Duplicatas a receber ………………………………..…………. 8.838,70
1.1.2.05 ICMS a recuperar ………………………………..……………. 5.391,23
1.1.2.09 PIS a recuperar …... ………………………………..……...……. 791,52
1.1.2.11 COFINS a recuperar ………………………………..………..…. 3.645,81
1.1.3 ESTOQUES …………..………………………………..………...…. 48.911,57
1.1.3.01 Mercadorias para revenda ………………………..…………. 48.911,57
1.2 ATIVOS NÃO CIRCULANTES ………………………………... 1.100.000,00
1.2.3 IMOBILIZADO……………….………………………………... 1.100.000,00
1.2.3.01 Terrenos ……………………………………………..……….. 450.000,00
1.2.3.02 Edificações ………………………………………..………..... 650.000,00
1.2.3.15 (-) Depreciação Acumulada de Edifícios
ATIVO TOTAL………………………...……………………………… 1.465.853,83

Tabela 1.20 - Ativo do Balanço Patrimonial


Fonte: Elaborada pelo autor.
2.1 PASSIVO CIRCULANTE ………………………………………….. 62.491,00
2.1.1 OBRIGAÇÕES OPERACIONAIS
2.1.1.01 Fornecedores ……………………………………………….... 62.491,00

2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE………………..…………………… -

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ……………………………….....……. 1.403.362,83

CAPITAL SOCIAL ………………………………..……………….…. 1.400,000,00


2.3.1.01 Capital Social Subscrito ……..…………………………… 2.000.000,00
2.3.1.01 (-) Capital Social a Integralizar …………………………... (600.000,00)
2.3.5 LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
2.3.5.01 Resultado do Exercício ……………………………..…………. 3.362,83

PASSIVO TOTAL …………………………………………....……… 1.465.853,83

Tabela 1.21 - Passivo do Balanço Patrimonial


Fonte: Elaborada pelo autor.

Adotando-se o inventário permanente

Para fins didáticos, utilizaremos o mesmo exemplo, efetuando toda a sua


contabilização de acordo com o inventário permanente. Assim, iniciaremos com os
mesmos saldos iniciais de Balanço Patrimonial.

BALANÇO PATRIMONIAL INICIAL

1.1 ATIVO CIRCULANTE ………………………..…………………… 300.000,00


1.1.1 DISPONÍVEL ……………………………………………………. 300.000,00
1.1.1.01 Caixa ………………………………………………………….. 29.446,00
1.1.1.02 Banco da Praça …………………………………………….. 270.554,00
1.1.2 CRÉDITOS
1.1.2.01 Duplicatas a receber
1.1.2.02 ( - ) Perdas Estimadas p/ Crédito de Liquidação Duvidosa
1.1.3 ESTOQUES
1.1.3.01 Mercadorias para revenda
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE………………………………...… 1.100.000,00
1.2.3 IMOBILIZADO …………………………………………….… 1.100.000,00
1.2.3.01 Terrenos ………………………………………………….…. 450.000,00
1.2.3.02 Edificações …………………………………………………. 650.000,00

1.2.3.15 (-) Depreciação Acumulada de Edifícios

ATIVO ………………………………………………………………. 1.4000.000,00

Tabela 1.22 - Ativo do Balanço Patrimonial Inicial


Fonte: Elaborada pelo autor.

3. PASSIVO CIRCULANTE ………………………………………………….. -


3.1.1 OBRIGAÇÕES OPERACIONAIS
2.1.1.01 Fornecedores
2.1.1.02 Empréstimos Bancários
2.1.103 Financiamentos

3.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE ..…………………………...………… -

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ……………………………………….. 1.400.000,00


2.3.1 CAPITAL SOCIAL …………………………………………….. 1.400.000,00
2.3.1.01 Capital Social Subscrito ………………………………..… 2.000.000,00
2.3.1.02 (-) Capital Social a Integralizar …………………………... (600.000,00)

PASSIVO …………………………………………………………..… 1.400.000,00

Tabela 1.23 - Ativo do Balanço Patrimonial Inicial


Fonte: Elaborada pelo autor.

Foram adquiridas 250 unidades do seguinte produto: Climatizador


(quente/frio/umidificador, 3 velocidades e controle remoto – 110w) no estado de São
Paulo por R$ 230,00 cada, com parcelas iguais, entrada + duas parcelas. Critério de
Valoração de Estoques adotados: MPM – Média Ponderada Móvel Incide.
IMPOSTOS: IPI de 10%, ICMS de 12%, PIS 1,65% e COFINS de 7,6%.

FRETE: R$ 1.375,00, com ICMS de 12%, pagamento à vista.

São comercializados (vendidos) por R$ 679,90 (UN.), em 4 parcelas, com


incidência de ICMS de 18%, PIS 1,65% e, Cofins de 7,6%.

Compra 250 unid. 230,00 57.500,00

Valor da Venda 57.500,00 x10% 5.750,00

ICMS 57.500,00 x 18% (6.900,00)

PIS 57.500,00 x 1,65% (948,75)

COFINS 57.500,00 x 7,6% (4.370,00)

TOTAL 51.031,25
Tabela 1.24 - Cálculo dos impostos das compras
Fonte: Elaborada pelo autor.

D 1.1.3.01 - Mercadorias para Revenda 63.250,00 63.250,00


C 2.1.1.01 - Fornecedores

D 1.1.2.05 - ICMS a recuperar 6.900,00 6.900,00


C 3.3.1.06 - ICMS s/ compras
1
D 1.1.2.09 - PIS a recuperar 948,75 948,75
C 3.3.1.07 - PIS s/ compras

D 1.1.2.11 - COFINS a recuperar 4.370,00 4.370,00


C 3.3.1.08 - COFINS s/compras
Tabela 1.25 - Lançamentos: registro da compra
Fonte: Elaborada pelo autor.

D 3.3.1.03 - Frete s/ compras 1.375,00 1.375,00


C 1.1.1.01 - Caixa
2
D 1.1.2.05 - ICMS a recuperar 165,00 165,00
C 3.3.1.10 0 ICMS s/frete de compras
Tabela 1.26 - Lançamentos: frete
Fonte: Elaborada pelo autor.
Anexo – Ficha de Controle de Estoque

Descrição Entradas Saídas Saldos

Q. Valor Total Q. Valor Total Q.T Valor Unit. Total


Unit. Unit.

1. Compra 250 R$: R$: 250 R$: 204,13 R$:


204,13 51.031,25 51.031,25

2. Frete R$: 250 R$: 208,97 R$:


1.210,00 52.241,25
Tabela 1.27 - Ficha de Controle de Estoque
Fonte: Elaborada pelo autor.

Obs.: vale ressaltar que os valores apresentados na planilha de estoques sempre


deverão ser os valores líquidos; portanto, deduzidos os impostos.

Devolução de Compras

Em uma situação em que o frete seja responsabilidade do fornecedor, a empresa


devolveria 3 unidades (como exemplo, temos um defeito de fabricação). Sendo assim,
temos:

Cálculos:

R$ 230,00/unid. + 10% IPI = R$ 253,00/unid. X 3 unid. = R$ 759,00 (Produto + 10% de


IPI); portanto, a base de cálculo dos tributos é = R$ 690,00.

Devol. de compra 3 unid. X 230,00 (690,00)

IPI 690,00 x 10% (69,00)

ICMS 690,00 x 12% 82,80

PIS 690,00 x 1,65% 11,39

COFINS 690,00 x 7,6% 52,44

TOTAL 612,38
Tabela 1.28 - Devolução de compra e cálculo dos impostos
Fonte: Elaborada pelo autor.
Em geral, não é comum as organizações realizarem o processo de devolução
parcial do valor de frete, pois, em caso de defeito de fabricação, a responsabilidade é do
fornecedor. Dessa forma, não procedemos a sua devolução.

D 2.1.1.01 - Fornecedores 759,00 759,00


C 3.3.1.09 - Devolução de compras

D 3.3.1.05 - ICMS s/ devolução de compras 82,80 82,80


C 1.1.2.05 - ICMS a recuperar
3
D 3.3.1.14 - PIS s/ devolução de compras 11,39 11,39
C 1.1.2.09 - PIS a recuperar

D 3.3.1.15 - COFINS s/devolução de compras 52,44 52,44


C 1.1.2.11 - COFINS a recuperar
Tabela 1.29 - Lançamentos: registro da devolução da compra
Fonte: Elaborada pelo autor.

Anexo – Ficha de Controle de Estoque

Descrição Entradas Saídas Saldos

Q. Valor Total Q. Valor Total Q.T Valor Unit. Total


Unit. Unit.

1. Compra 250 R$: R$: 250 R$: 204,13 R$:


204,13 51.031,25 51.031,25

2. Frete R$: 250 R$: 208,97 R$:


1.210,00 52.241,25

3. Dev. 3 R$: R$: 612,38 247 R$: 209,02 R$:


Comp 204,13 51.628,88
Tabela 1.30 - Ficha de Controle de Estoque
Fonte: Elaborada pelo autor.

Veremos a seguir a venda de mercadorias.


Venda de Mercadorias

Considerando um único exemplo aplicado para os dois tipos de inventários, temos: a


venda de 15 unidades ao preço de R$ 679,90 cada a prazo, e impostos: 18% de ICMS,
1,65% de PIS e 7,6% de COFINS. Para a realização da entrega, a empresa contratou uma
transportadora que cobrou R$ 350,00 com pagamento imediato após confirmação de
recebimento pelo cliente.

Cálculo:

Valor da Venda 15 unid. x 679,79 10.198,50

ICMS 10.198,50 x 18% 1.835,73

PIS 10.198,50 x 1,65% 168,28

COFINS 10.198,50 x 7,6% 775,09


Tabela 1.31 - Cálculo dos impostos de venda de mercadorias
Fonte: Elaborada pelo autor.

D 1.1.2.01 - Duplicatas a Receber 10.198,50 10.198,50


C 3.1.2.02 - Venda de Mercadorias a Prazo

D 3.2.1.03 - ICMS sobre vendas 1.835,73 1.835,73


C 2.1.1.16 - ICMS a recolher

4 D 3.2.1.04 - PIS sobre vendas 168,28 168,28


C 2.1.1.12 - PIS a recolher

D 3.2.1.05 - COFINS sobre vendas 775,09 775,09


C 2.1.1.11 - COFINS a recolher

D 3.3.2.01 - CMV 3.135,36 3.135,36


C 1.1.3.01 - Mercadorias para revenda
Tabela 1.32 - Tabela de lançamentos
Fonte: Elaborada pelo autor.
Anexo – Ficha de Controle de Estoque

Descrição Entradas Saídas Saldos

Q. Valor Total Q. Valor Total Q.T Valor Unit. Total


Unit. Unit.

1. Compra 250 R$: R$: 250 R$: 204,13 R$:


204,13 51.031,25 51.031,25

2. Frete R$: 250 R$: 208,97 R$:


1.210,00 52.241,25

3. Dev. 3 R$: R$: 612,38 247 R$: 209,02 R$:


Comp 204,13 51.628,88

4. Venda 15 R$: R$: 232 R$: 209,02 R$:


209,0 3.135 48.493,52
2 ,36
Tabela 1.33 - Ficha de Controle de Estoque

Fonte: Elaborada pelo autor.

O valor da mercadoria não é o mesmo do seu custo. Sendo assim, o valor de venda
se dará pelas informações na hora da realização da venda, e o seu custo se dará pela ficha
de controle de estoque, na qual exclusivamente estamos trabalhando com o seu custo das
mercadorias.

D 3.4.1.02 - Fretes e Carretos 350,00 350,00


5
C 1.1.1.02.001 - Banco da Praça S/A
Tabela 1.34 - Lançamentos: Despesa da Venda (entrega da mercadoria)
Fonte: Elaborada pelo autor.

A seguir, veremos a devolução de vendas.

Devolução de vendas

Considerando que foram devolvidas duas (2) das unidades comercializadas,


temos:

R$ 679,90 x 2 = R$ 1.359,80, que será a base de cálculo para os tributos incidentes sobre
a venda.
D 3.2.1.01 - Devolução de vendas 1.359,80 1.359,80
C 1.1.2.01 - Duplicatas a receber

D 2.1.1.16 - ICMS a recolher 244,76 244,76


C 3.2.1.03 - ICMS s/ vendas

D 2.1.1.12 - PIS a recolher 22,44 22,44


6
C 3.2.1.04 - PIS s/ vendas

D 2.1.1.11 - COFINS a recolher 103,34 103,34


C 3.2.1.05 - COFINS s/ vendas

D 1.1.3.01 - Mercadorias para revenda 418,05 418,05


C

Tabela 1.35 - Lançamentos: Registro da Devolução de Vendas


Fonte: Elaborada pelo autor.

Anexo – Ficha de Controle de Estoque

Descrição Entradas Saídas Saldos

Q. Valor Total Q. Valor Total Q.T Valor Unit. Total


Unit. Unit.

1. Compra 250 R$: R$: 250 R$: 204,13 R$:


204,13 51.031,25 51.031,25

2. Frete R$: 250 R$: 208,97 R$:


1.210,00 52.241,25

3. Dev. 3 R$: R$: 612,38 247 R$: 209,02 R$:


Comp 204,13 51.628,88

4. Venda 15 R$: R$: 232 R$: 209,02 R$:


209,0 3.135 48.493,52
2 ,36

6. Dev. 2 R$: R$: 418,05 234 R$: 209,02 R$:


Venda 209,02 48.911,57
Tabela 1.36 - Ficha de controle de estoque
Fonte: Elaborada pelo autor.
Com a realização das operações do período, tanto a DRE quanto o Balanço
Patrimonial serão assim apresentados:

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

3.1 RECEITAS OPERACIONAIS 10.198,50


3.1.2 Receita Bruta de Vendas 10.198,50
3.1.2.02 Vendas a prazo 10.198,50
3.2 Deduções da Receita Bruta
3.2.1 Deduções da Receita Bruta
3.2.1.01 Devoluções de Vendas (3.768,36)
3.2.1.03 ICMS sobre vendas 1.359,80
3.2.1.04 PIS sobre vendas 1.590,97
3.2.1.05 COFINS sobre vendas 145,84
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 671,75 6.430,14

3.3.1 CMV - Custo das Mercadorias Vendidas (2.717,31)

(=) LUCRO BRUTO (ou RCM, RBM) 3.712,83

3.4 DESPESAS OPERACIONAIS (350,00)

3.4.1.02 Fretes e Carretos 350,00

3.9.1 (=) RESULTADO DO EXERCÍCIO 3.362,83


Tabela 1.37 - Demonstração do Resultado do Exercício
Fonte: Elaborada pelo autor.

D 2.1.1.16 - ICMS a recolher 1.590,97 1.590,97


C 1.1.2.05 - ICMS a recuperar

D 2.1.1.12 - PIS a recolher 145,84 145,84


7 C 1.1.2.09 - PIS a recuperar

D 2.1.1.11 - COFINS a recolher 671,75 671,75


C 1.1.2.11 - COFINS a recuperar
Tabela 1.38 - Lançamento: encerramento das contas transitórias (tributos recuperáveis)
Fonte: Elaborada pelo autor.
Lançamentos de Encerramento do Exercício

Fazem parte dessa etapa apenas as contas de resultado, ou seja, receita e


despesas. Concluídos os lançamentos e a apuração, chegaremos ao nosso balanço
patrimonial de encerramento com os saldos atualizados.

BALANÇO PATRIMONIAL DE ENCERRAMENTO

1.1 ATIVO CIRCULANTE …………………………………………….. 365.853,83


1.1.1 DISPONÍVEL ……………………………………………………. 298.275,00
1.1.1.01 Caixa …………………………………………………………… 28.071,00
1.1.1.02 Banco da Praça ……………………………………………... 270.204,00
1.1.2 CRÉDITOS ……………………………………………………..… 18.667,26
1.1.2.01 Duplicatas a receber ………………………………..…………. 8.838,70
1.1.2.05 ICMS a recuperar ………………………………..……………. 5.391,23
1.1.2.09 PIS a recuperar …... ………………………………..……...……. 791,52
1.1.2.11 COFINS a recuperar ………………………………..………..…. 3.645,81
1.1.3 ESTOQUES …………..………………………………..………...…. 48.911,57
1.1.3.01 Mercadorias para revenda ………………………..…………. 48.911,57
1.2 ATIVOS NÃO CIRCULANTES ………………………………... 1.100.000,00
1.2.3 IMOBILIZADO……………….………………………………... 1.100.000,00
1.2.3.01 Terrenos ……………………………………………..……….. 450.000,00
1.2.3.02 Edificações ………………………………………..………..... 650.000,00
1.2.3.15 (-) Depreciação Acumulada de Edifícios
ATIVO TOTAL………………………...……………………………… 1.465.853,83

Tabela 1.39 - Ativo do Balanço de Encerramento


Fonte: Elaborada pelo autor.

2.1 PASSIVO CIRCULANTE ………………………………………….. 62.491,00


2.1.1 OBRIGAÇÕES OPERACIONAIS
2.1.1.01 Fornecedores ……………………………………………….... 62.491,00

2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE………………..…………………… -

2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO ……………………………….....……. 1.403.362,83


CAPITAL SOCIAL ………………………………..……………….…. 1.400,000,00
2.3.1.01 Capital Social Subscrito ……..…………………………… 2.000.000,00
2.3.1.01 (-) Capital Social a Integralizar …………………………... (600.000,00)
2.3.5 LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
2.3.5.01 Resultado do Exercício ……………………………..…………. 3.362,83

PASSIVO TOTAL …………………………………………....……… 1.465.853,83

Tabela 1.40 - Passivo do Balanço de Encerramento


Fonte: Elaborada pelo autor.

O Comitê de Pronunciamentos Contábeis divulgou no ano de 2008 o CPC 12, que


tratou de apresentar o Ajuste a Valor Presente. Entre os objetivos desse pronunciamento,
está descrever como os juros devem se comportar em operações comerciais, pois:

A operação comercial que se caracterize como de financiamento deve ser


reconhecida como tal, sendo que o valor consignado na documentação fiscal
que serve de suporte para a operação deve ser adequadamente decomposto para
efeito contábil. Juros embutidos devem ser expurgados do custo de aquisição
das mercadorias e devem ser apropriados pela fluência do prazo. É importante
relembrar que o ajuste de passivos, por vezes, implica ajuste no custo de
aquisição de ativos. É o caso, por exemplo, de operações de aquisição e de
venda a prazo de estoques e ativo imobilizado, posto que juros imputados nos
preços devem ser expurgados na mensuração inicial desses ativos (CPC, 2008,
p. 3).

Os ajustes deverão ser realizados visando garantir a exatidão das informações,


pois, assim, a organização pode divulgar suas demonstrações com padronização de
maneira exata.

Devoluções de Compra ou de Venda, Fretes e Seguros

Os processos de devoluções de compras ou de vendas não são ocorrências


rotineiras, especialmente no comércio varejista e, talvez, haja maior incidência de
devolução parcial para as compras quando ocorrerem casos que as peças sejam entregues
com defeitos detectados apenas no recebimento.
Já na venda é mais incomum sua ocorrência, pois são comercializadas as unidades
de forma individual, e o comprador e consumidor analisará o produto antes de realizar a
retirada (ou recebimento do vendedor). Excepcionalmente, pode ocorrer para os casos de
venda pela internet, pois, nesse caso, são entregues via correios ou transportadoras. Mas,
mesmo nessas situações, são raros os casos. Em relação ao frete – meio de transporte de
mercadorias entre dois pontos geográficos distintos, normalmente considerados o
fornecedor e o cliente –, faz-se necessário o pagamento de seguro das cargas
transportadas, considerando a insegurança instaurada – dados estatísticos de roubos nas
estradas brasileiras, bem como os riscos de acidentes. É importante considerar que os
valores de frete e seguros deverão ser incorporados ao produto.

No caso de a empresa comercial ter comprado da indústria mercadorias para


comercialização na condição “a retirar no local de compra”, ela contratará uma
transportadora que se encarregará de retirar a mercadoria na indústria e levá-la até o seu
comércio. Porém, isso terá um custo e esse “custo” (de frete e seguro) será incorporado
ao valor dos produtos.

Tradicional e didaticamente, usamos como exemplo um produto para indicar a


incorporação dos valores de frete e seguro. Porém, em grande parte das compras
realizadas por uma empresa comercial, raramente será de um único produto. Portanto,
nas compras realizadas de mais de um produto, tais valores deverão ser rateados
(distribuídos) entre eles e a maior dificuldade encontrada está exatamente em como
distribuir esses valores de maneira proporcional aos produtos.

Fórmula: [(Valor do Frete – Impostos incidentes Recuperáveis) / Base de Rateio] = taxa


de aplicação do frete aos produtos.

Considerando que a entidade tenha utilizado o “valor monetário” do produto como Base
de Rateio, então teremos:

Fórmula: {(Valor do Frete – Impostos incidentes Recuperáveis) / [(Valor total do


produto 1) + (Valor total do produto 2) + (Valor total do produto 3) + (Valor total do
produto “N”)]} = taxa de aplicação. Depois de obtida a taxa, multiplica-se pelo valor total
de cada um dos produtos, obtendo-se, dessa forma, o valor de frete a ser adicionado a
cada produto.
Se a Base de Rateio for o peso, o procedimento será o mesmo, substituindo-se apenas o
valor pelo peso; ou volume, conforme estabelecido pela entidade. Após encontrados os
valores relativos ao frete de cada produto, estes deverão ser incorporados aos valores dos
produtos estocados, dividindo-os por suas respectivas quantidades, obtendo-se, dessa
forma, os seus custos unitários.

No caso do nosso exemplo, como foi utilizado apenas um produto, o procedimento


é simples, bastando apenas tomar o valor do frete e adicionar ao valor do estoque do
produto e, por conseguinte, dividir pela quantidade estocada, para se obter o novo valor
(“custo”) unitário do produto.

Em relação às vendas, algumas despesas são arcadas pela empresa para manter os
seus clientes. Como exemplo, temos o frete que, em momentos de queda nas vendas,
empresas vendem com garantia de entrega na “casa” do cliente. Nesse caso, o frete é
registrado como uma despesa comercial (com vendas), simplesmente.

Métodos de avaliação de estoques: PEPS, UEPS e MPM

Método de avaliação de estoques são as metodologias para controlar os estoques,


principalmente as entradas e saídas de estoques, lote a lote. Atenção especial deve ser
dispensada quando a entidade utilizar-se do método PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a
Sair) ou FIFO (First-In, First-Out), especialmente para aqueles produtos que tenham
prazos de validade mais curtos.

A MPM (Média Ponderada Móvel) é a metodologia aceita tanto pelos auditores


independentes quanto pela Receita Federal do Brasil, pois nesta é calculado o novo valor
médio em razão das movimentações de entradas e saídas no estoque da empresa. O seu
cálculo é apurado da seguinte forma: Custo Médio = [(Saldo $ anterior em estoque +
Entradas líquidas) / (Quantidade anterior em estoque + Entradas em quantidade)].

Para melhor compreensão dos métodos de avaliação dos estoques, utilizaremos os


dados de compra e de venda. Aqui, já descontados os impostos incidentes e recuperáveis
em relação às compras, admitiremos para fins didáticos uma situação de prática bastante
incomum, que é a devolução parcial de mercadoria com devolução do frete proporcional
da compra:
● Compra 1 – 100 unid. a R$ 465,84 cada.

● Compra 2 – 300 unid. a R$ 472,93 cada.

● Compra 3 – 350 unid. a R$ 480,50 cada.

● Frete da compra 3 – no valor de R$ 1.650,00.

● Devolução de 15 unidades da compra 03

● Venda 1 – 500 unidades.

● Venda 2 – 200 unidades.

● Devolução de 5 unidades da venda 02.

É possível perceber que tanto o UEPS quanto o PEPS possuem grandes diferenças
em relação à MPM, pois nesta, a cada nova entrada ou saída, apura-se uma nova média,
como pode ser observado e comprovado na coluna de saldos, da Tabela 1.44. Na PEPS e
UEPS, deve-se ter muito cuidado, quando do registro das saídas e nos saldos.

A. Método PEPS – Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair.

Data Entradas Saídas Saldos

Q. $ Unit. $ Total Q. $ $ Q. $ Unit. $ Total


Unit. Total

Compra 1 100 465,8400 46.584 100 465,8400 46.584,00

Compra 2 300 472,9300 141.879,00 100 465,8400 46.584,00

300 472,9300 141.879,00

400 188.463,00

Compra 3 350 480,5000 168.175,00 100 465,8400 46.584,00

Frete 1.650,00 300 472,9300 141.879,00

350 485,2143 169.825,00

750 358.288,00
Devol. (15) 480,5000 (7.207,50) 100 465,8400 46.584,00
Compra 3

300 472,9300 141.879,00

335 485,2143 162.546,79

735 351.009,79

Venda 1 - 100 465, 46.58


500 unid. 8400 4,00

300 472, 141.8


9300 79,00

100 485, 48.52 235 485,2143 114.025,36


2143 1,43

500 235 114.025,36

Venda 2 - 200 485, 97.04 35 485,2143 16.982,50


200 unid. 2143 2,86

Dev. vds (5) 485, (2.42 40 485,2143 19.408,57


2143 6,07)

CMV (PEPS) 695 331.6


01,21
Tabela 1.41 - Ficha de controle de estoques PEPS
Fonte: Elaborada pelo autor.

B. Métodos UEPS – Último a Entrar, Primeiro a Sair

Entradas Saídas Saldos


Data
Q. $ Unit. $ Total Q. $ $ Q. $ Unit. $ Total
Unit. Total

Compra 1 100 465,8400 46.584 100 465,8400 46.584,00

Compra 2 300 472,9300 141.879,00 100 465,8400 46.584,00

300 472,9300 141.879,00

400 188.463,00
Compra 3 350 480,5000 168.175,00 100 465,8400 46.584,00

Frete 1.650,00 300 472,9300 141.879,00

350 485,2143 169.825,00

750 358.288,00

Devol. (15) 485,2143 (7.278,21) 100 465,8400 46.584,00


Compra 3

300 472,9300 141.879,00

335 485,2143 162.546,79

735 351.009,79

Venda 1 - 335 485, 169.8


500 unid. 2143 25,00

165 472, 78.03 100 465,8400 46.584,00


9300 3,45

500 240.5 135 472,9300 63.845,55


80,24

235 110.4295,55

Venda 2 - 135 472, 63.84


200 unid. 9300 5,55

65 465, 30.27 35 465,8400 16.304,40


8400 9,60

200 94.12
5,15

Dev. vds (5) 465, (2.32 40 465,8400 16.304,60


8400 9,20

CMV (PEPS) 695 332.3


76,19
Tabela 1.42 - Ficha de controle de estoques UEPS
Fonte: Elaborada pelo autor.
C. Método MPM – Média Ponderada Móvel

Entradas Saídas Saldos


Data
Q. $ Unit. $ Total Q. $ $ Q. $ Unit. $ Total
Unit. Total

Compra 1 100 465,8400 46.584,00 100 465,8400 46.584,00

Compra 2 300 472,9300 141.879,00 400 471,1575 188.463,00

Compra 3 350 480,5000 168.175,00 750 475,5173 358.288,00

Frete 1.650,00 750 477,7173 358.288,00

Dev. (15) 485,2143 (7.278,,21) 735 477,5643 351.009,79


compra 3

500 477, 238.7 235 477,5643 112.227,62


5643 82,17

200 477, 95.51 35 477,5643 16.714,75


5643 2,87

(5) 477, (2.38 40 477,5643 19.102,57


5643 7,82)

CMV (PEPS) 695 331.9


07,21
Tabela 1.43 - Tabela da Média Ponderada Móvel

Fonte: Elaborada pelo autor.

