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CRIANÇAS COM ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO: DESAFIOS E

PERSPECTIVAS DA INCLUSÃO NO CONTEXTO ESCOLAR

Daniela Ferdinando Carris (danielaferdinando@gmail.com)


Karoline Schaedler da Silva (r-machadomachado@bol.com.br)
Iracy Espírito Santo Arruda ( raniellipatrick@hotmail.com)

Kellen Simonini Molina (kellensimonini24@gmail.com

RESUMO

A inclusão de alunos superdotados depende de vários aspectos a acontecer no contexto


escolar, e um dos aspectos mais importantes para incluir essas crianças na escola são práticas
educativas criativas. Ensinar com arte é uma boa possibilidade para que as crianças se sintam
motivadas a frequentar a escola. No contexto escolar, a inclusão destas crianças pode
significar um progresso importante para a ciência em vários campos de conhecimento. Mas
muitas escolas ainda não estão preparadas para alunos com AHSD frequentar sem serem
percebidos, eles têm práticas educacionais exclusivas e desestimulantes para atender
estudantes. Nesse sentido, esta pesquisa visa enfatizar a importância da formação de
professores para desenvolver a criatividade de alunos superdotados na escola. Destaca-se que
a inclusão de alunos superdotados depende de um bom trabalho docente desenvolvendo a
criatividade durante as aulas. O professor como princípio mediador central do processo de
ensino-aprendizagem deve proporcionar práticas educativas criativas, atividades artísticas
como pintura, desenhos, teatro, entre outras práticas de atendimento crianças superdotadas. Só
assim estes alunos podem desenvolver sua curiosidade e desejo de participar aulas na escola.

Palavras-chave: Altas Habilidades. Inclusão. Superdotação.


INTRODUÇÃO

No mundo da educação, uma criança superdotada e talentosa é definida como alguém


que tem aptidão ou talento excepcional em uma ou mais áreas. Enquanto algumas crianças
superdotadas são separadas de seus pares e educadas em salas de aula especiais para
superdotados e talentosos, outras são atendidas por se envolverem em aulas e atividades
especiais de enriquecimento, durante ou depois da escola.
Quando as crianças são classificadas como "superdotadas", seu ambiente começa a
percebê-las de forma diferente. A forma como suas famílias, amigos e colegas os percebem é
alterada por esse rótulo. Isso foi evidenciado em inúmeras investigações. No entanto, não há
muitas evidências de como essa mudança afeta os alunos, principalmente devido ao viés da
pesquisa em “deficiências” e a conotação social geral positiva em relação à superioridade em
habilidades dessas crianças. Neste contexto, surge o tema: CRIANÇAS COM ALTAS
HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA INCLUSÃO
NO CONTEXTO ESCOLAR.
Reconhecer a superdotação de um aluno, tirando-o da sala de aula de educação geral,
muitas vezes pode ter efeitos colaterais negativos. Manter os alunos superdotados na sala de
aula por meio de um programa de inclusão total, no entanto, pode anular alguns desses efeitos
colaterais. Em uma sala de aula de inclusão total, os alunos superdotados ficam na sala de
aula com alunos de todas as habilidades e a instrução em sala de aula é diferenciada,
permitindo que os alunos superdotados recebam instrução em seu nível enquanto ainda
interagem com seus colegas. É importante ressaltar que o apoio da escola e da família para a
formação de alunos superdotados é essencial, especialmente em uma sociedade tão desigual e
excludente. Segundo Rech & Freitas (2005), é necessário, além disso, proporcionam um
ambiente acolhedor, em casa e também na escola. Sua família e sua escola poderiam oferecer
para estes alunos: atenção, amor, compreensão sobre suas necessidades especiais, entre outros
aspectos que são essenciais para que eles desenvolvam suas habilidades adequadamente.
É necessário promover condições favoráveis para a formação de alunos superdotados,
porque se não houver incentivo para esses estudantes, estamos cada vez mais distantes para
nos tornarmos um país desenvolvido, que tem seus recursos humanos para resolver problemas
complexos que experimentamos ou que podemos enfrentar no futuro.
De acordo com Martins e Chacon (2012) é importante que a escola saiba como
proporcionar aos alunos superdotados uma educação que permita um bom desenvolvimento
social e emocional respeitando seus limites, suas capacidades e os sentimentos deles. Cada
aluno é diferente e tem muitas singularidades. É essencial aceitar suas diferenças e permitir o
seu progresso no contexto escolar.
A formação de professores deve considerar questões importantes como: analisar,
atender e possibilitar a melhoria dos processos amplos de escolarização, incluindo as mais
diversas diferenças na escola. Deve ter reflexos sobre as caraterísticas, necessidades e
procedimentos pedagógicos específicos para todas as necessidades especiais presente no
contexto escolar.

