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Resumo............................................................................................................................................4

Capitulo I: Introdução......................................................................................................................5

Capitulo II: Alunos Superdotados e Talentosos..............................................................................6

2. Conceitos básicos.........................................................................................................................6

2.1 Características de alunos Superdotados e Talentosos................................................................7

2.2 Causas da Superdotação............................................................................................................8

2.3 Identificação da superdotação na escola, família e sociedade...................................................8

2.4 Quociente de inteligência (QI).................................................................................................11

2.4.1 Investigação neuropsicológica..............................................................................................12

2.5 Classificação da superdotação.................................................................................................12

2.6. Estratégias básicas de como lidar com alunos superdotados..................................................14

2.7. Consequências da falta de atendimento..................................................................................15

Capitulo III:...................................................................................................................................16

3. Conclusão..................................................................................................................................16

4. Referências bibliográficas.........................................................................................................18
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Resumo

Alunos superdotados são aqueles que possuem em si a promessa de desenvolvimento superior


em determinada inteligência, antes mesmo de serem expostas a actividades destinadas a
desenvolvê-la. A superdotação caracteriza-se pela elevada potencialidade de aptidões, talentos e
habilidades, evidenciada no alto desempenho nas diversas áreas de actividade do educando e/ou
a ser evidenciada no desenvolvimento da criança; Nas escolas, os alunos com superdotação
apresentam um comportamento caracterizado pela curiosidade, fluência de ideias, desempenhos
superiores em uma ou mais áreas, grande motivação pela aprendizagem, facilidade para a
abstracção, percepção, relacionamento de um tema específico a um contexto amplo, estilos
particulares para a aprendizagem e uma busca constante para atingir alvos e metas mais
distantes.
Palavras-chave: Sobredotação. Aluno. Professor.
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CAPITULO I. Introdução

O presente trabalho surge no âmbito da Cadeira de Necessidades Educativas Especiais, no qual


debruçar-se-á acerca dos alunos sobredotados e talentosos. A sobredotação é um fenómeno
extremamente raro, independentemente das condições ambientais em que a pessoa vive. São
auto-suficientes e por apresentarem uma capacidade diferenciada são capazes de desenvolver
habilidades por si sós, não precisando de serviços diferenciados. Não se sabe ainda a origem da
sobredotação, mas o pensamento dominante é que seja uma combinação de causas endógenas
(genéticas, congénitas e hereditárias) e factores ambientais. O conceito superdotado tem sofrido
modificações de acordo com a época e o contexto sócio cultural. Por muitos anos, cientistas
definiram crianças superdotadas baseando-se na relação entre habilidades superiores e
capacidades intelectual. É importante ressaltar que as diferenças entre os termos “superdotado” e
“talento” estão enraizadas no passado. Os dois termos tinham áreas de actuação bem definidas.
Portanto, ser superdotado significava ter habilidade intelectual superior em matérias académicas,
enquanto ser talentoso significava ter habilidades extraordinárias nas artes.

1.1. Objectivos:

1.1.1. Geral

 Compreender as altas Habilidades/Sobredotação (AH/SD).

1.1.2. Específicos

 Definir as altas Habilidades/Sobredotação (AH/SD);


 Classificar a Sobredotação;
 Caracterizar as altas Habilidades/Sobredotação (AH/SD);
 Identificar alunos Sobredotados e Talentosos;
 Indicar as formas de como lidar com alunos Sobredotados.

1.2. Metodologias

De referenciar que para a materialização deste trabalho recorreu-se á consultas bibliográficas que
consistiram na leitura de livros e diversos artigos relacionados com o tema em destaque, cujas
obras são citadas na página referente a bibliografia.
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CAPITULO II: Alunos Superdotados e Talentosos

2. Conceitos básicos

Alunos sobredotados

Segundo BECKER E MARQUES (2012), o termo superdotação se refere a uma capacidade de


inteligência muito superior à média, não sendo qualquer capacidade. Diante disso, a
superdotação é a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, construir e
compreender ideias ou linguagem e grande facilidade de aprendizagem (ARAUJO ,2014).