Destaca-se que o valor da CMV se altera dependendo do método utilizado. Isso


ocorre quando a economia do país passa por um período inflacionário. Sendo assim,
podemos observar:

PEPS – Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair 332.613,00

MPM – Média Ponderada Móvel 332.862,13

UEPS – Último a Entrar, Primeiro a Sair 33.346,00


Tabela 1.44 - Comparação dos controles UEPS, Média e PEPS
Fonte: Elaborada pelo autor.
Caso se opte por aplicar o primeiro CMV (base PEPS) na DRE, como ela tem a
função redutora, o valor menor a título de custo da produção vendida, haverá um maior
valor-base de tributação (IR e CSLL), o que é interessante ao arrecadador – Estado.
Porém, caso se inverta, ocorrerá o contrário; a base de tributação será reduzida, o que
passa a ser interessante para o empresário, que pagará menos tributos. Já a MPM
apresenta CMV intermediário, daí a maior aceitabilidade por parte da Receita Federal e,
por sua praticidade, pela auditoria.

Considerando as devoluções, tanto na devolução de compra quanto na de venda,


o seu registro na ficha de controle de estoques pode ser na coluna inversa de forma
positiva, como na mesma coluna de forma negativa. Assim, a devolução de vendas pode
ser registrada como uma saída (venda) negativa e a devolução de compras como uma
entrada (compra) negativa. Para esses casos, as quantidades e o valor total seriam
registrados (entre parênteses), que na contabilidade é com (sinal) negativo.

ATIVIDADES

4) Apurar o imposto pelo regime do lucro presumido impõe que as empresas façam uma
série de ajustes em toda a sua contabilidade. Entre esses ajustes, destaca-se a necessidade
de apurar as suas receitas brutas de forma especial. Assinale a seguir a alternativa que
destaca uma das especificidades em relação à apuração da receita bruta.

a) As empresas optantes pelo Lucro Presumido não precisam destacar os bens e


serviços em suas notas fiscais.

b) As empresas optantes pelo Lucro Presumido precisam destacar os preços dos


bens e serviços comercializados.

c) As empresas optantes pelo Lucro Presumido devem considerar as vendas


canceladas e os descontos concedidos na composição da receita bruta.

d) As empresas optantes pelo Lucro Presumido devem considerar as receitas


financeiras como receita bruta.

e) As empresas optantes pelo Lucro Presumido devem considerar os valores de IPI e


ICMS – Substituição Tributária na composição de sua receita bruta.
INDICAÇÕES DE LEITURA

Nome do livro: Contabilidade fiscal e tributária

Editora: Saraiva

Autor: Silvio Aparecido Crepaldi

ISBN: B076BY29V1

Comentário: O livro possibilita aos interessados conhecerem mais detalhes sobre a


contabilidade fiscal e tributária no Brasil. Considerando o dinamismo que abarca a
sociedade atual, bem como todo o processo de harmonização das normas contábeis com
as normas internacionais, temos que essa obra permite explorar a contabilidade fiscal e
tributária com os temas mais atuais.

INDICAÇÕES DE FILME

Nome do filme: Enron – Os mais espertos da sala

Gênero: Documentário

Ano: 2005

Elenco principal: Mark Salzberg, Michael Luginbuhl e Peter Coyote

Comentário: Um dos maiores escândalos contábeis e financeiros ocorridos no mundo é


retratado nesse documentário. A Enron chegou ao posto de sétima maior companhia dos
Estados Unidos, mas, por má gestão dos seus controladores e gestores, acabou entrando
em falência, o que levou a uma série de prejuízos para todos seus stakeholders.
UNIDADE II

Operações Financeiras e com Pessoal


Elcio Martens

Johny Henrique Magalhães Casado


Introdução

Prezado(a) acadêmico(a), ao terminar os estudos desta unidade, você será capaz de conhecer
o conceito e a aplicação das diversas operações financeiras que uma organização pode realizar. É
importante considerar, ainda, que, independentemente do tipo de negócio que a organização
realiza, esta necessitará lidar com diversas operações financeiras, as quais impactam diretamente
em sua gestão.

Ao longo da unidade, serão abordadas diversas especificidades que estão relacionadas às


movimentações com o pessoal nas organizações. Estas podem estar relacionadas ao pagamento
dos salários devidos aos trabalhadores, bem como envolver o pagamento dos benefícios e
impostos trabalhistas que incorrem no processo de contratação, demissão e manutenção de
trabalhadores.

Algumas especificidades relacionadas à legislação trabalhista são apresentadas ao longo desta


unidade, por isso, todos que atuam ou pretendem atuar na gestão de organizações devem estar
atentos quanto a todos os impactos que as leis trabalhistas impõem na gestão dos negócios.

Bons estudos!

Fonte: Andriy Popov / 123RF.


Operações Financeiras

As organizações possuem inúmeros tipos de operações. Algumas são oriundas de


sua atividade principal, podendo ser advindas das atividades de vendas de mercadorias
ou, ainda, prestação de serviços. Outras operações são originadas de atividades que a
organização realiza, as quais acabam impactando o seu caixa de diversas formas. As
operações enquadradas como financeiras são aquelas que a organização realiza e que têm
o envolvimento direto de recursos em dinheiro.

Existem diversos tipos de operações financeiras que uma organização pode


realizar. Dentre as principais, temos os empréstimos, os financiamentos, as aplicações de
recursos ou, ainda, as tomadas de recursos que visam garantir um melhor fluxo de caixa
para a organização. É importante ressaltar que todas as operações realizadas pelas
organizações são de grande importância, independente do valor envolvido e de sua
finalidade. Entretanto, os empréstimos e financiamentos geram um grande impacto nas
demonstrações financeiras e contábeis das organizações.

Figura 2.1 - Opções para operações financeiras


Fonte: Andrii Torianyk / 123RF.
A necessidade de caixa é o principal motivador, que faz com que as entidades
busquem recursos. Essas necessidades fazem-se presentes sempre que as organizações
almejam expandir suas atividades, bem como para manter suas operações em épocas de
fluxo de caixa baixo. Em geral, “os empréstimos e financiamentos estão suportados por
contratos, que estipulam as características contratadas, como valor total, forma de
liberação dos recursos, condições de pagamento, taxa de juros, moeda, garantias e outras”
(GELBCKE et al., 2018, p. 327).

Operações financeiras geram impacto direto na Demonstração de Fluxo de Caixa,


a DFC. Sendo assim, as organizações devem manter o controle de suas operações
financeiras como forma de organizar e tornar a sua DFC dotada de dados confiáveis. A
Demonstração de Fluxo de Caixa tem a função de relatar “principalmente os pagamentos
e recebimentos ocorridos durante o exercício social, relacionados com as atividades
operacionais, de investimentos e de financiamentos da Sociedade” (ALMEIDA, 2018, p.
3). Sendo assim, esta necessita apresentar dados corretos, os quais representem a realidade
da organização, para que possibilite, aos gestores, a tomada de decisões.

Existem três tipos de operações financeiras realizadas pelas organizações:


transações que aumentam o caixa da organização, transações que diminuem o caixa da
organização e, por fim, as transações que não impactam diretamente no caixa da
organização. Dentre as transações que geram um aumento no caixa das organizações,
estão aquelas que geram entradas no caixa. Estas podem ser uma integralização de capital
em dinheiro pelos sócios ou acionistas, um empréstimo bancário e/ou financeiro,
descontos de cheques ou de duplicatas, vendas à vista, recebimentos de duplicatas e outras
entradas não tão comuns – origens de recursos.

As transações que acabam diminuindo o caixa da organização são aquelas que


ocasionam desembolsos de recursos por parte das organizações e podem ser apresentadas
como pagamentos de dividendos aos acionistas, pagamento de juros, pagamento de
fornecedores ou de despesas, pagamento do custeio da organização ou de outras contas
diversas. Aquisições à vista de ativos diversos, tanto para o consumo quanto não
circulantes, também podem ser enquadradas como transações que diminuem o caixa da
organização.
Em relação às transações realizadas pelas organizações que não geram nenhum
efeito sobre o caixa da organização, temos as compras de mercadorias ou serviços a prazo,
as vendas de mercadorias ou serviços também a prazo, as provisões para perdas, que são
computadas pelas organizações, ou, ainda, as provisões para créditos de liquidações
duvidosas, que são calculadas no período.

Aplicações Financeiras

A contabilidade é uma ciência social aplicada, sendo assim, evolui de acordo com
a sociedade e acompanha suas necessidades. Por isso, a contabilidade tem, como função,
prever todas as necessidades de controle que as organizações tenham ao longo do tempo,
para que, dessa forma, seja possível, a essas organizações, tornarem claras e transparentes
as informações relacionadas aos seus funcionamentos.

Quando uma organização apresenta, ao fim de um dado período, uma sobra de


caixa, ou seja, após esta pagar todas as suas dívidas e realizar os devidos desembolsos e
ainda apresentar uma sobra de recursos financeiros, a organização poderá realizar a
aplicação desses recursos em busca de maximizar os seus rendimentos. Com isso, cabe,
aos gestores, a busca por melhores formas de aplicar tais recursos e garantir melhores
rendimentos. É importante considerar, ainda, que os gestores devem sempre concentrar
seus investimentos na busca por bons retornos líquidos. Estes, por sua vez, já são
apresentados descontando-se o imposto de renda incidente na aplicação.

As aplicações financeiras são apresentadas no Balanço Patrimonial das


Organizações. Segundo Lemes et al. (2014, p. 18), estas são “reconhecidas no circulante
e não circulante estão registradas aos valores de custo acrescidas dos rendimentos
auferidos até́ a data do balanço, não excedendo aos seus respectivos valores de mercado”.
A forma como as organizações aplicam, se a longo ou curto prazo, influi diretamente na
maneira que essas aplicações aparecerão em suas demonstrações financeiras. Entretanto,
é importante frisar que, em geral, as organizações aplicam seus recursos no curto prazo,
para que, assim, possam ter acesso a estes de forma mais rápida.
Figura 2.2 - Balanço Patrimonial
Fonte: abscent / 123RF.

Muitas organizações devem estar atentas a todos os impactos ocasionados pelos


riscos que as aplicações financeiras causam. Investimentos em dólar ou qualquer moeda
estrangeira, sobre o simples pretexto de uma oportunidade de negócios, devem ser vistos
com cautela pelos gestores financeiros das organizações. Em geral, deve-se evitar
investimentos que proporcionem grandes riscos às organizações, pois os recursos
utilizados nas aplicações financeiras, em suma, têm, como objetivo principal, custear as
atividades operacionais da mesa. Um exemplo clássico, que ficou muito famoso no Brasil,
no qual empresas decidiram iniciar uma aventura, ao fazer aplicações financeiras, mas
não obtiveram bons resultados, foi o caso da empresa Sadia, que realizou grandes
investimentos em derivativos e teve grandes perdas financeiras com a crise de 2008.

Às organizações que realizam investimentos e aplicações financeiras, faz-se


necessária uma política que seja capaz de garantir que tais investimentos sejam realizados
de forma segura e lucrativa, permitindo a preservação do patrimônio da organização. Por
isso, os gestores responsáveis pelas aplicações financeiras na organização devem buscar
ampliação de seus conhecimentos sobre as modalidades disponíveis, os diferentes custos,
a carga tributária incidente, bem como a maximização dos retornos sobre os investimentos
realizados.
Conhecer o mercado financeiro é de grande importância a todos que pretendem
atuar, de alguma forma, com aplicações financeiras. Em suma, define-se como mercado
financeiro “o ambiente onde ocorrem as operações e serviços oferecidos pelas instituições
financeiras destinadas a possibilitar o fluxo de recursos monetários entre agentes
econômicos” (CARRET, 2019, p. 4). Visando proporcionar um equilíbrio de forças entre
os participantes do mercado financeiro, há a existência da autoridade monetária do país,
que atua para regulamentar e criar formas de garantir a segurança de investidores e demais
participantes do mercado.

No mercado financeiro, vale salientar que o tempo é um dos fatores que


contribuem para a definição das taxas de remuneração do capital, mas o fator de maior
impacto é o risco do capital no tempo. Portanto, quanto maior o risco, maior será a taxa
de retorno, em um determinado período. Dentre os principais tipos de aplicações
financeiras comuns no mercado financeiro aberto, temos:

● Títulos do Governo (por exemplo, o tesouro direto);


● Fundos de Investimento Imobiliário;
● Fundos Referenciais;
● Fundos de Renda Fixa;
● Ações cotadas na Bolsa de Valores (ações ordinárias ou ações preferenciais);
● Letras de Câmbio;
● Certificado de Depósito Bancário (CDB).
Em geral, as aplicações financeiras geram os rendimentos, que é o valor que o
proprietário recebe por deixar seu recurso investido. Esses rendimentos, por sua vez, são
tributados pelo Governo Federal e pagam o Imposto sobre Operações Financeiros (IOF).
Contabilmente, toda movimentação dos recursos, quando da aplicação ou do resgate,
devem ser registradas, para efeito de controle e acompanhamento. Iudícibus e Marion
(2010, p. 64) afirmam que, ainda que “contabilização deva obedecer rigidamente ao
Regime de Competência [...] se a aplicação passar de um ano para outro, os juros
proporcionais (bem como o IR na fonte) aos dias corridos no exercício em encerramento
devem ser computados”. Assim, considerando as operações financeiras realizadas
rotineiramente pelas entidades, apresentamos os lançamentos de registro, quando da
ocorrência de cada um desses fatos.
Dessa forma, quando realizamos uma aplicação financeira, efetuamos o seguinte
registro:

D – 1.1.1.03.001 – Banco da Praça S/A (Aplicação Financeira)

C – 1.1.1.02.001 – Banco da Praça S/A

Quando efetuamos resgates dessa aplicação financeira, procedemos o seguinte


registro:

D – 1.1.1.02.001 – Banco da Praça S/A

C – 1.1.1.03.001 – Banco da Praça S/A (Aplicação Financeira)

As organizações, sempre que realizam uma aplicação financeira, almejam resgatar


essas operações com seus devidos rendimentos. Geralmente, no momento da aplicação
em si, o próprio agente financeiro (seja um banco ou uma corretora) já define, junto à
organização, o prazo do resgate. As organizações podem optar, ainda, por deixar seus
recursos aplicados em operações do mercado financeiro. Sendo assim, a organização faria
a retirada desses recursos em um momento oportuno. Quando esta opta por realizar a
retirada do investimento financeiro, é necessário proceder com os seguintes registros
contábeis:

D – 1.1.1.02.001 – Banco da Praça S/A

C – 3.4.3.02 – Juros Ativos

D – 1.1.2.07 – IRRF a Recuperar

C – 1.1.1.03.001 – Banco da Praça (Aplicações Financeiras)

Naqueles casos em que a entidade contrata serviços do agente bancário e este


cobra taxas para a realização desses serviços, devem ser registrados em conta específica,
para efeito de controle dos gastos com taxas bancárias e posterior avaliação de quais
instituições são melhores para operacionalizar.

D – 3.4.4.04 – Comissões e despesas bancárias

C – 1.1.1.02 – Banco c/ Movimento

Em suma, as organizações realizam investimentos financeiros que possibilitam a


agregação de rendimentos interessantes ao seu patrimônio. Cabe, então, aos gestores
financeiros, além de buscar boas oportunidades de investimentos, realizar os lançamentos
contábeis dessas operações.

É importante considerar que, sempre que uma conta aparece com a expressão ativa
ou ativo, trata-se de uma conta de receita, por isso, temos as seguintes situações
relacionadas ao ativo:

● juros ativos são iguais a uma receita de juros;

● juros ativos a vencer ou receitas pagas antecipadamente são iguais a um passivo.

A conta juros ativos representa, para a entidade, juros positivos, ou seja, são
valores contabilizados a favor da entidade, pois a empresa recebeu esses juros, os quais
tratam-se de uma receita. Como exemplo, podemos utilizar uma empresa que fez uma
venda com duplicata no valor de R$ 60.000,00, com juros de 5,4% ao mês, em caso de
atraso no pagamento. A entidade recebeu o valor da duplicata com oito dias de atraso,
portanto, a contabilização seria da seguinte fórmula:

Juros = 5,4 / 100 = 0,0540

Juros por dia = 0,0540 / 30 = 0,0018 (por dia)

Juros no período de atraso (oito dias) = 0,0018 x 8 dias = 0,0144

Valor dos juros recebidos = R$ 60.000,00 x 0,0144 = R$ 864,00 (juros)

Contabilização:

D – Banco R$ 60.864,00

C – Juros Ativos R$ 864,00 (receita financeira)

C – Duplicatas a Receber R$ 60.000,00

O atraso de contas é algo que ocorre normalmente nas operações comerciais,


sendo assim, os profissionais contábeis devem estar atentos a todos os processos que se
fazem necessários para a sua contabilização.
Duplicatas Descontadas

A operação denominada desconto de duplicatas é uma das modalidades mais


comuns para obter recursos (dinheiro) que satisfaçam as necessidades imediatas da
empresa (capital de giro). No meio comercial, em relação à classificação das duplicatas
descontadas, segundo Gelbcke et al. (2018, p. 636),

[...] estamos recomendando que as duplicatas descontadas sejam


classificadas diretamente no passivo. Aliás, essa sempre foi nossa
posição, apesar de nas edições passadas termos ficado restritos a fazer
apenas a crítica à classificação incorreta como conta retificadora do
ativo. São duas atividades de naturezas diferentes, uma delas (vendas
a prazo) gerando a outra (desconto), com a entrada de caixa vinculada
a esta última. Mas se a entrada do dinheiro originado do desconto for
classificada nas atividades de financiamento, é necessário transitar
pelas operações com o valor pago pelo cliente ao banco.

Esta modalidade consiste na transferência dos direitos futuros a receber a


terceiros, mediante a antecipação de recursos para o momento presente. Cabe salientar
que o fato de a entidade transferir tais direitos não isenta as responsabilidades sobre os
recebíveis, portanto, caso o devedor não liquide a operação nos prazos devidos, o agente
financeiro realizará os procedimentos normais de cobrança dentro de certo período.
Caso esse período seja esgotado, será debitado, na conta do cliente, o valor devido,
devolvendo-lhe a duplicata não recebida, cabendo a este (entidade vendedora/credor)
tomar as providências cabíveis, no intuito de receber tal crédito.

Após esgotadas todas as possibilidades e confirmado o não recebimento, a


entidade que detenha o crédito, portanto, a duplicata a receber, deverá reconhecer sua
perda. Sendo assim, esta deverá configurar em controle extracontábil, na expectativa de
que, em algum momento, no futuro, o devedor necessite da liberação de seu crédito (nome
limpo no mercado), o que, de acordo com a legislação atual, expira em cinco (5) anos, e
busque a empresa para a regularização. Observa-se que há uma série de procedimentos
legais que devem ser respeitados, antes de considerar um direito (duplicata a receber)
como não recebível. No momento em que a entidade (empresa) negocia o desconto, esta
tem um saldo devedor em duplicatas a receber. Sendo assim, a entidade deverá efetuar o
registro da transferência dos direitos a receber e considerar os juros que serão cobrados
de forma antecipada.
Quando do vencimento da duplicata, há duas possibilidades: (1) o cliente liquidar
na data de vencimento; e (2) o cliente não pagar no vencimento. Daí decorrem outras
possibilidades: (3) o cliente pagar com atraso e antes do prazo limite para envio ao
cartório; (4) o cliente pagar apenas após o envio para o cartório; e (5) não pagar, mesmo
mediante protesto.

Esgotadas as condições de cobranças acordadas entre instituição financeira e


empresa, sem o devido recebimento, a instituição financeira devolverá a duplicata à
empresa (seu cliente) e debitará o valor do título (duplicata) em sua conta corrente. Caso
o devedor pague à instituição financeira, mesmo com atraso, se houver excedente
financeiro, por conta dos juros cobrados, serão creditados na conta corrente da empresa.
No caso de o valor recebido ser inferior ao valor devido ao agente financeiro, este cobrará
a diferença da entidade (empresa cliente).

● Lançamento inicial de Duplicatas Descontadas (registro crédito em conta):

D – Banco da Praça S/A - Conta Movimento (Ativo Circulante)

D - Despesas Bancárias (Conta de Resultado)

C – Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante)

● Baixa pelo recebimento de Duplicatas a Receber, conforme aviso bancário:

D – Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante)

C – Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)

● Baixa pelo recebimento em atraso com juros:

D – Banco da Praça S/A - Conta Movimento (Ativo Circulante)

D – Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante)

C – Juros Ativos (Conta de Resultado)


C – Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)

● Baixa pela liquidação de duplicata paga em cartório:

D – Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante)

C – Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)

D – Despesas Cartorárias/cobrança (Conta de Resultado)

C – Banco da Praça S/A (Ativo Circulante)

● Baixa pelo reconhecimento do não recebimento de duplicata, após esgotadas todas as


alternativas para recebimento:

D – Perdas com Crédito de Liquidação Duvidosa (Conta de Resultado)

C – Duplicatas a Receber (Ativo Circulante)

D – Duplicatas Descontadas (Passivo Circulante)

C – Banco da Praça S/A (Ativo Circulante)

As operações com duplicatas descontadas são amplamente utilizadas pelas


organizações para o ganho de fôlego financeiro. Entretanto, é essencial que os gestores
busquem conciliar a necessidade de recursos da organização às melhores opções
disponíveis no mercado.
ATIVIDADES

1) As operações financeiras são todas aquelas que envolvem saída e entrada de recursos
financeiros dentro da organização. Essas operações podem compreender desde a
realização de um empréstimo de curto ou longo prazo pela organização, até compreender
a realização de um financiamento, um empréstimo ou uma aplicação financeira.
Considerando o exposto, assinale a alternativa que apresenta uma operação que não afeta
o caixa da entidade.

a) Integralização de capital em dinheiro pelos sócios ou acionistas.

b) Compra ou venda a prazo.

c) Pagamento de dividendos aos acionistas.

d) Descontos de cheques ou de duplicatas.

e) Quitação de dívida com fornecedor.

Financiamentos de Curto e Longo Prazo

As instituições financeiras oferecem recursos de diversas formas às organizações,


por exemplo, os financiamentos. Em geral, as organizações necessitam de capital para
atender suas atividades operacionais. Em muitos casos, dada a sazonalidade de vendas
ou, ainda, a necessidade de conceder prazos de pagamentos aos clientes, as organizações
necessitam de recursos externos para cumprir com suas obrigações financeiras. Os
financiamentos de curto ou longo prazos são fontes de recursos que as organizações
recorrem, com o objetivo de satisfazer as suas necessidades de capital e dar
prosseguimento às atividades operacionais. Os empréstimos dizem respeito a uma outra
forma de obtenção de recursos financeiros, a qual as organizações recorrem no momento
de lidar com o fluxo baixo de recursos financeiros.
Figura 2.3 - Financiamento
Fonte: ismagilov / 123RF.

Os conceitos de empréstimos e financiamentos são bem distintos. O empréstimo


é a tomada de recursos, em disponibilidade, que os gestores administram sua aplicação,
não estando vinculado a um bem ou projeto específico da empresa, por exemplo, a compra
de uma nova máquina, a instalação de uma nova linha de produção ou um caminhão para
entrega. O financiamento é justamente o contrário, pois a entidade toma recursos, junto
aos agentes financeiros, com um objetivo específico, por exemplo, a compra de uma nova
máquina, a instalação de uma nova linha de produção ou um caminhão para entregas, o
que ficará vinculado ao contrato. O montante de recursos, normalmente, é liberado no
valor total do projeto.

Segundo Gelbcke et al. (2018, p. 327),

as contas de empréstimos e financiamentos, tanto no passivo circulante


quanto no não circulante, registram as obrigações da empresa junto a
instituições financeiras do país e do exterior, cujos recursos podem
estar destinados tanto para financiar imobilizações quanto para capital
de giro e outros fins. Assim, as contas desses empréstimos podem ser
subdivididas entre as Em moeda nacional e as Em moeda estrangeira,
dependendo do país de origem da instituição financeira. Essa separação
é importante para facilitar o controle e determinar as contas sujeitas a
atualização por correção monetária ou variação cambial. Para melhor
controle, as operações de empréstimos e financiamentos junto a
instituições financeiras devem ser registradas em contas diferentes das
operações de financiamentos a longo prazo, feitas diretamente pelo
fornecedor, para aquisição de bens e equipamentos.

As operações de empréstimos e financiamentos são suportadas por contratos, ou


seja, possuem instrumentos jurídicos, os quais apresentam todas as suas condições de
contratação, as quais devem ser levadas em consideração, no momento do registro dessas
operações. Sendo assim, esses contratos devem ser tomados como base para a realização
da contabilização dos empréstimos e financiamentos nas organizações.

Os empréstimos que representam grandes volumes de recursos e envolvem


grandes prazos, geralmente, são destinados a grandes projetos das organizações. Sendo
assim, estes acabam possuindo contratos complexos e com grande detalhamento técnico.
Segundo Gelbcke et al. (2018, p. 327), “a origem prevista de todos os recursos necessários
e sua aplicação, a obrigatoriedade de auditoria independente, a cláusula de cobertura de
seguro dos bens financiados e os itens contratuais com restrições ou limites sobre
dividendos, índices de liquidez e outros”.

A definição dos prazos de empréstimos e financiamentos é de grande importância


para o processo de contabilização, pois estes acabam referenciando as formas como tais
operações serão contabilizadas pela contabilidade, impactando, diretamente, nas
demonstrações financeiras e contábeis da organização. Os prazos curto e longo são
referências, para efeito de registro contábil, dos bens e direitos ou obrigações, sendo
levado em conta o momento em que a operação está sendo ou foi realizada, bem como o
número de parcelas contratadas.