A SUPERDOTAÇÃO NÃO IMPLICA EM SER MELHOR OU PIOR QUE AS DEMAIS


PESSOAS, SIGNIFICA APENAS SER DIFERENTE.

Crianças superdotadas são definidas como aquelas acima de 3 desvios padrão da


média em testes de inteligência, ou aquelas que são prodígios em determinados domínios. A
inclusão de crianças com dificuldades de aprendizagem inclui tornar as aulas acessíveis à
criança e dar-lhe acesso a todo o currículo do período letivo. Da mesma forma, uma sala de
aula inclusiva deve garantir a todas as crianças um ambiente de respeito à diversidade
intelectual e não permitir discriminação devido às diferentes habilidades de cada dupla. Uma
escola inclusiva para crianças com facilidades de aprendizagem não deve impor restrições
devido à idade, concedendo as mesmas facilidades a uma criança mais nova do que a uma
criança mais velha que tenha requisitos semelhantes.
Assim, pode-se afirmar que AHSD não é apenas aquele indivíduo que sabe todas as
respostas na escola, mas pode ser também aquele aluno que nem sempre tira nota máxima,
mas que possui grande facilidade em desenvolver atividades especifica com qualidade e
facilidade superior a seus pares (atletas, músicos, interpessoais). Segundo Sabatella (2012) a
superdotação não implica em ser melhor ou pior que as demais pessoas, significa apenas ser
diferente.
É importante salientar que a criança é avançada do ponto de vista intelectual, mas imatura
emocionalmente. O professor deve estar atento a esta possível falta de sincronia intelectual e
afetivo ou físico. Por exemplo, uma criança superdotada pode apresentar leitura precoce,
porém ter dificuldade em manipular um lápis, pois suas habilidades motoras não estão
totalmente desenvolvidas.
É essencial ter práticas educativas criativas para atender às necessidades especiais dos
alunos superdotados; as crianças terão um ensino repetitivo como seus outros colegas de
classe, por isso, se não houver desenvolvimento da criatividade, não é inclusão.
Guenther (2012) enfatiza que não basta apenas identificar alunos com alto potencial, é
importante que o corpo docente promova um ambiente estimulante de criatividade em suas
aulas. Este ambiente deve despertar a curiosidade e interesse dos alunos. Wechsler (1998)
aponta algumas sugestões para os professores desenvolverem a criatividade dos alunos, entre
eles, é possível destacar:

