Você está na página 1de 37

Reinaldo Portal Domingo

Francimary Macêdo Martins (orgs.)

São Luís
2017

1
SUMÁRIO

UNIDADE II| COMPONENTES DA EAD 03


1. Aluno 04
2. Professor 07
3. Comunicação 16
4. Recurso Didático 19
5. Apoio Organizacional 22
6. Como ser aluno na EAD 25
Referências 36

2
COMPONENTES DA EAD

UNIDADE II
Elementos que compõem e atuam na Educação a Distância: aluno, professor, tutor,
recurso didático, sistema de comunicação, Apoio Organizacional. E orientações de como
ser aluno na EAD.
Ao final desta Unidade você deve:
 Conhecer os componentes essenciais na EAD;
 Reconhecer o papel do aluno e do professor na EAD;
 Entender no que se configura o material didático na EAD adequado ao aprendizado
participativo e colaborativo do aluno;
 Perceber como acontece o processo comunicativo na EAD;
 Compreender a Estrutura Organizacional de um curso em EAD;
 Apreender orientações de como ser um aluno de EAD para aprender da melhor
forma possível.

A EAD tornou-se uma modalidade


fundamental de aprendizagem e ensino em todo
o mundo. E para se ter uma visão geral de como
se estrutura um curso nessa modalidade é
importante compreender os elementos que
constituem o sistema educacional de EAD.
De acordo com Aretio (1999), a EAD
privilegia quatro componentes ou elementos
básicos, que se integram no sistema de EAD, e
cujas características e/ou funções são
substancialmente diferenciadas, quiçá mais
complexas das análogas dos sistemas
convencionais: o ALUNO, o DOCENTE, a
COMUNICAÇÃO entre aluno e docente, e a
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL em que se
integram.
É interessante ressaltar que esses

3
componentes são básicos, necessários, mas cada instituição tem um
modelo próprio. Também deve ser considerado o projeto de curso a
ser oferecido, pois cada um tem uma especificidade, e de acordo
com isso outros componentes podem ser agregados a essa estrutura.
O surgimento das tecnologias da informação e da comunicação
deu um novo impulso à educação a distância, fazendo aparecer,
através da Internet, formas alternativas de geração e de
disseminação do conhecimento.
A EAD, antes centralizada no texto impresso, agora vai
cedendo lugar para fontes eletrônicas digitais de informação,
trazendo possibilidades quase inesgotáveis para a aprendizagem.
Neste novo cenário, os papéis tradicionais do professor, aluno
e escola/instituição precisam ser melhor compreendidos e
investigados para fazer frente às mudanças que se impõem.
O primeiro a ter destaque nesse sistema é o aluno.

1. ALUNO

O papel preliminar do aluno é aprender. E esta tarefa requer


motivação, planejamento e habilidade para analisar e aplicar a
informação que está sendo ensinada. Em EAD, o aluno é um adulto
que irá aprender a distância; acentua-se a capacidade dele, que
além de adulto é trabalhador, em ser autônomo do processo de
aprender e de estudar (PRETI, 1996).
Nesse caso, o processo de aprendizado é mais complexo por
diversas razões, como as indicadas a seguir:
 Muitos alunos são mais velhos, trabalham e têm família;
eles têm que coordenar diferentes áreas de suas vidas que
se influenciam - sua família, seu trabalho, seu tempo de
lazer e estudos;
 Os alunos a distância têm uma variedade de razões para
fazer um curso; alguns estão interessados em obter um grau
para se qualificar para um trabalho melhor e outros fazem
o curso somente para ampliar seus conhecimentos;
 Na orientação de EAD, a tecnologia é, tipicamente, o canal
através do qual a informação e a comunicação fluem.
Como Preti (1996, p. 19) corrobora, a maioria dos alunos da
EAD apresentam características particulares:

4
São adultos inseridos no mercado de trabalho, residem
em locais distintos dos núcleos de ensino, não
conseguiram aprovação em cursos regulares, são
bastante heterogêneos e com pouco tempo para estudar
no ensino presencial.

Para se inserir nessa modalidade, o aluno, no caso, você, tem


que enfrentar alguns desafios atitudinais, para que, junto com seus
professores, enfrentem e superem esses desafios e a aprendizagem
ocorra, tais como:
Assumir a responsabilidade por si próprio - Motivação é
fundamental nos cursos a distância, uma vez que não existe o
contato diário com o professor ou com os colegas. A autonomia do
aluno é essencial nesse processo, quando ele toma para si sua
própria formação, ou seja, é sujeito de sua aprendizagem: ele tem
que ter autoridade e responsabilidade sobre si.
Reconhecer seus pontos fortes e limitações - Os alunos
precisam reconhecer seus pontos fortes e limitações, bem como
compreender seus objetivos de aprendizagem.
Manutenção e aumento da autoestima - Os estudantes a
distância podem estar relutantes quanto a sua habilidade de fazer
um curso a distância. O apoio de outros pode ter influência sobre a
performance do aluno.
Interação com os pares - Normalmente, os estudantes
aprendem de forma mais eficaz quando têm a oportunidade de
interagir com outros estudantes. A interação entre eles acarreta na
resolução de problemas em grupo.
Esclarecimento do que foi aprendido - Os exames e
apresentações de trabalhos permitem que o professor e o aprendiz
façam uma avaliação do que está sendo aprendido. Entretanto,
métodos menos formais de avaliação ajudarão, também, os
estudantes e o professor na verificação da aprendizagem.
Redefinir o que é conhecimento legítimo - Alguns
teóricos indicam que os aprendizes adultos sentem dificuldade em
aceitar suas próprias experiências e que suas reflexões são
conhecimento legítimo. Sugerem que o aluno deve ser incentivado a
falar na primeira pessoa, para que se sinta o verdadeiro autor de
seus valores e experiências.
Lidar com o conteúdo - Para que a aprendizagem a
distância seja eficaz, devem ser utilizados exemplos que sejam
relevantes para os alunos a distância, sendo que os mesmos devem

5
ser incentivados a darem seus próprios exemplos.
Termos que emergem do princípio de “auto” (si mesmo),
referem-se à construção da identidade do ser como sujeitos de sua
aprendizagem, e dentre eles citamos: autogestão, autodidatismo,
autonomia.
O aluno então deve se reconhecer como agente ativo do
processo de aprendizagem. A autonomia, como Preti (2005, p. 114)
define, “faz parte do vir-a-ser do homem, de sua constituição na
história, num processo não individualista e isolado, mas de trocas e
interações com os outros”.
Mesmo de forma “solitária” ele deve desenvolver
competências e se apropriar de conhecimentos obtidos através do
seu estudo por diversos meios e técnicas, sem que para isso precise
da presença constante do professor, pois estará nesse processo
apoiado pela mediação do tutor com o uso do material didático, e
também pela sua participação individual e em grupo nas atividades
desenvolvidas.
Comumente, a imagem que temos de um aluno é daquele que
realiza uma aprendizagem passiva, digerindo ou apenas “engolindo”
tudo o que o professor, geralmente, expõe.
Na EAD, o papel do aluno muda bastante. De uma atitude
mais passiva o aluno passa a ser o principal sujeito de sua própria
aprendizagem.
Isso exige, por parte do aluno, uma maior iniciativa,
autonomia e disciplina, pois ele fará seu próprio horário de estudo,
estabelecerá as condições em que irá estudar e, dentro de limites
amplos, o ritmo desse estudo, adaptando-o a seu perfil e
conveniência.
Por outro lado, é exatamente esse aprendizado da gestão do
tempo, espaço e calendário que propicia ao aluno um melhor
aproveitamento em seus estudos e, principalmente, sedimenta uma
compreensão que hoje é considerada de fundamental importância
para o sucesso de uma pessoa: a de “aprender a aprender e de
aprender em colaboração”.
Esta é uma realidade que está se modificando gradualmente,
tanto na educação presencial quanto na EAD, especialmente porque
nesta o aluno é levado a ser mais reflexivo, mais pesquisados e
consciente da importância da educação e da formação contínua
para seu desenvolvimento pessoal e profissional, afinal é ele quem é
o gestor do seu processo de aprendizagem.

6
O que se espera de um aluno da EAD, portanto, é que ele
possa, a partir de experiências de uso das TICs, demonstrar sinais
visíveis de mudança de comportamentos, como:

 rejeição de métodos escolares de transmissão do


saber na educação de adultos;
 exigência de retorno imediato de informação, o
que explica a receptividade a mídias interativas;
 desejo de encontrar outros estudantes o que
permite comparar dificuldades e discutir sobre a
qualidade do curso, podendo acontecer de forma
presencial ou virtual;
 necessidade de encontrar pessoalmente os tutores;
 aspiração a encontrar cursos concebidos a partir de
suas necessidades específicas;
 ansiedade em relação à avaliação e auto-avaliação.
(PERRIAULT, 1996 apud BELLONI, 2001, p. 47).

