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O USO DO ÓLEO DE COCO NA NUTRIÇÃO ESTÉTICA

O sobrepeso e a obesidade são atualmente um dos principais problemas de saúde


pública devido a sua prevalência mundial, acometendo diversas faixas etária e sendo
fator de predisposição a diversas doenças. O excesso de gordura abdominal está
associado ao desequilíbrio entre o gasto energético e a ingestão de nutrientes, resultando
assim em alterações metabólicas.
Conforme explica Bittar et al. (2017) o óleo de coco é composto por ácidos
graxos de cadeia média que não demandam transporte pelos quilomícrons para
alcançarem os tecidos- alvo desta maneia o óleo de coco seria oxidado nas mitocôndrias
e forneceria energia sem se depositar em estoques corporais. De origem vegetal, é
natural e extraído da espécie Cocos nucifera L., conhecida popularmente como coco,
coco da Bahia ou coco branco.
Silveira et al. (2018) nos afirmam que o óleo é coco é rico em ácido láurico
(concentração acima de 40%), sendo utilizado nos cosméticos. As gorduras láuricas são
resistentes à oxidação e, diferente de outros óleos, possui baixo ponto de fusão, sendo
utilizado por suas propriedades antimicrobianas, importante para o sistema imune no
combate a infecções.
Estudos realizados por Silva, Fortes e Soares (2011) relatam que o uso de óleo
de coco extravirgem é capaz de exercer benefícios no perfil lipídico e cardiovascular de
indivíduos sendo uma nova e promissora terapia contra as doenças cardiovasculares.
Bittar et al. (2017) relata estudo realizado em Alagoas com 40 mulheres entre 20
e 40 anos com circunferência da cintura > 88 cm. Foram divididas em 2 grupos, de
forma duplo cego, um grupo recebeu 30 ml de óleo de coco por dia e o outro 30 ml de
óleo de soja por 12 semanas. Nesse estudo foi observado uma redução no IMC tanto no
grupo que recebeu o óleo de coco como no grupo que recebeu o óleo de soja.
Amazarray (2018) relata estudo que ganhou evidencia quando mostrou redução
da circunferência da cintura, da relação LDL/HDL e aumento do HDL em mulheres que
utilizaram 30 ml de óleo de coco diariamente por 12 semanas, quando comparadas ao
grupo controle que utilizou óleo de soja.
De acordo com Hohl e Cercato, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome
Metabólica, não recomendam o uso do óleo de coco como óleo de cozinha, devido ao
seu alto teor de gordura saturadas e pró-inflamatórias. Para uso em cozinha é preferível
óleos vegetais pela redução de risco cardiovascular.
A Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) considera que até então as
informações são controversas e inconclusivas e recomenda que o óleo de coco não deve
ser prescrito na prevenção ou no tratamento de doenças.
Pode-se concluir que na literatura ainda são escassos os estudos que avaliam os
efeitos do uso do óleo de coco no controle e tratamento de sobrepeso, obesidade e
emagrecimento, havendo controvérsias e não ocorrendo evidências que permitam
recomendar o uso do óleo de coco com segurança. Há, portanto, a necessidade de mais
estudos relacionado ao tema.

REFERÊNCIAS
AMAZARRAY, Carmen Raya. Saúde, ciência e mídia social: o caso do óleo de coco.
2018.
BITTAR, Marla et al. Utilização do óleo de coco para emagrecimento e redução da
circunferência abdominal. Rev. Odontol. Araçatuba (Impr.), v. 38, n. 2, p. 26-31,
2017.
HOHL, Alexandre; CERCATO, Cintia. Posicionamento oficial da Sociedade Brasileira
de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e da Associação Brasileira para o Estudo da
Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) sobre o uso do óleo de coco para perda
de peso.
SÁ, Alyda Lowise Ferreira et al. O uso dos óleos essenciais na cicatrização de feridas.
Saúde Coletiva (Barueri), n. 52, p. 2064-2071, 2020.
SILVA, Raquel; FORTES, Renata; SOARES, Henrique. Efeitos da suplementação
dietética com óleo de coco no perfil lipídico e cardiovascular de indivíduos
dislipidêmicos. Brasília Médica, v. 48, n. 1, p. 42-49, 2011.
SILVEIRA, Camila Costa et al. Controvérsias sobre o uso do óleo de coco para fins
estéticos e nutricionais. Revista Brasileira de Iniciação Científica, v. 5, n. 5, p. 48-65,
2018.

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