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A RT I G O I N É D I TO

Diferentes abordagens para a


verticalização de molares

Resumo / Com a frequência crescente de pacientes adultos à procura de tratamen-


to ortodôntico, nos deparamos, cada vez mais, com casos complexos com perdas
de elementos dentários — sobremaneira, dos primeiros molares, com consequente in-
clinação de segundos e terceiros molares, agravando os problemas oclusais. Diante
disso, se faz necessária a verticalização desses dentes, buscando restabelecer uma
oclusão equilibrada, abrindo ou fechando espaços. Assim, o objetivo do presente tra-
balho é descrever as diferentes possibilidades mecânicas utilizadas na verticalização de
molares, enfatizando a necessidade de certos cuidados, com o intuito de evitar efei-
tos colaterais indesejáveis, que podem comprometer o resultado final do tratamento. 
Palavras-chave / Verticalização de molar. Biomecânica. Arco segmentado.

Arno Locks
Mestre em Ortodontia pela UFRJ. Doutor em Ortodontia pela UNESP. Pós-doutorado em Ortodontia na Universidade de Aarhus-Dinamarca.
Professor da disciplina de Ortodontia da UFSC. Diplomado pelo Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial.

Rodrigo Likes Locks


Especializando em Ortodontia na ABCD Regional Florianópolis.

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Especialista em Ortodontia pela ABCD Regional Florianópolis.

Como citar este artigo: Locks A, Locks RL, Locks LL. Diferentes abordagens para a verticalização de molares. Rev Clín Ortod Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais,
Dental Press. 2015 ago-set;14(4):32-48. de propriedade ou financeiros que representem conflito de
interesse nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Enviado em: 03/12/2014 - Revisado e aceito: 14/04/2015
O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo
Endereço de correspondência: Arno Locks autorizou(aram) previamente a publicação de suas fotografias
Rua Presidente Coutinho, 311, conj.1101, Florianópolis/SC - E-mail: ortoarno@gmail.com faciais e intrabucais, e/ou radiografias.

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Diferentes abordagens para a verticalização de molares

INTRODUÇÃO E REVISÃO DE LITERATURA há necessidade de se intruir a raiz distal. Assim, qualquer


