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Altas Habilidades
Superdotação e Currículo Escolar: Potenciais Superiores
e seus Desafios da Perspectiva da Educação Inclusiva
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Superdotação e Currículo Escolar:
Potenciais Superiores e seus Desafios
da Perspectiva da Educação Inclusiva
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Analisar situações de aprendizagem (relatos de prática) voltada às pessoas com superdota-
ção e altas habilidades;
• Interessar-se pela constante atualização e ampliação de conhecimentos aplicados às pes-
soas com superdotação e altas habilidades, focando em que os estudiosos estão propondo
para a melhor compreensão conceitual.
UNIDADE Superdotação e Currículo Escolar: Potenciais Superiores
e seus Desafios da Perspectiva da Educação Inclusiva
O Aluno Superdotado e o
Contexto de Aprendizagem
A superdotação é registrada em várias civilizações, indivíduos que possuem habi-
lidades diferentes do habitual e, por causa disso, tiveram destaque nas regiões e épo-
cas em que viveram, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade como todo
e, por esse motivo, foram, e ainda são, reconhecidos e lembrados até os dias atuais.
Quando essas crianças se destacavam diante das demais dentro das instituições de
ensino e as suas habilidades eram reconhecidas pelos docentes que as acompanha-
vam, elas eram encaminhadas para outras instituições com o intuito de receberem
uma educação diferente dos demais.
Hoje em dia ela é vista como uma condição humana em que o indivíduo possui
uma atividade multidirecional, com aspectos únicos que envolvem a parte emotiva,
neuro motora e da personalidade, que influencia de certa maneira o meio onde vive.
Essas características são apresentadas de maneira diferente em cada uma das pes-
soas que são consideradas superdotadas, habilidades que podem se apresentar em
várias atividades ou de forma isolada.
Tais elementos, na maioria das vezes, traz dificuldades para os docentes em saber
como agir de forma correta com as pessoas que possuem esse diferencial. Para um
pesquisador de origem americana, Joseph Renzulli, que pesquisou sobre a superdo-
tação, o indivíduo superdotado possui um conceito multidimensional e características
que são divididas em dois tipos: a superdotação escolar ou acadêmica e a superdo-
tação criativo-produtiva.
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artísticas que são originais, têm interesse em problemas que são desafiadores, são
criativos, têm um bom senso de humor, gostam de atrair a atenção das pessoas para
si mesmos, criam suas próprias soluções para os desafios que estão sendo estuda-
dos, onde expressam as suas habilidades.
Para Renzulli, se essas pessoas fossem apenas submetidas aos testes padroniza-
dos, não haveria como averiguar a sua superdotação. Para ele, seriam necessários
três componentes a serem estudados, sendo esses: a capacidade acima da média, a
criatividade e o desempenho do indivíduo na realização das tarefas. Um indivíduo
superdotado precisa possuir esses componentes, desenvolvê-los e aplicá-los, mesmo
que seja em proporção diferenciada.
Com essa visão, o indivíduo que possua a superdotação pode praticar atividades
direcionadas pelos docentes às suas habilidades, criando-se assim uma educação in-
clusiva. O Ministério da Educação desde 2006 já usa na sua política a conceituação
de Renzulli para atendimento à superdotação.
Algumas características que são observadas nesses alunos e que podem causar
conflitos nos âmbitos escolares são: por perceberem as informações de forma mais
rápidas, podem ficar impacientes com a lentidão dos demais; pela grande curiosi-
dade pelos assuntos, podem realizar perguntas ao docente que são consideradas
como desafiadoras; podem questionar a metodologia de ensino do docente ocasio-
nado pela sua atividade intelectual; por possuírem prazer pela leitura, podem ter
conhecimentos mais avançado do que os outros; por esses motivos, podem achar a
aula entediante; por serem críticos, podem ser intolerantes, tornando-se uma pessoa
deprimida; por serem criativos, questionam as informações que são conhecidas; por
sua grande sensibilidade, podem se sentir rejeitados pelos demais; por conta da in-
dependência, podem não aceitar as opiniões dos demais; por possuírem um grande
energia, podem não aceitar a inatividade, sendo chamados de hiperativos; por se
interessarem por vários assuntos, podem parecer ser pessoas desligadas; e por terem
um bom senso de humor, podem observar certas situações que considerem absurdas
e que não são entendidas pelos demais.
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Tudo isso tem por objetivo adequar a grade curricular aos alunos que apresentem
altas habilidades ou superdotação, essa adequação não é considerada significante,
pois essas alterações podem ser realizadas pelos professores na fase do planejamen-
to e organização das atividades educacionais.
Pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) foram publicadas algumas ade-
quações que auxiliam a equipe pedagógica a realizar o planejamento para tornar o
trabalho mais flexível, atendendo às necessidades dos alunos que tenham altas habi-
lidades ou superdotação, com a introdução de atividades alternativas que busquem
atingir os objetivos definidos, aumentando o currículo com técnicas que inserem
atividades alternativas.
Há outras adequações que podem exigir mais do corpo docente, precisando se-
rem discutidas pela equipe para que os objetivos básicos sejam enriquecidos e intro-
duzidos conteúdos específicos, que complementem para o aprofundamento das dis-
ciplinas com o intuito de diminuir o tempo de permanência do aluno no ano escolar
ou série, para que sejam acelerados os conteúdos escolares.
Os próprios professores reconhecem a falha no sistema organizacional da insti-
tuição de ensino, onde os alunos matriculados que são superdotados ficam excluídos
do conteúdo que está sendo exposto por não conseguirem acompanhar a dinâmica
da sala de aula por terem altas habilidades e, consequentemente, já dominarem o
conteúdo estudado, gerando conflitos dentro de sala de aula com os demais alunos,
pois nessa situação os docentes ficam praticamente omissos.
