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U N I D A D E S D I D ÁT I C A S PA R A O E N S I N O M ÉD I O D E Q U ÍM I C A

UNIDADES DIDÁTICAS PARA O


ENSINO MÉDIO DE QUÍMICA
PROPOSTAS PARA A PRÁTICA DOCENTE
INICIAL E CONTINUADA

RITA DE CASSIA SUART


Organizadora

www.pedroejoaoeditores.com.br
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADES DIDÁTICAS PARA O  
ENSINO MÉDIO DE QUÍMICA:  
 
PROPOSTAS PARA A PRÁTICA DOCENTE 
INICIAL E CONTINUADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2    
RITA DE CASSIA SUART 
[ORGANIZADORA] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADES DIDÁTICAS PARA O  
ENSINO MÉDIO DE QUÍMICA:  
 
PROPOSTAS PARA A PRÁTICA DOCENTE 
INICIAL E CONTINUADA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Copyright © dos autores 
 
Todos  os  direitos  garantidos.  Qualquer  parte  desta  obra  pode  ser 
reproduzida,  transmitida  ou  arquivada  desde  que  levados  em  conta  os 
direitos dos autores. 
 
 
Rita de Cássia Suart [Organizadora]  
 
Unidades didáticas para o ensino médio de química: Propostas 
para a prática docente inicial e continuada. São Carlos: Pedro & 
João Editores, 2014. 124p. 
 
ISBN 978‐85‐7993‐191‐8 
 
1. Ensino de química. 2. Prática docente. 3. Propostas curriculares. 
4. Autores. I. Título.  

 
CDD – 370 
 
Capa: Marcos Antonio Bessa‐Oliveira,  
Editores: Pedro Amaro de Moura Brito & João Rodrigo de Moura Brito  
 
Conselho Científico da Pedro & João Editores: 
Augusto  Ponzio  (Bari/Itália);  João  Wanderley  Geraldi 
(Unicamp/Brasil);  Nair  F.  Gurgel  do  Amaral  (UNIR/Brasil); 
Maria  Isabel  de  Moura  (UFSCar/Brasil);  Maria  da  Piedade 
Resende  da  Costa  (UFSCar/Brasil);  Rogério  Drago 
(UFES/Brasil). 
 
 
 
 
 
Pedro & João Editores 
www.pedroejoaoeditores.com.br 
13568‐878 ‐ São Carlos – SP 
2014 

4    
SUMÁRIO 
 
 
Prefácio 7 
Rita de Cassia Suart  
 
UNIDADE DIDÁTICA: SOLUÇÕES 11 
Gleiciene Martins dos Santos, Pâmela Cristina da Silva   
Santos, Priscila Regina Vilas Boas, Rodrigo Antônio   
Bernardo, Josiane Aparecida Freitas, Jacyara Duarte   
Teixeira, Josefina Aparecida de Souza, Rita de Cassia   
Suart  
 
UNIDADE DIDÁTICA: ELETROQUÍMICA 25 
Gleiciene Martins dos Santos, Pâmela Cristina da Silva   
Santos, Priscila Regina Vilas Boas, Rodrigo Antônio   
Bernardo, Débora da Silva Maculan, Josiane Aparecida   
Freitas, Jacyara Duarte Teixeira, Josefina Aparecida de   
Souza, Rita de Cassia Suart  
 
UNIDADE DIDÁTICA: TABELA PERIÓDICA 47 
Vinicius Silva Tanganeli, Mayara de Souza Miranda,   
Camila Marra Abras, Lívia Maria Ribeiro Rosa,   
Hellem Renata Moreira, Letícia Gazola Tartuci, Rita de   
Cassia Suart  
 
UNIDADE DIDÁTICA: ÁCIDOS E BASES 59 
Gleiciene Martins dos Santos, Pâmela Cristina da Silva   
Santos, Priscila Regina Vilas Boas, Rodrigo Antônio   
Bernardo, Josiane Aparecida Freitas, Jacyara Duarte   
Teixeira, Josefina Aparecida de Souza, Rita de Cassia   
Suart  

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UNIDADE DIDÁTICA: TERMOQUÍMICA 71 
Giseli Letícia Santos, Evelyn de Melo Paulo, Larissa K.   
Simões, Mateus Willian Eleutério, Pedro Reis de Jesus,   
Rita de Cassia Suart  
 
UNIDADE DIDÁTICA: TERMOQUÍMICA –  87 
ALIMENTOS  
Vinicius Silva Tanganeli, Mayara de Souza Miranda,   
Jackeline Rafaela Pedroso, Patrícia de Melo Carvalho,   
Camila Marra Abras, Lívia Maria Ribeiro Rosa,   
Hellem Renata Moreira, Rita de Cassia Suart  
 
UNIDADE DIDÁTICA:  109
QUÍMICA DOS MATERIAIS RECICLÁVEIS  
 Anne Carolina de Carvalho, Brígida Isabel de Siqueira, 
Izabella Caroline do Nascimento, Luanna Gomes de 
Gouvêa, Richard Arantes Paixão, Renata de Castro 
Magalhães, Silvana Marcussi, Rita de Cassia Suart
 

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PREFÁCIO 
 
 
 
As  propostas  curriculares  e  a  sociedade  atual  têm 
defendido o processo de ensino e aprendizagem que vise 
a formação de cidadãos críticos e formadores de opiniões, 
que  estejam  conscientes  de  suas  decisões  e  daquelas 
tomadas por outros. 
Nesta  nova  perspectiva,  o  professor  se  torna  um 
mediador da construção dos conhecimentos pelos alunos 
e,  esses  últimos,  participam  ativamente  deste  processo, 
propondo  suas  próprias  ideias,  baseados  não  apenas  nos 
conhecimentos  escolares,  mas  considerando  as 
implicações  sociais,  ambientais,  políticas,  éticas  e  morais 
envolvidas.  Desta  forma,  o  papel  da  escola,  ou  mais 
especificamente,  do  professor,  se  torna  de  extrema 
relevância.  
Assim,  novas  metodologias  e  estratégias  de  ensino  e 
aprendizagem  precisam  ser  desenvolvidas,  de  forma  a 
permitir  uma  postura  mais  participativa  dos  alunos, 
contribuindo  para  o  desenvolvimento  de  habilidades  e 
competências essenciais para a formação cidadã. 
No  entanto,  professores  declaram  encontrar 
dificuldades  para  proporem  atividades  baseadas  nesta 
abordagem.  Muitas  vezes,  tais  dificuldades  são 
provenientes  de  carências  relacionadas  à  sua  formação 
inicial ou, ainda, à escassez de materiais instrucionais que 
possam  os  auxiliar  na  proposição  e  execução  de 
atividades  que  contribuam  para  uma  formação  mais 
crítica do alunado. 

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Diante  desse  cenário,  o  presente  material,  intitulado 
Unidades  Didáticas  para  o  Ensino  Médio  de  Química: 
propostas  para  a  prática  docente  inicial  e  continuada,  foi 
elaborado  com  o  objetivo  de  apresentar  aos  professores 
do  Ensino  Médio  de  Química,  uma  série  de  7  Unidades 
Didáticas  relacionadas  a  conceitos  científicos  abordados 
em escolas públicas e privadas brasileiras. 
As unidades didáticas foram elaboradas por um grupo 
composto por alunos do curso de Licenciatura em Química 
da UFLA, professores da rede básica pública e particular de 
ensino  do  Estado  de  Minas  Gerais  e  professores 
universitários  do  Departamento  de  Química  da  UFLA 
participantes do projeto PIBID de Química da Universidade 
Federal de Lavras, entre os anos de 2011 e 2013. 
Desta  forma,  as  Unidades  trazem  diferentes  e 
importantes  olhares  sobre  o  processo  de  ensino  e 
aprendizagem,  baseados  nas  vivências,  conhecimentos  e 
perspectivas de cada grupo de autores envolvido. 
O  seu  conteúdo  está  baseado  em  propostas  e 
orientações  de  artigos  da  área  de Pesquisa  em  Ensino  de 
Química,  bem  como,  nas  sugestões  dos  Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN – Brasil) e Currículo Básico 
Comum (CBC – Minas Gerais). 
Ainda  é  importante  salientar  que,  todas  as  Unidades 
foram  aplicadas  em  salas  de  aulas  de  escolas  do  Sul  de 
Minas  Gerais,  seja  pelos  licenciandos,  ou  professores 
envolvidos  em  sua  elaboração.  Durante  e  após  o 
desenvolvimento  das  aulas  da  unidade,  o  grupo 
envolvido  se  reunia  para  discutir  sobre  as  ações 
desenvolvidas,  refletindo  sobre  os  pontos  positivos  e, 
repensando aqueles que não haviam alcançado o objetivo 
proposto, como por exemplo, replanejar um experimento; 

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reelaborar  uma  questão  que  possa  ter  confundido  os 
alunos; diminuir o conteúdo definido inicialmente. 
Estas  ações  permitiram  apresentar  neste  material, 
sequencias  de  aulas  reais  e  factíveis,  podendo  ser 
realizadas por demais colegas professores. 
Por meio das reflexões realizadas foi possível apresentar 
nas  unidades  algumas  sugestões  aos  professores  leitores. 
Estas sugestões estão relacionadas ao que o professor deve 
levar em conta quando aplicar a unidade, ou seja, o público 
específico  envolvido  ou  tempo  para  execução  das 
atividades.  Assim,  embora  as  Unidades  apresentem‐se 
completas,  prontas,  não  existe  impedimento  para  o 
professor  incluir  novas  abordagens  e  conceitos  ou,  ainda, 
trocar  alguma  atividade  sugerida.  Também  é  preciso 
considerar  que,  por  se  tratar  de  um  material  de  apoio  ao 
professor,  os  conteúdos  químicos  não  são  apresentados 
detalhadamente,  de  forma  que,  fica  a  critério  do  professor, 
caso  sinta  necessidade,  buscar  referência  específica  para 
sanar possíveis dúvidas conceituais.  
O  desenvolvimento  de  habilidades  cognitivas  e 
argumentativas  é  enfatizado  nas  unidades,  as  quais 
ressaltam  o  papel  mediador  do  professor  e  a  participação 
ativa  dos  alunos  na  construção  do  conhecimento.  Além 
disso, sua estrutura permite e incentiva a ação de atividades 
em grupo, contribuindo para o desenvolvimento de atitudes 
relacionadas ao respeito pela opinião do próximo, ao espaço 
e tempo dos colegas. São apresentadas diferentes estratégias 
de ensino como: experimentação investigativa, jogos, vídeos. 
Considerando  a  perspectiva  da  avaliação  formativa,  vários 
instrumentos  de  avaliação  são  apresentados  como: 
questionário  pré  e  pós  atividades,  mapas  conceituais, 
desenhos, redações, etc. 

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Cada Unidade apresenta a seguinte estrutura: 
• Introdução inicial sobre a importância do aprendizado 
dos conceitos pelos alunos;  
•  Apresentação geral das aulas; 
•  Detalhamento de cada aula, as quais constam de: 
− Problematização,  para  que  o  aluno  visualize  e 
compreenda a importância dos conteúdos a serem 
desenvolvidos  pelo  professor  e,  participe  como 
investigador e construtor de seu conhecimento; 
− Instrumento  para  identificar  as  ideias  prévias  dos 
alunos (questionário, mapas conceituais, redações, 
etc.); 
− Atividades experimentais ou jogos; 
− Indicação dos conceitos a serem desenvolvidos; 
− Avaliações finais (questionários, mapas conceituais, 
desenhos, etc.); 
− Sugestão  de  bibliografia  básica  para  elaboração  do 
plano de aula pelo professor; 
− Bibliografia utilizada. 
Por fim, o grupo espera que, o material desenvolvido 
nesse  período  de  trabalho,  possa  contribuir  para  demais 
colegas  professores,  assim  como  tem  contribuído  para  a 
prática  dos  professores,  em  formação  inicial  ou 
continuada, envolvidos no projeto.  
Atenciosamente, 
 
Professora Rita de Cassia Suart 
Coordenadora do projeto PIBID QUÍMICA UFLA 
2011‐2013.  

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UNIDADE DIDÁTICA: SOLUÇÕES 
 
 
Gleiciene Martins dos Santos, Pâmela Cristina da Silva 
Santos, Priscila Regina Vilas Boas, Rodrigo Antônio 
Bernardo, Josiane Aparecida Freitas, Jacyara Duarte 
Teixeira, Josefina Aparecida de Souza,  
Rita de Cassia Suart 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A  temática  soluções  faz  parte  do  Conteúdo  Básico 
Comum  (CBC),  elaborado  pela  Secretaria  Estadual  de 
Educação  de  Minas  Gerais  para  o  Ensino  Médio.  Sua 
importância  pode  ser  justificada  pelo  fato  de  estar 
presente  no  nosso  cotidiano  como,  por  exemplo,  nas 
águas  de  mares,  rios  e  lagos,  e  em  alimentos  que 
consumimos,  como  no  caso  de  um  suco.  Baseados  nisso, 
os  alunos  adquirem  conceitos  sobre  soluções  em  seu 
cotidiano, antes mesmo de terem acesso ao conhecimento 
escolar (CARMO, 2005). 
Este  conteúdo  apresenta  fundamental  importância, 
uma  vez  que,  através  dele  se  dará  a  compreensão  de 
diversos  outros  conceitos  químicos,  tanto  em  nível 
macroscópico quanto microscópico. Para Carmo (2008), o 
conceito de dissolução deve abordar as interações entre as 
partículas  de  solvente  e  soluto,  em  uma  visão 
microscópica,  que  servirá  de  subsídio  para  temas  como 
equilíbrio químico, por exemplo. Através da compreensão 
adequada dos processos químicos em nível microscópico, 
o  professor  permite  que  o  aluno  desenvolva  diversas 

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competências  e  habilidades  e  estabeleça  um 
desenvolvimento  cognitivo  de  acordo  com  a 
complexidade  da  situação.  Ao  agir  assim,  o  professor 
estimula  o  aluno  para  que  este  aplique  o  conhecimento 
apreendido e reconstrua‐o. 
Assim,  a  presente  unidade  didática  refere‐se  ao  tema 
Soluções  e,  pode  ser  desenvolvida  na  2ª  série  do  Ensino 
Médio, utilizando, em média, 09 aulas.  
As aulas da Unidade Soluções são assim distribuídas: 
• Aulas teóricas e práticas. 
• Mapas Conceituais pré e pós. 
• Exercícios. 
 
DETALHAMENTO DAS AULAS 
 
Primeira aula: Mapa conceitual prévio 
 
A  primeira  aula  tem  por  objetivo  investigar  os 
conhecimentos  prévios  dos  alunos  sobre  conteúdos 
relacionados a soluções.  
Esta  atividade  oferece  ao  professor  uma  avaliação 
inicial  das  ideias  que  os  alunos  têm  a  respeito  deste 
conteúdo.  
O  mapa  conceitual  é  uma  figura  esquemática 
composta  por  representações  gráficas,  semelhantes  a 
diagramas,  que  indicam  relações  entre  conceitos  ligados 
por  palavras  (TAVARES,  2007).  É  considerada  uma 
ferramenta de grande utilidade para o professor. Através 
dele, o aluno organiza e representa seus conhecimentos. A 
sua construção auxilia na passagem de conhecimentos da 
memória de curto prazo para a memória de longo prazo, 

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sendo um importante instrumento para a organização da 
estrutura cognitiva do aluno (PERUZZO; CANTO, 2006). 
Para Carmo e Marcondes (2008), os mapas conceituais 
contribuem para que o professor compreenda as relações 
conceituais construídas pelos alunos. Auxilia, também, na 
identificação  de  conceitos  pouco  compreendidos, 
possibilitando  assim,  modificações  na  intervenção 
pedagógica.  Devido  as  suas  características,  são  muito 
úteis tanto para identificação de conceitos prévios, quanto 
como ferramenta de avaliação de ensino‐aprendizagem. 
Para isso, o mapa conceitual prévio (Atividade 1) deve 
ser  elaborado  individualmente  pelos  alunos  e, 
posteriormente, avaliado pelo professor. 
 Inicialmente,  o  professor  deve  ministrar  uma  aula 
definindo  e  explicando  o  que  são  mapas,  uma  vez  que, 
normalmente,  os  alunos  ainda  não  possuem 
conhecimento de como se dá a sua elaboração. 
 
Atenção: 
O  mapa  conceitual  pode  ser  usado  como  forma  de 
avaliação, mas é necessário que o professor apresente sua 
base  conceitual  aos  alunos,  bem  como,  utilize  modelos  e 
exemplos, auxiliando‐os, assim, em sua confecção. 
 
Atividade 1: Mapa Conceitual Prévio. 
 
Construa  um  mapa  conceitual,  com  as  seguintes 
palavras:  água,  solvente  universal,  soluto,  solvente, 
mistura,  homogênea,  heterogênea,  soro,  soluções, 
concentração.  Utilize  também,  se  necessário,  outras 
palavras para a elaboração do mapa conceitual. 
 

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Segunda aula: Aula prática 
 
Nesta  aula,  com  o  auxílio  do  texto  introdutório 
(Atividade 2), o professor, inicialmente, pode desenvolver 
a  questão  problema  sobre  a  temática  soluções,  a  fim  de 
instigar os alunos. O texto pode ser trabalhado através de 
discussões e questionamentos mediados pelo professor. 
O texto é acompanhado por uma tabela, que deve ser 
preenchida  pelos  alunos,  e  refere‐se  às  observações 
realizadas  durante  um  experimento,  o  qual  tem  por 
finalidade  analisar  várias  soluções  de  diferentes 
concentrações de soro caseiro. 
Assim,  uma  importante  característica  do  estudo  das 
soluções  aquosas  em  destaque  é  a  necessidade  de 
expressar  a  quantidade  relativa  de  soluto  dissolvida  em 
uma  determina  quantidade  de  solvente  –  a  concentração 
da solução.  
 
Atividade 2: Texto com questão problema e tabela para 
preenchimento. 
 
Questão problema 
 
Ainda  hoje,  há  um  grande  número  de crianças que 
morrem  por  decorrência  de  diarreia,  principalmente,  em 
países  em  desenvolvimento.  Segundo  dados  da 
Organização  Mundial  de  Saúde,  esse  número  chega  a  3 
milhões  de  crianças.  Entre  as  causas  da  diarreia  está  o 
consumo  e/ou  a  exposição  na  água  contaminada  e 
a higiene pessoal não adequada. São as crianças que mais 
sofrem com a diarreia devido à perda de água, potássio e 
sais minerais pelo organismo. 

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O soro caseiro é uma forma simples, barata e eficiente 
de tratamento para desidratação associada à diarreia. Este 
é  constituído  de  uma  solução  de  sais  e  açúcares. 
Simplesmente  beber  água  pode  não  ser  eficiente  para 
evitar  a  desidratação,  porque  é  preciso  repor  os  sais 
minerais perdidos. 
O  soro  caseiro  não  visa  parar  a  diarreia,  mas  sim 
amenizar a desidratação até que a enfermidade passe.  
Como você faria para preparar o soro caseiro? 
 
Quantidade  Quantidade  Observações 
de açúcar  de sal 
1colher  1 colher   
1 colher  2 colheres   
1 colher  4 colheres   
2 colheres  1 colher   
4 colheres  1 colher   
6 colheres  1 colher   
8 colheres  1 colher   
 
Responda às seguintes questões: 
1) O soro é uma mistura homogênea ou heterogênea? 
2) Quais substâncias constituem o soro caseiro? 
3) Dentre  essas  sustâncias  qual  é  o  soluto  e  qual  é  o 
solvente? 
4) Se  a  quantidade  de  soluto  adicionada  for  maior 
que  a  medida  certa  para  seu  preparo,  a  solução  de  soro 
caseiro vai ficar mais ou menos concentrada? 
5) Se  a  quantidade  de  soluto  for  modificada 
(aumentada  ou  diminuída)  e  o  volume  de  água  for 
modificado  na  mesma  proporção,  o  que  acontece  com  a 
concentração da solução? 
 

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Atenção: 
Considerando  que  os  alunos  ainda  não  tiveram 
contato com os conceitos referentes a soluto e solvente, é 
importante, ao longo da unidade, o professor desenvolver 
tais conceitos e voltar ao experimento propondo questões 
para discussões e esclarecimento de dúvidas. 
 
Terceira, quarta, quinta e sexta aulas ‐ Aulas teóricas: 
 
Nas aulas teóricas poderão ser abordados os seguintes 
conteúdos: tipos de misturas (homogênea e heterogênea), 
componentes  da  solução  (soluto  e  solução),  classificação 
de  soluções  (soluções  sólidas,  líquidas  e  gasosas), 
características  das  soluções  (insaturada,  saturada  e 
supersaturada),  concentração  das  soluções  (comum, 
porcentagem  em  massa  e  volume,  ppm,  molaridade)  e 
análise  de  rótulos  (ATKINS,  2006;  PERUZZO,  CANTO, 
2006). 
As  aulas  teóricas  podem  ser  apresentadas  utilizando 
materiais de apoio como slides, quadro de giz; no entanto, 
sempre mediadas por discussões pelo professor. 
A  aula  pode  ser  planejada  de  acordo  com  o  CBC,  os 
quais  sugerem  o  desenvolvimento  das  seguintes 
habilidades e competências: 
• Reconhecer  que  a  maior  parte  dos  materiais  é 
constituída  de  misturas  homogêneas  ou  heterogêneas  de 
diferentes substâncias. 
• Reconhecer  que  solução  é  uma  mistura  homogênea 
na qual os constituintes são substâncias diferentes. 
• Saber que, em uma solução, dá‐se o nome de soluto 
à  substância  que  se  encontra  em  menor  quantidade,  e 
solvente àquele que a dissolve. 

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• Realizar cálculos simples envolvendo a relação entre 
o  valor  da  massa  do  soluto  e  a  massa  ou  volume  do 
solvente.  
• Saber que a concentração da solução pode ser dada 
como massa(g)/massa(g) ou massa(g)/volume(L).  
• Compreender  a  relação  entre  as  quantidades  de 
massa envolvidas nas soluções: concentração em g/L. 
• Identificar  soluções  mais  e  menos  concentradas  em 
função das relações entre soluto/solvente.  
• Fazer  cálculos  que  envolvam  proporcionalidade 
para determinar o valor da concentração de soluções. 
Os  rótulos  possuem  informações  muito  úteis  na 
exemplificação destes conceitos. O professor pode utilizar 
de  uma  das  aulas  para  trabalhar  a  interpretação  de 
rótulos  de  diversos  produtos  com  os  alunos,  como  uma 
forma de aproximar o conteúdo ministrado do cotidiano.  
 
Sugestões: 
Os conceitos trabalhados na aula experimental devem 
ser retomados nas aulas teóricas para que o experimento 
não se torne apenas uma prática ilustrativa e, ainda, para 
que dúvidas remanescentes sejam sanadas.  
A quantidade de aulas teóricas pode variar de acordo 
com o planejamento do professor. 
 