Em relação aos prazos, as normas contábeis orientam que, para o curto prazo, são
considerados todos os vencimentos que ocorrem até o final do exercício seguinte (ao que
está em curso), mas comumente ouve-se dizer que o curto prazo diz respeito a todos os
vencimentos de até um ano. Nesse caso, porém, o um ano referido é contado a partir da
data base de emissão das demonstrações contábil-financeiras, que é 31/12, portanto, serão
todos os vencíveis até o final do exercício seguinte.
O processo de registro dos contratos de empréstimos e financiamentos deve seguir
a norma contábil. Esta, por sua vez, apresenta que “o passivo deve ser contabilizado
quando do recebimento dos recursos pela empresa, o que, na maioria das vezes, coincide
com a data do contrato. No caso dos contratos com liberação do total em diversas
parcelas” (GELBCKE et al., 2018, p. 328), o registro do passivo deverá ser realizado
conforme o recebimento das parcelas.

Receitas Financeiras

As organizações que realizam algum tipo de operação financeira, a qual lhe


garanta excedentes, têm, então, as receitas financeiras. Estas, por sua vez, são
classificadas como todos os valores recebidos pela entidade, os quais sejam resultantes
de operações financeiras, tais como aplicações financeiras diversas e juros por
recebimento de duplicatas em atraso.

Segundo Gelbcke et al. (2018, p. 676), “as receitas financeiras também devem ser
segregadas por natureza do ativo, tais como receitas decorrentes de aplicações
financeiras, decorrentes de concessão de créditos de longo prazo e outras”. Sendo assim,
as organizações deverão realizar a contabilização dessas receitas, em suas demonstrações.

O CPC 40 (2012, p. 4) apresenta que as organizações devem divulgar as receitas


financeiras

(a) ganhos líquidos ou perdas líquidas em: ativos financeiros ou


passivos financeiros pelo valor justo por meio do resultado, mostrando
separadamente aqueles ativos financeiros ou passivos financeiros
designados como tais no reconhecimento inicial, ou subsequentemente
de acordo com o item 6.7.1 do CPC 48, e aqueles ativos financeiros ou
passivos financeiros que sejam, obrigatoriamente, mensurados ao valor
justo por meio do resultado de acordo com o CPC 48 (por exemplo,
passivos financeiros que atendam à definição de mantidos para
negociação no CPC 48). Para passivos financeiros designados como ao
valor justo por meio do resultado, a entidade deve apresentar,
separadamente, o valor do ganho ou da perda reconhecido em outros
resultados abrangentes e o valor reconhecido no resultado; (v) passivos
financeiros mensurados pelo custo amortizado; (vi) ativos financeiros
mensurados pelo custo amortizado; (Incluído pela Revisão CPC 12)
(vii) investimentos em instrumentos patrimoniais designados como ao
valor justo por meio de outros resultados abrangentes, de acordo com o
item 5.7.5 do CPC 48; (Incluído pela Revisão CPC 12) (viii) ativos
financeiros mensurados ao valor justo por meio de outros resultados
abrangentes.

A contabilização das receitas e despesas financeiras deve ocorrer seguindo os


princípios internacionais presentes nos pronunciamentos divulgados pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis, apresentados e referentes por órgãos e entidades da
contabilidade nacional.

Despesas Financeiras

As organizações possuem não apenas receitas financeiras, mas também despesas


atreladas às operações financeiras. Em relação às despesas, estas ocorrem resultantes de
empréstimos e financiamentos contratados, bem como juros pagos por atrasos nos
pagamentos a fornecedores e outros créditos diversos. Segundo Gelbke et al. (2018, p.
676) “as despesas financeiras devem ser segregadas em nota explicativa em função das
naturezas de financiamento. Os juros incidentes em programas de parcelamento de
dívidas tributárias devem ser segregados em rubrica específica”.

São exemplos de despesas financeiras que uma organização pode apresentar:

● despesas financeiras decorrentes de passivos tributários;

● despesas financeiras decorrentes de juros com financiamento de compras de


estoques e insumos de produção;

● despesas financeiras com financiamento de estoques e insumos;

● despesas financeiras decorrentes de financiamentos específicos.

As despesas financeiras devem ser desagregadas dos valores de financiamentos e


empréstimos, pois assim será possível evidenciar, corretamente, os diferentes custos
existentes na operação.
ATIVIDADES

2) Em um mundo globalizado, dotado de grandes tecnologias e que possui grande


concorrência, é imposta, às organizações, uma realidade difícil, pois, cada vez mais,
encontramos um cenário no qual espera-se mais resultados das organizações. Sendo
assim, é importante considerar que nem sempre as organizações possuem a totalidade dos
recursos que necessários para realizar seus objetivos, por isso, estas buscam-nos com
terceiros. Analise as alternativas abaixo e assinale a correta sobre uma das características
de um financiamento.

a) Tomada de recursos dos sócios da empresa.

b) Vincula-se à compra de um bem pela empresa.

c) Compra de títulos do governo.

d) Descontos de cheques ou duplicatas.

e) Empréstimos de curto e longo prazos.

Operações com Pessoal

Os recursos humanos são de fundamental importância para as organizações,


independente do setor de atuação. As pessoas também representam grandes despesas por
parte das organizações, as quais, por sua vez, não se resumem a apenas salários, férias e
décimo terceiro salário. Sendo assim, cabe, aos gestores das organizações, a consideração
de todas as especificidades relacionadas à gestão de pessoas, bem como todos os custos
envolvidos.

Sem as pessoas, as organizações não funcionam. Sendo assim, as organizações


almejam reter seus colaboradores, além de buscar os melhores disponíveis no mercado.
“Dependendo do ramo de atividade e da demanda de mão de obra, é necessário avaliar o
mercado pelo menos uma vez por ano, para não perder talentos ou até́ mesmo para não
inflacionar os salários, onerando os custos para a empresa" (SILVA; REZENDE, 2016,
p. 31).
Figura 2.4 - Equipe de trabalho
Fonte: alphaspirit / 123RF.

Aos profissionais que atuam na contabilidade, as operações com pessoal impõem


uma série de especificidades, seja no cálculo de todas as operações necessárias ou, ainda,
na contabilização e evidenciação dessas operações. As normas contábeis devem ser
constantemente atualizadas, e a Consolidação das Leis Trabalhistas deve ser
acompanhada de perto e, principalmente, qualquer mudança no aspecto laboral deve ser
considerada um risco de ocasionar mudanças na forma que as organizações contabilizam
suas operações. São consideradas operações com pessoal todos os recursos com
atividades relacionadas ao pessoal da entidade, sejam estes das áreas administrativas ou
de produção, as quais compreendem o período com o início no processo seletivo para a
contratação de pessoal (ou atividades anteriores à etapa), até o desligamento por
encerramento de contrato, aposentadoria ou outros motivos, conforme prevê a legislação.

O departamento de contabilidade é um dos mais impactados com relação às


operações com pessoal; é este quem faz todo o processo de controle e registro dos eventos
relacionados aos desembolsos para pagamento do pessoal. Portanto, toda movimentação
ocorrida dentro da organização, em relação aos seus colaboradores, deve ser comunicada
à contabilidade. Dentre as movimentações possíveis em relação ao pessoal, as principais
são: previsão e programação de necessidades de pessoal; elaboração e aplicação de
processo seletivo; preenchimento de guias e documentos relacionados ao processo de
contratação; avaliação de condições de saúde; realização de exames; e análise de
documentos.

Figura 2.5 - Departamento de contabilidade


Fonte: Andriy Popov / 123RF.
As funções da contabilidade são diversas, em relação ao pessoal. Por exemplo,
temos o cálculo e o registro dos gastos relativos aos custos dos colaboradores, visto que
a contabilidade levanta os custos dos tributos e impostos trabalhistas, bem como efetua o
cálculo da folha de pagamento – cálculo das verbas remuneratórias de direito do
empregado e cálculo e aplicação dos descontos sobre a folha, representados,
principalmente, pelos tributos incidentes (INSS e FGTS) e pelos benefícios legais
competentes, os quais serão tratados nos subtópicos a seguir.

Folha de Pagamento - Conceito, Cálculo e Contabilização

O cálculo da folha de pagamento das organizações é uma das tarefas mais


importantes realizadas pela contabilidade. Sendo assim, os gestores devem buscar formas
de tornar essa tarefa mais assertiva e capaz de representar a situação da organização em
relação aos custos dos seus trabalhadores.

O uso da folha de pagamentos é obrigatório por lei, segundo ela pode ser feita
a mão (manuscrita), ou por meio de processos mecânicos ou eletrônicos. Nela
são registrados mensalmente todos os proventos e descontos dos empregados.
Deve ficar à disposição da fiscalização, da auditoria interna e externa
(OLIVEIRA, 2017, p. 7).

Na figura a seguir, é possível observar como a folha de pagamento está dividida.

Figura 2.6 - Divisão da folha de pagamento


Fonte: Elaborada pelos autores.
Além dos dados relacionados aos cálculos dos proventos e descontos, a
organização deverá guardar e manter todos os acordos realizados com o envolvimento
dos sindicatos, objetivando conquistar benefícios em percentuais superiores aos propostos
na Consolidação das Leis do Trabalho, além de outros não previstos em lei (CLT), não
podendo, em hipótese alguma, ser menor, causando prejuízo com relação à CLT.
Algumas considerações sobre a jornada de trabalho são necessárias, segundo Schmidt,
Santos e Gomes (2011, p. 87).

A Constituição Federal, em seu art. 7º, XIII, estabelece uma jornada máxima
de oito horas diárias e 44 horas semanais de trabalho, facultada a compensação
de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho. Isso significa 220 horas por mês (carga horária Máxima); essa seria
jornada máxima permitida. Todavia, a duração normal do trabalho poderá ser
acrescida de horas suplementares, em número não excedente a duas, mediante
acordo por escrito entre o empregador e o empregado, ou mediante contrato ou
acordo coletivo de trabalho, conforme dispõe o art. 59 da CLT.
O trabalhador possui direito a algumas faltas no trabalho e, para isso, estas
precisam ser justificadas de acordo com as convenções coletivas e legislação trabalhista.
Caso o trabalhador falte e não apresente justificativa legalmente reconhecida, o
empregador poderá efetuar descontos em seu salário, referente ao dia de trabalho não
computado.

FIQUE POR DENTRO

No ano de 2017, o Brasil passou por uma das mais profundas reformas trabalhistas já
experienciadas, a qual acabou modificando a relação entre empresas e trabalhadores, além
da forma como os direitos desses trabalhadores eram encarados.

Fique por dentro acessando o link disponível em: https://canaltech.com.br/carreira/as-10-


mudancas-mais-importantes-da-reforma-trabalhista-97628/. Acesso em: 22 jul. 2020.

Ao realizar a contabilização da folha de pagamento, é necessário identificar o setor


e o centro de custo do colaborador. Assim, será possível destinar o custo de forma
adequada. É importante, também, que se considere o cálculo de custos como INSS, FGTS,
IRRF e suas respectivas bases de cálculo.

Um dos problemas que as organizações possuem para a sua expansão é a


existência dos inúmeros e elevados encargos que incidem sobre os valores pagos aos seus
trabalhadores. A reforma trabalhista ocorrida no ano de 2017 trouxe algumas
modificações em relação ao que integra ou não o salário do trabalhador. Segundo Pipek,
Dutra e Magano (2017, p. 32),

a nova lei diz que não integram o salário do empregado as ajudas de custo
limitadas a 50% do salário, o vale-alimentação, as diárias para viagem e os
prêmios. Na prática, isso significa que essas verbas, se pagas pelo empregador,
não sofrerão o desconto de INSS, não serão base de cálculo para o FGTS e não
gerarão reflexos em horas extras, férias, 13º salário e outras verbas trabalhistas.
Contudo, isso não significa que as empresas estarão autorizadas a transformar
os salários que pagam a seus empregados em qualquer dessas parcelas, apenas
para evitar a tributação.

Em relação às vantagens auferidas pelos empregados, as principais são: salários,


horas extras, gratificações, comissões, férias com adicional de 1/3, décimo terceiro
salário, salário maternidade, salário-família, adicionais de insalubridade e periculosidade,
se for o caso, diárias, ajudas de custos e outros.

REFLITA

Com altos índices de desemprego e estagnação da economia, uma das apostas do governo,
para a retomada do crescimento do país e para a redução dos índices de desemprego, foi
a aprovação de alterações na legislação trabalhista, a popularmente conhecida Reforma
Trabalhista (WEIGANG NETO; SOUZA, 2018).

Quanto ao pagamento do salário, este pode ser pago por tarefa, por semana,
quinzena ou mensal, porém não em períodos superiores. São partes integrantes do salário,
além do valor fixo acordado, as comissões, gratificações ajustadas, diárias para viagens
que não ultrapassem 50% do salário e abonos pagos pelo empregador.

Comissões

São registradas, nesta rubrica, os valores referentes à parcela de remuneração


variável paga aos colaboradores, com base em um percentual pré-estabelecido e
livremente ajustado, também aplicado sobre o total das vendas realizadas no período.

A legislação assegura, ao trabalhador, uma parcela fixa, que será o salário mínimo
vigente ou o normatizado pela categoria. No caso das empresas cuja remuneração seja
somente baseada em comissões, sua remuneração não poderá ser inferior ao salário
mínimo vigente ou o fixado pela categoria.

Cabe ressaltar que, mesmo realizando atividades externas, o trabalhador terá


direito à percepção dos pagamentos de horas extras quando trabalhar além da carga
horária estabelecida pela legislação. Em relação à comissão,

é importante ressaltar ainda que o empregado, sujeito a controle de horário,


remunerado à base de comissões, tem direito de, no mínimo, 50% (cinquenta
por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor das comissões
recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas
efetivamente trabalhadas (OLIVEIRA, 2017, p. 13).

As organizações devem estar atentas às leis trabalhistas e discussões envolvendo


as relações entre empregadores e trabalhadores, por isso, é recomendado que o
departamento contábil e o departamento de recursos humanos acessem, constantemente,
as decisões judiciais e a construção de jurisprudência na área trabalhista, para que, assim,
estas possam precaver-se.

Conforme Schmidt, Santos e Gomes (2011, p. 48), “segundo a Súmula 201 do


STF, não é devida a remuneração do repouso semanal e dos feriados ao empregado
remunerado mediante comissão, ainda que pracista”.

A contabilização da comissão a ser paga até o quinto dia útil do mês subsequente
é a seguinte:

D – 3.4.1.06 – Comissões sobre Vendas

C – 2.1.1.04 – Salários a Pagar

Hora Extra

Compreende-se como horas extras o tempo trabalhado além do expediente normal


do empregado, motivadas, normalmente, pelo excesso de atividades na empresa; porém,
é importante lembrar que a CLT, em seu art. 59, limita a duas horas diárias, mediante
acordo escrito entre empregado e empregador. A CLT determina os percentuais de 50%
para horas extras realizadas durante a semana e 100% para horas extras realizadas aos
domingos e feriados.

Porém, antes de elaborar a folha de pagamento, faz-se necessário ter


conhecimento sobre a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e acordos coletivos da
categoria. Normalmente, nesses documentos, há tratamentos diferenciados que foram
acordados, os quais deverão ser levados em conta, para efeitos de folha de pagamento.

A reforma trabalhista trouxe, também, algumas informações que permitiram, às


organizações, a obtenção de clareza, com relação a algumas situações quanto às horas
extras. Dentre essas situações, destaca-se a situação em que o trabalhador deixava de fazer
o seu horário de descanso completo, conforme apresentado a seguir.

A reforma também esclareceu a questão das horas extras a serem pagas


pela empresa quando o intervalo para refeição e descanso é
descumprido. Embora não houvesse lei clara sobre o assunto, os
tribunais trabalhistas entendiam que a empresa teria que pagar o
período cheio do intervalo como hora extra, ainda que apenas uma
parte dele tivesse deixado de ser usufruído pelo trabalhador. Assim, se
o empregado tinha direito a uma hora de intervalo, mas tivesse
usufruído apenas de quarenta e cinco minutos, a empresa era obrigada
a pagar uma hora cheia como extra. A partir da nova lei, apenas o
período suprimido (ou seja, quinze minutos, no exemplo dado) passa a
ser devido como hora extra (PIPEK; DUTRA; MAGANO, 2017, p.
38).

Ao atuar para esclarecer pontos relacionados à hora extra, a reforma trabalhista de


2017 auxiliou a clarear, para empresas e trabalhadores, seus direitos e deveres.

REFLITA

A informalidade, assim como a supressão de direitos decorren­te da engessada legislação


trabalhista até então vigente, tem, como consequência, uma enxurrada de ações
trabalhistas, o que majora os custos empresariais (WEIGANG NETO; SOUZA, 2018).

Dessa forma, considerando que o funcionário de uma empresa, que é casado e tem
um filho de cinco anos, receba R$ 1.800,00/mês, por 220 horas de trabalho, bem como
que tenha realizado 35 horas extras em determinado mês, e a convenção coletiva da
categoria determina que as dez primeiras horas terão acréscimo de 50%, de onze a vinte
o acréscimo será de 80% e as demais horas terão 100% de acréscimo, teremos o seguinte:

R$ 1.800,00 / 220 horas = R$ 8,18 / hora normal de trabalho

Horas extras: R$ 8,18 x 50% = R$ 12,27 x 10 horas = R$ 122,70


R$ 8,18 x 80% = R$ 14,72 x 10 horas = R$ 147,20

R$ 8,18 x 100% = R$ 16,36 x 15 horas = R$ 245,40 R$ 515,30

As horas extras são importantes para empregadores e trabalhadores. Para os


empregadores, é uma oportunidade de atender às demandas por produtividade, sem ter a
necessidade de reforçar a sua força de trabalho. Já para os trabalhadores, as horas extras
são importantes, pois constituem uma oportunidade para o aumento de sua renda mensal.
Apesar da importância, as horas extras devem ser evitadas em excesso, para não
prejudicar a saúde do trabalhador e a sua produtividade.

Descanso Semanal Remunerado - DSR

É o período no qual o empregado tem, por direito, para descanso, por cumprir a
carga horária de trabalho. Para efeitos de cálculo do DSR, deve-se incidir as horas extras
trabalhadas; no caso dos trabalhadores mensalistas, já está incluso, no valor do salário, o
DSR, porém, quando estes tiverem de trabalhar fora do expediente normal, deverá ser
calculado o reflexo de suas horas extras no DSR e pago ao final do período de
competência.

O cálculo do DSR é devido a todos os empregados, mesmo que estes sejam


remunerados por hora ou dia. Nesses casos, toma-se o valor da remuneração para o
período, encontra-se o valor correspondente a um dia e multiplica-se pelos dias de
descanso (ou repouso) por semana a serem remunerados. Assim, temos que, para um
empregado mensalista, o qual receba R$ 1.500,00/mês e trabalhe 220 horas/mês; em
março de 2020, tenha realizado 50 horas extras, com adicional de 60%, e que, neste mês,
tenha 5 DSR:

R$: 1.500,00 / 220 hs = R$: 6,82 por hora

R$: 6,82 x 50 HE = R$: 341,00 x60% = R$: 545,60 … valor total de horas extras

R$: 545,60 / 25 dias trabalhados x 5 dias de repouso (DSR) = R$: 109,12 … Reflexo das
HE sobre o DSR.

Tabela 2.1 - Lançamento de operações: salário hora


Fonte: Elaborada pelos autores.
O DSR deve ser calculado considerando todo o aspecto legal que o envolva. Sendo
assim, o empregador deve deixar clara, ao trabalhador, a forma como este é remunerado.

Salário-família

Benefício conferido pela Previdência Social aos segurados por filho menor de 14
anos ou equiparado. Conforme a Lei nº 8.213/91, nos seus arts. 65 e 66, a empresa pode
descontar os valores pagos a título desse benefício dos valores devidos de INSS,
considerando o valor de R$ 48,62 por filho para os empregados que possuam
remuneração mensal não superior a R$ 1.415,56 em 2020.

Adicional Noturno

Os trabalhadores possuem uma série de adicionais que garantem remuneração em


situações adversas ocorridas no desempenho de sua atividade laboral. Dentre esses
adicionais, a legislação garante o pagamento do adicional noturno a todos os
trabalhadores que trabalham após às 22h.

Segundo Oliveira (2017, p. 20), “tem direito ao adicional noturno o empregado


que trabalha no período entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte: O
adicional noturno é de 20%, pelo menos, sobre a hora diurna”. Esse direito é garantido a
todo trabalhador urbano que desenvolva suas atividades no período noturno, o qual é
compreendido das 22h às 05h da manhã. Estes terão um adicional de 20% sobre o valor
da hora normal de trabalho. Sua hora de trabalho é computada com cinquenta e dois
minutos e meio, e não sessenta, como é a hora normal. No caso dos trabalhadores rurais,
estes também não possuem diferença em relação ao trabalhador rural, entretanto, o
horário considerado a estes compreende das 21h às 05h da manhã.
Na pecuária, o período noturno é das 20h até às 04h da manhã. Para todos os
trabalhadores rurais, o adicional noturno é de 25% sobre o valor da hora normal, que tem
duração de 60 minutos.

Uma observação importante, a qual vale destacar, é o fato de que, em caso de ser
realizada hora extra no período noturno, o trabalhador terá direito ao adicional de hora
extra aplicado sobre o valor de sua hora de trabalho já incorporada o adicional noturno.
Portanto, usando os valores de nosso exemplo, temos: salário R$ 1.800,00, por 220 horas
mensais, o que dará um valor de R$ 8,18 (R$ 1.800,00/220hs), supondo que esse
empregado (trabalhador urbano) tenha trabalhado 2 horas extras das 22h à 00h, estando
no limite de adicional de 50% (de hora extra), este receberá:

R$ 14,72 [(= R$ 8,18 + 20%) + 50%] por hora trabalhada.

Hora extra com adicional noturno: R$ 8,18 + 20% = R$ 9,82 + 50% = R$ 14,72 ou R$
8,18 x 1,20 = R$ 9,82 x 1,50 = R$ 14,72.

Adicional de Insalubridade

O trabalhador que atuar em uma atividade considerada, por força de lei, como
insalubre fará jus a uma complementação em seu salário. São consideradas atividades
insalubres aquelas que “exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos
limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo
de exposição a seus efeitos” (OLIVEIRA, 2017, p. 16). Deve-se observar que a
insalubridade não pode ser relacionada à atividade que se desenvolve, mas sim às
condições a que se expõe para desenvolvê-la.

A Insalubridade pode ocorrer em diversos níveis, como apresenta a CLT, em seu


artigo 192.

Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites


de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção
de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por
cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se
classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo (grifo nosso) (BRASIL,
1943, on-line).

As atividades e operações consideradas insalubres estão mencionadas na Portaria


nº 3.214, de 1978, do Ministério do Trabalho, sendo que as organizações deverão seguir
a Norma Regulamentadora nº 15 para minimizar a exposição de seus trabalhadores. Sobre
a insalubridade, é importante considerar, ainda, que, enquanto o trabalhador estiver
fazendo jus a esta, o valor será integrado à “remuneração, para todos os efeitos legais. O
cálculo do valor da hora extra para o empregado que recebe adicional de insalubridade é
feito considerando-se o adicional de insalubridade” (OLIVEIRA, 2017, p. 16).

Adicional de Periculosidade

Quando, no desempenho de suas funções, o trabalhador fica exposto a produtos


inflamáveis, explosivos, de alta tensão, radioativos, mineração no subsolo, isso implica
em um constante risco de acidente fatal. Dessa forma, o mesmo art. 193 da CLT
estabelece 30% (trinta por cento) sobre o salário básico mensal (grifo nosso) dos
profissionais que exercem atividades qualificadas como perigosas. Não incide, portanto,
sobre outros benefícios, como gratificações, prêmios ou participações nos lucros.

Segundo Oliveira (2017, p. 18),

se o empregado trabalhar em serviço insalubre e perigoso, deverá optar


pelo adicional de um dos dois. A caracterização e a classificação de
insalubridade ou periculosidade, segundo normas do Ministério do
Trabalho, serão feitas por meio de perícia a cargo de Médico do
Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrado no Ministério do
Trabalho. É proibido o trabalho do menor em serviços perigosos ou
insalubres, conforme quadros aprovados pelo Ministério do Trabalho.
É importante notar que o adicional de periculosidade é de 30% sobre o
salário-base e não sobre o salário mínimo.

A legislação trabalhista também apresenta a resolução da situação em que se tenha


a eliminação dos riscos relacionados às condições de trabalho, ou seja, em caso de o
trabalhador não mais estar em atividade considerada com grau de periculosidade. Nesse
caso, o empregador estará desobrigado a pagar o adicional, portanto, esta é uma situação
que pode modificar-se ao longo do contrato de trabalho.

Férias

As férias correspondem ao período que o funcionário tem por direito para


descanso, após um ano de serviços prestados a uma empresa, sendo devida a remuneração
normal, como se este estivesse exercendo regularmente as suas atividades. Como é
considerada uma condição natural o recebimento de seu salário, da mesma forma
considera-se como se o empregado estivesse exercendo suas atividades. Assim, há a
incidência normal dos encargos incidentes sobre a folha no período em que estiver
afastado.

A boa prática contábil e de gestão recomenda, como é prevista a saída em férias


de cada um dos funcionários, que os relativos às férias sejam diluídos ao longo do ano,
assim como os valores sobre o 13º salário. Os principais objetivos de distribuir esses
valores ao longo do ano são: (1) provisionar o valor a ser pago em determinado momento,
sem sobrecarregar o fluxo financeiro pontualmente; e (2) distribuir equitativamente o
custo das despesas com férias durante o período produtivo do empregado, pois cada um
deve, no mínimo, pagar e gerar um excedente para a empresa, caso contrário, não há
sentido ou justificativa para manter o empregado na instituição.

Queremos chamar a atenção dos leitores e futuros profissionais da contabilidade


para a questão da proporcionalidade das férias, pois é bastante comum tratarmos
genericamente sobre essa questão. Afirmamos que, após um ano de trabalho, o empregado
tem direito a “um mês” de férias, mas não é bem assim. Se, no correr do período aquisitivo
desse direito, o funcionário ausentou-se do (ou não compareceu ao) trabalho sem uma
justificativa legal, além de este perder o(s) dia(s) mais o DSR, ainda causará influências
no período de férias a que teria direito, conforme tabela a seguir.

Direito de férias Situação


30 (trinta) dias corridos Quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes

24 (vinte e quatro) dias corridos Quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas

18 (dezoito) dias corridos Quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas

12 (doze) dias corridos Quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e


duas) faltas
Tabela 2.2 - Tabela de férias
Fonte: Elaborada pelos autores.