A Política Nacional de Educação Especial (1994) define como portadores de altas habilidades /
superdotados os educandos que apresentarem notável desempenho e elevada potencialidade em
qualquer dos seguintes aspectos, Isolados ou combinados: capacidade intelectual geral; aptidão
académica especifica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento
especial para artes e capacidade psicomotora.

Para CORREIA (2008), crianças sobredotadas e adolescentes são aqueles identificados por
pessoas qualificadas profissionalmente, que devido a um conjunto de aptidões excepcionais, são
capazes de atingir um alto rendimento.

Sendo assim, para Renzulli (1979) citado por Correia (2008), a sobredotação deve congregar no
mínimo três (3) elementos essenciais:

 Uma mentalidade superior a média;


 Uma grande força de vontade produzida por superior envolvimento na tarefa (motivação);
 Uma capacidade criativa elevada que permita ao indivíduo produzir, visualizar, dramatizar,
ilustrar superiormente uma ideia.
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Figura 1. Sobredotação

Fonte: Modelo de três anéis de Joseph Renzulli (1978)

2.1 Características de alunos Superdotados e Talentosos

Com base em diversos autores, FREITAS & PÉREZ (2010) elencam boa parte das características
recorrentemente mencionadas quando se trata de pessoas com AH/SD:

 Gosto e nível elevado de leitura;


 Tendência a se associar com pessoas mais velhas;
 Preferência por trabalhar ou estudar sozinhos;
 Senso de humor refinado;
 Gosto e preferência por jogos que exijam estratégia;
 Necessidade de definição própria;
 Resolução rápida de dificuldades pessoais;
 Aborrecimento fácil com a rotina;
 Busca de originalidade e autenticidade;
 Espírito crítico;
 Capacidade de análise e síntese;
 Desejo pelo aperfeiçoamento pessoal, ou seja, não-aceitação de imperfeição no trabalho;
 Rejeição de autoridade excessiva;
 Fraco interesse por regulamentos e normas;
 Alta-exigência persistência em satisfazer seus interesses e questões;
 Sensibilidade às injustiças, tanto em nível pessoal como social;
 Gosto pela investigação e pela proposição de muitas perguntas;
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 Comportamento irrequieto, perturbador, importuno;


 Descuido na escrita, deficiência na ortografia;
 Descuido no completar ou entregar tarefas quando desinteressado.
 Precocidade no desenvolvimento físico, cognitivo e social;
 Apresentam um QI (quociente de inteligência) acima da média;
 Aprendem rápido e possuem boa memória;
 Elevada capacidade de observação;
 Altos níveis de atenção e concentração.

2.2 Causas da Superdotação

Pouco se conhece a relação entre genética e superdotação, a ideia de um grupo de pesquisadores


da universidade estadual paulista em Butucato, é demostrar que existem factores genéticos por
trás da superdotação. Quando faz-se avaliação de um aluno com altas habilidades, geralmente ele
relata parentes próximos que também apresentam altas habilidades, não necessariamente na
mesma área. Isso significa que há uma carga genética transmitida de forma hereditária.
(ARAUJO, 2014)

2.3 Identificação da superdotação na escola, família e sociedade

Entende-se por superdotação aos padrões de desempenho superior que uma pessoa possa
apresentar, quando comparada a um grupo de igual faixa etária e contexto social. Em geral,
apresenta em conjunto com esse desempenho, algumas características especialmente definidas e
observáveis, que podem ser notadas e acompanhadas em várias faixas etárias, e que apresentam
necessidades educacionais especiais, determinando procedimentos pedagógicos diferenciados
para essa pessoa. Boa parte desses alunos não é identificada antes de apresentar problemas em
sala de aulas.

