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A CONTRIBUIÇÃO DAS BRINCADEIRAS E DOS BRINQUEDOS NA PRÉ-ESCOLA

RESUMO

A presente monografia vem demonstrar que o brinquedo e a brincadeira


na pré-escola é de um aspecto muito importante na interação da criança com o adulto, com
o outro. E a brincadeira em grupo serve para socializar crianças e a compreensão de regras.
Elas aprendem a lidar com os sentimentos, interagir, resolver conflitos e desenvolver a
imaginação e criatividade para resolver problemas. E, portanto, contra este pensamento que
buscamos e é de fundamental importância que professores tenham conhecimento do saber
que a criança construiu na interação do ambiente familiar e sócio cultural e assim adotar na
sua prática pedagógica as brincadeiras, brinquedos e para que as crianças
desenvolvam,construam, adquiram conhecimentos e se tornem autônomas e cooperativas.
E é importante que os educadores resgatem as brincadeiras e os brinquedos que eram
transmitidos pelos pais e avós, e criadas pelas próprias crianças. Elas irão despertar uma
vivência rica e muito importante, e o ajudará a despertar sua criatividade, movimentos e
uma boa aquisição na aprendizagem da escrita e leitura.

Palavras-chave: Brinquedos, brincadeiras, interações, socialização, brincar.

CAPITULO 1 – INTRODUÇÃO

Redescobrir os procedimentos que tínhamos quando


criança, retomar os métodos de criação do nosso modo de brincar é colocado
aqui como condição para olhar a criança à nossa frente sabendo que ela, na maioria das
vezes, não aquela que

imaginamos ser, pois a criança real é diferente daquela que


pintamos em nossa fantasia.( Eugênio Tadeu Pereira)
.

1.1 CONTEXTO

Do dever ao prazer de brincar a princípio, não se trata de descoberta de


fórmulas, pois o presente tema vem de encontro com uma visão pedagógica já conhecida de
muitos, onde se ouve a afirmativa de trabalho com brinquedos e brincadeiras na pré -
escola, ainda é pouco produtivo na pré-escola.

Por isso iniciamos a investigação de alguns procedimentos metodológicos e de algumas


estratégias utilizadas pelos educadores da pré - escola no tocante a prática de brincar, a fim
de que possamos nos situar a respeito das metodologias e dos procedimentos, até mesmo
como forma de argumentação comparativa às propostas de especialista da área, pelos
relatos encontrados em suas obras.

Seguramente podemos afirmar que, na qualidade de educadores, ter consciência de


que o brinquedo e as brincadeiras irão ajudar a desenvolver a imaginação, a criatividade
dando oportunidade para a criança brincar e aprender e interagir com outras crianças e
adultos.

Concebendo se a escola como lugar de preparação e capacitação do ser humano,


tendo-se como premissa à formação integral do educando, um efetivo trabalho para
estimular futuros educandos com competência que se espera diante de uma sociedade em
constante mutação, cremos na importância de ações pedagógicas especialmente delineadas
para esse fim, com professores e alunos interagindo em momentos de brincadeiras e
aprendizagem.

Os resultados das ações acima expostas comprovando que a prática das brincadeiras
serão tanto mais produtivas à medida que as escolhas lúdicas estejam voltadas para a
liberdade de escolha, contada, pede–se do professor a prudência da seleção prévia das
brincadeiras, a serem expostas aos alunos.Obedecidas às regras básicas, sobretudo,
pautadas no bom senso poderemos confiar o surgimento de uma nova geração de homens e
mulheres competentes para o desenvolvimento em sociedade.
A nós educadores cabem o compromisso de ‘‘garantir’’a educação do aluno. Bem ou
mal fazemos parte da historia de cada uma realidade coletiva, assim como ele também faz
parte de nossa história. E essa consciência que deve-nos dar força para romper o
preestabelecido, traçando caminhos capazes de transformar a sociedade e, assim garantir a
maior participação possível.

‘‘Pensar a educação é pensá-la também na escola, e na escola há pessoas sendo


desempenhadas. O aluno sujeito do processo educacional o grande interessado em ter
uma escola viva critica e libertadora. É preciso que se comece a questionar o tipo de aluno
que uma escola quer formar para que se decidam em conjunto as habilidades que precisam
ser trabalhadas.Se assim não for, será como uma casa sem planta, amontoado de gente
juntando tijolos e cimento sem saber o que fazer.’’

Portanto, educadores conscientes esse ato de busca, de troca, de interação, de


apropriação é que damos o nome de Educação. Esta não existe por si, é uma ação conjunta
entre as pessoas que cooperam, comunicam-se e comungam do mesmo saber. Por isso
educar não é um ato ingênuo, indefinido, impossível, mas um ato histórico.

1.2. PROBLEMA

Para nortear a presente monografia, voltamos a seguinte pergunta:

Qual a contribuição das brincadeiras e dos brinquedos no desenvolvimento dos educandos na


pré-escola?

1.3. OBJETIVOS DO TRABALHO

1.3.1. OBJETIVO GERAL


Identificar jogos e brincadeiras utilizados na Educação Infantil. Verificar etapas de
brincadeiras em sala de aula.

1.4. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

· Investigar jogos e brincadeiras utilizados na educação Infantil.

· Verificar etapas de brincadeiras em sala de aula.

1.5. JUSTIFICATIVA

Muito se fala sobre o fato da Pré – Escola esforçar seus alunos com atividades que
deveriam ser iniciadas na 1ª série e que a Pré-Escola tem como objetivo a socialização com
brincadeiras e brinquedos, nós professores podemos introduzir conteúdos.

Com base neste conceito será feita esta pesquisa para descobrir qual a contribuição
das brincadeiras e brinquedos no desenvolvimento dos educandos.

Serão pesquisadas várias brincadeiras que poderão auxiliar professores de educação


de forma a preparar os educandos para a aprendizagem.

Com esta pesquisa será possível a melhoria do nosso trabalho e será de grande
contribuição para profissionais de educação infantil e para melhor desenvolvimento dos
alunos.

‘‘Acriança é um ser em criação, cada ato é para ela uma ocasião de explorar, descobrir
novos conhecimentos, que as levarão a um mundo mais amplo na sua vida em
sociedade”.