• Incentivar os alunos a fazerem seus projetos pessoais como forma de reconhecer suas
habilidades e talentos;
• Motivar os alunos a serem curiosos; permitir que os alunos tenham diferentes ideias;
fornecer oportunidades para exploração do meio ambiente, sempre que possível deixe-os sair
do espaço físico limitado da classe sala;
• Dar oportunidade aos alunos de propor perguntas e testar suas hipóteses, mesmo que
essas questões pareçam adequado ou absurdo no início; tente estimular sua curiosidade em
aprender e desencorajar sua memorização;
• Incentivar os alunos a encontrar as respostas para os problemas; dar aos alunos a
liberdade de escolher entre diferentes formas de resolver um problema, diversificando as
oportunidades para uma atividade proposta; entre outros estímulos para o desenvolvimento da
criatividade.
O contexto escolar inclui muitas diferenças que exigem a preparação do corpo docente
para trabalhar de forma diferente para atender as características de cada aluno. Assim, o
campo ético do movimento de inclusão é marcado pela firmação ou negação de cada
indivíduo, aceita em sua singularidade, respeitada pela diferença que o torna único entre todos
os seres humanos (SABATELLA, 2005).
Superdotação e criatividade são temas não mencionados em muitos cursos de
Psicologia. Maior parte da pedagogia, os cursos não têm assunto relacionado a currículo,
educação ou programas sobre superdotação. É importante que exista Programas de
capacitação sobre superdotação continuam a frequentar a educação de estudantes
superdotados em todos os níveis e tipos de ensino (ALENCAR, 2001).
Nesse sentido, a escola que oferece atendimento especializado a alunos superdotados,
deve proporcionar atendimento adequado por professores e psicólogos para essas crianças
com necessidades educacionais especiais, para que elas pelo seu próprio sistema educacional.
No entanto, é possível perceber que a presença de crianças com características únicas
continua a significar uma preocupação comum para professores que desconhecem as
necessidades especiais que seus alunos têm, e quando as pessoas identificaram essas
necessidades, elas não são capazes de lidar com essa situação.
Consequentemente, essas crianças sentem-se excluídas e desencorajadas a
continuar o processo de ensinar e aprender. “Alunos com Alta Habilidade / Superdotação
estão presentes em grande número nas escolas e muitas vezes não são percebidos pelo
professor e pela família” (FREITAS, NEGRINI, 2008).
Guimarães (2007) explica que os professores precisam ter uma boa formação e
capacitação na área de superdotação, evitando preconceitos e ideias inadequadas. Eles devem
participar da fase de identificação, mas também desenvolver um currículo mais flexível para
crianças superdotadas.
O treinamento de professores deve incluir um ensino que tenha o poder de mudar o ambiente
escolar, mas de forma confortável, a aprendizagem deve ocorrer como algo que causa prazer e
satisfação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo objetivou apresentar uma questão: qual é a combinação mais


adequada de metodologias e estratégias para inclusão de alunos com altas habilidades e/ou
superdotação?
Neste sentido, o artigo justifica-se diante pela necessidade da adoção de estratégias
que estimulem frequência de alunos com altas habilidades, pois é um desafio para muitas
escolas. A inclusão dessas crianças é muito difícil, porque muitos professores não estão
preparados para desenvolver um ensino interessante e criativo para atender às suas
necessidades especiais.
Martins e Chacon (2012) explica que o ensino feito a partir das práticas educativas
criativas torna-se mais prazeroso, sustentável e satisfatória. E, portanto, durante o processo de
ensino da inclusão, a equipe precisa criar vínculos para que as crianças superdotadas possam
ser motivadas, tenham liberdade de expressão para desenvolver sua criatividade de forma
estimulante ambiente e apresentam relações interpessoais bem sucedidas em seu entorno.
O serviço educativo especializado para alunos superdotados deve ser contínuo, porque
este serviço pode ajudar essas crianças a superar suas dificuldades emocionais, sociais e
intelectuais. É enfatizada a importância de cada escola oferece práticas inclusivas que
promovem o desenvolvimento de capacidades e talentos através de um ensino desafiador
(FERREIRA, 2018).
Silva & Aranha (2005) enfatizam que a educação deve ter um sistema educacional que
reconheça espelha e responde com eficiência pedagógica, cada indivíduo que está inserido no
contexto escolar. Educação essa que poderia fornecer sua ação transformadora com práticas
inclusivas que atendem a todos os indivíduos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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