Por fim, cabe ao aluno “a disposição, a motivação e o


interesse em exercitar essas práticas, buscando na instituição e nos
seus educadores o apoio necessário para que sua (auto)formação e
sua aprendizagem autônoma de efetivem” (PRETI, 2005, p. 132).
Nesse cenário, o professor ou docente deve assumir-se como
recurso do aluno, ou seja, é mais um apoio para que ele se torne um
aprendente autônomo e ativo no espaço educacional.

2. PROFESSOR
Alves e Nova (2003, p. 15) dizem que “Pensar em novos
modelos de educação implica em pensar também sobre os papeis
dos principais sujeitos do processo de aprender e ensinar: alunos e
professores”.
Para que a EAD possa potencializar os conhecimentos, é
imprescindível a presença de profissionais de educação para atuar
nesse sistema: professores-especialistas e os professores tutores - os
docentes.
Como destacam os Referenciais de Qualidade para a EAD:
É enganoso considerar que programas a distância
minimizam o trabalho e a mediação do professor. Muito
pelo contrário, nos cursos superiores a distância, os
professores veem suas funções se expandirem, o que
requer que sejam altamente qualificados (MEEC/SEED,
2007, p. 19)

7
A EAD redefine substancialmente o papel do professor que
agora assume posição diferenciada daquela conhecida
historicamente.
Nesse atual contexto, o da Educação a Distância, os papéis de
professor e aluno são diferentes em relação ao ensino tradicional: o
professor, agora, é o facilitador, e o aluno, o aprendiz (estudante).
A Educação a Distância tem imposto novos desafios ao
contexto educacional. Em boa parte, muitos dos tutores ou docentes
que estão à frente desse cenário, não tiveram na sua formação
experiências nessa modalidade, e se veem trabalhando nesse ambiente
configurando-se, assim, um campo de novas descobertas.
O docente na EAD tem a função de fazer a ligação entre a
instituição e o aluno, acompanhando o processo para enriquecê-lo
com seus conhecimentos e experiência. Ele tem múltiplas funções.
Keegan (apud BELLONI, 2001) diz que na EAD quem ensina é
uma instituição, portanto, nessa situação, o professor tradicional
perde sua função primordial que desempenha em sala de aula: ser o
detentor dos conteúdos e ser o responsável por repassá-los aos
alunos.
Mas é importante destacar que o papel do professor na
Educação a Distância é tão importante quanto no presencial, mesmo
de forma diferenciada de atuação cada um tem sua devida
importância no processo de ensino-aprendizagem.
O que muda nesse processo é que o professor passa a
desempenhar diversas atividades, eles passam a interagir com o
aluno em diferentes níveis de influência, com o único objetivo de
facilitar a aprendizagem.
Moran (2007) entende que o papel o professor hoje, o papel
principal, é ajudar o aluno a interpretar os dados e imagens
recebidas e relacioná-las e contextualizá-las, pois a aquisição
dependerá cada vez menos do professor: as tecnologias se
encarregam disso. Seu papel é, sobretudo “mobilizar o desejo de
aprender, para que o aluno se sinta sempre com vontade de
conhecer mais” (p. 33).
Ao dizer que “Ensinar não é transferir conhecimento, mas
criar as possibilidades para a sua produção e construção [...] e
quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao
aprender”, Paulo Freire (2003, p. 22-23) já resumia a função do
professor na EAD, e a postura que tem que ter diante desse processo
complexo e multifacetado, que inclui muitas pessoas e muitos

8
meios, com metodologias e ações diversificadas.
Carvalho (2007) e Belloni (2001) apresentam múltiplos papéis
que o professor pode desempenhar na Educação a Distância. Muitos
professores que ministram aulas na EAD têm sua formação e atuação
pedagógica no presencial e realizam a transferência de ações
pedagógicas, de uma modalidade para outra, sem aplicar todo o
potencial de conhecimentos e experiências positivas que a
modalidade já detém. É importante destacar que “o papel do
professor na educação a distância é tão importante quanto no
presencial, apesar de sua forma de atuar ser diferenciada”
(CARVALHO, 2007, p. 4).
Dentre as funções do professor na EAD podemos citar:
tecnólogo educacional, autor ou conteudista, especialista em EAD,
produtor e administrador de curso, monitor, professor-gestor em
EAD dentre outros. É importante ressaltar que outros atores
também fazem parte desse processo, podendo ser ou não
professores, mas que desempenham suas funções em sintonia com
os professores de formação. Nesse caso, ao se planejar um curso os
papéis devem ser claramente definidos e distribuídos considerando
o perfil de cada professor.
Destacamos aqui, basicamente, a função de dois elementos
essenciais na função de docência de cursos em EAD.

O professor-especialista

É responsável por seu curso ou disciplina, e está à disposição,


principalmente, do tutor. Prepara o plano de estudo, seleciona
conteúdos e elabora textos de base e complementares para o estudo
do aluno e para orientar o trabalho do tutor.
É um professor formador, que tem como foco buscar formas
de superar as dificuldades dos alunos com o conteúdo específico:
[...] buscando alternativas para facilitar o processo de
aprendizagem, pensando em momentos presenciais e no
formato adequado do conteúdo para ser usado
virtualmente. O papel deste professor é estabelecer
uma ponte entre a aprendizagem realizada
presencialmente a partir do contato com o tutor e a
aprendizagem realizada através das diferentes mídias
propostas (CARVALHO, 2007, p. 3-4).
O docente da EAD terá uma necessidade mais acentuada de
atualizações constantes, tanto em sua disciplina específica, quanto

9
em relação às metodologias de ensino e novas tecnologias (BELLONI,
2001).
Neste sistema, o professor-especialista (quem ministra a
disciplina) tem um papel fundamental, pois dentre suas atribuições
encontram-se:
a) Atuar em atividades típicas de ensino, podendo participar
em projetos de pesquisa e de desenvolvimento de
metodologias de ensino na área e na modalidade;
b) Docência especializada por disciplina e ou área;
c) Gravar previamente videoaulas, observando o
planejamento da disciplina;
d) Acompanhar/orientar a montagem do Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA) para monitoramento, motivação dos
alunos e esclarecimentos de dúvidas quanto ao conteúdo
ministrado, quando necessário;
e) Organizar e participar, em conjunto com os tutores, da
produção e processo de avaliação das disciplinas;
f) Produzir relatórios sistemáticos sobre as atividades
desenvolvidas, conforme designação da Coordenação
Pedagógica;
g) Desempenhar outras atividades compatíveis com a função
de professor-especialista ou requeridas pelos
Coordenadores do Curso;
h) Cumprir os prazos e atividades previstas no Calendário por
ocasião da vigência de sua disciplina.
i) Ter disponibilidade para viajar aos polos, em momentos
presenciais das disciplinas, de acordo com o Calendário do
Curso.

O tutor

A palavra tutor, historicamente, traz implícita a figura


jurídica outorgada pela lei, isto é, tutela e defesa de uma pessoa
menor ou necessitada em sua primeira concepção. Ampliada no
sistema de EAD, a figura do tutor passou a ser basicamente a de um
orientador pedagógico de aprendizagem do aluno, que
frequentemente necessita do docente para indicar o que mais lhe
convém em cada circunstância.
O tutor tem a função, portanto, de acompanhar e apoiar os
estudantes em sua caminhada. É o agente motivador, mediador,
orientador, que apoia o estudante. O tutor é o elemento central no

10
processo ensino-aprendizagem de cursos a distância: é ele quem faz
a interrelação entre a instituição e o aluno.
O tutor orienta e facilita a utilização dos materiais educativos
e dos recursos tecnológicos disponíveis, adequando os conteúdos
curriculares do curso às principais características e necessidades de
cada aluno. Ele interage com o estudante para ajudá-lo a aprimorar
suas capacidades intelectuais e seus hábitos pessoais de estudo,
autodisciplina e perseverança, principalmente auxiliando na sua
autoavaliação. O tutor é definido desta maneira por Preti (1996, p.
42):
Tendo um conhecimento de base do conteúdo, é um
facilitador que ajuda o estudante a compreender os
objetivos do curso, um observador que reflete e um
conselheiro sobre os métodos de trabalho, um psicólogo
que é capaz de compreender as questões e as
dificuldades do aprendiz e de ajudá-lo a responder de
maneira adequada e, finalmente, um especialista em
avaliação formativa.
O tutor não somente facilita a compreensão pelo cursista do
material didático, tornando mais acessível o processo de ensino-
aprendizagem, como também, ao promover a comunicação e o
diálogo, ajuda a superar as limitações da ausência do professor,
como é o caso do tutor presencial. Auxilia também, com sua
presença, o aluno, no município onde vive, minimizando os efeitos
do isolamento do cursista. Portanto, sua presença no sistema
ensinante introduz o elemento humano num processo mediado pelos
meios tecnológicos (PRETI, 1996).
Segundo Aretio (1999, p. 303-307) há três tipos de funções
assumidas pelo tutor:
a) A função acadêmica, ligada ao aspecto cognitivo,
relacionada à transmissão do conteúdo, à transposição
didática, ao esclarecimento das dúvidas dos alunos, apoio e
pesquisa.
b) A função institucional, relacionada aos procedimentos
administrativos e à própria formação acadêmica do tutor.
c) A função orientadora, centrada em aspectos afetivos e
motivacionais do aluno.
Para Mattar (2012), e considerando-se o cenário da UAB, o
tutor desempenha diferentes papeis simultaneamente:
administrativo e organizacional; social; pedagógico e intelectual, e
tecnológico.