Com o advento de grande número de pacientes adultos mecânica extrusiva será contraindicada.
à procura de tratamento ortodôntico, nos deparamos
cada vez mais com casos complexos por perdas dentá- Mesialização das raízes, mantendo-se a coroa na
rias, e uma consequência dessas perdas são as inclina- mesma posição, no sentido mesiodistal (Fig. 2)
ções dentárias, sobremaneira de segundos e terceiros O centro de resistência estará na coroa. Nesse caso, tam-
molares, com perda precoce dos primeiros molares1,2,3,4. bém há necessidade de intrusão da raiz distal. Da mes-
ma forma, mecânicas extrusivas são contraindicadas.
Com a inclinação mesial, ocorrem com frequência, ex-
trusão dos antogonistas, distalização de pré-molares, Mesialização das raízes e distalização da
problemas periodontais e interferências oclusais1,5,6,7. coroa (Fig. 3)
Para que esses problemas sejam sanados, há neces- O centro de resistência estará próximo ou no centro de
sidade de verticalizar esses dentes para se obter, no- resistência do molar. Nesse caso, também há neces-
vamente, oclusão adequada8,9, e assim eliminar o am- sidade de intrusão da raiz distal. Da mesma forma,
biente periodontal patológico, com melhora do defeito mecânicas extrusivas serão maléficas.
ósseo1,10,11. Além disso, com a verticalização, pode-se
obter melhor planejamento reabilitador1,8,10,12. Na gran- Manter a raiz distal na sua posição e distalizar a
de maioria dos casos de inclinação de molares, a vertica- coroa (Fig. 4)
lização deve ser executada sem provocar extrusão, sob O centro de resistência estará no ápice da raiz distal.
pena de provocar trauma oclusal com grande mobilidade Nesse caso, há extrusão da raiz mesial e manutenção
e, consequentemente, tendência à mordida aberta1,4. da raiz distal na sua posição, como centro de rotação.
Para se obter esse resultado, há necessidade, também,
A maior dificuldade mecânica ao se verticalizar um molar é de controle vertical, para não haver extrusão da raiz dis-
impedir a sua extrusão1,10; apesar disso, a grande maioria tal. Apesar de o centro de resistência estar no ápice da
das mecânicas utilizadas na verticalização de molares gera raiz distal, somente com a verticalização haverá trauma
forças extrusivas1. Vários autores propõem diferentes formas oclusal, pois o molar verticalizado tem a dimensão ver-
de verticalização de molar, mas em todos os casos existe o tical aumentada (Fig. 5); portanto, há necessidade de
efeito colateral da extrusão11,13-16. Apesar disso, alguns auto- alguma intrusão, mesmo nesse caso.
res, por meio de estudos bem embasados cientificamente,
descreveram biomecânicas específicas, utilizando acessó- Verticalização com extrusão tanto da raiz mesial
rios do arco segmentado que, além de obter a verticalização quanto da raiz distal (Fig. 6)
sem extrusão, permite uma intrusão suficiente para evitar Nessa hipótese, haverá verticalização com extrusão to-
um trauma oclusal e a mordida aberta10,17,18,19. tal do molar. Esse é o resultado de mecânicas que uti-
lizam o arco contínuo na verticalização de molares ou
Assim, o objetivo do presente artigo é descrever as di- mesmo utilizando cantilevers sem os devidos cuidados
ferentes formas utilizadas para verticalização de mola- para impedir a extrusão.
res, utilizando ancoragem absoluta ou não, chamando a
atenção para os possíveis problemas que podem advir Verticalização com ancoragem em mini-implantes
de mecânicas não muito recomendáveis. na região retromolar, com direção intrusiva (Fig. 7)
Nesse caso, o centro de resistência estará no ápice da
POSSIBILIDADES DE MOVIMENTAÇÃO raiz mesial e provocará verticalização com intrusão da
raiz distal (caso clínico 1).
Manter a raiz na sua posição e distalizar a
coroa (Fig. 1) Verticalização com mesialização da coroa e
O centro de resistência estará no ápice da raiz mesial. das raízes (Fig. 8)
Para que a raiz mesial seja o centro de rotação (portan- Nesse caso, o centro de rotação está no centro de re-
to, sem mesialização, distalização, extrusão ou intrusão), sistência do molar, e deverá haver um componente de

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Figura 1: Verticalização do molar com Figura 2: Verticalização do molar com o Figura 3: Verticalização do molar com o
movimento de coroa para a distal, man- centro de rotação na coroa: mantém-se a centro de rotação próximo ao ou no cen-
tendo a raiz mesial na posição, onde o coroa na posição e mesializam-se as raízes. tro de resistência do dente: a coroa vai
centro de rotação se encontra. para a distal e as raízes, para a mesial.

b a
a b

5A 5B 5C

Figura 4: Verticalização do molar com o centro de rotação no Figura 5: Esquema mostrando que um molar inclinado tem me-
ápice da raiz distal: distalização da coroa; porém, com extrusão nos altura do que quando verticalizado.
da raiz mesial.

Figura 6: Ao usarmos arco contínuo ou cantilevers sem os devidos


cuidados, ocorrerá verticalização do molar, porém, com extrusão.

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Figura 7: Verticalização do molar com ancoragem em mini-implante na região retromolar: Figura 8: Verticalização do molar com o
o centro de rotação estará no ápice da raiz mesial, ocorrendo intrusão da raiz distal. centro de rotação no centro de resistência
do molar: há mesialização desse dente, ne-
cessitando-se de um componente de força
no sentido mesial, ancorado nos dentes an-
teriores ou em ancoragem absoluta.

força no sentido mesial, ancorado aos dentes anteriores extrusão pode ser conveniente, mas deve haver con-
ou em ancoragem absoluta. Da mesma forma, há a ne- trole, pois um molar inclinado tem menos altura do
cessidade intrusiva, durante a verticalização. que se estivesse na vertical (Fig. 5); assim, só o fato
de se provocar a sua verticalização, sem nenhum efei-
to extrusivo na raiz distal, já é o suficiente para provo-
POSSÍVEIS MECÂNICAS EMPREGADAS car trauma e mordida aberta (Fig. 5C).

