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Joana Paulo Chongaveza

Valente fabiao Sitoe

Rosa dos Santos

3º Ano

Licenciatura em Ensino de História

Tema: Altas Habilidades

Trabalho de Necessidades
Educativas Especiais a ser
entregue na Faculdade de
Ciências Sociais e Filosóficas
para efeitos de avaliação sob
as orientações da docente Ana
Zeca Nhamavure

Universidade Pedagógica

Faculdade de Ciências Sociais e Filosóficas

Maputo/2023
Índice
Introdução………………………………………………………………………………..…..1

Método……………………………………………………………………………………..1/2

Definição de Conceitos……………………………………………..………………………..2

Superdotação: características……………………………………………………………….2/3

Sinais de Alerta: Alguns Traços Comuns Dos Alunos que Apresentam Altas Habilidades/
Superdotação………………………………..…………………………………………………3
Classificação de Super Dotados……………………………………..……………………..…4
Altas habilidades, superdotação e a inclusão escolar…………………………………….…5/6

Resultados……………………………………………………………………….……..….….7

Conclusão ……………………………………………………………..……………….….….9

Referências biográficas………………………………………..……………………..………10
Introdução

Contudo, é imprescindível que o professor saiba reconhecer as características do aluno com


AH/SD para então, pensar em um ensino ajustado às suas capacidades.

É necessário deixar de ser mero executor de currículos e programas predeterminados, para se


transformar em responsável pela escolha de actividades, conteúdos ou experiências mais
adequados ao desenvolvimento das capacidades fundamentais dos seus alunos, tendo em
conta o nível e as necessidades das crianças com Altas habilidades. Para tanto, é necessário
conhecer as características individuais dos alunos com altas habilidades/Superdotação e as
diferentes formas de manifestação de suas singularidades por meio de observações que lhe
permita identificar as preferências e facilidades de cada um.

Diante da necessidade de propiciar experiências educacionais que considerem e estimulem as


potencialidades do educando com AH/SD, lançamos a seguinte questão: Quais são as
características de altas habilidades que podem ser apresentadas por alunos matriculados em
classe de ensino regular?

Este estudo consiste em uma pesquisa bibliográfica e sua relevância ancora-se em dois fatos:
alunos com características de altas habilidades precisam de apoio para desenvolver seus
talentos; para proporcionar situações de aprendizagem a estes alunos, o professor necessita
saber identificar tais características.

Método usado

Com o objectivo de descrever as características apresentadas por alunos com Altas


Habilidades/Superdotação, realizamos a colecta de dados por meio de pesquisa bibliográfica,
com a utilização de livros, periódicos e documentos legais.

Segundo MACEDO (1994), a pesquisa bibliográfica é a busca de informações bibliográficas,


selecção de documentos que se relacionam com o problema de pesquisa (livros, verbetes de
enciclopédia, artigos de revistas, trabalhos de congressos, teses, etc.) e o respectivo
fichamento das referências para que sejam posteriormente utilizadas [...]. (MACEDO, 1994,
p. 13).
De acordo com Luna (1999), a pesquisa bibliográfica pode ser definida como um apanhado
sobre os principais trabalhos científicos já realizados sobre o tema abordado, os quais são
capazes de fornecer dados actuais e relevantes. Este tipo de pesquisa abrange publicações
avulsas, livros, jornais, revistas, vídeos, internet, etc. E corresponde a um levantamento
importante tanto nos estudos baseados em dados originais, colhidos numa pesquisa de campo,
como naqueles estritamente documentais

Definição de Conceitos

Antes de definir a superdotação, é essencial rever o conceito de inteligência. A inteligência


faz referência a um conjunto de funções do indivíduo, englobando funções tanto cognitivas
como afectivas, sociais, intuitivas, físicas e emocionais. A inteligência de cada pessoa pode
ser fortalecida ou inibida em função da relação e interacção entre a genética e o ambiente.

Altas habilidades ou superdotação faz referência a pessoas que conseguem atingir um


potencial alto no que diz respeito às áreas e funções mencionadas anteriormente. Portanto,
quando falamos de pessoas superdotadas, nos referimos a pessoas que demonstram ter um
desenvolvimento avançado no crescimento das suas habilidades, tanto na escola como no dia-
a-dia e na sociedade em geral. Logo, as pessoas superdotadas se diferenciam dos outros pela
sua elevada habilidade intelectual em comparação com a média de habilidades estabelecidas
em função da sua idade.

A superdotação, assim como a inteligência, pode ser medida através de escalas de avaliação e
testes estandardizados de inteligência dirigidos a avaliar o coeficiente intelectual (CI).