Conforme Carvalho (2006), é imprescindível que as diferentes necessidades dos
alunos sejam atendidas, independente das causas, sejam por dificuldades no aprendi-
zado ou pelas altas habilidades, que por esse necessite que o aluno seja estimulado e
que as necessidades especiais só devem ser usadas nas práticas para que a barreira
do preconceito seja quebrada dentro do âmbito escolar e que tenha a participação
dos demais nas atividades propostas.
O conteúdo deve ser inclusivo, para que os alunos superdotados possam partici-
par do aprendizado, atendendo às necessidades e oferecendo assistência de forma
adequada, onde a instituição de ensino possa disponibilizar uma educação regular
para todos os alunos.
Planejamento de Currículos
para Alunos Superdotados
Os superdotados têm direito a uma educação diferenciada no Brasil há mais de
quatro décadas, porém, pouco se é feito por eles, com isso eles e o próprio país
perdem, pois deixam de ter um desenvolvimento adequado, que poderia ser bem
aproveitado se houvesse uma educação inclusiva, que atenda às suas necessidades.
Esse mecanismo de ensino também ajudaria no desenvolvimento econômico, social,
cultural e tecnológico do país.
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O currículo é composto por todo assunto que será ensinado, porém, o dos super-
dotados é diferente dos demais, pois é mais complexo para o desenvolvimento das
habilidades natas que serão relevantes a esse aluno no futuro. A aceleração é utilizada
para inserir no ensino conteúdo no qual o aluno é precoce, para garantir a eficácia.
Sternberg (2001) defende a teoria triárquica, a qual se baseia na ideia de que a inte-
ligência do superdotado é dividida em três: a capacidade de assimilar as informações;
a capacidade de se relacionar com as suas próprias experiências; e a capacidade de se
relacionar com ambiente exterior no qual está inserido. Esse autor também sugere que
existem três inteligências: a analítica, a criativa e a prática. Essas, por sua vez, analisam,
avaliam, comparam, criam, planejam, explicam, usam, aplicam e põem em prática.
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O conteúdo abordado pelos alunos deve ser planejamento para que se encaixe
na visão do mundo real, trazendo situações conflitantes que ocorram em seu dia a
dia, suas posições e soluções – aliás, sendo a desconexão entre o que estudavam e
a realidade onde estavam inseridos uma das reclamações realizadas pelos alunos a
respeito dos conteúdos curriculares.
Programação do Ambiente
de Aprendizagem
O ambiente deve ser planejado para que atenda às necessidades dos alunos su-
perdotados, tendo em vista a variedade desses. Isso deve ser feito sempre colocando
em prática o aspecto moral, ou seja, que o aluno está inserido em uma sociedade,
para que, assim, o aluno trabalhe os conteúdos das áreas usando suas habilidades,
não sendo necessário ter habilidades em todas as inteligências. O intuito é que ele
trabalhe tais habilidades de forma diversa, ampla, para que sejam desenvolvidas,
mesmo que a partir daquela na qual ele tem maior destaque, considerando, como
dito, seu lugar de cidadão. O conteúdo deve ser trabalhado desde o conhecimento
base do assunto a ser pesquisado até a sua aplicação nos problemas que ocorrem no
ambiente externo, fora das salas de aula. Para que, assim, por meio das atividades,
o aluno possa desenvolver o seu talento.
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sejam tomadas as decisões que ache corretas. Para que a moralidade aflore, é rele-
vante que seja estimulada em dois aspectos: cognitivos e socioafetivos.
Gardner (1994) aborda, em seu livro Cinco mentes para o futuro sobre as ha-
bilidades cognitivas, tópicos para que as pessoas possam ter habilidades para lidar
com as transformações do mundo por causa da globalização, da grande quantidade
de informações, do avanço da tecnologia e pela aproximação de civilizações que
possuem conceitos e características totalmente diferentes entre si.
As habilidades que o autor elenca podem ser: a mente disciplinada deve ter o
domínio de um pensamento que inclui matemática, ciências, entre outras, e uma ha-
bilidade profissional; a mente que sintetiza as ideias é aquela que coloca em interação
os conceitos de diferentes disciplinas e os passa para outras pessoas se integrarem
desses conteúdos; a mente criadora tem a capacidade de resolver problemas; a men-
te respeitosa aceita as diferenças existentes entre os seres humanos; e a mente ética
cumpre com a responsabilidade que o indivíduo tem como cidadão.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Leituras
Planejamento de ensino: estratégias estimulantes para o ensino do estudante com altas
habilidades ou superdotação
https://bit.ly/3n1TSXG
Proposta de enriquecimento curricular para professores do ensino regular: um caminho para
inclusão do aluno com altas habilidades/superdotação
https://bit.ly/3cGNeS3
Como trabalhar com alunos superdotados?
https://bit.ly/3cH9Qlb
Projeto escola viva
https://bit.ly/2S8qyAQ
Vídeos
Altas habilidades e Superdotação
https://youtu.be/54Am1fetioU
Altas habilidades e Superdotação – AH/SD – Estratégias para a Identificação
https://youtu.be/uWor7KZ3ej4
Como lidar com um aluno superdotado?
https://youtu.be/dAaBhb-OeRQ
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Referências
BIANCHETTI, L.; FREIRE, I. M. (org.). Um olhar sobre a diferença: interação,
trabalho e cidadania. 2. ed. Campinas: Papirus, 2000. (e-book)
CARVALHO, R. E. Educação inclusiva: com os pingos nos “is”. 4. ed. Porto Alegre:
Mediação, 2006.
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