Sétima e oitava aulas: Exercícios. 
 
A  sétima  aula  pode  ser  utilizada  para  que  os  alunos 
resolvam  os  exercícios  em  sala  (Atividade  3),  contando 
com  o  auxílio  do  professor  para  o  esclarecimento  de 
dúvidas.  Na  oitava  aula  os  exercícios  deverão  ser 
corrigidos pelo professor em sala. 

   17
 
Sugestão: 
Na  aula  de  resolução  dos  exercícios,  o  professor 
poderá  sortear  os  alunos  para  que  estes  resolvam  os 
exercícios  no  quadro.  A  importância  de  chamar  os 
estudantes  ao  quadro  favorece  o  aprendizado,  uma  vez 
que  estimula  a  interação  entre  professor‐aluno  e  aluno‐
aluno.  É  importante  ressaltar  que  o  professor  deve 
auxiliar o estudante durante a resolução dos exercícios.  
 
Atividade 3: Exercícios  
 
1. Você deseja preparar um copo de solução de soro 
fisiológico  com  capacidade  para  200  mL.  A  massa  de  sal 
de cozinha utilizada é de 1,5g e a de açúcar 3,5g. Se você 
desejar  preparar  1  litro  de  solução  de  soro  fisiológico, 
quais  devem  ser  as  quantidades,  em  gramas,  de  sal  e 
açúcar necessárias? 
 
2. No rótulo de um frasco, que contém uma solução 
de  ácido  sulfúrico  (H2SO4),  utilizado  em  laboratório  está 
escrito: 

 
Com base nestas informações, responda as questões a 
seguir:  

18    
a. Qual  o  número  de  mols  do  soluto  presente  na 
solução? 
b. Qual a massa do soluto presente na solução? 
c. Determine a concentração da solução em g/L. 
 
3.  Um  professor  instruiu  seu  aluno  a  preparar 
100mL  de  solução  de  hidróxido  de  sódio  (NaOH) 
contendo  4,6g  de  soluto.  Ele  realizou  o  seguinte 
procedimento:  em  100mL  de  água  adicionou  4,6g  de 
NaOH. 
a. O  estudante  preparou  corretamente  a  solução? 
Justifique sua resposta. 
b. Calcule a concentração em g/L dessa solução. 
 
4. A  concentração  de  uma  solução  é  20g/L. 
Determine  o  volume  desta  solução,  sabendo  que  ela 
contém 85g de soluto.  
 
5. O soro fisiológico contém 0,9g de NaCl em 100 mL 
de  solução  aquosa.  Determine  a  concentração  desta 
solução  de  soro  expressa  em  mol/L.  Dados:  MM  (NaCl)= 
58,5g/mol. 
 
6. A  cachaça  é  uma  bebida  de  grande  importância 
cultural,  social  e  econômica  para  o  Brasil,  e  está 
relacionada  ao  início  da  colonização  do  País.  É  obtida  a 
partir  da  destilação  do  caldo  de  cana  da  cana‐de‐açúcar 
fermentada. 
 Estudos envolvendo etanol mostraram que, em ratos, 
a  dose  letal  desse  composto  é  de  14  g  para  cada  Kg  de 
massa corporal. Suponha que, para o ser humano, a dose 
letal  seja  a  mesma,  e  considere  um  indivíduo  de  60  Kg. 

   19
Com  os  dados  fornecidos  abaixo,  calcule  as  quantidades 
letais para tal indivíduo: 
a) A massa letal de etanol puro. 
b) O volume letal de etanol puro. 
c) O volume letal de aguardente. 
d) O volume letal de uísque. 
e) O volume letal de cerveja. 
 
Dados: 
‐ Densidade do etanol= 0,8 g/mL. 
‐ Teores alcoólicos: aguardente = 40º GL, uísque = 43º 
GL, cerveja de baixa fermentação = 4º GL. 
‐ A dose letal (DL ou LD, do inglês Lethal Dose) é uma 
indicação  da  letalidade  de  uma  dada  substância  ou  tipo 
de  radiação.  Dado  que  a  resistência  muda  de  indivíduo 
para  indivíduo,  a  dose  letal  representa  uma  dose 
(normalmente  medida  em  miligramas  de  substância  por 
quilograma  de  massa  corporal  do  indivíduo  testado) 
capaz de matar uma dada percentagem dos indivíduos de 
uma  população  em  teste.  O  indicador  de  letalidade  mais 
comumente  utilizado  é  o  DL50,  correspondente  à  dose 
capaz  de  matar  50%  dos  indivíduos  de  uma  população 
em teste. 
 
7. Qual é a definição para solução? 
a. Mistura de 2 componentes, sendo um deles a água. 
b. Mistura heterogênea. 
c. Mistura homogênea. 
d. Substância simples. 
e. Substância composta. 
 
Sugestão: 

20    
No  exercício  número  6  é  mencionado  o  termo  “dose 
letal”. Recomenda‐se que o professor esclareça aos alunos 
o  significado  de  tal  expressão.  A  ausência  desta 
informação  não  compromete  a  resolução  do  problema, 
entretanto,  trata‐se  de  um  conceito  científico 
frequentemente  mencionado  em  meios  de  comunicação, 
que  pode  causar  dúvidas  na  compreensão  do  enunciado 
da questão.  
 
Nona aula: Mapa conceitual pós. 
 
O  objetivo  do  mapa  conceitual  pós  é  investigar  os 
conhecimentos  construídos  pelos  alunos  durante  todo  o 
processo  de  ensino  e  aprendizagem  da  Unidade 
(Atividade 4). 
Para  isso,  é  necessário  relembrá‐los  do  processo  de 
construção  dos  mapas.  Cabe  ressaltar  que  no  mapa  final 
são  acrescentadas  outras  palavras  para  aumentar  as 
possibilidades de relações entre os conceitos pelos alunos. 
O  professor  poderá  utilizar  este  instrumento  como 
forma de avaliação dos alunos e, também, como indicador 
de eficácia da atividade. 
 
Atividade 4: Mapa conceitual pós 
 
Construa  um  mapa  conceitual,  com  as  seguintes 
palavras:  Água,  Soluto,  Solvente,  Homogênea, 
Heterogênea,  Soluções,  Concentração,  Mistura,  Soro, 
Solução  Insaturada,  Solução  Saturada,  Solução 
Supersaturada. 
Utilize também, se necessário, outras palavras, para a 
elaboração do mapa conceitual. 

   21
Respostas dos exercícios: 
1) 7,5 gramas de sal; 17,5 gramas de açúcar. 
2) a) 0,2 mol; b) 19,6 gramas; c) 9,8 g/L. 
3) a) Não. Primeiro deve‐se pesar 4,6 g de NaOH em 
um  béquer  de  250  mL,  em  seguida  adicionar  75 
mL  de  água  destilada  e  agitar  vigorosamente  até 
total  dissolução.  Em  seguida  transferir  a  solução 
para um balão volumétrico de 100 mL e completar 
o volume com água destilada. 
b) 46 g/L. 
4) 4,25 L. 
5) 0,15 mol/L. 
6) a) 840 gramas; b) 1,050 L; c) 2,625 L; d) 2,442 L; e) 
26,250 L. 
7) Letra c. 
 
 
 
REFERÊNCIAS  
 
ATKINS, P. W.; JONES, L.  Princípios de Química: Questionando 
a  Vida  Moderna  e  o  Meio  Ambiente.   3.ed.  Porto  Alegre: 
Bookman, 2006, 965 p. 
CARMO, M. P. do. Um estudo sobre a evolução conceitual dos 
estudantes na construção de modelos explicativos relativos ao 
conceito  de  solução  e  ao  processo  de  dissolução.  2005.  195  p. 
Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências), Universidade de 
São Paulo, São Paulo, 2005. 
CARMO,  M.  P.;  MARCONDES,  M.  E.  R.  Abordando  soluções 
em sala de aula – uma experiência de ensino a partir das ideias 
dos  alunos.  Química  Nova  na  Escola,  n°  28,  p.  37‐41,  maio  de 
2008. 

22    
PERUZZO,  F.  M.;  CANTO,  E.  L.  Química  na  abordagem  do 
cotidiano,  vol.  2,  Físico‐Química,  4.ed.,  São  Paulo:  Editora 
Moderna, 2006. 
SECRETARIA  DE  ESTADO  DE  EDUCAÇÃO  DE  MINAS 
GERAIS. Conteúdo Básico Comum – Química (2007). Educação 
Básica ‐ Ensino Médio (1ª a 3ª séries).  
TAVARES,  Romero.  Construindo  mapas  conceituais.  Revista 
Ciências & Cognição; vol. 12, p.72‐85, 2007. 
 
 
 
 
 

   23
24    
UNIDADE DIDÁTICA: ELETROQUÍMICA 
 
 
Gleiciene Martins dos Santos, Pâmela Cristina da Silva 
Santos, Priscila Regina Vilas Boas, Rodrigo Antônio 
Bernardo, Débora da Silva Maculan, Josiane Aparecida 
Freitas, Jacyara Duarte Teixeira, Josefina Aparecida de 
Souza, Rita de Cassia Suart 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A  temática  eletroquímica  faz  parte  do  Conteúdo 
Básico Comum (CBC), elaborado pela Secretaria Estadual 
de  Educação  de  Minas  Gerais  para  o  Ensino  Médio.  O 
tema  possibilita  a  abordagem  de  vários  assuntos  de 
interesse social e econômico, relacionado ao dia a dia dos 
estudantes.  No  entanto,  é  considerado  de  difícil 
compreensão por parte dos alunos (FRAGAL, et al. 2011). 
Os  Parâmetros  Curriculares  Nacionais  (PCN+)  do 
ensino  médio  propõem  que  o  aprendizado  de  química 
“[...]  deve  possibilitar  ao  aluno  a  compreensão  tanto  dos 
processos  químicos  em  si,  quanto  da  construção  de  um 
conhecimento  científico  em  estreita  relação  com  as 
aplicações  tecnológicas  e  suas  implicações  ambientais, 
sociais, políticas e econômicas” (BRASIL, 2002, p. 87). 
Mesmo  diante  das  orientações  dos  PCN+,  muitos 
planejamentos  de  ensino  apresentam  ainda  um  número 
excessivo  de  conteúdos,  que  não  estabelecem  relações 
entre  os  diversos  conceitos  da  temática  ou  os  relacionam 
com o contexto social ou ambiental. 

   25
Para  um  aprendizado  que  contemple  as 
recomendações  dos  PCN+  é  necessário  que  o  professor 
contextualize  a  temática  trabalhada  para  que  os  alunos 
possam  solucionar  as  situações  problemáticas  reais, 
buscando o conhecimento científico necessário para o seu 
entendimento e solução (SANTOS, 2007). 
Assim,  para  que  o  aluno  possa  compreender  o 
conteúdo,  pode‐se  utilizar  como  estratégia  didática  a 
experimentação.  Esta  mesmo  sendo  pouco  empregada,  é 
considerada,  pelos  professores  de  química,  uma 
metodologia  com  potenciais  para  a  construção  do 
conhecimento científicos pelos alunos.  
A  presente  Unidade  Didática  refere‐se  ao  tema 
Eletroquímica  e,  pode  ser  desenvolvida  na  2ª  série  do 
Ensino Médio, utilizando, em média, 12 aulas.  
As  aulas  da  Unidade  Eletroquímica  podem  ser  assim 
resumidas: 
• Primeira  aula:  Apresentação  de  duas  imagens 
como  suporte  para  que  os  alunos  elaborem  uma 
redação  referente  às  mesmas.  Esta  redação  visa 
investigar  os  conhecimentos  prévios  que  os 
estudantes possuem acerca do tema. 
• Segunda aula: Experimento investigativo Corrosão 
de  Pregos  em  Diferentes  Soluções.  Este  experimento 
visa  investigar  a  influência  de  diferentes 
ambientes/contextos  no  processo  oxidativo. 
Solicitar  a  divisão  da  turma  em  grupos  para  a 
confecção  de  uma  pilha  utilizando  materiais 
caseiros. 
• Terceira  e  Quarta  aulas:  Nestas  aulas  devem  ser 
inseridos  os  conceitos  referentes  aos  processos 

26    
oxidativos  e,  também,  os  conceitos  referentes  a 
pilhas e baterias. 
• Quinta aula: Esta aula tem por objetivo discutir o 
experimento  Corrosão  de  Pregos  em  Diferentes 
Soluções.  Algumas  questões  fundamentais  para  a 
compreensão  da  atividade  devem  ser  discutidas 
pelo  professor,  comparando  o  estado  inicial  e  o 
final  do  experimento  e  abordando  a  tabela  de 
potenciais químicos. 
• Sexta  aula:  Nesta  aula,  todos  os  conceitos  até 
então  compreendidos  devem  ser  revisados,  de 
maneira  a  sanar  possíveis  dúvidas.  É  interessante 
também a utilização de diversos recursos didáticos 
que tornem a aula mais dinâmica. 
• Sétima  aula:  Nesta  aula  será  estudado  um  texto 
relacionado a minerais e sua identificação.  
• Oitava  aula:  Experimento  demonstrativo 
investigativo  sobre  Cobreamento,  onde  conceitos 
sobre eletrólise serão abordados. 
• Nona  e  Décima  aula:  Aulas  destinadas  a 
apresentações  de  trabalhos  em  grupos, 
desenvolvidos  pelos  alunos  no  decorrer  da 
sequência  didática,  sobre  a  construção  de  pilhas, 
utilizando materiais de uso cotidiano. 
• Décima  primeira  aula:  Aula  destinada  à 
elaboração  de  textos  pelos  alunos,  onde  todo  o 
conhecimento construído ao longo desta sequência 
didática  deverá  ser  explicitado,  fazendo‐se  uso, 
novamente,  das  imagens  utilizadas  na  primeira 
aula. 
 
 

   27
DETALHAMENTO DAS AULAS 
 
Primeira aula ‐ Redação prévia 
 
A redação, aplicada na primeira aula, tem por objetivo 
investigar  os  conhecimentos  prévios  dos  alunos  sobre  o 
tema Eletroquímica. Tal atividade possibilita ao professor, 
além de avaliar o conhecimento dos alunos sobre o tema, 
exaltar  a  importância  da  escrita  no  processo  de  ensino  e 
aprendizagem. 
A  escrita  pode  ser  considerada  uma  importante 
ferramenta de avaliação da aprendizagem. Através dela, o 
aluno expressa a sua compreensão da temática abordada. 
Ao  escrever,  o  aluno  organiza  seu  raciocínio  através  de 
frases concisas, que possuem significado e demonstram a 
apreensão do assunto. De acordo com Oliveira e Carvalho 
(2005,  p.  348)  “o  papel  da  escrita  tem  se  destacado  como 
um  mecanismo  cognitivo  singular  de  organizar  e  refinar 
ideias sobre um tema específico”. 
Inicialmente, devem ser apresentadas aos alunos duas 
imagens, uma referindo‐se a um veículo novo e a outra, a 
um  veículo  do  mesmo  modelo,  porém  em  estado  de 
deterioração  causado  pelo  processo  de  oxidação,  como 
por  exemplo,  as  figuras  abaixo.  Os  alunos  devem  ser 
orientados  a  escreverem  a  respeito  do  que  visualizaram 
nas  imagens,  ou  seja,  devem  utilizar  suas  ideias  iniciais 
para explicar o que pode ter ocorrido para que o veículo 
presente na figura 1 sofresse a transformação apresentada 
na figura 2.  

28    
 
Figura 1: Figura de um automóvel antes da corrosão 
(http://www.zap.com.br/revista/carros/ultimas‐noticias/ 

 
Figura 2: Figura de um automóvel depois da corrosão 
(http://www.uniblog.com.br/tudosobrecarros/356297/corrosao.html 
 
Sugestão:  
A  redação  produzida  pelos  alunos  pode  conter  entre 
10  e  15  linhas.  Se  o  professor  preferir,  pode  utilizar  a 
frente  e  o  verso  de  uma  mesma  folha,  para  a  redação 
prévia  e  para  a  redação  pós,  respectivamente.  Assim  os 
alunos, na redação pós, podem consultar a redação prévia 

   29
modificando  e/ou  acrescentando  novos  conceitos.  Outras 
imagens  também  podem  ser  apresentadas,  como  por 
exemplo,  um  portão.  O  importante  é  que  as  imagens 
apresentem  o  objeto  em  seu  estado  “normal”,  ou  seja, 
antes do processo oxidativo e, e após esse processo.  
Para  auxiliar  no  desenvolvimento  das  redações  e, 
também,  para  evitar  um  possível  desvio  do  assunto  que 
será  abordado,  o  professor  poderá  promover  uma 
discussão  a  respeito  das  opiniões  dos  alunos  sobre  as 
imagens, colocando na lousa alguns termos referentes ao 
processo  de  oxidação,  como  por  exemplo,  enferrujamento, 
a fim de nortear a escrita dos alunos.  
 
Segunda aula ‐ Experimento Investigativo  
 
Este  experimento  tem  por  objetivo  investigar  os 
processos  oxidativos  que  ocorrem  com  o  ferro.  O 
experimento  abaixo  (Atividade  1),  baseado  no  material 
produzido  pelo  GEPEQ  (PITOMBO;  MARCONDES, 
2003),  pode  ser  utilizado  para  investigar  a  influência  de 
diferentes  ambientes/contextos  no  processo  oxidativo. 
Tais  processos  dependem  da  solução  em  que  ocorrem, 
como  por  exemplo,  a  presença  de água,  que  intensifica  a 
oxidação dos metais. 
Após a realização do experimento devem ser inseridos 
conceitos relativos ao número de oxidação dos elementos 
e  compostos,  assim  como  regras  para  determinação  e 
variação  de  nox  em  diferentes  soluções.  Para  facilitar  o 
entendimento,  o  professor  pode  introduzir  ou  retomar  o 
conceito  de  eletronegatividade  (se  este  já  tiver  sido 
apresentado aos alunos em algum momento).  

30    
Atividade  1  ‐  Corrosão  dos  pregos  em  diferentes 
soluções 
Descrição do experimento: 
 
Material 
• 6 pregos limpos e polidos 
• 6 tubos de ensaio 
• 1 suporte para tubos de ensaio 
• Cloreto de sódio (NaCl)  
• Água (H2O) 
• Solução de ácido acético (CH3COOH) 
• Fitas de Magnésio  
• Fios de Cobre 
 
Procedimento 
Os  alunos,  no  decorrer  das  três  primeiras  semanas, 
devem ser orientados a completarem a tabela abaixo: 
 
Tubo  Sistema  1ª observação 2ª observação 3ª observação 
Padrão         
A         
B         
C         
D         
E         
 
Enumere os tubos de Padrão à E 
• Tubo padrão: prego de referência; 
• Tubo A: coloque um prego, e cubra‐o com água de 
torneira; 

   31
• Tubo  B:  coloque  um  prego,  e  cubra‐o  com  água 
contendo um pouco NaCl (sal de cozinha); 
• Tubo C: coloque um prego, e cubra‐o com vinagre; 
• Tubo  D:  enrole  uma  parte  do  prego  com  fita 
magnésio, coloque‐o no tubo de ensaio e adicione 
água até cobrir; 
• Tubo  E:  enrole  uma  parte  do  prego  com  fio  de 
cobre, coloque‐o no tubo de ensaio e adicione água 
até cobrir. 
Abaixo,  encontra‐se  a  imagem  referente  à  segunda 
observação. 
 

 
 
Figura 3: Foto da 2ª observação. 
 
Orientações: 
O  professor  deve  nortear  os  alunos  com  relação  ao 
preenchimento  da  tabela.  Os  alunos  deverão  anotar  na 
tabela  as  observações  relativas  a  cada  sistema  em  seus 
diferentes  estados.  A  observação  inicial  refere‐se  à 
primeira aula da realização do experimento. No decorrer 
da sequência das aulas, o professor conduzirá os alunos a 
realizarem  as  demais  observações,  que  podem  ser  feitas 
uma vez por semana. O experimento deve ser deixado em 
um local de fácil acesso aos alunos, como o laboratório ou 
mesmo em algum espaço dentro da sala de aula. 

32    
Para  minimizar  variáveis  que  não  correspondem  ao 
processo  de  oxidação  e,  minimizar  dúvidas  que  possam 
surgir pelos alunos, é importante que: 
• Os pregos sejam do mesmo tamanho, assim como 
as fitas de cobre e magnésio; 
• A quantidade de água nos tubos seja padronizada, 
assim como a concentração das soluções. 
 
Sugestão: 
O  professor,  durante  a  realização  do  experimento, 
pode instigar os alunos a preverem o que acontecerá com 
os pregos nas diferentes situações. 
O  professor  pode  dividir  a  classe  em  pequenos 
grupos,  de  maneira  que  cada  grupo  realize  seu 
experimento,  assim  os  alunos  poderão  manusear  as 
vidrarias.  Estes  mesmos  grupos,  posteriormente, 
desenvolverão  uma  atividade  referente  à  confecção  de 
uma pilha com materiais presentes no cotidiano. 
 
Terceira e Quarta aulas ‐ Aula Teórica  
 
O  professor  pode  iniciar  a  aula  retomando  e 
questionando  os  alunos  com  relação  aos  termos  que 
foram escritos por eles na redação.  
Nestas  aulas  deverão  ser  definidos  os  conceitos 
“oxidar”  e  “reduzir”,  o  que  favorece  o  comportamento 
das  substâncias  como  oxidantes  ou  redutoras,  assim 
como, as reações de oxirredução, (agente redutor e agente 
oxidante).  Tais  conceitos  merecem  especial  atenção  por 
são  recorrentes  no  cotidiano,  além  de  apresentarem 
diversas  aplicações,  como  por  exemplo,  a  redução  de 

   33
minérios para produção de metais, prevenção do processo 
de oxidação, além do funcionamento de pilhas e baterias. 
Ainda  na  terceira  aula,  o  professor  deve  orientar  os 
alunos  sobre  o  trabalho  em  grupo  a  ser  apresentado  ao 
final  da  sequencia  didática.  Neste  trabalho,  cada  grupo 
ficará responsável pela confecção de uma pilha, utilizando 
materiais  simples,  presentes  no  cotidiano.  Um  roteiro 
experimental pode ser disponibilizado pelo professor para 
auxiliar os alunos durante a elaboração do experimento. 
 
Orientação: 
É importante o professor se atentar às dificuldades de 
compreensão  conceitual  dos  estudantes,  principalmente 
com  relação  à  perda  e  ganho  de  elétrons.  Os  estudantes, 
por  exemplo,  têm  muita  dificuldade  de  entender  que  a 
perda  de  elétrons  acarreta  aumento  do  número  de 
oxidação. 
 
Sugestão: 
Sugere‐se que o professor disponibilize uma aula para 
sanar  as  possíveis  dúvidas  dos  alunos  referentes  à 
confecção da pilha. 
 