Neste contexto educacional e social é necessário ao educador atender de fato às


reais necessidades dos educandos que diz respeito aos aspectos formativos, cognitivos
psicossociais, culturais. E necessário que o educador conheça e reconheça as competências
de como ensinar respeito às etapas do desenvolvimento maturacional que ela se encontra.
Dê mais ênfase ao aprendizado do que à aquisição de informações. Se você cria um clima
de abertura

e animação, você ensinará a criança a amar o processo de dominar o conhecimento sobre


coisas

novas. A criança que aprende pela experiência conhece o prazer de entender uma coisa. Ela
nunca será carente de motivação.

Ainda refletindo sobre a relação entre desenvolvimento e aprendizagem.

VYGOTSK (1991)

O autor considera o ato de brincar muito importante para o


desenvolvimento integral da criança. As crianças se relacionam de várias formas com
significados e valores inscritos nos brinquedos. Pois, nas brincadeiras, as crianças
ressignificam o que vivem e sentem .

As crianças brincam com o que têm nas mãos e com o que têm na cabeça.

(Broughe, 1995)

“Os brinquedos orientam as brincadeiras, trazem-lhe matéria. Algumas pessoas são tentadas
a dizer que eles a consideram, mas, então, toda a brincadeira está condicionada pelo meio
ambiente. Só se pode brincar com o que se tem, e a criatividade, tal como evocamos,
permite, justamente, ultrapassar esse ambiente, sempre particular e limitado. O educador
pode, portanto, construir um ambiente que estimule a brincadeira em função dos resultados
desejados. Não se certeza de que a criança vá agir, com esse material, como desejaríamos,
mas aumentamos, assim, as chances de que elas o façam, um universo sem certezas, só
podemos trabalhar com probabilidades”.

Isto posto, tenho a convicção de que o presente trabalho monográfico em muito contribuiu
para a ampliação dos conhecimentos até aqui adquiridos, cuja proposta parte da formação
de novos valores éticos, os quais devem estar comprometidos com a aprendizagem.
1.5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Com a consciência de que é impossível construir uma argumentação eficaz sem o


respaldo de teorias especializadas, o presente documento monográfico embasando-se em
diversos autores que subsidiam o pensamento do brinquedo e da brincadeira prazerosa em
argumentos realmente significativos, portanto dignos de serem transcritos em citações
diversas.

Com base nos subsídios teóricos coletados destaca-se a relevância que a no


conhecimento empírico como de fundamental importância em torno dos estímulos para que
irão desenvolver a imaginação, criatividade de formação de cidadãos críticos e criativos e por

isso mesmo, competentes para contribuir com o processo da construção social.

Do exposto até aqui, neste trabalho encontram-se também alinhavados


pensamentos de autores como Jean Piaget, Lev Semyonovitch,Vygotisky, Jhoon Huizinga,
Sônia Kramer, Maria Judht Sucupira da Costa Lins, Airton Negrine, Leonor Hauydt Rizzi,
Regina Célia e outros cujos estudos têm contribuído para a fundamentação teórica do
presente trabalho monográfico,alimentando-o de maneira satisfatória, a fim de, ao final
poder corresponder ao proposto na temática, a qual defende o pensamento de uma ênfase
ao prazer de brincar no processo pedagógico desde a pré-escola para tornarem-se adultos
críticos e conscientes e que venham contribuir para o progresso de comunidade e nação em
níveis de competência a relevar o caráter de sua formação.

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

A brincadeira é vista como um processo de desenvolvimento corporal, imaginativo


exploratório que amplia ainda mais a capacidade do ser humano.

A escola necessitará efetuar um trabalho para tornar os alunos mais confiantes pelos
resultados de suas práticas, sabedores de que a brincadeira será benéfica tanto para si
mesmo quanto para o próximo, podendo até obter um alcance social de grandes dimensões,
conforme as ações que adotarem. Confirmando aqui uma brincadeira ou brinquedo pouco
atraente não desperta o interesse necessário para um bom desenvolvimento da
criança.

A hipótese formulada no presente estudo monográfico, é a de que a brincadeira nas


escolas requer dos educadores uma reflexão e organização perfeita sobre a práxis
pedagógica efetuadas no trabalho com os brinquedos e as brincadeiras na pré-escola.
É para alcançar respostas favoráveis a uma proposta pedagógica modificada,
algumas questões necessitam ser respondida por estes educadores e serem retomadas
constantemente.

Qual a opinião sobre a contribuição das brincadeiras e brinquedos no


desenvolvimento da criança em idade pré-escolar? Para você as funções educativas dos
jogos oportunizam aprendizagem da criança? Sim ou não e por quê? Quando você brinca
com sua turma, você oportuniza a todos participarem da brincadeira? Como? Como é vista a
brincadeira na sua escola pelos professores de alfabetização?

Diante destes questionamentos, sabemos da difícil tarefa em se sistematizar com a


devida clareza os argumentos dos pensadores que estamos adotando, de forma a nos
subsidiarem para a adoção de medidas pedagógicas eficazes no que se refere a brincadeiras
e brinquedos, pois nosso objetivo geral é analisar a importância dos brinquedos e
brincadeiras para o desenvolvimento da aprendizagem da criança na pré-escola, e assim
poder implementar cada vez mais com recursos que sejam favoráveis ao desenvolvimento
integral das crianças, de maneira que as brincadeiras sejam claramente observáveis.

O presente relatório científico encontra-se estruturado em 05 (cinco) capítulos, a


saber:

Capítulo I-Introdução, 1.1. Contexto, 1.2. O Problema, 1.3. Objetivos específicos, 1.4.
Justificativas 1.5. Procedimentos metodológicos, 1.6. Estrutura do trabalho.Capítulo II
-Desenvolvimento da criança. Na pré-escola e o papel da brincadeira. 2.1. Aprendizado
através da experiência e descobertas. 2.2. Desenvolvimento da criança emocional/afetivo,
psicológico, social e motor, 2.3. O que os referenciais curriculares para educação infantil,

dizem sobre a utilização das brincadeiras na pré-escola, 2.4. Aprender brincando através dos
jogos sensoriais,motores. Capitulo III-Brincadeiras na pré-escola. 3.1. pesquisa de campo
3.1.1. Respostas da professora ‘‘A’’ 3.1.2. Respostas da professora‘‘B’’.3.1.3.Respostas do
professor‘‘c’’.3.1.4. Respostas do professor ‘‘D’’.3.1.5. Que tipos de dificuldades as crianças
apresentam no ínicio do ano letivo?3.1.6.Após trabalhar com brinquedos o que melhorou?
Capítulo IV-sugestões de brincadeiras e suas contribuições.

2.1 Aprendizado através da experiência e descobertas

Brincar é muito importante. Ao brincar as informações são esclarecidas, de


experiências.

