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WBA0189_V1_0

Legislação e Políticas
Públicas de Inclusão e
Multiculturalidade
Tema 08 – Altas habilidades e superdotação
Bloco 1

Gleidis Roberta Guerra


Introdução

Geralmente, quando pensamos em inclusão,


pensamos nas crianças que apresentam
dificuldade de aprendizagem e/ou
deficiências.
Com isso, as crianças com altas habilidades e
superdotação acabam sendo deixadas de lado
pelo sistema, que não percebe que estas
também devem ser atendidas em suas
especificidades.
Altas habilidades/superdotação: definição

A superdotação é caracterizada “pela elevada


potencialidade de aptidões, talentos e
habilidades, evidenciada no alto desempenho
nas diversas áreas de atividade do educando”.
Contudo, para assim serem consideradas, é
necessário que haja constância dessas
aptidões e um nível expressivo de
desempenho.
Política Nacional de Educação Especial
(1994)
Alunos que apresentam desempenho e
elevada potencialidade em algum dos
aspectos abaixo mencionados, podendo esses
estar ou não combinados:
• Capacidade intelectual geral.
• Aptidão acadêmica específica.
• Pensamento criativo ou produtivo.
• Capacidade de liderança.
• Talento especial para artes.
• Capacidade psicomotora.
Características
• Curiosidade em relação a diversos fatores.
• Tendência a ter iniciativas próprias e a
perseguir interesses individuais.
• Originalidade em sua expressão oral e
escrita.
• Talento incomum para áreas como artes,
dança, música, teatro, desenho e outras.
• Flexibilidade de pensamento.
• Aprendizado rápido, fácil e eficiente.
Estatística

Pesquisas demonstram que 3 a 5% da


população possui altas
habilidades/superdotação. Apresentam
potencial de aprendizagem acima da média
para sua faixa etária e isso ocorre em vários
contextos sociais.
O desafio da escola é oportunizar para essas
crianças o desenvolvimento de suas
potencialidades.
Identificação e atendimento adequado

A identificação desses indivíduos é de suma


importância para que possam ter o atendimento
das suas necessidades, potencializando seu
desempenho e aperfeiçoando suas capacidades.
Pensar que a criança superdotada é aquela que
apresenta destaque em várias áreas, com
desempenho muito elevado, adequado e ajustado
emocionalmente não representa todo o universo
da superdotação.
Escola - Identificação

A escola deve observar se há alto


desempenho em uma ou mais áreas, a
fluência verbal ou o vocabulário extenso,
desempenho elevado nas atividades
escolares, baixo limiar de frustração,
envolvimento e atenção em alguma atividade
em especial, resistência em seguir regras e
originalidade de ideias.
Família

A família pode ter uma participação importante na


identificação da criança superdotada, por meio de
alguns sinais percebidos antes dos cinco anos de
idade. A identificação precoce é fundamental para
que a estimulação seja adequada.
Alguns desses sinais referem-se ao desenvolvimento
motor antecipado (sentar, engatinhar, andar), falar
cedo, ter um vocabulário acima do esperado para a
sua idade, atenção e memória bem desenvolvida e
preferência por novidades.
Família

Pesquisas demonstram que as famílias de


crianças superdotadas que conseguem
desenvolver suas potencialidades são
centradas no filho, apresentam ambientes
ricos em experiências e são capazes de
combinar as expectativas que possuem com
estímulo e educação adequadas.
Família

São ainda famílias que interagem com as


crianças, respondendo a seus
questionamentos, discutindo ideias e
propondo atividades de leitura constantes.
Winner (1998) destaca que os valores
culturais e a prioridade dada à educação são
determinantes para o desenvolvimento de
crianças superdotadas.
Para refletir...