11
Atualmente, o sistema de EAD trabalha com duas categorias
de tutores: o tutor a distância e o tutor presencial.
Os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a
Distância fazem distinção entre as tutorias:
A tutoria a distância atua a partir da instituição,
mediando o processo pedagógico junto a estudantes
geograficamente distantes, e referenciados aos polos
descentralizados de apoio presencial (MEEC/SEED, 2007,
p. 21).

Portanto, sua principal atribuição consiste em:

[...] esclarecimento de dúvidas através fóruns de


discussão pela Internet, pelo telefone, participação em
videoconferências, entre outros, de acordo com o
projeto pedagógico [...] selecionar material de apoio e
sustentação teórica aos conteúdos e, frequentemente,
faz parte de suas atribuições participar dos processos
avaliativos de ensino-aprendizagem, junto com os
docentes (MEEC/SEED, 2007, p. 21).

Quanto à tutoria presencial, os Referenciais orientam que


deve atender os estudantes nos polos em horários pré-
estabelecidos, quando o tutor cria uma agenda de atendimento
presencial.
O tutor presencial deve:
[...] conhecer o projeto pedagógico do curso, o material
didático e o conteúdo específico dos conteúdos sob sua
responsabilidade, a fim de auxiliar os estudantes no
desenvolvimento de suas atividades individuais e em
grupo, fomentando o hábito da pesquisa, esclarecendo
dúvidas em relação a conteúdos específicos, bem como
ao uso das tecnologias disponíveis (MEEC/SEED, 2007, p.
21-22).
Como sua função já define, deve participar também de
momentos presenciais obrigatórios: as avaliações presenciais, aulas
práticas em laboratórios, estágios supervisionados, e outras
atividades do Curso.
Cabe ressaltar que o domínio do conteúdo é imprescindível,
tanto para o tutor presencial quanto para o tutor a distância, sendo
umas das condições essenciais para o exercício das funções. Para
tanto, um dos critérios de exigência para a absorção do tutor no
sistema EAD é que ele seja formado na área de atuação do curso.

12
Os tutores presenciais atuam em cada polo com as seguintes
atribuições:
• Servir como elo de comunicação entre, de um lado, os
estudantes, e de outro, professores formadores e a
coordenação do curso;
• Incentivar e motivar o trabalho colaborativo e
cooperativo, formando grupos de estudo entre os
estudantes;
• Coordenar as atividades acadêmicas desenvolvidas no
polo, atuando no esclarecimento de dúvidas;
• Acompanhar a frequência dos estudantes no polo e coletar
informações sobre o processo de aprendizagem;
• Acessar diariamente o ambiente de ensino-aprendizagem
adotado pelo curso.
É no centro da relação tutor-aluno que grande parte da
aprendizagem ocorre. Assim acreditamos, tal como os tutores, que
o fato de terem uma concepção fundamentada de Educação, já é
um passo bastante significativo para o sucesso na aprendizagem a
distância. Portanto, é na tensão entre as dificuldades e as
competências dos tutores que acontece o surgimento de um novo
fazer pedagógico.
Em contextos virtuais o papel do aluno e do professor é
ressignificado, pois o foco não está na transmissão de informações,
e sim na construção de conhecimentos propiciada por meio do
diálogo, da interação e da troca de experiências, resultando na
criação de ambientes colaborativos de aprendizagem.
Abaixo, apresentamos o quadro comparativo desenvolvido por
Aretio a partir de observações das atuações dos docentes, na
educação tradicional e a distância. É um quadro polêmico, pois põe
em questão algo que há muito vivenciamos: a forma de atuação do
professor no presencial. Quero que você fique atento e observe
bem. Quem sabe, no decorrer deste Curso você possa perceber, de
fato, algumas dessas observações são condizentes ou não com as
feitas por este teórico.

PROFESSOR TUTOR
(Educação Presencial) (Educação a Distância)
Pode desenvolver seu trabalho no Necessita, para executar seu trabalho, de um
conhecimento bastante generalizado a bom conhecimento dos alunos (idade, ocupação,
respeito de seus alunos e suprir, com sua nível socioeconômico, hábitos de estudo,

13
observação direta, o que ignora deles. expectativas, motivações para estudar, etc.)
É o centro (ou, pelo menos, costuma sê- Gira em torno do aluno, que é o centro do
lo) do processo ensino-aprendizagem. processo ensino-aprendizagem.
Expõe durante a maior parte do tempo Atende às consultas do aluno, levando-o a falar
ou todo o tempo. (ou atuar / interagir) a maior parte do tempo.
É a fonte principal de informação.
Materiais impressos e audiovisuais são as fontes
Impressos, meios audiovisuais e
principais de informação.
laboratórios são um apoio para seu
O tutor guia, orienta e facilita sua utilização.
trabalho.
Encontra-se, só algumas vezes, com o aluno no
O processo ensino-aprendizagem requer
mesmo tempo e lugar.
sua presença física na aula, no mesmo
O aluno pode prescindir de sua presença para
tempo e lugar com o aluno.
aprender.
Desempenha funções pouco dispersas, Realiza múltiplas funções: docente,
claramente estipuladas. administradora, orientadora, facilitadora.
Requer um bom conhecimento da instituição para
Basta-lhe um conhecimento superficial
poder conhecer o aluno e atender a suas dúvidas
da instituição a que presta seus serviços.
e solicitações.
Está em processo de desenvolver um novo estilo
Tem um estilo de ensino estabelecido.
de docente.
Desenvolve, na sala de aula, a maior Atende ao aluno, quando este o solicita, e o
parte do processo ensino-aprendizagem. ajuda quando necessita.
Determina o ritmo do avanço de cada Segue o ritmo que o aluno impõe, dentro de
classe e do curso em geral. certos parâmetros acadêmicos.
Estabelece contato visual de forma esporádica,
Mantém contatos face a face com o
mas pode desenvolvê-lo dentro de certos
aluno, uma ou mais vezes por semana.
parâmetros acadêmicos.
Orienta o aluno por meio de um curso definido e
Tem liberdade para fazer digressões ou
desenhado por outros, com o fim de ajudar o
introduzir temas novos, pois fixa ou
alcance de objetivos sobre os quais não exerce
modifica os objetivos da aprendizagem.
controle.
Assume que os alunos sabem estudar e Assume que os alunos necessitam aprender a
não desenvolve atividades dirigidas a estudar por si mesmos, sozinhos, e os ajuda
ensiná-los a estudar. nisto.
Pode avaliar de acordo com sua
Avalia (se lhe compete fazê-lo) de acordo com
percepção de como anda o grupo de
parâmetros e procedimentos estabelecidos.
alunos.
Elabora, controla e corrige os testes e as Administra os testes e as provas elaborados por
provas. outros ou por ele mesmo.
Procura, em muitos casos, resolver as Orienta, em muitas ocasiões, sobre como
dificuldades dos alunos. solucionar os problemas.
Encontra-se com alunos que, em geral,
Encontra-se com alunos que assistem
devem ir a aulas e dos quais deve
voluntariamente às tutoriais presenciais.
registrar a presença.
Entra em contato com um aluno que
Atende a um aluno que se supõe tenha estudado
assiste a aulas, para ver o que é
e que leva consultas para obter o maior proveito
importante, fazer anotações estudá-las
da interação.
logo.

14
Vai à sala de aula para exercer atividade
Atende a consultas e orienta o aluno, para que
docente, mais ou menos dinâmica, que
tire o melhor proveito dos materiais de estudo.
motive e ensine.
Considera-se bom, se conseguir superar,
É bom, se consegue ensinar a seus alunos a
com as atividades de ensino, as
superar suas próprias dificuldades.
dificuldades dos alunos.
Atende também em horas diferentes da jornada
Atende em horas normais de trabalho e
habitual, em lugares distintos (escritório, casa) e
quase exclusivamente durante a aula.
por diversos meios.
Quadro 1: Atuação do docente na Educação
Fonte: LANDIM, 1997.

Não há dúvida que o professor que assumir essa função deve,


incondicionalmente, preparar-se para novos desafios, diante da
diversidade de papéis que ele assume. É ele quem tem a relação
direta com os alunos, auxiliando-o no manuseio e na aproximação
dos conteúdos, e mais, administra situações de conflito, situações
de euforia, desânimos, rotinas.
Niskier (1999) recomenda algumas condições essenciais para a
definição do perfil ideal do tutor, dentre elas:
conhecimento e identificação com a filosofia da educação
a distância;
grau acadêmico superior ou, excepcionalmente,
equivalente ao do curso onde vai exerce a tutoria;
disponibilidade para participar de cursos de capacitação
sobre educação a distância;
facilidade de expressão oral;
disponibilidade de tempo para cumprir as tarefas
pertinentes ao seu trabalho;
humildade profissional;
capacidade de solidariedade para com aqueles que
desejam superar as suas limitações educacionais;
capacidade de adaptação, dentre outras.
Há uma vasta discussão em relação ao papel do tutor na
Educação a Distância, inclusive com referência a essa denominação.
Algumas discussões inferem que o termo “tutor” pressupõe o ato de
guiar, proteger. Portanto, não condizentes com a tarefa do docente
na EAD. Outras instituições já utilizam termos como: orientador da
aprendizagem, orientador acadêmico, facilitador, mediador etc.
Em suma, o tutor respeitando a autonomia de aprendizagem
de cada aluno, estará gradualmente orientando, dirigindo e

15
supervisionando o processo de ensino-aprendizagem (PRETI, 1996).