2.3.1Na escola

Segundo GUENTHER (2000), uma das questões que envolvem grande reflexão sobre a
superdotação tem sido o processo de identificação deste aluno, uma vez que demanda
investimentos necessários para o desenvolvimento das expressões e talentos em áreas, que
podem ser específicas, como o canto, por exemplo, ou a um conjunto de áreas como:
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criatividade, aptidões académicas e capacidade intelectual. Muitos educadores ainda imaginam


que a superdotação pode ser identificada quando um aluno se destaca em uma ou várias áreas, e
tem desempenho muito elevado em actividades curriculares; quando apresenta adequação e
ajustamento sócio emocional, habilidade psicomotora especialmente desenvolvida e um estilo de
grande realizador.

Esse perfil, embora possa ser encontrado, não representa todo o universo da superdotação. Na
grande maioria das vezes, são encontrados alunos curiosos, activos em procurar respostas para
suas dúvidas e questionamentos, que apresentam expressões originais, que evidenciam um
desempenho superior em uma ou algumas áreas de conhecimento e possivelmente um
desenvolvimento atípico para sua faixa etária. Em sala de aula, o professor tem condições de
conviver com muitos alunos, em um ambiente que permite a observação sistemática, prolongada
e qualitativa das expressões de habilidades, desempenhos e aptidões. É possível a análise dos
resultados apresentados por seus alunos, de seus processos de aprendizagem e
da qualidade das suas relações sociais. Com informações adequadas, o professor se torna um
profissional de grande importância para a identificação de alunos superdotados e o responsável
pelas adaptações curriculares que permitem ao aluno aprendizagens significativas na
escola.

2.3.2 Na família

Para GARDNER (1995), a família contribui com o processo de identificação, ao apresentar


algumas características particulares de seu/sua filha(a), observado(a) durante o processo de
desenvolvimento. Há que se observar algumas questões em relação ao desempenho que é exigido
por alguns pais, que estimulam excessivamente seu filho para que este possa apresentar
indicadores de superdotação. Quando alguns sinais começam a ser percebidos pela família, a
escola e/ou professores devem observar a criança atentamente e realizar um acompanhamento
permanente. Se é precoce, a criança deve ser estimulada adequadamente para desenvolver seu
potencial e continuar a apresentar comportamentos de superdotação.

Em geral, na escola, os alunos com superdotação apresentam um comportamento caracterizado


pela curiosidade, fluência de ideias, desempenhos superiores em uma ou mais áreas, grande
motivação pela aprendizagem, facilidade para a abstracção, percepção, relacionamento de um
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tema específico a um contexto amplo, estilos particulares para a aprendizagem e uma busca
constante para atingir alvos e metas mais distantes.

2.3.3 Na sociedade

De acordo com GUENTHER (2000), de modo geral é na convivência com outras pessoas que
aspectos únicos e específicos de determinado aluno são observados, reflectindo questões internas
e externas do relacionamento social. Pela qualidade das observações e contribuições dos vários
segmentos – família, escola e grupos sociais – é possível traçar o perfil da superdotação. Quando
as características se mantêm em carácter permanente e constante, é que se evidencia, de maneira
mais consistente, o potencial. É tarefa da escola trabalhar tais potencialidades para que não haja
perda de interesse da criança em continuar a apresentar seus talentos e habilidades.
Então, a identificação de superdotados exige planejamento, observação e estrutura para que se
produzam registos e colectas de dados.

Uma vez identificados, torna-se necessário encaminhá-los para um serviço de atendimento que
promova as acções de que necessitam. A escola deve apresentar propostas que atendam as suas
particularidades, seja na classe comum ou em programas específicos de enriquecimento em salas
de recursos.