É importante ressaltar que, uma vez cumprido o período aquisitivo, entramos no


período concessivo, no qual o empregador terá de conceder as férias ao empregado. Se,
por acaso, por desatenção, ultrapassar 12 meses após o período aquisitivo sem a concessão
do direito ao empregado, o empregador terá de pagar as férias em dobro, não sendo
permitida a concessão do dobro de tempo de férias. Nesses casos, o empregado gozará
dos dias de férias a que tem direito, e o empregador desembolsará o dobro do valor que o
empregado teria direito em condições normais.

O provisionamento mensal, conforme regularmente recomendado por


profissionais da contabilidade, segundo Schmidt, Santos e Gomes (2011, p. 61),

algumas empresas têm-se utilizado, na prática, da praxe de constituir


mensalmente a provisão com base em percentual fixo predeterminado, ou seja,
sem quantificação individualizada do encargo efetivamente incorrido pela
aquisição do direito às férias pelos empregados. Todavia, esse procedimento
não serve para produção de efeitos fiscais, porque para esse fim o valor da
provisão dedutível deve ser calculado com base no número de dias de férias a
que cada empregado já tiver direito (inclusive férias proporcionais),
compreendendo a remuneração normal acrescida do adicional de um terço
previsto no art. 7º, XVII, da CF, acrescentando-se os encargos de INSS e
FGTS.

De acordo com o exposto, observa-se que a aplicação de percentual fixo sobre o


valor contratado de folha nem sempre é a melhor alternativa para a empresa,
especialmente se esta for tributada pelo lucro real, para efeito de cálculo da provisão de
férias.

A empresa poderá provisionar 1/12 das verbas referentes ao valor que o


colaborador teria direito de férias, mais ⅓ de adicional de férias, conforme apresentado
pela legislação.

Provisão de Férias - Cálculos:

Salário + Horas Extras = (Rendimentos / 12) + 1/3 (Rendimentos / 12)

R$ 1.800,00 + R$ 618,36 = (R$ 2.418,36 / 12) + 1/3 (R$ 2.418,36 / 12) =

= R$ 201,53 + 1/3 x R$ 201,53 = R$ 268,71

FGTS.... R$ 268,71 x 8% = 21,50

INSS.... R$ 268,71 x 9% = 24,18

As férias são direitos de todos os trabalhadores. A reforma trabalhista, aprovada


no ano de 2017, trouxe algumas alterações, com relação à maneira em que as organizações
parcelam os períodos de férias dos trabalhadores. Entretanto, ainda é garantido a todos o
período de 30 dias férias a cada ano trabalhado.

13º Salário

O décimo terceiro salário ou gratificação de Natal, como também é chamado, é


um direito de todo trabalhador com registro em carteira, conforme art. 7º, VIII, da CF.,
regulamentado pela Lei nº 4.090/62 e com alterações a partir do Decreto nº 57.155/65. É
devido a todo empregado urbano, rural ou doméstico, independente do valor de sua
remuneração, e a empresa poderá provisionar 1/12 das verbas referentes ao valor que o
colaborador teria direito de 13º salário. Caso o trabalhador não tenha um ano completo
na empresa, este deverá ter calculado o valor proporcional de seu 13º salário em relação
aos meses trabalhados no ano.

Mensalmente, a empresa realizará o seguinte registro, pelo provisionamento do


13º salário e respectivos encargos sociais:

Provisão de 13º Salário - Cálculos:

Salário + Horas Extras = Rendimentos / 12

R$ 1.800,00 + R$ 618,36 = R$ 2.418,36 / 12 = R$ 201,53

FGTS.... R$ 201,53 x 8% = R$ 16,12

INSS..... R$ 201,53 x 9% = R$ 18,14

O décimo terceiro salário possui algumas particularidades, com relação ao seu


pagamento. Há casos em que o trabalhador pode, por exemplo, solicitar que parte do valor
do décimo terceiro salário seja pago quando este sair de férias. Sempre é importante
lembrar que a empresa deve deixar claro, ao trabalhador, a forma como pagará o valor do
décimo terceiro salário.
ATIVIDADES

3) Os trabalhadores têm, na consolidação das leis trabalhistas, diversos instrumentos que


garantam segurança no desempenho de suas funções, bem como direitos diante de
algumas situações extremas, as quais são impostas no desempenho das funções laborais.
Dentre essas situações, quando o trabalhador é exposto a uma situação que causa dano à
sua saúde, este tem direito a um adicional ao seu salário. Assinale a alternativa que
apresenta o complemento citado corretamente.

a) Salário-família.

b) Adicional de insalubridade.

c) Adicional de periculosidade.

d) Adicional noturno.

e) Adicional do trabalhador rural noturno.

Provisões, Passivos e Ativos Contingentes


Com o advento da Contabilidade Internacional, a prática contábil vem sofrendo
alterações que, certamente, contribuem para o avanço do conhecimento desta área.
Algumas terminologias utilizadas há muito tempo estão sendo adequadas à nova
realidade, como é o caso dos termos provisões, os quais indicam que determinado evento
ocorreria em um momento seguinte, mas que já era conhecido e mensurado o seu valor,
com elevado grau de certeza.

Assim, no ativo, tínhamos “Provisão para Devedores Duvidosos”; no passivo,


estavam as “Provisões de Férias”, “Provisão para 13º”, “Provisão de FGTS s/ Férias”;
“Provisão de INSS s/ Férias”, “Provisão de FGTS s/ 13º” e “Provisão de INSS s/ 13º”.
Contudo, para todos estes, são conhecidos os valores a serem provisionados e
desembolsados futuramente, bem como são fatos recorrentes e rotineiros. A principal
divergência é dada no fato de que o termo “contingência ou contingente”, conforme
FIPECAFI (2011, p. 333),

[...] é utilizado para passivos e ativos não reconhecidos em virtude de sua


existência depender de um ou mais eventos futuros incertos que não estejam
totalmente sob o controle da instituição [...]. Assim, uma provisão somente
deve ser reconhecida quando atender, cumulativamente, às seguintes
condições: (a) a entidade tem uma obrigação legal ou não formalizada presente
como consequência de um evento passado; (b) é provável a saída de recursos
para liquidar a obrigação; e (c) pode ser feita estimativa confiável do montante
da obrigação.

O Pronunciamento Técnico CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos


Contingentes, aprovado pela Deliberação CVM nº 594, no item 13, alínea b, diz que

a distinção de “passivos contingentes” está caracterizada da seguinte forma: b)


passivos contingentes – que não são reconhecidos como passivos porque são:
I. Obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a entidade tem
ou não uma obrigação presente que possa conduzir a uma saída de recursos
que incorporam benefícios econômicos; ou II. Obrigações presentes que não
satisfazem os critérios de reconhecimento do Pronunciamento Técnico (porque
não é provável que será necessária uma saída de recursos que incorporem
benefícios econômicos para liquidar a obrigação, ou não pode ser feita uma
estimativa suficientemente confiável do valor da obrigação). Diante do exposto
e com base no Manual de Contabilidade Societária, para se reconhecer uma
provisão, será necessário que ela satisfaça as três condições definidas:
A. ter uma obrigação presente (legal ou não formalizada), resultante de um
evento passado; B. provável saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos para liquidar essa obrigação; e C. possa se estimar com
confiabilidade o valor da obrigação (CPC, 2009, on-line).

A observação do CPC 25 é de grande importância para as organizações, no


momento de consideração de seu passivo contingente, pois, “além da obrigação presente,
é condicionante a probabilidade de saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos futuros para a sua liquidação, sendo que a probabilidade é maior de ocorrer
do que de não ocorrer” (FIPECAFI, 2011, p. 145).

Quando há probabilidade de saída, os registros devem ser feitos com base em


estimativas. Ademais, a estimativa pondera riscos e incertezas, sendo que o risco indica
a variabilidade de possíveis ocorrências.

As obrigações presentes são avaliadas e devem ser classificadas de três formas:


(a) provável; (b) possível; ou (c) remota. Assim, indicam: (a) provisão; (b) passivo
contingente divulgado; e (c) um passivo contingente não divulgado. O Apêndice A do
Pronunciamento Técnico CPC 25, o tratamento contábil, seguirá o seguinte esquema
(FIPECAFI, 2011):
PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DO DESEMBOLSO TRATAMENTO CONTÁBIL

mensurável por meio de uma provisão é reconhecida e é


Obrigação presente estimativa confiável divulgada em notas explicativas

Provável não mensurável por inexistência Divulgação em notas


de estimativa confiável explicativas

Possível (mais provável que não tenha saída de recursos do que divulgação em notas
sim) explicativas

Remota não divulga em notas


explicativas
Quadro 2.1 - Classificação e tratamento contábil para passivo contingente
Fonte: CPC (2014, on-line).

O CPC 25 de 2009 trouxe uma série de conceitos e aplicações para a contabilidade,


garantindo, assim, que a contabilidade brasileira estivesse alinhada às normas
internacionalmente aceitas. De acordo com FIPECAFI (2011, p. 335-336),

na situação em que a saída de recursos é julgada provável em exercício futuro


deve ser registrada contabilmente por meio de uma provisão, quando for
baseada em estimativa confiável. Alguns exemplos típicos que podem gerar o
reconhecimento de provisões são:

a. provisão para garantias de produtos, mercadorias e serviços;

b. provisão para riscos fiscais, trabalhistas e cíveis;

104 contabilidade intermediária

c. provisão para reestruturação;

d. provisão para danos ambientais causados pela entidade;

e. provisão para compensações ou penalidades por quebra de contratos


(contratos onerosos);

f. obrigação por retirada de serviço de ativos de longo prazo (Asset Retirement


Obligation – ARO).

O registro contábil deve ser realizado no exercício em que se registrou a receita


(para os casos de garantias concedidas ou acordos de recompras, etc.); ou quando a
entidade tomar conhecimento da existência de uma obrigação presente; por fim, se isso
não for possível, então deve ser feito no exercício que se identificar a existência do
passivo. Da mesma forma que para o passivo contingente, a FIPECAFI (2011) também
apresenta um esquema de classificação e tratamento contábil para o Ativo Contingente.

PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA
DE ENTRADA DE RECURSOS TRATAMENTO CONTÁBIL

Praticamente certa O ativo não é contingente, um ativo é


reconhecido

Provável, mas não praticamente certa Nenhum ativo é reconhecido, mas existe
divulgação em notas explicativas

Não é provável Nenhum ativo é reconhecido, não divulga em


notas explicativas
Quadro 2.2 - Classificação e tratamento contábil para passivo contingente
Fonte: CPC (2014, on-line).

Observamos que, para os casos da probabilidade de ocorrência da entrada de


recursos e, sendo um ativo contingente, a entidade, no máximo, divulgará, em notas
explicativas, para dar a conhecer, aos usuários externos, sobre a existência de uma
provável entrada de recursos resultante de ações favoráveis à entidade.

Tributos incidentes sobre a folha de pagamento - Conceito, cálculo e contabilização

Os tributos que incidem sobre a folha de pagamento são segmentados em: (1) da
competência do empregador: Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS - Empresa;
e da competência do empregado. A seguir, temos a tabela do INSS.

COMPONENTES DO INSS - EMPRESA (LUCRO REAL)

Contribuição à Previdência Social 20,0%

Salário-Educação 2,5%

SENAC/SESC 1,5%

SENAI/SESI 1,0%

SEBRAE 0,6%

INCRA 0,2%

Risco de Acidente do Trabalho - RAT 2,0%


Subtotal 27,8%

Fundo de Garantia por tempo de Serviço - FGTS 8%

Total 35,8%
Tabela 2.3 - INSS válido a partir de 1º de janeiro de 2016
Fonte: Elaborada pelos autores.

Com o intuito de efetuar o cálculo do IRPF, pode-se utilizar a tabela divulgada


pela Receita Federal do Brasil.

Base de cálculo Alíquota Parcela a deduzir

Até R$ 1.903,98 - -

De R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 7,5% R$ 142,80

De R$ 2.826, 66 até R$ 3.751,05 15% R$ 354,80

De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 22,5% R$ 636,13

Acima de R$ 4.664,68 27,5% R$ 869,36


Tabela 2.4 - Imposto de Renda da Pessoa Física
Fonte: Elaborada pelos autores.

Em relação ao Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF, temos que os


trabalhadores que ganham até R$ 1.903,98 estão isentos de pagamento. Já os
trabalhadores que ganham entre R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65 deverão recolher 7,5% de
IRRF e poderão deduzir a parcela de R$ 142,80. Os trabalhadores que ganham entre R$
2.826,66 até R$ 3.751,05 deverão recolher 15% de IRRF e poderão deduzir a parcela de
R$ 354,80. No caso dos trabalhadores ganham entre R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68, estes
deverão recolher 22,5% de IRRF e poderão deduzir a parcela de R$ 636,13. Ademais,
caso o trabalhador ganhe mais de R$ 4.664,09, a alíquota do IRRF será de 27,5% e poderá,
ainda, deduzir a parcela R$ 869,36. A legislação que regula esse imposto permite, ainda,
que os trabalhadores abatam do valor pago R$ 189,59 de cada dependente.
Em relação à alíquota do INSS, é necessário respeitar os valores a seguir.

SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA DE RECOLHIMENTO AO


INSS

Até 1.045,00 7,5%

De 1.045,01 até 2.089,60 9%

De 2.089,61 até 3.134,40 12%

De 3.134,41 até 6.101,06 14%


Tabela 2.5 - Componentes do INSS - parte empresa
Fonte: Brasil (2020, on-line).

Pela provisão de encargos da empresa: remuneração R$ 2.418,36 x 27,8% = R$


672,30.

Base de cálculo do IRRF, para o exemplo dado, fórmula: Vantagens tributáveis –


Previdência – (valor dedutível por dependente x o número de dependentes). Admitindo-
se que a esposa do funcionário trabalhe e, portanto, tenha renda própria:

BC = 2.418,36 – 217,65 – 189,59 = R$ 2.011,12 x 7,5% = 150,83 – 142,80 = R$ 8,03

Reforça-se, ainda, que o valor de R$ 217,65 é o INSS pago pela empresa, porém
é descontado do salário do empregado. Nesse caso, o valor seria um percentual de 9%
(R$ 2418,36 X 9% = R$ 217,65).

D 2.1.1.04 - Salários a pagar 225,68


C 2.1.1.10 - INSS a recolher (parte do 217,65
C empregado) 8,03
2.1.1.13 - IRRF a recolher
Tabela 2.6 - Exemplo de lançamento do INSS e do IRRF a recolher
Fonte: Elaborada pelos autores.

No exemplo anterior, consideramos o FGTS de 8% e o INSS (empresa) de 27,8%.

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, férias e décimo terceiro salário – cálculo
e contabilização

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS que a empresa recolhe


mensalmente é equivalente a 8% dos rendimentos (vencimentos/vantagens) do
empregado, que tem, por fim, a formação de um montante, o qual irá satisfazer as
necessidades financeiras para o sustento do empregado no período em que este estiver
sem emprego, por conseguinte, sem renda. Mas esse recurso só será liberado para resgate
pelo empregado em algumas situações: por demissão; por pedido de demissão; por
ocasião da aposentadoria; e por morte.

Quando a rescisão ocorrer por iniciativa da empresa, como Dispensa sem Justa
Causa; Rescisão Antecipada de Contrato de Experiência por Iniciativa do Empregador;
Rescisão por Dispensa Indireta; e Rescisão por Culpa Recíproca, a empresa deverá pagar
multa de 40% e depositar na conta FGTS do empregado sobre o saldo que estiver em sua
conta.

Pelo reconhecimento e provisão do FGTS:

D 3.4.2.01.011 - FGTS
C 2.1.1.09 - FGTS a pagar 193,47 193,47
Tabela 2.7 - Lançamento de operações: FGTS
Fonte: Elaborada pelos autores.

Pelo pagamento da Multa do FGTS, quando for devido na rescisão:

D 3.4.2.01.012 - Multa do FGTS


C 2.1.1.25 - Verbas Rescisórias a pagar xxx,xx xxx,xx
Tabela 2.8 - Lançamento de operações: Multa FGTS
Fonte: Elaborada pelos autores.

A partir de 5 de outubro de 1988, o regime do FGTS passou a ser assegurado,


também, aos trabalhadores rurais, conforme art. 7º da CF. A Emenda Constitucional
72/2013, de 2013, estende esse direito, também, aos trabalhadores domésticos.
Considerando que o financiamento, o empréstimo e a folha de pagamento referem-se a
uma mesma competência que as vendas apresentadas na Unidade I, adicionaremos, na
DRE e Balanço, esses novos fatos, levando em conta que a primeira parcela, tanto do
empréstimo quanto do financiamento, não foi liquidada.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITAS OPERACIONAIS 10.198,50


3.1 Receita Bruta de Vendas 10.198,50
3.1.2 Vendas a prazo 10.198,50
3.1.2.02 Deduções da Receita Bruta
3.2 Deduções da Receita Bruta (3.373,39)
3.2.1 Devoluções de Vendas 1.359,80
3.2.1.01 ICMS sobre vendas 1.690,97
3.2.1.03 PIS sobre vendas 57,45
3.2.1.04 COFINS sobre vendas 265,17
3.2.1.05 (=) RECEITA OPERACIONAL 6.825,11
LÍQUIDA

Tabela 2.9 - Lançamento de operações DRE


Fonte: Elaborada pelos autores.
O cálculo do custo das mercadorias vendidas pode ser percebido na tabela a
seguir.

3.3.2.01 Custo das Mercadorias vendidas (2.884,78)

(=) LUCRO BRUTO (ou RCM, RBM) 3.940,33)

3.4.2.01.001 Salários (1.800,00)

3.4.2.01.001 Despesas com horas extras (618,36)

3.4.2.01.10 INSS (672,30)

3.4.2.01.11 FGTS (193,47)

3.4.1.02 Fretes e carretos (350,00)

3.4.4.08 Taxas e registros (2.337,00)

3.9.1.01 Resultado do exercício (2.030,82)

Tabela 2.10 - Lançamento de operações: CMV


Fonte: Elaborada pelos autores.

O Balanço Patrimonial da organização, a partir das operações realizadas, ficaria


assim no período:
BALANÇO PATRIMONIAL - DE ENCERRAMENTO

1 ATIVO ……………………………………………………………………………….. 13.002.972,65


1.1 ATIVO CIRCULANTE …………………………………………………………….. 7.402.972,65
1.1.1 DISPONÍVEL …………………………………………………………………….. 1.795.938,00
1.1.1.01 Caixa ……………………………………………………………………………... 28.071,00
1.1.1.02.001 Banco da praça ……………………………………………………….... 1.767.767,00

1.1.2 CRÉDITOS …………………………………………………………………………... 15.880,37


1.1.2.01 Duplicatas a receber ……………………………………………………………... 8.838,70
1.1.2.02 (-) Prov. p/ crédito de liq. duvidosa
1.1.2.05 ICMS a recuperar ……………………………………………………………….... 5.291,23
1.1.2.09 PIS a recupera ………………………………………………………………………. 311,31
1.1.2.11 COFINS a recuperar ……………………………………………………………... 1.439,13
1.1.3 ESTOQUES ……………………………………………………………………….… 51.925,96
1.1.3.01 Mercadorias para revenda …………………………………………………...… 51.925,96
1.1.4 DESPESAS ANTECIPADAS ………………………………………………..…. 5.539.228,52
1.1.4.01 Juros a apropriar ………………………………………………………….…. 5.539.228,52
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE ……………………………………………………… 5.600.000,00
1.2.3 IMOBILIZADO …………………………………………………………………… 5.600.000,00
1.2.3.01 Terrenos ……………………………………………………………………...… 450.000,00
1.2.3.02 Edificações …………………………………………………………………….. 650.000,00
1.2.3.03 Máquinas e equipamentos …………………………………………………..4.500,000,00
1.2.3.04 (-) Depreciação acumulada de Edifícios

Tabela 2.11 - Balanço Patrimonial: Ativo


Fonte: Elaborada pelos autores.

O Balanço Patrimonial do passivo ficaria assim apresentado:

PASSIVO…………………………………………………………………………..….. 13.002.972,65
PASSIVO CIRCULANTE ………………………………………………… ………….. 3.854.570,65
2.1.1 OBRIGAÇÕES OPERACIONAIS ….……………………………………………... 65.775,13
2.1.1.01 Fornecedores .……………………………………………………….…………... 62.491,00
2.1.1.02 Empréstimos Bancários
2.1.1.04 Salários a pagar …………………………………………………………...……... 2.192,68
2.1.1.09 FGTS a recolher ………………………………………………………….………... 193,47
2.1.1.10 INSS a recolher ………………………………………………………..………….... 889,95
2.1.1.13 ORFF a recolher ……………………………………………………………………….. 8,03
2.1.2 OBRIGAÇÕES PROVISIONADAS ………………………………………....………... 550,17
2.1.2.03 Férias a pagar………………………………………………………….………….… 268,71
2.1.2.04 13º salário a pagar …………………………………………………...…...………... 201,53
2.1.2.05 FGTS s/ férias a recolher ………………………………………………..………….. 21,50
2.1.2.06 INSS s férias a recolher …………………………………………………………..…. 24,18
2.1.2.07 FGTS s/ 13º a recolher ………………………………………………………………. 16,12
2.1.2.08 INSS s/13º a recolher ……………………………………………………………...… 18,14
2.1.3 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS…………….……………………...… 3.788.245,34
2.1.3.01 Empréstimos …………………………………………….……………….…….. 862.433,82
2.1.3.04 Financiamentos …………………………………………………...…………..2.925.811,52
PASSIVO NÃO CIRCULANTE ……………………………………………………….. 7.740.982,98
2.2.1.02 Financimentos de L.P ………………………………………………………. 6.313.593,28
2.2.1.04 Empréstimo de L.P ………………………………………………………….. 1.437.389,70
PATRIMÔNIO LÍQUIDO……………………………………………………………….. 1.397.419,02
CAPITAL SOCIAL …………………………………………………...………………… 1.400.000,00

2.3.1.01 Capital social Subscrito ………..…………………………………………… 2.000.000,00


2.3.1.02 (-) Capital social a integralizar ……………………………………………….. 600.000,00

2.3.5 LUCROS OU (PREJUÍZOS) ACUMULADOS …………………………………... (2.580,98)


2.3.5.01 Resultado do Exercício ………………………………………………………… (2.580,98)

Tabela 2.12 - Balanço Patrimonial: Passivo


Fonte: Elaborada pelos autores.

O processo de confecção do balanço patrimonial em uma organização é fruto de


inúmeros lançamentos contábeis realizados ao longo do período. Sendo assim, os
profissionais contábeis devem estar atentos a qualquer mudança no patrimônio da
organização que possa impactar o Balanço Patrimonial e todas as suas interpretações.
ATIVIDADES

4) As organizações necessitam de inúmeros recursos para que possam funcionar, entregar


seus produtos ou serviços e cumprir com as obrigações que lhes permitam alcançar seus
objetivos e missões impostos por seus sócios. Dentre esses recursos, a principal força
motriz que auxilia a entender e compreender as organizações diz respeito aos recursos
humanos. Considerando a importância dos recursos, qual imposto é utilizado para
constituir uma poupança ao trabalhador, que é recolhido pela empresa? Assinale a
alternativa correta.

a) Instituto Nacional de Seguridade Nacional.

b) Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.

c) Imposto para Circulação de Mercadorias e Serviços.

d) Imposto sobre operações financeiras.

e) Imposto sobre serviço de qualquer natureza.

INDICAÇÕES DE LEITURA

Nome do livro: Reforma trabalhista: impacto no cotidiano das empresas

Editora: Trevisan Editora

Autores: Rodolfo Carlos Weigand Neto e Gleice Domingues de Souza

ISBN: 978-85-9545-027-1

Comentário: No livro indicado, são destacados todos os pontos relacionados à reforma


trabalhista, a qual foi aprovada em 2017, além de como esta tem afetado a todos os
trabalhadores brasileiros e a forma com que as organizações têm lidado com as recentes
mudanças.
INDICAÇÕES DE FILME

Nome do filme: Inside Job

Gênero: Documentário

Ano: 2010

Elenco principal: Matt Damon

Comentário: No filme, são expostos os motivos que ocasionaram a crise financeira


ocorrida nos anos de 2007 e 2008, bem como estas foram desencadeadas pelo excesso de
desregulamentação. Esse documentário deve ser assistido considerando a importância de
garantir uma estabilidade aos trabalhadores.
UNIDADE III

Operações Contábeis no Ativo não


Circulante
Elcio Martens

Johny Henrique Magalhães Casado


Introdução

Prezado(a) acadêmico(a), ao terminar os estudos desta unidade, você deverá ser capaz de
reconhecer quais são as principais operações realizadas pelas contas do ativo não circulante. Para
isso, será apresentada a estrutura e também as principais especificidades desse grupo de contas.
Ao longo da unidade, será possível também reconhecer, classificar e descobrir como se deve
registrar as contas relacionadas ao ativo não circulantes e como as suas operações impactam a
contabilização do patrimônio da entidade.

Conhecer o cálculo da depreciação, exaustão e também da amortização compõe também um


dos objetivos da unidade, pois sabe-se que tais operações possuem grande influência na forma
como as entidades contabilizam seus bens. Os processos relacionados à depreciação merecem
atenção e fazem parte dos tipos de operações que impactam o processo de geração das
demonstrações contábeis ao fim de cada período.

Atividades com baixa de itens do ativo não circulante, seja por realização de uma venda deste
ativo ou pela sua obsolescência ou desuso, possuem grande impacto patrimonial. Por isso, é
conteúdo de suma importância na formação dos profissionais da contabilidade. Sendo assim,
também compõem os temas abordados nesta unidade. Bons estudos!

Fonte: Everythingpossible / 123RF.


Ativo Não Circulante
As demonstrações contábeis possuem diversas contas que têm como enfoque
representar diversos itens que compõem bens, direitos e obrigações das entidades. Dentre
essas contas, temos o grupo de contas definido como ativo não circulante que, por sua
vez, é composto de alguns grupos de contas. São elas: ativo realizável em longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível.
As entidades têm por obrigação legal registrar todos os bens e direitos da entidade
que possuem expectativa de realização, ou seja, que possam ser transformados em
recursos financeiros após findo o período subsequente. É por meio do ativo não circulante
que devem ser registrados os ativos que a entidade possui e que deseja comercializar, ou
que são necessários para suas atividades operacionais.
Quando um profissional contábil realiza o processo de classificação dos ativos de
uma entidade, ele deverá considerar, primeiramente, qual a destinação que aquele ativo
terá, pois o seu uso pode influenciar diretamente a forma como ele será avaliado e
classificado. Caso a entidade tenha como única intenção adquirir aquele item para sua
posterior comercialização, o profissional contábil não poderá classificá-lo como um ativo
imobilizado. Portanto, caso o ativo adquirido tenha como principal intenção o seu uso nas
atividades operacionais da entidade, deverá compor o grupo de contas denominado como
ativo imobilizado.
O grupo de contas que constitui o ativo não circulante de uma entidade possui
algumas classes, dentre elas temos as responsáveis registrar os investimentos da entidade,
outras que registram o imobilizado, o intangível e, por fim, mas não menos importante, a
classe responsável por realizar os registros dos ativos realizáveis em longo prazo.

