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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Fundação Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1966 – São Luís – Maranhão
PRÓ-REITORIA DE ENSINO
CURSO DE ENFERMAGEM
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

1º Caso

Brincadeira Perigosa

Em uma noite tranquila de domingo a equipe de socorristas é acionada para realizar


atendimento à um acidente com duas vítimas, trata-se de um acidente envolvendo duas motos de
que possivelmente estavam em velocidade acima do permitido. Ao chegar na cena, a equipe nota
que ambos os acidentados são do sexo masculino, com idade em torno de 25 a 30 anos. A equipe
da USA se divide para realizar o atendimento, o enfermeiro socorrista, ao iniciar sua avaliação
com o 1º doente (C.A.A), nota que ele é incapaz de se movimentar ou ficar de pé sem sentir dor
intensa em membro inferior esquerdo e região pélvica. Ele está consciente, orientado, alerta, não
possui histórico antecedente de trauma. Ele relata que a outra moto passou por cima de sua
perna. A equipe mantém o paciente em posição supina com estabilização manual da extremidade
inferior esquerda. A inspeção visual do MIE é de aparência dramática, com encurtamento se
comparado ao membro inferior direito e o C.A.A também possui sensibilidade e escoriações em
outros locais da coxa direita e esquerda. Ele está pálido e diaforético. Os sinais vitais do paciente
são: P.A: 100x70mmHg / F.C 120bpm / FR 27irpm.
Ao socorrerem o segundo acidentado (A. O. P) que no momento encontra-se sentado encostado
junto ao meio fio, tipicamente com face de sofrimento, escutam a primeira queixa que é a de dor
abdominal intensa, relata que no momento da queda, bateu com o tórax inferior e abdômen do
lado esquerdo no meio fio. Relata também dor na costela esquerda ao respirar mais
profundamente, diz que está ruim para respirar e que está se sentindo “tonto” e com certa
“fraqueza”. A.O.P está com via aérea pérvia, FR: 35irpm, taquicardíaco, pálido, com muita
sensibilidade à palpação da região torácica e existe uma evidente crepitação óssea nas costelas
superiores esquerdas. O doente não está com abdômen distendido, encontra-se macio à palpação,
mas tem sensibilidade e defesa voluntária no QSE. Sem observação de enfisema subcutâneo ou
equimose.
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A equipe segue o atendimento de forma adequada para solucionar o caso, organizar o cenário e
manter os pacientes estáveis até a unidade hospitalar.

- Termos desconhecidos
Diaforético, crepitação óssea, equimose, defesa voluntária no QSE, enfisema subcutâneo,
via aérea pérvia.

- Problema
1° paciente: Algia em MIE e região pélvica; “moto passou sobre a perna”, encurtamento de
MIE, sensibilidade e escoriações em coxas direita e esquerda, hipotenso, taquipneico;
2°paciente: Algia abdominal e região esquerda do tórax, choque lateral esquerda, algia
toracica ao respirar profundamente, taquipineico, “tonto e com fraqueza”, taquicardico,
hipersensibilidade à palpação torácica, crepitação óssea em costelas superiores esquerdas,
sensibilidade e defesa voluntária no QSE.

- Hipótese
1° paciente: Fratura pélvica e de fêmur exposta; hemorragia interna decorrente de lesão de
pequenos vasos da região pélvica.
2°paciente: Fratura de costela inferior esquerda; hemorragia interna decorrente de
perfuração por fratura de costela ou compressão do baço ou vesícula biliar.

- Objetivos de aprendizagem:
1° paciente: Descrever anatomia e fisiologia musculoesquelética; discorrer sobre a avaliação
do trauma musculoesquelético; discorrer tratamento em APH
Pelas características e cinemática do trauma avaliaremos a possibilidade de traumas
subjacentes a coxa como lesão de pelve e hemorragias indicadas por ele está pálido e diaforético
decorrente das possíveis fraturas de fêmur e pelve. A região pélvica é composta de pequenos
vasos que podem ser lesionados facilmente pelo cisalhamento ósseo e causar grave hemorragia
interna. Como o paciente encontra-se com encurtamento de membro, podemos suspeitar de uma
fratura pélvica acetabular na qual a cabeça do fêmur é empurrada contra o acetábulo da pelve
causando hemorragia interna significante.

2°paciente: Descrever a anatomia abdominal; descrever a fisiopatologia do trauma em


cavidade abdominal
Pela cinemática do trauma e os achados clínicos de dificuldade para respirar, dor intensa,
sensibilidade e defesa voluntária do QSE associado a crepitação óssea da região de costelas
superiores justifica a forte hipótese de fratura de costela.
No quadrante superior esquerdo temos a estomago e o baço. Dependendo do momento da
respiração (expiração ou inspiração) pode ter havido perfuração desses órgãos, ou pela
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cinemática do trauma ter causado a compressão do mesmo devido ao choque torácico com o
meio fio. Os sinais e sintomas de fraqueza, tortura e palidez nos indicam uma possível
hemorragia.

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