Para CAPELLINE (2015), a identificação dos alunos sobredotados precisa ser feita em conjunto,
é importante a participação do professor e da família no acompanhamento psicológico e
pedagógico, a fim de garantir a total compreensão do caso, pois a identificação incorrecta pode
causar confusão com outras características, como a hiperactividade, défice de atenção, transtorno
desafiador opositor. A avaliação é feita de forma qualitativa e quantitativa, para que se tenha
uma identificação correcta e precisa do indivíduo com AH/SD. Existem quatro (4) formas
básicas e práticas que contribuem na identificação de um aluno superdotado:

a) Criatividade aflorada: deve-se prestar atenção em alunos que são bastante curiosos que
estão sempre na busca de assuntos de seu interesse;
b) Inquietação: alunos com AH/SD geralmente são inquietos, muitas vezes não apresentam
boas notas, esses comportamentos podem acontecer por não terem acompanhamento
correcto pra lhe dar com sua mente agitada, ou por possuírem interesses específicos;
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c) Rendimento acima da média: esses alunos geralmente são mais focados nas áreas de
seus interesses específicos, ao qual estão acima das expectativas e resultados esperados.
Mas mesmo assim, podem ter notas abaixo da média em áreas que não são relevantes
para eles;
d) Avaliação: actualmente os teste de Q.I (quociente de inteligência) tem sido pouco
utilizado. As avaliações estão tomando espaço no meio, principalmente as mais
dinâmicas como entrevistas com os pais, actividades lúdicas e investigação psicológica.

2.4 Quociente de inteligência (QI)

Para CAPELLINE (2015), O quociente de inteligência (QI), foi introduzido por Binet e Simon,
para determinar o nível de inteligência de um determinado individuo, dividindo a idade
cronológica (IC) e idade mental (M), multiplicando o resultado por 100 eliminando a parte
decimal do resultado.

QI = IM/IC x 100; onde IM significa idade metal e IC idade cronológica.

 QI abaixo de 20: Debilidade profunda. Pouco desempenho nas tarefas.


 QI entre 20-35: debilidade severa. Realiza tarefas simples, mas requer supervisão.
 QI entre 36-50: debilidade moderada. Realiza tarefas simples.
 QI entre 51-65: Debilidade ligeira. Realiza actividades simples repetitivas.
 QI entre 66-80: Limítrofe. Consegue pouco nos estudos.
 QI entre 81-89: Embotamento ligeiro. Simplório, mas convive bem socialmente.
 QI entre 90-109: Inteligência media. Aqueles que se saem bem em seus estudos.
 QI entre 110-119: Inteligência acima da média.
 QI entre 120-129: inteligência superior. Pode se citar aqui Napoleão, Cortez, Madona,
Adolfo Hitler.
 QI acima de 130: Representa uma superdotação, habilidade apresentada em pessoas raras,
exemplo: Leonardo Davis, Isaac Newton, Pascal, Aristóteles.

Outros exemplos de pessoas com QI elevado:

A cantora Shakira tem QI= 140, Albert Einstein, físico criador da famosa teoria de relatividade
com QI= 160, o autor, conhecido por dar vida ao personagem Mr. Bean tem QI= 178.
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2.4.1 Investigação Neuropsicológica

Ainda na vertente de CAPELLINE (2015), a investigação neuropsicológica é uma boa forma de


realizar essa identificação. Ela pode ser feita por psicólogos de preferência com especialização
em neuropsicológica. Para avaliar a inteligência do aluno com AH/SD, pode-se fazer uso de
testes formais, os mais usados hoje em dia são WISC e Raven. Devem ser feitos a partir dos 5/6
anos, mesmo que nessa idade não se consiga o diagnóstico completo, teremos uma visão mais
ampla para orientar as actividades educacionais. Quando o individuo apresentar comportamentos
referentes á dificuldades de comunicação, interacção, alimentação, transtorno obsessivo
compulsivo (TOC), ansiedade, incómodos com sons e repetições de falas aconselha-se buscar
acompanhamento multidisciplinar. Esse conjunto de profissionais, composto por neuropediatras
e neuropsicológicos ira ajudar no processo de identificação, com o intuito de verificar se a
criança também apresenta outras condições, como o autismo, transtorno de deficit de Atenção/
Hiperactividade (TDHA),Transtorne de Espectro Autista (TEA), síndrome de asperge,
bipolaridade, transtorno de ansiedade. Este levantamento de indicadores de superdotação
possibilita infinitas melhorias para a pessoa, como o conhecimento da sua situação, enfoque em
sua altas habilidades, acompanhamento especializado, desenvolvimento adequado de seus
interesses e as vezes aceleração de série.