Investimentos
Os investimentos pertencentes ao ativo não circulante são classificados pelos
profissionais que realizam a contabilidade da entidade no momento da sua aquisição,
portanto, os investimentos segundo Brasil (1976, on-line) são:
[...] as contas representativas das participações permanentes em outras
sociedades e dos direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo
Circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou
da empresa.
Portanto, são classificados como investimentos todos os bens e direitos que a
empresa tenha como intenção inicial a obtenção de retornos financeiros (aluguel, juros,
dividendos ou ganho com a valorização) ou de benefícios futuros em função de sua vida
útil.
Os investimentos podem ser classificados como dois tipos: participações
permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis
no ativo circulante ou no ativo realizável em longo prazo. As participações permanentes
em outras sociedades ocorrem:
[...] mediante a compra de títulos representativos do Capital dessas sociedades.
Esses títulos normalmente são ações ou quotas. Quando uma empresa
(investidora) adquire títulos representativos do Capital de outra sociedade
(investida), esses títulos poderão ser classificados no Ativo Circulante ou no
Ativo Não Circulante. Essa segregação dependerá do destino a ser dado a esses
títulos. Quando a aquisição tem caráter meramente especulativo, isto é, a
empresa os adquire para mantê-los no patrimônio por pouco tempo,
aguardando o melhor momento para renegociá-los, eles deverão ser
contabilizados em contas do Ativo Circulante ou do subgrupo Realizável em
Longo Prazo do Ativo Não Circulante (RIBEIRO, 2017, p. 187).

As participações permanentes em outras sociedades poderão ocorrer de algumas


formas distintas, como por meio de sociedades coligadas ou de sociedades controladas.
Outro tipo de participação permanente em outra sociedade ocorre quando a entidade
possui participação em uma sociedade que faça parte de um mesmo grupo, que esteja sob
controle comum ou em outras sociedades além das descritas até o momento. A definição
do que pode ser entendido como controle comum ocorre quando uma pessoa jurídica é
controlada por uma só pessoa física ou um grupo de pessoas físicas independentemente
do percentual de participação no seu capital. Na Figura 3.1 é possível observar alguns
tipos de participações permanentes em outras sociedades:
Figura 3.1 - Tipos de participações permanentes em outras sociedades
Fonte: Elaborada pelo autor.

As entidades coligadas são aquelas em que a investidora possui influência


significativa, ou seja, quando possui, seja por força da participação acionária ou acordo
entre os sócios, poder para influenciar as decisões relacionadas às políticas financeira ou
operacional da investida, mas não exerce o controle desta. As entidades controladas são
aquelas em que a controladora, seja direta ou indiretamente, é titular de direitos de sócio
que lhe garantam a oportunidade de influir nas deliberações sociais da entidade e de
escolher ou eleger os seus administradores (ou ao menos a maioria deles).
As entidades controladas em conjunto são aquelas que ganham o nome de joint
venture. Esse tipo de entidades é regido a partir de um acordo, utilizando, portanto, um
contrato entre duas ou mais partes, que, por sua vez, concordam em realizar uma atividade
econômica em conjunto. Controle conjunto é compartilhamento do controle estabelecido
em contrato de
uma atividade econômica e que existe somente quando as decisões
estratégicas, financeiras e operacionais relativas à atividade exigirem o
consentimento unânime das partes que compartilham o controle (os
empreendedores) (RIBEIRO, 2017, p. 190).
Os investimentos em outra sociedade podem ocorrer quando uma entidade realiza
a compra de ações de outra entidade e passa a ser sócia desta, entretanto, ela não deseja
realizar o controle e nem mesmo exercer qualquer tipo de influência nas atividades da
entidade que recebeu o investimento. Os investimentos em fundos de investimentos com
incentivos fiscais são aqueles realizados pelas entidades, que apuram seus impostos pelo
lucro real em fundos definidos pelo governo e garantem aos investidores benefícios
fiscais e de abatimento dos seus impostos.

Um exemplo de controle direto que uma entidade pode realizar sobre outra pode
ser:

A companhia de sapatos Chinas Inc. é uma das maiores indústrias de sapatos do sul do
Brasil, sua atividade se estende por todos os estados do sul e compreende atividades
industriais e comerciais. A companhia de sapatos Chinas Inc. decidiu comprar uma
empresa, a sapatos Brasil S. A. para expandir seus negócios. Após intensas
negociações, a companhia de sapatos Chinas Inc. comprou 55% do capital votante da
sapatos Brasil S.A., com isso, passou a ser controladora direta dessa empresa.

Quadro 3.1 - Exemplo de controle direto


Fonte: Elaborado pelo autor.

As entidades podem realizar investimentos permanentes em outras sociedades,


que não são classificáveis no ativo circulante ou no ativo realizável em longo prazo, e
também não são destinados à manutenção da atividade da empresa.
Na Figura 3.2 são apresentados três tipos desses outros investimentos:

Figura 3.2 - Outros tipos de investimentos


Fonte: Elaborada pelo autor.
Os investimentos realizados pelas entidades podem ainda ser avaliados por três
métodos distintos, são eles:

● método de custo;
● método do valor justo; e
● método da equivalência patrimonial.

O método de custo, sem dúvida nenhuma, é o método mais simples, já que, por
meio deste, o investimento é avaliado pelo valor de sua aquisição quando ela está
registrada, e pelo valor da venda quando o investimento está sendo comercializado pela
entidade. O método do valor justo possui maior complexidade do que o método de custo,
segundo o CPC (2012, p. 2):
O valor justo é uma mensuração baseada em mercado e não uma mensuração
específica a entidade. Para alguns ativos e passivos, pode haver informações
de mercado ou transações de mercado observáveis disponíveis e para outros
pode não haver. Contudo, o objetivo da mensuração do valor justo em ambos
os casos é o mesmo – estimar o preço pelo qual uma transação não forçada
para vender o ativo ou para transferir o passivo ocorreria entre participantes do
mercado na data de mensuração sob condições correntes de mercado (ou seja,
um preço de saída na data de mensuração do ponto de vista de participante do
mercado que detenha o ativo ou o passivo).

Em relação ao método de avaliação de investimentos chamado de equivalência


patrimonial, duas leis são conceituadas: a primeira se refere à lei de nº 11.638 de 28 de
dezembro de 2007, e a segunda lei é a de nº 11.941 de 27 de maio de 2009 (BRASIL,
2007; BRASIL, 2009). Essas leis apresentam os tipos de investimentos que devem ser
avaliados por esse método, são eles:

a) controladas;
b) coligadas;
c) sociedades que fazem parte do mesmo grupo; e
d) sociedades que estejam sob controle comum.

O método de equivalência patrimonial impõe que, no encerramento da


demonstração contábil e balanço patrimonial, a entidade investidora deverá apresentar o
valor somado do patrimônio líquido das entidades em que se possui os investimentos.
Além disso, deverá também realizar o registro do seu investimento no ativo de acordo
com o percentual que ela tenha de participação (RIOS; MARION, 2019).
Em resumo, o método de equivalência patrimonial determina que as entidades
investidoras deverão consolidar suas demonstrações com as informações das investidas.
Sendo assim, é possível afirmar que as demonstrações contábeis consolidadas são o
conjunto de demonstrações que apresenta as contas (ativos, passivos, patrimônio líquido,
receitas, despesas e fluxo de caixa) das entidades como se fossem uma única entidade.

Ativo Realizável em Longo Prazo


Nas demonstrações contábeis existem as contas classificadas como ativo
realizável em longo prazo. Segundo Iudícibus e Marion (2019, p. 234), eles são ativos de
menor “liquidez (transformam-se em dinheiro mais lentamente) que o Circulante. Neste
item são classificados os empréstimos ou adiantamentos concedidos às sociedades
coligadas ou controladas, a diretores, acionistas etc.”.
Classificam-se como ativo realizável em longo prazo todos os itens que atendam
às características de ativo, mas que se transformarão em dinheiro no futuro. Ou seja, após
o final do exercício subsequente. Desta forma, são classificados, neste subgrupo,
empréstimos concedidos a acionistas, diretores de coligadas ou controladas, despesas
pagas antecipadamente e apropriáveis após exercício subsequente, gerando benefícios no
futuro. Segundo o inciso II do artigo 179 da Lei 6.404/76, as contas no ativo realizável
em longo prazo serão classificadas do seguinte modo:

Os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os


derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou
controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da
companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da
companhia (BRASIL, 1976, on-line).

Dentre as contas que fazem parte do ativo realizável em longo prazo, temos
algumas apresentadas na Figura 3.3:
Figura 3.3 - Contas do ativo realizável em longo prazo
Fonte: Elaborada pelo autor.

No grupo de contas do ativo realizável em longo prazo, temos que somente as


contas representativas deverão ser classificadas de “direitos cujos vencimentos ocorram
após o término do Exercício Social seguinte ao do Balanço em que as contas estiverem
sendo classificadas” (RIBEIRO, 2019, p. 150). É importante considerar que uma exceção
a ser feita são as disponibilidades, pois todos os demais subgrupos do ativo circulante
poderão ser considerados como ativo realizável em longo prazo.

Ativo Intangível
As contas pertencentes ao intangível são contas representativas dos recursos que
a entidade aplicou em bens imateriais, são compostas por bens incorpóreos e, por
definição, são destinadas à manutenção das atividades operacionais da empresa
(RIBEIRO, 2019). Na Figura 3.4 é possível observar as características que um ativo
possui para ser considerado como um ativo intangível:
Figura 3.4 - Características de um ativo intangível
Fonte: Adaptada de Schmidt, Santos e Gomes (2011, p. 298).

Um ativo intangível pode ainda ser uma marca ou o próprio nome do produto,
palavra, frase ou símbolo que distingue ou identifica uma entidade ou mesmo o produto,
como os mais conhecidos — Coca-Cola, McDonald’s, Nike ou outros — criam, na mente
do consumidor, real ou potencial identificação imediata com o produto, o que potencializa
a possibilidade de venda do produto.
Os ativos intangíveis são reconhecidos como direitos de alguém, podendo ser uma
pessoa física ou uma pessoa jurídica. Esse direito foi conquistado, pois o proprietário
realizou todos os investimentos necessários para que fosse possível registrar aquela
patente. É certo que há outros elementos que são necessários ou essenciais para a
manutenção da marca, que são: símbolos, desenhos e logotipos que são de uso da
entidade, vinculados diretamente a um produto ou a um conjunto deles. Schmidt, Santos
e Gomes (2011, p. 300) afirmam que:
Os valores da marca construídos pela entidade não são ativados na
contabilidade e alguns estudiosos, a exemplo de Hendriksen, têm sugerido que
as marcas sejam reconhecidas como ativos intangíveis identificados,
minimizando, nesse contexto, o goodwill, pois as mesmas possuem muitas
características de ativos tangíveis, tais como: Possuem um mercado (em
virtude da existência de usos alternativos); São separáveis (podem ser
compradas ou vendidas, separadamente); Possuem segurança razoável de
retorno. Além disso, como as marcas são ativos por definição e alguns
especialistas alegam que são capazes de medir seu valor, deve-se reconhecê-
las como tal. Uma vez desenvolvida a marca, deve cessar sua capitalização e
começar sua amortização, deslocando-se a despesa com propaganda do
período em que é realizada (uma vez que o valor da marca é consequência do
gasto realizado com propaganda) para um período futuro em que serão
recebidos os benefícios futuros.

Quando desenvolvem as marcas, as entidades registram apenas os gastos para que


estas se tornem conhecidas, o que, na maioria das vezes, representa parcela insignificante
em relação ao real valor da marca (valor comercial). Isso se dá principalmente porque,
mesmo depois de desenvolvida, a entidade continua investindo para sua manutenção e,
como no processo normal, já se encontra na fase de amortização. Tais valores não serão
incorporados ao respectivo valor da marca.
Por ser um ativo amortizável, após a amortização, passaremos a ter apenas gastos
com propagandas que, mesmo contribuindo para a manutenção e consolidação da marca,
serão contabilizadas como despesas administrativas com publicidade.
Toda invenção desenvolvida por uma pessoa ou empresa suscetível de utilização
industrial pode ser objeto de registro de PATENTE, visando garantir o direito de
propriedade e uso exclusivo da invenção. O registro de uma patente cabe ou é aplicado
tanto no desenvolvimento de um novo produto como para um novo processo, de modo a
obter um novo produto para a realização de uma atividade ou serviço.
Com base no Art. 179, VI, da Lei nº 11.638/07, “registrar-se no ativo intangível
os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção das
atividades da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive fundo de comércio
adquirido” (BRASIL, 2007, on-line). As patentes, por se tratarem de direitos de
propriedade, são registradas no ativo intangível.
De acordo com Schmidt, Santos e Gomes (2011, p.304):

O valor a ser contabilizado é o que foi gasto por ocasião do patenteamento, ou


então o que foi pago na aquisição junto a terceiros. Além disso, as patentes têm
prazo limitado de duração, findo o qual as invenções caem no domínio público,
encerrando o privilégio da exploração, consequentemente, os gastos com
patentes devem ser amortizados dentro desse período.

O mesmo tratamento contábil dado aos intangíveis, marcas e patentes, são os


aplicados a todos os demais intangíveis, registrando-os em contas específicas no referido
grupo, a crédito de acordo com a forma de pagamento utilizada.
Ativo Imobilizado
A conta ativos imobilizados é de grande importância para compreender o
patrimônio das entidades, pois:
[...] os ativos imobilizados são contas representativas de recursos aplicados na
aquisição de bens de uso da empresa. São bens corpóreos destinados à
manutenção das atividades da empresa, como móveis e utensílios, veículos,
computadores etc. (RIBEIRO, 2019, p. 150).
O ativo imobilizado é a conta que registra todos os bens que são destinados às
atividades operacionais da entidade. De acordo com a Lei nº 6.404/76, são:
Os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das
atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade,
inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os
benefícios, riscos e controle desses bens (BRASIL, 1976, on-line).

Os bens corpóreos são os tangíveis (“palpáveis”), que são mantidos pela entidade
para uso na produção ou, ainda, que são necessários para o fornecimento de mercadorias
ou serviços, com fins de locação ou com finalidades administrativas. Também deve ser
avaliado se será utilizado por mais de um ano.
Assim, pode-se afirmar que, nesse subgrupo de contas, são incluídos todos os
ativos tangíveis ou corpóreos, para os quais o interesse inicial seja de permanência
duradoura e que sejam destinados ao uso normal para funcionamento da sociedade e da
atividade operacional, bem como todos os direitos exercidos com a mesma finalidade.
Outra definição importante, a partir das mudanças ocorridas com as Leis nº
11.638/07 e nº 11.941/09 sobre o ativo imobilizado:

é que este não precisa necessariamente pertencer à entidade, do ponto de vista


jurídico para ser reconhecido. Uma entidade que exerça controle sobre
determinado Ativo Imobilizado e que também usufrua dos benefícios e assuma
os riscos proporcionados por ele em suas operações, deverá reconhecê-lo em
seu balanço, mesmo não detendo sua propriedade jurídica (BRASIL, 2009, p.
15).

Para as empresas que se enquadram no regime fiscal não cumulativo, a legislação


federal brasileira permite que elas se beneficiem com os créditos de ICMS, PIS e Cofins,
relativos à compra de bens imobilizados adquiridos para uso na indústria ou no comércio.
Sendo que o ICMS será compensado à base de 1/48 e o PIS e Cofins, à razão de 1/24 ao
mês. A legislação permite ainda que a entidade possa amortizar, ou creditar, mensalmente
o valor equivalente à depreciação contabilizada.
Objetivando o maior controle dos valores e benefícios, legalmente concedidos às
empresas, é necessário fazer o controle desses créditos em um livro fiscal denominado
Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente (Ciap). Ressalto que o IPI e o Imposto
de Importação (II) não podem ser creditados, devendo, portanto, ser ativados juntamente
com o valor do próprio ativo.
Para a composição do custo do ativo imobilizado, a entidade deve levar em
consideração todos os gastos necessários para deixar o bem em condições de uso ou
venda. Para tanto, consideremos o seguinte exemplo: em 01/06/2019 uma entidade
adquire uma máquina para a implantação de nova linha de produção, pela qual foram
pagos R$ 2.500.000,00 + 10% de IPI; ICMS 12%; PIS 1,65%; Cofins 7,6%. Com
pagamento em 5 parcelas trimestrais, sendo a primeira à vista. Os materiais adquiridos
para essa finalidade foram: ferro, areia, cimento e brita, pelo que foi pago à vista o valor
de R$ 3.895,70 conforme nota fiscal do Depósito da Esquina Ltda. — M.E.

Cálculos:
IPI ............ R$ 2.500.000,00 + 10% = R$ 2.750.000,00
ICMS........ R$ 2.500.000,00 x 12% = R$ 300.000,00
PIS........... R$ 2.500.000,00 x 1,65% = R$ 41.250,00
Cofins....... R$ 2.500.000,00 x 7,6% = R$ 190.000,00
Valor Líquido........................................... R$ 2.218.750,00

Tabela 3.1 - Pelo reconhecimento da amortização mensal


Fonte: Elaborada pelo autor.

D 1.2.3.03 - Máquinas e equipamentos 2.218.750,00


D 1.1.2.13 - ICMS a recuperar s/ imobilizado (19/48) 118.750,00
D 1.1.2.14 - PIS a recuperar s/imobilizado (19/24) 32.656,25
D 1.1.2.15 - Cofins a recuperar s/ imobilizado (19/24) 150.416,67
D 1.2.1.05 - ICMS a recuperar s/ imobilizado (29/48) 181.250,00
D 1.2.1.06 - PIS a recuperar s/imobilizado (05/24) 8.593,75
D 1.2.1.07 COFINS a recuperar s/imobilizado (05/24) 39.583,33
C 1.1.1.02.001 - Banco da Praça S/A 500.000,00
C 2.1.1.01 - Fornecedores 2.200.000,00

Tabela 3.2 - Contabilização pela compra


Fonte: Elaborada pelo autor.
Na contabilização da compra foi destacada a quantidade de parcelas para o curto
prazo e para o longo prazo. No curto prazo estão incluídas as parcelas do exercício
corrente somadas às parcelas relativas ao exercício seguinte. Desta forma, quando a
empresa em 31/12/2019, elaborar o seu balanço patrimonial, permanecerá em saldo no
curto prazo apenas as 12 parcelas realizáveis em 2020, para cada um dos tributos a serem
recuperados.

REFLITA
É comum e diário que o profissional contábil busca subsídios externos para que possa
orientar da melhor forma os acionistas em seu processo de tomada de decisão. Por isso, é
importante conhecer os índices econômicos e estatísticas sociais e econômicas, uma
função de todo profissional. O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) é uma
entidade que fornece os índices econômicos no Brasil e possibilita ao profissional contábil
informações importantes para geração e produção de projeções futuras sobre os negócios
da entidade.

No que se refere à apropriação dos tributos não cumulativos, incidentes nos bens
de uso industrial são compensados nos prazos e proporções já definidos por lei. Portanto,
é importante considerar o fato de que também deve-se levar em conta a proporcionalidade
dos produtos tributados e dos produtos isentos comercializados no mês (competência) em
que está compensando. Desta forma, se a empresa verificar que suas vendas tributadas
representaram 83% do total das vendas, então deverá fazer o seguinte cálculo para se
apropriar dos tributos não cumulativos:

Tributo $ do Ativo % Tributo $ do Tributo nº Parc. $ / Parc

ICMS 2.500.000,00 12 300.000,00 48 6.250,00

PIS 2.500.000,00 1,65 41.250,00 24 1.718,75

COFINS 2.500.000,00 7,6 190.000,00 24 7.916,67

Tabela 3.3 - Apuração do valor da parcela mensal do tributo não cumulativo


Fonte: Elaborada pelo autor.
Se a empresa analisou que a participação das vendas tributadas naquele período
representou apenas 83% do total das vendas, então:

Tributo $ / Parc Vendas Tributadas / $ / Parc


Total de vendas =

ICMS 6.250,00 83% 5.187,50

PIS 1.718,75 83% 1.426,56

COFINS 7.916,67 83% 6.570,83


Tabela 3.4 - Apuração do limite compensável mensal, para casos de vendas tributadas e isentas
Fonte: Elaborada pelo autor.

A primeira parcela deve ser compensada no mês de aquisição do ativo. Cabe aqui
uma observação de que, se toda a venda da empresa (100%) for tributada, o valor
compensável no mês é exatamente igual ao valor da parcela. A contabilização é feita
mensalmente, apropriando-se de 1/48 ou 1/24 dos tributos não cumulativos; quando a
entidade comercializa produtos tributados e isentos, esta parcela será, no máximo, o limite
compensável mensal.
Pela compensação mensal dos valores relativos à parcela de 1/48 para ICMS, ou
de 1/24 para PIS e Cofins, o registro contábil, considerando que no exemplo dado seja de
acordo com o limite, é o seguinte:

D 2.1.1.16 - ICMS a recolher 5.187,50


C 1.1.2.13 - ICMS a recuperar s/ imobilizado 5.187,50

Pela compensação/aproveitamento de 1/48 do ICMS s/ imobilizado/máquinas

D 2.1.1.12 - PIS a recolher 1.426,56


C 1.1.2.14 - PIS a recuperar s/ imobilizado 1.426,56

Pela compensação/aproveitamento de 1/24 do PIS s/ imobilizado/máquinas

D 2.1.1.11 - COFINS a recolher 6.570,83


C 1.1.2.15 - COFINS a recuperar s/ imobilizado
6.570,83

Pela compensação/aproveitamento de 1/24 do COFINS s/ imobilizado/máquinas

Tabela 3.5 - Pela compensação dos tributos não cumulativos


Fonte: Elaborada pelo autor.
Os materiais para a preparação do local onde deveria ser instalada a nova máquina,
comprados no Depósito de Materiais da Esquina Ltda. ME, devem ser incorporados ao
valor da máquina para posterior depreciação, pois, o conceito de que todos os gastos, até
que a máquina esteja em condições de uso ou venda, comporão o seu custo deve ser
aplicado.

ATIVIDADES

1) Leia o trecho a seguir:

“O Ativo Não Circulante é composto de Realizável em Longo Prazo, Investimentos,


Imobilizado e Intangível. Antes da MP nº 449/08, tínhamos o Ativo Permanente, que era
dividido em quatro grupos: Investimentos, Imobilizado, Intangível e Diferido. Assim,
após a referida MP desaparecem o Termo Permanente e o subgrupo Diferido”
(IUDÍCIBUS; MARION, 2019, p. 57).

Sobre o ativo não circulante, assinale a alternativa que apresenta tipos de ativos que não
têm substância física e que, sem serem abstratos, não podem ser tocados.

a) Ativo imobilizado.

b) Ativos intangíveis.

c) Máquinas e equipamentos.

d) Veículos.

e) Terrenos e edificações.
Depreciação: Conceito, Cálculo e Contabilização
A depreciação é o reconhecimento de que o ativo está se consumindo em razão do
seu uso na atividade operacional da organização, o que significa que, à medida que o ativo
está sendo usado, está se desgastando, e tal ato deve ser quantificado ou valorado para ser
incorporado no custo dos bens que estão sendo produzidos.

Segundo Ribeiro (2017, p. 219):

Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo


da sua vida útil. [...] Alocar sistematicamente o valor depreciável de um bem
consiste em “transferir” periodicamente uma parcela do valor gasto na
aquisição, fabricação ou construção do bem de uso para o resultado do período.
Essa transferência, que é feita apenas contabilmente durante o tempo de vida
útil econômica do bem, não implica a redução do valor original do custo do
respectivo bem.

A depreciação poderá ainda ser definida, contabilmente, como uma perda de valor
de bem devido ao seu uso. Sendo assim, a depreciação é utilizada como uma forma de
reduzir o valor dos bens imobilizados. Como está intimamente ligada à avaliação dos
ativos, é, portanto, uma avaliação redutora de ativos.

Sob o aspecto financeiro, a depreciação é uma forma de recuperação dos valores


investidos ou gastos ativos que estão à disposição da entidade e sendo usados dentro das
atividades operacionais; por conseguinte, imobilizados. Entende-se que, desta forma,
quando essas máquinas estiverem obsoletas, a empresa já terá recursos para substituí-las.

Segundo Ribeiro (2019, p. 71):

Quando a empresa compra bens para uso próprio, ela efetua um gasto. Esse
gasto, considerado investimento, não pode ser contabilizado como despesa
quando a compra foi efetuada, porque os bens adquiridos não serão consumidos
imediatamente, mas ao longo de vários anos. Assim, durante o tempo em que a
empresa utiliza os bens, eles se desgastam e perdem valor. Por esse motivo,
durante esses anos, é feita a depreciação.

A literatura contábil apresenta três principais causas que justificam depreciar um


bem, as mesmas estão apresentadas na Figura 3.5:
Figura 3.5 - Causas que justificam a depreciação
Fonte: Adaptada de Ribeiro (2019, p. 71).

O prazo de depreciação que é definido pelos ativos pode variar, entretanto,


contabilmente, as taxas de depreciação estão relacionadas à vida útil que é estimada para
os bens do imobilizado. Nos últimos tempos, a vida útil, principalmente de máquinas,
está sendo determinada pelo fabricante, em horas trabalhadas, capacidade total de
processamento de matéria-prima (kg ou volume).

Bens Vida Útil Taxa

Computadores 5 anos 20% ao ano

Imóveis (exceto terrenos) 25 anos 4% ao ano

Instalações 10 anos 10% ao ano

Móveis e utensílios veículos 10 anos 10% ao ano

Veículos 5 anos 20% ao ano

Tabela 3.6 - Taxas de depreciação admitidas

Fonte: Elaborada pelo autor.


A Tabela 3.6 apresenta as taxas admitidas, como já mencionado, considerando um
turno de oito horas diárias de atividade. Quando a entidade utilizar suas máquinas por
dois ou três turnos diários de oito horas de trabalho, então aplicará o coeficiente, obtendo
percentuais maiores de taxas anuais, conforme apresentado na Tabela 3.6.

Os métodos de depreciação mais comuns são: (i) Método Linear ou Cotas


Constantes (Linha Reta); (ii) Método da Soma dos Dígitos Decrescentes (ou Método de
Cole); (iii) Método da Soma dos Dígitos Crescentes (ou Método de Cole); (iv) Método
das Horas de Trabalho; (v) Método das Unidades Produzidas. Discorreremos sobre esses
métodos individualmente.