3. COMUNICAÇÃO
A educação sempre se utilizou de meios de comunicação como
complemento ou apoio na atuação do professor em sua interação
direta com os estudantes. É um processo complexo que requer
cuidados, pelo fato de propiciar mediação entre o conhecimento e o
estudante.
A comunicação é um processo que ocorre não somente na
forma do encontro físico, mas, sobretudo, em função das longas
distâncias, através dos meios tecnológicos. Assim, esse encontro
implica numa suspensão da distância, seja ela espacial ou temporal,
mas não uma supressão da distância. O que significa dizer que quem
é responsável por essa supressão é a tecnologia, capaz de construir
interações em diferentes situações.
Lembrando que suspensão significa fazer parar, interromper
temporariamente, e supressão significa eliminar, cortar. Assim
sendo, as tecnologias eliminam a distância.
Por isso, a comunicação deve ser bidirecional, com diferentes
vias de acesso, ida e volta. A atividade educativa, como processo de
comunicação, deve ter o feedback entre
Feedback
docente e aluno. O diálogo consubstancia, assim,
A comunicação e interação entre o a otimização do ato educativo. A
aluno é feita através do feedback, bidirecionalidade é uma forma de comunicação
que é considerado como um elemento que é concebida tendo em vista o emissor e o
importante para orientar, motivar,
receptor, e acontece quando todo emissor é
reforçar comportamentos e evitar
potencialmente um receptor, e vice-versa.
que o aluno limite seus estudos
deixando-os pouco efetivos. Como Lévy (1999) esclarece que:
Através do feedback, espera-se que
Comunicar não é de modo algum
o aluno possa orientar-se para transmitir uma mensagem ou receber uma
melhor atingir os objetivos da sua mensagem. Isso é a condição física da
aprendizagem. Leia mais em: comunicação, mas não é comunicação. É
https://goo.gl/yT1pHb certo que para comunicar, é preciso
enviar mensagens, mas enviar mensagens
não é comunicar. Comunicar é partilhar
sentido (p. 14).
O aluno pode responder às questões que lhe são propostas nos
materiais instrucionais, assim como pode propor um diálogo com o
seu tutor, enriquecendo sua atividade de aprendizagem.

16
Atualmente, para atender às exigências de qualidade do
processo pedagógico, devem ser oferecidas as modernas condições
de telecomunicação e telemática (comunhão da telecomunicação
com a informática). Esses canais de comunicação devem ser
constantemente utilizados, com intenção de gerar um sistema pelo
qual os alunos, tutores, professores e a instituição possam se
comunicar entre si, possibilitando um sistema eficaz de distribuição
e manutenção dos níveis informáticos e comunicativos.
A EAD utiliza e deve se utilizar das TICs para viabilizar a
comunicação entre todos os atores do processo de ensino e
aprendizagem. A interação e a interatividade se tornam imperativos
nesse momento, determinando atitudes de reflexão-ação da prática
educativa.
Essa modalidade evoluiu e passou a ter uma nova “face”, à
medida que se aperfeiçoaram as tecnologias, aumentando
sobremaneira as possibilidades de aplicação de mediadores da
aprendizagem, do material impresso aos ambientes virtuais de
aprendizagem, dos Correios à WEB 3.0.
A WEB 3.0 surgiu no cenário da Big Data1, e permite lidar,
organizar e criar sentido a partir de um grande volume de
conteúdos disponibilizados pela Internet: o diferencial da 3.0 é que
ela está baseada na cooperação.
Além da interação professor-aluno, que pode ser possível
utilizando os meios telemáticos, os cursos a distância, de alguma
forma, devem prever momentos presenciais como forma de
minimizar “distâncias afetivas” e como motivador da aprendizagem:
por força da lei, os encontros presenciais são obrigatórios.
Para que a comunicação seja efetivada, a EAD faz uso de do
material didático (que é o elo de diálogo ente o professor e alunos)
e as mais diferentes tecnologias de comunicação (responsável por
viabilizar o acesso ao material didático e desenvolvimento do curso
em si).
Vale destacar que a EAD é uma alternativa pedagógica de
grande alcance e que deve incorporar e utilizar simultaneamente
diversos meios. O fundamental não é, contudo, usar um ou outro
recurso didático, mas sim combinar diversos recursos que viabilize o
diálogo entre todos os componentes envolvidos no processo
educativo no Curso, e assim realizar a comunicação.
No final do século 20, um grupo de pesquisadores da área
1
Sobre Big Data leia mais em https://www.sas.com/pt_br/insights/big-data/what-is-big-data.html

17
tecnológica desenvolveu uma rede de comunicação quase
instantânea entre pessoas do mundo todo, o que injetou mais
combustível na Educação a Distância. Foram os recursos de
interação, hipertextualidade e o uso de diversos
tipos de mídias (vídeo, texto, som e imagem)
presentes nesta rede, que depois viria a se chamar
internet, os fatores que possibilitaram o surgimento
do e-learning.
Nesse contexto surgem termos como
cibercultura e interatividade, que são
respectivamente espaço e ação gerados pelo
processo comunicativo viabilizado por meio das
tecnologias.
A cibercultura é a cultura do ciberespaço, que
Santos (2003) define como um complexo conjunto de
relações estruturadas na e pela infraestrutura das tecnologias
digitais e organizadas em rede pela interconexão mundial de
computadores: a Internet. Neste espaço, a comunicação ocorre
simultaneamente por meio de uma diversidade de suportes ou
veículos de comunicação próprios: a multimídia.
O termo interação dá origem ao termo
INTERATIVIDADE interatividade, sendo que este tem uma relação bem
estreita com o uso das tecnologias, mas não é
O termo é recente na
história. Surge nas décadas
meramente um produto da tecnicidade informática e
de 60 e 70 com as artes, os também não é uma prerrogativa do computador, da
críticos das mídias de massa Internet ou da cibercultura: mas é potencializada por
e as novas TICs, passando a esses meios (SILVA, 2003).
ser utilizada largamente
pela informática (MATTAR, É, portanto, uma expressão comunicacional
2012). presente quando os espectadores deixam de ser
meros espectadores para se tornarem co-autores do
próprio ato de comunicar, de criar a mensagem, pois tem a
possibilidade de modificar sua forma, seu conteúdo e o processo de
sua produção. Configura-se como um processo de comunicação
pessoa-pessoa, pessoa-tecnologias da informação e da comunicação
e pessoa-pessoa conectadas por estas tecnologias.
É importante frisar que o termo “interativo” hoje é bastante
banalizado, qualificando qualquer coisa (computador e derivados,
brinquedos eletrônicos, eletrodomésticos, sistema bancário on-line,
shows, teatro, programas de rádio e televisão etc), pois estariam
vinculando a interatividade a um simples nível de participação, de
troca de ações ou então controle dos acontecimentos (SILVA, 2003).

18
Mas é mais que isso, a interatividade pressupõe ações para
além do ciberespaço e das tecnologias emergentes, pretende,
sobretudo mudanças atitudinais no sentido de preparar o estudante
para uma participação mais ativa, fazendo com que ele
simplesmente deixe de assistir para se dispor ou predispor para mais
interação, para uma hiper-interação, para bidirecionalidade - fusão
emissão-recepção, para participação e intervenção (SILVA, 1998).
Quanto às tecnologias modernas de comunicação utilizadas na
Educação a Distância, como forma de viabilizar o conteúdo e
promover a aprendizagem, será tratado na Unidade III.

4. RECURSO DIDÁTICO
Na formulação dos materiais ou
recursos didáticos2, os objetivos de
aprendizagem devem estar claramente
definidos, de modo a facilitar a
construção de conteúdos disciplinares
organizados em blocos temáticos quer
sejam módulos, aulas ou unidades de
ensino, conforme o planejamento
adotado.
Independentemente da
denominação ou classificação adotada, a
contextualização, a significação de
conceitos, conhecimentos, atitudes,
habilidades e valores devem permitir que
Fonte: https://pt.slideshare.net/dparanhos/apresentao-da- a avaliação da aprendizagem esteja
marcia-jala associada diretamente aos objetivos que
fundamentaram a produção dos recursos
utilizados.
Se, por um lado, os conteúdos apresentados devem pressupor a
sua contextualização e as estratégias de ensino adotadas, por outro,
os conteúdos avaliados devem estar associados aos objetivos de
aprendizagem, definidos de forma clara e precisa no início de cada
etapa, unidade ou módulo.