Antigas são integradas e seu ambiente pode ser explorado. Brincar proporciona a
oportunidade de acumular conhecimento, aprender novas habilidades e praticar aquelas já
conhecidas.
Através de brincadeiras as crianças aprendem a lidar com os sentimentos, interagir
crianças e adultos e resolver conflitos. Elas desenvolvem a imaginação, criatividade para
resolver problemas.

Manipular, explorar e experimentar objetos reais é muito importante às crianças


aprenderão fazendo e falando. Por serem naturalmente ou pelo mundo e interessadas em
aprender sobre ele, as crianças são ativas ao aprendizado e fazem isso de diversas
formas.

O ensino da língua, da leitura, da ciência e da tecnologia é desenvolvido de diversas


formas. Os professores integram conhecimento subjetivo a variedade de técnicas ativas que
se encaixam nos estágios de desenvolvimento das crianças, tendo altas expectativas de
aprendizado.

Piaget: Acredita que o jogo é essencial na vida da criança. De início tem-se o jogo de
exercícios que é aquele que a criança repete uma determinada situação por prazer, por ter
apreciado seus efeitos.

Em torno dos 2, 3, 5 e 6 anos nota-se, a ocorrência dos jogos simbólicos, que


satisfazem a necessidade da criança de não somente relembrar mentalmente o acontecido,
mas de executar a representação. É nesse período que surgem os jogos de regras, que são
transmitidos socialmente de criança para criança e por consequência vão aumentando de
acordo com o progresso de seu desenvolvimento social.

Para Piaget, o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolmento


infantil,

já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade.

Já Vygotsky diferentemente de Piaget, considera que o desenvolvimento ocorre ao


longo da vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. Ela não
estabelece fases para explicar o desenvolvimento como Piaget e para ele o sujeito não é
ativo nem passivo: é interativo.

Segundo ele a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de acesso
a informações; aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como o
resultado de um engajamento individual na solução de problemas. Desta maneira, aprende a
regular seu comportamento pelas reações, que elas pareçam agradáveis ou não.

Vygotsky fala do faz de conta, Piaget fala do jogo simbólico e pode se dizer que são
correspondentes é que o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança
(Oliveira 1977).

Lembrando que ele afirma que a aquisição do conhecimento se dá através da zona de


desenvolvimento: a real e a proximal.

A zona de desenvolvimento real é a do conhecimento já adquirido, é o que a pessoa


traz consigo, já a proximal só é atingida de início com o auxílio de outras pessoas mais
“capazes”, que já tenham adquirido esse conhecimento.
A noção de zona “Proximal de desenvolvimento ”interliga –se portanto, de maneira
muito forte à sensibilidade do professor em relação às necessidades e capacidades da criança
e a sua aptidão para utilizar as contingências do meio a fim de dar – lhe a possibilidade de
passar do que sabe fazer para o que não sabe. As brincadeiras que são oferecidas à criança
devem estar de acordo com a zona de desenvolvimento em que ela se encontra, desta
forma, pode-se perceber a importância do professor.

(conhecer a teoria de Vygostky).

No processo da educação infantil é de suma importância, pois é ele quem cria os


espaços, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediação da
construção do conhecimento.

A desvalorização do movimento natural e espontâneo da criança em favor do


conhecimento estruturado e formalizado ignora as dimensões educativas da brincadeira e do
jogo como forma rica e poderosa de estimular a atividade construtiva da criança. É urgente e
necessário que o professor procure ampliar cada vez mais as vivências da criança com o
ambiente físico, com brinquedos, brincadeiras e com outras crianças.

O jogo compreendido sob-ótica do brinquedo e da criatividade, deverá encontrar


maior espaço por ser entendido como educação, na medida em os professores
compreenderem melhor toda sua capacidade potencial de contribuir para com o
desenvolvimento da crianç

2.4 APRENDER BRINCANDO ATRAVÉS DOS JOGOS SENSORIAIS E MOTORES.

O jogo é um meio eficiente de ensinar uma criança, ele aprende os conceitos complicados,
princípios filosóficos e emoções que são difíceis de descrever em palavras.

Você constrói a capacidade da criança e mostra a elas como resolver problemas


ajuda, a estimular o corpo e a mente.

Diferente de outros métodos de ensino, o jogo envolve inteiramente a criança na


lição ao envolver todos os sentidos, porque ela não ouve ou vê a lição, ela a faz.

O jogo é o domínio da criança. Para ela, é o método natural de compreender o mundo, uma
criança que aprende a construir um castelo de areia, ao mesmo tempo, ela aprendeu a
construir sua confiança e sua independência, para ela foi um aprendizado que aconteceu
naturalmente seria ótimo se todas fossem assim. Por isso precisamos injetar experiência de
jogos significativos na vida de nossas crianças. Ele tem um papel integral para um
desenvolvimento sadio. Além de ensinar o jogo reduz o estresse e abre a mente para
criatividade e ajuda a educar as crianças a respeito do caráter.

Cada criança tem seu estilo particular de aprendizagem em umas áreas mais fortes
em outras mais fracas. Algumas aprendem melhor com o material que lhes é apresentado
visualmente ou demonstrativamente.

Dê mais ênfase ao aprendizado do que à aquisição de informações. Se você criar um


clima de abertura e animação você ensinará a criança a amar o processo de dominar o
conhecimento sobre coisas novas. O sucesso é um motivador poderoso; a criança que
aprende pela experiência conhece o prazer de entender uma coisa. Ela nunca será carente de
motivação.

O jogo na vida do ser humano é tão antigo, pois manifestou uma tendência lúdica,
isto é, um impulso para o jogo. Alguns autores vão além afirmando que o jogo não se limita
apenas à humanidade seria anterior, inclusive ao próprio homem, pois já era praticado por
alguns animais, Johan Huizinga diz que os animais brincam tal como os homens convidam
uns aos outros para brincar mediante um certo ritual de atitude e gestos.

Respeitam regras que os proíbe morderem, ou pelo menos com violência a orelha do
próximo. E o que é mais importante para eles é a experiência de prazer e divertimento. Para
Piaget, a atividade lúdica dos animais é de origem reflexa ou instintiva (lutas, perseguições)
como no caso dos gatinhos que lutam com a mãe e a mordiscam, sem feri-la.

No caso da criança a atividade lúdica supera amplamente os esquemas reflexos e


prolongam quase todas as ações nesta perspectiva, o jogo ultrapassa a esfera da vida
humana, sendo, portanto, anterior à cultura.