Superdotação: características

A principal característica que define as pessoas com superdotação é o seu coeficiente


intelectual. Neste caso, se trata das pessoas com um QI superior a 130. Contudo, devemos ter
em conta outras características que as pessoas com altas habilidades/superdotação
apresentam: altas capacidades, rendimento excepcional, alta capacidade de memória e outra
característica dos superdotados é que, geralmente, são pessoas muito curiosas, alta
capacidade de

aprendizagem. As pessoas superdotadas também se caracterizam por serem originais e


criativas.

Algumas características são muito próprias das pessoas com AH/SD, entre elas podemos
destacar, por exemplo, senso de humor, de ética e de justiça muito desenvolvidos; leitura
precoce e de um número muito grande de livros; preferência por se relacionar com pessoas
muito mais velhas ou muito mais novas; interesses diferentes aos dos seus pares; tendência ao
perfeccionismo e nível de auto-exigência muito elevado; independência e autonomia; e
preferência por trabalharem ou estudarem sozinhas. Especialmente nas crianças, o
sincronismo é outra característica frequente nas, que pode trazer problemas de desempenho,
de personalidade e problemas sociais (PRIETO-SÁNCHEZ,2000).

Sinais de Alerta: Alguns Traços Comuns Dos Alunos que Apresentam Altas
Habilidades/ Superdotação

Alencar e Fleith (2001) citados no manual da coordenação geral SEESP/MEC (2006:14),


indicam os seguintes traços:
 Grande curiosidade a respeito dos objectos, situações ou eventos, com envolvimento
em muitos tipos de actividades exploratórias;
 Auto-iniciativa tendência a começar sozinhas as actividades, prosseguir interesses
individuais e a procurar direcção própria;
 Originalidade de expressão oral e escrita, com produção constante de respostas
diferentes e ideias não estereotipadas;
 Talento incomum para expressão em artes, como música, dança, teatro, desenho e
outras;
 Habilidades para apresentar alternativas de soluções, com flexibilidade de
pensamento;
 Abertura para a realidade, busca de se manter a par do que o cerca, sagacidade e
capacidade de observação;
 Capacidade de enriquecimento com situações - problema de selecção de respostas, de
busca de soluções para problemas deficits ou complexos;

 Aprendizado rápido, fácil e eficiente, especialmente no campo da sua habilidade e


interesse.

Classificação de Super Dotados


Segundo o Conselho Brasileiro para Superdotação, destaca-se:
 Precoce: a criança que apresenta alguma habilidade específica prematuramente
desenvolvida em qualquer área do conhecimento, seja na música, na matemática, na
linguagem ou na leitura. Porém nem todo precoce torna-se um superdotado, porque
isso depende de vários factores em seu desenvolvimento.

 "Criança prodígio": Para Virgolim (2007, p.25): Os prodígios são, como um todo,
especialistas extremos, especialmente bem sintonizados a um campo particular do
conhecimento, demonstrando um domínio rápido e aparentemente sem esforço.
Para sugerir algo extremo, raro e único, fora do curso normal da natureza. Um
exemplo seria Wolfgang Amadeus Mozart, que começou a tocar piano aos três anos
de idade. Aos quatro anos, sem orientação formal, já aprendia peças com rapidez, e
aos sete já compunha regularmente e se apresentava nos principais salões da Europa.

 Gênios: Einstein, Gandhi, Freud, Newton e Portinari, entre outros mestres, são ainda
exemplos de génios, termo este reservado para aqueles que deram contribuições
extraordinárias à humanidade. São aqueles raros indivíduos que, até entre os
extraordinários, se destacam e deixam sua marca na história. Os génios apresentam
um QI superior a 140.

Superdotação ou altas habilidades: As habilidades apresentadas pelas pessoas aqui


citadas, tenham sido elas precoces, prodígios ou génios podem ser enquadradas em
um termo mais amplo, que é a superdotação ou altas habilidades.
O superdotado/talentoso/portador de altas habilidades é aquele indivíduo que,
quando comparado à população geral, apresenta uma habilidade significativamente
superior em alguma área do conhecimento, podendo se destacar em uma ou várias
áreas, dentre elas:

 Académica: tira boas notas em algumas matérias na escola - não necessariamente em


todas - tem facilidade com as abstracções, compreensão rápida das coisas, demonstra
facilidade em memorizar etc. Criativa: é curioso, imaginativo, gosta de brincar com
ideias, tem respostas bem-humoradas e diferentes do usual.