Verticalização com utilização de arco contínuo Portanto, ao verticalizá-lo, é saudável que haja tensão
Qualquer mecânica proposta utilizando arco contínuo, na mesial, pelo movimento distal da coroa e um pouco
com as mais diferentes dobras (“T” loop duplos ou de extrusão da raiz mesial. Já a raiz distal deve sofrer in-
simples, mola em “U”, utilização de fios iniciais mais trusão, para não provocar problemas oclusais (Fig. 5C).
flexíveis e com menor calibre), provoca extrusão do
dente a ser verticalizado. Vários autores11,20-25 com- Observa-se, na Figura 5B, que as distâncias ‘a’ (com-
provam que, quando o periodonto está saudável, a primento real das raízes) são maiores do que as distân-
extrusão melhora a área afetada — que, no caso, está cias ‘b’ (perpendiculares)
localizada na mesial do molar —, pois, com a verti-
calização, há incorporação de área de tensão nesse Independentemente de se usar dobras ou não, nos três
local. De um modo geral, nos casos de inclinação de exemplos (Fig. 9, 10, 11) ocorre extrusão total dos mo-
molar, as cúspides mesiais ficam sem contato com o lares, isso é, das raízes mesial e distal, além de haver
antagonista; portanto, há necessidade de extrusão. a tendência intrusiva da área de ancoragem. Pode-se
Mas as cúspides distais normalmente estão em con- impedir a intrusão da área de ancoragem usando mini-
tato com os dentes oponentes, e qualquer extrusão -implantes ou arcos mais espessos, ou pela colagem de
provocará problemas oclusais como trauma e tendên- fios por lingual (por exemplo, de canino a canino); mas,
cia à mordida aberta na região anterior. Assim, alguma de qualquer forma, haverá extrusão total do molar.

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Figura 9: Utilização de arco continuo com “T loop” na verticalização, Figura 10: Utilização de arco continuo mais flexível na verticalização,
ocasionando extrusão do molar. ocasionando extrusão do molar.

Figura 11: Utilização de arco contínuo, com dobra em forma de “U”, na verticalização, ocasionando extrusão do molar.

A utilização de fios mais flexíveis tem a vantagem de di- terminar, com facilidade, as forças aplicadas e o mo-
minuir a força extrusiva, mas essa estará sempre pre- mento (tendência de giro) gerado na verticalização
sente, até que ocorra a verticalização completa do mo- do molar: M = F x D, onde M = momento, F = força e
lar. Se o caso permitir esse tipo de extrusão (o que é D = distância (Fig. 12, 13).
muito raro), ou quando a inclinação for muito pequena,
pode-se utilizá-la com muito cuidado e controle. Assim, aumentando a distância do ponto de aplica-
ção da força (cantilevers mais longos), poderemos
Utilização de cantilevers aplicar forças menores e obter momento mais efe-
O sistema mecânico utilizando cantilevers é um sis- tivo, diminuindo os efeitos colaterais extrusivos no
tema estaticamente determinado, pois é possível de- molar e intrusivos nos dentes de ancoragem19,26,27,28.

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Figura 12: Verticalização do molar com uso de cantilever curto, Figura 13: Verticalização do molar com uso de cantilever mais lon-
mostrando seus efeitos. go, ocasionando um momento maior no dente.

De qualquer forma, a sua utilização sem os devidos cui- Uma das formas de se incorporar componente intrusivo
dados provoca extrusão do molar, o que, na maioria dos é a utilização de dois cantilevers (cantilever duplo), onde
casos, é contraindicado. um provocará a verticalização e o outro fará a intrusão
do molar, eliminando-se, assim, a extrusão indesejável.
O fio mais indicado e mais eficiente é o fio de titânio mo- Esse cantilever se apoia em um tubo vertical no arco
libdênio (TMA) 0,017” x 0,025”, pois é um fio que permi- (criss-cross). O inconveniente desse sistema é o des-
te ativações maiores, com produção de forças menores conforto ao paciente, com a presença de dois fios em
e atuantes por mais tempo. O fio de aço também pode uma área muito propícia a traumas na mucosa (Fig. 17).
ser utilizado, com incorporação de dobras, mas qual-
quer ativação, por menor que seja, provoca forças exa- Outra maneira mais simples é utilizar o próprio arco con-
geradas e com menor tempo de atuação. tínuo, deixando-o mais longo até o molar e amarrando a
sua extremidade sobre o tubo do molar, servindo como
O importante na verticalização é a eficiência do momen- cantilever com força intrusiva (Fig. 18).
to gerado, com a utilização da menor força possível, que
pode ser em torno de 40 a 50 gramas-força, com mag- Para diminuir os efeitos da mastigação sobre o fio contínuo,
nitude do momento necessário para a verticalização do pode-se fazer uma dobra em “U” (Fig. 19). É importante lem-
molar sugerida entre 1000 e 1500g.mm29. brar, sempre que possível, de se utilizar ancoragem absoluta.

