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DISCIPLINA: ORGANIZAÇÃO ESTATAL - ARA0338

PROF: CAIO CESAR SOARES DE SOUSA

ALUNA: MONALISA DE CARVALHO ALMEIDA – MATRÍCULA: 202008278104


TURMA: 1004

Resenha crítica acerca de reportagem que tenha como objeto a autonomia dos entes federativos

https://www.cnnbrasil.com.br/politica/marco-aurelio-nega-acao-de-bolsonaro-contra-estados/

A manchete transcrita acima, trata de ADI impetrada, no Supremo Tribunal Federal,


pelo Presidente da República em face de ato de Governadores do Distrito Federal e dos
estados do Rio Grande do Sul e da Bahia, com o objetivo de cessar o “lockdown” –
medida de controle para evitar a circulação e a consequente aglomeração de pessoas em
determinados locais, no atual contexto de pandemia. Na referida ação, ele também pedia
que o tribunal reconhecesse que o fechamento de serviços não-essenciais não poderia
ser determinado por decretos – sendo necessário lei específica, que passe pelas
Assembleias Legislativas.
Posto se tratar de uma ação judicial, para ser considerada apta à análise do seu
pedido, na referida demanda deveria constar a assinatura do Advogado Geral da União e
não apenas a do Chefe do Poder Executivo. Com isso, o Ministro Marco Aurélio, relator,
não chegou a analisar o mérito da ação de controle de constitucionalidade ante a
ausência de capacidade processual do Presidente na demanda, extinguindo o feito.
O temperamento autoritário e a falta de habilidade na sua governança alimentou
desentendimentos e embates com outros chefes de executivo, ocasionando forte
insegurança à economia do país, trazendo como consequências o aumento do preço de
combustíveis, alimentos etc.
Nota-se o despreparo do Chefe de Governo ao tentar impugnar o ato dos
governadores, uma vez que a Constituição Federal é clara e sucinta ao determinar a
autonomia dos entes federativos, delimitando sobre quais matérias compete a cada um
legislar, inclusive. Nesse sentido, determina o artigo 23 que “É competência comum da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: II - cuidar da saúde e
assistência pública”.
Logo, pode-se concluir de maneira assertiva que, sob o manto da autonomia -
“capacidade de autodeterminação dentro de certos limites constitucionais estabelecidos”
(NOVELINO, 2016, p. 525)¹ -, cabe a cada ente político legislar, em matéria de saúde,

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1 Novelino, Marcelo. Curso de Direito Constitucional. 11. ed. rev., ampl. e atual. Salvador: JusPodvim, 2016
conforme suas necessidades regionais e locais, o que é razoável e proporcional, tendo
em vista que nossa República é rica em diversidade – inclusive de problemas – e cada
território dentro dela demanda uma atenção específica.

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