2
Utilizamos esse termo por considerar que os recursos didáticos têm uma finalidade mais
abrangente ao incluir dentre esses recursos as TICs, pois material didático fica mais restrito aos
produtos escritos/impressos.

19
Deve-se buscar a integração dos recursos didáticos (impressos,
audiovisuais e material para ambientes virtuais de ensino e
aprendizagem), no intuito de que eles se complementem: os
recursos devem aproveitar as potencialidades das diversas mídias.
Além disso, é necessário que seja desenvolvida uma identidade
visual que possibilite a percepção de que essas mídias pertencem a
um determinado curso.
Cada recurso tem sua especificidade e pode contribuir para se
atingir determinados níveis de aprendizagem com maior ou menor
grau de facilidade. Portanto, cada uma tem vantagens e limitações.
O professor, pois, precisa ter claro quais são as possibilidades
apresentadas pelas diversas mídias para, juntamente com equipes
técnicas e gestores envolvidos no planejamento e implementação de
cursos em EAD, definir por quais desses meios prefere veicular
determinado conteúdo.
Na modalidade a distância, os materiais didáticos impressos
(livros-textos) são um dos principais meios de socialização do
conhecimento e de orientação do processo de aprendizagem,
articulados com outras mídias: vídeo, videoconferência, telefone,
fax e ambiente virtual.
Do ponto de vista do aluno, estudar utilizando material
impresso é vantajoso por lhe ser familiar, ser de fácil utilização e
de fácil transporte, por permitir que se façam anotações, e ainda
porque pode ser lido em diversos lugares, a qualquer tempo,
respeitando o ritmo da sua aprendizagem.
Ao proceder à releitura, acelerar, retardar ou retroceder à
informação, o aluno percorre o material didático de diferentes
modos, vivenciando uma experiência não-linear de aprendizagem.
No entanto, a limitação do tipo de resposta e
interação possíveis de serem proporcionadas por meio
dos materiais impressos é uma preocupação dos
educadores a distância. Ainda, a eficácia da
aprendizagem por meio de materiais impressos
depende da capacidade leitora dos alunos. Realidades
sociais e culturais em que se observe
comprometimento da proficiência leitora do público-
alvo devem ser consideradas com atenção quando da
elaboração de projetos instrucionais envolvendo
materiais didáticos impressos.
Atualmente, com o avanço e acesso do uso de

20
recursos tecnológicos que possibilitam a leitura digital, boa parte
desse material é disponibilizado via PDF ou então em forma de e-
book, para leitura online ou off-line.
Já o recurso didático audiovisual (vídeo, videoaulas,
vídeoconferência, teleconferência, entre outros) é fundamental
para auxiliar o processo ensino aprendizagem. Ele possibilita
explorar imagem e som, estimulando o aluno a vivenciar relações,
processos, conceitos e princípios.
Esse recurso pode ser utilizado para ilustrar os conteúdos
trabalhados, permitindo ao aluno visualizar situações, experiências
e representações de realidades não-observáveis. Ele auxilia no
estabelecimento de relações com a cultura e a realidade do aluno e
é um excelente recurso para fazer a síntese de conteúdos.
Deve-se privilegiar a sua articulação com as outras tecnologias
utilizadas no curso, buscando a complementariedade dos conteúdos
nas diversas mídias e oferecendo, ao mesmo tempo, oportunidade
de uso das tecnologias no próprio processo de ensino aprendizagem.
Na concepção e produção de materiais audiovisuais, o aluno
deve ser considerado um sujeito ativo, por isso, esses materiais
devem privilegiar provocações, questionamentos e novos olhares.
A exemplo do livro-texto impresso, o audiovisual permite a
flexibilidade e autonomia no horário de estudo, respeita o ritmo de
aprendizagem individual, apresenta possibilidade de consulta,
estudo e revisão.
A utilização do computador como ferramenta de ensino
permite a criação de materiais didáticos que congregam várias
mídias e a ampliação de conhecimento de forma interativa,
complementar e hipertextual.
A interligação de computadores em rede possibilita a
formação de um ambiente virtual de ensino e aprendizagem,
permitindo a integração dos conteúdos disponíveis em outras
mídias, além de permitir a interatividade, a formação de grupos de
estudo, a produção colaborativa e a comunicação entre professor e
alunos e desses entre si. Essas condições e recursos permitem a
produção de material didático capaz de maximizar a autonomia do
aluno no processo de aprendizagem.

21
5. APOIO ORGANIZACIONAL

Na educação, o planejamento é um processo que se forma nas


relações sociais e, simultaneamente, as transforma: é a base para a
ação efetiva que resulta da capacidade de prever e preparar
mudanças que afetem os objetivos educacionais.
Como todo planejamento visa orientar e organizar o trabalho
de pessoas envolvidas na execução de um determinado objetivo, ele
envolve a “pré-visão” de critério de ação, cronogramas, acesso e
recursos indispensáveis para se atingir os objetivos propostos,
determinação das responsabilidades de cada um e do tempo
adequado para a realização das ações necessárias (ROESLER, 2006).
O Apoio Organizacional é composto de uma estrutura
responsável por dar o suporte necessário à realização do Curso. É
nela que se concentra todo o processo de concepção, produção e
distribuição do material didático, direção da comunicação,
condução do processo de aprendizagem e de avaliação, centros ou
unidades de apoio (PRETI, 1996). Portanto, requer planejamento
prévio para sua estruturação.
A etapa de planejamento na EAD é considerada a mais
importante no processo de instituição de um curso, uma vez que um
dos sustentáculos para o sucesso de qualquer iniciativa nessa
modalidade reside na sua estruturação. Para isso, o primeiro passo
para a construção do modelo estrutural organizacional de um centro
de EAD está na definição das necessidades, dos agentes humanos e
na seleção dos recursos que serão envolvidos (ROESLER, 2006).
O sistema organizacional da EAD, às vezes, é mais complexa
do que o sistema presencial, pois envolve diversos atores e recursos,
todos integrados. Nesse caso, todos os componentes devem estar
presentes e, dependendo da estrutura do curso, outros podem ser
acrescidos.
Preti (1996) elencou os seguintes elementos como
constituidores de um Centro ou Núcleo de Educação a Distância:
Coordenação Geral, Administrativa, Pedagógica, Secretaria,
Professores Especialistas, Tutores. Essa é a estrutura mais adotada
pelas instituições.
Apesar de ser um sistema complexo com muitas dificuldades
durante sua implementação, é imprescindível que a instituição
ofereça ao aluno as condições para que ele efetive sua formação
com qualidade.

22
Uma estrutura/apoio organizacional deve ser criada no sentido
de desenhar e implementar o acesso à aprendizagem no ambiente,
dando suporte à colaboração entre os participantes, sejam os
educadores (professores e / ou tutores), estabelecendo parcerias na
construção de conhecimentos.
Esta estrutura está diretamente relacionada com as políticas
da Instituição e com seus objetivos a curto, médio e longo prazo.
Em se tratando de Instituição Acadêmica, é importante que os
objetivos da EAD estejam de acordo com os objetivos das áreas de
graduação, pós-graduação e extensão.
Em linhas gerais, Fiorentini (1996) indica quatro dimensões, na
perspectiva logística, pedagógica e organizacional, necessárias à
estruturação de um curso ou centro de Educação a Distância:
 concepção/planificação (intenções/proposta
curricular/detalhamento de disciplinas e ou unidades de
ensino-aprendizagem);
 produção intelectual/ física/ embalagem/armazenamento);
 oferta/difusão (divulgação/ seleção/ matrícula/distribuição
uso curricular);
 avaliação (aprendizagem/ programas/ instituição).
Tendo como base o comparativo entre o sistema presencial
com o sistema da modalidade a distância, realizada por Garcia
Aretio, apresentamos um resumo organizado por Polak (2002) das
funções e características dos principais componentes da EAD,
podendo-se ter nesse caso uma visão das diferenças e vantagens
dessa modalidade, fazendo-se um paralelo com o ensino presencial.