A ancoragem para o uso do cantilevers pode ser efe-


tuada diretamente em mini-implantes, como ancoragem Verticalização unilateral de molar, com utilização de
direta (Fig. 14, 15), ou utilizando-se os dentes anteriores arco lingual amarrado em tubos linguais (Fig. 20)
ao molar, que poderão estar ancorados no mini-implan- Quando da utilização do arco lingual removível, de-
te como ancoragem indireta (Fig. 16). ve-se fazê-lo afastado dos dentes anteriores, pois,
quando ativado, ele tomará uma forma atípica e não
Mas independentemente do ponto de aplicação da força (di- deve tocar em dentes ou a mucosa.
retamente no mini-implante ou não), com a incorporação de
dobras para abrir ou fechar espaço (Fig. 15), sempre haverá Esse arco sempre deve ser feito de forma passiva,
componente extrusivo de ambas as raízes do molar (Fig. 6). para depois ser adequadamente ativado.

Portanto, se a extrusão não for desejada, é importante que Não se deve ativá-lo nas presilhas, pois, com a defor-
se incorpore ao sistema algum componente intrusivo10,17,19. mação que o arco sofre, haverá incorporação de forças

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Figura 14: Cantilever apoiado em mini- Figura 15: Cantilever com alças para Figura 16: Cantilever usado com mini-im-
-implante: além da verticalização, ocorre abrir ou fechar espaço, apoiado em mini- plante para ancoragem indireta.
extrusão do molar. -implante: assim como no cantilever sem
alça, além da verticalização, há uma força
extrusiva do molar.

Figura 17: Cantilevers duplos, para con- Figura 18: Utilização da extremidade do Figura 19: Uso de arco contínuo com do-
trole vertical durante a verticalização. arco contínuo impedindo a extrusão do bra em “U” impedindo a extrusão do molar,
molar, quando do uso de cantilever. quando da utilização de cantilever, com
o intuito, também, de evitar os efeitos da
mastigação sobre o fio.

Figura 20: Vista panorâmica do molar a ser verticalizado.

intrusivas na área de ancoragem e extrusivas na área do As duas ativações devem ser feitas exatamente iguais,
molar a ser verticalizado. para que haja somente incorporação de momentos
(geometria VI de Burstone) (Fig. 22). Se o lado de anco-
Para evitar esses efeitos colaterais, deve-se ativá-lo ragem estiver bem sedimentado, à medida que o mo-
na região anterior, com dobra tip-foward no lado de lar for se verticalizando, haverá incorporação de forças
ancoragem e dobra tip-back no lado do molar a ser intrusivas no molar a ser verticalizado (geometria V de
verticalizado (Fig. 21). Burstone), o que é saudável.

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22A 22B
Figura 21: Local onde a ativação deverá Figura 22: A) Arco lingual ativado em geometria VI de forma errada, nas presilhas, cau-
ser feita no arco lingual (seta). sando forças intrusivas na área de ancoragem, e extrusivas na área do molar a ser
verticalizado. B) Arco lingual ativado em geometria VI da forma correta, ativando-se na
região anterior do arco lingual.

Portanto, a cada consulta, deve-se reativar, novamente, Para  que, inicialmente, haja somente momento, as ativa-
de forma igual nos dois lados, para que o processo seja ções devem ser exatamente iguais, na área do molar e no
eficiente, observando-se com muita atenção a ancora- tubo criss-cross, na área de ancoragem (Fig. 26, 27).
gem do lado oposto.
A área de ancoragem deve estar bem sedimentada, de
O inconveniente desse sistema é o desconforto relatado preferência com uso de mini-implante, para que não
por alguns pacientes, apesar de ser uma mecânica bas- haja nenhuma alteração nela e, assim, a ativação reali-
tante interessante. zada, ao início, no criss-cross não se alterará.