Quinta  aula  ‐  Entendendo  o  experimento  de  corrosão 
dos pregos 
 
Para  entendimento  do  experimento  o  professor  pode 
utilizar  algumas  questões  propostas  pelo  material  do 
GEPEQ, como: 
1) Em  qual  dos  sistemas  notou‐se  maior  quantidade 
de  ferrugem?  Que  materiais  constituem  esse 
sistema? 

34    
2) Em  algum  sistema  não  se  observou  ferrugem? 
Quais? 
3) Que condições favorecem o enferrujamento. Quais 
o evitam? 
4) Um  procedimento  utilizado  para  impedir  o 
enferrujamento de navios é amarrar ao casco, que 
é  de  ferro,  blocos  de  magnésio  metálico.  Como 
você justifica esse procedimento? 

 
Figura 4: Tabela de potenciais padrão 
 
Com  auxílio  do  experimento  e,  utilizando  exemplos 
do  cotidiano,  como,  a  oxidação  de  portões  e  materiais 
constituídos  por  ferro,  é  possível  discutir  através  destes, 
métodos  de  proteção  à  oxidação  e  metais  alternativos 
para a construção de materiais utilizados rotineiramente. 

   35
O esclarecimento da origem e causas para a oxidação 
do  ferro  em  uma  situação  em  detrimento  de  outra  será 
mais  efetivo  com  a  explicação  da  tabela  de  potenciais  de 
oxidação  e  redução,  facilmente  encontrada  em  livros 
didáticos (figura 4). 
 
Sugestão: 
O  professor  pode  propor  que  os  alunos  façam  um 
relatório  ou  um  texto  explicando  o  experimento, 
juntamente  com  respostas  às  questões  propostas.  Deste 
modo,  pode  sugerir  que  os  estudantes  deixem  claro,  por 
exemplo,  as  reações  que  aconteceram,  bem  como  os 
elementos  envolvidos  (agente  oxidante,  agente  redutor, 
etc.).  
Se na quinta aula ainda não tiverem sido feitas as três 
observações,  o  professor  poderá  alterar  a  sequência  de 
aulas, ou seja, ministrar a sétima aula antes da discussão 
do experimento. 
 
Sexta Aula ‐ Aula Teórica 
 
Nesta aula sugere‐se uma revisão rápida dos assuntos 
relevantes  sobre  eletroquímica,  que  foram  abordados 
anteriormente,  tais  como:  reações  de  oxirredução, 
identificação  de  agente  oxidante  e  agente  redutor  e,  em 
seguida,  o  professor  pode  desenvolver  o  conceito  de 
pilhas e relacioná‐los com os temas trabalhados nas aulas 
anteriores. De acordo com CBC é interessante mostrar as 
reações  anódicas  e  catódicas,  a  representação  pelas 
reações  químicas  e,  prever  a  possibilidade  de  reação  de 
acordo com a tabela de potencial padrão de redução, que 

36    
podem  ser  relacionados  aos  conceitos  de  pilhas  e  aos 
componentes de uma célula eletroquímica. 
 
Sugestão: 
 Nesta  aula  podem‐se  usar  outras  ferramentas 
didáticas  para  revisar  o  conteúdo,  tais  como:  slides, 
vídeos, jogos e/ou exercícios. Desta forma, a aula torna‐se 
mais  dinâmica  e  possibilita  um  maior  envolvimento  dos 
alunos na atividade. 
 
Sétima Aula ‐ Texto 
 
Nesta  aula,  propõe‐se  a  leitura,  juntamente  com  os 
alunos,  do  texto  abaixo.  Em  seguida,  deve  ser  realizado 
um  debate,  que  envolva  os  processos  químicos 
relacionados  aos  aspectos  ambientais,  socioeconômicos  e 
tecnológicos  que  englobam  os  métodos  envolvidos  na 
extração, utilização e descarte dos metais. Esse debate tem 
como  objetivo  a  formação  de  um  pensamento  crítico  e  o 
despertar de novos conhecimentos dos alunos em relação 
às  implicações  sociais  envolvidas  no  seu  dia  a  dia,  como 
na  oxidação  de  portões,  queima  de  combustível, 
relacionando também a origem dos metais. 
A  leitura  de  textos  possibilita  a  melhoria  na 
compreensão  textual  e  escrita  dos  alunos,  visto  que, 
aqueles que não leem, não escrevem bem. Isso implica em 
uma má interpretação e até comunicação e argumentação 
entre as pessoas, dificultando a sua inserção na sociedade. 
Essa  prática,  quando  estimulada,  pode  possibilitar  uma 
evolução  intelectual  e  deve  se  tornar  frequente  na  vida 
dos  alunos.  Com  isso,  há  um  desenvolvimento  na 
capacidade  de  organização  e  expressão  de  suas  ideias,  a 

   37
criatividade  e  uma  leitura  crítica  do  mundo  que  o  cerca 
(CARDOZO; PELOZO, 2007). 
 
A TRANSFORMAÇÃO DE MINÉRIOS EM METAIS 
 
As  substâncias  naturais  encontradas  na  crosta 
terrestre são denominadas minerais. O petróleo, a areia, o 
mármore,  o  minério  de  ouro,  são  exemplos  desses 
minerais.  Os  agregados  naturais  de  minerais  são 
chamados  rochas.  Todavia,  é  comum  chamar  uma  rocha 
de mineral ou minério. Dos minerais são extraídos metais 
de valor econômico, como o ouro, e matéria‐prima para as 
diferentes indústrias.  
Normalmente,  os  metais  podem  ser  encontrados  em 
diferentes minerais, conforme mostra a tabela abaixo. Por 
exemplo,  o  alumínio  está  presente  na  bauxita,  no 
coríndon  e  difundido  em  rochas  eruptivas.  Como  a 
bauxita é o mineral com maior teor de alumínio, é o mais 
explorado para a obtenção desse metal. 
O desenvolvimento da indústria metalúrgica ao longo 
dos  séculos  foi  permitindo  a  fabricação  de  novos 
materiais.  Prevê‐se  que  no  futuro  sejam  criadas  ligas  e 
materiais  para  atender  a  novas  necessidades.  Ligas 
metálicas  são  materiais  com  propriedades  metálicas  que 
contêm  dois  ou  mais  elementos  químicos  em  sua 
composição,  sendo  que,  pelo  menos  um  deles,  é  metal, 
como por exemplo o aço (ferro e carbono). 
Em todo esse processo, os minérios – materiais baratos 
e  abundantes  –  são  transformados  em  ligas  com 
propriedades  específicas.  O  subsolo  brasileiro  é  rico  em 
recursos minerais, possuindo enormes jazidas de minérios 
de  ferro,  alumínio,  cobre,  ouro,  entre  outros  metais.  A 

38    
exploração destas jazidas dá grande retorno financeiro ao 
país, porém provoca muitos impactos ambientais.  
A  tabela  a  seguir  apresenta  a  relação  de  alguns 
minérios e dos metais deles extraídos. 
 
ALGUNS MINÉRIOS E SEUS METAIS 
Minério  Metal (Símbolo  Fórmula básica* 
químico)  dos minerais 
Hematita  Ferro (Fe)  Fe2O3 
Coríndon  Alumínio (Al)  Al2O3 
Bauxita  Alumínio (Al)  Al2O3 
Cuprita  Cobre (Cu)  Cu2O 
Cinábrio  Mercúrio (Hg)  HgS 
Blenda  Zinco (Zn)  ZnS 
Galena  Chumbo (Pb)  PbS 
Cassiterita  Estanho (Sn)  SnO2 
Ilmenita  Titânio (Ti)  FeTiO3 
Vanadita  Vanádio (V)  Pb5Cl(VO4)3 
Pirolusita  Manganês (Mn)  MnO2 
Cromita  Cromo (Cr)  FeCr2O4 
Dolomita  Magnésio (Mg)  CaMg(CO3)2 
*A composição química dos minérios não é constante 
 
Alguns  dos  metais  citados  na  tabela  acima  são 
considerados  metais  pesados.  Estas  são  substâncias 
altamente  reativas,  bioacumuláveis  e  tóxicas,  e  podem 
poluir  o  meio  ambiente  quando  são  descartadas 
inadequadamente. 
O  perigo  de  contaminação  com  estes  metais  está  no 
solo,  na  água  e  no  ar.  Quando  absorvidos  pelo  ser 
humano,  os  metais  pesados  (elementos  de  elevado  peso 
molecular) se depositam nos tecidos ósseo e gorduroso e 

   39
deslocam  minerais,  como  o  cálcio,  dos  ossos  e  músculos 
para a circulação. Esse processo provoca doenças. 
O  consumo  habitual  de  água  e  alimentos  ‐  como 
peixes  de  águas  doce  ou  salgada  –  contaminados  com 
metais  pesados  coloca  em  risco  a  saúde.  As  populações 
que  moram  em  torno  das  fábricas  de  baterias  artesanais, 
industriais  de  cloro‐soda  que  utilizam  mercúrio, 
indústrias  navais,  siderúrgicas  e  metalúrgicas,  correm 
risco de serem contaminadas. 
Os metais pesados são muito usados na indústria e estão 
em  vários  produtos.  Apresentamos  na  seguinte  tabela  os 
principais metais usados, suas fontes e riscos à saúde. 
 
Metais  De onde vem  Efeitos 
Alumínio (Al)  Produção de  Anemia por 
artefatos de  deficiência de ferro e  
alumínio;  intoxicação crônica. 
serralheria; 
tratamento 
convencional de 
água. 
Arsênio (As)  Metalurgia;  Câncer. 
manufatura de 
vidros e fundição. 
Chumbo (Pb)  Fabricação e  Saturnismo (cólicas 
reciclagem de  abdominais, 
baterias de autos;  tremores, fraqueza 
indústria de tintas;  muscular, lesão renal 
pintura em  e cerebral). 
cerâmica; 
soldagem. 
 
Cromo (Cr)  Indústrias de  Asma (bronquite); 
corantes, esmaltes,  câncer. 

40    
tintas, ligas com 
aço e níquel; 
cromagem de 
metais. 
Cobalto (Co)  Preparo de  Fibrose pulmonar 
ferramentas de  (endurecimento do 
corte e furadoras.  pulmão) que pode 
  levar à morte. 
Mercúrio (Hg)  Moldes industriais;  Intoxicação do 
certas indústrias de  sistema nervoso 
cloro‐soda;  central. 
garimpo de ouro; 
lâmpadas 
fluorescentes. 
Níquel (Ni)  Baterias; aramados;  Câncer de pulmão. 
fundição e   
niquelagem de 
metais; refinarias. 
Fonte: CUT – RJ ‐ Comissão de Meio Ambiente 
 
Sugestão: 
Ao  término  de  cada  parágrafo  do  texto,  pode  haver 
uma  discussão  dos  conceitos  apresentados  neste  ou,  se  o 
professor  preferir,  a  discussão  pode  ser  realizada  após  a 
leitura de todo o texto. Sugere‐se também que o professor 
proponha  aos  alunos  a  leitura  do  texto  em  voz  alta, 
alternando o aluno em cada parágrafo.  
Se  houver  possibilidade,  ao  final  do  debate,  o 
professor poderá apresentar aos alunos algumas espécies 
minerais, o próprio mineral ou as fotos, de acordo com as 
possibilidades  do  professor,  ressaltando  suas  origens, 
composição química e aplicações. 
 
 

   41
Oitava Aula ‐ Aula teórica e experimento investigativo 
 
Nesta aula pode‐se realizar o experimento Cobreação 
(atividade  2)  de  caráter  investigativo,  que  abrange  os 
conceitos de eletrólise. A partir do experimento e também 
do  texto  é  possível  fazer  um  levantamento  dos  assuntos 
pertinentes  ao  tema,  como  por  exemplo,  a  obtenção  de 
metais  que  está  relacionada  aos  conceitos  de  oxidação  e 
redução,  pilhas,  espontaneidade  das  reações  e  aplicações 
da eletrólise.  
 
Atividade 2: Cobreação 
 
Descrição do experimento: 
 
Material:  
• Bateria AA, conectada a dois fios de cobre; 
• Sulfato de cobre (CuSO4); 
• Chave; 
• Frasco Transparente. 
 
Procedimento: 
No  frasco,  prepare  uma  solução  de  CuSO4  o  mais 
concentrada possível. A seguir, prenda a chave ao fio que 
está ligado ao polo negativo da bateria, introduzindo‐a na 
solução. Finalmente, introduza a ponta do outro fio (polo 
positivo) na solução. 
Observe  a  cor  da  solução  no  início  e  no  fim  do 
processo e o que ocorre na chave.  
 
 
 

42    
Sugestões:  
Durante  o  experimento,  além  de  desenvolver  os 
conceitos de eletrólise, o professor pode levantar discussões 
e  problematizar  questões  referentes  à  obtenção  de  metais, 
suas  utilizações,  os  processos  de  extração  e  impactos 
ambientais. Pode ainda, retomar o texto trabalhado na aula 
anterior  para auxiliar  nas  discussões,  permitindo os alunos 
participarem com suas opiniões e hipóteses. 
 
Nona e Décima Aula – Apresentações das atividades em 
grupos 
 
Estas duas aulas devem ser destinadas às apresentações 
dos  trabalhos  referentes  à  confecção  de  pilhas, 
anteriormente solicitados aos alunos. Pede‐se que realizem a 
montagem dos experimentos com materiais do dia a dia e, 
depois, discutam os procedimentos e os resultados obtidos. 
Essa apresentação tem como objetivo desenvolver e verificar 
a capacidade de argumentação, organização, elaboração de 
hipóteses, baseadas no processo de coleta de dados que essa 
atividade  exigiu  dos  alunos,  relacionando  os  fenômenos 
ocorridos  com  os  conceitos  químicos,  desenvolvidos  nas 
aulas, bem como para a discussão do funcionamento ou não 
de seus experimentos.  
A  utilização  de  experimentos  que  desenvolvam  as 
habilidades acima é de grande importância para o ensino, 
já  que  possibilita  a  participação  dos  alunos  e  desenvolve 
de  maneira  mais  efetiva  o  entendimento  de  conceitos 
científicos,  além  de  oferecer  a  chance  de  se  envolverem 
em  um  problema,  investigando  suas  causas  e  possíveis 
soluções  com  a  ajuda  do  professor  (SUART; 
MARCONDES; LAMAS, 2010). 

   43
Sugestão:  
Sugerir  aos  alunos  utilizarem  o  método  de 
apresentação  que  acharem  mais  interessante  (slides, 
cartolina,  vídeos,  encenação,  paródia,  etc.)  desde  que 
também  apresentem  o  experimento  e  os  métodos  e 
hipóteses que os fizeram chegar a suas conclusões. Essas 
informações  devem  ser  passadas  de  forma  clara, 
contribuindo  para  um  melhor  entendimento  dos  alunos 
em  relação  à  proposta  do  professor.  É  importante 
ressaltar que o professor deve acompanhar o processo de 
elaboração  dos  trabalhos  e  conhecer  o  planejamento  dos 
alunos. Dessa forma, o docente pode elaborar melhor seus 
critérios de avaliação e mediar discussões relevantes com 
toda  a  turma  em  relação  ao  tema,  evitando  ainda,  
problemas e dificuldades no dia da apresentação. 
 
Décima Primeira Aula – Redação pós 
   
Novamente,  o  aluno  é  solicitado  a  escrever  um  texto 
onde  devem  ser  descritos  todos  os  conceitos  construídos 
ao longo da sequência de aulas. 
 
Sugestão:  
Sugere‐se  que  o  professor  apresente  novamente  as 
imagens apresentadas durante a elaboração das redações 
prévias.  Antes  da  escrita  das  redações,  o  professor  pode 
levantar  alguns  questionamentos  relacionando  as 
imagens  com  o  conteúdo  abordado  nas  aulas  anteriores, 
para  que  os  alunos  exponham  suas  opiniões.  
É  interessante  que  os  alunos  tenham  contato  com  sua 
redação  prévia  para  que  ele  possa  refletir  sobre  sua 
primeira redação e fazer relações com o que foi aprendido 

44    
durante  as  aulas,  sendo  incentivados  a  relacionar  os 
conceitos  aprendidos  às  imagens  apresentadas 
escrevendo uma nova redação. 
 
 
 
REFERÊNCIAS  
 
BRASIL.  Ministério  da  Educação  e  dos  Desportos.  Secretaria 
de  Educação  Média  e  Tecnológica.  Orientações  educacionais 
complementares  aos  Parâmetros  Curriculares  Nacionais 
(PCN+): Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. 
Ensino Médio. Brasília: MEC, 2002. 
CARDOZO, G.  C.; PELOZO,  R.  C.  B. A  importância  da leitura 
na  formação  do  indivíduo.  Revista  Científica  Eletrônica  de 
Pedagogia, ano V, n. 9, janeiro de 2007, periódico semestral. 
FRAGAL, V. H.; MAEDA, S. M.; PALMA, E. P.; BUZATTO, M. 
B.  P.;  RODRIGUES,  M.  A.;  SILVA,  E.  L.  S.  Uma  proposta 
alternativa  para  o  ensino  de  eletroquímica  sobre  a  reatividade 
de metais. Química Nova na Escola, v. 33, nº4, p. 216‐222, nov. 
2011. 
OLIVEIRA, C. M. A.; CARVALHO, A. M. P. (2005). Escrevendo 
em aulas de ciências. Ciência & Educação, 11 (3), 347–366. 
PITOMBO, L. R. M.; MARCONDES, M. E. R., coord.; GEPEQ – 
Grupo  de  Pesquisa  para  o  Ensino  de  Química.  Interações  e 
transformações I: Química ‐ Ensino Médio. São Paulo: EDUSP, 
2003. 
SANJUAN, M. E. C.; SANTOS, C. V.; MAIA, J. C.; SILVA, F. A.; 
WARTHA,  E.  J.  Maresia:  Uma  proposta  para  o  ensino  de 
eletroquímica. Química Nova na Escola, v. 31, nº 3, p. 190‐197, 
ago. 2009. 
SANTOS,  W.  L.  P.  Contextualização  no  ensino  de  ciências  por 
meio  de  temas  CTS  em  uma  perspectiva  crítica.  Ciência  & 
Ensino, v.1, número especial, p.1‐12, 2007. 

   45
SECRETARIA  DE  ESTADO  DE  EDUCAÇÃO  DE  MINAS 
GERAIS. Conteúdo Básico Comum – Química (2007). Educação 
Básica ‐ Ensino Médio (1ª a 3ª séries).  
SUART,  R.  C.;  MARCONDES,  M.  E.  R.;  LAMAS,  M.  F.  P.  A 
estratégia “laboratório aberto” para a construção do conceito de 
temperatura  de  ebulição  e  manifestação  de  habilidades 
cognitivas.  Química  Nova  na  Escola,  Vol.  32,  nº  3,  p.  200‐207, 
ago. 2010. 

46    
UNIDADE DIDÁTICA: TABELA PERIÓDICA 
 
 
Vinicius Silva Tanganeli, Mayara de Souza Miranda,  
Camila Marra Abras, Lívia Maria Ribeiro Rosa,  
Hellem Renata Moreira, Letícia Gazola Tartuci, Rita de 
Cassia Suart 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A  tabela  periódica  que  hoje  temos  acesso  não  foi 
sempre igual desde sua criação. Ela surgiu da necessidade 
de  agrupar  os  elementos  que  tinham  propriedades 
químicas  e  físicas  semelhantes,  e  separar  os  que  não 
tinham nada em comum. 
Desde  a  primeira  tentativa  de  Dobereiner  em 
classificar  os  elementos,  a  tabela  periódica  sofreu 
inúmeras  alterações,  sendo  estas  realizadas  por 
pesquisadores  como  Chancourtóis,  Newlands,  Meyer  e 
Mendeleev.  
O  nome  ʺTabela  Periódicaʺ  é  devido  à  sua 
periodicidade,  ou  seja,  à  repetição  de  propriedades 
comuns  entre  alguns  elementos  químicos  e  suas 
características principais. 
Esta  unidade  didática  foi  desenvolvida  seguindo  as 
propostas  dos  Parâmetros  Curriculares  Nacionais  PCN  + 
de  Química  (BRASIL,  2002)  para,  desta  forma,  contribuir 
para  uma  aprendizagem  significativa  dos  alunos  quanto 
ao tema em questão. 
Segundo  o  PCN  +  de  Química  (BRASIL,  2002),  os 
elementos  químicos  e  seus  compostos  podem  ser 

   47
estudados  através  da  periodicidade  de  propriedades 
como,  por  exemplo,  a  reatividade  química  e  a  densidade 
em  função  das  massas  atômicas.  Nessa  perspectiva,  a 
tabela  periódica  poderia  ser  discutida  de  modo 
significativo.  A  sua  reconstrução  histórica  com  base  nas 
propriedades  macroscópicas,  tal  como  foi  feita  por 
Mendeleev,  por  exemplo,  pode  ser  uma  oportunidade 
para ampliar esse conhecimento. 
Assim, esta unidade didática tem por objetivo auxiliar 
o  professor  no  desenvolvimento  de  conceitos  iniciais 
relacionados à tabela periódica, bem como, apresentar aos 
alunos  o  seu  desenvolvimento  histórico.  Os  principais 
conteúdos que a abrangem são a história da construção da 
tabela periódica, sua organização e suas propriedades, os 
quais  podem  ser  ministrados  em  oito  aulas,  nas  turmas 
das primeiras séries do ensino médio. 
As oito aulas podem ser resumidas da seguinte forma: 
 
• Primeira aula: Levantamento das ideias prévias dos 
alunos em relação ao conteúdo tabela periódica.  
• Segunda aula: aplicação de um jogo, a fim de motivar 
os alunos e, para que estes reflitam e identifiquem 
maneiras para organizar os elementos da tabela 
periódica de acordo com suas características 
semelhantes. 
• Terceira aula: desenvolvimento conceitual sobre a 
construção da tabela periódica, com auxílio de um 
vídeo interativo. 
• Quarta, Quinta e Sexta aulas: desenvolvimento de 
conteúdos relacionados às propriedades periódicas 
dos elementos químicos. 

48    
• Sétima e Oitava aulas: avaliação do conhecimento 
construído pelos alunos, ao longo da unidade 
didática, através de um questionário e da construção 
de um mapa conceitual. 
 
DETALHAMENTO DAS AULAS 
 
Primeira aula: Investigando 
 
De acordo com o CBC (MINAS GERAIS, 2007, p.22) é 
importante:  
 
“Identificar  as  ideias  científicas,  sua  relevância  e  seu 
nível  de  abordagem  para  cada  estágio  de 
desenvolvimento  do  aluno,  ou  seja,  considerar  sempre 
a relação estabelecida com as ideias prévias dos alunos 
sobre tal conteúdo.”  
 
O  professor,  então,  pode  iniciar  essa  primeira  aula 
aplicando um questionário prévio, buscando investigar os 
conhecimentos  dos  alunos  sobre  o  tema  tabela  periódica 
e,  a  sua  construção.  Segue  abaixo,  exemplos  de  questões 
para aplicação: 
1. Você já ouviu falar ou conhece a tabela periódica?  
2. Qual a utilidade da tabela periódica? (para que ela 
serve?) 
3. Como você imagina que aconteceu a construção da 
tabela periódica? 
4. Mendeleev é considerado pela comunidade 
científica um dos maiores gênios da química.  
a.Você já ouviu falar em Mendeleev? 
b.Como você imagina que ele era? 