PRESENCIAL A DISTÂNCIA
Faixa etária e qualificação homogênea Faixa etária e qualificação heterogênea
Mesmo lugar de aprendizagem (alunos residentes
Locais diversos de aprendizagem
na mesma cidade)
Situação controlada / Aprendizagem dependente Situação de aprendizagem livre e independente
ALUNO

Predomínio de adolescentes e não de


Predomínio de adultos e trabalhadores
trabalhadores
A educação é atividade principal - tempo A educação é atividade secundária - tempo
integral. parcial.
Maior interação social Menor interação social
Um só docente Vários tipos de docentes
DOC
ENT

O docente é fonte de orientação de todo o O docente é suporte e orientador da


E

processo aprendizagem

23
È insubstituível É substituído parcialmente
É o “senhor” do processo O aluno é o sujeito do processo
É educador e produtor de material didático ou
É basicamente um educador
tutor
Competências definidas Competência não muito clara
Desenho normal no desenvolvimento de avaliação
Sérias dificuldades para definir o desenho
curricular
Os insucessos dependem do professor ou do aluno Os insucessos dependem do sistema
Ensino face a face Ensino por multimeios
COMUNICAÇÃO /
RECURSOS

Comunicação direta Comunicação diferenciada em espaço e tempo

Laboratórios próprios Laboratórios podem ser terceirizados

Uso limitado de meios Uso ilimitado/massivo de meios

Pouca diversificação de unidades Múltiplas unidades e funções


ADMINISTRAÇÃO
ESTRUTURA /

Muitos cursos e poucos estudantes Muitos estudantes por curso

Escassos custos iniciais, porém menos elevados Altos custos iniciais, porém menos elevados em
em função da variável aluno função da variável aluno

Os problemas surgem na coordenação da


Problemas administrativos de horário
concepção, produção e difusão
Quadro 2: Comparação entre os Sistemas de Ensino Presencial e a Distância
Fonte: POLAK, 2002.
A intenção ao demonstrar esse quadro não é promover uma
comparação, mas principalmente mostrar o perfil das modalidades e
daí perceber seus diferenciais. Lembrando que cada modalidade
tem suas especificidades, e nelas devemos concentrar nossa
concepção da Educação a Distância e seu sistema de organização e
funcionamento.

24
6. COMO SER ALUNO NA EAD
Pode-se dizer que o “calcanhar de Aquiles” na Educação
a Distância é a situação de aprendizagem “individual”.
O estudar sem a presença regular de colegas e
professores desafia o cursista a superar suas limitações
pessoais e desenvolver sua capacidade de aprender
autonomamente, de aprender a aprender. (...) A
instituição coloca a disposição do cursista todo seu
sistema (recursos materiais e humanos, redes de
comunicação) para dar suporte à sua caminhada. “Por
outro lado, o cursista deve mergulhar, assumindo para
si, também, a responsabilidade de sua formação”
(PRETI, 2000).

Autonomia x autodidatismo

Como ser aluno na EAD?


Para lhe orientar sobre isso, achamos importante falar,
principalmente, sobre AUTONOMIA.
Iniciamos esse assunto com a citação de Preti, por achar que o
que está dito acima reflete toda a polêmica em torno da Autonomia
de um aluno que estuda na modalidade de EAD.
Especialmente por que o autor se refere à mitologia grega
para retratar o tema autonomia, que de fato, e com o avanço e
aumento de demanda da EAD no Brasil e no Mundo, tornou-se um
dos grandes “gargalos” dos resultados educacionais qualitativos
esperados nessa modalidade.
Este texto está diretamente relacionado com o aluno de
Educação a Distância, pois é preciso que ele perceba com mais
clareza qual o seu papel na EAD, dando destaque a um dos pilares
dessa modalidade: AUTONOMIA, pilar essencial para dar
sustentação ao processo de ensino e aprendizagem de um curso com
características e metodologias consideradas tão “incomuns”, e que
pretendem do aluno uma grande mudança atitudinal.
Autonomia vem do grego, resultado da composição do
pronome reflexivo, com posição atributiva, autós (próprio, a si
mesmo) com o substantivo nomos (lei, norma, regra). Significa,
etimologicamente, a capacidade que o sujeito tem de “tomar para
si” sua própria formação, seus objetivos e fins.

25
Vygotsky (1988) diz que aprendizagem se produz pelo
constante diálogo entre o exterior e interior do indivíduo,
resultando em uma mudança que se produz no interior do indivíduo
e o ensino ajuda nessa produção à medida que se é capaz de
facilitar e de indicar ao indivíduo como encontrar mediadores úteis.
Com isso, esses autores fundamentam e reforçam que o
princípio da autonomia perpassa não só pela soberania sobre si, seu
corpo e sua mente, mas, sobretudo pelo direito que lhe é dado para
decidir agir da melhor forma para si e para o coletivo.
Portanto, a autonomia não pode ser vista como uma qualidade
humana dada e pronta. Ela é uma conquista, cotidiana, que se
completa e se realiza à medida que o homem cresce e amadurece,
no convívio com os outros e em seu ambiente de convívio.
O artigo intitulado “O que significa a autonomia do aluno de
EAD fundamentada na flexibilidade do tempo e do espaço?3”, do
professor Luiz Augusto trata da questão da autonomia ser
fundamentada na flexibilidade de tempo e de espaço. Mas que é
preciso ter sempre em mente a qualidade de um curso, que está
vinculado às responsabilidades necessárias à sua consecução.
Os conteúdos, a carga horária, o controle das atividades e os
objetivos, portanto, não estão incluídos neste processo de
flexibilizar o ensino. A autonomia nesse caso pode ser entendida
como uma forma de lhe possibilitar a construção do conhecimento e
da cidadania, individual e coletivamente.
Preti (2000) afirma ainda que:
Embora a modalidade a distância permita uma
organização autônoma dos estudantes, não se deve
esquecer que nela selecionam-se os conteúdos, orienta-
se o prosseguimento dos estudos e propõem-se
atividades para que os estudantes resolvam os mais
complexos ou os mais interessantes problemas.

Agora, é certo que existem diversas dificuldades que o aluno


terá que enfrentar e superar, tipo:
 muito tempo afastado dos estudos e com isso a
dificuldade de adaptar-se a novas situações de
aprendizagem;
 expectativas e motivações reduzidas;

3
MORAES FILHO, L. A. Disponível em
http://www.elearningbrazil.com/home/artigos/artigos.asp?id=3428

26
 condições de trabalho e de vida desestimulantes;
 pouco tempo livre;
 descrença da validade e aplicabilidade de estudos
teóricos;
 visão muito e imediatista por resultados frente às
práticas educativas etc.
E para esse enfrentamento é necessário que o aluno se eduque
para que saiba como aprender, como se adaptar e como mudar, se
quiser continuar desfrutando prazerosamente do seu trabalho e de
sua vida (ARETIO, 1999).
Linn (1996, p. 827) também trata da situação, dizendo que:
[...] o ambiente ideal para o aprendizado a distância
combina recursos eletrônicos e humanos para criar
estudantes autônomos. Para que estes tomem para si a
responsabilidade de seu aprendizado, é necessário que
eles conheçam o suficiente a respeito da disciplina para
que possam estabelecer metas realísticas, monitorar seu
progresso, refletir sobre sua compreensão, reconsiderar
ideias, e buscar ajuda com seus pares e professores.
Também necessitam de atividades que permitam a eles
praticar estas habilidades.
Autonomia não significa isolamento. Autonomia é, ao
contrário, a capacidade de superação dos pontos de vistas, de
compartilhamento de escalas de valores e de sistemas simbólicos,
de estabelecimento conjunto de metas e estratégias, que está
presente nas relações cooperativas.
A autonomia é algo que se adquire gradualmente, nos
diferentes níveis de desenvolvimento. O tutor, respeitando a
autonomia da aprendizagem de cada aluno, estará constantemente
orientando, dirigindo e supervisionando o processo de ensino-
aprendizagem deles.
A concretização dos conteúdos vai depender do esforço em
querer aprender por parte do indivíduo. A EAD precisa de um agente
regulador e ao mesmo tempo precisa de um indivíduo autônomo,
apto a querer aprender de acordo com o caminho que ele escolheu.
Ele precisa da disciplina aliada a autonomia.
Freire (2003, p. 66) reforça isso ao dizer que “O respeito à
autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não
um favor que podemos ou não conceder uns aos outros”.
Porquanto, o aluno então precisa compreender os princípios

27
básicos de funcionamento que lhe garantirão a habilidade de decidir
como melhor explorar o potencial de um curso, e isso gera
autonomia.
A autonomia é frequentemente confundida com o
autodidatismo, sobretudo porque a EAD tem um
MEDIATIZAÇÃO traço distintivo das outras modalidades educacionais
que é a mediatização das relações entre professores
Mescla dos termos mediação e
midiatização. Resume-se, portanto, e alunos, e isso pode dar a entender que o aluno
nas relações humanas por meio de estuda só é um autodidata: é o aluno que seleciona
TICs. os conteúdos e não conta com uma proposta
“Na EAD, a interação com o
pedagógica e didática para o estudo, portanto
professor é indireta e tem que ser
mediatizada por uma combinação dos contrário do que ocorre na EAD, onde todo o ensino
mais adequados suportes técnicos é bastante sistematizado.
de comunicação” (BELLONI, 2001, p.
Isso é algo que deve ficar bem claro! Na EAD,
54).
apesar de se pretender uma organização autônoma
dos alunos, não se deve esquecer que:
[...] nela selecionam-se os conteúdos, orienta-se o
prosseguimento dos estudos e propõem-se as atividades
para que os estudantes resolvam os mais complexos ou
os mais interessantes problemas (LITWIN, 2001, p.14).

Em função disso, supõe-se que só a capacidade de o aluno


estudar por conta própria não basta para garantir a autonomia de
seus estudos.
É preciso mais!
Para Maciel (2001) a autonomia se concretiza quando:
o sujeito tem a liberdade de fazer perguntas sobre si,
sobre o outro, sobre as significações envolvidas na
informação ou no conhecimento científico, artístico e
filosófico e busca transformar o que é adverso na
realidade social [...] a autonomia torna-se, ao mesmo
tempo, o fim e o meio (p. 20-21).
Enfim, podemos afirmar que ao mesmo tempo
em que autonomia representa uma construção
pessoal, também deve ser uma construção coletiva.