 Liderança: é cooperativo, gosta de liderar os que estão a seu redor, é sociável e


prefere não estar só.

 Artística: habilidade em expressar sentimentos, pensamentos e humores através da


arte, dança, teatro ou música.

 Psicomotora: Habilidade no desporto e actividades que requeiram o uso do corpo ou


parte dele; boa coordenação psicomotora.

 Motivação: torna-se totalmente envolvido pela actividade do seu interesse, resiste à


interrupção, facilmente se chateia com tarefas de rotina, se esforça para atingir a
perfeição, e necessita pequena motivação externa para completar um trabalho
percebido como estimulante.

Altas habilidades, superdotação e a inclusão escolar

Assim como as crianças com coeficiente intelectual baixo, as crianças superdotadas também
requerem uma atenção escolar especial e adaptada para, assim, poder favorecer o seu
desenvolvimento e aprendizagem.

Como indicado, um dos problemas das pessoas superdotadas é o fato de se sentirem


diferentes dos outros e, por isso, conviverem com uma baixa auto-estima. No entanto,
também se devem ter em conta problemas como a falta de esforço ou interesse mostrado nas
tarefas do colégio, atitude negativa perante os estudos mal comportamento, entre outros. Por
esse motivo, se considera que a maioria dos problemas que as pessoas com altas habilidades
ou superdotação sofrem estão associados a uma inadaptação desses indivíduos devida ao
sistema educativo e à sociedade. Por isso, os problemas são reflectidos, na maior parte dos
casos, dentro da aula durante a etapa educativa.

Os problemas emocionais também são comuns em superdotados. Por outro lado, os adultos


superdotados podem apresentar problemas sociais. De acordo com Cupertino (2008), a
criança com AH/SD requer formação ampla, que considere e desenvolva suas
potencialidades. Para isso, as principais formas de atendimento utilizadas são as seguintes:
aceleração, agrupamento e enriquecimento.

A aceleração consiste em pular etapas da formação regular, de modo a cumprir o programa


em menor tempo. Nesta modalidade, o aluno vivência experiências com colegas mais velhos,
deste modo, é indispensável certificar-se de que a criança possui as condições psicológicas e
os conhecimentos necessários para esta interacção (CUPERTINO, 2008).

Os agrupamentos podem ocorrer em centros específicos, como escolas e classes especiais ou


mesmo nas classes regulares, em tempo parcial. Apesar de tratar-se de atendimento a um
grupo previamente escolhido, a heterogeneidade permanece sempre, assim como as
diferenças individuais, o que não exclui a necessidade de algumas instruções
individualizadas. Nestes agrupamentos, a interacção entre semelhantes é facilitada e gera
ganhos académicos substanciais, no entanto, podem ocasionar o isolamento do grupo
seleccionado (CUPERTINO, 2008).

Por sua vez, o enriquecimento resume-se como o oferecimento de experiências diversas das
quais são proporcionadas por meio do currículo regular. Dá-se através do acréscimo de
conteúdos mais abrangentes e aprofundados, ou pela solicitação de projectos, e tem como
ponto forte, o atendimento às necessidades educacionais especiais da criança sem segregá-la
ou retirá-la de seu ambiente (CUPERTINO, 2008).

As adaptações curriculares podem ser empregadas como uma estratégia de enriquecimento


curricular onde se constrói um programa educacional individualizado que respeita o tempo de
escolarização regular e possibilita alterar os objectivos, a metodologia, as actividades e a
avaliação, ou somente, realizar alterações menos abrangentes, como a ampliação de alguns
conteúdos, o aprofundamento de determinadas disciplinas e a variação das actividades. Os
conteúdos que integram o currículo devem organizar-se de forma diferenciada, sendo mais
complexos, abstractos e variados, de modo a tornarem-se apropriados ao aluno com AH/SD
(GAMA, 2006, p. 93).

Resultados Esperados

De acordo com Winner (1998), crianças com altas habilidades são aquelas que apresentam
três características atípicas: precocidade; insistência em fazer as coisas a seu modo e fúria por
dominar.

Para Gama (2006) a superdotação em crianças e adolescentes, é composta por três factores:
precocidade ou talento; pensamento divergente (criativo e/ou crítico) e dedicação obstinada.
“A precocidade está sempre relacionada não ao comportamento ou forma de pensamento
propriamente ditos, mas, à idade em que estes são exibidos [...]” (GAMA, 2006, p. 65).