   49
5. Escreva o(s) nome(s) de cientistas da química que 
você conhece ou já ouviu falar. 
Atenção:  
Como  o  objetivo  do  questionário  é  investigar  o 
conhecimento  prévio  dos  alunos,  o  professor  deve  ter  o 
cuidado  de  não  responder  os  possíveis  questionamentos 
que podem surgir dos estudantes nesta aula. 
 
Segunda aula: Construindo ideias 
 
Segundo  o  CBC  (MINAS  GERAIS,  2007),  um  dos 
passos  essenciais  para  a  aprendizagem  de  conteúdos 
relacionados à tabela periódica seria identificar o símbolo 
de  seus  principais  elementos  e,  relacioná‐los  a  suas 
propriedades. Assim, para que os alunos sejam motivados 
a  participarem  da  construção  dos  conceitos,  o  professor 
pode aplicar um jogo adotando as seguintes orientações: 
 
Jogo da Tabela Periódica1 
 
Orientações:  
A  atividade  pretende  proporcionar  aos  estudantes  a 
compreensão  de  como  foi  possível  organizar  a  tabela 
periódica  permitindo,  a  estes,  tentarem  agrupar  os 
elementos químicos utilizando algumas propriedades. 
O  jogo  é  composto  por  nove  cartões.  Cada  cartão 
contém  o  símbolo  e  o  nome  de  um  elemento  químico  e, 
algumas  de  suas  propriedades,  como:  Massa  Atômica 
(MA),  Temperatura  de  Fusão  (TF),  Temperatura  de 
                                                            
1  Jogo  da  tabela  periódica  –  atividade  adaptada  –  Caderno  do 

professor: Química, Ensino Médio‐ 1ª série, 3o bimestre / Secretaria da 
Educação SEE/SP, 2008. 

50    
Ebulição  (TE),  Composto  (substância)  formado  com  o 
elemento oxigênio (O) e com o elemento hidrogênio (H). 
1o  passo:  Inicialmente,  o  professor  deve  apresentar 
cada  um  dos  cartões  aos  estudantes,  mostrando  os 
elementos químicos e suas propriedades. 
2o  passo:  Em  seguida,  a  turma  deve  ser  dividida  em 
grupos,  com  um  número  máximo  de  cinco  alunos  por 
grupo,  para  que,  dessa  forma,  os  alunos  troquem  ideias 
entre si.  
3o  passo:  Após  a  divisão,  deve‐se  entregar  a  cada 
grupo um envelope contendo os nove cartões e uma folha 
para  que,  posteriormente,  os  mesmos  escrevam  e/  ou 
desenhem as suas propostas de organização. 
 
1ª Etapa 
Nesta  etapa,  o  professor  deve  propor  que  os  alunos 
organizem  os  cartões  da  maneira  que  acreditarem  ser  a 
melhor.  Não  é  necessário  que  os  alunos  utilizem  as 
propriedades  contidas  nos  cartões,  isto  fica  a  critério  do 
grupo. 
Os  estudantes  devem  escrever  e/ou  desenhar  o  que 
eles  estão  propondo  na  folha  que  foi  entregue  ao  grupo, 
justificando a proposta de organização. 
 
2ª Etapa 
Nesta  etapa,  o  professor  deve  propor  que  os  alunos 
criem  critérios  de  organização  dos  cartões  com  base  nas 
propriedades  contidas  nos  mesmos,  justificando  os 
critérios para esse agrupamento.  
 
Atenção:  
A classificação não deve ser aleatória nesta etapa! 

   51
Novamente,  os  estudantes  devem  escrever  e/ou 
desenhar o que estão propondo na folha que foi entregue 
ao grupo, justificando a proposta de organização. 
 
Importante:  
Ao  longo  de  todo  o  desenvolvimento  do  jogo,  é 
interessante  que  os  alunos  anotem  todos  os  critérios  de 
organização e suas conclusões.  
Ao  final  da  atividade,  o  professor  pode  propor  que 
cada grupo (ou estudante) apresente para toda a turma os 
critérios  utilizados  na  organização  dos  cartões,  em  cada 
uma das etapas propostas. 
A intenção é que eles possam trabalhar a criatividade 
e  habilidades  de  organização  e  seleção  de  informações  e, 
que  tenham  ideia  de  como  os  cientistas  poderiam 
classificar os elementos de acordo com suas propriedades 
e compostos formados. 
 
Sugestão:  
O  professor  pode  dar  continuidade  a  esta  atividade 
abordando a história da tabela periódica. 
Uma proposta de cartões que podem ser utilizados no 
jogo: 
 
Sódio  Lítio  Potássio 
Na    Li     K       
     
MA: 23  MA: 7  MA: 39 
TF: 97,8°C  TF: 180,5°C  TF: 63,6°C 
TE: 882,9°C   TE: 1347°C   TE: 774°C  
H: NaH  H: LiH  H: KH 
O: Na2O  O: Li2O  O: K2O 

52    
Magnésio  Cálcio  Carbono 
Mg     Ca     C         
     
MA: 24  MA: 40  MA: 12 
TF: 648,8°C  TF: 839°C  TF: 3367°C 
TE: 2970°C   TE: 1484°C   TE: 4827°C  
H: MgH2  H: CaH2  H: CH4 
O: MgO  O: CaO  O: CO2 

Silício  Flúor  Cloro 


Si       F         Cl       
     
MA: 28  MA: 19  MA: 35 
TF: 1410°C  TF: ‐219,6°C  TF: ‐100°C 
TE: 2355°C   TE: ‐188°C   TE: ‐34,6°C  
H: SiH4  H: HF  H: HCl 
O: SiO2  O: OF2  O: Cl2O 

 
Terceira aula: Tabela periódica e sua história 
 
O  objetivo  desta  aula  é  apresentar  aos  alunos,  por 
meio  de  um  vídeo2,  o  contexto  histórico  e  a  evolução  da 
tabela periódica, onde se deve reconhecer e compreender 
a ciência e a tecnologia químicas como criações humanas 
inseridas na história e na sociedade em diferentes épocas.  
É  interessante  que  o  professor  faça  um  levantamento 
das  ideias  dos  alunos  em  relação  à  construção  da  tabela 
periódica  e  discuta  com  eles  os  principais  conceitos 
desenvolvidos até o momento.  
 
 

                                                            
2 CONDIGITAL PUC RIO. Ver referências bibliográficas. 

   53
Sugestão:  
O  professor  pode  dar  continuidade  a  esta  aula 
abordando  a  organização  da  tabela  periódica  em  relação 
as suas propriedades.  
 
Quarta,  Quinta  e  Sexta  aulas:  Conhecendo  as 
propriedades da tabela periódica 
 
Usar a tabela periódica  para reconhecer os elementos 
está  proposto  no  CBC  (MINAS  GERAIS,  2007).  Assim 
sendo, com o objetivo de trabalhar mais detalhadamente a 
tabela periódica, a proposta desta aula é apresentar como 
esta foi organizada, relacionando‐a as suas propriedades. 
 
Atenção:  
É  importante  que  os  alunos  entendam  os  conceitos 
relacionados  às  propriedades,  e  não  decorem  o  sentido 
das  setas  indicativas  de  ordem  de  crescimento  das 
mesmas.  
 
Sugestão:  
Segundo  o  CBC  (MINAS  GERAIS,  2007),  existem 
atividades que evidenciam a aprendizagem do aluno ou a 
evolução  parcial  do  seu  desenvolvimento  naquele 
momento.  Dessa  forma,  sugerem‐se  duas  atividades 
avaliativas que são apresentadas na quinta e sexta aulas. 
 
Sétima aula: Avaliando o aprendizado 
 
Para  avaliar  os  conhecimentos  dos alunos  em  relação 
às  aulas  já  realizadas,  sugere‐se  a  aplicação  de  um 
questionário com as seguintes questões: 

54    
Questionário: 
De acordo com a tabela periódica: 
 
A. De  que  forma  estão  organizados  os  elementos 
químicos? 
B. Relacione  os  elementos  abaixo  e  coloque  em 
ordem  crescente  de  eletronegatividade.  Justifique 
a relação estabelecida. 
 
Cl                  O               C             F                        H 
         

 
ordem crescente 
 
C. De  acordo  com  o  que  você  aprendeu  nas  aulas 
sobre  tabela  periódica  e  suas  propriedades, 
responda o que você entende por raio atômico. 
D. Relacione  as  espécies  químicas  19K+,  17Cl‐  e  18Ar  e 
coloque  em  ordem  crescente  de  raio  atômico. 
Explique como você obteve essa ordem. 
E. No  questionário  prévio  você  respondeu  como 
imaginava  ter  ocorrido  à  construção  da  tabela 
periódica.  Agora,  de  acordo  com  o  que  você 
aprendeu,  escreva  como  a  tabela  periódica  foi 
construída. 
Importante:  
Ler previamente as questões aos alunos e esclarecer as 
possíveis dúvidas dos enunciados. 
 

   55
Oitava aula: Construindo mapas conceituais3 
 
Outra  maneira  de  avaliar  a  aprendizagem  pode  ser 
através  de  mapas  conceituais.  Abaixo,  segue  uma 
proposta para a aula. 
 
Nas últimas aulas, muito foi visto sobre a tabela periódica. 
Vimos a razão e a forma pela qual a tabela periódica foi 
organizada, os cientistas que ajudaram a organizá‐la e suas 
propriedades.  
Com base em seu conhecimento, elabore um Mapa 
Conceitual. Você pode utilizar todas ou algumas das palavras 
abaixo, e ainda, acrescentar outras que achar necessário. 
Para a elaboração desse mapa você pode utilizar alguns 
mecanismos que o auxiliem em sua construção, como: verbos, 
setas, números, etc. Use a criatividade! 
Palavras‐chave: 
   
Tabela Periódica          Cientista 
Chancourtois  Átomo 
Propriedades  Mendeleev 
Dobereiner Periodicidade 
Alquimia  Massa Atômica        
Meyer  Períodos 
Semelhantes  Metais 
Moseley  Características 
Elementos químicos  Eletronegatividade 
Prêmio  Seaborg 
Organizou   Número atômico      
 
                                                            
3  Mapas  conceituais  ‐  Consultar:  TAVARES,  R.,  Construindo  mapas 

conceituais. Ciências & Cognição; Vol.12: 72‐85, dezembro, 2007. 
Outras  orientações  sobre  sua  utilização  podem  ser  encontradas  na 
Unidade Soluções. 

56    
REFERÊNCIAS  
 
BRASIL. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação 
Média  e  Tecnológica  (Semtec).  PCN  +  Ensino  médio: 
orientações  educacionais  complementares  aos  Parâmetros 
Curriculares  Nacionais  –  Ciências  da  Natureza,  Matemática  e 
suas Tecnologias. Brasília: MEC/Semtec, 2002. 
PONTIFÍCIA  UNIVERSIDADE  CATÓLICA  DO  RIO  DE 
JANEIRO  –  PUC‐RIO.  Projeto  CONDIGITAL  /PUC  Rio. 
Conteúdos Digitais – Química. Série: Tudo se Transforma. A 
história da química contada por suas descobertas – Episódio: 
História  da  Tabela  Periódica.  Disponível  em:  < 
http://web.ccead.puc‐rio.br/condigital/video/tudo%20se%20 
transforma/historiadaquimica/historia_periodica/video%20 
para%20web/video.html > Acesso em: 20/01/2014. 
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO. 
Caderno  do  professor:  Química,  Ensino  Médio‐  1a  série,  3o 
bimestre, 2008. 
SECRETARIA  DE  ESTADO  DE  EDUCAÇÃO  DE  MINAS 
GERAIS. Conteúdo Básico Comum – Química (2007). Educação 
Básica ‐ Ensino Médio (1ª a 3ª séries).  
 
 
 
 
   

   57
UNIDADE DIDÁTICA: ÁCIDOS E BASES 
 
 
Gleiciene Martins dos Santos, Pâmela Cristina da Silva 
Santos, Priscila Regina Vilas Boas, Rodrigo Antônio 
Bernardo, Josiane Aparecida Freitas, Jacyara Duarte 
Teixeira, Josefina Aparecida de Souza, Rita de Cassia 
Suart 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A presente Unidade Didática refere‐se ao tema Ácidos 
e  Bases  e,  pode  ser  desenvolvida  nas  1ª  séries  do  Ensino 
Médio, utilizando, em média, 06 aulas.  
A  temática  ácidos  e  bases  faz  parte  do  Conteúdo 
Básico Comum (CBC), elaborado pela Secretaria Estadual 
de Educação de Minas Gerais para o Ensino Médio, e sua 
importância  pode  ser  justificada  pelo  fato  de  estar 
presente  no  cotidiano  dos  alunos,  como  por  exemplo,  na 
alimentação,  nas  ações  de  higiene  pessoal,  em  produtos 
de limpeza e outros; além, é claro, pelo fato de contribuir 
para  a  construção  de  conceitos  inicias  relevantes  para  a 
compreensão  de  transformações  e  reações  relacionadas  à 
temática.  
As aulas são distribuídas da seguinte maneira: 
•  Aulas teóricas e práticas. 
•  Questionários prévios e pós. 
•  Aula avaliativa, por meio de um jogo de perguntas 
e respostas. 

58    
•  Aula  final  para  discussão  e  esclarecimento  de 
dúvidas.  
 
DETALHAMENTO DAS AULAS 
 
Primeira aula 
 
A  primeira  aula  tem  por  objetivo  investigar  os 
conhecimentos  prévios  dos  alunos  sobre  conteúdos 
relacionados  à  temática  ácido‐base,  através  de  um 
questionário. 
Esta  atividade  oferece  ao  professor  uma  avaliação 
inicial  das  ideias  que  os  alunos  têm  a  respeito  deste 
conteúdo. 
Para  isso,  o  questionário  deve  ser  respondido 
individualmente  e,  posteriormente,  analisado  pelo 
professor. 
 
Observações: 
Nesta  etapa  é  preciso  que  o  professor  fique  atento 
para possíveis questionamentos dos alunos. É importante 
que  não  haja  sua  interferência  para  não  comprometer  o 
objetivo da atividade. 
 
Questionário Prévio                                                                                       
Responda as questões abaixo: 
a. O que você entende por substâncias ácidas? 
b. Dê  2  exemplos  de  substâncias  ácidas  que 
você conhece. 
c. O  que  você  entende  por  substâncias 
básicas? 

   59
d. Dê  2  exemplos  de  sustâncias  básicas  que 
você conhece. 
e. Como  você  identificaria  uma  substância 
ácida ou básica? 
f. O que é um indicador ácido‐base? 
 
Segunda Aula: Aula prática 
 
 Nesta  aula,  com  o  auxílio  do  texto  introdutório 
abaixo,  o  professor,  inicialmente,  pode  desenvolver  a 
questão  problema  sobre  a  temática  ácidos  e  bases,  a  fim 
de instigar os alunos. O texto pode ser trabalhado através 
de discussões e questionamentos mediados pelo professor 
e, grifo das palavras consideradas mais importantes pelos 
alunos. 
O texto é acompanhado por uma tabela, que deve ser 
preenchida  pelos  alunos,  a  qual  refere‐se  às  observações 
realizadas durante o experimento.     
Neste  experimento,  serão  analisadas  várias  amostras 
de  diferentes  soluções  aquosas  de  vários  materiais  do 
cotidiano, comparando‐as com amostras de refrigerante, a 
fim  de  que  os  alunos  tentem  classificá‐las  em  grupos 
diferentes,  de  acordo  com  a  coloração  obtida.  Os 
refrigerantes  possuem  propriedades  ácidas  e,  este  fato, 
pode  ser  observado  pela  mudança  de  cor  de  indicadores 
ácido‐base em contato com o refrigerante. 
Assim,  o  principal  objetivo  dessa  atividade  não  é 
conceituar  ou  definir  ácidos  e  bases,  mas  sim,  permitir 
que  os  alunos  possam  propor  suas  próprias  hipóteses  e, 
utilizando o raciocínio lógico, encontrar a  solução para o 
problema proposto.  
 

60    
Texto Introdutório 
  
Questão problema 
O  refrigerante  é  uma  das  bebidas  mais  vendidas  no 
Brasil e no mundo. Muitas pessoas gostam de degustá‐lo 
acompanhado  das  principais  refeições  e  de  aperitivos 
como pipoca, pizza, hambúrguer com batata‐frita, etc. No 
entanto,  pesquisas  indicam  vários  males  causados  pelo 
seu consumo exagerado, como a diabetes e a obesidade. 
A determinação da acidez ou basicidade dos alimentos 
é  um  parâmetro  usado  na  avaliação  da  qualidade  dos 
mesmos, sendo rotineiramente monitorada. 
Como você faria para identificar se o refrigerante que 
você consume é ácido, básico ou neutro?  
Em tubos de ensaio distintos, adicione os reagentes  e 
preencha a tabela conforme indicado: 
 
Reagente  Papel  Papel  Fenolftaleína Extrato 
tornassol  tornassol  de 
azul  vermelho  repolho 
roxo 
Água         
Água + ácido         
clorídrico 
Água + vinagre         
Água + suco de         
limão 
Água + hidróxido         
de sódio 
Água + sabão         
em pó 
Água + leite de         
magnésia 

   61
Água + sal         
Água + açúcar         
Amostra: Coca‐        
Cola 
Amostra: Sprite         
 
1. É  possível  classificar  os  materiais  estudados  em 
grupos diferentes?  
2. Em caso afirmativo, quais critérios você utilizou ao 
propor essa classificação? 
3. Como você classificaria uma substância baseando‐
se na coloração obtida com papel o tornassol azul? 
4. Proponha uma solução para o problema baseando‐
se  nos  resultados  experimentais  obtidos  e  nas 
hipóteses elaboradas. 
5. Como  você  faria  para  identificar  se  o  refrigerante 
que você consume é ácido, básico ou neutro?  
 
Materiais: 
− Vidros de relógio; 
− Solução de Água + ácido clorídrico; 
− Solução de Água + vinagre; 
− Solução de Água + suco de limão; 
− Solução de Água + hidróxido de sódio; 
− Solução de Água + sabão em pó; 
− Solução de Água + leite de magnésia; 
− Solução de Água + sal; 
− Solução de Água + açúcar; 
− Solução de Amostra: Coca‐Cola; 
− Solução de Amostra: Sprite; 
− Fenolftaleína; 
− Extrato de repolho roxo; 

62    
− Papel de tornassol vermelho; 
− Papel de tornassol azul. 
 
Procedimentos 
1. Colocar  uma  pequena  quantidade  de  uma  das 
soluções  acima  em  um  dos  vidros  de  relógio  e 
fazer os testes a seguir:  
Teste  1:    Colocar  o  papel  tornassol  azul  em  contato 
com a amostra e, anotar as observações. 
Teste  2:  Colocar  o  papel  tornassol  vermelho  em 
contato com a amostra e, anotar as observações. 
Teste  3:  Colocar  algumas  gotas  de  fenolftaleína  na 
amostra e, anotar as observações. 
Teste  4:  Colocar  em  outro  vidro  relógio,  gotas  de 
extrato repolho roxo na amostra e anotar as observações. 
2. Repetir  os  testes  acima  para  cada  uma  das 
soluções a serem testadas com os outros vidros de 
relógio. 
 
Observações:   
• Para  cada  teste  o  vidro  relógio  deverá  ser  bem 
lavado ou substituído. 
• Os testes podem ser feito com auxílio dos alunos. 
• Durante  a  realização  do  experimento  é  necessária 
a  mediação  do  professor,  com  questionamentos  sobre  a 
possível cor adquirida por cada amostra. 
• Os  alunos  devem  agrupar  os  materiais  através da 
coloração  obtida  pelos  indicadores  classificando‐os, 
posteriormente, de acordo com suas características: ácido, 
básico ou neutro. 
• A  amostra  do  refrigerante  deve  ser  a  última  a  ser 
analisada,  questionando  a  cor  que  será  obtida  nos 

   63
indicadores  conforme  a  classificação  feita  anteriormente. 
Neste  momento,  o  professor  pode  retomar  a  questão 
problema. 
 
Sugestão: 
Podem  ser  adicionadas  mais  amostras  de  soluções 
presentes em nosso cotidiano (ex: leite, sucos, materiais de 
limpeza, cosméticos, etc.) 
A  análise  dos  dados  obtidos  nesse  experimento 
permite  aos  alunos  compreenderem  melhor  o  problema 
enfocado, ou seja, a classificação do refrigerante segundo 
a  sua  acidez  ou  basicidade  e,  responderem  as  questões 
levantadas:  existem  outras  substâncias  que  possuem 
propriedades  semelhantes  aos  refrigerantes  e,  modificam 
a  cor  de  um  indicador?  Como  são  classificadas  as 
substâncias de acordo com essas propriedades? 
 
Terceira aula: aula teórica 
 
Espera‐se  que,  por  meio  desta  aula,  o  aluno 
compreenda  que  as  soluções  podem  apresentar 
características  diferentes,  classificando‐as  em  três  grupos 
distintos:  ácidos,  bases  ou  neutros.  Pretende‐se  também, 
que  haja  uma  associação  destes  grupos  com  a  escala  de 
pH. 
A  aula  teórica  pode  ser  apresentada  utilizando 
materiais de apoio como slides, quadro de giz, discussões 
mediadas pelo professor e outras. 
A  aula  pode  ser  planejada  de  acordo  com  o  CBC,  os 
quais  sugerem  o  desenvolvimento  das  seguintes 
habilidades e competências: 
1 ‐ Materiais: acidez e basicidade 

64    
1.1  –  Tópicos/Habilidades:  compreender  que  as 
soluções apresentam  comportamento  ácido,  básico  ou 
neutro. 
1.1.1  ‐  Detalhamento  das  habilidades:  propor  e/ou 
executar  procedimentos  simples  para  a  identificação  do 
caráter  ácido,  básico  ou  neutro  de  soluções  por  meio  de 
indicadores. 
1.1.2  ‐  Representar  ou  identificar,  por  meio  de 
equações ou fórmulas químicas, sistemas que apresentam 
caráter ácido, básico ou neutro. 
2 ‐ Materiais: Neutralização de soluções. 
2.1 ‐ Tópicos/Habilidades: Reconhecer transformações 
químicas que envolvem a neutralização de soluções. 
3 ‐ Materiais: caráter ácido ou básico de soluções. 
3.1  ‐  Tópicos/habilidades:  Identificar  o  caráter  ácido 
ou básico de uma solução a partir de valores de pH 
 
Quarta aula: Jogo  
 
Esta aula tem como objetivo avaliar, de forma lúdica, 
o  aprendizado  dos  conceitos  envolvidos  na  Unidade 
Didática. 
A  turma  será  dividida  em  pequenos  grupos  e  o 
mediador,  no  caso  o  professor,  cita  as  perguntas  e,  as 
respostas dos alunos obedecem à seguinte regra: 
9 Feito a pergunta, o grupo que souber a resposta e 
levantar primeiro a mão terá direito à resposta. Se 
a resposta estiver correta, o grupo ganhará 1 ponto 
e terá o direito de responder às outras perguntas, 
caso  contrário,  a  pergunta  seguinte  é  direcionada 
aos  outros  grupos.  Toda  resposta  correta  vale  1 
ponto. 