De acordo com o estudo feito, Huizinga sobre o jogo função social do jogo desde as
sociedades primitivas até as civilizações mais complexas.

De acordo com a tese desse autor, a cultura surge sobre a forma de jogo, sendo que
a tendência lúdica do ser humano está na base de muitas realizações na esfera da filosofia,
da ciência, da arte (em especial da poesia).

O autor explica sua concepção dizendo: mesmo as atividades que visam a satisfação
imediata das necessidades vitais, como, exemplo a caça tendem assumir nas sociedades
primitivas uma forma lúdica. A vida social reveste-se de forma que lhe conferem uma
dignidade superior sob a forma de jogo, e é através deste último que a sociedade exprime
sua interpretação da vida e do mundo.

Não queremos com isso dizer que o jogo se transforma em cultura, e sim que, as
duas fases mais primitivas, a cultura possui um caráter lúdico que ela processa as formas e
no ambiente de jogo.
Portanto, a idéia básica desse autor é que além dos jogos que são normalmente
incorporados à cultura de um povo, a própria cultura se forma e se desenvolve impulsionada
pelo espírito lúdico.

Essa idéia é que refletiu na educação durante muito tempo, e apesar dos conceitos
proféticos dos grandes educadores, a pedagogia tradicional sempre considerou o jogo como
uma espécie de alteração mental ou pelo menos, como uma pseudo-atividade, significação
funcional e mesmo nociva às crianças, que ela desvia de seus deveres.

Para outros autores, entre os quais Huizinga e Piaget, atividade lúdica supõe uma
ordenação da realidade, seja ela subjetiva e intuitiva como no caso dos de ficção ou
imaginação.

A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser
vista apenas como diversão.O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o
desenvolvimento pessoal, sócio cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para
um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e
construção do conhecimento.

A ludicidade é um assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional,


principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo a essência da infância e seu uso
permitir um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento.

A palavra lúdico significa brincar e vem do latim ludus e neste brincar estão incluídos
os jogos,brinquedos e divertimentos e é relativa também à conduta daquele que joga,que
brinca e se diverte.

Por sua vez, a função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do


individuo,saber,seu conhecimento e sua compreensão de mundo.

Independente de época , cultura e classe social,pois elas vivem num mundo de


fantasias, de encantamento,de alegria, de sonhos onde a realidade e o faz de conta se
confundem.O jogo está na gênese do pensamento, da descoberta de si mesmo,da
possibilidade de experimentar, de criar e transformar o mundo.

Pela análise da realidade educacional concluímos que nas instituições infantis as


atividades lúdicas são pouco exploradas, mesmo quando são realizadas, não lhes é dado a
brincadeira não é vista como coisa séria?Por que o educador tem no seu fazer pedagógico a
hora de “ensinar’’e a hora de” brincar’’?Por que não ensinar brincando?
CAPÍTULO IV - SUGESTÕES DE BRINCADEIRAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES

Nesse capítulo estaremos dando sugestões de brincadeiras que possibilitam aos


professores aplicá-las em suas salas de aula, com objetivos definidos a serem alcançados.
São brincadeiras diversificadas que levam os alunos a aprenderem brincando, brincando por
brincar e também resgatando brincadeiras por muitos já esquecidos.

BRINCANDO POR BRINCAR

4.1 MÃOS FALANTES


PREPARAÇÃO: Os alunos deverão sentar à vontade na sala de aula.

EVOLUÇÃO: Um jogador sai da sala durante alguns minutos. Enquanto isso, os


demais jogadores escondem um objeto em algum lugar da sala. Quando o jogador que
estava ausente retornar, seus colegas dizem qual o objeto que foi escondido a procurar.
Seus companheiros o ajudam da seguinte forma: Toda vez que ele se aproxima do objeto
escondido todos os participantes levantam as mãos e batem palmas bem alto, fazendo um
som forte; quando ele estiver longe do objeto procurado, ou dele se afastar os demais
participantes abaixam as mãos e batem palmas baixinho. Se o jogador encontrar o objeto,
terá o direito de escolher o seu sucessor. Se não conseguir, senta no seu lugar e outro
jogador será sorteado.

CONTRIBUIÇÃO: Desenvolver a percepção auditiva; estabelecer ritmos e a


socialização.

4.2 DESCOBRIR O OBJETO

PREPARAÇÃO: Os alunos deverão sentar-se na sala de aula, divididos em duas


equipes.

EVOLUÇÃO: O professor coloca uma venda nos olhos do jogador de uma das equipes,
e lhe entrega um objeto. Ele deverá descobrir qual é o objeto através do tato, sem vê-lo,
apenas apalpando-o. Se acertar, sua equipe ganha um ponto. Em seguida, o professor
coloca a venda no jogador da outra equipe, que tentará descobrir, pelo tato, qual é o outro
objeto que lhe foi entregue. Acertando, sua equipe ganha um ponto.

FINAL: Vence a equipe que, no final, tiver o maior número de pontos.

CONTRIBUIÇÃO: Favorecer o trabalho em equipe explorar os órgãos dos sentidos


(visão e tato), associação de quantidade.
4.1.3 PROCURAR PARCEIRO

PREPARAÇÃO: O professor seleciona várias gravuras (de revistas, livros, etc.) e cola-
as em pedaços de cartolina. Recorta as gravuras coladas em cartolina, formando vários
quebra-cabeças. Marca os pedaços de cada quebra-cabeça com um sinal (pode ser um
numeral, uma figura geométrica, etc.). Por exemplo: todas as peças de um quebra-cabeça
estarão marcadas atrás com o numeral 1, ou então com um triângulo (s). Todas as peças de
outro quebra-cabeça serão marcadas, atrás, com o numeral 2 ou com um círculo (O). E
assim por diante. Depois os alunos deverão estar sentados à vontade.

EVOLUÇÃO: O professor distribui as peças, uma para cada aluno. Os participantes


verificam qual o sinal marcado atrás de sua peça, e procuram os colegas cujas peças têm o
mesmo final. Então, agrupam-se pelo sinal, cada grupo num canto da sala. Quando todos
tiverem encontrado seus parceiros, cada grupo começa a juntar as peças, montando o seu
quebra-cabeça. Será dado um tempo para que todas as equipes formem a sua gravura, mas
vencerá a que formá-la em primeiro lugar.

CONTRIBUIÇÃO: Atenção, concentração, socialização, agilidade.