À medida que o molar for se verticalizando, há incorpo-


Verticalização com ancoragem em mini-implante ração de força intrusiva no molar, pois as ativações se
na região retromolar tornam diferentes, já que a ativação realizada na área
Quando a instalação do mini-implante na área retromo- de ancoragem permanece a mesma; essa ativação será
lar for possível, esse é um sistema bastante interessan- a responsável pela intrusão do molar, enquanto ele vai
te, pois, dependendo da posição do mini-implante, po- sendo verticalizado (geometria V) (Fig. 28).
de-se obter verticalização com intrusão.
Na próxima consulta, deve-se remover a mola e rea-
Quando a oclusão permitir, pode-se colar botão na oclu- tivá-la de forma igual em ambos os lados, voltando a
sal (Fig. 23) ou, quando isso não for possível, pode-se, produzir somente momento.
então, colar dois botões, sendo um por vestibular e ou-
tro por lingual (Fig. 24). A ativação pode ser realizada É interessante incorporar à mola dois loops, para que
utilizando molas de nitinol ou elásticos em cadeia. se possa utilizá-los para amarrar tanto ao tubo do molar
quanto no tubo vertical criss-cross.

Verticalização utilizando mola verticalizadora Não é interessante dobrar as extremidades da mola,


ativada em geometria VI pois isso dificulta a sua remoção para a reativação.
Deve-se confeccionar essa mola, inicialmente, de forma
passiva, de preferência com fio de TMA 0,017” x 0,025”, Pode-se utilizar o mini-implante de forma direta como
ou 0,018” x 0,025” (Fig. 25). ancoragem, encaixando o fio na ranhura da cabeça
dele, como se fosse um braquete. É importante que se
O sistema mecânico será estaticamente indeterminado, observe que, após a ativação (Fig. 29, 30 e 31), o mini-
pois as duas extremidades serão encaixadas em tubos. -implante tenderá a girar no sentido horário, portanto,

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Figura 23: Verticalização com ancoragem Figura 24: Vista oclusal de verticalização Figura 25: Mola verticalizadora inserida
em mini-implante na região retromolar. ancorada em mini-implante na região re- no tubo do molar e em outro tubo na uni-
tromolar, sendo aplicada força tanto por dade de ancoragem.
vestibular quanto por lingual.

Figura 26: Utilização da mola verticalizadora em que a mesma ativação no molar é utili- Figura 27: Figura mostrando a anulação
zada na unidade de ancoragem, eliminando, assim, as forças e proporcionando somente das forças, ocorrendo somente momento
momentos (geometria VI). Para diminuir os efeitos colaterais, o mini-implante foi utilizado (geometria VI).
como ancoragem indireta.

Figura 28: Componente intrusivo atuando no molar, desde que a unidade de ancoragem
não se modifique (geometria V).

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Figura 29: Mola verticalizadora inserida Figura 30: Utilização da mola verticalizadora em que a mesma ativação no molar é utili-
no tubo do molar e diretamente no mini- zada na unidade de ancoragem, eliminando assim, as forças e proporcionando somente
-implante. momentos (Geometria VI), sendo inserida de maneira direta no mini-implante.