   65
9 Ganhará o jogo o grupo que tiver somado, ao final, 
mais pontos. 
 
Observações:  
1. As questões devem ser elaboradas de acordo com 
o experimento e a aula teórica. 
2. A  utilização  de  premiação  com  acréscimo  de 
pontos numa avaliação, ou mesmo com brindes, pode ser 
algo motivador para a realização da atividade. 
 
Sugestão: 
O  jogo  pode  envolver  o  desenvolvimento  de  outras 
habilidades  se  o  professor  optar  por  utilizar  a  dinâmica 
por meio de jogo de cartas ou jogo de tabuleiro. 
 
Perguntas do jogo 
• Como é possível determinar se uma dada solução é 
ácida ou básica? 
• O que é um indicador ácido‐básico? 
• Cite  indicadores  que  podem  ser  usados  para 
determinar se uma solução é ácida, básica ou neutra.  
• Você  conhece  algum  tipo  de  indicador  extraído  de 
vegetais? Qual? 
• Em papel tornassol vermelho o ácido clorídrico fica 
vermelho.  Qual  a  cor  que  este  papel  adquiriria  se  fosse 
colocado o suco de limão? E se fosse hidróxido de sódio? 
• Existe  uma  escala  de  pH  de  0  a  14  que  indica  se  a 
solução  é  ácida,  básica  ou  neutra.  Quais  valores  indicam 
se a solução é ácida ou básica? 
• De  acordo  com  os  experimentos  realizados,  como 
podemos classificar o refrigerante de acordo com seu pH? 

66    
• Qual  é  o  ácido  responsável  pela  acidez  do 
refrigerante? 
• Qual é o ácido presente no suco gástrico existente no 
nosso estômago? 
• Algumas  pessoas  sofrem  de  azia,  devido  a  um 
excesso na produção de suco gástrico, que apresenta uma 
acidez  muito  alta.  O  que  você  tomaria  para  reduzir  a 
sensação de azia? 
• Qual  é  o  nome  da  reação  entre  um  ácido  e  uma 
base? Qual é o produto obtido desta reação?  
 
Quinta aula: Questionário pós 
 
O  objetivo  do  questionário  é  investigar  os 
conhecimentos  construídos  pelos  alunos  durante  todo  o 
processo de ensino e aprendizagem. 
Para  isso,  é  necessário  distribuir  o  questionário 
utilizado  no  jogo  para  os  alunos  para  ser  respondido 
individualmente.  
O  professor  poderá  utilizar  este  instrumento  como 
forma de avaliação dos alunos e, também, como indicador 
de eficácia da atividade. 
 
Observação: 
 As  questões  do  questionário  pós  podem  ser 
modificadas  baseando‐se  nas  questões  do  jogo,  no 
experimento  e,  também  nas  questões  do  questionário 
prévio. 
 
 
 
 

   67
Sexta aula: Discussão para esclarecimento de dúvida 
 
 Nesta  sexta  aula,  novamente  as  perguntas  do  jogo 
devem ser feitas aos alunos e, após discussão, as respostas 
corretas escritas no quadro negro.  
O  objetivo  desta  aula  é  revisar  os  conteúdos  que  não 
ficaram  claros  pelos  alunos,  auxiliando  a  compreensão 
sobre eles. O professor pode pedir aos alunos que copiem 
o  questionário  e  as  respostas  corretas  no  caderno  de 
classe. 
 
 
 
REFERÊNCIAS  
 
FELTRE, Ricardo. Química – 6 ed. – São Paulo: Moderna, 2004. 
PERUZZO,  Francisco  Miragaia;  CANTO,  Eduardo  Leite  do. 
Química  na  abordagem  do  cotidiano  –4  ed.  –  São  Paulo: 
Moderna,2006. 
SECRETARIA  DE  ESTADO  DE  EDUCAÇÃO  DE  MINAS 
GERAIS.  Conteúdo  Básico  Comum  –  Química  (2007). 
Educação Básica ‐ Ensino Médio (1ª a 3ª séries). 
PITOMBO, L. R. M.; MARCONDES, M. E. R., coord.; GEPEQ – 
Grupo  de  Pesquisa  para  o  Ensino  de  Química.  Interações  e 
transformações I: Química ‐ Ensino Médio. São Paulo: EDUSP, 
2003. 
 
 
 
 
 

68    
UNIDADE DIDÁTICA: TERMOQUÍMICA 
 
 
Giseli Letícia Santos, Evelyn de Melo Paulo, Larissa K. 
Simões, Mateus Willian Eleutério, Pedro Reis de Jesus, 
Rita de Cassia Suart 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O estudo da termoquímica no ensino médio envolve o 
uso  de  alguns  conceitos  —  energia,  calor,  temperatura— 
que  são  usados  em  nosso  cotidiano.  No  entanto,  essas 
palavras  têm  significados  distintos  na  ciência  e  na 
linguagem  comum.  Mortimer  e  Amaral  (1998)  em  seu 
artigo  “Calor  e  temperatura  no  ensino  de  termoquímica”, 
afirmam que isso tem sido causa de dificuldades no ensino 
de química, pois na maioria das vezes, o professor trabalha 
conceitos mais avançados como calor de reação, lei de Hess 
etc., sem uma revisão dos conceitos mais básicos. Ainda de 
acordo  com  os  autores,  o  resultado,  muitas  vezes,  é  um 
amálgama  indiferenciado  de  conceitos  científicos  e 
cotidianos, sem que o aluno perceba claramente os limites 
e contextos de aplicação de um e de outro. 
Os autores já citados afirmam também que a literatura 
descreve três características principais das concepções de 
calor  e  temperatura  apresentadas  por  estudantes,  que  se 
relacionam  à  forma  como  nos  expressamos  sobre  tais 
fenômenos no nosso dia‐a‐dia: 
• O calor é uma substância. 
• Existem dois tipos de ‘calor’: o calor quente e o calor 
frio. 

   69
• O calor é diretamente proporcional à temperatura. 
 
A  ideia  de  que  o  calor  é  uma  substância  e  de  que 
existem  os  dois  tipos  de  calor  ‐  o  calor  quente  e  o  calor 
frio  –  levam  à  crença  equivocada  de  que  o  calor  é  uma 
propriedade das substâncias e materiais. Desse modo, um 
corpo  quente  possuiria  calor  enquanto  um  corpo  frio 
possuiria frio. 
Ainda  de  acordo  com  Mortimer  e  Amaral  (1998),  a 
ideia  de  que  o  calor  é  diretamente  proporcional  à 
temperatura  tem  sua  origem  na  maneira  como  lidamos 
com a palavra ‘calor’ na vida cotidiana. As expressões ‘faz 
muito  calor’,  ‘calor  humano’  etc.  são  exemplos  de  como 
essa  ideia  está  arraigada  na  linguagem.  Afinal,  só 
dizemos que ‘faz muito calor’ quando a temperatura está 
alta. Essas ideias levam a crer que os conceitos de calor e 
temperatura são idênticos. 
Esta Unidade Didática (UD) foi desenvolvida segundo 
os  Conteúdos  Básicos  Comuns  (CBC)  e  os  Parâmetros 
Curriculares  Nacionais  (PCN  +  de  Química).  Este  último 
pretende  que  o  aluno  reconheça  e  entenda,  de  forma 
completa  e  significativa,  as  transformações  químicas  que 
ocorrem  nos  processos  naturais  e  tecnológicos  em 
diferentes contextos. 
Na  UD  aqui  apresentada,  são  propostas  cinco  aulas 
que  se  destinam  a  ensinar  aos  estudantes  os  conceitos 
científicos  de  calor  e  temperatura,  os  quais, 
cotidianamente,  são  entendidos  de  maneira  semelhante, 
provocando  uma  confusão  quando  os  mesmos  são 
cientificamente  apresentados.  Além  disso,  trabalha‐se 
também o conceito de calor específico. As cinco aulas são 
assim distribuídas: 

70    
• Primeira  aula  ‐  Proposta  de  algumas  questões  que 
motivem  o  aprendizado  dos  conceitos  de  calor, 
temperatura e calor específico e, identifique também, 
os  conhecimentos  prévios  apresentados  pelos 
estudantes. 
• Segunda aula ‐ Aprendizado dos conceitos de calor 
e temperatura por meio de um experimento. 
• Terceira  aula  ‐  Aprendizado  do  conceito  de  calor 
específico  baseando‐se  em  uma  tabela  com  o  calor 
específico  de  várias  substâncias  conhecidas  pelos 
estudantes. 
• Quarta  aula  ‐  Generalização  dos  conceitos  já 
estudados  e  discussão  das  questões  propostas  na 
primeira aula. 
• Quinta  aula  ‐  Avaliação  da  UD  e  do  aprendizado 
dos  alunos  por  meio  da  coleta  de  um  desenho  ou 
uma redação feita pelos estudantes. 
 
DETALHAMENTO DAS AULAS 
 
Primeira aula 
 
Na  primeira  aula,  são  propostas  cinco  questões  aos 
estudantes  a  fim  de  instigá‐los  a  raciocinarem  sobre 
situações  onde  a  termoquímica  está  envolvida  no  dia  a 
dia.  
 
Sugestão:  
As  questões  devem  ser  passadas  na  lousa  e,  em 
seguida,  discutidas  com  a  turma  oralmente,  sempre 
confrontando as suposições dos estudantes e levando‐os a 
apresentarem seus conhecimentos prévios. Segundo o CBC 

   71
(2007),  é  interessante  identificar  as  ideias  científicas,  sua 
relevância e seu nível de abordagem para cada estágio de 
desenvolvimento  do  aluno,  ou  seja,  considerar  sempre  a 
relação estabelecida com as ideias prévias dos alunos sobre 
tal conteúdo. 
 
Na primeira questão a ser apresentada aos estudantes 
pergunta‐se: Qual dos dois blocos, um bloco de madeira ou um 
bloco de metal, estaria mais frio na mesma condição ambiente?  
É  interessante  professor,  que  você  leve  para  a  aula 
dois  blocos  —  um  de  madeira  e  outro  de  metal  —  de 
mesmas dimensões que contenham um orifício onde seja 
possível  inserir  um  termômetro.  Pede‐se  aos  alunos  que 
toquem  os  dois  blocos  e  então  respondam  à  questão.  Os 
estudantes tendem a responder que o bloco de metal está 
mais frio, ficando surpreendidos com o fato de que ambos 
estão à mesma temperatura, o que é verificado ao se aferir 
as temperaturas de cada um. 
Após  a  avaliação  da  temperatura  pelo  tato,  introduz‐
se  simultaneamente  um  termômetro  no  orifício  de  cada 
bloco  e  confronta‐se  a  temperatura  encontrada  pelos 
termômetros  com  a  resposta  dada  pelos  estudantes 
baseando‐se  no  tato.  Geralmente,  os  estudantes  se 
assustam  ao  perceber  que,  ao  contrário  do  que  o  tato 
sugere,  o  bloco  de  metal  não  está  a  uma  temperatura 
menor  do  que  o  bloco  de  madeira.  A  sensação  térmica  é 
diferente  da  temperatura  de  fato.  Questiona‐se  então  os 
estudantes  sobre  o  motivo  de  o  bloco  de  metal  parecer 
mais frio que o de madeira, quando na verdade estão na 
mesma temperatura.  
 
 

72    
Atenção:  
Se o bloco de metal for tocado pelos alunos por muito 
tempo,  e  em  seguida,  a  temperatura  do  mesmo  for 
medida  pelo  termômetro,  ele  pode  apresentar  uma 
temperatura  maior  que  a  temperatura  ambiente  e, 
logicamente,  também  maior  que  a  do  bloco  de  madeira. 
Esse fato se deve ao metal ser um bom condutor térmico e 
trocar  calor  com  o  corpo  humano  durante  o  tempo  em 
que for tocado. 
 
A  segunda  questão  proposta  é  a  seguinte:  Seria 
interessante, em locais muito quentes ou muito frios, substituir 
as casas de madeira por casas de metal?  
 
Sugestão:  
Na discussão dessa questão, sugere‐se aos estudantes 
que  se  baseiem  em  seus  conhecimentos  prévios  e  na 
experiência  adquirida com a medida da temperatura dos 
blocos  na  questão  anterior.  As  respostas  aqui  são 
variadas.  Esta  questão  é  facilmente  discutida,  ao  se  dar 
um  exemplo  prático,  como  esse:  “Imaginem‐se  na  Sibéria. 
Seria  interessante  morar  por  lá  em  uma  casa  de  latão  ou 
alumínio?” E a discussão pode ser ampliada: “Que material 
vocês consideram mais interessante para construir uma casa na 
Sibéria ou no nordeste Brasileiro?” 
 
A  terceira  questão  que  propomos  é:  Porque  as  panelas 
de  metal  esquentam  e  também  esfriam  mais  rápido  do  que  as 
panelas de pedra ou de barro? Essa questão é interessante de 
ser proposta aos estudantes porque está ligada a situações 
que eles vivenciam no seu cotidiano.  
 

   73
Sugestão:  
Para  chamar  a  atenção  dos  estudantes  para  o  fato  de 
que  mesmo  entre  os  metais  alguns aquecem  mais  rápido 
do que outros, pode‐se falar sobre as panelas de alumínio 
que aquecem e também esfriam mais rápido do que as de 
ferro,  por  exemplo.  Nesta,  os  estudantes  tendem  a 
responder “que é por causa da grossura da panela de ferro que 
é  maior  que  a  do  alumínio”.  Daí  pode‐se  problematizar:  “E 
se fossem iguais?”. 
Através  desta  questão,  fornecemos  ao  estudante  uma 
noção  intuitiva  de  calor  específico.  É  interessante  trazer 
esta  questão  de  volta,  bem  como  todas  as  outras,  à 
medida que o conteúdo vai sendo trabalhado. 
 
A quarta questão proposta é: Por que a água da piscina, 
no  verão,  geralmente  é  mais  fria  do  que  o  ar  durante  o  dia,  e 
mais  quente  do  que  o  ar  durante  a  noite?  Novamente,  os 
alunos podem reconhecer nesta questão uma situação que 
eles  vivenciam,  o  que  os  deixa  ainda  mais  curiosos  para 
obterem  a  resposta  cientificamente  correta.  Algumas 
respostas são possíveis como “o solo que recebe calor do sol 
aquece a água da piscina” à noite. No entanto, sabe‐se que a 
água recebeu calor o dia todo através do sol, então, mais 
uma  vez  noções  intuitivas  são  introduzidas,  neste  caso 
específico a questão das transferências de calor, e de que  o 
ar perde este calor mais facilmente que a água. O conceito 
de calor específico é novamente demonstrado. 
 
A quinta questão: Por que um termômetro de laboratório 
não  precisa  ser  agitado  após  o  uso,  e  não  pode  ser  retirado  do 
sistema cuja temperatura se quer medir, enquanto o termômetro 
clínico  pode  ser  retirado  do  sistema  cuja  temperatura  se  quer 

74    
conhecer?(MORTIMER,  AMARAL,  1998).  Nessa  questão 
objetiva‐se  chamar  a  atenção  dos  estudantes  para  o  fato 
de haverem diferenças entre um termômetro clínico e um 
termômetro  de  laboratório  e,  incitar‐lhes  a  curiosidade 
acerca  do  motivo  dessas  diferenças.  Os  estudantes 
tendem a explicar a diferença pela estrutura: “um é maior 
que  o  outro”,  ou  ainda,  com  relação  à  precisão:  “O  de 
laboratório é mais preciso por isso ele mede a temperatura sem 
ter  que  esperar”.  Estas  respostas  de  conhecimento  prévio 
são  úteis,  pois  através  delas,  pode‐se  chegar, 
formalmente, ao conceito científico.  
 
Sugestão:  
Peça aos estudantes, no final da aula, que escrevam e 
lhe  entreguem  as  respostas  a  essas  perguntas  baseados 
em  seus  conhecimentos  prévios  e  na  discussão  dessas 
questões em sala de aula. O professor não deve fornecer a 
seus  estudantes  as  respostas  cientificamente  corretas 
nessa primeira aula por dois motivos: o primeiro motivo é 
que  as  respostas  escritas  fornecidas  pelos  estudantes  no 
final  da  aula  fornecem  informações  ao  professor  sobre  o 
que os estudantes sabem sobre os conceitos que queremos 
abordar na UD e, a partir desses conhecimentos prévios, o 
professor  pode  elaborar  suas  aulas  posteriores.  O 
segundo  motivo  é  que  o  professor  pode  dizer  aos 
estudantes  que  as  respostas  cientificamente  corretas  a 
essas  questões  serão  discutidas  nas  aulas  posteriores,  o 
que fará com que os estudantes fiquem mais motivados a 
participarem dessas aulas. 
 
 
 

   75
Segunda aula  
 
Essa  segunda  aula,  que  se  destina  a  ensinar  os 
conceitos  científicos  de  calor  e  temperatura  e  a  relação 
entre  os  mesmos,  foi  embasada  em  um  experimento 
investigativo. No experimento retirado do artigo “Quanto 
mais  quente  melhor,  calor  e  temperatura  no  ensino  de 
termoquímica”  misturam‐se  quantidades  iguais  de  água 
(100 mL, por exemplo) em temperaturas diferentes, de tal 
forma que, no sistema no qual a diferença de temperatura 
entre  as  águas  misturadas  for  menor,  seja  o  sistema  em 
que  as  águas  misturadas  estejam  em  temperaturas  mais 
elevadas, e vice‐versa. Você professor, pode misturar, por 
exemplo, volumes iguais de água a 25 e a 55 °C e depois, 
repetir o processo para os mesmos volumes de água a 75 e 
a 85 °C.  
 
Sugestão:  
Escreva  na  lousa  algumas  questões  como  “O  que  é 
calor?”,  “O  que  é  temperatura?”,  “Qual  é  a  relação 
existente  entre  esses  conceitos?”  e,  “Em  qual  dos  dois 
sistemas apresentados no experimento há o envolvimento 
de maior quantidade de calor, perdido ou ganho?” Essas 
questões escritas na lousa podem auxiliá‐lo a acompanhar 
o raciocínio lógico desenvolvido pelos alunos ao longo da 
aula, e chama a atenção destes para os conceitos que serão 
abordados  na  mesma.  De  acordo  com  o  CBC  (2007),  é 
importante  o  aluno  reconhecer  que  há  Transformações 
Químicas  (TQ)  que  ocorrem  com  consumo  ou  produção 
de energia em que esta pode ser medida, e saber que para 
cada TQ existe um valor de energia associado. 
 

76    
 Você  pode  calcular  junto  com  seus  estudantes,  por 
meio da fórmula Q = m. c. ∆T, qual a quantidade de calor 
perdida pela água à temperatura mais alta e, a quantidade 
de  calor  ganha  pela  água  à  temperatura  mais  baixa, 
quando  esses  dois  volumes  de  água  são  misturados. 
Sabendo que a densidade da água é 1 g.cm‐1, calcula‐se a 
massa  da  água  envolvida  nos  sistemas  usando‐se  a 
fórmula da densidade (d = m/v), onde d é a densidade, m 
é  a  massa  da  substância  em  questão  e  v  é  o  volume  da 
mesma.  
Usa‐se a mesma massa de água em todos os sistemas e 
anota‐se  a  temperatura  dos  dois  sistemas  imediatamente 
antes de misturá‐los. Assim, a única variável que mudará 
na  fórmula  Q  =  m  c  ∆T  é  a  diferença  de  temperatura.  O 
cálculo  das  quantidades  de  calor  ganho  e  perdido  pelos 
sistemas  mostrará  que  aconteceu  uma  troca  de  calor 
maior  entre  os  sistemas  que  apresentavam  temperaturas 
mais baixas, pois a diferença de temperatura entre eles (25 
e 55 °C, aproximadamente) é maior que entre os sistemas 
a  temperaturas  mais  elevadas  (75  e  85  °C, 
aproximadamente). 
A partir disso, pode‐se inferir que o conceito científico 
de calor se relaciona com a diferença de temperatura entre 
dois  sistemas,  e  não  com  a  temperatura  propriamente 
dita.  Assim,  fica  claro  que  os  conceitos  científicos  de 
temperatura  e  calor  são  diferentes  dos  nossos  conceitos 
usados  no  dia  a  dia.  No  cotidiano,  normalmente 
associamos  calor  diretamente  à  temperatura,  associando 
uma  temperatura  mais  alta  a  uma  maior  quantidade  de 
calor. Sugerimos que você professor, analise a fórmula Q 
= m c ∆T juntamente com os estudantes e chame a atenção 
para o fato de que só existe calor quando há diferença de 

   77
temperatura, pois o calor é o processo de transferência de 
energia de um sistema a uma temperatura mais alta para 
outro  a  uma  temperatura  mais  baixa.  Além  disso,  a 
quantidade de calor transferida é proporcional à diferença 
de temperatura e não à temperatura, o que implica poder 
haver mais calor sendo transferido entre sistemas a baixas 
temperaturas  do  que  entre  dois  sistemas  a  temperaturas 
mais  altas.  Isso  ocorrerá  se  a  diferença  de  temperatura 
entre  os  sistemas  a  baixa  temperatura  for  maior  do  que 
entre  os  sistemas  a  temperatura  mais  alta,  desde  que  as 
massas consideradas sejam as mesmas.  
 
Atenção:  
É importante professor, que ao calcular o calor ganho 
e  perdido  em  cada  um  dos  processos,  você  utilize  as 
temperaturas  na  escala  Kelvin  para  obter  o  calor  em 
Joules.  No  entanto,  vale  a  pena  comentar  com  os 
estudantes  que,  muitas  vezes,  o  calor  é  apresentado  em 
calorias  (cal).  Pode‐se  ressaltar  que  nas  embalagens  dos 
alimentos,  a  energia  fornecida  é  informada  em  Kcal,  que 
equivale a 1000 cal.  
A  necessidade  de  comparar  massas  iguais  quando  se 
quer  comparar  o  calor  envolvido  nos  processos  é 
importante porque a quantidade de calor necessária para 
elevar  a  temperatura  de  um  corpo  em  uma  certa 
quantidade  depende  do  calor  específico  do  material  do 
qual o corpo é feito e da massa desse corpo. Quanto maior 
o calor específico do material, mais calor é necessário para 
que  esse  corpo  aqueça.  O  mesmo  acontece  em  relação  à 
massa  do  corpo:  quanto  maior  a  massa,  mais  calor  é 
necessário para que o corpo seja aquecido. 