I. Método Linear ou Cotas Constantes (Linha Reta)

Este método talvez seja um dos mais utilizados, por sua simplicidade de aplicação
e cálculo, pois basta dividir o valor a ser depreciado pela vida útil do bem. Usando o
exemplo da máquina adquirida no imobilizado, temos o valor de R$ 2.237.645,70,
admitindo-se um valor residual de R$ 435.000,00 (recuperável com a venda ao final do
período de uso, ou seja, final da vida útil). Considerando, ainda, que a empresa utilizará
essa máquina em um turno de oito (8) horas.

Cálculo da depreciação anual = (Custo – Valor Residual) / nº de anos de vida útil

Cálculo da depreciação anual = (2.237.645,70 – 435.000,00) / 10 anos

= 1.802.645,70 / 10

= 180.264,57 ao ano

= 180.264,57 / 12 = 15.022,05 ao mês

D 3.3.1.18 - Depreciação de Maq. e Equip. 15.022,05


C 1.2.3.04 - Depreciação acumulada de Máq. e
Equipamentos. 15.022,05

Hist.: pela apropriação da depreciação mensal de máquinas e equipamentos

Tabela 3.7 - A contabilização será realizada mensalmente, em obediência ao princípio da competência


Fonte: Elaborada pelo autor.
II. Método da Soma dos Dígitos Decrescentes (ou Método de Cole)
Para utilizar este método para cálculo da depreciação, estabeleça uma fração em
que o denominador é o resultado da soma dos algarismos da vida útil estimada do bem, e
o numerador será o número de anos de vida útil desse bem. Para os anos seguintes, o
numerador será “n - 1”, e assim sucessivamente, até que o denominador seja “1”. O
resultado obtido com essa operação é multiplicado pelo valor depreciável (valor total –
valor residual) do bem.
A Soma dos Dígitos Decrescentes considera que, em princípio, os gastos com a
manutenção das máquinas e equipamentos são menores, porém aumentam com o passar
do tempo. Desta forma, esse método proporciona o equilíbrio dos gastos (despesas ou
custos) ao longo do tempo, pois seria depreciada maior parcela no início e menores no
final, em oposição aos gastos com manutenção. Portanto, continuando com o mesmo
exemplo, o seu cálculo é realizado da seguinte forma:

Valor depreciável – Valor residual = (2.237.645,70 – 435.000,00) = 1.802.645,70

Tempo de vida útil estimada: 10 anos

Depreciação no 1º ano
10 10
= = 0,18181818 𝑥𝑥 1.802.645,70
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 55
= 𝑅𝑅$: 327.753,76/12 = 𝑅𝑅$: 27.312,81
ao mês.

Depreciação no 2º ano

10 − 1 9
= = 0,1636 𝑥𝑥 1.802.645,70
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 55
= 𝑅𝑅$: 294.978,39/12 = 𝑅𝑅$: 24.481,53
ao mês.
(...)
Depreciação no 10º ano
1 1
= = 0,01818 𝑥𝑥 1.802.645,70
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 55
= 𝑅𝑅$: 32.775,38/12 = 𝑅𝑅$: 2.731,28
ao mês.

O registro contábil do primeiro mês é:

D 3.3.1.18 - Depreciação de Maq. e Equip. 27.312,81


C 1.2.3.04 - Depreciação acumulada de Máq. e
Equipamentos. 27.312,81

Hist.: pela apropriação da depreciação mensal de máquinas e equipamentos

Tabela 3.8 - Registro contábil do primeiro mês


Fonte: Elaborada pelo autor.

III. Método da Soma dos Dígitos Crescentes (ou Método de Cole)

Neste método a depreciação é calculada pelo mesmo procedimento do método


decrescente, invertendo apenas a fração de cálculo aplicada.

Depreciação no 1º ano
𝟏𝟏 𝟏𝟏
= = 𝟎𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎𝟎 𝒙𝒙 𝟏𝟏. 𝟖𝟖𝟖𝟖𝟖𝟖. 𝟔𝟔𝟔𝟔𝟔𝟔, 𝟕𝟕𝟕𝟕
𝟏𝟏 + 𝟐𝟐 + 𝟑𝟑 + 𝟒𝟒 + 𝟓𝟓 + 𝟔𝟔 + 𝟕𝟕 + 𝟖𝟖 + 𝟗𝟗 + 𝟏𝟏𝟏𝟏 𝟓𝟓𝟓𝟓
= 𝑹𝑹$: 𝟑𝟑𝟑𝟑. 𝟕𝟕𝟕𝟕𝟕𝟕, 𝟑𝟑𝟑𝟑/𝟏𝟏𝟏𝟏 𝑹𝑹$: 𝟐𝟐. 𝟕𝟕𝟕𝟕𝟕𝟕, 𝟐𝟐𝟐𝟐
ao mês.

Depreciação no 2º ano
1−1 2
= = 0,3636 𝑥𝑥 1.802.645,70
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 55
= 𝑅𝑅$: 65.550,75/12 = 𝑅𝑅$: 5.462,56
ao mês.
(...)
Depreciação no 10º ano

10 10
= = 0,018181818 𝑥𝑥 1.802.645,70
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 + 10 55
= 𝑅𝑅$: 327.753,7612 = 𝑅𝑅$: 27.312,81
ao mês.

D 3.3.1.18 - Depreciação de Maq. e Equip. 2.731,28


C 1.2.3.04 - Depreciação acumulada de Máq. e
Equipamentos. 2.731,28

Hist.: pela apropriação da depreciação mensal de máquinas e equipamentos

Tabela 3.9 - Pela apropriação da depreciação


Fonte: Elaborada pelo autor.

IV. Método das Horas de Trabalho


O Método das Horas de Trabalho para cálculo da depreciação leva em conta o
total de horas estimadas da máquina; estabelece uma fração, na qual esse número será
denominador; e o numerador será o total de horas de trabalho da máquina naquele período
de competência mensal, bimestral, semestral ou anual. Após encontrado o coeficiente,
este será multiplicado pelo valor depreciável, obtendo, desta forma, o valor da
depreciação para o período desejado.
Outra forma também bastante simples de aplicar é encontrar o valor por hora e
multiplicar pelas tantas horas trabalhadas.
Para fins didáticos, consideremos que a máquina do nosso exemplo tem uma
capacidade de produção de 80.000 horas de trabalho e que, no primeiro mês de atividade,
trabalha por 720 horas.

Depreciação no 1º ano
1º forma: horas trabalhadas / capacidade total = coeficiente x valor depreciável = valor
da depreciação
720 / 80.000 = 0,009 x 1.802.645,70 = R$: 16.223,81… valor da depreciação do período.
2º forma: valor depreciável / capacidade total = valor por hora x horas trabalhadas =
valor da depreciação

1.802.645,70 / 80.000 hs = 22,53307 x 720 hs = R$: 16.223,81

D 3.3.1.18 - Depreciação de Maq. e Equip. 16.223,81


C 1.2.3.04 - Depreciação acumulada de Máq. e
Equipamentos. 16.223,81

Hist.: pela apropriação da depreciação mensal de máquinas e equipamentos

Tabela 3.10 - Pela apropriação da depreciação


Fonte: Elaborada pelo autor.

V. Método das Unidades Produzidas


O Método das Unidades Produzidas para depreciação se assemelha ao método das
horas de trabalho, a diferença é que, ao invés de usarmos as horas trabalhadas, usamos as
unidades produzidas. Considerando que a máquina de nosso exemplo tenha capacidade
para produzir 1.600.000 unidades e que no período ela produziu 15.500 unidades, a
depreciação foi de quanto?

Depreciação no 1º mês:
1ª forma: unidades produzidas no período / capacidade total de produção = coeficiente x
valor depreciável = valor da depreciação

15.500 / 1.600.000 = 0,00969 x 1.802.645,70 = R$ 17.463,13... Valor da depreciação do


período.

2ª forma: Valor depreciável / capacidade total de produção = valor da depreciação por


unidade x unidades produzidas = valor da depreciação

1.802.645,70 / 1.600.000 unid. = 1,12665 x 15.500 unid. = R$ 17.463,13


D 3.3.1.18 - Depreciação de Maq. e Equip. 17.463,13
C 1.2.3.04 - Depreciação acumulada de Máq. e
Equipamentos. 17.463,13

Hist.: pela apropriação da depreciação mensal de máquinas e equipamentos

Tabela 3.11 - Pela apropriação da depreciação


Fonte: Elaborada pelo autor.
Os métodos apresentados de depreciação podem ser utilizados pelas entidades,
bastando para tanto verificar o que melhor se aplica.

ATIVIDADES

2) Leia o trecho a seguir:

“Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo da sua


vida útil. Alocar sistematicamente o valor depreciável de um bem consiste em “transferir”
periodicamente uma parcela do valor gasto na aquisição, fabricação ou construção do bem
de uso para o resultado do período” (RIBEIRO, 2019, p. 55).

Sobre os métodos de depreciação, assinale a alternativa que apresenta o método em que


basta dividir o valor a ser depreciado pela vida útil do bem para descobrir a depreciação
deste.

a) Método da Soma dos Dígitos Decrescentes.

b) Método Linear.

c) Método da Soma dos Dígitos Crescentes.

d) Método das Horas de Trabalho.

e) Método das Unidades Produzidas.


Exaustão e Amortização: Principais Conceitos
Os processos de exaustão e amortização são de grande importância para a
contabilização dos ativos da entidade. Temos que “o termo exaustão é o processo onde
ocorre a perda do valor, decorrente da exploração de direitos cujo objeto seja recursos
minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração” (RIBEIRO, 2019, p. 217). O
processo de cálculo da exaustão é semelhante aos processos de cálculo da depreciação,
entretanto, a exaustão somente é aplicável ao imobilizado relacionado aos recursos
minerais e florestais da entidade.
Os bens ou ativos exauríveis são todos aqueles que, ao serem explorados ou
extraídos, deixam de existir ou têm seu potencial reduzido e, por consequência, limitados.
Portanto, enquadram-se no conceito as jazidas minerais e as reservas florestais e de
reflorestamento. Segundo Iudícibus e Marion (2019, p. 217):
Ao contrário das propriedades que se deterioram física ou economicamente, os
Recursos Naturais esgotam-se. O esgotamento é a extinção dos recursos
naturais e a exaustão é a extinção do custo ou do valor desses recursos naturais
(mina, floresta, poço petrolífero, pedreira etc.). Assim, à medida que se
extingue o Recurso Natural, registra-se a Exaustão do valor desse recurso.

O cálculo do valor da exaustão é apurado a partir do volume extraído ou


explorado, dividindo-o pelo seu potencial, e o resultado obtido é multiplicado pelo valor
da aquisição ou contrato de exploração. Como exemplo, vamos considerar que a empresa
pagou a quantia de R$ 115.000.000,00 pelo direito de extração de uma reserva de brita
(pedra), com capacidade total estimada de 200.000 toneladas pelo prazo de 10 anos, pago
em 5 parcelas, entrada + 4 semestrais. Consideremos que no primeiro mês a empresa
extraiu 1.500 toneladas.

D 1.2.4.07.001 - Reserva de Brita - contrato 115.000.000,00


____/___.
C 1.1.1.02.001 - Banco da Praça S/A 23.000.000,00
C 2.1.1.01 - Fornecedores 92.000.000,00

Hist.: pela aquisição do direito de extração de brita conforme contrato.

Tabela 3.12 - Registro pela aquisição da reserva de brita


Fonte: Elaborada pelo autor.
1ª forma: volume extraído no período / capacidade total estimada de produção =
coeficiente x valor total dos gastos com a aquisição = valor da exaustão.
1.500 / 200.000 = 0,00750 x 115.000.000,00 = R$ 862.500,00... Valor da exaustão do
período.

2ª forma: valor total dos gastos com a aquisição / capacidade total estimada de produção
= valor da exaustão por unidade de produção x volume de unidades produzidas = valor
da exaustão.
115.000.000,00 / 200.000 unid. = 575,00 x 1.500 unid. = R$ 862.500,00 ... valor da
exaustão para o período.

D 3.3.1.19 - Exaustão reserva de brita 862.500,00


C 1.2.4.07.002 - Exaustão acumuladas res. brita - 862.500,00
Contrato ___/___.

Hist.: pela apropriação da exaustão referente extração de brita no mês/período

Tabela 3.13 - Cálculo da exaustão


Fonte: Elaborada pelo autor.

Todos os gastos com o processo de exploração devem ser registrados como os


demais custos de produção, para compor o custo dos recursos naturais extraídos.

Amortização: Conceito, Cálculo e Contabilização


A amortização é de grande importância, conceituar e compreender seu cálculo se
torna necessário para todos os profissionais que pretendem atuar na contabilidade, o
processo de amortização “é a diminuição do valor dos bens imateriais classificados no
Ativo Intangível, em razão do tempo” (IUDÍCIBUS; MARION, 2019, p. 74).
A legislação brasileira apresenta detalhadamente como a entidade deverá efetuar o
cálculo da amortização, segundo a Lei nº 6.404/76, “a amortização é a perda do valor
aplicado na aquisição de direitos de propriedade comercial ou industrial, ou outros ativos
quaisquer, cuja existência ou tempo de duração é limitada” (BRASIL, 1976, on-line) ou
ainda que o bem, objeto da compra, tenha prazo de utilização limitado por meio legal ou
contratual.
Os recursos aplicados na aquisição de bens e direitos podem ser amortizados, de
acordo com Greco, Gärtner e Arend (2009, p. 337), nas seguintes situações:
● Patentes de invenção, fórmulas e processos de fabricação, direitos autorais,
licenças, autorizações ou concessões;
● Investimentos em bens que, nos termos da lei ou contrato que regule a
concessão de serviço público, devam reverter ao poder público concedente, ao
fim do prazo da concessão, sem indenização;
● Custo de aquisição, prorrogação ou modificação de contratos e direitos de
qualquer natureza, inclusive de exploração de fundos de comércio;
● Custos das construções ou benfeitorias em bens locados ou arrendados, ou em
bens de terceiros, quando não houver direito ao recebimento de seu valor e o
tempo de utilização for menor que a vida útil da benfeitoria; As benfeitorias
que devem ser ativadas para posterior amortização são somente aquelas cujo
prazo de vida útil exceder a um ano. Se a vida útil não exceder tal prazo, poderá
ser contabilizado imediatamente como despesa (RIR/80, art. 193, §2º).
● O valor dos direitos contratuais de exploração de florestas (direitos sobre
empreendimentos de propriedade de terceiros);
● Os juros durante o período de construção e pré-operação (inclusive os de
empréstimos contraídos para financiar a aquisição ou construção de bens do
ativo permanente, incorridos durante as fases de construção e pré-operacional
(até 31/12/2008);
● Os custos e despesas de aquisição e desenvolvimento de logiciais (software)
utilizados em processamento de dados;
● H. As contas de Ágio e Deságio do Ativo Permanente da sociedade investidora;
● Os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o
início das operações sociais, ou de implementação do empreendimento inicial;
● Os custos, despesas e outros encargos com a reestruturação, reorganização ou
modernização da empresa (até 31/12/2008).

O registro contábil da amortização deve ser realizado todos os meses, ou sempre


que a entidade necessitar avaliar a recuperabilidade dos valores amortizáveis constantes
em seu imobilizado ou em seu intangível, segundo a Lei nº 6.404/76, com objetivo de que
sejam:

I – registrados perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de


interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando
comprovado que não poderão produzir resultados suficientes para a
recuperação desse valor; ou
II – revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil
econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização
(BRASIL, 1976, on-line)

O cálculo da amortização é, normalmente, feito pelo Método de Cotas Constantes


ou Linha Reta. Para melhor compreensão, propomos o seguinte exemplo: uma entidade
realizou investimentos na ordem de R$ 958.900,00, pago com entrada mais 10 parcelas,
para melhorias no barracão locado por um período de 5 anos. A seguir foram realizados
cálculos considerando o método de cotas constantes e o tempo de cinco anos para locação
e vida útil da edificação de 25 anos (mesmo período do aluguel).

D 1.2.3.08.002 - Investimentos em Bens de Terceiros 958.900,00


C 1.1.1.02.001 - Banco da Praça S/A 87.172,73
C 2.1.1.01 - Fornecedores 871.727,27

Hist.: valor referente a investimentos realizados em bens de terceiros, pagos com entrada + 10
parcelas iguais.

Tabela 3.14 - Pelo investimento


Fonte: Elaborada pelo autor.
Valor amortizável / tempo de amortização = cota anual de amortização; cota anual
/ 12 meses = valor mensal da amortização.
R$ 958.900,00 / 5 = R$ 191.780,00 / 12 = R$ 15.981,67 ao mês

D 3.4.2.19 - Amortização 15.981,67


C 1.2.4.08.002 - Amortização acumulada 15.981,67

Hist.: pela apropriação de 1/60 de amortização de investimentos em bens de terceiros.

Tabela 3.15 - Pela amortização do investimento


Fonte: Elaborada pelo autor.
Quando o investimento estiver totalmente amortizado, não se justifica sua
permanência nas demonstrações; assim, nesse momento, em que o valor da amortização
acumulada for igual ao valor do investimento (ou gasto inicial), deve-se proceder sua
baixa com o seguinte registro:
D 1.2.4.08.002 - Amortização acumulada 0.000,00
C 1.2.4.08.002 - Investimentos em bens de terceiros 0.000,00

Hist.: pela baixa do investimento em bens de terceiros, por estar completamente amortizado.

Tabela 3.16 - Pela amortização do investimento


Fonte: Elaborada pelo autor.

Em relação à amortização, é importante considerar ainda o método escolhido que


deverá procurar refletir o padrão de consumo que a entidade possui e os benefícios
econômicos futuros.

ATIVIDADES

3) Leia o trecho a seguir:

“A Amortização corresponde à perda do valor do capital aplicado em Ativos Intangíveis.


Assim, são amortizáveis os Ativos Permanentes Intangíveis de duração limitada, ou seja,
o Fundo de Comércio, o Ponto Comercial, os Direitos Autorais, as Patentes, o Direito de
Exploração etc.” (IUDÍCIBUS; MARION, 2019, p. 89).

Sobre a amortização, assinale a alternativa que apresenta o método utilizado para o


cálculo da amortização.

a) Método da Amortização Temporal.

b) Método da Soma dos Dígitos Crescentes.

c) Método das Cotas Constantes.

d) Método das Horas de Trabalho.

e) Método das Unidades Produzidas.


Operações de Vendas de Bens: Ganhos e Perdas
As entidades realizam e contabilizam diversos tipos de operações. Dentre estas,
temos as relacionadas a ganhos e perdas, devido à venda de seus bens. Segundo Ribeiro
(2017, p. 244), “Ganhos ou perdas de Capital são os resultados obtidos em decorrência
de baixas de bens ou direitos do Ativo Não Circulante. Para fins fiscais, esse assunto está
disciplinado no artigo 418 do RIR/99”.
Diante do atual desenvolvimento tecnológico, novos produtos (máquinas e
equipamentos) são disponibilizados, com tecnologias muito avançadas e capacidade de
produção bastante superior às que estão em uso. Por essa e por outras razões, como
obsolescência, excesso de gastos com manutenção e ampliação de linha de produção, as
empresas a todo momento estão se desfazendo de máquinas e equipamentos, em busca de
trazer inovação.
Para tanto, devem ser encerradas as contas relacionadas com o ativo alienado.
Consideramos que a entidade tinha um caminhão MB, ano 2018, para entrega, pelo qual
havia pago R$ 145.300,00 em 01/10/2018, depreciado pelo método de cotas constantes.
Em razão do aumento das vendas, é necessário um caminhão maior, portanto o vendeu
em 04/04/2020 por R$ 93.000,00

Preço de venda do ativo 93.000,00

Valor líquido contábil

Custo do ativo 145.300,00

(-) Depreciação acumulada (62.500,00)

(=) Valor líquido do ativo 82.800,00

(=) Ganho/(perda) na alienação do ativo 10.200,00


Tabela 3.17 - Apuração do resultado na alienação de ativos
Fonte: Elaborada pelo autor.
D - Caixa 93.000,00
C 3.6.1.02 - Receita na venda de imobilizado 93.000,00

D 3.6.1.02 - Receita na venda de imobilizado 145.300,00


C 1.2.3.05.002 - Veículos pesados / caminhões 145.300,00

D 1.2.3.06.002 - Depreciação acumulada de veículos 62.500,00


pesados / caminhões
C 3.6.1.02 - Receita na venda de imobilizado 62.500,00

D 3.6.1.02 - Receita na venda de imobilizado 10.200,00


C 3.6.1.01 - Ganho na venda de imobilizado 10.200,00

Hist.: baixa pela alienação de bens do imobilizado.

Tabela 3.18 - Apuração do resultado na alienação de ativos


Fonte: Elaborada pelo autor.

Cabe destacar que a conta que aparece nos registros da alienação de ativo,
denominada Receita na Venda do Imobilizado, é considerada uma conta transitória que
tem como finalidade agrupar e apurar o resultado obtido na alienação ou venda de um
ativo.

FIQUE POR DENTRO

Compreender o processo de consolidação das demonstrações contábeis é um desafio para


todos os profissionais da contabilidade. Sendo assim, propomos a leitura do artigo “Novas
regras de Basileia III na estrutura de capital dos bancos brasileiros”, que tem como
objetivo principal apresentar como as instituições bancárias devem apresentar as suas
demonstrações de acordo com as normas contábeis vigentes e também seguindo todas as
normativas que regulam o setor bancário. Fique por dentro acessando o link disponível
em:
https://www.researchgate.net/profile/Rodolfo_Nunes3/publication/340032754_NOVAS_REGRAS_DE_
BASILEIA_III_NA_ESTRUTURA_DE_CAPITAL_DOS_BANCOS_BRASILEIROS/links/5e7386e192
851ca9c11bbe3d/NOVAS-REGRAS-DE-BASILEIA-III-NA-ESTRUTURA-DE-CAPITAL-DOS-
BANCOS-BRASILEIROS.pdf. Acesso em: 22 jul. 2020.
Conceitos e Contabilização de Teste de Recuperabilidade (Impairment)
Como teste de recuperabilidade, compreende-se a “avaliação” do seu potencial de
conversão em caixa, ou seja, mensurar a capacidade de recuperar o valor investido
naquele ativo. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, segundo Iudícibus e Marion
(2019, p. 219) no Pronunciamento Técnico CPC 01 NBCT, “baseado nas Normas
Internacionais de Contabilidade – IAS 36 (IASB), estabelece que os Ativos não estejam
registrados contabilmente por um valor superior àquele passível de ser recuperado por
uso ou por venda”.
É uma forma de preservar os gestores e, principalmente, os usuários externos de
surpresas desagradáveis e repentinas. A aplicação desse teste sobre os valores dos bens
registrados no imobilizado e no intangível visa registrar as perdas de valor do capital
aplicado e manter os ativos sempre em valores de mercado. Segundo Ribeiro (2019, p.
75), “teste de recuperabilidade consiste no confronto entre o valor contábil de um ativo
(seja ele tangível ou intangível) com seu valor recuperável”.
As terminologias utilizadas podem parecer novas, mas os profissionais da
contabilidade já estão familiarizados com práticas similares que a muito estão sendo
aplicadas sobre os ativos, conforme Iudícibus et al. (2010, p.233):
Na verdade, esse teste se obriga, pela doutrina contábil, a ser feito para todos
os ativos, sem exceção alguma. E essa regra é muito antiga, apenas vinha,
aparentemente, sendo “esquecida” em certas circunstâncias. Por exemplo, a
regra da redução das contas a receber a seu valor provável de realização
(redução pelas perdas esperadas no recebimento – antiga Provisão para
Devedores Duvidosos), é fruto da figura do teste de recuperabilidade. A regra
antiquíssima de “custo ou mercado, dos dois o menor”, para estoques, também
é regra do teste da recuperabilidade. A própria depreciação é nascida visando
à redução dos ativos imobilizados em função da perda da capacidade de
recuperação do valor envolvido pelo processo de venda desses ativos etc.

Iudícibus et al. (2010) chama a atenção para o fato de que o CPC 01 menciona a
aplicabilidade do teste de recuperabilidade para todo o ativo, enquanto a Lei nº 6.404/76
faz referência de sua aplicação para os ativos registrados no Imobilizado e no Intangível,
porque, em relação aos demais itens do ativo, a Lei já apresentava, desde 1976, regras
para os seguintes itens: recebíveis; estoques e investimentos, respectivamente; provisão
para crédito de liquidação duvidosa; custo ou mercado, dos dois o menor; e avaliados por
equivalência patrimonial.
Portanto, como já mencionado, o teste já era praticado a uma parcela do ativo e,
com o advento das Normas Internacionais de Contabilidade, a aplicação a todo o ativo se
tornou mais encorpada e consistente.

Exemplificando:
A Cia SOUZA & LIMA S/A possui o imobilizado (máquinas e equipamentos) no Balanço
Patrimonial com os valores a seguir:

Máquinas e Equipamentos: 640.000,00


(-) Depreciação Acumulada: (90.000,00)
Valor Contábil: 550.000,00

Para determinar o valor recuperável do bem, podemos utilizar duas hipóteses:


valor líquido da venda e valor líquido de uso:
A. Valor líquido de venda:

Preço de venda estimado do bem: 520.000,00


(-) Custos possíveis de venda: (70.000,00)
Valor líquido da venda: 450.000,00

B. Valor líquido de uso:


Receita com produção esperada com o bem: 580.000,00
(-) Custos estimados da receita esperada: 320.000,00
Valor líquido do uso: 260.000,00
Considerando o exposto, é possível atribuir o valor líquido de venda como o valor
recuperável, entre um e outro, escolhe-se o maior. Entretanto, é possível ainda aplicar o
teste realizando o confronto entre o valor líquido e o valor recuperável.
Valor contábil líquido: 550.000,00
Valor recuperável: 450.000,00
Diferença: 100.000,00
Por meio do teste de recuperabilidade, o valor provável de realização do bem será
450.000,00, devido ao registro no Balanço Patrimonial no valor de 550.000,00, haverá o
registro para reconhecer a perda pela desvalorização:
D 3.4.2.01.017 - Perdas por desvalorização do ativo 100.000,00
(contas de resultado)
C 1.2.3.03.999 - Perdas estimadas p/ redução ao valor
recuperável - (Conta redutora do ativo) 100.000,00

Tabela 3.19 - Lançamento do teste de recuperabilidade


Fonte: Elaborada pelo autor.