nesse caso ele deve ter rosca direita. Do lado oposto, É importante ressaltar que o movimento de vertica-
ele deve ser de rosca esquerda, para que haja tendên- lização com mesialização é mais complexo do que
cia de giro no sentido favorável a torná-lo mais firme somente a verticalização abrindo-se ou mantendo-
(Fig. 29, 30 e 31). -se o espaço 1,30, pois o componente mesial de força,
se estiver passando acima do centro de resistência,
Quando se deseja abrir ou fechar espaços, juntamente tenderá a inclinar novamente o molar. Para impedir
com a verticalização, pode-se incorporar à mola alguma essa tendência de inclinação, como já citado ante-
forma de loop, que poderá ser ativado para abrir ou fe- riormente, é importante incorporar um braço de for-
char espaços (Fig. 32). ça no tubo do molar, para que o ponto de aplicação
de força passe, se possível, abaixo do centro de re-
Outra forma de se impedir ou diminuir a abertura de es- sistência, de forma a auxiliar no movimento mesial
paços é fazer a ativação em todo o fio, encurtando a sua das raízes (Fig. 36) 31,32.
dimensão (Fig. 33, 34, 35); assim, ao se amarrar os tubos,
haverá tendência de fechamento de espaço. Para poten- Outro aspecto importante ao se optar por fechar espa-
cializar a mesialização do molar, pode-se incorporar um ço é observar a situação periodontal11,33. O osso alveo-
braço de força, com aplicação de força abaixo do centro lar somente está presente para sustentação do dente;
de resistência, na distal ou mesial do tubo auxiliar do molar, na ausência do dente, o osso alveolar se atrofia, pela
e adicionar mola ou elástico, ancorados em mini-implantes falta de função. Esse é um dos aspectos importantes a
(Fig. 36). É importante que se monitore a tendência de ro- serem observados quando se deseja verticalizar e me-
tação do molar, pois todas as forças com tendência mesial sializar o molar. Além desse problema, deve-se obser-
estão sendo aplicadas por vestibular. Isso pode ser realiza- var, também, a situação periodontal do próprio molar e
do fazendo dobra toe-in na mola verticalizadora. À medida a qualidade da gengiva na região, ou seja, a sua espes-
que o molar for se mesializando, é evidente que haverá sura — que deve ser de, pelo menos, 2mm de gengiva
necessidade de se instalar novas molas, mais curtas. ceratinizada na vestibular da raiz mesial34.

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Figura 31: Figura mostrando a anulação das forças, ocor- Figura 32: Mola verticalizadora com loop, para fechar ou abrir espaço.
rendo somente momento (geometria VI).

Figura 33: Mola verticalizadora inserida no tubo do molar e no Figura 34: Mola verticalizadora ativada em forma de curva, dimi-
criss-cross entre pré-molares. nuindo o seu comprimento.

Figura 35: Ativação da mola em forma de curva, para fechar espaço. Figura 36: Mola verticalizadora ativada em for-
ma de curva, para fechar espaço, com auxílio
de braço de força com mola ou elásticos, apoia-
dos em mini-implante.

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CASOS CLÍNICOS

A B C

D E

F G

Caso 1: A-D) Fotografias e radiografia panorâmica iniciais. E) Verticalização (mecânica utilizada): inicialmente, foram utilizados “po-
wer arms” nos molares e elástico em cadeia ancorado em mini-implante. Em seguida, foram utilizadas molas verticalizadoras, ativadas em
geometria VI, conforme as Figuras 33, 34, 35 e 36. F, G) Final: houve comprometimento periodontal, apesar da boa oclusão, necessitando
de enxerto de gengiva. Talvez o mais indicado, nesse caso, fosse a verticalização com abertura de espaço.

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A B C

E F

G H I

J K L

Caso 2: A-D) Fotografias e radiografia panorâmica iniciais. E) Figura ilustrando a mecânica,


utilizando cantilever na verticalização. F) Molares amarrados à unidade de ancoragem, para
evitar sua extrusão. G, H, I) Comparação das radiografias panorâmicas: inicial, durante a
mecânica e final. J-M) Fotografias e radiografia panorâmica finais.

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A B C

D E F

G H I

J K L

M N O

Caso 3: A-D) Fotografias e radiografia panorâmica iniciais. E, F) Fase intermediária: foto-


grafias durante a mecânica de verticalização do molar com uso de cantilever. A verticali-
zação inicial foi realizada com arcos de nivelamento contínuos, pois, como foi finalizado
com cirurgia ortognática, a extrusão do molar foi aceita. G-J) Verticalização: fotografias
ilustrando a mecânica em que se utilizou um segundo cantilever apoiado no lado oposto,
com objetivo de provocar força extrusiva na área dos dentes 43, 44 e 45, para impedir
o efeito colateral intrusivo provocado pelo cantilever que estava verticalizando o molar.
K, L) Comparação das radiografias inicial e durante o tratamento, mostrando a verticali-
P zação do molar. M-P) Fotografias e radiografia panorâmica finais.