78    
Após  essa  discussão  em  torno  do  fato  de  o  calor  se 
relacionar  à  diferença  de  temperatura,  e  não  à 
temperatura  propriamente  dita,  pode‐se  apresentar  aos 
estudantes os conceitos científicos de calor e temperatura. 
Os  conceitos  que  aqui  apresentamos  foram  retirados  do 
livro  didático  Química,  de  autoria  de  Eduardo  Fleury 
Mortimer e Andréa Horta Machado. 
 
Temperatura: Grau de agitação térmica das moléculas de 
um corpo, (T °C ou T °K). 
 
Calor: Processo de transferência de energia de um sistema 
de  maior  temperatura  para  um  sistema  de  menor 
temperatura quando estes estão em contato. 
 
Nessa aula, explica‐se também como se dá o processo 
de  transferência  de  calor  de  um  corpo  para  outro.  Essa 
UD  baseia‐se  no  modelo  cinético‐molecular. 
Sucintamente,  desenvolve‐se  nos  estudantes  a  ideia  de 
que  o  calor  emitido  por  um  corpo  se  dá  pela  maior 
agitação  entre  átomos  e  moléculas  e,  que  o  choque  entre 
estes,  desencadeia  o  calor  que  um  corpo  transmite  a 
outro, sendo que o corpo que recebe o calor tem o grau de 
agitação  de  suas  moléculas  elevada  pela  absorção  do 
mesmo.  
 
Terceira aula  
 
Na  terceira  aula,  desenvolve‐se  com  os  estudantes  o 
conceito de calor específico. 
Sugerimos  que  seja  apresentada  uma  tabela  com 
várias  substâncias  conhecidas  pelos  estudantes  com  seus 

   79
respectivos  calores  específicos  e,  a  partir  daí,  o  conceito 
seja  desenvolvido.  A  tabela  1  utilizada  em  nossa  UD  é 
apresentada a seguir. 
 
Tabela 1. Substância e seu respectivo calor específico. 
  Substância  Calor específico (cal/g.°C) 
Água  1.00 
Etanol  0.58 
Propanona (acetona)  0.52 
Cobre  0.09 
Mercúrio  0.04 
 
Segundo  o  CBC  (2007)  é  necessário  utilizar  dados 
tabelados  para  os  procedimentos  de  cálculos  de  variação 
de  energia.  Por  meio  da  tabela,  os  estudantes  podem 
perceber  que  cada  substância  tem  um  calor  específico 
diferente. 
 Mas,  teoricamente,  eles  ainda  não  conhecem  o 
conceito  científico  de  calor  específico.  Você  professor, 
pode  perguntar‐lhes  se  sabem  o  que  é  o  calor  específico 
de uma substância e, a partir da resposta deles, você pode 
inserir o conceito cientificamente correto. Assim como os 
conceitos  de  calor  e  temperatura,  o  conceito  de  calor 
específico  usado  em  nossa  UD  foi  retirado  do  livro 
didático Química de autoria de Eduardo Fleury Mortimer 
e Andréa Horta Machado. 
 
Calor  específico:  quantidade  de  energia  necessária  para 
elevar  em  um  grau  a  temperatura  de  um  grama  de 
material. (c = cal/g°C) 
   
Analisando  a  tabela,  pode‐se  perceber  que  a  água  é 
uma  das  substâncias  que  tem  o  maior  calor  específico,  o 

80    
que significa que é necessária uma quantidade grande de 
energia  para  causar  uma  pequena  alteração  na 
temperatura  da  água.  Essa  característica  faz  da  água  um 
dos  melhores  líquidos  para  transportar  energia.  Lembre‐
os da questão envolvendo a variação de temperatura pelo 
tempo  nas  águas  das  piscinas.  Você  professor  pode  dar 
como  exemplo  disso,  as  correntes  marítimas, 
especialmente  a  Corrente  do  Golfo,  que  faz  com  que  o 
inverno  na  Europa  seja  menos  rigoroso  que  na  América 
do Norte. 
Outro exemplo que pode ser dado e que é próximo do 
cotidiano  dos  estudantes,  é  o  caso  das  panelas  de  metal 
aquecerem  e  também  esfriarem  mais  rápido  do  que  as 
panelas  de  pedra  ou  argila  que  tem  a  mesma  massa.  Os 
metais  têm  calor  específico  menor  do  que  a  argila  ou  as 
pedras  que  as  panelas  são  feitas,  e  por  isso,  aquecem  e 
também esfriam mais rápido.  
 
Quarta aula  
 
A quarta aula se destina a uma revisão dos conceitos 
abordados na UD e a discussão das questões propostas na 
aula 1.  
 
Sugestão:  
A  revisão  e  a  discussão  precisam  ser  orais,  uma  vez 
que  os  estudantes  registraram  os  conceitos  em  seus 
cadernos  quando  estes  foram  trabalhados  nas  aulas 
anteriores.  
A  primeira  questão  ʺqual  dos  blocos,  um  bloco  de 
madeira  ou  um  bloco  de  metal,  estaria  mais  frio  nas 
mesmas  condições  ambientes?”,  já  foi  respondida  na 

   81
primeira  aula  quando  os  estudantes  averiguaram  as 
temperaturas  por  meio  dos  termômetros.  Agora,  só  resta 
a  discussão  para  verificar  o  porquê  do  bloco  de  metal 
parecer  mais  frio.  O  que  ocorre  quando  tocamos  os  dois 
blocos,  é  que  nossa  mão,  que  está  a  uma  temperatura 
maior  que  a  temperatura  ambiente  e,  por  consequência, 
também maior que a dos blocos, age como fonte de calor, 
transferindo  energia  em  forma  de  calor  para  os  blocos. 
Como o metal tem calor específico menor que a madeira, 
a  temperatura  no  bloquinho  de  metal  varia  mais 
rapidamente, dando a sensação de que ele está mais frio. 
A  segunda  questão,  “seria  interessante,  em  locais 
muito  quentes  ou  muito  frios,  substituir  as  casas  de 
madeira por casas de metal?” pode ser discutida fazendo‐
se  as  mesmas  considerações  que  foram  feitas  na  questão 
anterior.  Como  o  metal  tem  calor  específico  menor,  sua 
temperatura  se  alteraria  muito  mais  fácil  do  que  a 
temperatura da madeira. Assim, em locais muito quentes 
as  casas  de  metal  seriam  muito  mais  quentes  quando 
comparados  as  de  madeira  nas  mesmas  condições 
ambientes.  Em  locais  muito  frios,  as  casas  de  metal 
também  seriam  bem  mais  frias.  Assim,  não  seria 
interessante em locais muito quentes ou muito frios trocar 
as casas de madeira por casas de metal. 
A  terceira  questão  “por  que  as  panelas  de  metal 
esquentam  e  também  esfriam  mais  rápido  do  que  as 
panelas de pedra ou de barro?” também se relaciona com 
o  calor  específico  das  substâncias  e  pode  apenas  ser 
relembrada  se  você,  professor,  já  utilizou  esse  exemplo 
em  sua  aula  sobre  calor  específico.  Mas,  para  o  caso  de 
você  não  ter  dado  esse  exemplo,  basta  afirmar  que  os 
metais apresentam calor específico menor do que a argila 

82    
e  as  pedras  que  as  panelas  são  feitas,  e  por  isso  elas 
aquecem e esfriam mais rápido.  
A  quarta  questão  “por  que  a  água  da  piscina,  no 
verão, geralmente é mais fria do que o ar durante o dia, e 
mais  quente  do  que  o  ar  durante  a  noite”,  também  se 
relaciona  ao  conceito  de  calor  específico.  Como  o  ar 
apresenta  um  calor  específico  menor  que  o  da  água,  ele 
aquece rápido quando recebe energia do sol. A água por 
sua  vez,  necessita  de  uma  quantidade  de  energia  maior 
para elevar sua temperatura, por isso a água fica mais fria 
do que o ar durante o dia.  
Na  quinta  questão  “por  que  um  termômetro  de 
laboratório não precisa ser agitado após o uso, e não pode 
ser  retirado  do  sistema  cuja  temperatura  se  quer  medir, 
enquanto  o  termômetro  clínico  pode  ser  retirado  do 
sistema  cuja  temperatura  se  quer  conhecer?”,  pode‐se 
mostrar aos estudantes os dois tipos de termômetro para 
que eles mesmos vejam a diferença. O termômetro clínico 
pode  ser  tirado  do  sistema  cuja  temperatura  se  quer 
medir,  porque  quando  este  é  aquecido,  o  mercúrio  se 
dilata  e  sobe.  No  entanto,  ao  ser  tirado  do  sistema  cuja 
temperatura foi medida, o mercúrio não pode voltar a sua 
posição  original,  porque  existe  um  estreitamento  na 
coluna  capilar  do  termômetro  que  impede  sua  volta.  No 
termômetro  de  laboratório,  não  existe  esse  estreitamento 
e,  a  coluna  de  mercúrio,  volta  à  posição  inicial.  Por  isso, 
esse  último  não  pode  ser  retirado  do  meio  cuja 
temperatura se quer medir.  
 
Sugestão:  
Relembre  os  conceitos  abordados  durante  a  UD 
enquanto  discute  essas  questões.  Embora  nessa  aula  os 

   83
estudantes  costumem  questionar  bastante  e,  talvez  o 
tempo não seja suficiente, você também pode levar alguns 
exercícios para os estudantes fazerem. 
 
Quinta aula  
Nesta  quinta  aula  sugerimos  ao  professor  que  colete 
informações  que  lhe  permitam  avaliar  o  desempenho  da 
UD,  utilizando  materiais  como  questionários,  redações, 
mapas conceituais ou desenhos. 
  
Sugestão:  
Limite  o  número  de  linhas  máximo  ou  mínimo,  ou 
ainda,  apresente  termos  essenciais  que  devam  estar 
presentes  na  redação.  Questionários  também  podem  ser 
usados como alternativa de avaliação. 
 
 
 
REFERÊNCIAS  
 
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Média 
e  Tecnológica.  Parâmetros  Curriculares  Nacionais  (PCN  +)  ‐ 
Ciências da Natureza e suas Tecnologias. Brasília: MEC, 2002. 
MORTIMER, E. F., AMARAL, L. O. F. Calor e temperatura no 
ensino de termoquímica. Química Nova na Escola. n° 7, p. 30‐
4, 1998. 
MORTIMER,  E.  F.;  MACHADO,  A.  H.  Química para  o  ensino 
médio: volume único. São Paulo: Scipione, 2003. 398p. 
SECRETARIA  DE  ESTADO  DE  EDUCAÇÃO  DE  MINAS 
GERAIS.  Conteúdo  Básico  Comum  –  Português  (2007). 
Educação Básica ‐ Ensino Médio (1ª a 3ª séries). 
 
 

84    
UNIDADE DIDÁTICA: TERMOQUÍMICA – 
ALIMENTOS 
 
Vinicius Silva Tanganeli, Mayara de Souza Miranda,  
Jackeline Rafaela Pedroso, Patrícia de Melo Carvalho,  
Camila Marra Abras, Lívia Maria Ribeiro Rosa,  
Hellem Renata Moreira, Rita de Cassia Suart 
 
 
INTRODUÇÃO   
 
A  maior  parte  da  energia  de  que  dependemos  é 
proveniente  de  reações  químicas:  alimentamos‐nos  para 
produzir  a  energia  necessária  para  a  manutenção  de 
nossas  funções  biológicas;  queimamos  combustíveis 
fósseis (carvão, petróleo, gás natural) para produzir parte 
da  energia  que  mantém  nossas  casas  e  nossos  meios  de 
transportes,  como  automóveis,  aviões  ou  trem,  entre 
outros. 
Os alimentos fornecem várias substâncias importantes 
para  manter  a  vida  e  toda  a  atividade  do  nosso  corpo. 
Carboidratos  e  Gorduras  são  nossas  principais  fontes  de 
energia  (MORTIMER;  MACHADO,  2011).  Uma 
alimentação  balanceada,  saudável,  deve  conter 
carboidratos,  vitaminas,  proteínas,  sais  minerais,  fibras 
vegetais,  lipídeos  etc.  Apesar  disso,  nem  sempre  é 
possível manter uma alimentação balanceada. 
Nos últimos anos, muitos estudos têm demonstrado a 
necessidade  de  uma  alimentação  balanceada  para 
diminuir  a  incidência  de  doenças  como  a  obesidade, 
diabetes,  pressão  alta,  entre  outras,  contribuindo  para 

   85
aumentar  assim,  a  qualidade  e  a  expectativa  de  vida  do 
homem (USBERCO; SALVADOR, 2006).  
Atualmente, diversas pessoas estão preocupadas com 
a  sua  alimentação,  e  principalmente,  com  o  valor 
energético  dos  alimentos.  Recentemente,  todos  os 
alimentos  industrializados  trazem  em  seu  rótulo  a  sua 
composição  nutricional,  assim  como  o  valor  energético 
presente  (a  Agência  Nacional  de  Vigilância  Sanitária  – 
ANVISA,  determinou  regras  para  que  as  empresas 
colocassem  informações  em  todos  os  rótulos  dos 
alimentos).  Prestar  atenção  a  estas  informações  é  de 
grande  utilidade  para  o  programa  de  reeducação 
alimentar  e  traz  uma  maior  conscientização  do  valor  de 
cada alimento para seu metabolismo. 
Segundo  o  CBC  (MINAS  GERAIS,  2007,  p.  44), 
“reconhecer  a  relação  entre  a  alimentação  e  produção  de 
energia  é  um  dos  tópicos  essenciais  para  o 
desenvolvimento de conteúdos sobre este tema”. 
Assim, esta unidade didática tem por objetivo auxiliar 
o professor no desenvolvimento de conceitos relacionados 
à Termoquímica, voltada para a temática Alimentos, bem 
como,  apresentar  aos  alunos  alguns  conceitos  e 
explicações  de  fenômenos  relacionados  ao  tema 
abordado. Os principais conteúdos que a abrangem são: a 
função  dos  alimentos  para  o  provimento  dessa  energia, 
calor  e  temperatura,  compreender  o  termo  calorias,  bem 
como  o  valor  energético  dos  alimentos,  a  qualidade 
nutricional da alimentação e os efeitos na saúde.  
A  unidade  pode  ser  desenvolvida  em  nove  aulas  nas 
turmas de segunda série do ensino médio. 
As aulas podem ser resumidas da seguinte forma: 
 

86    
Primeira  aula:  Apresentação  da  questão  problema  e 
aplicação  de  um  texto  introdutório,  com  o  tema 
“Alimentos  –  Fonte  de  energia”,  para  que  os  alunos 
possam  identificar  palavras  que  eles  julguem 
interessantes  ou  com  significados  desconhecidos,  sendo 
possível  assim,  levantar  uma  pequena  discussão  em 
relação  à  temática.  Também  nesta  aula,  deve‐se  entregar 
aos  alunos  uma  tabela  com  a  seguinte  proposta: 
preencher  durante  toda  a  semana  quais  alimentos  estão 
consumindo, para que seja discutido posteriormente. 
 
Segunda  aula:  Inicialmente,  as  ideias  levantadas  na  aula 
anterior devem ser retomadas para que os alunos possam 
relembrar alguns pontos. A proposta para esta aula é que 
os  alunos  elaborem  uma  tirinha  relacionada  ao  texto 
discutido.  
 
Terceira  aula:  Inicia‐se  esta  aula  com  o  experimento 
investigativo  do  tato.  Utilizam‐se  três  recipientes  com 
água  em  diferentes  temperaturas  (um  com  água  quente, 
outro  com  água  na  temperatura  ambiente  e  um  terceiro 
com  água  gelada).  Através  do  experimento  é  possível 
introduzir  definições  conceituais  sobre  calor  e 
temperatura e também calorias e joule.  
 
Quarta  aula:  Esta  aula  consta  de  um  experimento 
demonstrativo‐investigativo.  Trata‐se  do  experimento  da 
queima do amendoim e da castanha do Pará, que tem por 
objetivo  evidenciar  a  quantidade  de  energia  que  é 
liberada após a sua combustão. Posteriormente, retomam‐
se  os  conceitos  calorias,  joule  e  os  cálculos  envolvidos 
nessa prática.  

   87
Quinta  aula:  Esta  aula  é  uma  aula  de  exercícios,  que  é 
proposta  com  o  intuito  de  fazer  com  que  os  alunos 
desenvolvam um maior aprendizado através da resolução 
dos  problemas  envolvendo  alimentos  e  seus  respectivos 
valores energéticos. 
 
Sexta  aula:  Nesta  aula  é  realizada  uma  dinâmica 
relacionada  à  construção  de  uma  pirâmide  alimentar. 
Como  sugestão,  pode‐se  apresentar  aos  alunos,  em  um 
banner,  o  desenho  de  uma  pirâmide  alimentar  e  seus 
grupos. Posteriormente, devem‐se distribuídas figuras de 
diversos  alimentos  com  seus  respectivos  valores 
energéticos, onde estas são entregues aos alunos para que 
os  mesmos  possam  posicioná‐las  nos  respectivos  grupos 
da  pirâmide.  Ao  término,  discute‐se  sobre  a  organização 
da Pirâmide Alimentar. 
 
Sétima  aula:  Nesta  aula,  os  alunos  são  separados  em 
grupos,  e  é  distribuída  uma  lista  contendo  diversos 
alimentos, porções e seus respectivos valores energéticos. 
A  proposta  é  que  cada  grupo  elabore  um  cardápio  de 
uma  alimentação  balanceada  baseada  em  uma  dieta  de 
uma  mulher  adulta  (2200  Kcal)  ou  um  homem  adulto 
(2500 Kcal). 
 
Oitava aula: Nesta aula, os grupos de alunos apresentam 
os  cardápios  elaborados  na  sétima  aula.  Cada  grupo 
deverá  apresentar  seu  cardápio  e,  posteriormente,  o 
professor  deve  iniciar  uma  discussão  sobre  os  alimentos 
escolhidos  por  eles,  podendo  desta  forma,  relacionar  as 
propostas  dos  alunos  à  atual  realidade  dos  mesmos  e  a 
uma alimentação ideal. 

88    
 
Nona  aula:  Nesta  aula  é  proposto  aos  alunos  que 
elaborem  uma  nova  tirinha  utilizando  os  conhecimentos 
adquiridos ao longo desta sequência de aulas. 
 
Observação:  É  importante  ressaltar  a  postura  interativo‐
dialógica do professor durante as aulas. 
 
A  UNIDADE  DIDÁTICA:  DETALHAMENTO  DAS 
AULAS 
 
Primeira  aula:  Aplicação  de  um  texto  introdutório  e  da 
questão problema 
 
Segundo  Usberco  e  Salvador  (2002),  numa  dieta 
balanceada,  a  quantidade  de  energia  contida  nos 
alimentos  ingeridos  deve  ser  igual  à  necessária  para  a 
manutenção  do  nosso  organismo.  Portanto,  os  alimentos 
são  a  fonte  de  energia  necessária  para  os  movimentos 
musculares,  manter  os  processos  vitais  e  temperatura 
corpórea, etc. Se ingerirmos uma quantidade de alimento 
superior  à  necessária,  o  excesso  será  transformado  em 
tecido gorduroso, provocando aumento de peso.  
Diante  dessas  informações,  tem‐se  então  a  relevância 
em abordar esse assunto, por se tratar de um tema atual e 
presente no dia‐dia dos estudantes. Assim, o CBC (Minas 
Gerais, 2007) traz que é importante que o cidadão conheça 
os  valores  energéticos  dos  alimentos  e  a  relação  entre 
alimentação e a produção de energia.  
Ainda, de acordo com o PCN + de Química (BRASIL, 
2002,  p.90),  “é  necessário  identificar  as  informações  ou 
variáveis relevantes em uma situação‐problema e elaborar 

   89
possíveis  estratégias  para  equacioná‐la  ou  resolvê‐la”. 
Dessa forma, segue abaixo uma sugestão de uma questão 
problema para o desenvolvimento da sequencia de aulas:  
 
Questão  problema:  “Qual  a  quantidade  necessária  de 
alimentos  que  devemos  ingerir  para  suprir  as 
necessidades  do  nosso  organismo,  sabendo  que  tanto  o 
excesso quanto a falta são prejudiciais”? 
  Pedir  aos  alunos  que  preencham,  no  período  de 
uma  semana,  a  seguinte  tabela  de  dieta  alimentar  para 
que seja discutida na oitava aula.  
 

 
   
Ainda,  segundo  o  PCN  +  de  Química  (BRASIL,  2002, 
p.228), é importante a utilização e articulação de símbolos, 
análise,  interpretação  e  elaboração  de  textos  e  outras 
formas  de  comunicação,  discussão  e  argumentação. 
Levando em conta essas afirmações, sugere‐se aplicar um 
texto introdutório e pedir para que os alunos façam uma 
leitura e, em seguida, que identifiquem palavras que eles 
julguem  ser  interessantes  ou  com  significados 
desconhecidos.  Por  fim  levantar  uma  pequena  discussão 
em relação á temática. 

90    
Segue  abaixo  a  sugestão  de  um  texto  para  ser 
desenvolvido com os alunos:  
 
Alimentos: fonte de energia 
Nosso corpo necessita de energia para nos manter vivos e, 
essas  provem  dos  nutrientes  dos  alimentos  que  ingerimos.  A 
energia  dos  alimentos  é  utilizada,  entre  outras  coisas,  para 
realizarmos  movimento  e  manter  a  temperatura  corporal 
(PERUZZO;  CANTO,  2003).  As  funções  biológicas  de  nosso 
corpo,  como  o  funcionamento  do  coração  ou  dos  pulmões, 
exigem um alto consumo de energia (LEMBO, 2004). 
Quando  ingerimos  alimentos,  além  do  que  necessitamos, 
desregradamente,  nós  engordamos,  ou  seja,  esse  excesso  fica 
armazenado  no  organismo  na  forma  de  gordura;  por  outro 
lado, se a alimentação é insuficiente, emagrecemos, isto é, nosso 
organismo aproveita a gordura armazenada, queimando‐a para 
a manutenção de nossa atividade biológica (FELTRE, 2004). 
Resumidamente,  caloria  é  uma  unidade  de  calor  utilizada 
para  expressar  o  valor  energético  fornecido  pelo alimento,  isto 
é,  a  quantidade  de  energia  que  vamos  precisar  para  tudo, 
durante todo o dia, até mesmo para dormir.  
De  acordo  com  os  nutricionistas,  uma  mulher  saudável 
precisa  consumir  alimentos  para  o  fornecimento  de, 
aproximadamente,  2200  kcal,  já  um  homem  saudável  (adulto) 
de  2500  kcal.  A  determinação  da  quantidade  de  energia  que 
está armazenada em cada alimento é importante, especialmente 
no  planejamento  de  uma  alimentação  balanceada,  ou  seja,  a 
quantidade de energia que é ingerida e que é gasta.* 
A  atividade  física  acelera  o  metabolismo,  transformando  a 
energia  química  em  energia  cinética  e  calor.  Ao  praticar 
exercícios o corpo esquenta, pois, durante a prática esportiva, a 
energia  que  provem  dos  alimentos  é  transformada  em  calor. 
Assim, o corpo, através de mecanismos, atua consumindo esse 
calor (TITO; CANTO, 2009). 
 