2.5 Classificação da superdotação

A Política Nacional de Educação Especial (1994), diz que os alunos superdotados reúnem
capacidades intelectuais gerais, aptidões académicas específicas, pensamentos criativos ou
produtivos, capacidades de liderança, talentos especiais para artes e capacidades psicomotoras
que são vistas como tipos de superdotação e podem encontra-se cominados ou isolados.

a) Capacidade intelectual – apresenta flexibilidade e fluência de pensamento, capacidade


de pensamento abstracto para fazer associações, rapidez do pensamento, compreensão e
memória elevada, capacidade de resolver e lidar com problemas.
b) Aptidão académica – evidencia aptidão académica específica, atenção, concentração;
rapidez de aprendizagem, boa memória, gosto e motivação pelas disciplinas académicas
de seu interesse, habilidade para avaliar, sintetizar e organizar o conhecimento;
capacidade de produção académica.
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c) Pensamento criativo – relaciona-se às seguintes características: originalidade,


imaginação, capacidade para resolver problemas de forma diferente e inovadora,
sensibilidade para as situações ambientais, podendo reagir e produzir diferentemente e,
até de modo extravagante; sentimento de desafio diante da desordem de fatos; facilidade
de auto-expressão, fluência e flexibilidade.
d) Social – revela capacidade de liderança e caracteriza-se por demonstrar sensibilidade
interpessoal, atitude cooperativa, sociabilidade expressiva, habilidade de trato com
pessoas diversas e grupos para estabelecer relações sociais, percepção apurada das
situações de grupo, capacidade para resolver situações sociais complexas, alto poder de
persuasão e de influência no grupo.
e) Talento Especial – pode-se destacar tanto na área das artes plásticas, musicais, como
dramáticas, literárias ou ciências, evidenciando habilidades especiais para essas
actividades e alto desempenho.
f) Psicomotor – destaca-se por apresentar habilidade e interesse pelas actividades
psicomotoras, evidenciando desempenho fora do comum em velocidade, agilidade de
movimentos, força, resistência, controle e coordenação motora.
g) Esses tipos de AH/SD são desse modo considerados nas classificações internacionais,
podendo haver várias combinações entre eles e, inclusive, o aparecimento de outros tipos,
ligados a outros talentos e habilidades. Assim, em sala de aula, os alunos podem
evidenciar maior facilidade para linguagem, para socialização, capacidade de
conceituação expressiva ou desempenho escolar superior, (GUENTHER: 2000).

Figura 2 Académico Criatividade

Superdotação

Intelectual Social

Talento Psicomotor
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Fonte: Autor do trabalho, 2019

2.6. Estratégias básicas de como lidar com alunos superdotados

Segundo GUENTHER (2000), Para ensinar com eficácia e precisão, muitas vezes é preciso
apostar em um tratamento direccionado, que certamente exige mais dedicação por parte do
professor. O primeiro passo é conhecer o estilo e necessidade dos alunos que estão presentes em
sala de aulas e procurar desenvolver suas habilidades. Para trabalhar com alunos super
talentosos, pode se adoptar estratégias básicas que tendem a ser muito eficazes e produtivas no
ambiente escolar.

inda na vertente de GUENTHER (2000), é necessário ter em conta 7 estratégias de como lidar
com alunos superdotados a saber:

a) O professor deve aprender a detectar as características de alunos superdotados: os


alunos superdotados podem pertencer a diversos grupos e, diferentes do que muitos pensam, nem
sempre são os mais comportados. Diante dessas condições, o mais importante é que o professor
saiba identificar as principais características daqueles que possuem essas habilidades. Depois
disso, é preciso estar consciente de que esses alunos aprendem duma maneira diferente e que o
seu papel como educador é atender as suas necessidades académicas.