4.1.4 APANHADOR DE BATATAS

PREPARAÇÃO: Os participantes sentados, sendo que cada coluna de carteiras forma


uma equipe.

EVOLUÇÃO: O primeiro jogador de cada coluna recebe uma colher de sopa com uma
batata. Dado o sinal de inicio, este passa a colher com a batata para o jogador sentado na
carteira de trás, este ao seguinte, e assim sucessivamente até chegar ao último elemento da
equipe. Quando este recebe a colher com a batata, corre pelo espaço existente entre as
colunas e senta-se na primeira carteira, que já deve estar vazia, pois seus colegas de equipe
(sem atrapalhar a corrida do companheiro) passaram uma carteira para trás, deixando a
primeira vazia. Ao sentar-se, ele torna a passar a colher com a batata para o colega atrás,
até chegar ao último elemento da fileira, que se levanta e corre para sentar-se na primeira
carteira. E assim o jogo prossegue, com os demais elementos procedendo da mesma forma
que seus antecessores. Vence a equipe mais rápida, isto é, a equipe cujo jogador iniciante
chegar primeiro à sua carteira de origem.

CONTRIBUIÇÃO: Desenvolve a coordenação motora, agilidade, organização,


atenção, respeito mútuo.

4.1.5 CESTAS DE FRUTAS

FORMAÇÃO: As crianças, em círculo, sentadas, cada uma tendo o nome de uma


fruta. No centro do círculo uma criança de pé.

DESENVOLVIMENTO: A criança do centro diz: “Vai passando um fruteiro que leva


(dizer o nome das frutas)”. As crianças que têm o nome dessas frutas trocam de lugar
imediatamente, a criança que estava no centro também deve ocupar um dos lugares vagos.

A criança que está no centro do círculo, ao invés de dizer o nome de frutas também
pode gritar: “A cesta virou”, neste caso todas as crianças trocam de lugar.

CONTRIBUIÇÃO: Agilidade, atenção.

APRENDER BRINCANDO

4.2 TERRA, ÁGUA E AR.

PREPARAÇÃO: os alunos deverão estar sentados à vontade na sala. Dividir a turma


em duas equipes. O professor segura uma bola de papel.

EVOLUÇÃO: O professor lança a bola para um aluno, dizendo, por


exemplo: - “Terra” O jogador pega a bola de papel e diz o nome de um animal
que vive na terra, lançando a bola de volta para o professor. Se ele acertar, sua equipe
ganha um ponto. Depois o professor arremessa a bola para um participante da outra equipe,
dizendo, por exemplo: - “Ar”! O jogador pega a bola e diz o nome de um animal que voa,
devolvendo a bola para o professor. Se acertar, a sua equipe recebe um ponto. O professor
torna a lançar a bola para um jogador da primeira equipe, dizendo, por exemplo: - “água”!
Este pega a bola e diz o nome de um animal que também nade, como a tartaruga, jacaré,
etc. Acertando, sua equipe ganha mais um ponto. E assim o jogo continua. Vence a equipe
que no final tiver o maior número de pontos.

OBSERVAÇÃO: Cada participante que receber a bola deve dizer o nome de um animal
diferente dos já mencionados.

CONTRIBUIÇÃO: Coordenação motora, atenção, socialização de conteúdos.

4.2.1 BINGO DE NÚMEROS OU PALAVRAS

PREPARAÇÃO: O professor prepara uma cartela (ou uma folha de papel) para cada
aluno, com 12 quadradinhos.

Em cada espaço escreve um número (ou uma palavra). Depois, num saco ou caixa de
papelão, coloca cartõezinhos para serem sorteados, cada um deles contendo um número ou
palavras.

Os alunos deverão sentar à vontade na sala de aula.

EVOLUÇÃO: Cada participante recebe uma cartela e um conjunto de feijões. O


professor pede para que cada um observe os números (ou palavras) nele escrito. Os
jogadores que tiverem em sua cartela aquele número (ou palavra), marcam o espaço
correspondente com um feijãozinho.

E assim o jogo continua, com o professor ditando os números (ou palavras)


sorteados, e os jogadores marcando os espaços correspondentes com feijões. Quem
completar primeiro a sua cartela será o vencedor.
CONTRIBUIÇÃO: Socialização de conceitos, atenção, concentração, localizar-se no
espaço.

4.2.2 QUAL É O TAMANHO

PREPARAÇÃO: O professor recortará figuras de animais, de eletrodomésticos e de


vários outros objetos familiares e montará as figuras sobre a cartolina.

EVOLUÇÃO: Alunos dispostos em semicírculos, o professor no meio, pedem que seus


alunos olhem para as figuras e tentem visualizar o tamanho do objeto real.

Vamos adivinhar ou estimar o tamanho real do objeto, apenas olhando a gravura, o


professor segura duas (2) gravuras, como por exemplo, um aspirador de pó e outra de
máquina de lavar roupa.

- Qual é a figura geométrica relacionada de cada objeto?

- Qual desses objetos vocês acham que é maior?

- Quais acham que pesa mais?

CONTRIBUIÇÃO: Socialização de conteúdos, visualização, organização.

4.2.3 PROFISSÃO

PREPARAÇÃO: Os alunos deverão sentar à vontade na sala de aula. O professor


segura nas mãos uma bola de papel.
EVOLUÇAO: O professor inicia o jogo dizendo o nome de uma profissão ou de um tipo
de trabalhador, arremessando a bola de papel para um jogador qualquer. Este, ao pegar a
bola, deve dizer o que faz aquele profissional; depois, diz o nome de outra profissão e torna
a lançar a bola para outro colega, e assim sucessivamente. Quem não souber dizer o que faz
determinado profissional, torna arremessar a bola para o professor, que recomeça com outro
colega.

CONTRIBUIÇÃO: Conhecimento de mundo, socialização de conteúdo, coordenação


motora, atenção.

4.2.4 TOM DAS CORES

PREPARAÇÃO: Os participantes formam uma roda e giram em torno do professor


que estará no centro.

EVOLUÇÃO: O professor do jogo conta uma história e, quando na história surgir uma
cor, as crianças sairão à procura do objeto que tenha esta cor. O professor, por sua vez,
corre atrás das crianças para atrapalhá-las.

OBSERVAÇÃO: Um espaço em que haja vários objetos coloridos.

As crianças devem estar sentadas em roda.

EVOLUÇÃO: O professor diz uma cor e, em seguida, o objeto que tem esta cor. As
crianças devem correr, pegar o objeto e colocá-lo no lugar em que estão sentados. A seguir,
o professor fala outra cor e outro objeto, e assim sucessivamente. Ao final, quem tiver mais
objetos é o vencedor.