   91
Referências  
FELTRE,  R..  Química,  editora  Moderna,  6a  edição,  p.  98,  São  Paulo, 
2004. 
LEMBO,  Química  Realidade  e  Contexto.  Editora  Ática,  1a  edição,  p. 
345, São Paulo, 2004. 
PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L.. Química na abordagem do cotidiano. 
Editora Moderna, 3a edição, volume 2, p.156, São Paulo, 2003. 
TITO;  CANTO,  Química  na  abordagem  do  cotidiano.  Editora 
Moderna, 5 a edição, volume 2, p.234/235, São Paulo, 2009. 
* eduquim.ufpr.br/matdid/quimsoc/pdf/roteiro_aluno/experimento8.pdf 
 
Observações:  Deve‐se  ressaltar  que  é  de  grande 
importância  que  o  professor  exerça  um  papel  mediador, 
dialogando e questionando os alunos durante a discussão 
do texto, em busca de uma melhor aprendizagem. 
 
Segunda aula: Elaboração de tirinhas 
 
Primeiramente,  as  ideias  abordadas  na  aula  anterior 
devem ser retomadas, relembrando a questão problema e 
as principais ideias do texto. A proposta para esta aula é 
que os alunos elaborem uma tirinha relacionada ao texto 
discutido  na  aula  anterior,  a  fim  de  averiguar  seus 
conhecimentos prévios. 
 
Importante:  É  necessário  que  o  professor  apresente  aos 
alunos  uma  pequena  explicação  do  que  vem  a  ser  um 
tirinha e como é possível criar uma. Esta explicação pode 
ser feita através de slides, vídeos, etc.  
 
Terceira aula: Experimento do tato 
 
Segundo o CBC (MINAS GERAIS, 2009, p. 20), na sala 
de  aula  é  possível  encontrar  um  sistema  social  onde 

92    
significados  e  entendimentos  são  tratados  e 
desenvolvidos.  Visando  facilitar  a  compreensão  de 
conteúdos  relacionados  a  calor,  temperatura,  caloria  e 
unidades  de  medida,  pelos  alunos,  o  professor  pode 
seguir as seguintes orientações: 
 
Orientações: O professor deve retomar assuntos tratados na 
aula anterior e relembrar a questão problema com os alunos, 
promovendo  uma  discussão  e  argumentação  sobre  a 
temática da unidade em sala de aula. Em seguida é sugerido 
que  o  professor  crie  uma  problemática  com  a  seguinte 
questão  “Quando  colocamos  um  cubo  de  gelo  em  um 
refrigerante  “quente”,  ou  seja,  à  temperatura  ambiente,  o 
que acontece após um tempo?”, a fim de indagar os alunos 
sobre  os  conteúdos  que  serão  trabalhados  nesta  aula,  e 
posteriormente, realização de um experimento investigativo. 
O  objetivo  da  atividade  é  introduzir  novos  conceitos  para 
explicação  da  situação  problema  inicial,  possibilitando  a 
elaboração de hipóteses e soluções para as mesmas. 
 
Experimento do tato 
Este experimento tem como objetivo proporcionar aos 
alunos a compreensão de conceitos ligados a transferência 
de calor entre corpos com temperaturas diferentes. 
 
Materiais: 
•  Três recipientes de plástico do mesmo tamanho 
•  Água gelada 
•  Água quente “morna” 
•  Água a temperatura ambiente 
 
 

   93
Procedimento: 
Adicione a cada um dos recipientes o mesmo volume de 
água  a  determinada  temperatura.  Distribua‐os  de  maneira 
que o recipiente com água a temperatura ambiente fica entre 
os outros dois. 
Escolha  alguns  alunos  para  participarem  do 
experimento. Recomenda‐se um aluno por vez. 
Peça ao primeiro aluno que coloque uma das mãos no 
recipiente  com  água  quente  e  a  outra  no  recipiente  com 
água  gelada  e  deixe‐a  submersa  por  aproximadamente 
um minuto. Em seguida peça ao mesmo aluno que retire a 
mão  do  recipiente  com  água  gelada  e  coloque  no 
recipiente  que  contém  água  a  temperatura  ambiente.  O 
aluno  deve  relatar  para  a  turma  o  que  ele  está  sentindo 
naquele  momento.  Logo  após,  peça  que  retire  a  mão  do 
recipiente  com  água  quente  e  coloque  esta  mão  no 
recipiente  que  contém  água  a  temperatura  ambiente. 
Novamente deve‐se relatar a sensação. 
Repita  esse  procedimento  com  os  outros  alunos 
escolhidos. 
 
Considerações finais – informação ao professor 
 
Durante sua realização é possível perceber que, a mão 
que estava mergulhada no recipiente com água gelada, ao 
ser transferida para o recipiente com água a temperatura 
ambiente, provoca sensação que está ficando quente; já a 
mão  que  estava  mergulhada  no  recipiente  com  água 
quente,  ao  ser  transferida  para  o  recipiente  com  água  a 
temperatura ambiente, provoca sensação que está ficando 
fria.  Essas  sensações  acontecem  devido  a  uma 

94    
transferência de calor, que ocorre de um corpo com maior 
temperatura para um corpo com menor temperatura. 
Segundo  o  CBC  (MINAS  GERAIS,  2009,  p.  23)  o 
professor deve analisar frequentemente o entendimento e 
o  grau  de  dificuldade  de  aprendizagem  dos  alunos  em 
relação  às  ideias  centrais  para  as  necessárias 
reformulações do ensino. 
Uma das maneiras de análise pode ocorrer durante a 
realização  do  experimento,  onde  os  alunos  devem  ser 
questionados  sobre  suas  sensações  e  tentar  argumentar 
sobre  elas.  Após  finalização,  o  professor  deve  voltar  à 
questão problema que introduziu o experimento e mediar 
a discussão sobre a mesma. 
É  necessário,  também,  o  esclarecimento  de  alguns 
conceitos  envolvidos  nestes  procedimentos.  Estes  podem 
estar  distribuídos  em  slides,  textos  elaborados  pelo 
professor, entre outras estratégias. 
 
Quarta aula: Experimento – Construindo conceitos  
 
Segundo o CBC (MINAS GERAIS, 2007) é essencial a 
compreensão  sobre  os  valores  energéticos  fornecidos 
pelos  alimentos,  a  partir  de  valores  de  diferentes 
alimentos  em  rótulos  de  diferentes  produtos.  Dessa 
forma,  para  que  os  alunos  possam  visualizar  e  entender 
de  forma  mais  clara  esses  conceitos,  o  professor  pode 
realizar  um  experimento  utilizando  as  seguintes 
orientações: 
 
Orientações: O professor deve iniciar a aula relembrando 
alguns  conceitos  discutidos  na  aula  anterior  de  forma  a 
indagar  os  alunos  sobre  o  que  aprenderam.  Em  seguida, 

   95
realizar o experimento investigativo que tem por objetivo 
determinar  o  valor  energético  da  castanha  e  do 
amendoim, utilizando um calorímetro de água. 
Ainda, é importante que, durante o desenvolvimento dos 
conceitos,  o  professor  se  atente  à  conversão  de  medidas 
utilizadas, ou seja, às unidades calorias, Calorias e Kcal. O 
artigo  “De  olho  nos  rótulos:  Compreendendo  a  Unidade 
Calorias” * apresenta uma discussão a repeito dos termos e 
poderá auxiliar o professor na elaboração de sua aula.  
 
*De olho nos rótulos: Compreendendo a Unidade Calorias. Chassot, A. 
Venquiaruto, L.D.; Dellago, R. M. QNESC, 21, 2005. 
 
Experimento: Calorias: A energia contida nos alimentos 
 
Materiais: 
• uma balança de precisão 
• uma proveta (100 ml) 
• um erlenmeyer (250 ml) 
• um termômetro 
• um clipe para papel 
• uma lata com a base de fundo removida (diâmetro: 
10  cm;  altura:  13  cm,  por  exemplo,  lata  de 
achocolatado ou leite em pó). 
• duas garras: uma para fixar o erlenmeyer e a outra 
para o termômetro  
• um suporte para colocar o erlenmeyer 
• fita adesiva 
• 1 amendoim e 1 castanha‐do‐Pará 
 
Procedimentos: 
Pesar a metade de uma castanha e anotar sua massa 

96    
Pesar um amendoim e anotar sua massa. 
Pesar o erlenmeyer e tarar a balança.  
Medir 100 ml de água e transferir para o erlenmeyer. 
Pesar novamente (erlenmeyer + água), e anotar o valor da 
massa (já que a balança encontra‐se marcado com o peso 
da tara, valor corresponde é o da água). Com o auxílio do 
termômetro,  verificar  a  temperatura  da  água 
(temperatura inicial). 
Dobrar  um  clipe  formando  um  apoio  para  segurar  a 
amostra.  
Fixar o clipe na base do suporte com fita adesiva para 
prender a amostra. 
Fixar  o  erlenmeyer  contendo  água  no  suporte,  com  o 
auxílio da garra e aproximá‐la o mais próximo possível de 
onde  será  formada  a  chama,  para  que  as  perdas  de 
energia sejam minimizadas. 
Na  outra  garra  prender  o  termômetro.  É  necessária 
atenção  para  que  o  termômetro  não  encoste  sobre  a 
parede  do  erlenmeyer,  caso  contrário  haverá  erro  na 
leitura da temperatura. 
Para  que  haja  a  queima  do  material  é  necessário 
aproximar  o  fósforo  da  amostra  e,  depois  de  iniciada  a 
combustão,  deve‐se  manter  a  chama  do  fósforo  próxima 
do  material  por  mais  alguns  instantes.  Caso  contrário,  a 
combustão  da  amostra  pode  ser  interrompida 
prejudicando o desenvolvimento do experimento.  
Envolver  o  alimento  com  lata  de  fundo  removido 
assim  que  se  iniciar  a  combustão,  com  a  finalidade  de 
proteger os alunos da chama e minimizar a perda de calor 
para  o  ambiente.  Quando  o  alimento  estiver  totalmente 
queimado  verificar  a  temperatura  da  água  (temperatura 
final). 

   97
O experimento está representado nas figuras: 
 

                 
 
Figura 1: Sistema para início    Figura 2: Sistema com o alimento  
da combustão do alimento.                       em combustão. 
 
Observações:  Para  a  realização  do  experimento  é 
necessário que se use uma quantidade mínima de 100 ml 
de  água.  Se  for  usado  um  volume  inferior  a  este,  a  água 
poderá  entrar  em  ebulição.  Nestas  condições,  a  energia 
liberada  na  queima  da  amostra  será  aproveitada  na 
mudança de estado físico da água, impossibilitando assim 
a realização adequada do experimento. 
Ao  término  do  experimento,  através  dos  valores 
obtidos  pela  temperatura  (final  e  inicial)  da  água,  massa 
da  água  e  massa  da  amostra,  é  possível  calcular  a 
quantidade de energia que foi liberada pela reação.  
A  unidade  de  medida  de  energia  de  calor  e  trabalho 
no  sistema  internacional  (SI)  é  o  joule  (J).  Entretanto, 
ainda  é  bastante  utilizada  a  unidade  caloria  (1  caloria  = 
4,184 J e   J = m2 kg s‐2). 

98    
Assim,  a  quantidade  de  calor  recebida  pela  água  é 
dada pela seguinte expressão: 
Q = m.c.ΔT 
Onde: 
Q= quantidade de calor (cal); 
M= massa da água (g); 
c= calor específico (cal/g°C) e 
ΔT= a variação de temperatura (°C); 
No caso particular da água, o calor específico é igual a 
1  cal  /g  ºC,  logo,  numericamente  pode‐se  utilizar  a 
seguinte relação: 
Q = m. ΔT 
 
Onde: 
Quantidade de energia liberada = Massa da solução x 
ΔT 
 ΔT = variação de temperatura, em graus Celsius. 
Para  determinar  a  energia  característica  do  alimento 
consumido, utiliza‐se a seguinte equação: 
 
Q = quantidade de energia liberada 
                 Massa do alimento 
 
O  valor  encontrado  corresponde  ao  valor  energético 
do alimento. 
 
Quinta Aula: Exercícios 
 
Nessa  aula  é  sugerido  ao  professor  que  peça  aos 
alunos  que  resolvam  exercícios,  os  quais  demandam  a 
interpretação de gráficos e de tabelas. Segundo o PNLEM 
(2008,  p.76),  é  necessário  que  as  imagens  não  tenham 

   99
apenas  o  aspecto  ilustrativo,  mas  que  auxiliem  na 
compreensão e que enriqueçam a leitura do texto, e assim, 
permitam  aos  alunos  desenvolver  características 
investigativas e, a partir da interpretação, tomar decisões 
e  realizar  cálculos  básicos  em  relação  à  energia  dos 
alimentos, e suas unidades. 
 
Sugestão de exercícios: 
 
Exercícios 
 
Analise os esquemas mostrados abaixo e responda as 
questões 1 a 4: 
 

 
1)  Qual  dos  alimentos  mostrados  fornece  mais 
energia? 

100   
2)  Qual  dos  alimentos  mostrados  fornece  menos 
energia? 
3)  Admitindo  que  uma  pessoa  vá  correr  por  34 
minutos  e  que  a  energia  necessária  para  isso  seja  obtida 
exclusivamente por meio da ingestão de sorvete, quantos 
sorvetes iguais ao mostrado no esquema ela deve ingerir? 
4)  Sabendo  a  equivalência  entre  quilocaloria  (kcal)  e 
quilojoule  (kJ),  converta  o  conteúdo  calórico  de  cada  um 
dos quatro alimentos, que estão em kcal, para kJ. 
5)  Conhecendo  as  composições  da  carne  de 
hambúrguer  e  do  pão,  dadas  na  tabela  e,  utilizando  os 
valores energéticos abaixo, responda: 
 
Carne de Hambúrguer  Pão (25 g) 
(100 g) 
24 g de proteína  12,50 g de carboidrato 
20 g de gordura  2,50 g de proteína 
56 g de água  1,25 de gordura 
  8,75 g de água 
 
Carboidratos = 17 kJ/g ou 4,0 kcal/g 
Proteínas = 17 kJ/g ou 4,0 kcal/g 
Gorduras = 38 kJ/g ou 9,0 kcal/g 
 
a) Calcule o valor energético obtido pela ingestão de 
um  pão  de  25  gramas  e  um  hambúrguer  de  100 
gramas 
 
b) Determine  quanto  tempo  (minutos)  uma  pessoa 
deveria  caminhar  para  consumir  a  energia  obtida 
na  ingestão  do  lanche  mencionado  no  item  a, 

   101
sabendo  que  1  hora  de  caminhada  consome  1100 
kJ. 
 
Exercícios extraídos das seguintes referências:  
PERUZZO, F. M.; CANTO, E. L. Química: na abordagem do 
cotidiano. São Paulo: Ed. Moderna, 4ª Edição, 2010. 207p. 
USBERCO,  J.;  SALVADOR,  E.  Química.  São  Paulo.  Ed. 
Saraiva, 5ª Edição, 202. 672p. 
 
Sexta aula: Construindo a pirâmide alimentar 
 
Segundo o CBC (MINAS GERAIS, 2007) é importante 
compreender  a  relação  entre  a  alimentação  e  a  produção 
de  energia,  ou  seja,  a  função  dos  alimentos  para 
fornecimento  de  energia  para  o  organismo.  É  essencial 
conhecer, também, os valores energéticos dos alimentos e 
compreender  a  relação  do  consumo  de  alimentos  de 
diferentes  grupos.  Assim,  para  que  os  alunos  possam 
compreender  e  reconhecer  as  diferentes  classes  de 
alimentos  e  seus  valores  energéticos,  o  professor  pode 
propor  a  elaboração  de  uma  pirâmide  alimentar  pelos 
alunos, de acordo com as seguintes orientações: 
• Utilizar  uma  pirâmide  alimentar  grande, 
pendurada  na  parede  ou  projetada  (transparência 
slide, cartaz, etc.); 
• Confeccionar  diversas  figuras  de  alimentos  com 
suas respectivas porções e valores energéticos; 
• Disponibilizar de 2 a 3 figuras para cada aluno; 
• Solicitar  que  os  alunos  coloquem  os  alimentos  na 
pirâmide  de  acordo  com  o  grupo  a  que  este 
alimento pertence; 
• Por fim, promover uma discussão em sala de aula. 

102   
A  seguir,  segue  um  exemplo  de  pirâmide  que  pode 
ser utilizado para a proposta: 
 

 
 
Sétima aula: Elaborando uma dieta ideal 
 
É  importante  que  o  professor  inicie  a  aula  fazendo  a 
retomada  das  ideias  abordadas  na  aula  anterior  e 
relembrar a questão problema com os alunos.  
Nesta  aula,  os  alunos  devem  elaborar  um  cardápio, 
incluindo  todas  as  refeições  diárias,  para  uma  dieta 
considerada ideal para um homem (2500 Kcal) ou mulher 
(2200  Kcal),  ambos,  não  praticantes  de  atividade  física 
regular. 
 
Sugestão: Para padronizar as dietas, orientar e facilitar o 
desenvolvimento  do  trabalho  é  sugerido  ao  professor 
distribuir  uma  tabela  com  vários  itens  que  deverão  ser 
preenchidos, para cada grupo. 
 

   103
Orientações: O professor deve solicitar aos alunos que se 
dividam em grupos de aproximadamente quatro pessoas 
e,  após  a  organização,  entregar  uma  tabela  com  dados 
sobre os alimentos mais comuns no dia a dia dos alunos, 
que servirá como base para a elaboração da dieta.  
 
Oitava aula: Apresentação e discussão das dietas 
 
Nesta aula, os alunos deverão apresentar os cardápios 
(dietas)  elaborados  pelos  grupos  na  aula  anterior, 
justificando suas escolhas e discutindo com a turma. Cabe 
ao professor mediar essa discussão para que a mesma seja 
produtiva.  Ao  término  das  apresentações  dos  grupos,  é 
sugerido  ao  professor  que,  a  partir  das  dietas  entregues 
pelos alunos no inicio da unidade, elabore uma dieta que 
seja  comum  à  maioria  dos  alunos.  Para  orientar  as 
discussões,  o  professor  pode  apresentar  aos  seus  alunos 
uma dieta considerada ideal e outra vegetariana, uma vez 
que  esta  última  trata‐se  de  um  assunto  comum,  atual  e 
relevante.  Em  seguida,  faça  comparações  entre  as  três 
dietas.  Caso  o  professor  utilize  a  dieta  vegetariana,  ter 
atenção  em  discutir  a  necessidade  de  suprir  a  falta  de 
proteínas  que  a  ausência  de  carne  causa.  Também  é 
necessário analisar as dietas sugeridas com o contexto da 
turma,  pois  podem  existir  alimentos  que  não  sejam 
comuns em sua região ou não sejam de conhecimento dos 
alunos. 
 
Nona aula: Reelaboração da tirinha 
 
Solicitar  aos  alunos  que  elaborem  uma  nova  tirinha, 
como  na  primeira  aula,  com  o  objetivo  de  analisar  o 

104   
quanto  de  conhecimento  foi  construído  ao  longo  do 
desenvolvimento da Unidade Didática.  
 
 
 
REFERÊNCIAS  
 
BRASIL.  Ministério  da  Educação.  Catálogo  do  programa 
nacional  do  livro  didático  para  o  ensino  médio  – 
PNLEM/2009.  Brasília:  Secretaria  da  Educação  Básica  ‐  SEB. 
Fundo  Nacional  de  Desenvolvimento  da  Educação  ‐  FNDE, 
2008. 
BRASIL. Ministério da Educação (MEC), Secretaria de Educação 
Média  e  Tecnológica  (Semtec).  PCN  +  Ensino  médio: 
orientações  educacionais  complementares  aos  Parâmetros 
Curriculares  Nacionais  –  Ciências  da  Natureza,  Matemática  e 
suas Tecnologias. Brasília: MEC/Semtec, 2002. 
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Conteúdos 
Básicos  Comuns:  Proposta  Curricular  –  Química  –  Ensino 
Médio. Belo Horizonte: SEE, 2007. 
______.  Secretaria  do  Estado  de  Educação.  Conteúdos  Básicos 
Comuns: Proposta Curricular – Química – Ensino Médio. Belo 
Horizonte: SEE, 2009. 
MORTIMER,  E.  F.;  MACHADO,  A.  H..  Química.  Editora 
Scipione, v.2, p.79, 2008. 
USBERCO, J.; SALVADOR, E. Química Editora Saraiva, v.2, p. 
131, 2006.  
______. Química. Editora Saraiva, v. único, p.318, 2002.  
 
 
 
 
 

   105
106   
UNIDADE DIDÁTICA:  
QUÍMICA DOS MATERIAIS RECICLÁVEIS 
 
 
 Anne Carolina de Carvalho, Brígida Isabel de Siqueira,  
Izabella Caroline do Nascimento, Luanna Gomes de 
Gouvêa, Richard Arantes Paixão, Renata de Castro 
Magalhães, Silvana Marcussi, Rita de Cassia Suart 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Nos  dias  de  hoje,  a  necessidade  de  associação  entre 
temas ligados a educação ambiental e a educação escolar 
vêm aumentando constantemente, fazendo com que uma 
concepção  de  Educação  Ambiental  seja  trabalhada  nas 
escolas  através  de  aulas  diferenciadas.  Dessa  maneira,  o 
papel  do  professor  é  estratégico,  pois  não  há  mudança 
educacional  ou  proposição  pedagógica  sem  que  haja  o 
envolvimento entre professores e alunos possibilitando o 
processo  de  aprendizagem,  uma  vez  que  os  professores 
são  elementos  mediadores  das  experiências  educativas 
dos alunos (LIBÂNEO, 2010). 
Esta  Unidade  Didática  tem  por  objetivo  apresentar 
atividades  relacionadas  ao  cotidiano  dos  alunos, 
envolvendo  conteúdos  químicos  relacionados  à  temática 
ʺmateriais  recicláveisʺ,  permitindo  aos  alunos  participarem 
de  um  processo  de  ensino  aprendizagem  diferenciado  e 
contextualizado. As atividades experimentais correlacionadas 
a  materiais  recicláveis  podem  se  mostrar  estratégias 

   107
facilitadoras do trabalho pedagógico, além de contribuírem 
para a formação cidadã e construção do conhecimento.  
As atividades desta unidade são divididas da seguinte 
maneira e, podem ser trabalhadas com as terceiras séries 
do Ensino Médio: 
 
Atividade 1: Vídeo “Ilha das flores” 
Atividade  2:  Aula  prática  investigativa:  Aula  de  fotos 
e/ou filmagem do lixo gerado na escola 
Atividade 3: Produzindo sabão 
Atividade  4:  Avaliação  das  habilidades  desenvolvidas 
durante as ações.  
 