Como estudar na EAD?


“Só será possível outro mundo melhor do que agora
vivemos, quando aceitarmos que é possível ensinar de

28
outra maneira, porque também é certo que se pode
aprender de outra maneira” (ARREDONDO, 2003, p. 16)

Estudar na universidade é completamente diferente de


estudar no Ensino Médio. Primeiramente, porque os tempos e o
volume dos conteúdos são diferentes. Talvez você possa achar isso
injusto, mas é preciso ter maturidade para conseguir se desenvolver
como aluno no curso superior.
Estudar a distância é muito diferente de estudar no ensino
presencial. Os ritmos são diferentes. Os conteúdos e as atividades
são apresentados de formas diferentes. A participação do aluno,
também.
As condições de aprendizagem na EAD necessitam, por parte
do aluno, reflexão e, sobretudo responsabilidade. Em um curso a
distância, o aluno realiza a maior parte de seus estudos sem a
presença física do professor, sendo ele o maior responsável por sua
aprendizagem. É o aluno quem decide quando, onde e como vai
estudar. Além, claro, de levar em consideração a sistematização do
Curso, que prevê cronograma de atividades.
Portanto, é preciso que o aluno, desde o início, organize seu
método de estudo, estabelecendo claramente seus objetivos, tendo
em vista obter um melhor aproveitamento.
Para isso, apresentamos algumas sugestões, que irão ajudá-lo
a planejar seus estudos.

Organize seus horários semanais de estudo

É importante que você programe suas atividades diárias,


conforme a sua realidade e disponibilidade. Estudar a distância é
montar um cronograma com datas e disciplinas. Faça seu
planejamento semanal.
Reserve um horário para seus estudos, aconselhamos que você
estude, pelo menos, 1h30min diariamente e siga-o rigorosamente;
incluindo horários no final de semana. Este tempo é suficiente para
realizar as leituras, aprofundar as reflexões e realizar as atividades.
Perceba, também, que em determinados dias a disponibilidade
de tempo será pequena e, em outros, será bem maior, havendo uma
compensação natural. Preveja um tempo de reserva, pois
imprevistos podem acontecer.

29
Realize as atividades

Em cada disciplina serão propostas atividades, ficando a


critério, do professor, sua disponibilização, para que você avalie o
seu desempenho. A avaliação é uma atividade que deve ser
realizada com seriedade e qualidade, pois só assim poderá
contribuir para a melhoria de todo o processo.
Por isso, é importante que você realize todas as atividades,
mesmo que não sejam obrigatórias. Lembre-se: obrigatório é o
compromisso com você mesmo e seus objetivos.
As atividades podem ser disponibilizadas no material impresso
ou no Ambiente Virtual da Aprendizagem (AVA) do Curso.

Desenvolva hábitos de estudos

Para criar hábitos de estudo, é importante que você mantenha


uma frequência diária de leitura. De posse dos livros, faça uma
primeira leitura da unidade que você vai trabalhar, procurando
inteirar-se do assunto. A segunda leitura deve ser mais cuidadosa,
destacando, no texto, as ideias principais.
Anote o que achar mais importante, suas dúvidas, e, ao final,
faça seu próprio resumo.
Tenha sempre à mão um dicionário, um lápis, borracha, lápis
“marca texto” e outros materiais que possam lhe ajudar no seu
percurso.

Utilize o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)

O AVA oferece apoio ao aluno permitindo que ele possa fazer


uma leitura hipertextual e multimídia. Cada aluno acessa de forma
independente o ambiente e os conteúdos.
Nesse ambiente estarão disponíveis diversas formas de
interação no Curso, principalmente o fórum, local onde serão
feitas as discussões dos conteúdos trabalhados. O AVA possui outros
itens, que deverão ser “explorados” por você no momento em que
acessá-lo pela primeira vez.
Lembre-se de “olhar” o Ambiente do Curso sempre que
possível, pois ele vai estar alimentado de informações e novidades,
e também nele vai ser possível interagir com todos. Considere-o
como sua sala de aula. Sua sala de aula virtual.
Além dos conteúdos e recursos didáticos, o AVA permite a

30
interação entre os alunos, professores e tutores envolvidos no
processo de ensino-aprendizagem.

Procure o tutor

Nos cursos em EAD você conta com o auxílio do tutor para


realizar seus estudos. Tutores têm como função acompanhá-lo no
seu processo de aprendizagem, ajudando-o a superar suas
dificuldades.
Cada disciplina terá um tutor com conhecimento específico na
área. O auxílio do tutor é fundamental. Não deixe de procurá-lo!
Além do tutor presencial você terá o tutor a distância, e o
contato poderá ser feito através dos recursos tecnológicos
disponíveis, como: e-mail, telefone, fax, chat e o próprio ambiente
de aprendizagem.
Para o caso de esclarecer dúvidas pontuais, você tem a seu
dispor um tutor mundial virtual: A WEB. Você tem em mãos um
recurso imensurável de informações. Só tenha cuidado e critério ao
utilizá-la. Busque sempre sites de universidades, que têm trabalhos
científicos idôneos.

Participe de grupos de estudo

O estudo em grupo é recomendável. Portanto, será ótimo


que você participe de grupos de estudo com seus colegas de
Curso.
Discutir com outras pessoas permite trocar informações,
compartilhar soluções e superar dificuldades.
Mesmo que virtualmente, estudar com um ou mais colegas
facilita o entendimento, respondem-se a algumas dúvidas e
melhora a interação.

Dicas de Leitura

“A leitura do mundo precede


a leitura da palavra.” (Paulo Freire).

31
Ler é essencial. Através da leitura testamos os nossos próprios
valores e experiências com as dos outros. No final de cada livro
ficamos enriquecidos com novas experiências, novas ideias, novas
pessoas.
Ler é exercitar o discernimento. Quando lemos, colocamo-nos
de modo favorável ou não aos pontos de vista, pesamos
argumentos e argumentamos dentro de nós mesmos,
refletimos sobre opções dos personagens ou sobre as ideias
defendidas pelo autor.
Para estudar a distância ou presencialmente, a leitura
é necessária. Necessária para ampliar a percepção e a
aquisição do conhecimento e da palavra.

 A maneira que sempre tem dado bons resultados é ler


atentamente uma unidade ou capítulo inteiro. É mais fácil
reter um assunto quando você compreende o seu sentido
geral. Obtenha, pois, uma visão do conjunto do assunto antes de
passar ao estudo das informações isoladas.

 Preocupe-se com a ideia e não com as palavras, pois lendo as


palavras com a preocupação de pronunciá-las corretamente, você
acaba por fazer interrupções que terão reflexos na compreensão
global, sendo muito difícil conseguir repetir o que leu.

 À medida que for lendo, pare, a intervalos, a fim de produzir a


essência do que leu. Preste atenção às palavras novas ou cujo
significado lhe é vagamente familiar. Use sempre o dicionário para
esclarecer as dúvidas, e lhe permitir adquirir o hábito de consultá-
lo.

 Tenha o hábito de fazer esquemas e anotações ao longo dos


textos lidos. Para tanto, a formatação do material possibilita isso,
deixando espaços livres na lateral.

 Se você tem o costume de fazer marcação à tinta, à medida


que vai lendo, evite usar esse procedimento logo de início, pois, o
que à primeira vista pode parece muito importante, na verdade
pode não ser. Prefira anotar a lápis, o que lhe dará opção de
remarcar os pontos relevantes.

 Cada disciplina do Curso contém o essencial do que você


precisa saber, mas não tudo o que você pode saber! Portanto, para

32
saber mais é só pesquisar sobre o assunto e continuar sempre se
atualizando.

 Se você não conhece os termos, não se acanhe,


procure o dicionário. Você vai encontrar, nesse material,
muitas palavras desconhecidas, portanto vai precisar
conhecer o significado delas.

 Uma boa dica é verificar a bibliografia consultada e


indicada, bem como os sites a serem acessados, para uma
atualização permanente e continuada.

Como aprendemos?

William Glasser criou a pirâmide de aprendizagem para


explicar que não se deve trabalhar apenas com memorização.
Observe na imagem abaixo como aprendemos.

Portanto, não adianta realizar uma atividade ou outra, o


interessante é que você mescle seu estudo com ações
compartilhadas. Isso certamente vai lhe ajudar a aprender melhor.
Como experiência de aprendizagem, sugerimos que você
organize um “Diário de Estudo”, que costumo chamar de “Diário de
Bordo”. Este diário tem por objetivo registrar suas reflexões e
questionamentos pessoais sobre as aprendizagens construídas nos
textos lidos. Procure em seu texto reflexivo abordar os seguintes

33
aspectos:
tenho aprendido...
meus comentários...
quero aprender mais sobre...
tenho dúvidas sobre...
planejo fazer...
minha participação foi...