CONTRIBUIÇÃO: Agilidade, organização de espaço, trabalho coletivo, respeito mútuo,


socialização de conteúdos, conhecimento de mundo.

4.2.5 LEVANTAR (O CORPO, PARTES DO CORPO OU OBJETOS)

PREPARAÇÃO: As crianças deitadas ou sentadas em posições para iniciar a


brincadeira.
EVOLUÇÃO: Deitados ou sentados, a um sinal combinado, levantar o corpo do chão
ou da cadeira. Elevar os braços pelos lados (como se fossem asas), levantando e abaixando-
os. Elevar os braços pelos lados até o alto da cabeça: bater palmas (repetir várias vezes).
Deitados de costas com braços e pernas estendidos elevar os braços, movimentando-os para
trás, para frente, para um lado e para o outro. Deitados de costas, com pernas e braços
estendidos elevar as pernas em gancho, colocando os joelhos sobre o peito (repetir várias
vezes). Deitado de costas, apoiar-se sobre as mãos e elevar o tronco sem mexer as pernas.
Deitado de peito apoiar-se sobre as mãos e as pontas dos pés, tentando elevar-se.

CONTRIBUIÇÃO: As atividades de levantar o corpo, partes do corpo ou objetos


trabalham a coordenação motora ampla e a orientação espacial, a discriminação auditiva.

4.3 EXPLORAR SONS E MOVIMENTOS ACOMPANHAR RITMOS LENTOS E RÁPIDOS

PREPARAÇÃO: As crianças em circulo, sentadas em posições.

EVOLUÇÃO: Provocar sons com o próprio corpo, soprar, estalar a língua, estalar os
dedos, bater os pés no chão, bater um pé no outro, bater palmas, bater as mãos no próprio
corpo ou em objetos, etc.

Provocar ruídos com materiais disponíveis no momento: lápis, caneta, caderno, giz,
cadeira (batendo, esfregando, puxando, arrastando etc.) Manipular objetos que provocam
ruídos batendo, sacudindo, raspando, amassando, apertando, utilizar objetos tais como:
latinhas contendo pedrinhas ou grãos, reco-reco, língua-de-sogra, folha de papel etc.

Fazendo movimento como saltar, andar etc, ao som de um estimulo sonoro, quando
este cessar, as crianças cessam o movimento. Bater palmas ao som de uma canção, parar
assim que ela termine.

Dançar e parar sucessivamente, seguindo um estimulo sonoro (música e cantos).


Acompanhar estruturas rítmicas simples, movimentando as mãos e os dedos: batendo
palmas, estalando os dedos.

Reproduzir ritmos variados: Com o próprio corpo, com palmas, batendo os pés no
chão, as mãos sobre a mesa etc. Com objetos: usando coquinhos, latinhas contendo
pedrinhas ou grãos, batendo o lápis sobre a mesa, etc.

CONTRIBUIÇÃO: Discriminação auditiva, coordenação motora e orientação temporal


(noção de ritmo).
4.3.1 ANDAR IMITANDO PESSOAS E OBJETOS

PREPARAÇÃO: As crianças ficarão em filas e o professor irá coordenar a brincadeira.

EVOLUÇÃO: Imitar um velhinho, um cego atravessando a rua, uma pessoa distraída,


um bebê chorando, um robô, uma mãe carregando o filho no colo, alguém com muita
pressa, um professor no quadro de giz, etc.

CONTRIBUIÇÃO: Coordenação motora, observação, memória visual.

BRINCADEIRAS FOLCLÓRICAS

4.3.2 ATIREI O PAU NO GATO

Atirei o pau no gato, to

Mas o gato, to

Não morreu, réu, reu

Dona Chica, ca

Admirou-se, se

Do berro, do berro, que o gato deu, miau!

Dona Chica foi à polícia, cia

A polícia, cia

Não prendeu, deu, deu

Dona Chica, ca
Admirou-se, se

Do berro, do berro que o gato deu, miau!

COREOGRAFIA: formada a roda, as crianças circulam saltitando e cantando os


versos. A palavra final (miau) é a “senha” para que todos se agachem. Logo se levantam e
repetem a brincadeira.

CONTRIBUIÇÃO: Simbolizar em versos e melodias o que lhe inquieta, é uma forma


de dar um novo sentido às suas experiências.

4.3.3 CAPELINHA DE MELÃO

Capelinha de melão

É de São João

É de cravo, é de rosa,

É de manjericão.

São João está dormindo,

Não acorda, não.

Acordai, acordai,

Acordai João.

COREOGRAFIA: Formada a roda, as crianças entoam a 1ª estrofe, girando. Já a 2ª


estrofe é entoada com as crianças voltadas para o centro da roda, batendo palmas, paradas
em seus lugares.
VARIANTE: Criança de olhos vendados no centro da roda. Acabada a cantiga, uma
das crianças se aproxima da que está no centro e pergunta: “Quem sou eu?” Se for
reconhecida, será a próxima a ser vendada; se não, continua a mesma criança no centro.

CONTRIBUIÇÃO: Dormir e acordar concentram as atenções das crianças nos


movimentos desta canção. Ver representados no grupo social as ações que costumam
realizar faz o brinquedo ser considerado coisa séria.

4.3.4 O CRAVO E A ROSA

O cravo brigou com a rosa

Debaixo de uma sacada,

O cravo saiu ferido,

E a rosa despedaçada (ou despetalada).

O cravo ficou doente,

A rosa foi visitar

O cravo teve um desmaio

A rosa pôs-se a chorar.

COREOGRAFIA: São escolhidas duas crianças para representarem o cravo e a rosa,


que vão dramatizando o que os versos da cantiga propõe.

Ao término, escolhem seus sucessores.

CONTRIBUIÇÃO: Emprestar vida a seres inanimados é uma característica que


identifica uma fase do desenvolvimento infantil.
4.3.5 ESCRAVOS DE JÓ

Escravos de Jó

Jogavam caxangá

Tira, bota, deixa

O Zé Pereira ficar.

Guerreiros, com guerreiros.

Fazem zigue, zigue, zá.

Guerreiros, com guerreiros.

Fazem zigue, zigue, zá.

COREOGRAFIA: Formada a roda, as crianças permanecem paradas, podendo


inclusive ficar sentadas, com um objeto igual para todos, na mão direita. Ao ritmo da
música, marcando os tempos fortes, iniciam a brincadeira de passar o objeto que têm na
mão direita para o vizinho da direita, e receber com a mão esquerda o objeto do vizinho da
esquerda (se estiver de pé), trocando-o rapidamente de mão.