O reconhecimento do bem pelo valor justo será evidenciado no Balanço


Patrimonial conforme a seguir:

Máquinas e Equipamentos 640.000,00


(-) Depreciação Acumulada (90.000,00)
(-) Perdas Estimadas p/ Redução ao Valor Recuperável (100.000,00)

A contabilização do teste de recuperabilidade ocorre quando o valor recuperável


se apresentar inferior ao contabilizado. Quando o valor for superior, é necessário
conservar o registro original.

ATIVIDADES
4) As entidades realizam diversos tipos de operações visando melhorar seus resultados
econômicos e financeiros ao longo do período. Como resultados dessas operações, elas
poderão apresentar vultosas perdas e ganhos financeiros, que, por sua vez, necessitam ser
registrados em suas demonstrações. Assinale a alternativa que apresenta o que decorre
desses e ganhos de recursos financeiros das entidades.

a) Aumento do disponível.

b) Baixa de bens do ativo não circulante.

c) Constituição de reserva.

d) Distribuição de dividendos.

e) Pagamento de salários.
INDICAÇÕES DE LEITURA

Nome do livro: Contabilidade avançada e análise das demonstrações financeiras

Editora: Saraivauni

Autor: Silvério das Neves

ISBN: 9788553131242

Comentário: Este livro apresenta as várias modificações introduzidas pela legislação e


pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) no dia a dia à contabilidade
brasileiras, dentre os principais assuntos tratados no livro, destacamos os seguintes:
aplicação da legislação que apresente a lei das sociedades por ações a sociedades de
grande porte; apresentação do método da equivalência patrimonial; demonstração das
estruturas das demonstrações contábeis; e apresentação da consolidação das
demonstrações e dos tipos de operações de investimentos que são realizados pelas
entidades.

INDICAÇÕES DE FILME

Nome do filme: Enron - os mais espertos da sala

Gênero: Documentário

Ano: 2005

Elenco principal: Alex Gibney, Susan Motamed, Jason Kliot e Alison Ellwood

Comentário: Neste filme é apresentado o caso da empresa de energia elétrica Enron, que
se tornou emblemático em todo o mundo. A companhia acabava fraudando várias
informações financeiras com o intuito de apresentar lucros aos acionistas e dividendos
aos seus gestores. Assistir a este filme provoca uma série de reflexões. Dentre as
principais podemos destacar as relacionadas à importância da ética na atuação
profissional e como eventuais desvios de caráter podem acarretar uma série de problemas
a todos que tenham negócios com uma entidade em si.
UNIDADE IV

Demonstrações Financeiras
Elcio Martens

Johny Henrique Magalhães Casado


Introdução

A contabilidade tem como principal função gerar informações sobre o patrimônio da entidade
e fornecê-las para os tomadores de decisões. Sendo assim, a maior expressão dessa função da
contabilidade é a apresentação dessas informações por meio das demonstrações financeiras. Os
profissionais que trabalham ou almejam trabalhar com contabilidade devem voltar a atenção às
necessidades dos usuários em relação às informações e seguir todos os dispositivos legais e
regimentais que apresentem as regras para a geração das informações.

Nesta unidade, apresentaremos alguns conceitos relacionados à preparação das


demonstrações financeiras, bem como modelos dessas demonstrações e suas funções, para que
seja possível observar sua função e sua estrutura. Bons estudos!

Fonte: nicoelnino / 123RF.


Estrutura e Elaboração das Demonstrações Financeiras
As demonstrações financeiras apresentam uma estrutura que, de acordo com
estudiosos, atendem aos objetivos para os quais foram desenvolvidas, bem como
apresentam a posição e o desempenho financeiro, no período, obtidos pela entidade e o
fornecimento de informações que são de grande utilidade aos usuários dessa informação,
os quais são responsáveis pela tomada de decisões econômicas e a previsão de seus fluxos
de caixa futuros.
No final do ano de 2019, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis publicou a
segunda revisão do denominado Pronunciamento Técnico CPC 00, responsável por
apresentar a estrutura conceitual e também importantes definições a respeito das
demonstrações financeiras. Esse CPC possui grande importância e relevância para todos
que estudam e se utilizam das demonstrações financeiras em sua profissão, além de ter
enorme importância para as organizações e para os órgãos que se apropriam dessa
informação para variados fins.

Características Qualitativas de Informações Financeiras Úteis


As informações que são apresentadas nas demonstrações financeiras necessitam
representar a realidade patrimonial que a entidade possui no período em que elas são
emitidas, portanto elas precisam seguir um padrão de qualidade que garanta que elas
realmente poderão colaborar com seus usuários.
Os profissionais da contabilidade devem observar, durante o processo de geração
das informações contábeis, se todos os processos estipulados pelo regulamento geral estão
sendo cumpridos. Assim, será possível garantir que as informações estão cumprindo com
o seu objetivo de informar o usuário e de ser uma fonte segura a eles.
Segundo o CPC 00 (2019), as informações contábeis, para que tenham
características qualitativas, necessitam apresentar quatro características principais, as
quais podem ser observadas na Figura 4.1:
Figura 4.1 - Características qualitativas
Fonte: Adaptada de CPC (2019).

As informações contábeis apresentadas nas demonstrações financeiras devem


possuir relevância, ou seja, ao elaborar qualquer uma das demonstrações, os profissionais
devem garantir que elas sejam capazes de efetivamente fazer diferença para os usuários.
Segundo o CPC (2019, p. 9):
Informações financeiras relevantes são capazes de fazer diferença nas decisões
tomadas pelos usuários. Informações podem ser capazes de fazer diferença em
uma decisão ainda que alguns usuários optem por não tirar vantagem delas ou
já tenham conhecimento delas a partir de outras fontes. Informações
financeiras são capazes de fazer diferença em decisões se tiverem valor
preditivo ou valor confirmatório, ou ambos.

Ser relevante significa que as informações necessitam ter valor preditivo, portanto,
elas necessitam garantir aos usuários que, ao fazerem uso de tais informações para
tomadas de decisões futuras, não haverá nenhum tipo de risco ou impacto negativo. Outra
importante consideração a ser realizada sobre a informação contábil é que ela tem como
dever possuir efeito confirmatório que possa confirmar avaliações anteriores.
Representação fidedigna é outra característica que precisa ser garantida pelos
profissionais da contabilidade. Em geral, as “informações financeiras não devem apenas
representar fenômenos relevantes, mas também representar de forma fidedigna a essência
dos fenômenos que pretendem representar” (CPC, 2019, p. 10). Na Figura 4.2, é possível
observar a concepção que a representação fidedigna possui para as informações contábeis.
Figura 4.2 - Concepção da representação fidedigna das informações contábeis
Fonte: Adaptada de CPC (2019).

Para que uma informação contábil possa ter representação fidedigna dos fatos que
ela representa, faz-se necessário que ela seja completa, neutra e livre de erros, entretanto,
nem sempre é possível ter essas garantias, mas os profissionais da contabilidade devem
realizar todos os esforços visando atender essa necessidade.
Em relação à qualidade das informações, é importante garantir, também, que os
custos para a geração delas não sejam superiores aos benefícios proporcionados por elas.
Sendo assim, os profissionais, ao gerarem uma informação contábil, devem garantir que
elas sejam completas, mas essa garantia não deve proporcionar custos absurdos à entidade
contábil.
Segundo Iudícibus, Marion e Faria (2019, p. 47),

A informação contábil, como todo bem econômico, tem um custo, e esse custo
deve ser sempre comparado com os benefícios esperados da informação. Em
última análise, o benefício esperado de um sistema de informação é o valor
presente dos lucros adicionais (ou dos fluxos de caixa) que não seriam obtidos
caso aquele particular sistema de informação não tivesse sido adotado ou não
estivesse disponível.

Os gestores necessitam a todo momento tomar inúmeras decisões em seu dia a


dia, por isso cabe aos profissionais da contabilidade apresentar informações que possam
subsidiar essas tomadas de decisões e proporcionar que elas tragam os melhores
benefícios econômicos e financeiros para as entidades e para todos os usuários da
contabilidade.
Encerramento de Exercícios
O encerramento do exercício é a data escolhida pelo departamento contábil da
entidade para finalizar a representatividade dos dados das suas demonstrações
financeiras. De acordo com Iudícibus e Marion (2019, p. 137),
Conforme exigência legal, pelo menos uma vez por ano, as empresas estão
obrigadas a encerrar todas as contas de resultado. Esse encerramento ocorre no
momento do confronto das despesas com as receitas para apurar o resultado.

No encerramento de exercício, há uma série de procedimentos que devem ser


realizados com o objetivo de zerar o saldo das contas que são compensáveis entre si. É
importante considerar, ainda, que, conforme o CPC 26 (2011), as entidades podem, no
encerramento do seu exercício social, emitir as seguintes demonstrações financeiras:
(a) balanço patrimonial ao final do período; (b1) demonstração do resultado do
período; (b2) demonstração do resultado abrangente do período; (c)
demonstração das mutações do patrimônio líquido do período; (d)
demonstração dos fluxos de caixa do período; (e) notas explicativas,
compreendendo as políticas contábeis significativas e outras informações
elucidativas; f) balanço patrimonial do início do período mais antigo,
comparativamente apresentado, quando a entidade aplicar uma política
contábil retrospectivamente ou proceder à reapresentação retrospectiva de
itens das demonstrações contábeis, ou quando proceder à reclassificação de
itens de suas demonstrações contábeis; (f1) demonstração do valor adicionado
do período, conforme Pronunciamento Técnico CPC 09, se exigido legalmente
ou por algum órgão regulador ou mesmo se apresentada voluntariamente.

As entidades ainda podem denominar as suas demonstrações financeiras de forma


diferente das preconizadas pelo CPC 26 (2011), entretanto, em hipótese alguma elas
podem fazer uso de qualquer nomenclatura que contraria determinação regulamentar ou
qualquer legislação previamente estabelecida pelos órgãos contábeis estabelecidos.
As entidades que adotam como regime tributário o lucro real devem elaborar as
suas demonstrações financeiras segundo a legislação, considerando todos os ajustes
necessários em que elas possam calcular o lucro real no período, bem como devem
considerar a base de tributação que incorre em suas operações devido a sua escolha por
esse regime tributário.
No encerramento das contas de resultado, é importante considerar que todas as
contas de receitas e despesas deverão apresentar saldos zerados, pois estes deverão ser
transferidos/utilizados para a apuração do resultado do período. Essas contas têm por
objetivo a agregação ou o resumo de valores comuns, durante o exercício social, iniciando
novo ciclo com o início do novo exercício.
Para exemplificar o encerramento das contas de resultado, utilizamos uma
prestadora de serviços, compreendendo que, para empresas de outros ramos de atividades,
não é diferente, divergindo apenas no volume de contas a serem encerradas. Como se
trata, em nosso exemplo, de uma prestadora de serviços materiais, estes, quando
consumidos, são comprados pelo contratante do serviço ou são também alocados ao custo
do serviço. Assim, temos:

● despesas com salários: R$ 22.500,00;


● despesas com materiais: R$ 4.800,00;
● receitas com escritório: R$ 58.300,00.

Visando o encerramento dessas contas, faz-se necessário que os seus saldos sejam
zerados, portanto as contas de despesas deverão ser creditadas pelo seu valor integral e,
em contrapartida, debita-se a ARE – Apuração de Resultado do Exercício.
Em relação ao encerramento da conta de receita, o procedimento se assemelha ao
anteriormente mencionado, entretanto, são necessários alguns ajustes no procedimento,
pois, em relação a essa conta, debita-se a referida conta e, em contrapartida, credita-se a
ARE – Apuração de Resultado do Exercício.

Figura 4.3 - Razonetes do encerramento das contas


Fonte: Elaborada pelo autor.
Após cumprida esta etapa e encerradas todas as contas de resultados, apura-se ao
resultado do período, que, no nosso exemplo, foi: receita de R$ 58.300,00 menos as
despesas de R$ 27.300,00 (=22.500,00 + 4.80000,). Nesse exemplo, o resultado foi de
R$31.000,00 (= 58.300,00 - 27.300,00).

Apuração de Resultado do Exercício (ARE)


ARE = 58.300,00 (Receitas) - 27.300,00 (Despesas)
ARE = 31.000,00 (Saldo)
Lucro = R$ 31.000,00

Considerando o procedimento realizado para apuração de resultado do exercício,


temos que esse resultado, obtido após a apuração da demonstração de resultado do
exercício, deverá ser acrescentado ao patrimônio líquido da entidade ao final do período,
caso o valor obtido tivesse sido um valor negativo, portanto, um prejuízo, valor que
deveria ser reduzido do patrimônio líquido da entidade ao final do período.
O lucro obtido por meio das atividades operacionais que uma empresa obtém ao
fim do período representa a remuneração do capital que os sócios investiram na
constituição da entidade ou para sua manutenção, e essas informações podem ser
observadas na demonstração financeira Balanço Patrimonial, mais especificamente em
sua conta denominada patrimônio líquido.
Considerando que não há previsão de distribuição dos lucros (dividendos) para
todas as empresas, exceto às SAs, nas empresas não obrigadas à distribuição dos lucros,
estes, quando obtidos, são incorporados ao patrimônio líquido, e, em nosso exemplo, será
debitado na ARE os R$ 31.000,00, encerrando-se, dessa forma, essa conta que já cumpriu
sua função, em contrapartida ao crédito de lucros (prejuízos) acumulados.

Figura 4.4 - Razonetes do lucro/prejuízos acumulados e ARE


Fonte: Elaborada pelo autor.
Se no período relatado a entidade tivesse obtido prejuízo em suas operações, o seu
saldo na ARE seria devedor, por isso seria creditado na ARE e debitado no Patrimônio
Líquido, reduzindo o saldo de lucros acumulados ou aumentando o saldo de prejuízos
acumulados, caso já apresentasse prejuízos anteriores.

Inventário Periódico
Ao final do exercício, para que a entidade possa realizar o seu encerramento, ela
deverá realizar algumas atividades, dentre elas, destaca-se o inventário periódico. A
característica básica do inventário periódico, segundo Iudícibus e Marion (2019, p. 113),
É que a empresa toma conhecimento do volume de seus estoques (para fins
contábeis) de tempos em tempos, ou seja, no final de cada período (mês,
semestre, ano). Com isso, o valor do CMV também só é conhecido
periodicamente. Por isso, não há registro do CMV à medida que as vendas vão
ocorrendo.

Para encerramento do período, será necessário levantar o estoque final por meio
de conferência física, para se apurar o custo das mercadorias vendidas. Diferentemente
do inventário permanente, não dá para se utilizar da ficha de controle de estoques para se
obter o estoque final, mas se aplica a fórmula:

CMV = Estoque Inicial + Compras Líquidas – Estoque Final

No caso do inventário periódico, Iudícibus e Marion (2019, p. 113) afirmam que


“o uso dos controles é dispensável em nível de Contabilidade (existem casos em que são
adotados processos de controle físico das mercadorias para outras finalidades)”,
entretanto, é indispensável que, ao final de cada período, a entidade realize o
levantamento físico de todos os seus itens e saldos em estoque, bem como do seu valor
financeiro e realize todos os registros necessários.
Utilizaremos, para efeito de demonstração sistemática, o exemplo apresentado no
capítulo dois, intitulado “Transações de compra e venda: a) adotando-se o inventário
periódico”, cujos valores contabilizados naqueles itens e subitens serão utilizados para
realizar a apuração do CMV e os lançamentos dos razonetes a seguir.
APURAÇÃO DAS COMPRAS

Compra 250 unid. X 230,00 57.500,00

IPI s/ compra 57.500,00 x 10% 5.750,00

ICMS s/ compra 57.500,00 x 12% (6.900,00)

PIS s/ compra 57.500,00 x 1,65% (948,75)

COFINS s/ compra 57.500,00 x 7,6% (4.370,00)

Frete compra 1.375,00

ICMS s/ Frete 1.375,00 x 12% (165,00)

Devolução de compra 3 unid. X 230,00 (690,00)

IPI s/ devolução 690,00 x 10% (69,00)

ICMS s/ devolução 690,00 x 12% 82,80

PIS s/ devolução 690,00 x 1,65% 11,39

COFINS s/ devolução 690,00 x 7,6% 52,44

Total 51.628,88

Tabela 4.1 - Tabela de apuração de compras


Fonte: Elaborada pelo autor.

Com o intuito de realizar a apuração do estoque para que ele possa ser considerado
na apuração final, deve-se realizar os cálculos presentes na tabela a seguir:

Estoque Inicial -

(+) Compras Líquidas 51.628,88

(=) Mercadoria à disposição para venda 51.628,88

(-) Estoque Final - 48.911,57

(=) Custo das Mercadorias Vendidas 2.717,31


Tabela 4.2 - Apuração do custo das mercadorias vendidas
Fonte: Elaborada pelo autor.
A apuração dos saldos de estoques é de grande importância para a contabilidade,
pois ela proporciona reflexos em diversas outras operações que são realizadas para
apuração dos resultados ao fim do período.

Figura 4.5 - Razonetes de apuração (*SI - Saldos iniciais)


Fonte: Elaborada pelo autor.
Os lançamentos apresentados em vermelho nos razonetes presentes na Figura 4.5
se referem ao encerramento das contas transitórias, identificados nos lançamentos como
evento 7. As informações destacadas em azul são referentes aos encerramentos e
elaboração da ARE – Apuração do Resultado do Exercício, os quais estão identificados
nos lançamentos a seguir:

8 D 3.1.1.02 – Venda de Mercadorias a Prazo 10.198,50


C 3.10.1.01 – ARE 10.198,50

9 D 3.10.1.01 – ARE 1.590,97


C 3.2.1.03 – ICMS s/ Vendas 1.590,97

10 D 3.10.1.01 – ARE 145,84


C 3.2.1.04 – PIS s/ Vendas 145,84

11 D 3.10.1.01 – ARE 671,75


C 3.2.1.05 – COFINS s/ Vendas 671,75

12 D 3.10.1.01 – ARE 1.359,80


C 3.2.1.01 – Devolução de Vendas 1.359,80

13 D 3.10.1.01 – ARE 2.717,31


C 3.3.1.13 – Custo das Mercadorias Vendidas
2.717,31

14 D 3.10.1.01 – ARE 350,00


C 3.4.1.02 – Fretes e Carretos 350,00

15 D 3.10.1.01 – ARE 3.362,83


C 2.3.5.01 – Lucro/ Prejuízos Acumulados 3.362,83
Tabela 4.3 - Lançamentos da ARE
Fonte: Elaborada pelo autor.

Os lançamentos da ARE são necessários para que a entidade possa apurar os


saldos das suas contas relacionadas às mercadorias. De acordo com Iudícibus e Marion
(2019, p. 114),

Podem-se contabilizar todas as operações mercantis e abrir uma conta para


cada tipo de operação, ou seja, uma para registrar as Compras, outra para
Vendas e uma terceira, normalmente Mercadorias, para o registro do valor do
Estoque.
Os profissionais da contabilidade devem estar atentos a qualquer tipo de alteração no
processo de contabilização realizado.

Inventário Permanente

O método de apuração denominado inventário permanente se caracteriza pelo fato


de ser possível, a qualquer momento, identificar seu estoque, tanto físico quanto
monetário. Segundo Iudícibus e Marion (2019, p. 113),

(...) a cada venda efetuada a empresa controla cada item de estoque negociado.
Isso permite que se conheça, depois de cada operação (quer de compra, quer
de venda), o nível de seus estoques. Se acoplada ao controle físico da
movimentação dos estoques uma forma de controle financeiro, serão
conhecidos depois de cada movimentação tanto o valor do CMV (da operação
ou o acumulado até a operação) como o valor do estoque remanescente
(Estoque Final).

Considera-se, ainda, que toda movimentação de compra ou venda de mercadoria


será lançada, sendo aumentada pelas compras e reduzida pelas vendas tão logo os fatos
ocorram, assim conhecendo imediatamente o custo das mercadorias vendidas.
Lembrando que o custo de mercadoria vendida variará, de acordo com o critério de
custeio (ou método de avaliação) utilizado: PEPS, UEPS ou Média Ponderada Móvel.
Utilizaremos, para efeito de demonstração sistemática, o exemplo dado no capítulo
anterior, no qual foram abordadas as transações de compra e venda, adotando-se o
inventário permanente.

Os valores relacionados nos razonetes se referem aos exemplos, portanto, serão


assim representados:
Figura 4.6 - Razonetes do lançamento do inventário permanente
Fonte: Elaborada pelo autor.
Os lançamentos necessários para apuração das operações são os seguintes:

8 D 3.1.1.02 – Venda de Mercadorias a Prazo 10.198,50


C 3.10.1.01 – ARE 10.198,50

9 D 3.10.1.01 – ARE 1.590,97


C 3.2.1.03 – ICMS s/ Vendas 1.590,97

10 D 3.10.1.01 – ARE 145,84


C 3.2.1.04 – PIS s/ Vendas 145,84

11 D 3.10.1.01 – ARE 671,75


C 3.2.1.05 – COFINS s/ Vendas 671,75

12 D 3.10.1.01 – ARE 1.359,80


C 3.2.1.01 – Devolução de Vendas 1.359,80

13 D 3.10.1.01 – ARE 2.717,31


C 3.3.1.13 – Custo das Mercadorias Vendidas 2.717,31

14 D 3.10.1.01 – ARE 350,00


C 3.4.1.02 – Fretes e Carretos 350,00

15 D 3.10.1.01 – ARE 3.362,83


C 2.3.5.01 – Lucro/ Prejuízos Acumulados 3.362,83
Tabela 4.4 - Lançamentos necessários para apuração pelo inventário permanente
Fonte: Elaborada pelo autor.

A adoção do inventário permanente implica algumas particularidades para a


entidade, dentre elas, temos que:
implica o uso de controles adicionais (fichas de controle de estoque
manualmente preenchidas ou um sistema operado por processamento
eletrônico de dados) que permitam acompanhar as flutuações de cada tipo de
mercadoria negociada (...) O fato de o “inventário permanente” se basear em
controles que registram todas as operações ocorridas (entradas ou saídas) não
significa que a empresa deva dispensar por completo os levantamentos
inventários físicos (com a frequência que julgar necessária) como forma de
testar a veracidade das informações geradas pelos controles (IUDÍCIBUS;
MARION, 2019, p. 113).

O processo de escolha entre o inventário permanente ou periódico para controle


do estoque faz parte das decisões que o gestor toma a partir de informações geradas pela
contabilidade. Dentre os aspectos que podem influenciar a escolha por um ou por outro
tipo de inventário, deve-se analisar com profundidade a periodicidade em que se deseja
gerar tais informações, bem como a entidade deve organizar seu sistema contábil.
ATIVIDADES

1) Segundo o CPC (2019, on-line), “as características qualitativas de informações


financeiras úteis se aplicam a informações financeiras fornecidas nas demonstrações
contábeis, bem como a informações financeiras fornecidas de outras formas”.

Considerando o exposto, assinale a alternativa que se relaciona à característica da


informação contábil poder ser utilizada como fonte para análise em processos
empregados pelos usuários para prever resultados futuros.

a) Representação fidedigna.

b) Relevância.

c) Comparabilidade.

d) Capacidade de verificação.

e) Tempestividade.
Demonstração do Resultado do Exercício – DRE
A demonstração do resultado do exercício, também conhecida como DRE, é uma
das principais demonstrações elaboradas pelos profissionais da contabilidade dentro de
uma entidade. Para Iudícibus e Marion (2019, p. 242),

A demonstração do resultado do exercício é um resumo ordenado das receitas


e despesas da empresa em determinado período (12 meses). É apresentada de
forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em
seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo).

A demonstração de resultado do exercício apresenta-se estruturada de forma


dedutiva, ou seja, a sua estrutura é verticalizada e inicia-se a partir da conta receita bruta
que foi apurada pela entidade no período, subtraindo-se desta as despesas incorridas para
a obtenção da receita. Essa demonstração poderá ser apresentada de forma simples ou de
forma completa, geralmente o profissional contábil escolhe a forma que mais se adeque
às necessidades da entidade e também à complexidade que envolve suas operações.

Pelo modo como a DRE está estruturada, podemos afirmar que ela é uma
demonstração rica em informações, em seus vários níveis de resultados, tais como: receita
líquida, lucro operacional bruto ou simplesmente lucro bruto; e os principais grupos de
despesas, como administrativas, vendas, produção, lucro operacional e outros.

A DRE, no plano de contas, normalmente está organizada a partir do código 3,


sendo ajustada às necessidades informacionais das empresas no seu detalhamento, desde
que mantidas a estrutura básica e a respectiva ordem.

RECEITA BRUTA
(–) Deduções
Receita Líquida
(–) Custo das Vendas
(=) Lucro Bruto
(–) Despesas Operacionais
(–) Outras Despesas Operacionais
(–) Despesas com Equivalência Patrimonial
(+) Receitas com Equivalência Patrimonial
(+) Outras Receitas Operacionais
(=) Resultado Operacional Líquido

Quadro 4.1 - Modelo de DRE


Fonte: Elaborado pelo autor.

Como se pode observar, as despesas operacionais são apresentadas de forma


sintética, pois não seria conveniente ou recomendável a exposição, para o usuário externo,
das diversas despesas detalhadamente. Uma das razões para sua não divulgação aos
usuários externos é pelo fato de os valores não serem, via de regra, tão expressivos em
relação ao volume total das receitas. Outra razão é o fato de que o gestor principal é o
responsável e responde por sua gestão.

FIQUE POR DENTRO


A Lei nº 6.404, editada em 15 de dezembro do ano de 1976, é a principal lei que apresenta
dispostos e regras para as empresas enquadradas como sociedade anônima. Dada sua
importância, ela é conhecida como Lei das S.A. e apresenta uma série de informações e
regras que devem ser seguidas pelas empresas, sendo fundamental para todos os
profissionais que atuam nesse ramo. Fique por dentro acessando o link disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 23 jul. 2020.

Conforme Iudícibus e Marion (2019, p. 243),


A Receita Bruta é o total bruto vendido no período. Nela estão inclusos os
impostos sobre vendas (os quais pertencem ao governo) e dela não foram
subtraídos as devoluções (vendas canceladas) e os abatimentos (descontos)
ocorridos no período. Impostos e taxas sobre vendas são aqueles gerados no
momento da venda; variam proporcionalmente à venda, ou seja, quanto maior
for o total de vendas, maior será o imposto.