ENCERRANDO A UNIDADE

Esta Unidade permitiu-lhe compreender toda a sistemática de


funcionamento da EAD; quem são os agentes atuantes na
modalidade que convergem entre si para fazer a EAD acontecer. E
em especial, orientações para você reorganizar seu tempo e seu
caminho como estudante, de forma a atuar efetivamente como
aluno da EAD. Reconhecendo também algumas orientações de
leitura para um melhor aproveitamento do Curso.
Na Unidade 3, você conhecerá o universo tecnológico que
constituiu e constitui todo o processo evolutivo da EAD por meio de
suas gerações. Vai reconhecer as formas que as tecnologias da
informação e da comunicação analógicas e digitais são utilizadas nos
projetos de EAD: especialmente o ambiente virtual de
aprendizagem, que é sua sala de aula “virtual”.

PARA SABER MAIS, LEIA MAIS!


 O Papel do Aluno na Educação à Distância, Edmarcius Carvalho
Novaes - https://goo.gl/jsfdrf
 O papel do aluno e tutor na educação a distância, Mayam de
Andrade Bezerra Ana Beatriz na educação a distância, Lílian
Soares Alves Branco - https://goo.gl/8S5LV5
 Os múltiplos papéis do professor em educação a distância: uma
abordagem centrada na aprendizagem, Ana Beatriz Gomes
Carvalho: https://goo.gl/fNVcX3
 A orientação acadêmica na Educação a Distância: a perspectiva
de (res)significação do processo educacional, Lúcia Neder -
Disponível em: https://goo.gl/y3dzWp

34
 Tutoria: concepções e práticas Gomes Carvalho -
https://goo.gl/LTvtiK
 A interatividade na educação a distância: contribuições dos
recursos educacionais, Silvana Divaneide Paz dos Santos e
Isabela Quaglia Marques - https://goo.gl/KpCV79

EXERCÍCIOS!
Com base na leitura desta Unidade, responda as questões abaixo:

1. Aretio privilegia quatro componentes, ou elementos básicos, que


se integram no sistema de EAD, diga quais são:
( ) aluno, docente, comunicação, estrutura organizacional
( ) aluno, tutor, gestão, estrutura organizacional
( ) aluno, professor-especialista, comunicação, estrutura
organizacional
( ) aluno, apoio institucional, ambientes virtuais, monitor

2. Na EAD, o papel preliminar do aluno é aprender, e para isso ele


precisa ter algumas atitudes para alcançar seu objetivo. Qual das
opções abaixo não se enquadra nessas atitudes?
( ) autodidatismo
( ) motivação
( ) planejamento
( ) habilidade

3. O docente na EAD tem a função de fazer a ligação entre a


instituição e o aluno, acompanhando o processo para enriquecê-
lo com seus conhecimentos e experiência. Esse docente exerce
múltiplas funções, não somente mais a de expor conteúdos, qual
a opção abaixo que não é uma função do docente na EAD?
( ) interagir com o aluno em diferentes níveis de influência
( ) detentor dos conteúdos e com a função de repassar aos
alunos
( ) ajudar o aluno a interpretar os dados e imagens recebidas e
relacioná-las e contextualizá-las
( ) criar possibilidades de produção e construção do
conhecimento

4. O componente da EAD que realiza múltiplas funções: docente,


administradora, orientadora, facilitadora, é um:
( ) professor-especialista
( ) professor-gestor
( ) monitor
( ) professor-tutor

35
5. A separação física entre professor e aluno é um traço
característico da EAD, fazendo com que esses elementos fiquem
distantes. Como alternativa para diminuir essa distância, a EAD
utiliza formas de comunicação entre eles, que é chamado de:
( ) ambientes virtuais
( ) telemática
( ) material impresso
( ) material didático

6. Independente das distâncias existentes entre professor, aluno e


instituição, a comunicação deve sempre acontecer, e da melhor
forma possível para que ocorra a aprendizagem. Para que a
comunicação se efetive ela dever ser:
( ) direta e presencial
( ) unidirecional, por uma só via
( ) bidirecional, com feedback entre docente e aluno
( ) hipertextual

7. De acordo com Belloni, na EAD, o princípio orientador de suas


ações é o fato de o processo de ensino e aprendizagem estar
centrado no estudante. As afirmações abaixo estão de acordo
com isso, exceto uma, qual?
( ) é preciso conhecer as características socioculturais, os
conhecimentos e experiências, e as demandas e expectativas dos
estudantes.
( ) integração dos alunos na concepção de metodologias,
estratégias e materiais de ensino, de modo a criar através deles
as condições de auto-aprendizagem.
( ) o aluno tem como opção escolher e usar adequadamente o
tempo e o espaço no seu desenvolvimento profissional.
( ) para aprender, a instituição assume a direção do processo de
construção do saber do aluno.

REFERÊNCIAS
1. ALVES, Lynn; NOVA, Cristiane. Educação a distância: uma nova concepção de
aprendizado e interatividade, Ed. São Paulo: Futura, 2003.
2. ARETIO, García. Educación a distancia hoy. Madrid: UNED, 1999
3. ARREDONDO, S. C. Formación / capacitación del profesorado para trabajar en EAD.
Educar, Curitiba, n. 21, p. 13-27. 2003. Editora UFPR. Disponível em
http://www.scielo.br/pdf/er/n21/n21a03.pdf.
4. BELLONI, Maria Luiza. Educação a Distância. 2. ed. Campinas: Autores Associados,
2001.
5. CARVALHO, Ana Beatriz. Os Múltiplos Papéis do Professor em Educação a Distância:
Uma Abordagem Centrada na Aprendizagem In: 18° Encontro de Pesquisa Educacional
do Norte e Nordeste – EPENN. Maceió, 2007. Disponível em: https://goo.gl/fNVcX3.

36
6. FIORENTINI, L. M. R., FARIA, D. S., BERTONI, N. E.
O Professor em Construção: retrospectiva e reflexões sobre a concepção de cursos e
materiais para o ensino a distância para professores. Em Aberto. Brasília-DF: v.16,
n.70, p.127 - 128, 1996.
7. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa.
23.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2003. Disponível em: https://goo.gl/zeWxJ1
8. LANDIM, Claudia M. F. Educação a distância: algumas considerações. Biblioteca
Nacional, No 128, livro 20, folha 13, Rio de Janeiro, 1997.
9. LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
10. LINN, Marcia C. Cognition and distance learning. In: Journal of the American Society
for Information Science, v. 47, n.11, p. 826-842, novembro de 1996.
https://goo.gl/Y9iaAw
11. LITWIN, Edith (org). Tecnologia educacional: política, histórias e propostas. 2. reimp.
Porto Alegre: Artes Médicas, 2001.
12. MACIEL, Ira Maria (Org.). Psicologia e educação: novos caminhos para a formação. Rio
de Janeiro: Ciência Moderna, 2001. 229p.
13. MATTAR, João. Tutoria e interação em educação a distância. São Paulo: Cengage
Learning, 2012.
14. MEC/SEED. Referenciais de qualidade para educação superior a distância, 2007.
Disponível em: https://goo.gl/D0IL77.
15. MORAN, José M. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá.
Campinas, SP: Papirus, 2007.
16. NISKIER, Arnaldo. Educação a distância: a tecnologia da esperança. São Paulo. Edições
Loyola. 1999.
17. POLAK, Y. N. S. Gestão de Centros Associados, Estrutura e Funcionamento em
Educação a Distância. MARTINS, O. B. e POLAK, Y. N. S. (Org.). Educação a Distância
na UFPR: novos cenários e novos caminhos. Curitiba: Editora da UFPR, 2002.
18. PRETI, Oreste. Educação a Distância: construindo significados. Cuiabá: NEAD/IE –
UFMT; Brasília: Plano, 2000.
19. PRETI, Oreste. Educação a distância: uma prática educativa mediadora e mediatizada.
In: PRETI, Oreste (org). Educação a distância: início e indícios de um percurso.
Cuiabá: UFMT, 1996.
20. ROESLER, Jucimara et ali. Administração e Planejamento em EaD: curso de extensão
na modalidade a distância. Palhoça: UnisulVirtual, 2006.
21. SANTOS, Edméa O. dos. O currículo em rede e o ciberespaço como desafio para a EAD
In: ALVES, Lynn; NOVA, Cristiane. Educação a distância: uma nova concepção de
aprendizado e interatividade, Ed.São Paulo: Futura, 2003, (pg 135-148).
22. SILVA, Marco. EAD on-line, cibercultura e interatividade. In: ALVES, Lynn; NOVA,
Cristiane. Educação a distância: uma nova concepção de aprendizado e
interatividade, Ed.São Paulo: Futura, 2003, (pg 51-62).
23. SILVA, Marco. Que é interatividade. Boletim técnico do Senac, Rio de Janeiro, v. 24,
n. 2, maio/ago. 1998. p. 27-35. Disponível em:
http://www.legado.senac.br/BTS/242/boltec242d.htm
24. VYGOTSKY, L. S. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. SP, Icone, 1988.

37

Você também pode gostar