Quando a letra diz “zigue, zigue, zá”, o objeto é retido na mão direita, e só passado
para a pessoa da direita na última palavra.

Quando a turma já estiver craque nesta modalidade vale tentar com “boca chiusa”
(com a boca fechada, fazendo um som nasal), substituindo o canto, depois pro assobio e por
último, sem som nenhum.

OBSERVAÇÃO: Quando o jogo é feito sentado (geralmente em torno de uma mesa),


pode-se usar somente a mão direita, largando-se o objeto sempre à frente do vizinho da
direita. Vão saindo da roda aqueles que se perderem no ritmo, ou passarem mal o objeto,
que pode ser caixinha de fósforo, ou qualquer outro objeto que seja fácil de tomar com uma
só mão. Para super cobras no jogo, pode ser tentada uma rodada especial invertendo o
sentido da brincadeira (para a esquerda).

CONTRIBUIÇÃO: Adultos e crianças do mundo inteiro utilizam a canção para facilitar


as trocas sociais. O poder comunicativo da música congrega as pessoas em atividades
coletivas para fins de lazer ou de trabalho.
4.3.5 FORMIGUINHA DA ROÇA

Formiguinha da roça endoideceu

Com a dor na barriga que deu

Ai, ai pobre formiguinha.

Põe a mão na barriga

E faz assim e faz assim (retorcer-se)

COREOGRAFIA: Formando a roda, as crianças obedecem à ordem da letra e fingem


dor (retorcer-se), obedecendo também ao comando (faz assim...)

Podem ser modificadas as partes do corpo citadas, tanto quanto pode ser
colocada uma criança que escolher para substituí-la.

CONTRIBUIÇÃO: A criança precisa sentir-se livre para pensar por si mesma e


encontrar uma forma de representar, pela ação, o que a imaginação lhe sugere. Nas
atividades de expressão livre, a letra alimenta a imaginação, e a melodia promove e sustenta
a expressão do gesto.

2.2 DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA: EMOCIONAL/AFETIVO, PSICOLÓGICO, SOCIL


E MOTOR
Qualquer pessoa que estude crianças defronta-se com certas questões
fundamentais. E essas questões têm sido discutidas por filósofos, teólogos e educadores.

Esta questão é a conhecida controvérsia do meio. Alguns cientistas acreditam


que a grande parte do comportamento humano seja guiada pela formação genética,
maturação fisiológica e funcionamento neurológico. De acordo com seu ponto de vista,
aspectos universais do desenvolvimento, como o surgimento do andar, falar e responder às
pessoas podem ser mais bem explicados como resultados das diferenças genéticas e
fisiológicas.

No outro extremo, os ambientalistas salientam a influência do ambiente físico e


social sobre os padrões de desenvolvimento. Acreditam que as crianças respondem às
pessoas e objetos que a cercam e que as mudanças no desenvolvimento resultam em grande
parte da experiência. Portanto os programas de educação infantil que proporcionem boas
experiências de aprendizagem devem levar a melhoria em desempenho.

Vários filósofos formaram teorias sobre a natureza da meninice, da mente,


desenvolvimento e educação da criança. Cada um ofereceu conselhos a pais e mestres.
Locke acreditava que as crianças deviam ser treinadas através de recompensas e punições
desde os mais tenros meses de vida. Em contraste, Rousseau, acreditava que a criança era
por natureza, uma exploradora ativa com enormes potencialidades, as quais seriam
realizadas se os adultos não se metessem demais.

Durante este período houve uma forte influência sobre a psicologia do


desenvolvimento que se seguiu. Estava se tornando conhecida a teoria psicanalítica de Freud
e suas hipóteses sobre a importância de experiências iniciais, começaram a permear o modo
de pensar de muitas pessoas.

Watson (1967), efetuou alguns experimentos usados na teoria da


aprendizagem.

“Dêem-me uma dúzia de bebês saudáveis, um mundo se-”.

segundo minhas especificações para criá-lo, e eu garanto tomar qualquer um deles


aleatoriamente e treiná-lo para

tornar especialista na área que eu escolher – médico, advogado, comerciante e claro até
pedinte ou ladrão,

não importando seus talentos, pendores, habilidades, vocações e a raça de seus


ancestrais.”(p. 136)”.

Piaget começou suas investigações sobre o desenvolvimento intelectual das


crianças. Por fim esses movimentos teóricos formaram a espinha dorsal da moderna
psicologia infantil.
Após a Segunda Guerra Mundial, surgiu, um novo tipo de psicólogo, que
abordava o estudo da criança um ramo da psicologia experimental.

Esses psicólogos estavam interessados não apenas em descrever


comportamento, mas também em predizer e explicar as razões das ações das crianças.

Neste período, preferiam experimentos de laboratório nos quais pudessem


controlar todos os aspectos de uma situação ao invés de observação naturalística.
Argumentavam que haviam várias influências não controladas nas situações naturais para
que se pudessem tirar quaisquer conclusões sobre quais destas influências eram
importantes. Brandura (1969), conduziu um conjunto de experimentos, investigando o
comportamento imitativo das crianças. Em um estudo ele testou a hipótese teórica de que as
crianças imitariam mais um adulto amigo do que um fosse distante. Ele estudou situações
experimentais em que algumas crianças tinham interações afetuosas e amistosas como um
adulto.

A psicologia americana redescobriu a teoria de Piaget no desenvolvimento


cognitivo, suas idéias influenciaram pontos de vista básicos sobre a criança. Piaget estava
interessado em aspectos universais no desenvolvimento infantil e acreditava que o
desenvolvimento resultava da interação entre as mudanças de caráter maturacional à
experiência. Propôs quatro estágios do conhecimento cognitivo, pelos quais todas as crianças
passam.

Uma outra tendência dos últimos anos é tentar relacionar o comportamento


social das crianças e seus desenvolvimentos cognitivos. Em períodos anteriores, os
pesquisadores tendiam a estudar as mudanças cognitivas na medida em que estas afetavam
a aprendizagem, o desempenho escolar e aspectos semelhantes. O comportamento social e
emocional, eram tratados como um assunto não relacionado. Hoje, torna-se evidente que as
cognições sociais das crianças, ou maneiras de pensar a respeito de situações sociais e
questões morais, ajudam a determinar o comportamento social.