DETALHAMENTO DAS AULAS 
 
Atividade 1: Vídeo “Ilha das flores” 
 
Questão  Problema:  Como  o  consumismo  pode  ser 
gerador de problemáticas sociais? 
 
Objetivos:  Discutir  com  os  alunos  a  problemática  do 
consumismo e a geração de lixo na sociedade, bem como 
a  má  distribuição  e  desperdício  dos  alimentos  e,  a 
desigualdade social. 
O  documentário  mostra  como  a  economia  e  o 
consumismo  geram  relações  desiguais  entre  os  seres 
humanos  na  sociedade,  relatando  a  trajetória  de  um 
tomate  desde  a  colheita  até  o  seu  descarte  em  um  lixão, 
chamado Ilha das Flores. Ou seja, de acordo com o filme: 
“O tomate foi plantado pelo senhor Suzuki e trocado por 
dinheiro  com  o  supermercado,  e  também  trocado  pelo 
dinheiro  que  dona  Anete  trocou  por  perfumes  extraídos 

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das flores. Foi recusado para o molho do tomate e jogado 
no lixo. Recusado pelos porcos como alimento, está agora 
disponível para os seres humanos da Ilha das Flores”.  
Assim,  o  professor  pode  abordar  temas  como 
consumismo,  desigualdade  social  e  fome,  de  forma  a 
despertar a atenção dos estudantes para questões sociais e 
ambientais, proporcionando reflexões e discussões. 
 
Material: 
O  vídeo  “Ilha  das  flores”  pode  ser  obtido  no  link: 
http://portacurtas.com.br/curtanaescola/Filme.asp?Cod=647.  
 
Para  apresentação  do  documentário  são  necessários 
de  13  a  15  minutos  da  aula,  em  seguida,  discussões 
podem  ser  geradas  utilizando  o  roteiro  abaixo,  descrito 
por  MORANDI  (2001)  e  adaptado  conforme  as 
necessidades do professor e as peculiaridades das turmas.  
A  investigação  poderá  ser  iniciada  com  o  roteiro  de 
observação/problemáticas.  O  professor  poderá,  como 
sugestão,  seguir  o  roteiro  abaixo  para  discussão  sobre  as 
questões envolvidas no documentário, após a exibição do 
filme. Assim, iniciar uma conversa colocando as questões 
centrais  envolvidas  no  filme,  buscando  junto  aos 
estudantes, suas opiniões e colocações: 
 
• Estabelecer  ligação  entre  o  Sr.  Suzuki,  o 
supermercado e a família de dona Anete.  
 
Sugestão:  Mostrar  que  tudo  se  encontra  interligado, 
embora  estejam  sendo  produzidos  e  circulando  em 
espaços diferentes e distantes. 
 

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• Dentro  do  processo  produtivo  apresentado  pelo 
filme,  o  tomate  assume  papel  de  alimento  ou  de 
mercadoria? Justificar.  
Sugestão:  No  modo  de  produção  capitalista  o  alimento 
torna‐se  também  mercadoria  e  só  pode  ser  adquirido 
mediante  a  compra  ou,  então,  nas  condições  em  que  se 
encontram os seres humanos da Ilha das Flores.  
 
• A  cena  apresentada,  onde  o  homem  consome  os 
produtos  recusados  pelos  porcos,  pode  ser  considerada 
como uma situação (fenômeno social) de racionalidade ou 
de irracionalidade? Justificar.  
Sugestão: Discutir que a aparente irracionalidade dos atos 
mostrados  é  fruto  das  relações  racionais  estabelecidas 
entre  os  seres  humanos  pela  lógica  da  sociedade  na  qual 
se encontram inseridos. 
 
• No  percurso  realizado  pelo  tomate,  desde  o  lixo 
até  o  consumo  dos  porcos,  é  possível  identificar  a  busca 
pelo lucro? Justificar.  
 
Sugestão:  Destacar  que  os  produtos  considerados  como 
lixo podem estar sendo utilizados como fonte de renda ou 
mesmo  proporcionando  lucros.  O  lixeiro,  ao  recolher  o 
lixo,  já  vislumbrou  a  possibilidade  de  obter  um  ganho 
extra,  caso  encontrasse  ali,  material  orgânico  para  ser 
vendido  ao  criador  de  porcos.  O  criador  de  porcos,  ao 
comprar  o  lixo,  adquiriu  alimentos  baratos  para  seus 
porcos,  reduzindo  despesas  com  a  intenção  de  aumentar 
os lucros quando os animais fossem vendidos. 
 
• Por que e para que produzimos?  

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Sugestão:  Discutir  a  ideia  de  que,  se  o  objetivo  da 
produção  de  alimentos  fosse  apenas  voltado  para  as 
necessidades  das  pessoas,  e  não  para  a  aquisição  de 
riqueza  material  e  pessoal,  certamente  não  haveria  por 
que existir a “Ilha das Flores”. 
 
• “Recordar é viver”!  
 
Sugestão: Abordar o motivo que levou o autor a destacar 
tal  frase.  Traçar  um  paralelo  em  relação  ao  consumo  de 
bens considerados supérfluos. 
 
• Quais  os  papéis  sociais  representados  pelos 
habitantes  da  Ilha  das  Flores,  pelo  Sr.  Suzuki  e  a  família 
de dona Anete?  
 
Sugestão  
Mostrar  os  diferentes  papéis  desempenhados  por  cada 
membro  da  sociedade  dentro  do  processo  produtivo. 
Tentar  envolver  os  alunos,  questionando  qual  é  o  papel 
que eles desempenham na sociedade, o papel de seus pais 
e de outras pessoas de seu convívio. 
 
Nota: *Roteiro adaptado de MORANDI, S. Espaço e Técnica. 
São  Paulo,  CEETEPS/COPIDART,  2001.  Retirado  de: 
http://www.educared.org/global/educared?CE=br 
 
Atividade  2.  Aula  prática  investigativa:  Aula  de  fotos 
e/ou filmagem do lixo gerado na escola. 
 
Questão Problema: Como identificar se o lixo é reciclável ou 
não? 
 

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Objetivos: 
• Criar  condições  para  que  o  aluno  reflita  sobre  a 
possibilidade de interferir nos encaminhamentos dados à 
produção  e  destinação  do  lixo  produzido  por  ele,  no 
espaço escolar e, em seu cotidiano particular extraclasse. 
• Valorizar  ações  coletivas  que  gerem  melhoria  das 
condições de vida no ambiente escolar, assim como ações 
individuais  que  alterem,  também,  de  forma  positiva,  seu 
cotidiano particular. 
• Informar  sobre  os  tipos  de  materiais  descartados 
pelo homem, suas formas de reutilização ou reciclagem e 
procedimentos  de  higiene  e  segregação  adequados  ao 
aproveitamento dos mesmos.  
 
Metodologia:  
Esta  atividade  pode  ser  realizada  em  duas  aulas, 
sendo elas, mediadas conforme sugestões apresentadas a 
seguir. 
 
1ª aula da atividade 2: Os alunos serão informados sobre 
como  ocorrerá  à  atividade,  sendo  orientados  a  se 
atentarem  às  questões  referentes  à  geração  e  descarte  de 
diferentes tipos de lixo, que serão levantadas durante esta 
aula,  uma  vez  que,  estas  deverão  ser  usadas  para 
direcionar a pesquisa de campo que será feita durante os 
intervalos entre as aulas.   
Os alunos serão orientados a investigar o lixo presente 
na  escola  e,  trazer  para  a  próxima  aula,  evidências  dos 
materiais  que  estão  sendo  descartados  na  escola,  bem 
como,  a  forma  de  descarte.  Para  isso,  eles  deverão  tirar 
fotos  e/ou  filmar  o  lixo  em  diferentes  setores  da  escola, 
como:  cantina,  sala  de  aula,  secretaria  (xerox)  e  sala  dos 

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professores;  e  realizar  entrevistas  com  pessoas 
descartando  materiais  na  escola,  durante  os  horários  de 
intervalo  entre  as  aulas.  Após  a  coleta  dos  dados,  eles 
deverão investigar e discutir, juntamente com o professor 
e  colegas  durante  a  aula,  os  tipos  de  materiais 
descartados,  a  quantidade  descartada,  as  condições  de 
descarte  e  os  destinos  dados  a  eles.  Assim,  o  professor 
mediará  discussões  colocando  questões  que  busquem, 
junto aos estudantes, seus conhecimentos e opiniões sobre 
o tema. 
Os  alunos  poderão  pensar  e  propor  soluções  para 
problemas existentes, e ainda, identificar e trazer para as 
discussões  da  aula  seguinte,  problemas  existentes  em 
outros  locais  por  eles  frequentados,  como  suas 
residências, outras escolas, praças, ruas, terrenos baldios, 
margens de rios, etc. 
Como sugestões, após a apresentação das orientações 
relacionadas  a  esta  atividade,  os  alunos  serão 
questionados acerca de problemas e soluções relacionados 
à  geração,  descarte  e  destinação  do  lixo  da  escola, 
conforme descritos a seguir: 
 
• Há  algum  processo  de  separação  do  lixo  na  sua 
escola? Se há quem faz essa separação? 
• Quem cuida da coleta do lixo separado? 
• Qual o destino do lixo produzido e separado? 
• Qual o destino do restante do lixo (orgânico)?  
• Dar  exemplos  dos  possíveis  destinos  que 
permitam  o  aproveitamento  de  materiais 
orgânicos,  não  apenas  a  compostagem,  mas, 
também, a alimentação de animais, etc. 

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• Quais as vantagens de se separar o lixo e reciclar a 
maioria dos materiais? 
• Se o lixo da escola não for separado, eles deverão 
questionar o porquê desta não separação. 
• O  lixo  misturado  neste  caso  seria  levado  para 
onde? 
• Quais problemas podem ser gerados pelo lixo não 
separado?  
• De  que  forma  cada  um  de  vocês  pode  contribuir 
para  a  diminuição  da  quantidade  de  lixo 
produzido  na  escola?  Vocês  se  alimentam  da 
comida  que  a  escola  fornece,  trazem  de  casa,  ou 
compram  na  cantina?  Exemplifiquem  estes 
alimentos  e  as  embalagens  que  eles  contêm  para 
que possam ser discutidas formas de minimizar a 
contribuição dos alunos como poluidores.  
• Tentar  fazer  comparações  entre  o  estilo  de  vida 
atual e o de nossos bisavós e avós. Onde estamos 
errando?  
• Incentivar  movimentos  liderados  pelos  alunos 
para  a  promoção  de  ações  que  resultem  em 
melhorias  do  ambiente  escola,  familiar,  público  e 
meio ambiente em geral. 
• Nossos  bisavós  e  avós  aproveitavam  as  gorduras 
animais  para  fazer  sabão,  assim  como  os  óleos 
resultantes de frituras. 
• Além  disso,  carregavam  carrinhos  de  feira  e 
grandes  sacolas  de  fibra,  pano  ou  plástico  grosso 
para  levar  as  compras,  não  fazendo  uso  das 
sacolinhas  de  supermercado  que,  em  alguns 
lugares, ainda são usados hoje em dia. 

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• Quando  faziam  compras  em  supermercados  ou 
mercearias, sempre escolhiam alimentos saudáveis 
como  frutas,  verduras  e  legumes,  fazendo  pouco 
uso de produtos industrializados com embalagens 
plásticas  e  repletos  de  aditivos  químicos  (ex: 
conservantes, anabolizantes, corantes, etc.). 
• Utilizavam os restos de comida, frutas, verduras e 
legumes,  impróprios  para  o  consumo  humano, 
para  alimentar  os  animais  ou  fazer  compostagem 
para fertilizar o solo e nutrir as plantas. 
 
OBS: o professor poderá propor uma atividade similar à 
descrita  anteriormente,  em  outro  ambiente,  caso  a  escola 
já possua um programa de separação e destinação correta. 
 
OBS:  nesta  1ª  aula  o  professor  marcará  um  horário  com 
os alunos para auxilia‐los na compilação de dados, fotos e 
filmes a serem utilizados na aula seguinte. 
 
2ª aula da atividade 2: Nesta aula, os alunos apresentarão 
as  fotos  e  vídeos  produzidos  na  ação  anterior  e,  os 
resultados  podem  ser  classificados  utilizando  o  quadro 
abaixo  como  modelo,  considerando  os  locais  de 
investigação.  Outras  tabelas  podem  ser  adaptadas  para 
investigações  em  locais  diferentes  como,  por  exemplo, 
para  as  residências  (banheiro,  quartos,  cozinha,  quintal, 
etc.) e locais públicos (ruas, praças, terrenos baldios, rios, 
etc.).    
 
 
 
 

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Tabela 1. Quantidade de materiais gerados em diferentes locais 
da escola. 
MATERIAL  LOCAL DE GERAÇÃO DO LIXO 
Pátio da  Sala de  Secretaria  Sala dos 
escola  aula  (xerox)  professores 
       
Vidro 

Papel         
Metal         
Plástico         
Material         
orgânico 

Em dúvida         
(misturas) 
 
Tabela  2.  Condições  de  descarte  de  materiais  gerados  em 
diferentes locais da escola. 
CONDIÇÕES DOS MATERIAIS/OBJETOS 
Sujo com produtos químicos ou orgânicos
MATERIAL 
Limpo 
Líquido  Sólido /  Adesivo  
Pastoso 
Vidro         
Papel         
Metal         
Plástico         
Material         
orgânico   

Em dúvida         
(misturas)   
 

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As  embalagens  que  causarem  dúvidas  quanto  à 
classificação  devem  ser colocadas  na  linha “Em  dúvida”. 
Também  deverão  ser  anotados,  o  tipo  e  o  número  de 
embalagens  que  não  se  encontram  em  condições  de 
reciclagem,  devido  à  forma  em  que  foi  descartada,  como 
por  exemplo,  embalagens  contendo  resíduos  orgânicos, 
cola etc. Assim, durante a classificação do lixo, os alunos 
deverão  ser  orientados  a  verificar  se  os  materiais  estão 
sendo descartados de forma a possibilitar a reciclagem.  
    
Em  seguida,  novas  discussões  serão  geradas,  e  neste 
momento, os alunos já terão desenvolvido conhecimentos 
para  responder  a  maioria  dos  questionamentos  gerados 
na  aula  anterior.  As  questões  lançadas  na  primeira  aula 
podem  ser  retomadas  e  discutidas,  assim  como,  novos 
questionamentos  poderão  surgir  adaptando‐se  às 
situações  geradas  pela  atividade,  conforme  exemplos  a 
seguir:  
 
• Quais  os  problemas  que  o  lixo  misturado  pode 
gerar ao meio ambiente e ao homem?  
• Atentar  para  os  tipos  de  materiais  ‐  plásticos, 
papel,  metais  ‐  e  as  diferentes  consequências 
implícitas  ao  descarte  inadequado  de  cada  um 
deles. 
• De  que  forma  eu  posso  contribuir  para  a 
diminuição  da  quantidade  de  lixo  produzido  em 
minha escola?  
• Caso  os  alunos  não  tenham  ideias,  sugerir 
algumas (ex: trazer frutas de casa; trazer de casa o 
suco  sempre  na  mesma  garrafinha  plástica;  evitar 
a compra e consumo de alimentos que contenham 

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embalagens  poluidoras;  utilizar  canecas  ou 
garrafas  plásticas  reutilizáveis  para  beber  água  e 
sugerir  que  os  copos  plásticos  sejam  substituídos 
em toda a escola, inclusive os de café utilizados na 
sala dos professores, reduzindo gasto de dinheiro 
desnecessário  e  geração  de  lixo;  e  quando  for 
realmente  necessário  o  descarte  de  materiais 
recicláveis,  proceder  de  forma  correta,  ou  seja, 
sempre  higienizando  as  embalagens  que  serão 
descartadas  e  colocando‐as  nos  locais  de  coleta 
seletiva sem misturá‐las ao lixo orgânico).  
• Dar  exemplos  dos  possíveis  destinos  que 
permitam  o  aproveitamento  de  materiais 
orgânicos,  não  apenas  a  compostagem,  mas 
também  a  alimentação  de  animais,  produção  de 
biodiesel, etc. 
• Tentar  fazer  comparações  entre  o  estilo  de  vida 
atual  e  o  de  nossos  bisavós  e  avós.  E  novamente, 
fazer  com  que  os  alunos  reflitam  sobre  as 
consequências  do  progresso  e  como  podemos 
cuidar  do  meio  em  que  vivemos  sem  atrasar  o 
desenvolvimento econômico, industrial, social, etc.  
 
Ações  esperadas  para  trabalhos  posteriores  às  duas 
atividades propostas: 
− Elaboração de cartazes conscientizando os demais 
alunos da escola para ações de redução do lixo. 
− Propostas de reciclagem. 
− Implantação da coleta seletiva, caso esta ainda não 
exista na escola. 
− Incentivo  a  separação  e  descarte  adequado  de 
materiais  recicláveis  através  de  comunicações 

118   
realizadas  no  pátio  da  escola  para  toda  a 
comunidade  escolar  e,  também,  por  meio  de 
informações disseminadas por professores. 
−  Incentivo  a  separação  e  descarte  adequado  de 
materiais  recicláveis  também  nas  residências  dos 
alunos. 
− Motivar  os  alunos  a  escolherem  outro  local  de 
ação fora da escola, que eles possam frequentar na 
presença  da  professora,  para  trabalharem  com  a 
sensibilização ambiental e implantação do sistema 
de separação e coleta adequadas.  
 
Atividade 3: Produzindo sabão 
 
Questão Problema: Como gordura “limpa” gordura? 
 
Objetivo:  Fabricar  sabão  a  partir  de  óleo  comestível 
usado e discutir com os alunos como é importante reciclar 
materiais.  
 
Metodologia:  Durante  a  realização  do  experimento,  os 
conteúdos  didáticos  apresentados  poderão  ser 
trabalhados  com  os  alunos  de  forma  teórica  antes  e 
durante  a  aula  experimental  sobre  elaboração  de  sabão, 
sendo  abordados  diferentes  temas  correlatos  e 
levantando‐se  questionamentos  que  induzam  a  reflexão 
por parte dos alunos, conforme exemplos abaixo: 
 
Conceitos: 
Ó Diferença de polaridade entre água e óleo.  
Ó Tensão superficial da água. 
Ó Estrutura e ação do sabão. 

   119
Ó A produção de bolhas de sabão (espuma). 
Ó Ácidos  carboxílicos  e  seu  papel  na  produção  do 
sabão. 
Ó Saponificação. 
 
Questionamentos:  
Ó Como  o  sabão  tira  a  gordura  se  ele  é  feito  de 
gordura? 
Ó O  que  acontece  na  reação  de  gordura  com  uma 
base forte? 
Ó Qual a ação do sabão na limpeza? 
Ó Qual a diferença entre sabão e detergente? 
Ó Para você o que é um sabão?  
Ó E do que ele é feito?  
Ó Cite três termos químicos que se relacionam com o 
tema sabão? 
Ó Os  sabões  e  detergentes  são  poluidores  do 
ambiente? Por quê?  
Ó Todos  os  tipos  de  sabões  e  detergentes  são 
poluidores do ambiente? 
 
Os  conteúdos  teórico‐práticos  a  serem  trabalhados 
durante  esta  atividade  podem  ser  encontrados  no  livro 
“Química e sociedade”, volume único, Editora Nova Geração.  
  
OBS: Verificar a possibilidade de inserção de uma oficina 
de  elaboração  de  sabonetes,  detergentes,  a  fim  de  que  os 
próprios  alunos  possam  produzir  esses  materiais, 
possibilitando  maior  interação  entre  eles  e 
aprofundamento  dos  conteúdos.  Serão  necessárias  duas 
ou mais aulas para completar a atividade.  
 

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Materiais para a produção do sabão: 
• 200 mL de óleo usado em frituras 
• 100 mL de água 
• 100 mL de solução alcoólica a 10% 
• 50 g de soda cáustica (NaOH); 
• Vinagre para controlar o pH 
• Papel indicador 
• Béquer de 500 mL 
• Vidro relógio 
• Bico de bunsen 
• Tela de amianto 
• Bastão de vidro 
• Formas para a fabricação do sabão  
 
Procedimento: 
Ó Dissolver os 50 g soda cáustica (NaOH) em 100 mL 
de solução alcoólica a 10%. 
Ó  Em um béquer de 500 mL, adicionar lentamente a 
solução ao óleo e aquecer lentamente; mexer com cuidado 
a cada minuto. Em seguida, adicionar lentamente vinagre 
e  controlar  o  pH  entre  6  e  7  com  a  ajuda  de  um  papel 
indicador. Mexer por 20 minutos utilizando um bastão de 
vidro.  
Ó Despejar em formas.  
Ó Desenformar após 24h.  
Ó Cortar em barras.  
  
Atividade 4: Avaliação das habilidades desenvolvidas 
durante as Ações 
 
Sugere‐se,  nesta  última  aula,  que  sejam 
disponibilizados  aos  alunos,  papel,  lápis  de  cor  e  giz  de 

   121
cera,  para  que  estes  possam  expressar  os  conhecimentos 
desenvolvidos  ou  aprimorados  durante  as  ações  da 
unidade, por meio de desenhos. Os alunos que preferirem 
se expressar por meio da escrita também poderão fazê‐lo 
acrescentando textos ao desenho ou, escrevendo um texto, 
com no máximo 30 linhas. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BURGER,  Luiza  Maria;  RICHTER,  Hans  Georg.  Anatomia  da 
madeira. São Paulo: Nobel, 1991. 
SANTOS,  W.  L.  P.  ;  MÓL,  Gerson  de  Souza  ;  MATSUNAGA, 
Roseli  Takako  ;  DIB,  Siland  Meiry  França  ;  CASTRO,  Eliane 
Nilvana F de ; SILVA, Gentil de Souza ; SANTOS, Sandra Maria 
de  Oliveira  ;  FARIAS,  Salvia  Barbosa.  Química  e  Sociedade: 
manual  do  professor  do  volume  único.  1.  ed.  São  Paulo: 
Editora Nova Geração, 2005. v. 1. 168p.  
LEHNINGER, Albert L.; NELSON, David L.; COX, Michael M. 
Lehninger  Princípios  de  bioquímica.  4.ed.  São  Paulo:  Sarvier, 
2006. xxviii, 1202 p  
LIBÂNEO,  J.  C.  Adeus  professor,  adeus  professora?:  Novas 
exigências  educacionais  e  profissão  docente.  São  Paulo: 
Cortez, 2010. 102 p 
NETO,  Z.  G.  O;  PINO,  D.  C.  J.  Trabalhando  a  química  de 
sabões e detergentes. Universidade Federal do Rio Grande do 
Sul. Instituto de Química. Disponível em: www.iq.ufrgs.br/aeq/ 
html/publicacoes/matdid/ livros/pdf/sabao.pdf 
 
 

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