Crianças precoces apresentam um desenvolvimento mais avançado e superam o esperado


para sua idade. Deste modo, o andar e o falar mais cedo que o normal e a capacidade de
pensar de maneira diferente, fazendo generalizações, aprendendo símbolos abstractos com
facilidade e deduzindo relações entre eles, são algumas características identificadas em
estudos sobre crianças superdotadas.

O pensamento divergente, outro factor da superdotação segundo Gama, é representado pela


“capacidade de pensar respostas novas, de dar soluções diferentes para problemas abertos”
enquanto que o pensamento convergente almeja encontrar “a resposta certa, aquela que foi
definida a priori” (GAMA, 2006, p. 72).

Quanto ao que Winner (1998) chama de fúria por dominar, Gama (2006) classifica como
dedicação obstinada à tarefa e define nas seguintes palavras: “uma dedicação desmedida, que
não se vê em crianças ou jovens da mesma idade. É uma capacidade de concentração por
períodos de tempo muito superiores ao que se espera de alunos nas mesmas condições e de
igual idade. É a habilidade de focalizar agudamente em alguma actividade, seja uma tarefa,
uma aula, o desenvolvimento de um projecto ou outra qualquer. [...]” (GAMA, 2006, p. 83)
De acordo com Freitas e Pérez (2010) a habilidade acima da média, um dos componentes da
superdotação, só pode ser identificada tomando-se como parâmetro o contexto no qual a
criança se insere.

A habilidade acima da média pode ser detectada tendo como referência um grupo homogéneo
de pessoas (por exemplo, os alunos de uma mesma turma escolar), da mesma faixa etária e
aproximadamente da mesma origem socioeconómica (já que as oportunidades de expressão
das AH/SD estão estreitamente vinculadas ao contexto) (FREITAS, PÉREZ, 2010, p.16).

Com base em diversos autores, Freitas e Pérez (2010, p.17) elencam boa parte das
características recorrentemente mencionadas quando se trata de pessoas com AH/SD:
precocidade, gosto e nível elevado de leitura; interesses variados e diferenciados; tendência a
se associar com pessoas mais velhas; assincronismo; preferência por trabalhar ou estudar
sozinhos; independência; autonomia; senso de humor refinado; sensibilidade estética muito
desenvolvida; elevada capacidade de observação; liderança; gosto e preferência por jogos que
exijam estratégia.
Conclusão

Quando se considera que uma pessoa é superdotada? É habitual perguntar qual é o coeficiente
intelectual exacto das pessoas superdotadas. Pois, concretamente, se considera que uma
pessoa é superdotada quando obtém um resultado de coeficiente intelectual superior a 130.

Alunos com características de AH/SD necessitam de apoio para desenvolver suas


potencialidades, o que exige o oferecimento de oportunidades para expressar e aprimorar as
habilidades.

Dentre as várias características que podem ser apresentadas pelos alunos, a superdotação
depende da interacção entre os seguintes factores: habilidade acima da média, manifesta
precocemente; criatividade que os leva a encontrar novas formas para resolver problemas em
sua área de domínio e a insistir por fazer as coisas a seu modo; e motivação intrínseca para
dominar sua área de interesse, resultando em uma dedicação extrema.

Entretanto, para atender as necessidades educacionais destes indivíduos, o professor precisa


ser capaz de identificar tais características. Neste sentido, fica claro que a formação docente
se faz necessária, contudo, não suficiente, pois existe ainda a demanda por um olhar atento,
que leve o professor a conhecer seu aluno, considerar seu contexto e livrar-se das imagens
estereotipadas.
9

Referências biográficas

WINNER, E. Crianças superdotadas: mitos e realidades. Porto Alegre, Artes Médicas, 1998.

CUPERTINO, C. M. B. (org.). Um olhar para as altas habilidades: construindo


caminhos/Secretaria da Educação. São Paulo: FDE, 2008.

GAMA, M. C. S. S. Educação de superdotados: teoria e prática. São Paulo: EPU, 2006.

LUNA, S. V. Planeamento de pesquisa: uma introdução. 2. ed. São Paulo: EDUC, 1999.

FREITAS, S. N; PÉREZ, S. G. P. B. Altas habilidades/superdotação: atendimento


especializado. Marília, SP: ABPEE, 2010.

MACEDO, N. D. Iniciação à pesquisa bibliográfica: guia do estudante para a


fundamentação do trabalho de pesquisa. 2. ed. São Paulo: Editora Loyola, 1994.

Questões:
1- Quais são as causas da superdotaçao ?
2- É possível um indivíduo perder a superdotaçao?
3- A superdotaçao é definitivo ou temporário?
4- Em que idade verifica -se que a criança é superdotados?

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