Os psicólogos voltaram a se preocupar com aplicações sociais do conhecimento


adquirido a respeito das crianças.

O desenvolvimento cognitivo da criança é seqüencial e caminha de estruturas


mais simples para a estrutura mais complexa.

A inteligência por fases-estágio em que são os mesmos para todos os indivíduos


e se sucedem na mesma ordem. Essas fases são caracterizadas por estruturas mentais
diferentes construídas pelo próprio sujeito em interação com o mundo que o cerca. O
processo de formação constitui o próprio desenvolvimento, para Piaget, pode ser conceituado
como um processo de equilibração progressiva que tende para uma forma final, qual seja a
conquista das operações formais.

Na primeira infância as propostas didáticas devem estar voltadas para a ação.


Além de todas as ações reais ou materiais que são capazes de efetuar, a criança torna-se
capaz de reconstruir suas ações passadas sob formas de narrativas, e de antecipar suas
ações futuras pela representação verbal. Daí resultam conseqüências essenciais para o
desenvolvimento: a socialização, aparição de pensamento propriamente dita,
desenvolvimento de sentimentos, afetividade interior.
A criança está se tornando mais competente nas áreas de cognição,
inteligência. Desenvolve a capacidade para usar símbolos em pensamento e ação, consegue
lidar mais eficientemente com conceitos tais como: idade, tempo, espaço e moralidade. No
entanto não separa o real do irreal, e grande parte de seu pensamento é egocêntrica. É
incapaz de considerar totalmente o ponto de vista de outra pessoa.

2.3 O QUE OS REFERENCIAIS CURRICULARES PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL, DIZEM


SOBRE A UTILIZAÇÃO DAS BRINCADEIRAS NA PRÉ-ESCOLA.

No Referencial Curricular para a Educação Infantil, (RCNEI), brincar é uma das


atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a
criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde
representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação.
Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais
como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação.

Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da


interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais.

A diferenciação de papéis se faz presente, sobretudo no faz-de-conta, quando


as crianças brincam como se fossem o pai, a mãe, o filhinho, o médico, o paciente, heróis e
vilões, etc.; imitando e recriando personagens observados ou imaginados nas suas vivências,
a fantasia e a imaginação são elementos fundamentais para que a criança aprenda mais
sobre a relação entre as pessoas, sobre o eu e sobre o outro.

No faz-de-conta, as crianças aprendem a agir em função da imaginação de uma


pessoa, de uma personagem, de um objeto e de situações que não estão imediatamente
presentes e perceptíveis para elas no momento e que evocam emoções, sentimentos e
significados vivenciados em outras circunstâncias. Brincar funciona como um cenário no qual
as crianças tornam-se capazes não só de imitar a vida como também de transformá-la. Os
heróis, por exemplo, lutam contra seus inimigos, mas também, pode ter filhos, cozinhar e ir
ao circo.

Ao brincar de faz-de-conta, as crianças buscam imitar, imaginar, representar e


comunicar de uma forma especifica que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser
personagem, que uma criança pode ser um objeto ou um animal, que um lugar “faz-de-
conta” que é outro.

Quando utilizam a linguagem do faz-de-conta, as crianças enriquecem sua


identidade, porque podem experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas
concepções sobre as coisas e pessoas ao desempenhar vários papéis sociais ou personagens.
Na brincadeira, vivenciam concretamente a elaboração e negociação de regras
de convivência assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos
sentimentos das emoções e das construções humanas. Isso ocorre porque a motivação da
brincadeira é sempre individual e dependem dos recursos emocionais de cada criança que
são compartilhados em situações de interação social. Por meio da repetição de determinadas
ações imaginárias, que se baseiam, mas polaridades presença/ausência, bem/mal,
prazer/desprazer, passividade/atividade, dentro/fora, grande/pequeno, feio/bonito, etc.; as
crianças também podem internalizar e elaborar suas emoções e sentimentos, desenvolvendo
um sentido próprio de moral e de justiça.

Para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível


que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições,
sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma
intervenção direta.

A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com


aquilo que é o não brincar. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação
isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer
que é preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade
imediata que lhe forneceu conteúdo para realizá-la.

Para brincar é preciso que as crianças tenham certa independência para


escolher seus companheiros e os papéis que irão assumir no interior da um determinado
tema e enredo, cujo desenvolvimento depende unicamente da vontade de quem brinca.

Pela oportunidade de vivenciar brincadeiras imaginativas e criadas por elas


mesmas, as crianças podem acionar seus pensamentos para a resolução de problemas que
lhes são importantes e significativos. Proporcionando a brincadeira, portanto, cria-se um
espaço no qual as crianças podem representar o mundo e internalizar uma compreensão
particular sobre as pessoas, os sentimentos e os diversos conhecimentos.

O brincar apresenta-se por meio de várias categorias de experiências que são


diferenciadas pelo uso do material ou dos recursos predominantemente implicados. Essas
categorias incluem: os movimentos e as mudanças da percepção resultantes essencialmente
da mobilidade física da criança; a relação com os objetos e suas propriedades físicas assim
como a combinação e a associação entre eles; a linguagem oral e gestual que oferecem
vários níveis de organização a serem utilizados para brincar: os conteúdos sociais, como
papéis, situações, valores e atitudes que se referem à forma como o universo social se
constrói; e finalmente, os limites definidos pelas regras, constituindo em um recurso
fundamental para brincar. Estas categorias de experiências podem ser agrupadas em três
modalidades básicas, quais sejam, brincar de faz-de-conta ou com papéis, considerada como
atividade fundamental da qual se originam todas as outras; sendo elas jogos de construção e
aqueles que possuem regras.

E o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição infantil, ajuda a


estruturas o campo das brincadeiras na vida das crianças, conseqüentemente é ele que
organiza sua base estrutural por meio da oferta de determinados objetos, fantasias,
brinquedos ou jogos, da delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar.

Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma


visão dos processos do desenvolvimento das crianças em conjuntos e cada uma em
particular, registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas
capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que dispõem.

A intervenção intencional baseada na observação das brincadeiras das crianças,


oferecendo-lhes material adequado, assim como um espaço estruturado para brincar permite
o enriquecimento das competências imaginativas, criativas e organizacionais infantis. Cabe
ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada
para propiciar as crianças à possibilidade de escolherem os temas, papéis, objetos e
companheiros com quem brincar ou os jogos de regras e de construção, e assim elaborarem
de forma pessoas e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras
sociais.

É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crian

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