b) O professor deve apostar em estratégias segmentadas: ao passar um trabalho para a turma,


o professor deve criar oportunidades para que esses alunos complementem o conteúdo e
apresentem um resultado mais avançado. Os bons educadores buscam eficácia no processo de
aprendizagem e, por isso, levam em consideração o nível de capacidade dos seus alunos e não se
baseiam apenas na idade.

c) O professor deve estimular a participação dos alunos superdotados em concursos: o


professor e os pais devem incentivar os alunos superdotados a participar de concursos. Além de
ser algo que proporciona o conhecimento, também amplia e aprimora suas habilidades,
permitindo que se sintam bem consigo mesmo e com o seu rendimento.

d) O professor deve estar sempre em alerta e manter contacto com os pais dos seus alunos:
por mais que os professores sejam os principais responsáveis pela evolução das crianças
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superdotadas nas escolas, é fundamental que os pais acompanhem todo o processo de


aprendizado dos seus filhos. Mas para isso o educador deve estimular essa participação, de modo
que ambos estejam integrados no processo como um todo.

e) O professor deve estimular o bom Humor: geralmente os alunos superdotados tendem a ser
mais rudes e às vezes possuem dificuldades de interagir, principalmente por terem um nível
intelectual mais evoluído do que as demais crianças da sua idade. Mas isso pode ser amenizado
com pequenos estímulos diários. O professor pode apostar em actividades interactivas que
despertam o senso de humor dos superdotados. Já que eles adoram conhecer coisas novas, o
professor pode usar dinâmicas divertidas e estar sempre por perto.

f) O professor não deve fazer dos alunos superdotados de professor substituto: pelo facto
dos alunos superdotados serem mais ágeis e mais pontuais na execução de exercícios propostos
em sala de aulas, muitos professores acabam confundindo esses estudantes com professores
substitutos ou monitores. Mas é importante que o educador entenda que a forma de aprendizado
de cada um dos teus alunos é diferente e pode ser que os superdotados, na condição de tutores
criem uma experiência negativa para todos os envolvidos.

g) O professor deve ajudá-los a entender que os erros fazem parte do aprendizado: uma das
características mais marcantes de alunos superdotados é o perfeccionismo. Geralmente os alunos
com altas habilidades intelectuais consideram inconcebível cometer erros, principalmente por
traçarem padrões muito elevados. Isso, obviamente, pode ser prejudicial com o passar do tempo,
por isso é fundamental que os pais e professores entrem em acção e ajuda-los a entender que os
erros fazem parte do aprendizado.

2.7. Consequências da falta de atendimento

Segundo MECHISSO (S/d:25), Se a criança sobredotada não encontra um meio familiar, social
ou escolar propício para a aceitação e desenvolvimento harmonioso da sua potencialidade, nem
lhe são facultados os apoios necessários e adequados, a criança ou jovem poderão apresentar
comportamentos preocupantes como:

2.7.1 A nível sócio-emocional podem surgir:


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Agressividade, hostilidade, atitude defensiva; baixo auto-estima; imaturidade social; rejeição de


valores; atitudes anti-sociais; descrença em si próprio, sentimento de inferioridade; isolamento;
atitude passiva; falta de autoconfiança e atitude insultuosa.

2.7.2 Na escola poderão apresentar:

Falta de sucesso, baixos resultados; Falta de persistência; Falta de hábitos de trabalho;


Culpabiliza o professor pelos seus insucessos; Atitude negativa em relação à escola; Resultados
baixos apesar de ter QI elevado; Agrupa-se com colegas também insatisfeitos; Irrequieto,
desatento, perturbador; e Irreverente e malcriado.