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A B C

D E

F G H

Caso 4: A-D) Fotografias e radiografia iniciais. A mecânica utiliza-


da na verticalização do segundo pré-molar foi realizada utilizan-
do-se power arm e elástico em cadeia, ancorado em mini-implan-
te. A verticalização dos molares foi realizada utilizando-se mola
verticalizadora ativada em geometria VI, conforme Figuras 33, 34
e 35. E) Radiografia panorâmica mostrando o ponto de aplicação
de força no power arm, passando abaixo do centro de resistência
do pré-molar. F-I) Fotografias e radiografia finais.

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A B C

D E F

Caso 5: A-D) Fotografias e radiografia iniciais, comparadas com as fotografias e radiografia finais, mostrando a verticalização do molar
com uso de arco lingual, ativado em geometria VI, conforme as Figuras 20 e 21. E, F) Fotografias ilustrando a mecânica utilizada no
fechamento de espaço e mostrando o espaço totalmente fechado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS Molares inclinados mesialmente devem ser tratados de


Conforme pode-se observar na literatura, a verticaliza- acordo com o grau de severidade e em função dos tipos
ção dos molares traz benefícios importantes, permitindo de movimentos necessários para a sua correção37, e da
o restabelecimento da oclusão, fechando-se ou abrin- oclusão desejada.
do-se espaço para a instalação de um novo elemento
protético, com auxílio de implante ou não. As opções de tratamento, portanto, dependem da
severidade da inclinação do dente, do movimento
Com a verticalização, há melhora das condições perio- desejado — ou seja, verticalização com extrusão de
dontais pela eliminação do ambiente periodontal patoló- ambas as raízes, verticalização com controle de ex-
gico, eliminação ou diminuição de bolsas, por meio da trusão, verticalização com abertura ou fechamento de
erupção forçada e paralelismo radicular, permitindo uma espaço — e da efetividade da verticalização, evitan-
melhor distribuição de forças oclusais1,8-12. do-se efeitos colaterais10,11,18,38.

Quando há comprometimento das estruturas de supor- Para qualquer movimento dentário individual, há ape-
te, muitas vezes é importante o tratamento periodontal nas um único sistema de força mais eficiente, ou seja,
prévio ao movimento de verticalização, pois a redução uma forma mais adequada de fazer o movimento de-
ou a eliminação completa de inflamação, juntamente sejado39. Compete ao ortodontista conhecer e buscar
com o movimento desejado, proporcionam condições essa melhor forma4.
de saúde ao periodonto35.
Grande parte dos aparelhos utilizados na verticalização
Para se obter os objetivos do tratamento, o fundamen- de molares produz forças extrusivas, as quais, na maio-
tal é produzir um sistema de forças desejado; portanto, ria das situações, estão contraindicadas, pois resultam
devemos planejar o aparelho adequado que ofereça o em contatos prematuros e na possibilidade de mordida
sistema mecânico correto, de acordo com o problema36. aberta (Fig. 9-16)1.

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Qualquer mecânica com arco contínuo ou com o uso ABSTRACT


de cantilevers sem controle vertical é extrusiva, po- Different approaches for molar uprighting / As adult
dendo ser muito danosa, dependendo da severidade patients looking for orthodontic treatment grows in fre-
do caso. Portanto, antes de se iniciar o movimento de quency, we come across ever more complex cases with
verticalização, é extremamente importante fazer um loss of dental elements, particularly of first molars, with
planejamento adequado, de acordo com os objetivos the consequent tilting of the second and third molars,
finais, buscando a mecânica mais apropriada e propi- worsening occlusal problems. Therefore, verticalization
ciando a ancoragem que ela exige. of these teeth is necessary, seeking to reestablish a bal-
anced occlusion by means of opening or closing gaps.
Concluindo, podemos afirmar que o planejamento do Thus, the aim of this work is to describe different mechan-
tratamento deve buscar sempre a mecânica específica ical possibilities utilized in the verticalization of molars, em-
que o paciente precisa, de acordo com as particularida- phasizing the necessity of taking precautions in order to
des de cada caso. avoid undesirable side effects that can compromise final
treatment results. / Keywords / Molar uprighting. Biome-
chanics. Segmented arch.

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