Se as condições familiares e educacionais


forem inadequadas, a criança, mesmo que
tenha um potencial maior, dificilmente irá
desenvolvê-lo.
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Legislação e Políticas
Públicas de Inclusão e
Multiculturalidade

Tema 8 – Altas habilidades e superdotação


Bloco 2

Gleidis Roberta Guerra


Mitos e verdades

Vários mitos cercam o conceito de altas


habilidades e superdotação.
Vamos agora, com base em Fleith (2007),
compreender alguns desses mitos e conhecer
a verdade sobre a condição de superdotação.
Primeiro mito – recursos para
desenvolverem-se por conta própria
Este é o primeiro mito.
Acredita-se que por ter inteligência superior, a
criança superdotada é capaz de desenvolver
toda sua potencialidade sem nenhum recurso.
Porém, muitas crianças superdotadas tornam-
se adultos improdutivos.
Características pessoais, condições familiares
e educacionais podem levar, inclusive, a um
baixo desempenho escolar.
Primeiro mito

O aluno superdotado, muitas vezes, é deixado


de lado pelo sistema educacional, que é
voltado para alunos médios ou abaixo da
média.
Os professores, frente a esse alunado, muitas
vezes sentem-se despreparados e inseguros
em relação ao processo de ensino e
aprendizagem.
Segundo mito – O superdotado tem
sempre um rendimento escolar excelente
Esta ideia de que os alunos superdotados sempre
serão os melhores da sala também é um mito.
Muitas vezes, há um discrepância entre o
potencial e o desenvolvimento real.
Atitudes negativas frente à escola, currículo e
métodos utilizados, baixas expectativas do
professor e pressão exercida por colegas no
sentido de cobrar que seja sempre o melhor,
podem influenciar negativamente o desempenho
do aluno superdotado.
Segundo mito – Fatores que influenciam o
baixo rendimento
FATORES INDIVIDUAIS:
• Baixa autoestima.
• Ansiedade.
• Perfeccionismo.
• Depressão.
• Impulsividade.
• Déficit de atenção.
• Comportamento agressivo, etc.
Fatores familiares

• Conflitos.
• Excessiva pressão.
• Falta de apoio dos pais.
• Baixa expectativa da família.
• Ambiente que gere insegurança e
inconstância.
• Falta de compreensão das necessidades da
criança.
Fatores educacionais

• Cultura anti-intelectualista,.
• Rótulos como “nerd” ou “cdf”.
• Pressão aos alunos que se sobressaem
academicamente.
• Valorização da beleza física frente à
inteligência.
Todos esses fatores, associados, podem levar
ao baixo rendimento do aluno superdotado.
Terceiro e quarto mito – Programas
especiais e de aceleração
Acredita-se ainda que a participação do aluno em
programas especiais o tornaria arrogante ou vaidoso.
Sabe-se que esses programas, quando de qualidade,
produz alunos satisfeitos com a escola, com melhor
desempenho acadêmico e mais ajustados social e
emocionalmente.
Os investimentos nesses programas são pequenos,
equivocadamente, os gestores acham que devem
favorecer apenas as crianças com
deficiências/dificuldades.
Terceiro e quarto mito

Programas de aceleração, que oferecem um ritmo


mais rápido de aprendizagem e possibilitam o
ingresso do aluno antecipadamente nas séries
escolares, sofrem preconceito e dificultam o
acesso dos alunos com superdotação.
Pesquisas demonstram que esses programas,
quando esse processo é bem conduzido, levando
em conta todas as suas características, não
apenas as intelectuais, tornam-se benéficos para
a criança.
Quinto mito - problemas sociais e
emocionais
A questão do ajustamento social e emocional
da criança superdotada é relativo.
Muitas crianças com altas habilidades têm,
além de uma inteligência superior, ajuste
social e emocional adequados.
Porém, as excepcionalmente inteligentes,
tendem a enfrentar um maior impacto nesse
sentido.
Quinto mito

Essas dificuldades costumam ocorrer quando


não há oportunidade para que eles interajam
com os colegas, são pouco estimulados pelo
currículo oferecido pela escola ou não
encontram na família e na sociedade o apoio
necessário para o seu desenvolvimento.
Na escola....

A escola tem um grande desafio frente a


estes alunos e deve contar com o apoio de
especialistas, em colaboração intersetorial e
interdisciplinar, para atender às necessidades
dessas crianças.
Deve lembrar que as adaptações curriculares
também precisam ser feitas nesses casos, no
sentido de suplementar o currículo e ampliar
o processo de ensino e aprendizagem.
Na escola...

É preciso lembrar que essas crianças também


são público-alvo da Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva (2008) e, assim sendo,
devem ser atendidas pelo Atendimento
Educacional Especializado (AEE) e estarem
incluídas na escola, em todos os sentidos.
A participação do gestor é fundamental para
que esse processo ocorra adequadamente.

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