2.7.3 No seu relacionamento familiar, poderá haver tendência para:

Isolamento, Agressividade, Intolerância, Sente-se rejeitado; Instabilidade emocional;


Desobediência e arrogância. Em alguns casos poderão originar apenas frustração, outros tornar-
se-ão mais graves e trágicos, mas todos eles representam um enorme desperdício de capacidades,
de recursos, uma injustiça social, uma penalização imerecida, uma possível ameaça para a
sociedade originada pela incapacidade dessa mesma sociedade de se auto-renovar nos seus
conceitos, empurrando para a marginalidade e para a frustração pessoal jovens com muito de
benéfico para dar à comunidade, tornando-se a eles e às suas famílias focos da infelicidade
(MECHISSO, S/d:26).

CAPITULO III: Conclusão

A Superlotação é a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, construir e


compreender ideias ou linguagem e grande facilidade de aprendizagem.

As AH/SD apresentam notável desempenho e elevada potencialidade e quanto a classificação


podem ser: capacidade intelectual geral; aptidão académica especifica; pensamento criativo ou
produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes e capacidade psicomotora.

O comportamento de altas habilidades/superlotação pode ser considerado como a aptidão para as


actividades intelectuais, cognitivas, artísticas ou desportivas, sem que a pessoa possa explicar
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como aprendeu. As pessoas que apresentam tais características têm grande facilidade na
aprendizagem, uma vez que possuem domínio rápido e perspicaz dos conceitos aprendidos.
Dentre as várias características que podem ser apresentadas pelos alunos, a superlotação
dependem da interacção entre os seguintes factores: habilidade acima da média, manifesta
precocemente; criatividade que os leva a encontrar novas formas para resolver problemas em sua
área de domínio e a insistir por fazer as coisas a seu modo; e motivação intrínseca para dominar
sua área de interesse, resultando em uma dedicação extrema. Tem uma memória muito destacada
especialmente em assuntos que lhe interessam, comparado a outras pessoas de sua idade.

A identificação de alunos com superlotação, na escola, deve assim, se basear no programa a ser
implementado para o atendimento de suas necessidades, a utilização de várias fontes de colecta
de dados (entrevistas, observações, sondagens do rendimento e desempenho escolar, análise de
produções e outros), no conhecimento das características específicas desse aluno e das
diferentes fases de desenvolvimento pelas quais as pessoas passam em cada faixa etária. conclui-
se que tais alunos, quando percebidos por seus professores, revelam: Aprendizagem com
instrução mínima; Persistência e concentração; Alto grau de energia; Interesses específicos;
Estilo próprio para resolver situações problemas; Curiosidade acentuada.

Para lidar com alunos superdotados, o primeiro passo é conhecer o estilo e necessidade dos
alunos que estão presentes em sala de aulas e procurar desenvolver suas habilidades. Para
trabalhar com alunos supertalentosos, pode se adoptar estratégias básicas que tendem a ser muito
eficazes e produtivas no ambiente escolar.
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4. Referências bibliográficas

1. ARAUJO F. T. Estudantes Superdotados e Talentosos: A visão de educadores na arte visual.


Brasília, 2014.
2. CAPELLINE, Vera. L. M. Alunos Talentoso: Possíveis Superdotados não notado. São Paulo
State University, 2015
3. CORREIA, Luís de Miranda. Necessidades Educativas Especiais. Moçambique, plural
Editora, 2008.
4. FREITAS, S. N; PÉREZ, S. G. P. B. Altas habilidades/superdotação: atendimento
especializado. Marília, SP: ABPEE, 2010.
5. GARDNER, H. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre, 1995.
6. GUENTHER, Z.C. Desenvolver capacidades e talentos. Um conceito de inclusão.
Petrópolis: ed. Vozes, 2000.
7. MECHISSO, G.B., Necessidades Educativas Especiais. Massinga/Sd.
8. UNESCO. Declaração de Salamanca: acesso e qualidade. Salamanca, s/e, 1994.

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