Sobre as devoluções de vendas e vendas canceladas, como são encontradas em


várias estruturas de DRE e mesmo em muitos planos de contas, Iudícibus e Marion (2019,
p. 228) argumentam que:

Devoluções (vendas canceladas) – são mercadorias devolvidas por estarem em


desacordo com o pedido (preço, qualidade, quantidade, avaria). O comprador,
sentindo-se prejudicado, devolve total ou parcialmente a mercadoria. Às vezes,
a empresa vendedora, na tentativa de evitar devolução, propõe um abatimento
no preço (desconto) para compensar o prejuízo ao comprador. Tanto a
devolução como o abatimento aparecem deduzindo a Receita Bruta na DRE.
Ao realizar uma DRE, um dos valores observados trata do lucro bruto e esse valor
representa o resultado da diferença entre a receita líquida da entidade e o custo das
mercadorias (ou produtos) vendidas e apuradas. De outra maneira, pode-se também dizer
que são subtraídos da receita líquida os custos das mercadorias (ou produtos) vendidos,
obtendo-se, assim, o lucro bruto. Apesar de ser, de certa forma, bastante lógico, vale
destacar que quanto maior for essa parcela, maior poderá ser a parcela destinada a
remunerar os administradores, diretores, funcionários (principalmente de vendas), o
governo e os proprietários da empresa.

O Lucro Operacional é a diferença obtida entre o Lucro Bruto e as despesas


operacionais. Na Figura 4.7, é possível observar os tipos de deduções possíveis:

Figura 4.7 - Deduções do lucro operacional


Fonte: Elaborada pelo autor.

Em relação às outras despesas, descontadas outras receitas operacionais, é


importante considerar que, neste subgrupo, está uma das principais preocupações e
responsabilidade dos gestores, já que é possível obter uma maior autonomia de atuação
deles, no sentido de maximizar os resultados. Nas despesas com vendas, são incorporados
todos os gastos relacionados às vendas, desde o planejamento até o momento em que o
produto está posto na “casa do cliente”.
Podemos afirmar que essa responsabilidade e os gastos com vendas ainda se
estendem ao pós-venda, durante todo o prazo de garantia, quando se trata de indústria e,
em muitos segmentos industriais, são incluídos, inclusive, o recolhimento ou recebimento
dos resíduos do produto e a sua correta destinação. É claro que parte desses gastos já
foram incluídos nos custos de produção, mas como o fato gerador para tais desembolsos
é a venda, então, após a venda, os gastos resultantes serão ali registrados.

As despesas administrativas abrangem todos os gastos necessários para a boa


gestão da entidade, que, geralmente, são os gastos com pessoal do setor administrativo
somados a todos os encargos e benefícios concedidos e às despesas diversas do(s)
escritório(s).

No item despesas financeiras, o valor apresentado é a diferença entre as despesas


ou receitas financeiras obtidas no período pela entidade, em geral, as receitas são sempre
menores do que as despesas, entretanto, é importante considerar que isso não ocorre de
forma unânime. As despesas englobam os juros (pagos ou incorridos) a terceiros e os
descontos financeiros concedidos; enquanto que as receitas compreendem os juros
recebidos de terceiros e os descontos financeiros obtidos (ou recebidos).

Na contribuição social sobre o lucro, é calculado o percentual de 9% sobre a base


de cálculo, ou seja, sobre o lucro antes do IR e da CSSL, enquanto que o IR é calculado
15% sobre a mesma base e, adicionalmente, mais 10% sobre o que exceder à parcela de
R$ 20.000,00/mês ou R$ 240.000,00/ano.

Para as debêntures, quando no momento da captação, com a sua venda, fica


garantido o pagamento de juros periódicos e/ou a concessão de amortizações regulares,
que devem ser, portanto, destinadas à parcela lucro para esse fim. Assim, a destinação
obedecerá às condicionantes das debêntures.

As participações de empregados e administradores obedecerão às condições


acordadas entre as partes, bem como as contribuições para instituições ou fundos de
assistência ou previdência de empregados, seguindo os percentuais acordados e os limites
legais.
ATIVIDADES

2) Segundo o CPC 00 (2019, on-line), “o objetivo das demonstrações contábeis é fornecer


informações financeiras sobre os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas
da entidade que reporta que sejam úteis aos usuários das demonstrações contábeis”.

Considerando o exposto, assinale a alternativa na qual é possível observar todos os gastos


necessários para a boa gestão da entidade.

a) Receitas financeiras.

b) Despesas administrativas.

c) Despesas financeiras.

d) Despesas com vendas.

e) Despesas circulantes.
Balanço Patrimonial

O balanço patrimonial tem como função apresentar a posição financeira da


entidade no momento do encerramento do período escolhido pela entidade para sua
confecção. A estrutura do balanço patrimonial é basicamente constituída, conforme
Iudícibus e Marion (2019), de duas colunas: a coluna do lado direito é denominada
passivo e patrimônio líquido, enquanto a do esquerdo é denominada ativo. O lado
esquerdo é atribuído ao ativo e o direito ao passivo e patrimônio líquido por mera
convenção. O conjunto de bens são todos os ativos físicos, corpóreos que a entidade
possui, tais como: terrenos, edificações, veículos, estoques, dinheiro em moeda,
instalações, ferramentas, entre outros. Já em relação aos direitos, estes são ativos
incorpóreos e que estão à disposição da entidade. Dentre os exemplos que podem ser
citados, destacam-se o dinheiro em conta corrente, as duplicatas a receber, as contas que
entidade tem direito de receber, os títulos de crédito, ou ainda, as ações de outras empresas
pertencentes à entidade.

Um ativo necessita ter algumas condições para que ele seja considerado como tal.
Na Figura 4.8, é possível observar tais condições:

Figura 4.8 - Característica de um ativo


Fonte: Elaborada pelo autor.
O passivo demonstra todas as dívidas da empresa para com terceiros, como:
valores a pagar a fornecedores, a funcionários, impostos a pagar, financiamentos e
empréstimos não quitados. Todas essas dívidas são obrigações exigíveis no momento em
que serão exigidas sua liquidação.

O patrimônio líquido evidencia os valores aplicados na empresa pelos


proprietários ou sócios. Adicionalmente, no patrimônio líquido, serão incorporados os
acréscimos de capital, resultantes das operações da organização, quando as receitas forem
maiores que as despesas, e, quando ocorrer o inverso, haverá redução do PL.

O termo balanço patrimonial decorre da igualdade apresentada na seguinte


fórmula:
Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido

Outra forma de observar a igualdade presente no balanço patrimonial é considerar


que as origens são iguais às aplicações. Parte-se da ideia da balança de dois pratos, que,
para ser exata, deve estar em equilíbrio, de um lado os produtos e do outro os pesos, de
acordo com as medidas que se pretende. O balanço patrimonial representa o conjunto de
bens, direitos e obrigações, enquanto que a expressão patrimônio líquido se origina pela
diferença entre os bens e direitos menos as obrigações.

Em relação às obrigações da empresa, segundo Iudícibus e Marion (2019, p. 231):

No Patrimônio Líquido há as obrigações com os proprietários da empresa.


Entretanto, os proprietários, por lei, não podem reclamar a restituição do seu
dinheiro investido; por isso, este grupo também é conhecido como Não
Exigível. Ora, se o proprietário só terá seu dinheiro de volta no encerramento
da empresa, pode-se dizer que, num processo de continuidade, os recursos do
Patrimônio Líquido pertencem à empresa que, por essa razão, também é
conhecido como Capital Próprio.

O ativo, assim como o passivo estão subdivididos em dois subgrupos, são eles:
circulante e não circulante. Essa classificação se dá em função dos prazos de realização
(transformação em dinheiro) para o ativo e dos prazos a serem exigidos da empresa para
liquidação de suas dívidas, para o passivo. Portanto, no circulante, são classificados tudo
o que se realiza e todos os valores exigíveis até o final do exercício seguinte, a contar da
data de encerramento do exercício. E tudo o que realizar ou que for exigível a partir do
início do segundo exercício, próximo a contar da mesma data, é denominado não
circulante (ou de longo prazo).
Ativo Circulante

As contas que compõem o ativo são apresentadas em decrescente em relação a sua


liquidez, já em relação ao passivo da entidade, temos que as contas são apresentadas em
ordem decrescente de exigibilidade, ou seja, ela se apresenta mais exigível –
fornecedores, para a menos exigível, a última a ser liquidada, que são as contas do
patrimônio líquido.

O ativo circulante, por sua vez, está dividido em quatro subgrupos que agrupam
as contas segundo suas características, a saber: contas a receber, estoques, investimentos
temporários e despesas do exercício seguinte. Na Figura 4.9, é possível observar uma
breve apresentação de cada uma dessas contas:

Figura 4.9 - Tipos de ativo circulante


Fonte: Elaborada pelo autor.

As contas do ativo circulante necessitam de uma grande atenção por parte dos
gestores e usuários da informação contábil, sendo assim, recomenda-se que a análise
dessa conta tenha observado todos os dispostos das leis e normas contábeis.
Ativo não Circulante

O grupo do não circulante, que são os ativos de menor liquidez (ou seja, que se
transformam em dinheiro mais lentamente), são classificados em quatro grupos: (I) Ativo
Realizável a Longo Prazo; (II) Investimentos; (III) Imobilizado; e (IV) Intangível.

I. O ativo realizável a longo prazo recebe todas as contas para as quais já há uma
intenção de transformá-los em dinheiro, mas que ainda não está certo ou claro
quando isso ocorrerá. Classificam-se, também, adiantamentos a fornecedores,
empréstimos a empregados, valores resultantes de negociações especiais com
clientes e que vençam a partir do 1º de janeiro do segundo exercício próximo.
II. No grupo dos investimentos, serão classificados todos os investimentos realizados
pela entidade, para os quais a intenção inicial seja auferir lucros ou renda.
Permanecerão nesse grupo enquanto se mantiverem tais intenções por parte da
empresa. Exemplos: ações de outras entidades, obras de arte, terreno para
valorização, imóveis para locação; os bens e direitos classificados neste grupo não
se destinam às atividades operacionais da entidade, mesmo que com
características similares.
III. No grupo imobilizado, são classificados todos os bens e direitos de característica
permanente, que são destinados à manutenção das atividades operacionais da
entidade, como: terrenos, edificações, instalações, máquina e equipamentos,
móveis e utensílios; veículos de passeio ou pesados; softwares.
IV. Intangível: neste grupo, classificam-se bens e direitos incorpóreos, mas que são
necessários para o desempenho das atividades da organização ou que tenham essa
finalidade; os mais comuns são: fundo de comércio (goodwill), marcas e patentes.

Iudícibus e Marion (2019, p. 235) apresentam Deduções dos subgrupos de características


permanentes como:

● investimentos: neste item, encontram-se como subtrações as provisões para


perdas, com o objetivo de cobrir as perdas prováveis na realização financeira,
quando comprovadas (estas perdas) como permanentes;
● imobilizado e intangível: os bens tangíveis, com o passar do tempo, sofrem
deterioração física ou tecnológica. Dessa forma, perdem a sua eficiência
funcional. Tal perda é acumulada, de forma aproximada, na conta Depreciação
Acumulada.

Quando se trata de bens intangíveis (marcas, patentes, direitos autorais,


benfeitorias em imóveis de terceiros etc.), a diminuição do valor é denominada
amortização acumulada. Quando se trata de recursos naturais (jazidas, reflorestamento,
poço de petróleo etc.), a diminuição é denominada exaustão acumulada. Nos grupos, os
valores serão apresentados pelos saldos, já descontadas as parcelas dedutíveis, conforme
apresentado pelos autores.

Passivo Circulante

Em relação aos prazos e à classificação no circulante e não circulante,


(ativo/passivo), normalmente, trabalhamos nos livros e em sala de aula, com base no
exercício social anual, em que se enquadram a maioria das empresas, mas é bom lembrar
que há diversas empresas para as quais o seu exercício social é superior a um ano, por
isso exceções devem ter observância legal.

Como esse ciclo, para grande parcela das empresas, é inferior a um ano, adotou-
se, portanto, o exercício social como referência. Assim, no passivo circulante,
classificam-se todas as dívidas com terceiros de toda ordem, respeitando-se os prazos
como tratado nos parágrafos anteriores, e o grau de exigibilidade, ou seja, dizendo com
outras palavras, são organizadas pela ordem de vencimentos, sendo que as primeiras
ficam no início, como é o caso de fornecedores, seguido de encargos trabalhistas,
encargos sociais, impostos, empréstimos bancários e outras obrigações.
Passivo não Circulante

O passivo não circulante substituiu o passivo exigível de longo prazo, por uma
adequação às Normas Internacionais e, nele, são classificadas todas as obrigações a serem
liquidadas após o exercício social seguinte (subsequente) ou o ciclo operacional, quando
este for superior a um ano. Esse grupo é constituído basicamente dos seguintes subgrupos:
(I) Financiamentos; (II) Debêntures; (III) Provisão para Resgate de Partes Beneficiárias;
(IV) Outras Obrigações de Longo Prazo.

Patrimônio Líquido

O patrimônio líquido representa o conjunto de recursos que são pertencentes aos


sócios e acionistas da entidade e também é denominado fonte própria de recursos de uma
entidade, formando-se por meio das reservas de capital e de reservas de lucro. Enquanto
as reservas de capital têm como função apresentar o ágio que foi obtido pela entidade no
período em casos, por exemplo, emissão de ações, as reservas de lucro podem se
apresentar de três formas:

● reservas estatutárias: são as reservas constituídas por determinação do estatuto da


empresa e possuem destinação específica, como renovação de equipamento ou
investimentos em pesquisas.
● reserva orçamentária: são as reservas que são constituídas para expansão do ativo
circulante da entidade.
● reserva de lucros a realizar: são reservas constituídas para registrar lucros
economicamente existentes, mas que financeiramente ainda não foram realizados.

A constituição de reservas se faz importante, pois a entidade precisa efetuar o


registro dessas operações, e o balanço patrimonial se apresenta como demonstração
financeira ideal para esse tipo de registro.
Ativo Passivo

Circulante Circulante
Não Circulante Não Circulante

• Realizável a Longo Prazo •Exigível a Longo Prazo

•Investimentos Patrimônio Líquido

•Capital
•Imobilizado
•Reserva de Capital
•Intangível
•Reserva de Lucros

•(–) Ações em Tesouraria

Quadro 4.2- Modelo de balanço patrimonial


Fonte: Elaborado pelo autor.

As entidades devem adotar a estrutura do balanço patrimonial de acordo com a


ordem das contas, por isso, em relação ao modelo desta demonstração, não se recomenda
nenhum tipo de alteração em relação a isso.

REFLITA
As notas explicativas são fundamentais para apresentar informações qualitativas que
complementam as demonstrações financeiras, sendo assim, todos os profissionais
contábeis devem ficar atentos no momento que estiverem elaborando essas
demonstrações. Quais são as principais características que as notas explicativas devem
possuir para que atendam à necessidade dos usuários dessas informações? (CPC, 2011).

O balanço patrimonial tem uma importância fundamental para todas as entidades.


Quanto maior a empresa e os valores por ela movimentados, maior é a responsabilidade
dessa demonstração em representar fielmente os valores da empresa.
ATIVIDADES

3) Segundo Iudícibus e Marion (2019, p. 230), “[o] Balanço Patrimonial (BP) é


constituído de duas colunas: a coluna do lado direito é denominada Passivo e Patrimônio
Líquido. A coluna do lado esquerdo é denominada Ativo. Atribui-se o lado esquerdo ao
Ativo e o direito ao Passivo e Patrimônio Líquido por mera convenção”.

Considerando o exposto, qual alternativa apresenta em qual conta podem ser registradas
as patentes que uma empresa possui.

a) Investimentos.
b) Intangível.
c) Imobilizado.
d) Reserva de capital.
e) Patrimônio líquido.
Outras Demonstrações Financeiras

As entidades possuem diversas necessidades de informações, algumas delas, por


exemplo, as cotadas em bolsa de valores no mercado aberto, possuem como
responsabilidade emitir um conjunto de demonstrações a cada trimestre que vai muito
além do balanço patrimonial e da demonstração dos resultados dos exercícios. Outras
demonstrações serão apresentadas a seguir.

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados

A demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPA) evidencia de forma


sintética o lucro do período, bem como sua distribuição e movimentação ocorrida na conta
lucros ou prejuízos acumulados. É uma demonstração financeira obrigatória, contudo,
pode ser substituída pela demonstração das mutações do patrimônio líquido.

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS R$:

Saldo Inicial de 31.12. (do exercício anterior)

(+)(-) Ajustes de exercícios anteriores:

Mudança de critério contábil

Retificação de erro de exercício anterior

(+) Reversões de Reservas:

De contingências

De Lucros a realizar

(+)(-) LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO


PROPOSTA DE DESTINAÇÃO DO LUCRO

(-) Transferências para reservas

Reserva Legal

Reserva Estatutária

Reserva para Contingências

Reserva de Incentivos Fiscais

Reserva de Lucros a Realizar

(+) (-) Ajuste da Avaliação Patrimonial

(-) Dividendos a distribuir

(-) Parcela dos lucros incorporada ao capital

(=) Saldo Final em 31-12-


Tabela 4.5 - Modelo de DLPA
Fonte: Elaborada pelo autor.

Essa demonstração possui grande importância para os usuários da contabilidade,


portanto deve-se observar a estrutura que é apresentada pelos órgãos e também à ordem
das contas.

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL

A demonstração das mutações do patrimônio líquido visa apresentar a


movimentação ocorrida em todas as contas do patrimônio líquido, naquele exercício;
esclarecendo tanto sua formação, quanto a utilização de reservas incorridas no período.
E, mesmo não sendo obrigatória, pode-se afirmar que é mais completa que a DLPA
(demonstração de lucros ou prejuízos acumulados).
Na Tabela 4.6, é possível observar um modelo de DMPL:

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

Reserva de Reserva de Lucros


Capital

Conta Capita Ágio Subve Reserv Reserv Retenç Reserv Reserv Lucros Total
l na nções a para a ão de a legal a de Acum
Realiz emissã para contig estatut Lucros Lucros ulados
ado o de investi ências ária para a
ações mento expanç realiza
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Saldo
em
XX/X
X/XX
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as

reserv
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Legal

reserv
a
estatut
ária
reserv
a de
Lucros
para
expans
ão

reserv
a de
lucros
a
realiza
r

juros
sobre
o
capital
própri
oa
pagar

Divide
ndos a
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uir

SALD
O EM
XX/X
X/XX
XX
Tabela 4.6 - Modelo de DMPL
Fonte: Elaborada pelo autor.

Sua técnica de elaboração é bastante simples, bastando, para tanto, a apresentação


de todas as contas do patrimônio líquido, sendo uma em cada coluna, inclusive a conta
“Capital a Integralizar”, mesmo sendo dedutiva. São de grande relevância, especialmente
quando se trata de entidades com grandes movimentações nas contas do patrimônio
líquido. Ressaltamos, ainda, que, quando a entidade elabora a DMPL, não há necessidade
de elaboração da DLPA, pois a primeira a contempla.

Demonstração de Fluxo de Caixa - DFC

A demonstração de fluxo de caixa tem por objetivo apresentar todas as origens


dos recursos que ingressaram no caixa da entidade no período, bem como a aplicação ou
destino dos recursos que saíram do caixa da entidade. Marion (2012, p.454) afirma que:
A DFC vem esclarecer situações controvertidas na empresa, como, por
exemplo, na comparação com a DRE, o porquê de a empresa ter um lucro
considerável e estar com o Caixa baixo, não conseguindo liquidar todos os seus
compromissos. Ou, ainda, embora seja menos comum, o porquê de a empresa
ter prejuízo este ano, embora o Caixa tenha aumentado.
Propicia a DFC ao gerente financeira a elaboração de melhor planejamento
financeiro, pois numa economia tipicamente inflacionária não é aconselhável
excessos de Caixa, mas o estritamente necessário para fazer face a seus
compromissos. Por meio de planejamento financeiro o gerente saberá o
momento certo em que contrairá empréstimos para cobrir a falta (insuficiência)
de fundos, bem como quando aplicar no mercado financeiro o excesso de
dinheiro, evitando, assim, a corrosão inflacionária e proporcionando maior
rendimento à empresa.

A DFC pode ser preparada e apresentada por dois métodos, o modelo direto (ou
restrito) ou indireto (ou amplo), conforme for o interesse do usuário. No método direto,
são apresentadas todas as movimentações de entradas e saídas efetivas de caixa. É
evidente que há críticas ao método, pois, em alguns casos, as entradas são apresentadas
pela diferença dos saldos, ou incluídos itens que não afetam o caixa. A seguir, apresenta-
se a Tabela 4.7, que traz um modelo do método direto.

Período de 20x2 Em $ mil

Atividades Operacionais
Recebimento de Vendas
(-) Pagamentos de Compras
Caixa Bruto obtido nas Operações
(-) Despesas Operacionais Pagas de Vendas
Administrativas
Caixa Gerado do Negócio
(-) Despesas Financeiras Pagas
Caixa Gerado após as Operações Financeiras
Atividades de Investimentos
(-) Aquisições de Imobilizados e Investimentos
Móveis e Utensílios
Terrenos
Ações de Outras Cias.

Atividades de Financiamentos
Integralização de Capital
Empréstimos Bancários
(-) Dividendos Pagos
Resultado Final de Caixa
Tabela 4.7 - Demonstração dos fluxos de caixa - método direto
Fonte: Marion (2012, p. 471).
O Método Indireto atinge os mesmos resultados, mas buscando detalhar um pouco
mais as origens ou aplicações (entradas ou saídas) de recursos, como pode ser observado
na Tabela 4.8. O fato de ser mais rico em detalhes é que o faz ser recomendado para ser
utilizado pelas empresas.

Período de 20x2 Em $ mil

ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro Líquido apurado do Exercício
+ Depreciação
Lucro que afeta o Caixa

Variações no Circulante (Capital de Giro)


Ativo – Aumento de Duplicatas a Receber (reduz o Caixa)
– Aumento de Estoques (Reduz o Caixa)
Passivo – Aumento de Fornecedores (melhora o Caixa)
– Aumento de Impostos a Pagar (melhora o Caixa)
Caixa Gerado nos Negócios

ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
Aquisição de Ativos Não Circulantes
- Móveis e Utensílios
- Terrenos
- Ações de outras Cias.

ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
- Integralização de Capital
- Novos Empréstimos Bancários
- Dividendos Pagos
RESULTADO FINAL DO CAIXA
+ Saldo existente em 31-12-X1
Saldo existente em 31-12-X2

Tabela 4.8 - Demonstração dos fluxos de caixa – método indireto


Fonte: Marion (2012, p. 473).
A elaboração da demonstração do fluxo de caixa deve considerar, ainda, o modelo
que a entidade objetiva apresentar, sendo assim, é importante considerar que tipo de
informação ela requer e principalmente as necessidades dos seus usuários.

Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica


A declaração de rendimentos da pessoa jurídica (DIPJ) é o meio utilizado pelas
pessoas jurídicas, não isentas, para informar à Fazenda Pública sobre sua movimentação
financeira e de bens, com a finalidade de realizarem a auditoria fiscal com base na sua
forma de tributação, considerando as quatro (4) formas, a saber: Lucro Real, Lucro
Presumido, Lucro Arbitrado e Simples Nacional.

Este formado de declaração se aplica a determinados segmentos, para os quais se


aplica um percentual sobre a receita bruta, compreendendo ser “presumidamente” seu
Lucro Antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro. O cálculo é
feito trimestralmente e, conforme §1º, art. 15 da Lei nº 9.249/95, são obedecidas as
disposições da Lei nº 9.249/95, art. 15 e, da Lei nº 9.430/96, art. 1º e 25, inciso I.

Para os valores que excederem ao montante de R$ 20.000,00, multiplicado pelo


número de meses de atividade da empresa, esta pagará adicionalmente o adicional de
Imposto de Renda que é de 10% sobre esse valor excedente.

ATIVIDADES

4) Segundo Iudícibus e Marion (2019, p. 229), o “relatório contábil é a exposição


resumida e ordenada dos principais fatos registrados pela contabilidade em determinado
período. Os relatórios contábeis são conhecidos como informes contábeis”.
Considerando o exposto, assinale a alternativa que apresenta a demonstração que tem
como função principal apresentar as origens dos recursos que ingressaram no caixa.
a) Balanço patrimonial.
b) Demonstração de fluxo de caixa.
c) Demonstração de resultados do exercício.
d) Demonstração das mutações do patrimônio líquido.
e) Declaração de rendimentos da pessoa jurídica
INDICAÇÕES DE LEITURA

Nome do livro: Análise das Demonstrações Contábeis

Editora: Atlas

Autor: José Carlos Marion

ISBN: 9788597021134

Comentário: O livro possui fundamental importância para a disciplina, uma vez que
apresenta uma série de conceitos de grande valia para a análise e a interpretação das
demonstrações contábeis. Também consta neste livro diversos conteúdos que podem ser
aproveitados tanto para profissionais quanto para acadêmicos para que possam
acompanhar a evolução e o atual estágio das ciências contábeis no Brasil e no mundo.

INDICAÇÕES DE FILME

Nome do filme: El Método

Gênero: Drama

Ano: 2005

Elenco principal: Najwa Nimri, Eduardo Noriega e Eduard Fernández.

Comentário: O filme retrata a história de sete personagens que participam de um


diferente processo de recrutamento e seleção para uma grande empresa espanhola.
Durante todo o filme, as personagens ficam trancadas dentro de uma sala, na qual são
colocadas em várias situações em que são testadas e observadas. Ao longo desse processo,
eles descobrem que um dos participantes trabalha na empresa e foi colocado lá para
observar a reação dos demais. Ao assistir a esse filme, você poderá observar como as
pessoas em situações de estresse podem exibir um comportamento antiético.
CONCLUSÃO

Conhecer um pouco mais sobre a contabilidade e sobre como ela vem se


desenvolvendo é uma importante tarefa para todos que estão estudando ou que já estão
atuando na área. A única conclusão possível que se pode chegar quando tratamos da
contabilidade é que ela é uma ciência dinâmica e que está em constante movimento, sendo
assim, o único comportamento esperado de todos que estão atuando na área é que
busquem os conhecimentos e se atualize constantemente.

Dentre os temas principais abordados ao longo deste livro, temos as operações


comerciais realizadas pelas empresas, os investimentos efetuados ao longo dos exercícios,
a necessidade de registrar as operações com pessoal, as modificações no ativo circulante
e, para finalizar, os conceitos relacionados às demonstrações financeiras. O objetivo deste
material é propiciar um norte para buscar novos conhecimentos e os devidos
aprofundamentos necessários para a sua formação profissional.

A principal conclusão que podemos chegar ao final deste livro é que a


contabilidade possui um enorme dinamismo, as leis e regras mudam e se alteram a todo
instante, sendo assim, cabe aos profissionais se atualizarem constantemente. O estudo e
a atualização deve ser uma prática frequente no dia a dia do profissional contábil,
portanto, saiba que todos que atuarem nesta área deve se manter sempre abertos a novos
conhecimentos e aprendizados. Boa sorte na sua jornada!
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